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PROF.

GIÁCOMO BALBINOTTO NETO 26/8/2004

MODELOS ECONÔMICOS

NOTAS DE AULA
PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO
II/2004

... O trabalho de cientista consiste em elaborar


teorias e pô-las à prova.

As teorias são redes, lançadas para capturar


aquilo que denominamos “o mundo”: para
racionalizá-lo, explica-lo, dominá-lo. Nossos
esforços são no sentido de tornar as malhas da
rede cada vez mais estreitas.

Karl Popper (1972)

Definição de modelo
Um modelo nada mais é do que uma
representação simplificada da realidade.

Quando um grupo de fenômenos observáveis é


confirmada a evidência de uma regularidade, tenta-
se estabelecer a correspondente teoria matemática.
Esta teoria pode ser considerada como o modelo
matemático do conjunto de fatos empíricos que
constituem os dados.

MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 1


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Definição de modelo
A função de um modelo é a de exibir as
relações e a interdependência entre as
variáveis endógenas e exógenas.

Os modelos abstraem, deliberadamente, os detalhes


que não são considerados importantes a fim de
esclarecer quais são as variáveis chaves ou
fundamentais e as relações importantes para explicar
o fenômeno em questão.

Definição de modelo
Um modelo é uma representação simplificada
e abstrata da realidade.

Um modelo não têm por objetivo ser idêntico à


realidade. Pelo contrário, ele busca representar o
mundo real através de uma abstração, algo que é
extraído da realidade, do mundo real, e que nos
ajuda a entender como ele funciona.

Definição de modelo
O modelo, enquanto seja uma representação
difere em vários aspectos do original ou da
realidade em termos de escala, montante de
detalhes ou grau de complexidade, mas ao
mesmo tempo preserva o que é importante no
original ou na realidade em seus aspectos
fundamentais ou mais salientes e destacados.

MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 2


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Definição de modelo
O motivo pelo qual precisamos criar e desenvolver
um modelo, estabelecendo pressupostos e hipóteses,
é que o funcionamento efeito de uma dada realidade
é muito complexa.

O que necessitamos quando elaboramos um modelo


são descobrir princípios gerais que proporcionam
conhecimentos úteis da realidade econômica.

Criação de Modelos
Toda vez que tentamos explicar um conjunto complexo
de comportamentos, fenômenos e resultados
empregando algumas variáveis explicativas e
estabelecendo relações entre elas, estamos criando um
modelo.

Os modelos não visão captar toda a complexidade dos


comportamentos, eles são criados para retirar os
fatores do acaso e da idiossincrasia, de tal forma que o
foco recaia sobre os princípios gerais desenvolvidos

Definição de Modelo Matemático

Um modelo matemático é uma imagem idealizada


do mundo real, em que as inter-relações entre as
diferentes variáveis econômicas, por exemplo, são
representadas com a ajuda do simbolismo
matemático e o processo ordinário de dedução é
substituído por operações matemáticas.

MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 3


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O Modelo Matemático

As modernas teorias econômicas são expostas, de


um modo geral, em termos matemáticos.

A matemática não é um fim em si mesma, e sim um


conjunto de instrumentos [cálculo, controle ótimo;
matrizes, equações simultâneas, etc] que facilitam a
compreensão e a exposição das teorias econômicas.
A matemática é útil para traduzir argumentos verbais
em formas concisas e consistentes.

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Modelo Econômico
Um modelo é uma representação simplificada da
realidade econômica expressa através de símbolos e
operações matemáticas que busca descrever um
certo conjunto de relações econômicas. Assim, um
modelo econômico pode ser definido como uma
expressão matemática de uma determinada teoria
econômica.

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Características de um modelo
econômico básico

#1 – represente um fenômeno econômico


real;

#2 – que a representação seja simplificada;

#3 – que seja feita em termos matemáticos.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 4


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Modelo Econométrico
Um modelo econométrico é um modelo econômico
que contém as especificações necessárias para a sua
aplicação empírica.
Exemplos:

y = a + bx + ε

C = Co + bY + ε

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Modelo Econométrico
Tipos de dados

- series temporais;
- cross section
- panel data

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A formulação de modelos
Antes de se proceder à formulação de um modelo
convém precisar exatamente o fenômeno ou
conjunto de fenômenos que se pretende analisar.

