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CURSO TRIBUTÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS AFRF (ESAF)

Prof. Alberto Macedo


Aula 06 – Legislação Tributária

Conteúdo Direito Tributário


1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL .............................................................. 4
2. EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL ............................................. 5
3. LEI COMPLEMENTAR ..................................................................... 8
4. LEIS ............................................................................................ 37
4.1. LEI ORDINÁRIA (LEI EM SENTIDO ESTRITO) .................................37
4.2. MEDIDA PROVISÓRIA .................................................................42
4.3. LEI DELEGADA...........................................................................49
4.4. DECRETO LEGISLATIVO ..............................................................51
4.5. RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL ..............................................52
4.6. DECRETO-LEI ............................................................................60
5. TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS ............................ 60
6. DECRETOS ................................................................................... 65
7. NORMAS COMPLEMENTARES ....................................................... 67
7.1. ATOS NORMATIVOS EXPEDIDOS PELAS AUTORIDADES
ADMINISTRATIVAS ...........................................................................67
7.2. DECISÕES ADMINISTRATIVAS COM EFICÁCIA NORMATIVA .............68
7.3. PRÁTICAS REITERADAS DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS ......68
7.4. CONVÊNIOS CELEBRADOS ENTRE U, E, DF, M ...............................69
8. QUESTÃO DISCURSIVA ............................................................... 76

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UMA PEQUENA INTRODUÇÃO ANTES DAS QUESTÕES.

Quando falamos em legislação, falamos dos diversos diplomas normativos


que o Direito possui.

Esses diplomas são chamados pela doutrina de fontes formais do direito,


origens de onde surgem as normas jurídicas.

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No Direito Tributário brasileiro, temos as seguintes fontes formais:

Constituição Federal
Lei Ordinária
Emenda à Constituição
Medida Provisória
Lei Complementar
FONTES FORMAIS Lei Delegada
PRIMÁRIAS
Leis
Decreto Legislativo
Tratados Internacionais
Resolução do Senado
Decretos
Decreto-Lei
FONTES FORMAIS
DO
DIREITO
TRIBUTÁRIO

Atos Normativos

FONTES FORMAIS Decisões


SECUNDÁRIAS Administrativas
=
NORMAS Práticas Reiteradas
COMPLEMENTARES
Convênios entre
U, E, DF, M

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Há também as fontes não formais.

Costume

FONTES
Doutrina
NÃO FORMAIS

Jurisprudência

Costume – regras de conduta não escritas surgidas pela sua prática


constante e uniforme, na sociedade.

Doutrina – é a produção de estudos jurídicos, objetivados em livros,


artigos, opiniões, pareceres etc.

Jurisprudência – é o conjunto de decisões proferidas pelo Poder Judiciário


que seguem um mesmo sentido. Elas não têm caráter vinculante, a não ser
as Súmulas Vinculantes, “que, a partir de sua publicação na imprensa oficial,
terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma
estabelecida em lei” (art.103-A, CF88).

Sempre quando falar em legislação, estarei me referindo às fontes formais.


Vamos a elas, então.

1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A CF88 está no topo da pirâmide normativa. É a “lei das leis”.

Ela é o fundamento de validade de todas as outras normas jurídicas internas


que estão abaixo dela.

No que tange ao direito tributário, nela, estão previstas os princípios


constitucionais (explícitos ou implícitos), as normas de competência
tributária e as de imunidade tributária, entre outras.

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Lembre-se de que a Constituição não cria tributo, mas apenas outorga


competência às pessoas jurídicas de direito público interno instituí-lo.

Para estudarmos as demais fontes, partamos de norma da própria CF88:

Art. 59, CF88. O processo legislativo compreende a elaboração de:


I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração,
redação, alteração e consolidação das leis.

2. EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das
unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela
maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número
de ordem.
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente
a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.

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§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida


por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma
sessão legislativa.

2.1. Proposta e Aprovação

PROPOSTA APROVAÇÃO
1/3 da Câmara dos Deputados ou
1/3 do Senado Federal ou
3/5 em cada Casa do Congresso, em
do Presidente ou
dois turnos
Maioria das Assembleias Legislativas
(maioria relativa em cada uma)

2.2. Cláusula Pétrea

As cláusulas pétreas, listadas nos incisos do §4º do art.60, não podem ser
alteradas ou revogadas, mesmo que por emenda constitucional.

