Você está na página 1de 103

Coleção Estudos e Documentos de Comércio Exterior

Ministério das Relações Exteriores


Departamento de Promoção Comercial e Investimentos
Divisão de Inteligência Comercial

Como Exportar
União Europeia

União Europeia
Como Exportar
www.brasilglobalnet.gov.br

Ministério das Relações Exteriores


Departamento de Promoção Comercial e Investimentos
Divisão de Inteligência Comercial
COLEÇÃO ESTUDOS E DOCUMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR

COMO EXPORTAR

União Europeia
Coleção: Estudos e Documentos de Comércio Exterior

Série: Como Exportar


CEX: 217

Elaboração:
Ministério das Relações Exteriores - MRE
Departamento de Promoção Comercial e Investimentos - DPR
Divisão de Inteligência Comercial - DIC
Embaixada Brasileira em Bruxelas
Setor de Promoção Comercial - SECOM

Coordenação:
Divisão de Inteligência Comercial

Distribuição:
Divisão de Inteligência Comercial

Os termos e apresentação de matérias contidas na presente publicação não traduzem


expressão de opinião por parte do MRE sobre o “status” jurídico de quaiquer países, terri-
tórios, cidades ou áreas geográficas e de suas fronteiras ou limites. Os termos “desenvolvi-
dos” e “em desenvolvimento” empregados em relação a países ou áreas geográficas não
implicam tomada de posição oficial por parte do MRE.

Direitos reservados.

O DPR, que é titular exclusivo dos direitos de autor, permite a reprodução parcial, desde
que a fonte seja devidamente citada.
Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 5

MAPA DA UNIÃO EUROPEIA.................................................................................................... 9

DADOS BÁSICOS..................................................................................................................... 11

I – ASPECTOS GERAIS........................................................................................................... 15
1- Histórico........................................................................................................................ 15
2 - População, centros urbanos e nível de vida.............................................................. 19
3 - Transportes e comunicações...................................................................................... 22
4 - Organização política e administrativa......................................................................... 24
5 - Organizações e acordos internacionais..................................................................... 29

II – ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS.................................................................................. 31


1 - Conjuntura econômica................................................................................................. 31
2 - Principais setores de atividade................................................................................... 31
3 - Moeda e finanças......................................................................................................... 37

III – COMÉRCIO EXTERIOR.................................................................................................... 43


1 - Evolução recente......................................................................................................... 43
2 - Direção......................................................................................................................... 44
3 - Composição................................................................................................................. 45

IV – RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL – UNIÃO EUROPEIA............................................ 47


1 - Intercâmbio comercial bilateral................................................................................... 47
2 - Composição do intercâmbio comercial bilateral....................................................... 51
3 - Investimentos da União Europeia no Brasil............................................................... 52
4 - Principais acordos econômicos com o Brasil........................................................... 53

V – ACESSO AO MERCADO.................................................................................................. 55
1 - Sistema tarifário.......................................................................................................... 55
2 - Regulamentação de importação................................................................................ 61
3 - Documentação e formalidades.................................................................................. 75
4 - Regimes especiais...................................................................................................... 76
5 - Outros pontos importantes......................................................................................... 79

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 3


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

VI – ESTRUTURA DE COMERCIALlZAÇÃO........................................................................... 85
1 - Canais de distribuição................................................................................................. 85
2 - Práticas comerciais..................................................................................................... 89

VII – RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS.................................................... 91

ANEXOS.................................................................................................................................... 95
I – ENDEREÇOS................................................................................................................. 95
II – INFORMAÇÕES SOBRE O SGP.................................................................................. 98
III – INFORMAÇÕES PRÁTICAS....................................................................................... 99

BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................... 101

4 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

INTRODUÇÃO
A União Europeia (UE) é um bloco 11. Finlândia
econômico, político e social de 27 12. França
países europeus que participam de 13. Grécia
um projeto de integração política 14. Holanda
e econômica, cujos pilares foram 15. Hungria
lançados em 1950 com o objetivo 16. Irlanda
de reunir as nações e os povos da 17. Itália
Europa que se reerguiam após a 18. Letônia
Segunda Guerra Mundial. 19. Lituânia
20. Luxemburgo
Inicialmente formada apenas por 21. Malta
Alemanha, Bélgica, Países Baixos, 22. Polônia
Itália, França e Luxemburgo, foi 23. Portugal
sofrendo sucessivos alargamentos 24. Reino Unido
ao longo de sua existência, sendo 25. República Tcheca
os mais recentes em 2004 e 2007 26. Romênia
com a adesão de países do Leste 27. Suécia
Europeu e bálticos.
Vale lembrar que Macedônia, Croácia
Atualmente possui os seguintes e Turquia se encontram em fase de
Estados membros: negociação para sua adesão à UE.

1. Alemanha Ademais, Noruega, Islândia e


2. Áustria Liechtenstein, que não são membros
3. Bélgica da União Europeia, fazem parte do
4. Bulgária denominado Espaço Econômico
5. Chipre Europeu1 e, por isso, também
6. Dinamarca
7. Eslováquia 1 O Espaço Econômico Europeu (EEE) nasceu
de uma série de acordos entre a então Comuni-
8. Eslovênia dade Econômica Europeia (CEE) e os Estados
9. Espanha membros da Associação Europeia de Livre
10. Estônia Comércio (EFTA), exceto a Suíça (que, devido
ao resultado negativo no referendo provido, não

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 5


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

adotam grande parte da legislação Primeiro bloco comercial do mundo,


europeia, inclusive as normas ligadas a União Europeia é responsável por
ao mercado único. Nesse sentido, quase 20% do volume total das im-
ao abrigo do acordo que estabelece portações e das exportações em ní-
o Espaço Econômico Europeu, vel mundial. Os Estados Unidos são
os países da European Free Trade o maior parceiro comercial da UE,
Association (EFTA)1 mencionados seguidos pela China e pela Rússia.
anteriormente (com exceção da Os fluxos comerciais bilaterais sobre
Suíça) participam de um vasto leque o Atlântico representam perto de 400
de políticas comunitárias. bilhões de euros por ano.

É também importante mencionar A UE é composta em grande parte


o caso da Suíça, que, apesar de de países industrializados, e a indús-
não fazer parte nem da UE nem do tria europeia necessita de acesso
Espaço Econômico Europeu, pos- adequado às matérias-primas tanto
sui vários acordos com a UE sobre de dentro como de fora da UE, sendo
aplicação do direito comunitário no altamente dependente de importa-
seu território. ções de matérias-primas economi-
camente importantes, que são cada
Com cerca de 500 milhões de vez mais afetadas por distorções do
habitantes, a população da UE é a mercado.
terceira maior do mundo, depois da
China e da Índia. A sua dimensão e O Brasil é o maior fornecedor de
o seu peso em termos comerciais, bens agrícolas, exportando para a
econômicos e financeiros fazem da UE produtos agrícolas no valor de
União Europeia uma potência que 8,9 bilhões de dólares ao ano, o que
detém a maior quota do comércio representa 15% das importações
mundial e gera um quarto da riqueza agrícolas da UE. A UE é o principal
global. mercado para as exportações do
Brasil, à frente inclusive dos Estados
Unidos.
1 A European Free Trade Association é um bloco
econômico atualmente composto da Noruega, Para desempenhar suas funções, a
Suíça, Islândia e Liechtenstein.

6 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

União Europeia conta com institui- Europeia. No entanto, informações


ções básicas como o Parlamento, a sobre pontos específicos relaciona-
Comissão Europeia, o Conselho da dos com determinado país membro
União Europeia e o Tribunal de Jus- da UE não serão objeto deste Guia
tiça. Todos esses órgãos possuem e poderão ser encontradas no Guia
representantes de todos os países “Como Exportar” do referido país.
membros.

Finalmente, é importante ressal-


tar que este Guia da Série “Como
Exportar” visa a explicar ao expor-
tador brasileiro o que se deve ter em
consideração ao exportar à União
Foto: iStockphoto/Thinkstock.

Vista de Hallstatt na Áustria.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 7


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Foto: Zoonar/Thinkstock.

Moinho na Dinamarca.

8 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

MAPA DA UNIÃO EUROPEIA

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 9


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Foto: Ingram Publishing/Thinkstock.

Feira livre na Bélgica.

10 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

DADOS BÁSICOS
Superfície: 4.215.100 km2
População1: 501.104.164 (2010)
502.057.928 (estimativa 2011)

Densidade demográfica: 119 hab./km2

População economicamente ativa (mil)


2009 2010 2011
UE 27 238.980 239.550 240.399
Eurozona (17
156.828 156.941 157.498
países)
Fonte: Eurostat, órgão de estatísticas oficial da União Europeia.

Taxa de desemprego
2009 2010 2011
UE 27 9,0% 9,7 % 9,7%
Zona euro (17 países) 9,6 % 10,1 % 10,2%
Fonte: Eurostat.

Taxa de desemprego (2008)


País % Suécia (SE) 6,2
Espanha (ES) 11,3 Romênia (RO) 6,0
Eslováquia (SK) 9,5 Irlanda (IE) 6,0
França (FR) 7,8 Bulgária (BG) 5,6
Hungria (HU) 7,8 Lituânia (LT) 5,8
Grécia (EL) 7,7 Reino Unido (UK) 5,6
Portugal (PT) 7,7 Estônia (EE) 5,5
Letônia (LV) 7,5 Luxemburgo (LU) 4,9
Alemanha (DE) 7,3 República Tcheca (CZ) 4,4
Polônia (PL) 7,1 Eslovênia (SI) 4,4
Bélgica (BE) 7,0 Áustria (AT) 3,8
Itália (IT) 6,8 Chipre (CY) 3,7
Finlândia (FI) 6,4 Dinamarca (DK) 3,3
Malta (MT) 6,4 Países Baixos (NL) 2,8
Fonte: Eurostat.
1 Fonte: Eurostat.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 11


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Como consequência das recentes Cotação:


crises econômicas e financeiras na
União Europeia, registrou-se aumen- EU272
to no nível de desemprego na UE, (taxa de câmbio 1.39) US$1.00 €0.719
2011
cuja taxa é atualmente de 9,7%. Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU).

Principais cidades: Bruxelas, Paris, Em países como Bulgária, República


Frankfurt, Madrid, Amsterdã, Lon- Tcheca, Dinamarca, Estônia, Hungria,
dres. Letônia, Lituânia, Polônia, Romênia,
Suécia e Reino Unido, a moeda cor-
Moeda: Euro (€) nos países da rente continua sendo as respectivas
Eurozona, como Áustria, Bélgica, moedas nacionais. Segue, abaixo, a
Chipre, Finlândia, França, Alemanha, cotação de cada uma das moedas
Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, correntes diante do dólar norte ame-
Malta, Holanda, Portugal, Eslováquia, ricano e do euro.
Eslovênia e Espanha.

Moeda3 €1 Moeda4 US$1


Lev – Bulgária 1.96 Bulgarian lev 1.47
Koruna – República Tcheca 25.46 Czech koruna 18.16
Krone – Dinamarca 7.44 Danish krone 5.57
Kroon – Estônia 15.6 Estonian kroon 11.70
Pound sterling – Reino 0.80 British pound 0.63
Unido sterling
Forint – Hungria 285.95 Hungarian forint 220.89
Litas – Lituânia 3.45 Lithuanian litas 2.59
Lats – Letônia 0.70 Latvian lats 0.52
Zloty – Polônia 4.21 Polish zloty 3.11
Leu – Romênia 4.49 Romanian leu 3.28
Krona – Suécia 8.62 Swedish krona 6.62

2 The Economist Intelligence Unit (EIU).


3 July 2012 – Eurostat.
4 March 2012 – US Treasury: http://www.fms.treas.gov/intn.html#rates.
12 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

Crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB)


2008 2009 2010 2011
UE 27 0,2 -4,2 2,0 1,5
Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU).

PIB5 per capita (euro por habitante)


2008 2009 2010 2011
UE 27 25.000 23.500 24.400 25.100
Fonte: Eurostat.

Comércio exterior
Total – UE 27 (em bilhões US$)
2009 2010 2011
Exportações 4.567 5.147 6.029
Importações 4.714 5.337 6.241
Balança -147 -190 -212
Fonte: WTO Secretariat.

Total intrazona – UE 27 (em bilhões US$)


2009 2010 2011
Exportações 2.986 3.301 3.822
Importações 2.832 3.138 3.641
Balança 154 163 181
Fonte: UNCTAD/ITC/Trademap.

Intercâmbio comercial Brasil-UE


Intercâmbio bilateral (em milhões US$)
2010 2011 2012(jan.-jun.)
Exportações brasileiras para a UE 43.135 52.946 23.957
Importações brasileiras originárias da
39.127 46.423 23.512
UE
Balança 4.008 6.523 445
Fonte: MDIC/SECEX/Sistema ALICE.

5 Gross Domestic Product at Market Prices per capita.


Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 13
UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Foto: BrandPictures/Thinkstock.

Gôndolas em Veneza, Itália.

14 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

I - ASPECTOS GERAIS

1. Histórico e Suécia (1995). Outra evolução


importante da União Europeia foi a
1.1 Histórico da União Europeia entrada em vigor, em 1987, do Ato
Único Europeu, que estabeleceu as
A União Europeia, nascida com a en- bases para a criação, em 1992, do
trada em vigor do Tratado de Maas- Mercado Único Europeu. Em 1º de
tricht, em 1º de novembro de 1993, janeiro de 1993, a Europa comuni-
é resultado de décadas de evolução tária passou a permitir, entre seus
no caminho da integração europeia. associados, a livre circulação de
Os ideais de Jean Monnet e Robert mercadorias, serviços, mão de obra
Schuman (Chanceler francês) visa- e capitais.
vam à constituição de um modelo fe-
derativo que permitisse a integração Em 1º de novembro de 1993, entrou
das economias exauridas e comple- em vigor o Tratado de Maastricht. Os
mentares dos Estados europeus do mais importantes objetivos do Tra-
pós-guerra, a fim de assegurar-lhes tado são, em primeiro lugar, a união
prosperidade e desenvolvimento so- econômica e monetária dos Estados
cial crescentes. Em 1951, criou-se membros da UE; a seguir, buscam-
a Comunidade Europeia do Carvão e -se a definição e a execução de
do Aço (CECA), composta da Fran- uma política externa e de segurança
ça, Alemanha Federal, Itália, Bélgica, comuns; a cooperação em assuntos
Holanda e Luxemburgo. Em 1957, o jurídicos; e a criação de uma “cida-
Tratado de Roma criou a Comunida- dania europeia”.
de Econômica Europeia, reunindo os
mesmos seis países. A terceira fase da União Monetária
Europeia (UEM) foi iniciada em 1º de
De 1957 a 1995, a “Europa dos janeiro de 1999, com a introdução
Seis” transformou-se em “Europa da moeda única, o Euro, em onze
dos Quinze”, com a incorporação da países participantes (Alemanha,
Grã-Bretanha, Irlanda e Dinamarca França, Itália, Bélgica, Luxemburgo,
(1973); Grécia (1981); Portugal e Holanda, Portugal, Espanha, Irlanda,
Espanha (1986); Áustria, Finlândia Áustria e Finlândia), havendo, as-

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 15


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

sim, a perda total do valor legal das conjuntamente com o Conselho de


moedas nacionais e a conversão de Ministros (poder de codecisão). A
todos os ativos financeiros dos paí- dimensão econômica e a estrutura
ses participantes para o Euro. Reino institucional da União Europeia, con-
Unido, Dinamarca e Suécia optaram tudo, permaneceram praticamente
por não participar, pelo menos ini- inalteradas.
cialmente, da “zona euro”. A Grécia,
por sua vez, foi excluída da primeira Em 1998, abriu-se uma nova eta-
leva de participantes por não atender pa na ampliação da UE, com a
aos critérios fixados pelo Tratado de realização do screening (avaliação
Maastricht para adesão ao Euro, mas pormenorizada da situação de cada
sua adesão foi aprovada em junho país candidato à luz da legislação
de 2000. comunitária).

O Tratado de Amsterdã, assinado em Em virtude principalmente das


outubro de 1997 e em vigor desde últimas ampliações da UE, que
maio de 1999, consolida os avanços atualmente conta com 27 Estados
obtidos em Maastricht e dá especial membros, entrou em vigor, em 1º de
atenção à temática social (emprego, dezembro de 2009, o Tratado de Lis-
direitos fundamentais no âmbito da boa, conferindo uma modernização
UE, saúde, imigração, etc.), além no funcionamento das instituições
de consolidar a política ambiental europeias.
comunitária. Foram criadas ainda as
bases para o fortalecimento da Polí- O Tratado de Lisboa altera, sem
tica Externa e de Segurança Comum, substituir, os tratados da União
instaurada pelo Tratado de Maas- Europeia e da Comunidade Europeia
tricht, e foi dado o primeiro passo atualmente em vigor. O Tratado con-
para a implementação progressiva fere à União o quadro jurídico e os
de uma política de defesa comum. O instrumentos necessários para fazer
Parlamento Europeu tem seu papel face a desafios futuros e responder
reforçado pelo novo tratado, com às expectativas dos cidadãos.
a extensão do número de domínios
em que as decisões são tomadas As mudanças decorrentes do Tratado

16 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

de Lisboa visam primordialmente a: mais continuidade e estabilidade ao


(i) melhorar a eficiência do processo trabalho dessa instituição.
de tomada de decisão; (ii) reforçar a
democracia por meio da atribuição Por fim, é importante ressaltar que o
de um papel mais importante ao Par- Tratado de Lisboa ampliou o uso da
lamento Europeu e aos parlamentos votação por maioria qualificada a no-
nacionais; e (iii) aumentar a coe- vas áreas políticas, como alteração
rência em nível externo por meio da climática. Contudo, A UE tem todo o
criação da figura do Alto Represen- interesse em simplificar o processo
tante para os Negócios Estrangeiros de tomada de decisão, em matérias
e a Política de Segurança.1 O titular como a luta contra as alterações cli-
do cargo é igualmente Vice-Presiden- máticas, a segurança energética ou
te da Comissão e preside o Conselho a ajuda humanitária de emergência
dos Negócios Estrangeiros. a regiões em situação de crise em
todo o mundo. Algumas das outras
Podemos citar outras mudanças alterações afetam questões como as
institucionais introduzidas pelo iniciativas dos cidadãos, a proteção
Tratado de Lisboa: (i) permissão para diplomática e consular e as questões
que cada Estado membro continue processuais. A votação por unanimi-
a ter um Comissário na Comissão; dade continua sendo necessária em
(ii) existência, no Parlamento Euro- áreas como a fiscalidade, a política
peu, de, no máximo, 751 deputados, externa, a defesa e a segurança
variando entre 96 e 6 o número de social.
deputados por Estado membro; e (iii)
a criação de um cargo permanente 1.2 Geografia
de Presidente do Conselho Europeu,
nomeado por um período de dois A UE tem uma superfície de 4,2
anos e meio pelo próprio Conselho milhões km² e uma linha costeira de
Europeu , o que provavelmente dará
2
89.000 km.