Aqui torna-se necessário, portanto, proceder á


delimitação do campo sobre o qual se vai atuar e
pesquisar.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 5


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A formulação de modelos
A formulação de um modelo requer:

#1- delimitar o fenômeno ou grupo de fenômenos que


se estudará;

# 2- localizar as variáveis de interesse;

# 3 – estabelecer as conexões e relações existentes


entre as variáveis do modelo;

#4 – ter uma idéia da finalidade do que a de cobrir o


modelo.
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A formulação de modelos
Realidade

Teoria

Expressão matemática da
teoria: modelo ou
hipóteses mantidas

Confrontação do
modelo com os
dados
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Variáveis e parâmetros dos modelos


Variável – é algo cuja magnitude pode mudar, isto
é, é algo que pode assumir diferentes valores.

As variáveis na economia incluem, de um modo


geral, o preço, receita, custos, consumo, renda,
investimento, exportação, importação, gastos do
governo etc.

Cada variável pode assumir diversos valores, sendo


representado por um símbolo ao invés de um valor
específico.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 6


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Variáveis e parâmetros dos modelos

Um modelo econômico, quando construído


apropriadamente, pode ser resolvido, gerando-se os
valores das soluções de um certo conjunto de
variáveis, tais como o nível de preço e quantidades
que igualam a oferta e demanda por um determinado
produto, ou o nível de produção que maximiza os
lucros.

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Variáveis e parâmetros dos modelos

As variáveis cujo valor buscamos , ao solucionar o


modelo, são conhecidas como variáveis endógenas.
Elas são as variáveis explicadas pelo modelo.

Já as variáveis cujos valores sejam, por hipóteses,


determinadas por forças externas ao modelo, e que
sejam aceitas como dadas, são chamadas de
variáveis exógenas. Elas são as variáveis que
explicam o modelo, também chamadas de variáveis
explicativas.

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Variáveis e parâmetros dos modelos

As variáveis aparecem combinadas com


números fixos, tal como por exemplo,
0.7P.

é um parâmetro do modelo

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 7


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Variáveis e parâmetros dos modelos

Uma constante é uma magnitude que não


varia.

Uma variável constante num modelo é uma


variável exógena que não é afetada pelas
outras variáveis.

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Variáveis e parâmetros dos modelos


parâmetro
constante

Y= a + bX

Variável endógena – variável Variável exógena –


a ser explicada pelo modelo variável que explica o
modelo

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Tipos de variáveis
#1 Estoque – referem-se a variáveis que buscam
medir a quantidade ou uma magnitude de algo que
existe num determinado ponto do tempo. Exemplo:
estoque de capital, número de máquinas e
equipamentos.

# 2- Variáveis de fluxo - referem-se a variáveis


que buscam medir a quantidade de algo que é
consumido, ganho, produzido por unidade de tempo.
Geralmente referem-se a quantidades recebidas,
usadas, ganhas ou usadas a um determinado
período de tempo.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 8


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Tipos de equações
Equações de definição – são equações que
estabelecem um identidade entre duas expressões
alternativas que possuam o mesmo significado.

π = R – C [lucro]
S=Y–C [poupança]

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Tipos de equações
Equação de comportamento – buscam especificar
a maneira pela qual um variável se comporta em
resposta as mudanças em outras variáveis. Elas
buscam descrever o comportamento humano com
relação a ações tomadas pelos indivíduos.

S = f (y) [poupança]
Qd = f (P) [quantidade demanda]
H = f (w) [horas trabalhadas]
Md = f (r, Y) [demanda por moeda]

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Tipos de equações
Equações institucionais ou legais – refletem os
efeitos provocados na atividade econômica pelas leis
e normas institucionais, buscando descrever o
impacto do ordenamento jurídico e institucional
existente sobre o fenômeno em questão.

Tt = tYt
Wt = a Pt-1

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 9


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Tipos de equações
Equações técnicas – buscam explicar as condições
em que se leva a cabo um processo técnico ou de
produção de um determinado bem. Ele descreve o
estado das artes na fabricação de um determinado
bem.

Q = f (K, E) [ função de produção]

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Tipos de equações
Equação de equilíbrio - descreve a condição de
equilíbrio de um modelo.

Qd = Qs [quantidade demandada = quantidade


ofertada]
S=I [poupança = investimento]
Y=A [produto agregado = demanda agregada]

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Tipos de modelos e
forma funcional das equações
y
Quadrática

2
Y = ao + a1x + a2 x

0
x

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 10


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Tipos de modelos e
forma funcional das equações
y
Cúbica

0
2 3 x
Y = ao + a1x + a2 x + a3x
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Tipos de modelos e
forma funcional das equações
y
Hipérbole regular

Y = a/x

0
x

32

Tipos de modelos e
forma funcional das equações
y
Exponencial
x
Y=b

0
x

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 11


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Tipos de modelos e
forma funcional das equações
y
Logarítmica

Y = log x
b

0
x

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Tipos de modelos e
forma funcional das equações
y
Linear

Y = a + bx

0
x

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Dimensão temporal dos modelos

a) Estáticos

Modelos

b) Dinâmicos

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 12


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Dimensão temporal dos modelos

Modelos estáticos - dizem respeito aos modelos


nos quais todas as variáveis referem-se ao mesmo
período de tempo.

Nos modelos estáticos, o problema é achar o valor


das variáveis endógenas que satisfazem certas
condições de equilíbrio. Por exemplo, quando
aplicados aos problemas de otimização, a tarefa é
achar os valores que maximizam um função objetivo
especifica.

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Dimensão temporal dos modelos


Modelos dinâmicos – são aqueles que se
caracterizam por equações funcionais com variáveis
relativas a diferentes pontos do tempo.

Nos modelos dinâmicos o principal problema envolve


a determinação da trajetória temporal de uma
variável com base num padrão conhecido de
mudança.

Yt = aot + bYt-1
It = Kt+1 – K t

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Dimensão temporal dos modelos

Estática comparativa – estuda e compara duas ou


mais posições de equilíbrio sem levar em conta o
período de transição e o processo de ajustamento
envolvido.
So
E1
p
Eo

D1

Do

0 q
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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 13


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Dimensão temporal dos modelos

Dinâmica comparada – busca analisar a trajetória


ao longo do tempo e o processo de ajustamento de
uma determinada variável ao longo do tempo.

gy

0 t

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Qual a utilidade dos


modelos econômicos?

a) Pedagógicas

Modelos b) Predição;
econômicos

c) Explicação

41

Qual a utilidade dos


modelos econômicos?

A utilidade e a validade de uma teoria dependem de sua


capacidade para explicar e prever, com sucesso, o
conjunto de fenômenos que ela têm por objeto.

As teorias são continuamente testadas por meio da


observação. Como resultado dos testes, elas são
freqüentemente modificadas, refinadas e até
ocasionalmente descartadas.

Durante o processo de avaliação de uma teoria, é


importante que se tenha em mente que ela é
invariavelmente imperfeita.
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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 14


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Os Estágios da Análise Científica


1- Desenvolvimento de uma estrutura conceitual
– estruturação de conceitos básicos que governam as
relações numa determinada área [maximização de
utilidade; minimização de custos, maximização de
lucros];

2- Formulação de hipóteses – formulação de


predições de como certas variáveis econômicas estão
relacionadas; uma hipótese é uma predição de como
uma variável endógena irá responder quando houver
uma variação numa variável exógena ou explicativa.

43

Os Estágios da Análise Científica


Propriedades desejáveis de uma hipótese:

#1 – uma hipóteses deve envolver eventos que são


importantes ou interessantes do ponto de vista
econômico ou social;

# 2 – uma hipóteses deve ser o resultado de uma


relação lógica, isto é, que ele tenha sido desenvolvida
de modo sistemático com base nas relações e
implicações conceituais desenvolvidas no primeiro
estágio do desenvolvimento da da teoria;

44

Os Estágios da Análise Científica


Propriedades desejáveis de uma hipótese:

# 3- uma hipóteses deve ser testável [falseável na linguagem


de K. Popper], isto é, ela deve estar relacionada a eventos
observáveis [comportamentos ou resultados];

# 4- uma hipótese pode, algumas vezes ser incorreta. Isto


significa que uma definição não é uma hipótese. O ponto é que,
uma hipóteses é muito mais do que uma definição. Ela
representa um padrão resposta –estimulo que pode ser
verificado ou checado com relação a realidade e que existe uma
possibilidade de que a mesma não seja verdadeira.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 15


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Os Estágios da Análise Científica

Suposição simplificadora – é um meio pelo qual se pode


simplificar um modelo sem sacrificar suas conclusões
importantes.

O objetivo de uma suposição simplificadora é eliminar do


modelo detalhes excessivos, para que suas características
essenciais possam ser mais facilmente vizualizadas.