1 Atualmente esse cargo é ocupado pela Barone- A União Europeia tem mais cidades
sa Catherine Ashton. globais que qualquer outra região
2 Atualmente esse cargo é ocupado por Herman
Van Rompuy.
do mundo. Mais de dezesseis

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 17


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

cidades têm mais de um milhão de Seguem as distâncias entre a capital


habitantes. Há regiões densamente Bruxelas e as principais cidades da
povoadas que emergiram da liga- União Europeia:
ção de várias cidades e agora são
grandes áreas metropolitanas, entre Paris 312 km
elas Reno-Ruhr, com 10,5 milhões Amsterdã 209 km
de habitantes (Colônia, Dortmund Lisboa 2.056 km
e outras); Randstad, com aproxi- Madri 1.588 km
madamente 7 milhões de pessoas Londres 310 km
(Amesterdã, Roterdã, Haia e outras) Frankfurt 400 km
e Frankfurt, com aproximadamente Estocolmo 550 km
4 milhões de habitantes (Frankfurt, Copenhague 903 km
Wiesbaden e outras). Roma 1.492 km
Berlim 772 km
Luxemburgo 212 km

A União Europeia tem várias áreas


climáticas, desde o clima ártico até o
equatorial. A maior parte da popula-
ção vive em áreas com clima me-
diterrâneo, clima temperado, clima
oceânico e clima continental.
Foto: iStockphoto/Thinkstock.

Vista de Copenhagen, Dinamarca.

18 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

2. População, centros urbanos e nível de vida

População

Densidade demográ-
População
Área % aproximado fica
(ordem decrescente)
(hab./km2)
UE-27 499.723.000 100% 119
Alemanha 82.000.000 16,40% 230
França 64.300.000 12,86% 117
Reino Unido 61.700.000 12,35% 252
Itália 60.000.000 12,00% 199
Espanha 45.800.000 9,16% 91
Polônia 38.100.000 7,62% 122
Romênia 21.500.000 4,30% 91
Países Baixos 16.400.000 3,28% 395
Grécia 11.200.000 2,24% 85
Bélgica 10.700.000 2,14% 350
Portugal 10.600.000 2,12% 115
República
10.500.000 2,10% 133
Tcheca
Hungria 10.000.000 2,00% 108
Suécia 9.200.000 1,84% 20
Áustria 8.300.000 1,66% 99
Bulgária 7.600.000 1,52% 68
Dinamarca 5.500.000 1,10% 128
Eslováquia 5.400.000 1,08% 111
Finlândia 5.300.000 1,06% 16
Irlanda 4.500.000 0,90% 64
Lituânia 3.300.000 0,66% 51
Letônia 2.300.000 0,46% 35
Eslovênia 2.000.000 0,40% 99
Estônia 1.300.000 0,26% 29
Chipre 800.000 0,16% 86
Luxemburgo 500.000 0,10% 193
Malta 400.000 0,08% 1.266
Fonte: Enciclopédia Larousse.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 19


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Centros urbanos
km Aglomeração População (centro)
Paris 312 9 .904.000 2.193.030
Amsterdã 209 1.031.000 755.605
Lisboa 2.056 2.812.000 564.657
Madri 1.588 5.567.000 2.938.723
Londres 310 8.278.251 2.765.975
Frankfurt 400 667.330 667.330
Estocolmo 550 1.264.000 776.545
Copenhague 903 1.085.000 501.158
Roma 1.492 3.339.000 2.546.804
Berlim 772 3.431.675 3.431.675
Luxemburgo 212 76.688 76.688
Fonte: Enciclopédia Larousse.
variar em consonância com as regi-
Principais indicadores socioeconô- ões no interior de um mesmo país.
micos Em algumas regiões da UE, o PIB
por habitante é inferior em 50% ao
O nível de vida da UE situa-se entre os PIB da média da UE 27. Nas regiões
mais elevados do mundo e, em vir- mais prósperas, pode ser 25% mais
tude da diversidade de países, é bem elevado que na média da UE 27.4
variável. O PIB3 por habitante registra
o valor mais elevado em Luxemburgo Nível de renda média per capita
e o mais baixo, na Bulgária. Contudo,
atualmente o crescimento do PIB é Média salarial – Mulheres (€)
mais rápido nos países mais pobres 2006 2007 2008
que aderiram à UE desde 2004 – UE 27 13.333 13.553 14.275
como é caso da Bulgária, que faz Fonte: Eurostat.

parte da União Europeia desde 2007


– que nos outros Estados membros. 4 A UE criou os chamados fundos estruturais
para ajudar a atenuar essas diferenças, melho-
rando o nível de vida nas regiões mais desfa-
Os níveis de vida podem também vorecidas. Mais de 35% do orçamento da UE é
utilizado para dinamizar as economias dessas
3 Expresso em Padrão de Poder de Compra. regiões, fortalecendo simultaneamente toda a UE.

20 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

Média salarial – Homens (€) Malta 660


2006 2007 2008 Espanha 748
UE 27 13.987 14.282 15.093 Reino Unido 1.139
Fonte: Eurostat. Irlanda 1.224
França 1.365
Bélgica 1.388
Principais faixas salariais Países Baixos 1.424
Luxemburgo 1.758
As faixas salariais podem variar Fonte: Eurostat.

bastante conforme o Estado membro


da União Europeia. Nesse sentido, Outros indicadores
recomendamos consultar o guia (porcentagem da população que
“Como Exportar” de cada país. Como possui os bens abaixo citados)
exemplo dessa diferença existente
nos países membros da UE, em 2011 Televisão 100%
o salário mínimo era de 123 euros Telefone fixo e celular 100%
brutos por mês na Bulgária, enquanto Automóvel 91%
Computador 92%
em Luxemburgo era de 1.758 euros. Fonte: Eurostat.

Segue, abaixo, tabela com os valores Taxa de alfabetização e população


de salário mínimo em alguns países estudantil
da União Europeia (nos quais existe
legislação sobre o salário mínimo). A maioria dos europeus passam
entre nove e dez anos na escola.
Estado membro Salário mínimo € (2011)
Em torno de 50% da população da
Bulgária 123
Romênia 157 UE entre 0-29 anos está na escola/
Lituânia 232 universidade. Apesar de possuir uma
Estônia 278 das maiores taxas de alfabetização
Hungria 281 do mundo, a sua taxa de analfabe-
Letônia 282
Polônia 281 tismo cresceu 10% desde 2000,
Eslováquia 317 segundo um documento de trabalho
República Tcheca 319 da Comissão Europeia.5
Polônia 353
Croácia 381
Portugal 583 5 PROGRESS TOWARDS THE LISBON OBJEC-
Eslovênia 691 TIVES IN EDUCATION AND TRAINING. Indicators
and benchmarks – 2008.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 21


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

3. Transportes e comunicações • O total de transporte de cargas


para modos do interior na União
3.1 Transportes e infraestrutura Europeia totalizou 2,595 bilhões
de tonelada/quilômetros (t/km)
Os cidadãos europeus gozam de um em 2006.
grau de mobilidade sem precedentes • O transporte de cargas em estra-
e o transporte de mercadorias é cada das representou 73% do mercado
vez mais eficiente. As redes rodoviária de transporte de cargas para o
e ferroviária são excelentes, sendo interior. A parcela das ferrovias foi
que a última conta com vários trechos de 17%, sendo as hidrovias e os
de alta velocidade. oleodutos responsáveis por 5%
cada um.
A UE fomentou a livre circulação de • O transporte de cargas em estra-
mercadorias, abrindo os mercados das internacionais foi responsável
nacionais e eliminando os entraves por cerca de um terço (ou 612
físicos e técnicos existentes. bilhões t/km) do total de transpor-
te de carga em estradas na União
De maneira geral, 44% das merca- Europeia em 2006. O transporte
dorias são transportadas por via de carga em estradas nacionais
rodoviária, em comparação com 39% representou os outros dois terços
por via marítima de curta distância, (1,266 bilhão de t/km).
10% por via ferroviária e 3% por vias • Em 2006, o transporte interna-
interiores navegáveis. Vale dizer que cional bilateral (deslocamento
o desequilíbrio é mais acentuado no realizado por companhias de
que se refere ao transporte de passa- transporte registrado no país de
geiros, com o transporte rodoviário carregamento ou descarrega-
(majoritariamente deslocações em mento) representou 82% (ou 507
veículos ligeiros) a representar 81%, bilhões t/km) do total de transpor-
em comparação com 6% para o te internacional na União Euro-
transporte ferroviário e 8% para o peia, deixando 15% (90 bilhões t/
transporte aéreo. km) para o transporte cruzado, a
segunda maior atividade (trans-
Segue, abaixo, breve resumo do setor porte entre dois países realizado
de transporte na União Europeia: por companhias de transporte

22 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

não registradas nem no país de • A Polônia foi o país que mais con-
carregamento, nem no de descar- tribuiu para o transporte cruzado
regamento, mas em um terceiro em 2006, com 19% do total na
país), e menos de 3% (16 bilhões União Europeia.
t/km), para cabotagem (transpor- • Os Países Baixos, a República
te entre o lugar de carregamento e Tcheca e a Alemanha registraram,
o de descarregamento localizado cada país, o correspondente a
no mesmo país, realizado por 10% do mercado de transporte
companhias de transporte regis- cruzado internacional.
tradas em outro país). • No que diz respeito aos serviços
• Embora em 2006 a cabotagem de cabotagem, a Alemanha ficou
tenha representado 3% do to- em primeiro lugar no mercado,
tal de transporte em estradas com 15% do total na União Euro-
internacionais, ela foi responsável peia, com base em t/km, enquan-
por apenas 1% do mercado de to os Países Baixos e Luxembur-
transporte nacional. A cabotagem go foram responsáveis por 14%
não é uma via de mão única já cada um, embora seja possível
que muitos dos países que foram que haja variações nacionais
os mais ativos na cabotagem importantes.
também estavam entre aqueles
em que a cabotagem foi mais rea- 3.2 Comunicações
lizada (ex.: Bélgica ou Alemanha).
• O mercado de transporte em O setor de comunicações é bastante
estradas internacionais na União desenvolvido na maioria dos países
Europeia foi dominado por cinco da União Europeia, principalmente no
bandeiras (alemã, polonesa, es- que diz respeito à telefonia (móvel e
panhola, holandesa e italiana) em fixa) e aos correios. A qualidade de
2006. As companhias de trans- conexão de internet é bem elevada
porte registradas nesses cinco nos principais países da UE e existem
países foram responsáveis por várias áreas nas quais a conexão sem
mais de 50% do mercado total de fio está disponível.
transporte de carga em estradas
internacionais dentro da União O preço de ligações (horários e tari-
Europeia. fas) realizadas aos países membros

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 23


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

da União Europeia pode ser consul- O Tratado de Lisboa altera, sem subs-
tado no site da Agência Nacional tituir, os tratados da União Europeia e
de Telecomunicações (Anatel), no da Comunidade Europeia atualmente
endereço: em vigor. O Tratado confere à União
o quadro jurídico e os instrumentos
http://sistemas.anatel.gov.br/SIPT/ necessários para fazer face a desafios
Atualizacao/N_ConsultaTarifas/Tela.p? futuros e responder às expectativas
SISQSmodulo=9748&LDN=false dos cidadãos.

4. Organização política e adminis- Esse novo Tratado visa, sobretudo,


trativa facilitar o funcionamento da União
Europeia com 27 Estados membros
4.1 Organização política por meio, por exemplo, da mudança
das regras de votação e métodos de
A União Europeia é uma organização trabalho simplificados, instituições
com características únicas. Com modernas maior capacidade de inter-
efeito, os seus membros são Estados venção nas áreas prioritárias atuais.
soberanos que decidiram partilhar a
soberania nalgumas áreas fundamen- Com o Tratado de Lisboa, a maior
tais. Tal como acontece com qualquer eficiência no processo de tomada
governo, a UE tem um poder legislati- de decisão por meio da votação por
vo e um poder executivo, bem como maioria qualificada no Conselho é
um poder judicial independente. alargada a novas áreas políticas para
acelerar o processo de tomada de
O Tratado de Lisboa, que entrou em decisão e reforçar a sua eficiência. A
vigor em 1º de dezembro de 2009, partir de 2014, o cálculo da maioria
confere à União Europeia instituições qualificada terá como base a dupla
modernas e métodos de trabalho maioria de Estados membros e de
eficientes que lhe permitirão dar uma população, representando assim a
resposta efetiva aos desafios atuais. dupla legitimidade da União. Nesse
Em realidade, o Tratado de Lisboa sentido, para ser aprovada por dupla
entrou em vigor pondo termo a vários maioria, uma decisão deve receber o
anos de negociações sobre questões voto favorável de 55% dos Estados
institucionais. membros, representando, pelo me-

24 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

nos, 65% da população da União. 4.2.2 Conselho Europeu

O texto abaixo inclui as designações O Conselho Europeu é constituído


oficiais seguindo a ordem de rigor a pelos principais representantes polí-
partir de 1º de dezembro de 2009, ticos eleitos dos Estados membros
em virtude da entrada em vigor do – primeiros-ministros e presidentes
Tratado de Lisboa. com poderes executivos.

4.2 Organização administrativa O Conselho Europeu adquire o estatu-


to de instituição da UE e as respecti-
4.2.1 Parlamento Europeu vas funções são claramente definidas
nos termos do Tratado de Lisboa.
Instituição da UE eleita por sufrágio
universal direto que representa os O presidente do Conselho Europeu
cidadãos dos Estados membros. Essa eleito pelos membros do Conselho
partilha do poder entre o Parlamento e Europeu desempenhará as suas fun-
o Conselho de Ministros é a chamada ções por um máximo de cinco anos.
codecisão. Presidirá às reuniões do Conselho,
dinamizará e dará continuidade aos
A codecisão, que passará a ser o trabalhos do Conselho e assegurará a
“processo legislativo ordinário”, será representação internacional da UE ao
alargada a novos domínios políticos, mais alto nível.
como o da liberdade, segurança e
justiça, reforçando assim as com- 4.2.3 Conselho da União Europeia
petências legislativas do Parlamento
Europeu. O Conselho da União Europeia é
também designado pelo Conse-
A sede do Parlamento é em Estras- lho de Ministros. É constituído por
burgo. As sessões adicionais são 27 ministros, que representam os
organizadas em Bruxelas. O Secre- governos dos Estados membros.
tariado-Geral está implantado em É nessa instituição que se reúnem
Luxemburgo. regularmente os diferentes ministros
dos Estados membros em função
dos assuntos tratados. É o principal

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 25


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

centro de decisão política da União, 4.2.4 Alto Representante da União


no qual é estabelecida a maior parte para os Negócios Estrangeiros e a
da legislação europeia. Política de Segurança e Vice-Presi-
É um órgão de decisão importante, dente da Comissão
que coordena as políticas econômi-
cas da UE e tem papel central na po- O detentor deste cargo será nomeado
lítica externa e de segurança comum. pelo Conselho Europeu e presidirá ao
Divide as competências legislativas Conselho de Ministros dos Negócios
e orçamentais com o Parlamento Estrangeiros, exercendo simultane-
Europeu. amente o cargo de Vice-Presidente
da Comissão Europeia. Apresentará
Como já mencionado, será introduzi- propostas, executará a política externa
do a partir de 2014 um sistema de- em nome do Conselho e represen-
signado “dupla maioria”: as decisões tará as posições da União em nível
do Conselho deverão ser apoiadas por internacional.
55% dos Estados membros, repre-
sentando pelo menos 65% da popu- 4.2.5 Comissão Europeia
lação europeia. Esse sistema confere
dupla legitimidade às decisões. É a única instituição da UE com
competências gerais para apresentar
Outra novidade do Tratado consiste propostas legislativas. A Comis-
no fato de o Conselho de Ministros são executa também as políticas
dos Negócios Estrangeiros passar a da União, assegura a execução do
ser presidido pelo Alto Representante orçamento, gere os programas da
da União para os Negócios Estran- UE, representa a UE em negociações
geiros e a Política de Segurança e internacionais e zela pela aplicação
Vice-Presidente da Comissão. correta dos tratados.

Em outros setores, tais como a 4.2.6 Parlamentos nacionais


agricultura, as finanças e a energia, o
Conselho continuará a ser presidido Ao abrigo do Tratado de Lisboa, todas
pelo Ministro do país que detém a as propostas legislativas da UE deve-
Presidência semestral rotativa da UE. rão ser transmitidas aos parlamentos
nacionais. Será criado um sistema

26 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

de alerta precoce e todos os parlamentos nacionais terão oito semanas para


defender a sua posição, se considerarem que uma proposta legislativa não é da
competência da UE. Se um número suficiente de parlamentos nacionais apre-
sentar objeções, a proposta pode ser alterada ou retirada.

As diversas designações das


instituições e órgãos da UE

Designação completa
Designação corrente Designação
e oficial
(abreviada nos docu- Abreviatura nos atos Sede
(sobretudo nos documentos
mentos não jurídicos) do Conselho
jurídicos)
Parlamento Europeu Parlamento Estrasbur-
Parlamento Europeu PE
(Parlamento) Europeu go (2)
Conselho
Conselho Europeu Conselho Europeu   Bruxelas
Europeu
Conselho da União
Europeia
(Conselho)
NB:
Nos textos de divul-
gação: Conselho
– (exceto no
Conselho da União Europeia – Bruxelas
Conselho de Ministros início
(em sentido lato) do preâmbulo)

Conselho [dos Minis-
tros]
(especializado, por
exemplo “Agricultura”)
Comissão
Comissão Europeia (exceto nos
Comissão Europeia – Bruxelas
(Comissão) acordos
internacionais)
Tribunal de Justiça da União
Tribunal de
Europeia Tribunal de Justiça TJUE Luxemburgo
Justiça
(instituição)

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 27


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Tribunal de
Tribunal de Justiça Tribunal – Luxemburgo
Justiça
(instância)
Tribunal de Contas da União Tribunal de Contas
Europeia  Europeu Tribunal de
TCE Luxemburgo
Jornal Oficial (sempre): (Tribunal de Contas, Contas
Tribunal de Contas Tribunal)
Comitê
Comitê Econômico e
Comitê Econômico e Social Econômico
Social Europeu CESE (5) Bruxelas
Europeu e Social
(Comitê)
Europeu

Comitê das Regiões da União Comitê das Regiões Comitê das


CR Bruxelas
Europeia (Comitê) Regiões

Banco
Banco Europeu de
Europeu
Banco Europeu de Investimento Investimento BEI Luxemburgo
de Investi-
(Banco)
mento
Provedor de Justiça Europeu
Provedor de Justiça Estrasburgo
Ombudsman –  
(Provedor) (6)

Autoridade Europeia
Autoridade Europeia para a Proteção de
AEPD   Bruxelas
para a Proteção de Dados Dados
(Autoridade)
Fonte: site da União Europeia.
Foto: Hemera/Thinkstock.

Metrô passando na Ponte de Bir-Hakeim, Paris.

28 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

5. Organizações e acordos interna-


cionais

A UE é membro de algumas organi- A UE tem o status de observador no


zações importantes, como a Organi- Fundo Monetário Internacional e no
zação Mundial do Comércio, da Food Banco Mundial.
and Agriculture Organization of the
United Nations (FAO), do Protocolo de A UE possui vários acordos interna-
Kyoto e da International Civil Aviation cionais de livre comércio com diver-
Organization. No entanto, em grande sos países, como México e Chile.
parte das organizações internacio- Existem acordos com o Brasil, que foi
nais, a UE não é um membro ativo, considerado pela UE em 2007 como
mas sim seus Estados membros sob um parceiro estratégico. Também está
a coordenação da Comissão Euro- em fase de negociação possível acor-
peia. Em outras situações, o poder de
voto da UE depende da presença de
todos os seus membros.6

6 Codex Alimentarius.

Foto: Hemera/Thinkstock.

Metrô na Alemanha.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 29


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Foto: iStockphoto/Thinkstock.

Parlamento Europeu, Strasbourg.

30 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

II - ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS


do de livre comércio com o Mercado dades para reverter o quadro de crise
Comum do Sul (MERCOSUL). econômica, as duas maiores econo-
mias europeias, Alemanha e França,
deverão registrar expansão real no
1. Conjuntura econômica biênio 2012/13, de acordo com a EIU.
A recuperação econômica do Reino
Desde o início da crise econômica Unido é esperada para 2013, quando
mundial de 2008, a conjuntura econô- o PIB do país deverá crescer 1,4%.
mica no âmbito da União Europeia e
da Área do Euro não apresenta bons No que diz respeito à economia de
resultados, inclusive com períodos de países menores da União Europeia, a
recessão, como a retração de 4,2% recuperação dar-se-á em ritmo distin-
observada em 2009. No último biênio, to, conforme o grau de vulnerabilida-
porém, observou-se alguma retomada de de cada membro. Enquanto países
do crescimento econômico no seio da como Portugal e Grécia deverão
União Europeia, traduzida na expan- enfrentar maiores dificuldades para
são real do PIB ao nível de 2,0% no recuperar-se da crise, países de me-
ano de 2010 e de 1,6% em 2011. nor porte econômico deverão mostrar
expansão acentuada entre 2012 e
As últimas avaliações da Economist 2013, como é o caso da Lituânia.
Intelligence Unit (EIU) apontam para
o desaquecimento do nível de ativida- Crescimento real do PIB (%)
des na União Europeia em 2012. Com 2007 2008 2009 2010 2011
a adoção de medidas anticíclicas por UE
3,2 0,2 -4,3 2,0 1,6
parte das autoridades econômicas 27

comunitárias e dos governos na- Fonte: EIU – Country Report, junho de 2012.

cionais, espera-se leve recuperação


em 2013, com crescimento do PIB Nos próximos anos, o desemprego
próximo de 1%. deve ser um dos desafios a ser en-
frentado pelas autoridades econômi-
Embora economias relevantes, como cas europeias. Segundo a EIU, a taxa
a espanhola, devam ter mais dificul- de desemprego na União Europeia

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 31


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

passou de 7,6% em 2008 para 10,1% em 2011. Muito embora países como
a Grécia e a Espanha apresentem índices de desemprego superiores a 20%,
destaca-se que os níveis são bastante melhores em outros países do bloco,
como Alemanha (5,6%) e Holanda (5,2%).

Taxa de desemprego (%)

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013


UE-17 7,6 7,6 9,5 10,0 10,1 10,5 10,7
UE-27 7,4 7,2 9,2 9,8 9,7 10,0 10,1
Fonte: EIU – Country Report, junho de 2012.

Taxa média de inflação (preços ao consumidor)

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013


UE-17 2,2 3,3 0,3 1,6 2,7 2,3 1,8
UE-27 2,4 3,6 0,9 2,0 3,1 2,5 2,1
Fonte: EIU – Country Report, junho de 2012.

2. Principais setores de atividade

2.1 Agricultura7

A participação do setor agrícola no PIB é relativamente escassa se tomar-


mos como base o conjunto da UE, mas continua sendo significativa em
países como Bulgária e Romênia. Por outro lado, os países com maior área
dedicada à agricultura são a França, seguida da Espanha e da Alemanha.

Abaixo segue gráfico da distribição da produção agrícola europeia entre os


Estados membros da UE.

7 European Union WTO Trade Policy Review, WT/TPR/S/214/Rev.1.


32 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

* Bulgária e Romênia não estão presentes no gráfico acima, pois entraram na UE em 2007.

A UE pode produzir praticamente todos os produtos agrícolas e, em relação


a vários deles, nomeadamente azeite, carnes, vinho, uísque, licores e outras
bebidas espirituosas, é considerada líder mundial. No entanto, a UE é tam-

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 33


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

bém grande importador de muitos e de energia final da UE alcançou a


variados produtos. Frutas, carnes e cifra de 1.176 milhões de toneladas
café brasileiro são alguns dos produ- de equivalente em petróleo, e seu
tos importados em grande quantidade déficit no comércio de energia foi de
pela UE. 281.000 milhões de euros.9 A princi-
pal fonte de energia é o petróleo, que
No que diz respeito à política flores- representa 37% do consumo bruto
tal, é importante salientar que está de energia10, seguido de gás natural
entre as competências dos Estados (24 %), combustíveis sólidos (18 %)
membros. O Comitê Florestal Perma- e energia nuclear (14 %).11
nente da Direção-Geral de Agricultu-
ra, que representa as administrações 2.2.1 Energias renováveis
florestais dos Estados membros,
atua, entre outras atividades, como A utilização de energias renováveis
foro de consulta para o desenvolvi- (energia eólica, solar e fotovoltaica,
mento de medidas relacionadas com biomassa e biocombustíveis, calor
a silvicultura no marco das políticas geotérmico e bombas de calor)
comunitárias em matéria de desen- contribui para limitar as alterações
volvimento rural e meio ambiente. climáticas. Além disso, contribui
para a segurança do aprovisiona-
2.2 Energia mento energético e o crescimento
e a criação de emprego na Europa,
A UE ocupa o primeiro lugar entre os graças ao aumento da produção e do
principais importadores de energia consumo de energia local.
do mundo e o segundo entre os
principais consumidores. Contudo, as fontes de energia reno-
váveis continuam a pesar pouco no
A UE somente tem capacidade de
fabricar e fornecer metade da energia
Dinamarca é o único Estado membro exportador
que necessita.8 Em 2006, a demanda de energia (Eurostat, 2007b).
9 SPEECH/08/96, 21 de fevereiro de 2008.
8 Em 2004 as taxas de dependência energética 10 As importações de petróleo são originárias
variaram entre níveis baixos no Reino Unido e principalmente da Rússia e dos países do Oriente
Polônia e níveis superiores a 80 % em Portugal, Médio (Eurostat, 2007).
Itália, Irlanda, Chipre, Luxemburgo e Malta. A 11 Comissão Europeia (2006a).

34 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

panorama energético europeu, na 2.3 Setor industrial


medida em que o seu custo conti-
nua a ser superior ao das fontes de O setor industrial possui grande im-
energia tradicionais. portância na economia da UE. A Ale-
manha é o país que mais contribui
Com vista à maior penetração das com a indústria europeia (26,3%),
energias renováveis, a UE estabe- seguido da França (13,1%), Reino
leceu, no seu “Roteiro das Energia Unido (12,9%) e Itália (12,8%).
Renováveis”, o objetivo obrigatório
de aumentar em 20% a parte dessas Esse setor representa também
energias limpas no universo energéti- aproximadamente grande parte das
co, até 2020.12 exportações comunitárias. Absorve
mais de 80% dos gastos do setor
Esse objetivo exigirá a consolidação privado em investigação e desenvol-
de progressos nos três principais vimento e está bastante inter-relacio-
setores implicados nas energias nado com as indústrias de serviços,
renováveis: (i) eletricidade (aumentar às quais proporciona insumos
a produção de eletricidade com base fundamentais.
em energias renováveis e permitir a
produção de eletricidade sustentável O principal setor em 2005 foi o de
com base em combustíveis fósseis, fabricação de metais comuns e
principalmente graças à instauração de produtos elaborados com essa
de sistemas de captura e armazena- matéria-prima (13,6%), seguido da
gem de CO2); (ii) biocombustíveis, fabricação de produtos alimentí-
que, até 2020, deverão representar cios, bebidas e tabaco (12,2%) e da
10% dos combustíveis utilizados nos fabricação de equipamentos elétricos
veículos; e (iii) sistemas de aqueci- e ópticos.
mento e de arrefecimento.
2.3.1 Indústria automobilística

12 Diretiva 2009/28/CE do Parlamento Europeu A UE é o maior produtor mundial de


e do Conselho, de 23 de abril de 2009, relativa à veículos a motor. A indústria auto-
promoção da utilização de energia proveniente de mobilística é, por isso, essencial
fontes renováveis, que altera e subsequentemente
revoga as Diretivas 2001/77/CE e 2003/30/CE.
para a prosperidade da Europa. Tem

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 35


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

importância enorme na função de 2.3.3 Indústria química


empregadora de pessoal qualificado
e é uma impulsionadora fundamental As indústrias de produtos químicos,
do conhecimento e da inovação. de materiais plásticos e de borracha
Constitui a maior investidora privada estão entre os maiores e mais dinâ-
da Europa em investigação e desen- micos setores na UE. Representam
volvimento (I&D). A sua contribuição coletivamente cerca de 3,2 milhões
para o PIB da UE reveste-se da maior de empregos em mais de 60.000
importância, pois o bloco exporta empresas. Em 2007, as vendas de
muito mais do que importa. produtos químicos na UE ascenderam
a 537 bilhões de euros, o que equiva-
2.3.2 Indústria agroalimentar le a cerca de 30% do total mundial.

A indústria de alimentação e bebidas 2.4 Turismo


é um dos setores industriais mais
importantes e dinâmicos da Europa. O turismo engloba grande variedade
Conta com cerca de 310.000 empre- de produtos e destinos e envolve
sas e proporciona trabalho a mais de diversos grupos de interesse, tanto
4 milhões de pessoas, o que repre- públicos como privados, com áreas
senta 14% da taxa de emprego de de competência muito descentra-
todo o setor industrial. lizadas, frequentemente em níveis
regional e local.
Com volume de negócios anual de
mais 900 bilhões de euros, esse O turismo tem grande potencial na
diversificado setor caracteriza-se pelo contribuição para a realização de
importante volume das suas exporta- vários dos grandes objetivos da UE,
ções e pela elaboração de inúmeros tais como o desenvolvimento susten-
produtos finais que são comerciali- tável, o crescimento econômico, o
zados em mercados domésticos e emprego, bem como a coesão social
internacionais extremamente competi- e econômica.
tivos. Mas, mesmo assim, ainda pode
ser melhorado. O turismo é particularmente impor-
tante quando se trata de oferecer

36 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

oportunidades de emprego aos 3. Moeda e finanças


jovens, que, nessa área, representam
o dobro da mão de obra, em relação 3.1 Moeda
ao resto da economia.
Os países que fazem parte da Zona
O crescimento de emprego no setor Euro deixaram de adotar suas moedas
do turismo tem sido significativamen- nacionais para adotar a moeda única,
te superior em relação ao resto da Euro. Quando foi lançada a moeda
economia nos últimos anos, tornando única em 1999, a área do euro era
o setor importante na criação de constituída por onze países. Atual-
empregos. mente, conta com dezesseis países.
Eslováquia, Chipre e Malta são os
O turismo é uma atividade econômica membros mais recentes e a Estônia
estratégica na União Europeia, cuja adotará o euro em 1° de janeiro de
importância na economia da UE pro- 2011.
vavelmente continuará a crescer nos
próximos anos. As notas de euro estão em circulação
desde 1º de janeiro de 2002, existindo
A indústria do turismo da UE gera sete denominações, cada uma com
mais de 4% do PIB da UE, com quase um tamanho diferente: €5, €10, €20,
2 milhões de empresas que empre- €50, €100, €200 e €500.
gam cerca de 4% da mão de obra
total (aproximadamente 8 milhões de A série de moedas de euro é constitu-
empregos). Quando se consideram os ída por oito denominações diferentes:
setores relacionados com o turismo, 1 centavo, 2 centavos, 5 centavos, 10
a contribuição estimada para o PIB é centavos, 20 centavos e 50 centavos,
muito maior – o turismo gera indireta- €1 e €2. Todas as moedas de euro
mente 11% do PIB da União Europeia têm uma face europeia comum e uma
e representa perto de 12% da mão de face nacional. A face nacional identi-
obra. fica o país emitente. Qualquer moeda
de euro pode ser usada em qualquer
país da área do euro.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 37


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Dezesseis Estados membros da


União Europeia utilizam o euro como
a sua moeda:

• Bélgica
• Alemanha
• Irlanda
• Grécia
• Espanha
• França
• Itália
• Chipre
• Luxemburgo
• Malta
• Holanda
• Áustria
• Portugal
• Eslovênia
• Eslováquia
• Finlândia

No entanto, os seguintes países são


membros da União Europeia, mas,
atualmente, não utilizam a moeda
única: Bulgária, República Tcheca,
Dinamarca, Estônia, Letônia, Lituânia,
Hungria, Polônia, Romênia, Suécia e
Reino Unido.
Foto: Goodshoot/Thinkstock.

Tabela 1 – Cotação
US$ Dólar Real
1€ 1,234 2,503
Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU), cotação de
9/7/2012. Paris, Torre Eiffel.

38 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

3.2 Balanço de Pagamentos e reservas internacionais

O balanço de pagamentos em transações correntes da UE-27 registrou, no ano


de 2011, superávit de US$ 146,5 bilhões, apresentando melhoria significativa,
comparada ao déficit de US$ 24,4 bilhões no ano anterior.

Tabela 2 - Balanço de pagamentos UE 27

2007 2008 2009 2010 2011


Balança de transações correntes UE-27 (US$
-91,3 -181,7 -12,6 -24,4 146,5
bn)
Balança de serviços UE-27 (US$ bn) 225,7 243,7 206,8 236,8 298,2
Balança de transações correntes UE-27 em
-0,5% -1,0% -0,1% -0,1% 0,8%
% do PIB (US$ bn)
Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU).

Tabela 3 - Balanço de Pagamentos da Zona Euro (EU16)

2007 2008 2009 2010 2011


Balança de transações correntes zona euro
20,0 -97,7 13,2 37,9 167,1
(US$ bn)
Balança de serviços zona euro (US$ bn) 2,8 6,2 -5,3 3,1 6,1
Balança de transações correntes em % do PIB
0,2 -0,7 0,1 0,3 1,3
da zona euro (US$ bn)
Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU).

3.3 Finanças públicas

O Acordo Interinstitucional sobre a disciplina orçamentária e a boa gestão


financeira, celebrado entre o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão,
em 17 de maio de 2006, oferece o quadro financeiro para os anos 2007-
2013.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 39


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Segundo esse Acordo Interinstitucio- Segue, abaixo, quadro indicativo de


nal, os recursos orçamentários da como foi dividido o orçamento da
UE serão utilizados: União Europeia no ano 2009.13
• empregando recursos financeiros
em prol do crescimento e do em- 3.4 Sistema bancário
prego, de forma a tornar a UE mais
competitiva e a reduzir as dispari- O Banco Central Europeu (BCE) é o
dades econômicas e sociais; banco central responsável pela moe-
• contribuindo para melhor pre- da única da Eurozona e a sua prin-
servação e gestão dos recursos cipal missão é preservar o poder de
naturais; compra do euro, assegurando assim
• melhorando a qualidade de vida de a estabilidade de preços na respec-
todos os cidadãos da UE; tiva zona. A sua sede está localizada
• apoiando a posição da UE de na cidade alemã de Frankfurt.
parceiro mundial com responsabi-
lidades globais.

13 Fonte: site oficial da União Europeia.

40 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

O BCE estabelece e aplica a política


monetária europeia, dirige as ope-
rações de câmbio e garante o bom
funcionamento dos sistemas de
pagamentos.

O BCE é a instituição central da


política monetária da União Econô-
mica Monetária (UEM) e o centro do
Sistema Europeu de Bancos Centrais
(SEBC) e do sistema da Eurozona.

Foto: DigitalVision/Thinkstock.

Euro em espécie.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 41


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Foto: PolkaDot/Thinkstock.

Pequeno produtor orgânico, Reino Unido.