As suposições simplificadoras são adotadas não porque sejam


verdadeiras, mas porque facilitam o acompanhamento do
modelo e não alteram nenhuma das conclusões importantes
que podemos dele tirar.

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Os Estágios da Análise Científica

Suposição crítica – são aquelas que tem um


efeito relevante sobre as conclusões do
modelo.

Por exemplo, quando estudamos o comportamente


das firmas, uma das suposições criticas é que as
firmas maximizam seus lucros.

Na teoria do consumidor é que o indivíduo maximiza


sua utilidade.

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Os Estágios da Análise Científica

3 - Teste de hipóteses - uso de dados ou de


experimentos para examinar, estatisticamente se a
relação esperada entre as variáveis econômicas é
verificada [sinal, significância estatística, valor dos
parâmetros estimados];

4 – Avaliação dos resultados – se a relação


esperada entre as variáveis econômicas é
repetidamente observada, então a hipóteses é dita
ser confirmada pelos dados ou não contradita.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 16


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A metodologia da economia positiva


Friedman (1953)

Milton Friedman
Prêmio Nobel - 1976

http://www.nobel.se/economics/laureates/1976/

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A metodologia da economia positiva


Friedman (1953)

a) Positiva – refere-se a um corpo de


conhecimentos sistematizados
referentes ao que é, sendo em
principio, independente de todo o
juízo de valor.
Economia

b) Normativa – refere-se ao corpo de


conhecimento sistematizados que
discute os critérios do que deveria
ser.

50

Friedman (1953) – objetivo do artigo

O artigo trata dos problemas metodológicos que


surgem na formação da economia positiva, em
especial com relação ao problema de como decidir
se uma hipótese ou uma teoria proposta deveria ser
aceita a título experimental como parte do corpo de
conhecimentos sistematizados referentes ao que é.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 17


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Friedman (1953) –
A economia positiva e os juízos de valor

Para Friedman (1953), a economia positiva é,


em principio, independente de qualquer
posição ética ou de qualquer juízo normativo.
Se refere ao que é e não ao que deveria ser.

52

Friedman (1953) –
A Função da Economia Positiva

A função da economia positiva é a de fornecer um


sistema de generalizações do que possa ser utilizado
para fazer predições corretas acerca das
conseqüências de qualquer mudança das variáveis
explicativas do modelo ou das circunstâncias.

Seu funcionamento deve ser julgado por sua


precisão, alcance e conformidade com as previsões
fornecidas.

53

Friedman (1953) –
A Função da Economia Positiva

Positive economics is in pricinple independent of any


particular ethical position or normative judgments... It
deals with “what is”, not with outht to be te”. Its task is
to provide a system of generalizations that can be used
to make correct predictions about the consequences of
any change in circumstances. Its preformance is to be
judged by the precision, scope, and conformity with
experience of the predictions it yields. In shorth, positive
economics is, or can be, an objctive science, in precisely
the same sense as any of the physical science.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 18


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Friedman (1953)
O monismo metodológico

Para Friedman (1953), a economia positiva pode ser


vista como uma ciência objetiva, no mesmo sentido
que qualquer ciência física.

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Friedman (1953)
Relação entre a economia positiva e normativa

A economia positiva e a economia normativa não


podem ser independentes, pois qualquer conclusão
política se baseia necessariamente sobre uma
predição acerca das conseqüências de fazer uma
coisa em lugar de outra, deve estar baseada,
implícita ou explicitamente na economia positiva.

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Friedman (1953)
O objetivo de uma ciência positiva

O objetivo de uma ciência positiva é o


desenvolvimento de uma teoria ou uma hipótese que
ofereça predições válidas e com sentido, isto é, que
não tenha um caráter truísta acerca dos fenômenos
observados.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 19


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Friedman (1953)
O objetivo de uma ciência positiva

The ultimate goal of a positive science is to development


of a “theory” or “hypothesis” that yields valid and
meaningful (i.e, not truistic predictions about phenomena
not yet observed. Such a theory is,in general, a complex
intermixture of two elements. In part, it is a “language”
designed to promote “systematic and organized methods
of reasoning”. In part, it is a body of substantive essential
features of complex reality.

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Friedman (1953)
Os Elementos de uma Teoria

- uma linguagem idealizada para promover


métodos para raciocinar de modo sistemático
e organizado;

- um corpo de hipóteses substantivas


estruturadas para abstrair os traços
fundamentais de uma realidade complexa.