42 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

III- COMÉRCIO EXTERIOR

1. Evolução recente
veículos e autopeças (8,3%); produtos
A União Europeia é responsável por farmacêuticos (3,9%); plásticos e suas
cerca de 30% das trocas comerciais manufaturas (3,6%); ferro fundido,
globais. Tomada em conjunto, é o ferro e aço (3,1%); produtos quími-
maior player do comércio global. No cos orgânicos (3%); instrumentos
entanto, a maior parte do comércio e aparelhos médicos e de precisão
exterior da União Europeia é realizada (2,6%); obras de ferro fundido, ferro e
entre os membros do bloco. O comér- aço (1,8%).
cio extrazona representa aproximada-
mente 35% do total geral transaciona- Por outro lado, a União Europeia
do pela UE. desponta como grande exportadora
de itens manufaturados, sobretudo de
Em 2011, segundo o Trade Map, as maior intensividade tecnológica, como
importações totais da União Europeia é o caso dos produtos farmacêuticos.
mostraram comportamento expansi- Em 2011, segundo o Trade Map, as
vo, atingindo US$ 6,12 trilhões, com exportações da União Europeia atingi-
expansão de 16,6% em relação ao ano ram US$ 6,01 trilhões, com expansão
anterior. O montante das importações de 17,0% em relação ao ano anterior.
intrazona também mostrou forte cres- Os dez principais grupos de produtos
cimento, totalizando US$ 3,64 trilhões. exportados foram: máquinas, apare-
lhos e instrumentos mecânicos (14,3%
A União Europeia figura como grande de participação); veículos e autopeças
importadora de produtos básicos e (10,8%); máquinas, instrumentos e
de bens intermediários. Em 2011, os aparelhagem elétrica (8,6%); combus-
dez principais grupos de produtos da tíveis e lubrificantes (7,4%); produtos
importação global do bloco foram: farmacêuticos (5,2%); plásticos e suas
combustíveis e lubrificantes (16,3% de manufaturas (4,1%); instrumentos
participação em relação ao total geral); e aparelhos médicos e de precisão
máquinas, aparelhos e instrumentos (3,2%); ferro e aço (3,2%); produtos
mecânicos (11%); máquinas, instru- químicos orgânicos (3,1%); obras de
mentos e aparelhagem elétrica (9,9%); ferro fundido, ferro e aço (2,3%).

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 43


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

2. Direção

Exportações – principais parceiros

Fonte: UNCTAD/Trade Map.

Segundo estatísticas da UNCTAD, o Brasil ocupa a nona posição na lista


dos maiores compradores da União Europeia entre os mercados extrazona e
participou, em 2011, com 0,8% do total das exportações do bloco.

Importações – principais parceiros

Fonte: UNCTAD/Trade Map.

44 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

Do mesmo modo, o Brasil ocupou em 2011 a nona posição na lista dos


maiores vendedores para a União Europeia entre os mercados extrazona,
com participação de 0,9% do total das compras do bloco.

3. Composição

Importações

Fonte: Comissão Europeia, Direção-Geral de Comércio.

Exportações

Fonte: Comissão Europeia, Direção-Geral de Comércio.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 45


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Foto: iSotckphoto/Thinkstock.

Santorini, Grécia.

46 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

IV- RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL-UNIÃO EUROPEIA

1. Intercâmbio comercial bilateral to de 57,1%. Em 2011, os fluxos


comerciais exibiram expansão de
1.1. Brasil – intercâmbio comercial 20,8% em relação ao ano anterior.
com a União Europeia Desse modo, a União Europeia
figurou como o principal parceiro
Nos últimos três anos, o intercâmbio comercial do Brasil em 2011, repre-
comercial entre o Brasil e a UE exibiu sentando 20,7% do intercâmbio total
desempenho positivo, passando de brasileiro, seguida pela China, que
US$ 63,2 bilhões em 2009 para US$ teve participação de 16% do total, e
99,3 bilhões em 2011, crescimen- pelos Estados Unidos, com 12,4%.

1.2 Exportações

No triênio 2009-2011, as exporta- vez de 22,7% em relação a 2010.


ções brasileiras para a União Eu- Por conseguinte, a União Europeia foi
ropeia exibiram bom desempenho, o destino das exportações nacionais,
evoluindo de US$ 34,0 bilhões para representando 20,7% do total em
US$ 52,9 bilhões, crescimento de 2011, à frente da China, que teve
55,6%. Em 2011, as vendas nova- participação de 17,3%, e dos Esta-
mente apresentaram expansão, desta dos Unidos, com 10,1%.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 47


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA A UNIÃO EUROPEIA


US$ BILHÕES
2009 2010 2011
34,0 43,1 52,9

1.3 Importações

As aquisições brasileiras originárias Desse modo, considerada em con-


da União Europeia nos últimos três junto, a UE foi a principal supridora
anos apresentaram desempenho po- de mercadorias do Brasil, com repre-
sitivo, evoluindo de US$ 29,2 bilhões sentatividade de 22,2% das compras
em 2009 para US$ 46,4 bilhões em brasileiras, seguida pelos Estados
2011, crescimento de 58,9%. Em Unidos, que teve participação de
2011, as importações expandiram 15%, e pela China, com 14,5%.
18,6% em relação ao ano anterior.

IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS ORIGINÁRIAS DA UNIÃO EUROPEIA


US$ BILHÕES
2009 2010 2011
29,2 39,1 46,4

1.4 Saldo

Os resultados da balança comercial lhões em 2010 e de US$ 6,5 bilhões


entre o Brasil e a União Europeia em 2011. Em 2011, a expansão do
são tradicionalmente favoráveis ao saldo foi de 62,5% em relação ao
Brasil, com exceção dos valores ano anterior.
anotados no quinquênio 1995-1999.
Nos últimos três anos, os superávits
alcançados pelo Brasil foram de US$
4,8 bilhões em 2009, de US$ 4 bi-

48 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

SALDO COMERCIAL ENTRE BRASIL E A UNIÃO EUROPEIA


US$ BILHÕES
2009 2010 2011
4,8 4,0 6,5

O quadro abaixo tem informações sobre o intercâmbio comercial entre o


Brasil e a União Europeia nos anos de 2009, 2010 e 2011, conforme dados
do MDIC/SECEX.

Em 2011, entre os membros da União Europeia, os cinco principais merca-


dos de destino para as exportações brasileiras foram: Países Baixos – US$
13,6 bilhões (25,8% das exportações brasileiras para a UE); Alemanha –
US$ 9 bilhões (17,1%); Itália – US$ 5,4 bilhões (10,3%); Reino Unido – US$
5,2 bilhões (9,8%); e Espanha – US$ 4,7 bilhões (8,8%).

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 49


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Os cinco principais países de origem das importações brasileiras entre os


membros da União Europeia foram: Alemanha – US$ 15,2 bilhões (32,8%
das importações brasileiras da UE); Itália – US$ 6,2 bilhões (14,3%); França
– US$ 5,5 bilhões (11,9%); Reino Unido – US$ 3,4 bilhões (7,3%); e Espa-
nha – US$ 3,3 bilhões (7,1%).

Segue, abaixo, tabela com os cinco principais parceiros comerciais da UE


com seus respectivos fluxos comerciais no ano de 2011.

50 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

2. Composição do intercâmbio referente ao comércio Brasil-UE por


comercial bilateral mercadorias, os produtos mais ex-
portados para a UE foram: minérios,
Em 2011, a composição das expor- participação de 17,4% do total; café
tações brasileiras para a União Euro- (8,3% do total); farelo de soja (7,8%
peia teve predominância de produtos do total); combustíveis (7,4% do
básicos, que representaram 51,8% total); e máquinas mecânicas (5,3%
do total, seguidos dos manufatu- do total). Juntos, os cinco principais
rados, com 32,4%, e dos semima- produtos exportados representaram
nufaturados, com 15,6%. Como cerca de 50% da pauta exportadora
se depreende do quadro abaixo, para o bloco em 2011.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 51


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Em 2011, a composição das im- foram: máquinas e equipamentos


portações brasileiras originárias da mecânicos, representando 24,6% do
União Europeia teve forte predomi- total; veículos automóveis e auto-
nância de produtos manufaturados, peças (11,2% do total); máquinas e
que representaram 96% do total, instrumentos elétricos (8,8% do to-
seguidos pelos semimanufaturados tal); produtos farmacêuticos (8%); e
(3%) e pelos básicos (1%). Os prin- produtos químicos orgânicos (6,3%).
cipais produtos importados do bloco

3. Investimentos da União Europeia


no Brasil

Não existe no banco de dados do de cada país da UE. Nesse sentido,


Banco Central do Brasil informação segue, abaixo, tabela com o total de
sobre o volume de investimentos investimentos diretos feitos pela UE
estrangeiros diretos feitos pelo nos anos de 2006-2009, conforme
conjunto dos Estados membros da dados oficiais da União Europeia.
UE. O Banco Central apenas fornece
os investimentos diretos originários

52 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

UE 27 FDI no Brasil (milhões de euros)


2006 2007 2008 2009*
UE27 5.416 14.332 -1.061 6.930
Fonte: Eurostat/*valores provisórios.

Segundo estatísticas do Banco Cen- As consultas têm lugar no quadro


tral, vários países da União Europeia das reuniões da Comissão Mista
encontram-se entre os principais Brasil-UE, realizadas normalmente a
investidores no Brasil, entre eles os cada dois anos.
Países Baixos, a Espanha, a Alema-
nha e a França. Em maio de 2007, a UE recomendou
o estabelecimento de uma parce-
ria estratégica para aprofundar os
4. Principais acordos econômicos seus laços com o Brasil (UE-Brasil:
com o Brasil Proposta de parceria estratégica). A
primeira cimeira UE-Brasil teve lugar
4.1 Acordo Brasil-UE em Lisboa, em julho de 2007. Os
temas centrais da nova parceria in-
O Brasil e a União Europeia assi- cluem multilateralismo efetivo, altera-
naram, em 1992, um “Acordo de ções climáticas, energia sustentável,
Terceira Geração”, que entrou em luta contra a pobreza, processo de
vigor em 1995, com disposições integração do MERCOSUL e a esta-
mais completas do que as previstas bilidade e a prosperidade da América
no antigo Acordo-Quadro de Coope- Latina. Essa nova relação coloca o
ração, de 1980. Brasil, a região do MERCOSUL e a
América do Sul entre as principais
O novo Acordo visava a ampliar a prioridades do mapa político da UE.
cooperação nos campos comercial,
econômico, científico e tecnológico. O documento de estratégia para o
Esse acordo, embora não estabe- Brasil para o período 2007-2013
lecesse preferências comerciais, prevê a utilização de um total de
previa a possibilidade de consultas 61 milhões de euros repartidos por
sobre questões de natureza comer- dois domínios principais: o reforço
cial de interesse das partes. das relações bilaterais (por meio do

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 53


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

diálogo setorial, de programas de de seu setor agrícola ao MERCO-


bolsas e do Instituto de Estudos Eu- SUL. Por outro lado, o MERCOSUL
ropeus) e o ambiente. O comércio é terá que aplicar maior empenho na
outro tema importante desse diálogo, abertura, para os europeus, de seu
dada a posição do Brasil como mer- setor industrial. O MERCOSUL tam-
cado mais importante da América bém terá que assumir compromisso
Latina para União Europeia. para abertura dos seguintes setores/
temas: (i) compras governamentais,
4.2 Negociações MERCOSUL-UE (ii) propriedade intelectual, (iii) indi-
cação geográfica, (iv) serviços, (v)
As negociações entre MERCOSUL investimentos, (vi) disposições sobre
e União Europeia tiveram realmen- desenvolvimento sustentável.
te seu início em 1995, porém, em Baseado em alguns estudos, prevê-
2004, foram paralisadas formalmen- -se que, com a assinatura do acor-
te diante dos desentendimentos entre do, os benefícios econômicos para
os líderes dos dois blocos. a UE poderão atingir aumento de
Recentemente, após algumas reu- cerca de 4,5 bilhões de euros em
niões entre os altos funcionários do suas exportações anuais para o
MERCOSUL e da União Europeia, os MERCOSUL. Também está previsto
comissários da UE aprovaram, em aumento similar para as exportações
Bruxelas, no dia 4 de maio de 2010, do MERCOSUL à UE.
apesar da oposição de alguns países Ressalte-se, igualmente, a existência
do bloco, liderados pela França, a re- do Foro Empresarial MERCOSUL-
tomada das negociações comerciais -União Europeia (FEME), que tem
para a assinatura de um acordo de por objetivo promover as relações
livre comércio com o MERCOSUL. comerciais entre os dois blocos
Para que essa negociação tenha êxi- econômicos. Para mais informações,
to, acredita-se que será necessário consulte:
que os dois blocos façam movimen-
tos sólidos e significativos na aber- http://www.mebforum.org/web/
tura de seus setores econômicos guest/mebf.
considerados sensíveis.
Dessa maneira, a UE deverá empe-
nhar seus esforços na liberalização
54 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012
Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

V- ACESSO AO MERCADO

1. Sistema tarifário A Nomenclatura Combinada é a


nomenclatura pautal e estatística da
1.1 Estrutura da tarifa união aduaneira. A Pauta Aduaneira
Comum é a pauta externa aplicada
A estrutura da tarifa da União Eu- aos produtos importados na União.
ropeia tem como base o Sistema A Pauta Integrada das Comunida-
Harmonizado (SH) e a Nomenclatura des Europeias, denominada TARIC,
combinada. Em outras palavras, a contém as medidas comunitárias e
Nomenclatura Combinada da Co- comerciais aplicadas às mercado-
munidade Europeia (NC) integra a rias importadas e exportadas pela
Nomenclatura SH e abrange subdi- Comunidade. A Comissão Europeia é
visões adicionais de oito dígitos e responsável pela sua gestão e dispo-
notas legais criadas especialmente nibiliza uma versão atualizada diaria-
para lidar com as necessidades da mente no site oficial da TARIC:14
Comunidade. http://ec.europa.eu/taxation_cus-
toms/dds2/taric/taric_consultation.
As mercadorias, quando declaradas jsp?Taric=&Lang=pt&Screen=0
para a alfândega na Comunidade, ge- &Description=&Area=&redirectio
ralmente devem ser classificadas de nDate=20100713&Level=&Lang
acordo com a Nomenclatura Com- Descr=en&Expand=false&SimDa
binada. Mercadorias importadas e te=20100713.
exportadas devem ser declaradas
informando em qual subtítulo elas O Brasil, como os demais países
se enquadram. Isso determina qual membros da Organização Mundial
imposto de importação se aplica e do Comércio (OMC), beneficia-se, na
como as mercadorias são tratadas UE, da pauta convencional.
para fins de estatística.
A tarifa comum da CE de 2008
Determinado país pode se beneficiar contém 9.699 linhas no nível de oito
de um ou mais regimes preferenciais
(por exemplo, SPG e Acordos de 14 A TARIC não tem o status de instrumento
Parceria Econômica ou Acordo Euro- legal, porém seus códigos de dez dígitos devem
-Mediterrâneo e SPG). ser utilizados nas declarações aduaneiras e esta-
tísticas no comércio com países terceiros.
Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 55
UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

dígitos. A União Europeia continua das linhas de tarifas não agrícolas),


a aplicar diversos tipos de tarifa: (i) incluindo madeira, polpa, papel e
taxas ad valorem, que são as mais móveis (75,4% do total das linhas
utilizadas (89,9%), seguidas das: (ii) tarifárias do grupo do produto);
específicas (6,5%); (iii) compostas metais (53,9%); e produtos minerais,
(2,9%); (iv) encargos alternativos pedras preciosas e metais preciosos
(combinados) com um mínimo e um (41,1%). Aproximadamente 9,6%
máximo (0,8%); e (v) “tarifas por va- das linhas possuem taxas de menos
riação”, que podem ser modificadas de 2% (taxas de distúrbio).
de acordo com as variações do “pre-
ço de entrada” de c.i.f. (0,6%). Além Todas as tarifas acima de 100% são
disso, tarifas periódicas se aplicam relacionadas a produtos agrícolas,
a certos produtos, principalmente conforme definido pela Organização
produtos agrícolas. Alguns produtos Mundial de Comércio, e a proteção
agrícolas estão sujeitos a quotas média acima de 30% continua a ser
tarifárias. As tarifas ad valorem são aplicada em quase todos os pro-
aplicadas sobre o valor aduaneiro de dutos agrícolas (carne, laticínios,
c.i.f.15 cereais, açúcares – capítulos 02, 04,
10 e 17 do Sistema Harmonizado).
A média simples aplicada à tarifa
MFN é estimada em 6,7% para 2008 Os valores da tarifa da CE indicam
(6,9% em 2006), com taxas que vão aumento combinado, com taxas
de zero a 604,3% (um equivalente ad médias de 8,1% para a primeira
valorem). Aproximadamente 81,8% fase de processamento, 5,0% sobre
de todas as linhas tarifárias possuem mercadorias semiprocessadas e
taxas que vão de zero a 10%. A tarifa 7,3% sobre mercadorias totalmente
zero se aplica a 25,3% de todas as processadas.
linhas tarifárias (18,1% das linhas
de tarifa agrícola da OMC e 27,1% 1.2 Território Aduaneiro

15 WTO Document, European Comission Trade O território aduaneiro da Comunidade


Policy Review, WT/TPR/S/214/Rev.1, 8 June abrange:
2009.
• Bélgica

56 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

• Bulgária • Malta
• República Tcheca • Holanda
• Dinamarca, exceto pelas Ilhas • Áustria
Faroé e Groenlândia • Polônia
• Alemanha, exceto pela Ilha • Portugal
de Heligoland e o território de • Romênia
Büsingen • Eslovênia
• Estônia • República Eslovaca
• Irlanda • Finlândia
• Grécia • Suécia
• Espanha, exceto Ceuta e Melilla • Reino Unido da Grã-Bretanha
• França, exceto a Nova Caledônia, e Irlanda do Norte, as Ilhas do
Mayotte, Saint-Pierre e Miquelon, Canal e a Ilha de Man
Ilhas de Wallis e Futuna, Poliné-
sia Francesa e Sul da França e O território aduaneiro da Comunidade
Territórios Antárticos inclui as águas territoriais, as águas
• Itália, exceto os municípios de marítimas nacionais e o espaço
Livigno e Campione d’Italia e aéreo dos Estados membros, exceto
as águas nacionais do Lago de pelas águas territoriais, as águas
Lugano que estão entre o banco marítimas nacionais e o espaço
e a fronteira política da área entre aéreo daqueles territórios que não
Ponte Tresa e Porto Ceresio fazem parte do território aduaneiro
• Chipre (com um acordo penden- da Comunidade, conforme elencado
te sobre o problema do Chipre, acima.
o pedido da Comunidade acquis
está suspenso naquelas áreas Os seguintes territórios, incluindo
nas quais o Governo da Repú- suas águas territoriais, as águas ma-
blica de Chipre não exerce o rítimas nacionais e o espaço aéreo,
controle eficaz) situados fora do território dos Esta-
• Látvia dos membros, deverão ser conside-
• Lituânia rados parte do território aduaneiro da
• Luxemburgo Comunidade:
• Hungria

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 57


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

1.2.1 Tratado da CE desses dois grupos de ilhas é menor


do que o IVA do resto de Portugal,
• o território do Principado de mas eles não estão excluídos da
Mônaco; Área do Imposto de Valor Agregado
• o território das Bases Britânicas da União Europeia.
Soberanas de Akrotiri e Dhekelia,
em Chipre. 1.2.3 Ilhas Canárias

As regiões ultraperiféricas são sete As Ilhas Canárias são um grupo de


regiões dos Estados membros da UE ilhas da Espanha ao largo da costa
que fazem parte da UE. De acordo africana, que estão fora da Área
com o Tratado da UE, a legislação do Imposto de Valor Agregado da
da União Europeia se aplica a esses União Europeia (por conta do seu
territórios com possíveis derroga- baixo IVA, 5%). Em outros casos,
ções para levar em consideração a legislação da UE se aplica na sua
suas “situações sociais estruturais totalidade.
e econômicas... que são compostas
pelos seus distanciamentos, situ- 1.2.4 Departamentos de ultramar
ação insular, pequeno porte, difícil franceses
topografia e clima, dependência
econômica em relação a alguns pro- Guiana Francesa, Guadalupe, Marti-
dutos, cuja permanência e combina- nique e Reunião são departamentos
ção reprimem rigorosamente seus de ultramar franceses e, ao amparo
desenvolvimentos...”. da legislação francesa, são em sua
grande parte tratados como partes
1.2.2 Azores e Madeira integrais da República. Cada um
deles também forma a região de
Azores e Madeira são dois grupos ultramar francesa. O euro é a moeda
de ilhas portuguesas no Atlântico. corrente e eles fazem parte da União
Embora as derrogações da aplica- Aduaneira da União Europeia. Entre-
ção da legislação da UE pudessem tanto, eles estão fora da área Schen-
ser aplicadas, nenhuma se aplica. gen e da área de IVA.
O Imposto de Valor Agregado (IVA)

58 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

1.2.5 Saint Barthélemy e Saint com agricultura (exceto produtos


Martin agrícolas processados), serviços ou
aquisições públicas. Em 1996, uma
Em 22 de fevereiro de 2007, Saint área livre de comércio foi instituída
Barthélemy e Saint Martin foram entre a Turquia e a União Europeia
desligadas do departamento de para produtos abrangidos pela Co-
ultramar francês de Guadalupe para munidade Europeia de Carvão e Aço.
serem transformadas em duas novas A Resolução 1/98 do Conselho da
coletividades ultramarinas. Como Associação abrange o comércio dos
consequência, seus status ficaram produtos agrícolas.
incertos por determinado perío- Além de prover uma tarifa externa
do. Enquanto um relatório emitido comum para os produtos abrangi-
pelo parlamento francês sugeria dos, a União Aduaneira prevê que
que ambas as ilhas provavelmente a Turquia deve se aliar a acquis
teriam que mudar o status de regiões communautaire em várias áreas de
ultraperiféricas (OMR) para países mercado interno essenciais, parti-
e territórios ultramarinos (OCT), os cularmente em relação às normas
Tratados da UE, conforme alterados industriais.
pelo Tratado de Lisboa, as registram
como regiões ultraperiféricas. 1.3 Sistema Geral de Preferências
(SGP)
1.2.6 Turquia
O Sistema Geral de Preferências da
Em 1963, a Turquia assinou um UE é um acordo comercial pela qual
Acordo de Associação com a União a UE fornece acesso preferencial
Europeia para promover as relações ao mercado da UE a 176 países e
comerciais e econômicas. Pela territórios em desenvolvimento, na
Resolução do Conselho da Asso- forma de tarifas reduzidas para suas
ciação de 6 de março de 1995, a mercadorias no momento em que
União Aduaneira entrou em vigor em elas entram no mercado da UE. Não
31 de dezembro de 1995. A União há expectativa ou exigência de que
Aduaneira abrange todas as mer- esse acesso seja recíproco. Ele é
cadorias industriais, mas não lida implementado por um Regulamento

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 59


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

do Conselho aplicável por um perío- A Nomenclatura Combinada da Co-


do de três anos. O SGP abrange três munidade, conforme a última atua-
regimes distintos de preferências: lização no final de 2008, contabiliza
• o SGP padrão, que dá preferên- 9.568 linhas de tarifas, das quais
cia a 176 países e territórios em 2.405 possuem tarifa MFN zero. A
desenvolvimento sobre mais de tabela abaixo fornece uma visão geral
6.200 linhas de tarifas; da cobertura do produto dos respecti-
• o acordo de incentivo especial vos acordos.
para desenvolvimento susten-
tável e boa governança, conhe- Acordo Número de linhas tarifárias
cido como SGP+, que oferece Acordo
6.244
Geral
reduções adicionais de tarifa SGP+ 6.336
para manter os países em desen- EBA 7.140
volvimento vulneráveis nas suas
implementações e ratificações O SGP abrangeu produtos que são
de convenções internacionais divididos em produtos sensíveis e
nessas áreas; produtos não sensíveis:
• o Everything but Arms (EBA), - os produtos não sensíveis (abaixo
que fornece acesso isento de en- de 3.200, representam um pouco
cargos e de cotas para todos os mais da metade dos produtos abran-
produtos aos 49 Países Menos gidos) desfrutam do acesso isento de
Desenvolvidos (LDCs). impostos;
- os produtos sensíveis (uma mis-
O novo Regulamento do SGP entrou tura de produtos agrícolas, têxteis,
em vigor em 1º de janeiro de 2009, de vestuário, confecções, tapetes e
renovando por mais três anos (a calçados) se beneficiam de redução
partir dessa data) os três acordos de tarifa de 3,5 pontos percentuais
separados e garantindo que sua sobre impostos ad valorem compa-
essência permaneça inalterada, a fim rados à tarifa padrão da Nação Mais
de garantir a continuidade da imple- Favorecida (MFN) ou redução de 30%
mentação dos princípios orientado- nesses encargos calculados com
res do SGP durante o período de dez base específica. Para produtos têxteis
anos, de 2006 a 2015. e de vestuário, a redução é de 20%

60 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

de imposto de importação MFN ad exigida a apresentação de um certi-


valorem. ficado de origem, denominado Form
A (Formulário A). Esse documento
Em 2007, as importações preferen- atesta o cumprimento dos requisi-
ciais do SGP totalizaram 58,6 bilhões tos de origem do produto. Trata-se
de euros, com o Brasil (€4,4 bi) como de documento providenciado pelo
um dos maiores usuários. Os setores exportador e emitido por agências do
de produto mais importantes para o Banco do Brasil.
SGP em 2007 foram produtos têxteis
e de vestuário (€13,1 bi), máquinas O atual esquema do SGP da UE está
(€5,8 bi), produtos minerais (€5,1 bi), em vigor até 31 de dezembro de
produtos de plástico e borracha (€4,5 2011.16
bi), metais de base (€3,8 bi), calça-
dos (€3,6 bi) e animais e produtos de
animais (€3,5 bi). Um dos maiores 2 Regulamentação de importação
beneficiários individuais em termos de
encargos nominais MFN foi o Brasil, 2.1 Regulamentação geral
com 142 milhões de euros. Conforme
calculado no final de 2008, entre os Na condição de membro da Organi-
principais beneficiários do GSP está o zação Mundial do Comércio (OMC),
Brasil, com 68,3%. a UE adota a regra da “livre impor-
tação” no seu regime comum de
É possível verificar se um produto importação. Segundo essa regra,
procedente e originário do Brasil a UE fomenta políticas comerciais
recebe o tratamento preferencial no liberais para facilitar a circulação das
âmbito do SGP da UE por meio da mercadorias e serviços por suas
Tarifa Integrada da Comunidade (TA-
RIC), em português, por meio da NC 16 REGULAMENTO (CE) nº 732/2008 DO
do produto: http://ec.europa.eu/taxa- CONSELHO, de 22 de julho de 2008, que aplica
um sistema de preferências pautais generalizadas
tion_customs/dds/tarhome_pt.htm. para o período compreendido entre 1º de janeiro
de 2009 e 31 de dezembro de 2011 e que altera
Para que o importador beneficie-se os Regulamentos (CE) nºs 552/97 e 1.933/2006
e os Regulamentos (CE) nº 1.100/2006 e
das reduções tarifárias do SGP, é 964/2007 da Comissão.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 61


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

fronteiras, aplicando os princípios da de determinados países terceiros,


consolidação dos direitos aduaneiros que visam proteger os produtores
e da não discriminação entre parcei- europeus dos efeitos prejudiciais de
ros comerciais. importações maciças efetuadas a
preços muito baixos.
Existem, no entanto, algumas exce-
ções à regra geral17, em que a UE Medidas de salvaguarda (Re-
aplica instrumentos de defesa co- gulamento CE do Conselho n°
mercial concebidos em conformida- 260/2009), aplicadas, caso a caso,
de com alguns acordos da OMC, que às importações que causam ou
reconhecem aos membros dessa ameaçam causar prejuízo à indústria
organização o direito de lutar contra da UE, são um instrumento de defe-
as práticas comerciais desleais. Os sa comercial. Consistem em limitar
instrumentos definidos pela UE são temporariamente e com caráter de
os seguintes: urgência determinadas importa-
ções. O procedimento de instituição
Medidas de vigilância, que não são dessas medidas pode ser iniciado
instrumentos para limitar as impor- a pedido de Estado membro ou por
tações, mas constituem um sistema iniciativa da Comissão Europeia. O
de licenças de importação obrigató- setor industrial não pode apresentar
rias, emitidas pelas autoridades dos pedidos diretamente. No entanto,
Estados membros da UE para fins de medidas devem respeitar sempre o
vigilância. Essas medidas são aplica- acordo da OMC sobre as medidas de
das, em princípio, a certos produtos salvaguarda.
agrícolas, têxteis e siderúrgicos.
Limites quantitativos à importa- Medidas antidumping (Regulamento
ção de alguns produtos originários CE do Conselho n° 1.225/2009) Para
que a Comissão possa aplicar um
direito antidumping, é preciso, de
17 Regime comum aplicável às importações
Regulamento (CE) nº 3.285/94 do Conselho,
maneira geral, que seja demonstrado
de 22 de dezembro de 1994, relativo ao regime que o preço de exportação pelo qual
comum aplicável às importações e que revoga o o produto é vendido no mercado
Regulamento (CE) nº 518/94, conforme altera-
ções posteriores.
comunitário seja inferior ao preço

62 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

pelo qual é vendido no mercado 2.026/9718). As medidas compen-


interno no país do exportador e que satórias visam compensar uma
as importações desses produtos das práticas mais onerosas e de
causaram prejuízo material à indús- distorção das trocas comercias: os
tria comunitária. Ademais, prevê a subsídios. No comércio internacio-
aplicação do princípio do “interesse nal, entende-se por subsídio todo
da comunidade”, pelo qual os custos benefício econômico concedido por
para a Comunidade, como um todo, um governo, suas autarquias e/ou
da aplicação de direitos antidumping suas empresas a produtores e/ou
não devem ser desproporcionais exportadores com o objetivo único
aos benefícios para os produtores de oferecer vantagens para torná-los
afetados. A União Europeia ocupa o artificialmente mais competitivos.
segundo lugar dos principais utili- Esse benefício econômico, confi-
zadores de medidas antidumping, gurado como subsídio, pode ser
ficando atrás apenas dos EUA. Os concedido diretamente (por meio de
setores mais afetados por tais inicia- desembolso monetário) ou indire-
tivas são os setores de ferro, aço, tamente (juros reduzidos, créditos, fi-
eletrônicos e químicos. nanciamentos abaixo do custo etc.).
Atualmente não há na União Europeia
Em 12 de julho de 2008, a Direção- medidas compensatórias aplicadas
-Geral de Comércio da Comissão contra produtos brasileiros.
Europeia iniciou uma investigação
contra as importações de papel de Barreiras ao comércio. A União
alumínio (CN 7607111910) proce- Europeia vem implementando, desde
dentes, entre outros países, do Bra- fevereiro de 1996, nova estratégia
sil. Atualmente são aplicáveis direitos de acesso a mercados de terceiros
antidumping de 27,6%, em princípio, países, que repousa sobre o cha-
até 7 de outubro de 2014. mado “Regulamento sobre Barreiras
ao Comércio” (Regulamento CE do
Medidas compensatórias (Re- Conselho n° 3.286/9419), mecanismo
gulamento CE do Conselho n°
18 Conforme alterado pelo Regulamento (CE) nº
461/2004 do Conselho, de 8 de março de 2004.
19 Conforme alterado pelo Regulamento (CE)

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 63


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

que institui procedimento especial aplica-se três grupos específicos de


para investigar obstáculos ao comér- produtos: bebidas alcoólicas, produ-
cio existentes em terceiros países, tos à base de tabaco e combustíveis.
que violem claramente regras inter- As tarifas são determinadas de acor-
nacionais de comércio, em especial do com a natureza dos produtos.
as estabelecidas pela Organização
Mundial do Comércio. Por esse Além das medidas de defesa comer-
regulamento, exportadores europeus cial citadas acima, são aplicadas
são encorajados a apresentar queixa restrições à importação nos seguintes
formal à Comissão cada vez que se setores:
depararem com restrições desse
tipo. À Comissão, por sua vez, cabe Produtos agrícolas
realizar uma investigação, dividida em
várias etapas, com prazos prefixados, Para a importação na UE de certos
que compreende inclusive a visita produtos agrícolas, pode ser obri-
de missão ao país alvo da queixa. gatório apresentar certificado de
Finalizada a investigação, a Comissão importação, emitido pelas autoridades
pode concluir pelo arquivamento da competentes dos Estados membros
queixa, caso não haja mérito, pela da UE, antes da sua introdução em
busca de solução amigável ou pelo livre prática, a pedido do importador
envio do contencioso ao mecanismo e mediante a prestação de garantia
de solução de controvérsias da OMC. reembolsável contra apresentação da
Como exemplos de casos recentes prova de importação. Os certificados
atualmente em andamento contra o da importação servem para vários
Brasil, temos Exporter taxes on hides fins, por exemplo, para o controle
and skins (Caso ID 970033), Increase dos fluxos comerciais e a gestão dos
on tariffs applying import of textile contingentes pautais ou medidas de
and shoes (Caso ID 085175). salvaguarda.

Imposto sobre Consumo (Excise A legislação aplicável consta do


Duty). O imposto sobre consumo Regulamento (CE) n.º 376/2008 da
Comissão que estabelece normas
nº 125/2008 do Conselho, de 12 de fevereiro de comuns de execução do regime
2008. http://ec.europa.eu/trade/tackling-unfair-
-trade/trade-barriers/index_en.htm.
de certificados de importação, de

64 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

exportação e de prefixação para os Informações adicionais sobre a


produtos agrícolas. política comercial da União Europeia,
inclusive os textos dos regulamentos
Produtos têxteis relevantes, podem ainda ser encon-
tradas na home page da Direção-
O regime de importação de produtos -Geral de Comércio da Comissão
têxteis na UE é livre, embora sejam Europeia: http://ec.europa.eu/trade.
aplicados diferentes controles ou
sistemas de vigilância a algumas Contingenciamentos ou cotas
categorias de produtos têxteis origi-
nários de determinados países. Existem várias cotas aplicadas pela
UE. Com relação ao Brasil, podemos
Podem consistir num sistema de citar a denominada cota Hilton para
duplo controle (uma licença de ex- a exportação de carne bovina de
portação emitida no país de origem, qualidade superior, na qual o Brasil
mais uma licença de importação possui 10.000 toneladas20 para cada
emitida no Estado membro da UE) ou exercício (de 1º de julho até 30 de
num simples pedido de documento junho do ano subsequente21 e cota
previamente à importação. do frango e peru.22
Produtos siderúrgicos 20 10.000 toneladas de carne de bovino desos-
sada dos códigos NC 0201 30 00 e 0206 10 95,
As importações na UE de certos que corresponda à seguinte definição: “Cortes
selecionados provenientes de novilhos ou
produtos siderúrgicos estão sujeitas novilhas exclusivamente alimentados com pasto
a diferentes medidas de controle, desde o desmame. As carcaças são classificadas
que podem consistir numa vigilância ‘B’ com cobertura de gordura ‘2’ ou ‘3’ de acordo
com a classificação oficial de carcaças de bovino
prévia efetuada pela Comunidade do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abasteci-
Europeia ou num sistema de duplo mento do Brasil.”
controle acompanhado ou não de 21 Regulamento (CE) nº 810/2008 da Comis-
restrições quantitativas. são, de 11 de agosto de 2008, relativo à abertura
e ao modo de gestão dos contingentes pautais
para carne de bovino de alta qualidade, fresca,
São aplicados diferentes regimes refrigerada ou congelada, e carne de búfalo
consoante o país de origem e o tipo congelada.
22 Regulamento (CE) nº 616/2007 da Comis-
de produto. são, de 4 de junho de 2007, relativo à abertura

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 65


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Seguem, abaixo, quadros com mais detalhes sobre a cota de frango:

Carne de aves de capoeira salgada ou em salmoura*


Número Número de Direito Quantidade
País Código NC
de grupo ordem aduaneiro (%) anual (ton.)

Brasil 1 09.4211 ex 0210 99 39 15,4 170.807


Tailândia 2 09.4212 ex 0210 99 39 15,4 92.610
Outros 3 09.4213 ex 0210 99 39 15,4 828
*A aplicabilidade do regime preferencial é determinada com base no código NC, devendo a carne salgada ou em
salmoura em causa ser carne de aves de capoeira do código NC 0207.

Preparações à base de carne de frango


Número Número de Direito Quantidade
País Código NC
de grupo ordem aduaneiro (%) anual (ton.)
Brasil 4 09.4214 1602 32 19 8 79.477
Tailândia 5 09.4215 1602 32 19 8 160.033
Outros 6 09.4216 1602 32 19 8 11.443

Peru
Número Número de Direito adua- Quantidade
País Código NC
de grupo ordem neiro (%) anual (ton.)
Brasil 7 09.4217 1602 31 8,5 92.300
Tailândia 8 09.4218 1602 31 8,5 11 596

Importações proibidas ou suspensas temporariamente

Em 2004 foi proibida a entrada de cítricos originários da Argentina e do Brasil


por motivo de doenças nas respectivas produções. As medidas contra a Ar-
gentina foram levantadas em 2007 e as contra o Brasil continuam em vigor.23

e ao modo de gestão de contingentes pautais comunitários no setor da carne de aves de capoeira


originária do Brasil, da Tailândia e de outros países terceiros.