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Friedman (1953)
A Importância das Evidências Empíricas

Para Friedman (1953), a lógica formal dos modelos


econômicos somente podem mostrar se uma teoria
é consistente.

Somente a evidência empírica pode demonstrar se as


categorias do arquivo analíticos têm um equivalente
empírico significativo, isto é, se são úteis para
analisar uma determinada classe de problemas
concretos.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 20


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Friedman (1953)
O julgamento de uma teoria e
as evidências empíricas

Para Friedman (1953), uma teoria deve ser julgada


por seu poder de predição a respeito das classes de
fenômenos que procura explicar. Somente as
evidências empíricas podem mostrar se é aceita
como válida ou rechaçada.

A única prova importante da validade de uma


hipóteses é a comparação de suas predições com a
experiência factual.

61

Friedman (1953)
O julgamento de uma teoria e
as evidências empíricas

Viewed as a body of substatuve hypotheses, theory is to be judged by


its preditive power for the class of phenomena which it is intended to
“explain”. Only factual evidence can show whether it is “right” or
“wrong” or, better, tentatively “acepted” as valid or rejected”. As I
shall argue greater length below, the only relevant test of the validity
of a hyphotesis is comparison of its predictions with experience. The
hyphothesis is rejected if its predictions are contradicted(“frequently”
or more often thna predictions from an alternative hyphotesis); it is
acepted if its predictions are not contradicted; great confidenceis
attached to it if it has survived many opportunities for contradiction.
Factual evidence can never prove a hypothesis; it can only fail to
disprove it, which is what we generally mean when we say, somewhat
inexactly, that hypothesis has been “confirmed” by experience.

62

Friedman (1953)
O julgamento de uma teoria e
as evidências empíricas

A evidência empírica não pode nunca “provar “


uma hipótese; unicamente pode deixar de
comprova-la.

[cf. Karl Popper, 1972] – refutabilidade das


teorias

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 21


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Friedman (1953)
A Avaliação de uma Teoria

Uma teoria é mais simples quanto menor for o


conhecimento inicial necessário para se fazer uma
predição dentro de um determinado campo de
fenômenos.

Uma teoria é mais fecunda quanto mais precisas


forem as predições que resultam, maior a área
dentro da qual ele oferece predições e qunto mais
linhas suplementares [insights] para posterior
investigação ela sugerir.

64

Friedman (1953)
A Avaliação de uma Teoria

A hypothesys is important if it “explain” much by little


that is, if it abstract the commom and crucial elements
from the mass of complex and detailed circunstances
surrounding the phenomena to be explained and permits
valid predictions on the basis of them alone. To be
important, therefore, a hipothesis must be descriptively
false in its assupntions; it takes account of, and accounts
for none of the many other attendant circunstances, since
it is vey success shows them to be irrelevant for the
phenomena to be explained.

65

Friedman (1953)
A Função da Teoria Econômica

A teoria econômica deve ser algo mais do


que uma estrutura de tautologias, ela deve
ser capaz de fazer e gerar previsões e não
apenas descrever as conseqüências da ação.

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 22


PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO 26/8/2004

Friedman (1953)
As hipóteses na teoria econômica

Em geral, quanto mais significativa for uma teoria,


menos realistas serão seus pressupostos, pois uma
hipótese é importante se explica muito através de
pouco, isto é, se abstrai os elementos comuns e
cruciais de massa de circunstâncias complexas e
detalhadas que rodeiam o fenômeno que há de se
explicar e permite predições válidas sobre ele.

Para ser importante, por conseguinte, uma hipóteses


dever ser descritivamente falsa em seus
pressupostos.

67

Friedman (1953)
As hipóteses na teoria econômica e as
evidências empíricas

A evidência em favor de uma hipóteses consiste


sempre em seu repetido triunfo ante as
possibilidades de contradição [falseabilidade na
linguagem de Popper (1972)].