23 DECISÃO DA COMISSÃO de 29 de abril de 2004, relativa a medidas de emergência temporárias

66 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

2.2 Regulamentação específica A Autoridade Europeia para a Segu-


rança dos Alimentos (AESA)24 for-
2.2.1 Normas técnicas (segurança nece à Comissão Europeia pareceres
alimentar) científicos independentes sobre todas
as questões que têm influência direta
O objetivo central da legislação da ou indireta na segurança dos alimen-
UE em matéria de segurança dos tos. Trata-se de entidade com perso-
alimentos é garantir nível elevado nalidade jurídica, que é independente
de proteção da saúde humana e dos das demais instituições da UE.
interesses dos consumidores em
relação aos produtos alimentares; as A importação dos gêneros alimen-
regras da UE relativas aos alimentos tícios tem de respeitar condições
para animais visam proteger a saúde gerais e medidas, que incluem:
humana e animal e, também, até • os princípios e as normas gerais
certo ponto, o ambiente. da legislação alimentar estabe-
lecidos no Regulamento (CE)
O Regulamento (CE) n.º 178/2002 do n.º 178/ 2002 do Parlamento
Parlamento Europeu e do Conselho, Europeu e do Conselho;
que estabelece os princípios e normas • as regras gerais de higiene dos
gerais da legislação alimentar, aplica- gêneros alimentícios e as regras
-se a todas as fases da produção, específicas de higiene aplicáveis
transformação e distribuição dos aos gêneros alimentícios de
gêneros alimentícios e dos alimentos origem animal em conformi-
para animais. Os importadores de gê- dade respectivamente com o
neros alimentícios e de alimentos para Regulamento (CE) nº 852/2004
animais devem ser capazes de identi- do Parlamento Europeu e do
ficar e indicar o nome da pessoa que Conselho e com o Regulamento
forneceu o produto para exportação no (CE) nº 853/2004 do Parlamento
país de origem, tendo em vista satisfa- Europeu e do Conselho;
zer as exigências de rastreabilidade. • as medidas relacionadas com a

respeitantes a determinados citrinos originários 24 http://ec.europa.eu/food/efsa_pt.htm.


da Argentina e do Brasil.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 67


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

presença de resíduos, pesticidas, alimentos destinados ao consu-


medicamentos veterinários e mo humano e animal;
contaminantes nos alimentos; • se um problema que possa
• as disposições especiais relativas representar risco grave para a
aos organismos geneticamente saúde humana ou animal ou para
modificados destinados à alimen- o ambiente surgir ou se propa-
tação humana e animal, às bio- gar pelo território de um país
proteínas e aos novos alimentos; terceiro, a Comissão Europeia
• as regras especiais relativas pode, em função da gravidade
a certos grupos de produtos da situação, adotar de imediato
alimentares (por exemplo, águas medidas de proteção, estabele-
minerais, cacau, alimentos cendo condições especiais ou
congelados) e aos alimentos suspendendo as importações de
destinados a satisfazer as produtos de todo ou parte do ter-
necessidades nutricionais de ritório do país terceiro em causa.
grupos específicos da população
(alimentos para bebês e crianças
pequenas);
• exigências especiais em matéria
de comercialização e rotulagem
das matérias-primas para ali-
mentação animal, de alimentos
compostos para animais e dos
alimentos com objetivos nutri-
cionais específicos destinados a
animais;
• condições gerais relativas aos
materiais e aos objetos destina-
Foto: iStockphoto/Thinkstock.

dos a entrar em contato com os


gêneros alimentícios;
• o controle oficial destinado a
garantir a conformidade com as
disposições da UE relativas aos
Ônibus em Londres.

68 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

Encontram-se mais abaixo alguns sites que podem ser úteis na hora de
exportar à UE gêneros alimentícios:

Alimentação animal: http://ec.europa.eu/food/animal/animalproducts/index_pt.htm


Legislação alimentar geral: http://ec.europa.eu/food/food/foodlaw/index_pt.htm
Documento de orientação
sobre determinadas questões-
-chave relativas às exigências
http://ec.europa.eu/food/international/trade/interpretation_im-
de importação e às novas
ports.pdf
regras em matéria de higiene e
controles oficiais dos gêneros
alimentícios:

2.2.2 Normas fitossanitárias

O principal objetivo das medidas • acompanhadas por certificado


fitossanitárias é evitar a introdução fitossanitário emitido pelas auto-
e/ou a propagação de parasitas e ridades competentes do país de
organismos nocivos para as plantas exportação;
ou produtos vegetais em toda a União • submetidas a controles aduanei-
Europeia. A Diretiva 2000/29/CE do ros no posto de inspeção frontei-
Conselho estabelece a legislação de riço designado para o efeito no
base nesse domínio, que assenta nos ponto de entrada na UE;
princípios da Convenção Fitossani- • importadas para a UE por impor-
tária Internacional (CFI) e do Acordo tador registrado no registro oficial
sobre a Aplicação de Medidas Sanitá- de um Estado membro;
rias e Fitossanitárias da Organização • notificadas à estância aduaneira
Mundial do Comércio. antes da chegada ao ponto de
entrada.
A importação de plantas e produtos
vegetais deve respeitar determinadas Sempre que as remessas de plantas
medidas fitossanitárias, que exigem ou produtos vegetais provenientes de
que as mercadorias sejam: países terceiros possam represen-

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 69


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

tar risco para o território da UE, os responsável pela aplicação desse


Estados membros ou a própria UE regime.
podem tomar medidas de emergên-
cia temporárias. Para mais informações, consulte:
http://ec.europa.eu/food/plant/organisms/
Para além dessas disposições obri- index_pt.htm.
gatórias, a colocação de sementes e
material de propagação das plantas 2.2.3 Embalagem
no mercado da UE deve obedecer a
requisitos de comercialização espe- As embalagens comercializadas
cíficos concebidos para garantir que na UE devem respeitar os requisi-
esses produtos satisfazem critérios tos gerais destinados a proteger o
de sanidade e de elevada qualidade. ambiente, assim como as disposi-
A legislação da UE estabelece con- ções específicas destinadas a evitar
dições específicas para as plantas eventuais riscos para a saúde dos
oleaginosas e de fibras, os cereais, consumidores, por exemplo:
os produtos hortícolas, a batata de reciclagem de materiais, prevenção
semente, as sementes de beterra- dos resíduos de embalagens;
ba, a vinha, as fruteiras, as plantas dimensões, quantidade e capacida-
forrageiras, as plantas ornamentais e des nominais;
os produtos florestais. composição e constituintes de mate-
riais destinados a entrar em contato
A legislação da UE estabelece com gêneros alimentícios.
também regime de proteção das
variedades vegetais. Ao abrigo desse Assim, esses tipos de produtos são
regime, um criador pode obter um afetados por:
direito único de propriedade intelec- requisitos gerais relativos a emba-
tual, aplicável em toda a Comunidade lagens e a resíduos de embalagens,
Europeia. O Instituto Comunitário definidos na Diretiva 94/62/CE do
das Variedades Vegetais (ICVV)25 é Parlamento Europeu e do Conselho;
disposições específicas relativas às
dimensões das embalagens, estabe-
25 http://europa.eu/agencies/community_agen- lecidas nas Diretivas 75/106/CEE e
cies/cpvo/index_pt.htm.

70 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

80/232/CEE do Conselho; dos consumidores, só podem ser


regras especiais relativas aos ma- comercializados no interior da UE os
teriais e aos objetos destinados a produtos que respeitem os requisitos
entrar em contato com os alimen- europeus em matéria de embalagem.
tos, objeto do Regulamento (CE) nº Em geral, o rótulo deve estar nas lín-
1.935/2004 do Parlamento Europeu guas oficiais dos Estados membros
e do Conselho. em que o produto final será colocado
em circulação.
Além dessas disposições obriga-
tórias, as importações para a UE A legislação europeia estabelece
de embalagens feitas de madeira e normas obrigatórias em matérias de
outros produtos vegetais podem estar rotulagem para setores específicos,
sujeitas a medidas fitossanitárias nomeadamente, alimentação, eletro-
estabelecidas na Diretiva 2000/29/EC. domésticos, calçado, têxteis, etc.

No que respeita às embalagens de Para mais informações, consulte:


madeira, as disposições introduzidas http://europa.eu/legislation_summaries/con-
na Diretiva 2004/102/CE da Co- sumers/product_labelling_and_packaging/
missão estabelecem que a madeira index_pt.htm.
utilizada em embalagens de qualquer
tipo (caixas, paletes, paletes-caixas 2.2.4.1 Rótulo ecológico da União
ou outras madeiras para carga, Europeia
esteiras, separadores e suportes,
etc.) deve ser sujeita a um dos trata- O sistema do rótulo ecológico da
mentos aprovados, especificados no UE ou “logotipo da flor” é um siste-
Anexo I da norma internacional nº 15 ma voluntário. Podem se beneficiar
da FAO relativa às medidas fitossa- desse rótulo os produtos que con-
nitárias e apresentar a marca corres- tribuam de forma significativa para
pondente especificada no Anexo II. melhorar determinados aspectos
fundamentais ligados ao ambiente e
2.2.4 Requisitos de rotulagem que contenham informações simples
e precisas dirigidas aos consumi-
Tendo em vista assegurar a proteção dores sobre o respectivo impacto

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 71


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

ambiental. As regras básicas que 2.2.5 Marcas


regem o sistema do rótulo ecológico
são definidas no Regulamento (CE) As marcas podem ser registradas
nº 66/2010 do Parlamento Europeu e em cada Estado membro da UE,
do Conselho. mas também se pode registrar a
marca em nível europeu, é a chama-
Os critérios em matéria de rótulo da “marca comunitária”. A marca
ecológico são definidos em função comunitária é válida em toda a União
de grupos de produtos diferentes Europeia e não é possível limitar
(tais como têxteis, calçado, produtos seu alcance geográfico apenas a
de limpeza, eletrodomésticos, produ- alguns Estados membros. A marca
tos de papel, etc.). comunitária confere a seu titular o
direito exclusivo de utilizar a marca e
O logotipo da flor pode ser utilizado impedir seu uso não autorizado nos
como instrumento de comercializa- 27 Estados membros da UE.
ção para informar os consumidores
de que a qualidade de dado produto A marca comunitária é válida por dez
em termos ambientais é superior anos e pode ser renovada indefinida-
à de outros produtos do mesmo mente por períodos de dez anos. No
grupo. caso de ampliação da União Euro-
peia, a proteção da marca se estende
Os fabricantes, importadores, presta- automaticamente ao novo Estado
dores de serviços, comerciantes membro.
ou retalhistas interessados podem
pedir ao organismo competente do É importante salientar que, desde a
Estado membro de comercialização adesão da União Europeia ao Pro-
do produto que lhes seja atribuído o tocolo de Madri26, existe um vínculo
rótulo ecológico.
26 O Protocolo de Madri, relativo ao registro
internacional de marcas, é um Tratado adminis-
Para mais informações, consulte: trado pela Organização Mundial da Propriedade
http://ec.europa.eu/environment/ecolabel/ Intelectual (OMPI), com sede em Genebra. O
index_en.htm; Protocolo de Madri entrou em vigor em 1996 e
http://www.eco-label.com/portuguese/. foi ratificado por vários países, entre eles Estados
Unidos, Japão, Austrália, China e Rússia. A UE

72 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

entre o sistema de marca comuni- nal,  na competente autoridade


tária e o denominado Sistema de nacional;
Madri, o que significa dizer que é • por meio do processo unitário,
possível apresentar uma solicitação disponível na Oficina  Europeia
internacional de registro de marca de Patentes (OEP), para obter
na Organização Mundial da Proprie- uma patente europeia;  e
dade Intelectual com base na marca • por meio de procedimento inter-
comunitária e indicar a UE nessa nacional, disponível no Patent
solicitação de registro internacional Cooperation Treaty (PCT).
de marca.  
As patentes europeias são concedi-
O preço do registro é de 900€ se o das pela OEP para todas as inven-
pedido é feito por internet (e-filing) ções, do setor tecnológico, sempre
e 1050€ se o pedido é feito com que sejam novas, suponham um
formulário em papel. Em ambos os passo inventivo e sejam suscetí-
casos, se o pedido abrange mais de veis de aplicação industrial.
três classes de produtos e serviços,  
se aplicará uma taxa de 150€ por O prazo de uma patente europeia é
classe adicional. de vinte anos, contados da data de
apresentação do pedido, podendo
2.2.6 Patentes ser estendido por meio de certificado
suplementar de proteção para pro-
Ao contrário do que ocorre com as dutos farmacêuticos ou vegetais por
marcas, ainda não existe oficina de um período que não exceda os cinco
patente na União Europeia. anos, sempre que se cumpram as
  condições para as patentes nacio-
Contudo, existem três  metodologias nais. As violações à patente europeia
para apresentar uma patente  que será são regulamentadas pelas legisla-
protegida nos Estados membros da UE: ções nacionais.
   
• por meio de procedimento nacio- É importante ressaltar que, em 4 de
dezembro de 2009, o Conselho de
ratificou o Protocolo de Madri em 2004.
Ministros da UE adotou suas con-

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 73


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

clusões sobre o sistema europeu • recipientes sob pressão simples;


de patentes aprimorado. O acordo • brinquedos, qualquer produto
facilita a existência de uma patente concebido ou manifestamente
europeia única. destinado a ser utilizado em
  jogos, por crianças de idade
Em 1º de julho de 2010, uma inferior a 14 anos;
proposta de tradução das futuras • produtos para construção;
patentes europeias foi apresentada • materiais de construção em
pela Comissão Europeia. geral;
• produtos com compatibilidade
2.2.7 Marcação CE eletromagnética;
• máquinas;
A Marca CE é representada pelo sím- • equipamentos de proteção
bolo “CE”, corresponde à abreviatura individual; qualquer dispositivo
da frase francesa Conformité Euro- ou meio que se destine a ser
péene, que significa “Conformidade envergado ou manejado por uma
Europeia”. A “Marcação CE” colo- pessoa para defesa contra um
cada nos produtos constitui a única ou mais riscos suscetíveis de
marcação que atesta a conformidade ameaçar a sua saúde ou a sua
dos produtos com todas as disposi- segurança; conjunto constituído
ções regulamentares aplicáveis, as por vários dispositivos ou meios
exigências essenciais da legislação associados de modo solidário
europeia no que se refere a saúde, pelo fabricante com vista a
segurança e proteção ambiental, proteger uma pessoa contra um
definidas nas diretivas do produto ou vários riscos suscetíveis de
em questão. surgir simultaneamente; dispo-
sitivo ou meio protetor solidário,
Os produtos sujeitos à marcação CE dissociável ou não, do equipa-
são os seguintes: mento individual não protetor, en-
• produtos que utilizem baixa vergado ou manejado com vista
tensão, como eletrodomésticos, ao exercício de uma atividade;
aparelhos de iluminação, condu- • instrumentos de pesagem de
tores e cabos elétricos; funcionamento não automático;

74 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

• dispositivos medicinais implantá- pode ser legalmente comercializado


veis ativos; qualquer dispositivo em todos os Estados membros da
médico ativo que seja concebido UE.
para ser total ou parcialmente
introduzido no corpo humano por O registro deverá ser efetuado por
meio de uma intervenção cirúrgi- pessoa jurídica com endereço na UE.
ca ou médica ou por intervenção Os fabricantes brasileiros poderão
médica num orifício natural e nomear uma empresa europeia como
destinado a ficar implantado; seu representante, que se respon-
• aparelhos a gás; sabilize pela aplicação da marca em
• explosivos para utilização civil; todos os produtos. As informações
• dispositivos médicos; sobre as diretivas da marcação
• aparelhos e sistemas de prote- CE estão disponíveis no site http://
ção destinados a serem utiliza- ec.europa.eu/enterprise/newapproach/stan-
dos em atmosferas potencial- dardization/harmstds/reflist.html.
mente explosivas;
• embarcações de recreio; 2.2.8 Regime cambial
• elevadores;
• equipamentos sob pressão, Em geral, não há restrições nem
como recipientes, tubos, acessó- controle cambial nas importações.
rios de segurança e Poderão ser aceitos créditos dos
• acessórios sob pressão; fornecedores e os pagamentos po-
• dispositivos médicos de diag- derão ser feitos em qualquer moeda
nóstico in vitro; conversível.
• equipamentos de rádio e equipa-
mentos terminais de telecomuni-
cações; 3. Documentação e formalidades
• instalações por cabo para trans-
porte de pessoas; 3.1 Embarques (no Brasil)
• instrumentos de medição.
Em geral, os documentos exigidos
A marca CE indica, ainda, aos ofi- nos embarques para os Estados
ciais governamentais que o produto membros da UE são:

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 75


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

• fatura comercial; código aduaneiro comunitário e o


• conhecimento de embarque (Bill Regulamento (CEE) nº 2.454/93 da
of Lading); Comissão.
• certificado de origem para o SGP
(quando aplicável); O DAU pode ser apresentado às
• certificado sanitário ou fitossani- autoridades aduaneiras pelo impor-
tário (quando aplicável); tador ou pelo seu representante. A
• outros certificados (quando representação pode ser:
aplicáveis). • direta: o representante age em
nome e por conta de outrem;
O romaneio de embarque (Packing • indireta: o representante age em
List) não é obrigatório, mas a sua nome próprio, mas por conta de
apresentação facilita a liberação das outrem.
mercadorias.
O DAU pode ser apresentado por
A fatura comercial, o conhecimento via eletrônica, por meio de sistemas
de embarque, o certificado de ori- informáticos diretamente ligados às
gem (para os produtos importados autoridades aduaneiras (cada Estado
sob o regime preferencial do Sistema membro pode ter o seu próprio siste-
Geral de Preferências) e os demais ma) ou mediante entrega nos locais
certificados devem ser providen- designados da estância aduaneira.
ciados pelo exportador brasileiro e
remetidos ao importador, diretamen-
te ou via remessa bancária. 4. Regimes especiais

3.2 Desembaraço alfandegário 4.1 Facilidades aduaneiras

A atribuição de um destino adua- As mercadorias importadas no


neiro às mercadorias efetua-se por território aduaneiro da UE devem
meio do Documento Administrativo ser acompanhadas de uma declara-
único (DAU), um formulário comum ção sumária, que é apresentada às
a todos os Estados membros da UE autoridades aduaneiras do local onde
adotado em conformidade com o

76 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

devem ser descarregadas. Em segui- entre as diferentes estâncias adua-


da, são colocadas em depósito tem- neiras dos Estados membros da UE,
porário (durante um período máximo suspendendo temporariamente os
de 45 dias, no caso das mercadorias direitos e certas medidas de política
transportadas por via marítima, ou comercial e transferindo as formali-
de vinte dias, nos outros casos), o dades de desalfandegamento para a
que significa que permanecem sob estância aduaneira de destino.
fiscalização aduaneira até que lhes
seja atribuído um destino aduaneiro. 4.1.3 Entreposto aduaneiro
Os principais destinos aduaneiros
são os seguintes: Esse regime permite armazenar as
mercadorias importadas em insta-
4.1.1 Introdução em livre prática lações designadas, suspendendo
temporariamente os direitos, os
As mercadorias são “introduzidas impostos e as medidas de política
em livre prática” quando estiverem comercial até que lhes seja atribuído
preenchidas as condições para a outro destino aduaneiro.
importação na UE (pagamento de
direitos aduaneiros e aplicação de 4.1.4 Aperfeiçoamento ativo
medidas não pautais de política
comercial). Quando os direitos Esse regime permite a entrada de
aduaneiros, o imposto sobre o valor mercadorias na União Europeia sem
agregado (IVA) e todos os impostos sujeição a direitos, impostos ou
especiais de consumo aplicáveis outras medidas de política comercial,
tiverem sido pagos, as mercadorias para transformação sob controle
serão introduzidas no consumo, uma aduaneiro e posterior reexportação
vez que satisfazem as condições para fora da UE. Se os produtos
de consumo no Estado membro de acabados não chegarem a ser ex-
destino. portados, deverão estar sujeitos aos
direitos e às medidas aplicáveis.
4.1.2 Trânsito aduaneiro
4.1.5 Importação temporária
O regime de trânsito aduaneiro
facilita a circulação de mercadorias A importação temporária permite

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 77


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

a entrada das mercadorias na UE com isenção de direitos, desde que se


destinem a ser reexportadas sem terem sofrido qualquer alteração. O período
máximo durante o qual as mercadorias podem permanecer ao abrigo desse
regime é de dois anos.

4.1.6 Zona franca ou entreposto franco

As zonas francas são zonas especiais no interior do território aduaneiro da


UE nas quais as mercadorias podem ser introduzidas sem aplicação de direi-
tos aduaneiros, medidas de política comercial, IVA e impostos especiais de
consumo, até que lhes seja atribuído outro destino aduaneiro ou até serem
reexportadas. As mercadorias podem ser submetidas a operações simples,
como, por exemplo, a transformação ou a reembalagem.

Foto: iStockphoto/Thinkstock.

Instituições européias em Luxemburgo.

78 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

5. Outros pontos importantes às exportações para compensar o


exportador pela diferença entre os
5.1 Política Agrícola Comum (PAC) altos preços comunitários e aqueles
vigentes no mercado internacional
A Política Agrícola Comum (PAC), (mecanismo denominado na UE
instituída em 1962, representa a “restituições às exportações”).
mais importante política da UE,
absorvendo 45% do orçamento Como os preços institucionais cos-
comunitário (mais de 44 bilhões de tumam ser superiores aos praticados
euros em 2002). Contempla, em seu internacionalmente, o mecanismo de
âmbito, as chamadas Organizações sustentação de preços, para asse-
Comuns de Mercado (OCM), que gurar competitividade à produção
correspondem a políticas setoriais comunitária no interior do mercado
específicas que abrangem todos os da UE, foi associado a mecanismo
setores da agricultura europeia, à ex- de proteção contra importações de
ceção de batatas e álcool. São objeto terceiros países, mediante a impo-
das OCMs produtos como cereais, sição de direitos à importação e de
carne suína, ovos, carne de frango, quotas.
frutas e legumes, vinho, produtos
lácteos, etc. A partir da reforma da PAC de 1992,
iniciou-se progressiva substituição
No âmbito das OCMs, são fixados da sustentação dos preços dos pro-
mecanismos de sustentação de dutos por aumento dos pagamentos
preços, de estímulo à exportação diretos aos produtores e redução dos
e de proteção contra importações subsídios à exportação, abordagem
de terceiros países. O primeiro que foi reforçada na última reforma,
mecanismo tem dupla natureza: (i) em 1999. A mudança de enfoque
compra da produção comunitária responde a pressões internacionais
por órgão de intervenção, quando os (uma vez que as ajudas diretas,
preços internos declinam em relação dissociadas da produção, são menos
a determinado limite fixado institucio- distorcivas), bem como à preocupa-
nalmente (geralmente superior aos ção com os rendimentos declinantes
preços internacionais); (ii) subsídios dos produtores e ao desejo de evitar

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 79


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

excedentes de oferta que implicam novos Estados membros em 2004,


altos custos. os Ministros da Agricultura da UE
adotaram uma reforma profunda da
A reforma da PAC, aprovada em PAC. Deixará aos agricultores a liber-
1999, teve caráter limitado, devido dade de adaptarem a sua produção
à sua reduzida abrangência setorial, às necessidades do mercado. As
por não contemplar diretamente principais mudanças foram:
abertura significativa do mercado
comunitário e perpetuar os meca- Regime de Pagamento Único (RPU)
nismos de subsídios internos e às
exportações, geradores de graves O designado pagamento único por
distorções competitivas no mercado exploração, estabelecido na última
internacional. reforma da PAC, vai substituir, no
todo ou em parte, as atuais ajudas
Apenas para alguns setores, como que os agricultores recebem por
os de cereais e de carnes, os “pre- unidade de superfície ou por cabeça
ços de intervenção” foram reduzidos. de animal.
Estimou-se que a produção de cere-
ais, em razão da reforma, cresceria Condicionalidade
acima da demanda interna, gerando
aumento substancial de excedente Qualquer agricultor que se beneficie
exportável líquido. de pagamentos diretos deve respeitar
determinados requisitos legais de
Para carne bovina, as previsões gestão, de acordo com um calendário
diziam que a reforma da PAC propi- estabelecido, assim como as boas
ciaria produção inferior e consumo condições agrícolas e ambientais.
superior (de corrente de preços
menores), com as exportações que Modulação das ajudas diretas
permaneceriam abaixo dos limites
estabelecidos pela Rodada Uruguai. De forma a reforçar os recursos or-
çamentais disponíveis para o desen-
Em 22 de junho de 2003, em virtude volvimento rural, será introduzido,
principalmente da adesão de dez no período de 2005 a 2012, à escala

80 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

comunitária com exceção das Regi- Em 12 de abril de 2010, o Comis-


ões Ultraperiféricas, e com caráter sário responsável pela agricultura
obrigatório, um sistema de redução convidou todos os cidadãos e orga-
progressiva dos pagamentos diretos. nizações da UE interessados, inde-
pendentemente de exercerem ou não
Boas Condições Agrícolas e atividade no setor agrícola, a parti-
Ambientais cipar no debate sobre o futuro, os
princípios e os objetivos da Política
O Regulamento (CE) nº 1.782/2003 Agrícola Comum. Esse debate em li-
do Conselho estabelece que os Esta- nha esteve aberto até 11 de junho de
dos membros devem assegurar que 2010. A ideia era dar a um número
todas as terras agrícolas, em espe- máximo de cidadãos e organizações
cial as que já não sejam utilizadas da UE a oportunidade de expressa-
para fins produtivos, sejam mantidas rem as suas opiniões, numa fase
em boas condições agrícolas e inicial do processo de reflexão sobre
ambientais. o futuro da PAC. As suas respostas
irão fornecer elementos aos deciso-
Sistema de Aconselhamento res políticos; depois de a Comissão
Agrícola publicar uma Comunicação sobre o
assunto, realizou-se em 2010, um
Esse serviço permitirá aconselhar os procedimento formal de consulta.
agricultores sobre a aplicação das
normas e boas práticas no processo Como ocorreu no passado, as deci-
produtivo. Serão efetuadas auditorias sões relativas à PAC e ao orçamento
às explorações por meio de balan- comunitário de certa forma determi-
ços e contabilizações estruturadas nam a posição da UE em matéria de
e regulares dos fluxos físicos e dos agricultura na esfera da OMC. Nesse
processos considerados relevantes. sentido, muito embora a decisão do
Conselho Europeu já reflita o desejo
No entanto, vale dizer que a Política de países como o Reino Unido, a Su-
Agrícola Comum irá ser reformada écia e os Países Baixos, no sentido
até 2013. de reduzir gradualmente as despesas
com agricultura, o “congelamento”

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 81


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

desses gastos tem sido interpretado 5.2 REACH


como uma sinalização de que a UE
não estará preparada a fazer reais REACH é o Regulamento relativo ao
concessões em matéria de redução Registro, Avaliação, Autorização e
dos subsídios no contexto da Roda- Restrição de substâncias químicas
da de Doha. (REACH - Registration, Evaluation,
Authorisation and Restriction of
A UE desejaria, por outro lado, ver Chemicals). Entrou em vigor em 1º
consolidados na OMC os novos de Junho de 2007 com o intuito de
conceitos que passaram a integrar simplificar e melhorar o quadro legis-
a PAC, como “multifuncionalida- lativo relativo às substâncias quími-
de” (ideia de que a contribuição da cas na UE. O REACH colocou sobre
agricultura para a preservação do a indústria maior responsabilidade
meio ambiente, para a paisagem do na gestão dos riscos que as subs-
campo e o estilo de vida rural, entre tâncias químicas podem representar
outros serviços, deve ser remunera- para a saúde e o meio ambiente.
da); “bem-estar animal” e “princípio
de precaução” (imposição de restri- Como regra geral, o REACH aplica-
ções à comercialização de produtos -se a todas as substâncias químicas:
mesmo quando não exista certeza, não só às substâncias químicas
apoiada cientificamente, quanto a utilizadas nos processos industriais,
seus riscos para a saúde humana e/ mas também àquelas utilizadas no
ou ao meio ambiente). nosso quotidiano, por exemplo, em
produtos de limpeza, tintas, artigos
Há preocupação com o uso de tais de vestuário, mobiliário ou eletrodo-
conceitos para justificar práticas po- mésticos.
tencialmente inibidoras e distorcivas
de comércio. Os objetivos do REACH são:
• melhorar a proteção da saúde
Para mais informações sobre a PAC, humana e do ambiente contra
consulte: os riscos relacionados com as
http://ec.europa.eu/agriculture/index_pt.htm. substâncias químicas;
• fomentar a competitividade da

82 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

indústria química da UE, um parte das responsabilidades de ges-


setor-chave para a economia tão dos riscos apresentados pelas
comunitária; substâncias químicas e de comuni-
• promover métodos alternativos cação de informações de segurança
para a avaliação dos perigos das adequadas aos seus utilizadores.
substâncias;
• assegurar a livre circulação das Para mais informações, consulte o
substâncias em nível do merca- site da Agência Europeia dos Pro-
do interno da União Europeia. dutos Químicos (ECHA): http://echa.
europa.eu/home_pt.asp.
O REACH substitui aproximadamente
quarenta disposições legislativas
por um só regulamento simplificado
e melhorado. Outras disposições
legislativas que regulamentam
substâncias químicas (como, por
exemplo, os produtos de cosmética
ou os detergentes) ou que com elas
estejam relacionadas (como é o
caso da legislação relativa à higiene
e à segurança dos trabalhadores
que lidam com substâncias quími-
cas, à segurança dos produtos e
aos produtos de construção) e que
não tenham sido substituídas pelo
REACH manter-se-ão em vigor. O
REACH foi concebido de forma a não
se sobrepor ou entrar em conflito
com outras legislações relativas a
substâncias químicas.

Esse regulamento coloca na indús-


tria a obrigação de suportar a maior

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 83


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Foto: PolkaDot/Thinkstock.

Porto em Barcelona, Espanha.

84 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

VI- ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO

e-commerce e ICTs em geral como


1. Canais de distribuição
os maiores propulsores, o desen-
volvimento pode ir além, alterando,
Os setores de distribuição e comér-
possivelmente, a função de todos os
cio consistem em dois subsetores
varejistas, com produtores vendendo
importantes: os comércios de varejo
diretamente a consumidores.
e atacado.
A maioria dos bens de consumo na
Tradicionalmente, o comércio de
Europa é importada direta ou indi-
atacado inclui a venda de mercado-
retamente, por vantagens de custos
rias aos varejistas, à indústria, ao
e fatores comerciais locais (gostos
comércio em geral, às instituições
locais, etc.). O setor gasta relati-
e aos profissionais, ao passo que o
vamente pouco em investigação e
comércio de varejo refere-se à venda
desenvolvimento, mas é um impor-
de mercadorias ao consumidor sem
tante comprador de insumos de alta
transformação. Entretanto, a cadeia
tecnologia, desenvolvidos em outros
tradicional de valores tem apresen-
setores. A principal mudança tecno-
tado mudanças consideráveis nos
lógica no comércio originou-se dos
últimos vinte anos. As empresas
ICTs, sendo o setor um dos maiores
varejistas assumem, cada vez mais,
investidores de equipamentos de
a função de atacadistas e, atualmen-
ICT. Essas tecnologias têm alterado
te, negociam de forma direta com os
significativamente as operações
produtores, apresentando marcas de
comerciais, ao fornecerem ferramen-
varejistas. Conduzidas pela busca
tas para automatizar os processos
contínua de economias de escala
comerciais, analisar o desempenho
e eficiência, integração vertical e
e conduzir os relacionamentos entre
desintermediação (eliminação de
consumidores e fornecedores. Os
intermediários) e reintermediação
ICTs contribuíram substancialmente
(prestação de serviços extras por
para o avanço da gestão da cadeia
agregadores e infomediários), essas
de suprimentos, diminuindo os
empresas têm alterado o setor
estoques nos armazéns (e, assim,
significativamente. Com internet,
diminuindo os custos), ao passo

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 85


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

que diminuíram a falta de produtos e a cada dia. Especialmente as ca-


aprimoraram as estratégias de preci- pacidades em adaptar-se, aprender
ficação. Os ICTs também trouxeram novas competências e aprender con-
vantagens comerciais significativas tinuamente se tornarão relevantes.
por meio de dados mais eficientes
de consumidores, por meio de varejo 1.1 Estrutura geral
eletrônico, compras pela internet e
pelo modelo lean retailing. O varejo é um serviço que emprega
mais de 7,9% da mão de obra da UE.
Em 2006, todo o setor empregou Esse setor presta serviços a consu-
33,3 milhões de pessoas, ou 15,3% midores e a fornecedores.
do emprego total da UE. O varejo
empregou a maioria das pessoas Muitas pessoas assumem que o
(18,5 milhões), ao passo que o varejo é um negócio razoavelmente
atacado respondeu por 10,4 milhões simples – o que não significa muito
de empregos. mais do que adquirir os produtos
fornecidos por terceiros e vendê-los
A quantidade de trabalhadores ao consumidor final. Isso está longe
com baixo nível de instrução está de ser verdade.
diminuindo, e a tendência de maior
qualificação continuará nos próximos O varejo envolve uma gama com-
anos. pleta de atividades, tecnologias,
know-how, competências, etc., além
Mais da metade dos funcionários de barreiras, legislações ou demais
apresenta idade inferior a quarenta regulamentações. Quaisquer dessas
anos. O envelhecimento, entretanto, atividades reduzem a produtividade
poderá levar a problemas com pes- do setor e aumentam o preço final
soal no futuro próximo. Entre todos aos consumidores.
os empregos, as capacidades em
tecnologia e as capacidades técni- Muitos legisladores na UE imaginam
cas, tais como empreendedorismo, que os varejistas devem ser capa-
capacidades sociais e gerenciais, zes de conter ou cortar os preços
estão se tornando mais importantes que os consumidores pagam e, ao

86 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

mesmo tempo, pagar mais aos seus 1.2 Compras governamentais


fornecedores. Todavia, os fornece-
dores têm a opção de escolher a Em 2006, a aquisição pública na CE
quem prestarão seus serviços. Eles correspondeu a 16% do PIB da UE.
não são incapacitados; de fato, eles O regime de aquisição pública da UE
possuem de longe mais capacidade pretende aumentar a concorrência
de que qualquer varejista individu- e a transparência, bem como criar
al. Os varejistas permitem que os oportunidades de aquisição de ser-
fornecedores realizem economia de viços mais valorizados e de melhor
escala e alcancem o consumidor qualidade. Os órgãos que realizam
final a custos de distribuição per as diversas funções de aquisição
capita muitos menores do que se pública são centralizados, semi-
tivessem que organizar a distribui- centralizados ou descentralizados,
ção por si próprios. É o varejista dependendo do Estado membro.
que reconhece a competitividade do Em geral, as principais funções de
mercado, que controla o preço pago aquisição (por exemplo, elaboração
aos fornecedores e que mantém os de políticas, projetos de legislação e
preços baixos para o consumidor. O coordenação internacional) são cen-
varejista é apenas o meio que força tralizadas, enquanto outras funções
os fornecedores a serem eficientes. (por exemplo, desenvolvimento de
capacitação institucional, publicação
Por causa da integração contínua de e disseminação de informações) são
mercados nacionais em, possivel- realizadas pelos diversos órgãos da
mente, um “espaço sem fronteiras”, administração pública, centralizados
o setor de varejo tem servido como e descentralizados.
meio para aumentar a concorrência
entre produtores e importadores, A aquisição pública na CE continua
com a finalidade de entregar produ- a ser regulamentada pela Diretiva
tos de qualidade superior a preços 2004/18/EC, sobre a coordenação
inferiores. de procedimentos para a conces-
são de contratos de obras públicas,
No setor de varejo europeu, a mar- contratos de fornecimentos públicos
gem média de lucro é inferior a 4%. e contratos de serviços públicos, e

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 87


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

pela Diretiva 2004/17/EC, sobre a €45 bilhões de acordo com o pro-


coordenação dos procedimentos de cedimento negociado (12%). Em
aquisição de entidades que operam 2007, editais de licitação ocorreram
nos setores de prestação de servi- principalmente de acordo com o
ços de água, energia, transporte e procedimento aberto (73%), segui-
postais (Diretiva de Serviços Públi- dos do procedimento negociado
cos). Durante o período de revisão, (16%) e restrito (11%). A Comissão
as disposições de recursos das está atualmente estabelecendo uma
aquisições públicas foram revisadas, metodologia para monitorar a aquisi-
e a disposição da aquisição pública ção cross-border, inclusive aquelas
que se refere à defesa e segurança que não se originam da CE; entretan-
foi proposta. A Decisão da Comissão to, é extremamente difícil identificar a
2005/15/EC prevê as regras sobre nacionalidade exata dos fornecedo-
a aplicabilidade dos procedimentos res/prestadores de serviços bem-
para estabelecer se determinadas -sucedidos; assim, nenhum dado
atividades (por exemplo, serviços de está disponível sobre o montante da
transporte, serviços postais, explo- aquisição que não se originou da CE.
ração ou extração de carvão, gás,
petróleo ou combustíveis sólidos, Os limites das portarias de aquisi-
portos e aeroportos) serão expostas ção, que constituem a maioria dos
à concorrência. contratos (84% do total da aquisição
pública da CE-27 em 2004, acima
Em 2006, as compras públicas na de 90% em alguns Estados mem-
UE foram estimadas em €377 bi- bros), recaem sobre a competência
lhões, €83 bilhões foram gastos em dos Estados membros. Abaixo dos
suprimentos, €95 bilhões, gastos em limites, não há obrigação de procurar
serviços e, aproximadamente, €200 as autoridades para seguir as regras
bilhões, gastos em obras de constru- estipuladas nas portarias da CE.
ção. A Comissão Europeia estimou Entretanto, as concessões devem
que €264 bilhões foram concedidos cumprir com os princípios básicos
de acordo com o procedimento de transparência, não discriminação
aberto (70%), €68 bilhões de acordo e igualdade de tratamento estabeleci-
com o procedimento restrito (18%) e dos no Tratado da CE.