68

Friedman (1953) & Popper (1972)


As hipóteses na teoria econômica e as
evidências empíricas
Na medida em que a teoria resista a provas
pormenorizadas e severas e não seja suplantada por
outra, no curso do progresso científico, poderemos
dizer que ela “comprovou sua qualidade” ou que foi
“corroborada” pela experiência passada.
[K. Popper, 1973, p.34]

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MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 23


PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO 26/8/2004

Popper (1972, p.42)


A falseabilidade das teorias

... Só reconhecerei um sistema como empírico ou


científico se ele for passível de comprovação pela
experiência. Essas considerações sugerem que deve ser
tomado com critério de demarcação a não
verificabilidade, mas a falseabilidade de um sistema.
Em outras palavras, não exigirei que um sistema
científico seja suscetível de ser dado como válido, de
uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei,
porém, que sua forma lógica seja tal que se torne
possível de valida-lo através de recurso a provas
empíricas, em sentido negativo:deve ser possível de
refutar, pela experiência, um sistema científico
empírico.
70

Popper (1972, p.50)


A falseabilidade das teorias

... Quero apenas que todo enunciado científico se


mostre capaz de ser submetido a teste. Em outras
palavras, recuso-me a aceitar a concepção de que,
em ciência, existam enunciados que devamos
resignadamente aceitar como verdadeiros,
simplesmente pela circunstância de não parecer
possível, devido as razões lógicas, submete-los a
teste.

71

Friedman (1953)
As hipóteses na teoria econômica

Uma teoria não pode ser avaliada comparando-se


diretamente seus pressupostos com a realidade.

O realismo completo é claramente inalcançável.

72

MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 24


PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO 26/8/2004

Friedman (1953)
As hipóteses na teoria econômica

… it is not the realism of the assumptions of a


model that make it acceptable, but its ability to
yield good forecasts for policy-making.

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The Methodology of positive economics (1953)


The ultimate goal of a positive science is the
development of a “theory” or “hypothesis” that yields
valid and meaningful predictions about phenomena
not yet observed … Milton Friedman

Factual evidence can never “prove” a hypothesis; it can


only fail to disprove it, which is what we generally mean
when we say, somewhat inexactly, that the hypothesis
has been “confirmed” by experience …

… the relevant question to ask about the “assumptions”


of a theory is not whether they are descriptively “realistic,”
for they never are, but whether they are sufficiently good
approximations for the purpose in hand. And this question
can be answered only by seeing whether the theory works,
74
Which means whether it yields sufficiently accurate predictions.

The Methodology of positive economics (1953)

Economics as a positive science is a body


of tentatively accepted generalizations Milton Friedman
about economic phenomena that can be
used to predict the consequenses of
changes in circustances.

Progress in positive economics will require


not only the testing and elaboration of
existing hyphotesis but also the
constructions of new hypothesis.

75

MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 25


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Metodologia Econômica

The propositions of economic theory, like


all scientific theory, are obviously
deductions from a series of postulates …
These are not postulates the existence
of whose counterpart in reality admits of
extensive dispute once their nature is fully
realized. We do not need controlled Lionel Robbins
experiments to establish their validity:
they are so much the stuff of our everyday
experience that they have only to be stated
to be recognized as obvious.
An Essay on the Nature and Significance
of Economic Science (1935)
76

A abordagem funcionalista de Ronald Coase (1981)

The view that the worth of a theory is to be judged


solely by the extent and accuracy of its predictions
seems to me wrong ... a theory is not like an airline or
bus timetable We are not interested simply in the
accuracy of its predictions. A theory also serves as
a base for thinking. It helps us to understand what is
going on by enabling us to organize our thoughts.
Faced with a choice between a theory which predicts
well but gives us little insight into how the system
works and one which gives us this insight but predicts
badly, I would choose the latter, and I am inclined to Ronald Coase
think that most economists would do the same.

How Should Economists Choose? (1981)

77

Leituras complementares sugeridas


Friedman, Milton. (1953). The Methodology of
Positive Economics. In: Essays in Positive Economics.

Popper, K. (1972). A Lógica da Pesquisa Científica.


Culturix.

Kuhn, T. A Estrutura das Revoluções Científicas.


Perspectiva.

Chiang, A . (1982). Matemática para Economistas.


Editora McGraw-Hill (cap,2)

78

MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 26


PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO 26/8/2004

Leituras complementares sugeridas

John Stuart Mill, “On the definition and method of political


economy” (1836)

Lionel Robbins, “The nature and significance of economic


science” (1935)

James Buchanan, “What should economists do?” (1964)

Ronald Coase, “How should economists choose?” (1994)

79

Fim
NOTAS DE AULA
PROF. GIÁCOMO BALBINOTTO NETO
II/2004

MODELO ECONÔMICOS - NOTAS DE AULA 27

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