88 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

2. Práticas comerciais portarias que visam a eliminar esses


obstáculos, em particular, por meio
2.1 Negociações e contratos de da harmonização. Isso pode ser
importação encontrado em diversas áreas, tais
como: comércio eletrônico, setores
O mercado único possibilita a cida- de seguro e banco, propriedades
dãos, empreendedores ou socieda- intelectual e industrial, proteção ao
des atuarem em atividades econômi- consumidor, bem como na política
cas, ou outras atividades, por meio direcionada às empresas de pequeno
da União Europeia, com as mesmas e médio portes.
condições. Em muitos casos, por
exemplo, quando as mercadorias e Esse é um debate que ocorre há
os serviços são adquiridos ou há a duas décadas, principalmente
locação de serviços, envolve-se a nos círculos acadêmicos, sobre o
celebração de contrato que defina as impacto dessas disposições “har-
condições sob as quais a transação monizadas” sobre o direito contratual
será realizada. nacional em que estão inclusas.
Isso levou ao clamor para abando-
Portanto, não é surpresa que, quan- nar a abordagem atual do problema
do a União Europeia buscou eliminar de harmonização em favor de uma
obstáculos para a livre circulação, harmonização geral, a chamada co-
ela também observou o direito dificação, que estabelece um código
contratual. Realmente, determinadas contratual europeu vinculante.
disposições obrigatórias no direito
contratual de um Estado membro po- A UE não está investida de poderes
dem tornar o supramencionado mais regulatórios gerais em áreas como
complicado ou, ocasionalmente, o direito contratual, podendo apenas
impossível de oferecer as mesmas intervir em caso de problemas reais
mercadorias e os mesmos serviços que requeiram a solução da UE,
sob condições iguais ou similares no assim como o Tribunal de Justiça
Mercado Único. da Europa declarou em sua decisão
referente ao tabaco. Em uma Comu-
Assim, o legislador da UE adotou as nicação de 11 de julho de 2001, a

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 89


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Comissão buscou obter informações do direito contratual, entre ou-


sobre os problemas que exigiriam tros, a adoção de uma Estrutura
alteração da política. Comum de Referência;
• promoção para adotar os Termos
Nenhuma das respostas a essa e Condições Padrões (STCs) de
Comunicação indicou que a aborda- uso na UE, em vez de um único
gem setorial leve a problemas ou que Estado membro;
deva ser abandonada. Além disso, • reflexão adicional sobre a opor-
houve amplo apoio às medidas que tunidade de um instrumento do
poderiam aumentar o grau de co- direito contratual que não seja
erência das disposições do direito específico a setores.
contratual, nos vários instrumentos
específicos do setor, existentes ou Em 19 de janeiro de 2004, a Comis-
futuros. são realizou uma oficina para promo-
ver o desenvolvimento e a utilização
Em fevereiro de 2003, a Comissão dos STCs na UE. No entanto, a ma-
adotou uma Comunicação adicio- téria de direito contratual fica a cargo
nal que apresentou a minuta de um de cada Estado membro. Nesse
Plano de Ações, consistindo das sentido, recomenda-se consultar o
seguintes medidas: guia do país de interesse do exporta-
• ações para aumentar a coerência dor brasileiro sobre esse tema.
entre os diversos instrumentos
Foto: iStockphoto/Thinkstock.

Trem, um dos principais meios de transporte entre os países da Europa.

90 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

VII- RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS

Conforme já ressaltado neste Guia, podem, com base na sua origem,


a União Europeia é composta de 27 receber tratamento diferente do re-
Estados membros e grande parte servado aos produtos domésticos da
de sua legislação é relacionada ao mesma natureza, salvo no caso de
comércio exterior em nível europeu. certas exceções autorizadas.
O empresário brasileiro, quando de-
sejar exportar a um ou vários países Princípio do reconhecimento mútuo
da UE, deverá ter consideração não
somente às observações deste Guia, De acordo com esse princípio, qual-
mas deverá também consultar o guia quer produto fabricado e comerciali-
específico do país na base de dados zado legalmente ao abrigo da regu-
da BrasilGlobalNet, portal de pro- lamentação de um Estado membro
moção comercial e investimentos do deve, em princípio, ser admitido no
Ministério das Relações Exteriores. mercado de qualquer outro Estado
membro.
Vale lembrar que o mercado único
europeu é garantido pelo princípio da
livre circulação de mercadorias. Esse 1. Sistema Geral de Preferências
princípio pressupõe a eliminação dos (SGP)
controles nas fronteiras, dos direitos
aduaneiros e de todos os obstácu- Quem exporta para um dos países
los ao comércio entre os Estados membros da UE pode ser beneficia-
membros. do por alíquotas reduzidas, em se
tratando de produtos que se encai-
A livre circulação de mercadorias na xem no Sistema Geral de Preferên-
UE é assegurada com base em dois cias (SGP).
princípios:
Utiliza-se nos países da UE a estru-
Princípio da não discriminação tura tarifária “nomenclatura combina-
da”, conhecida como TARIC. Trata-
Segundo esse princípio, as merca- -se de código de dez dígitos, sendo
dorias importadas legalmente não os primeiros seis dígitos comuns

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 91


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

à tarifa brasileira (NCM). Itens em 2. O IVA na União Europeia


livre circulação na UE (por serem de
origem europeia ou por terem pago O Imposto sobre o Valor Agregado
a taxa da UE) podem ser movimen- (IVA) é a pedra basilar em que as-
tados entre os 27 Estados membros senta o sistema de impostos indi-
sem pagamento de tarifas aduaneiras retos da União Europeia. É uma das
ou exigências documentais (Obs.: fontes dos recursos próprios da UE,
IVA e tributos de consumo podem uma vez que uma porcentagem das
ser cobrados sobre determinados receitas do IVA, calculada com base
itens, e certos documentos podem em uma base harmonizada, se desti-
ser exigidos com base em normas na a financiar o orçamento da UE.
de saúde/rastreamento). O IVA é um imposto geral que incide
sobre o valor que é acrescentado em
É possível verificar se um produto cada fase do circuito econômico de
procedente e originário do Brasil qualquer produto ou serviço e que é
recebe o tratamento preferencial cobrado de forma fracionada na fase
no âmbito do SGP da UE por meio de consumo final:
da Tarifa Integrada da Comunidade
(TARIC), em português, por meio • O IVA é um imposto geral que
da NC do produto: http://ec.europa.eu/ incide sobre todas as atividades
taxation_customs/dds/tarhome_pt.htm. comerciais, sobre as entregas
(transmissões) de bens, presta-
Quaisquer bens introduzidos na UE ções de serviços, importações
provenientes de países não mem- e operações intracomunitárias
bros da UE (inclusive Brasil) devem (bens introduzidos num Estado
passar por despacho alfandegário. membro a partir de outro Estado
Tais bens devem ser apresentados à membro).
alfândega, e as autoridades alfande- • O IVA é cobrado em cada fase
gárias do respectivo Estado membro da produção ou distribuição de
devem ser notificadas da chegada todos os bens ou serviços, de
dos bens na alfândega ou em outro forma diretamente proporcional
local designado ou aprovado pelas ao preço de cada operação.
autoridades alfandegárias. Todavia, o IVA é essencialmente

92 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

suportado pelo consumidor final. que não pode ser inferior a 12%
• O IVA é cobrado por meio de um (a denominada “taxa parking”) a
regime no âmbito do qual os alguns bens e serviços.
sujeitos passivos (os que estão 4. A diretiva também permite que al-
registrados para efeitos do IVA) guns Estados membros apliquem
cobram o IVA sobre as vendas taxas reduzidas até 5% (taxas
que efetuam (imposto à jusante) super-reduzidas).
e recuperam o IVA que pagaram
sobre as suas aquisições dos Para mais informações sobre Taxa-
bens ou serviços utilizados na tion trends in the European Union,
sua atividade comercial (imposto edition 2010, consulte: http://ec.europa.
a montante). eu/taxation_customs/taxation/gen_info/
economic_analysis/tax_structures/index_
As operações tributáveis estão en.htm.
sujeitas às taxas e à regulamentação
aprovadas pelo Estado membro a 3. Impostos especiais de consumo
que se destinam os bens ou ser- na União Europeia
viços. Cada Estado membro pode
estabelecer taxas de acordo com Os impostos especiais de consumo
os limites definidos na Diretiva são impostos indiretos cobrados
2006/112/CE do Conselho, seguida- numa fase da importação ou da
mente indicados: fabricação de determinados produ-
tos. O objetivo é tributar o consumo
1. A taxa normal não pode ser inferior desses produtos, razão pela qual
a 15%. os fornecedores aumentam os seus
2. Os Estados membros podem apli- preços e transferem o imposto para
car uma ou duas taxas reduzidas, o consumidor final. Os impostos
que não devem ser inferiores a 5% especiais de consumo aplicam-se a
e que só podem ser aplicadas a produtos frequentemente conside-
entregas de bens muito específi- rados geradores de custos externos
cas. (por exemplo, efeitos adversos para
3. A diretiva prevê a possibilidade de a saúde ou o ambiente), para reduzir
aplicação de uma taxa reduzida o seu consumo ou os seus resíduos.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 93


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Todos os Estados membros aplicam


impostos especiais ao consumo de
álcool, tabaco e energia, cuja renda
fica com o próprio Estado membro.
Para mais informações sobre Co-
missão Europeia, fiscalidade e união
aduaneira, impostos especiais sobre
o consumo de álcool, tabaco e
energia, consulte: http://ec.europa.eu/
taxation_customs/taxation/excise_duties/
gen_overview/index_en.htm.

Foto: iStockphoto/Thinkstock.

Bandeira da União Europeia

94 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

ANEXOS

I – ENDEREÇOS 1.2 No Brasil

1 Órgãos oficiais a) Representação diplomática

1.1 Na Bélgica Delegação da Comissão Europeia no


Brasil
a) Representação diplomática e SHIS QI 7, Bl. A, Lago Sul
consular brasileira Brasília, DF – 71615-570
Tels.: (61) 2104-3122
Missão do Brasil junto à União (61) 2104-3141
Europeia
Avenue Franklin Roosevelt 30 b) Órgãos oficiais brasileiros
1050 Bruxelas
Tel.: +32 (0) 2 640 20 40 Informações sobre o mercado, inclu-
Tel.: +32 (0) 2 645 01 01 sive condições de acesso, importa-
Fax: +32 (0) 2 648 80 40 dores locais e oportunidades comer-
e-mail: missao@braseuropa.be ciais: distribuição das publicações da
Horário de funcionamento: de segun- “Coleção Estudos e Documentos de
da a sexta-feira, das 9h às 19h Comércio Exterior” do MRE:

Embaixada do Brasil em Bruxelas Divisão de Inteligência Comercial


(capital da União Europeia) (DIC)
Setor Comercial Ministério das Relações Exteriores
Avenue Louise, 350 (6º andar) 70.170-900 Brasília-DF
B-1050 Bruxelles, Belgique Tel.: (61) 2030-8932
Tel.: +32 (0) 2 640 20 15 Fax: (61) 2030-8954
Fax: +32 (0) 2 640 81 34 e-mail: dic@brasilglobalnet.gov.br

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 95


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

Apoio a viagens e a missões de Brazilian Business Affairs


empresários brasileiros ao país ou a Contato: Rui Cunha
missões econômicas e comerciais Avenue des Arts
do país no Brasil: 19 A-D
1000 Bruxelas
Divisão de Operações de Promoção Tel.: +32 (0) 2 211 05 30
Comercial (DOC) Tel.: +32 (0) 2 645 01 01
Ministério das Relações Exteriores Fax: +32 (0) 2 648 80 40
70.170-900 Brasília-DF e-mails: rui.cunha@apexbrasil.com.br
Tel.: (61) 2030-8531 alex.figueiredo@apexbrasil.com.br
Fax: (61) 2030-6007
UNICA – União da Indústria de
Informações sobre mercado, docu- Cana-de-Açúcar
mentação e formalidades de em- Contato : Emmanuel Desplechin
barque, bem como sobre emissão Rue d’Arlon 25; B-1050 Brussels
exclusiva de certificados de origem Tel. : +32 (0) 2 234 61 28
para o SGP: Fax: +32 (0) 2 234 61 81
e-mail: edesplechin@unica.com.br
Departamento de Operações de
Comércio Exterior (DECEX)
Ministério do Desenvolvimento, 3 Câmaras de Comércio
Indústria e Comércio Exterior
70053-900 Brasília-DF 3.1 Na União Europeia
Tel.: (61) 2027-7563
Site: www.desenvolvimento.gov.br EUROCHAMBRES
Avenue des Arts, 19 A/D B-1000
Bruxelas, Bélgica
2 Empresas brasileiras Tel: +32 (0) 2 282 08 50
Fax: +32 (0) 2 230 00 38
Tendo em vista a natureza dos temas e-mail: eurochambres@eurochambres.eu
tratados pela União Europeia, exis- Site: http://www.eurochambres.be/Content/
tem as seguintes representações em Default.asp?
Bruxelas:

96 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

3.2 No Brasil Euronews


Site: http://pt.euronews.net/
EUROCÂMARAS27
Tel.: (11) 5180-2317
e-mail: eu2@ahkbrasil.com 6. Aquisição de documentação

Para aquisição de documentação


4. Principais bancos tarifária e estatística original sobre
comércio exterior, consulte:
Banque Européenne http://exporthelp.europa.eu/index_pt.html;
d’Investissement28 http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/
98-100, Boulevard Konrad Adenauer portal/eurostat/home/.
L-2950 Luxembourg
(+352) 43 79 1
(+352) 43 77 04
Site: http://www.eib.org/index.htm

5. Meios de comunicação

5.1 Principais jornais

European Voice
Site: http://www.europeanvoice.com/

5.2 Canais de TV

27 É uma entidade que congrega as câmaras


europeias no Brasil com o objetivo de contribuir
para o fomento das relações entre o Brasil, o
MERCOSUL e a União Europeia.
28 Há possibilidade de obtenção de financia-
mento para alguns tipos de projeto.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 97


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

II – INFORMAÇÕES SOBRE O SGP 7) A situação atual de cada produto


em relação ao SGP da União Euro-
Dada a extensão da lista de produ- peia pode ser observada no seguinte
tos beneficiados pelo SGP na União site:
Europeia, bem como as altera- http://ec.europa.eu/taxation_customs/dds2/taric/
ções periódicas a que está sujeita, taric_consultation.jsp?Lang=pt&redirectionDa
recomenda-se aos empresários te=20100730.
brasileiros interessados dirigir con-
sulta específica a um dos seguintes
órgãos:

1) Divisão de Inteligência Comercial


(DIC), do Ministério das Relações
Exteriores, em Brasília;

2) Divisão de Acesso a Mercados


(DACESS), do Ministério das Rela-
ções Exteriores, em Brasília;

3) Departamento de Negociações
Internacionais (DEINT), da SECEX/
MDIC, em Brasília;

4) Escritório Comercial da Delegação


da UE no Brasil em Brasília;

5) Confederação Nacional da Indús-


tria (CNI), Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp) e
Associação de Comércio Exterior do
Brasil (AEB);

6) Entidades de classe;

98 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

III – INFORMAÇÕES PRÁTICAS

1. Moeda 4. Horário comercial

Moedas inteiras: 1€ e 2€ Ver Guia Como Exportar de cada


Moedas de centavos: 1 centavo, 2 Estado membro da UE.
centavos, 5 centavos, 10 centavos,
20 centavos e 50 centavos
Notas: 5€, 10€, 20€, 50€, 100€, 5. Corrente elétrica
200€ e 500€
Ver Guia Como Exportar de cada
Estado membro da UE.
2. Pesos e medidas

A maioria dos Estados membros da 6. Períodos recomendados para


UE adotam o sistema métrico deci- viagem
mal, com a exceção do Reino Unido.
Para obter uma recomendação mais
precisa, recomenda-se verificar o
3. Fusos horários Guia Como Exportar de cada Estado
membro da UE. No entanto, deve-se
Prevalece na maioria dos Estados evitar viagens de negócios durante o
membros o Greenwich Mean Time – período de férias do verão europeu
GMT +1, geralmente com uma hora (julho e agosto).
a mais do Reino Unido e Portugal,
por exemplo.
Diferença com Brasília/Rio/São 7. Visto de entrada
Paulo:
Horário normal: 4 horas a mais. Em geral, não é necessário visto
Horário de verão: (de outubro a feve- para estada nos países da UE por um
reiro): 5 horas a mais. período máximo de 90 dias.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 99


UNIÃO EUROPEIA Como Exportar

8. Vacinas

Ver Guia Como Exportar de cada


Estado membro da UE

9. Alfândega e câmbio

O câmbio em euro, libra e dólar


é efetuado, sem restrições, nos
bancos, em agências especializadas,
em casas de câmbio e nos principais
aeroportos do país. Outras moedas
conversíveis também são aceitas.

10. Hotéis

Ver Guia Como Exportar de cada


Estado membro da UE. No entanto,
existe um site de reservas por meio
do qual é possível reservar hotéis em
todos os Estados membros da UE:
www.booking.com.

100 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Como Exportar UNIÃO EUROPEIA

BIBLIOGRAFIA

Site da Comissão Europeia

Site do Parlamento Europeu

Site do Banco Central Europeu

Banco Central do Brasil

Site da Organização Mundial de Comércio

FMI. International Financial Statistics

Eurostat

MDIC/SECEX/Sistema Alice

World Bank – World Development Report

World Bank – Global Economic Prospects

Foto: Zoonar/Thinkstock.

Plantação de tulipas na Holanda.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 101

Você também pode gostar