E os direitos e garantias individuais (inciso IV do §4º do art.60) não se


encontram apenas no art.5º, como dispõe seu próprio parágrafo 2º:

Art.5º, § 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não


excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

As cláusulas pétreas que se relacionam com o direito tributário são a forma


federativa de Estado e os direitos e garantias individuais.

No julgamento da ADI 939, sobre o IPMF, Imposto Provisório sobre a


Movimentação ou a Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de
Natureza Financeira, o trecho de ementa abaixo é esclarecedor:

“1. Uma Emenda Constitucional, emanada, portanto, de Constituinte


derivada, incidindo em violação à Constituição originária, pode ser
declarada inconstitucional, pelo Supremo Tribunal Federal, cuja
função precípua é de guarda da Constituição (art.102, I, “a”, da C.F.).
2. A Emenda Constitucional nº 3, de 17.03.1993, que, no art.2º,
autorizou a União a instituir o I.P.M.F., incidiu em vício de

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inconstitucionalidade, ao dispor, no parágrafo 2º desse dispositivo,


que, quanto a tal tributo, não se aplica ‘o art.150, III, ‘b’ e VI’, da
Constituição, porque, desse modo, violou os seguintes princípios e
normas imutáveis (somente eles, não outros):
1º - o princípio da anterioridade, que é garantia individual do
contribuinte (art.5º, §2º, art.60, §4º, inciso IV, e art.150, III, ‘b’, da
Constituição);
2º - o princípio da imunidade tributária recíproca (que veda à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a instituição de
impostos sobre o patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros) e que
é garantia da Federação (art.60, §4º, inciso I, e art.150, VI, ‘a’, da
C.F.);
3º - a norma que, estabelecendo outras imunidades, impede a criação
de impostos (art.150, III) sobre:
‘b’): templos de qualquer culto;
‘c’): patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das atividades sindicais dos trabalhadores, das instituições
de educação e de assistência social sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei; e
‘d’): livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
[...]”

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Podemos sintetizar assim:


Cláusula pétrea Princípio / Imunidade
Direito e garantia individual Princípio da Anterioridade
(art.150, III)
Forma federativa de Estado Imunidade Recíproca
(art.150, VI, ‘a’)
Direito e garantia individual Imunidade Religiosa
(Liberdade de culto) (art.150, VI, ‘b’)
Direito e garantia individual Imunidade dos Partidos Políticos,
(Liberdade de organização Sindicatos dos Trabalhadores e
partidária, Liberdade de Instituições de Educação e
manifestação do pensamento e Assistência Social Sem Fins
liberdade de associação, liberdade Lucrativos
sindical) (art.150, VI, ‘c’)
Direito e garantia individual Imunidade de Livros, Jornais,
(Liberdade de manifestação do Periódicos e o Papel Destinado a Sua
pensamento, liberdade de Impressão
informação, liberdade de expressão (art.150, VI, ‘d’)
intelectual)
Quanto à Forma Federativa de Estado, ainda podemos incluir:
Cláusula pétrea Princípio / Imunidade
Forma federativa de Estado Princípio da Uniformidade Geográfica
da Tributação (art.151, I)
Forma federativa de Estado Princípio da Uniformidade na
Tributação da Renda (art.151, II)
Forma federativa de Estado Princípio da Vedação à Isenção
Heterônoma (art.151, III)
Forma federativa de Estado Princípio da Não-Discriminação
Tributária Baseada em Procedência
ou Destino (art.152)

3. LEI COMPLEMENTAR

3.1. Quorum Qualificado

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria


absoluta.

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O quorum de aprovação é a única diferença formal entre a lei


complementar e a lei ordinária: (i) Lei Ordinária exige maioria relativa para
aprovação; (ii) Lei Complementar exige maioria absoluta para aprovação.

As pessoas costumam falar “metade mais um” para se referir à maioria.

Mas o mais correto é que a maioria quer dizer “o primeiro número inteiro
acima da metade” (ou “mais da metade”) dos Parlamentares.

1º número inteiro acima da metade dos Parlamentares...

...presentes à sessão MAIORIA RELATIVA Lei Ordinária



...existentes na Casa Legislativa MAIORIA ABSOLUTA Lei Complementar

No caso brasileiro atual, as Casas Legislativas do Congresso Nacional


(Câmara dos Deputados e Senado Federal) possuem a seguinte composição:

Câmara dos Deputados – 513 Deputados Federais

Senado Federal – 81 Senadores

Se falássemos “metade mais um”, para o quorum de aprovação de uma Lei


Complementar seriam necessários 256,5 Deputados e 40,5 Senadores
aprovando.

O primeiro número inteiro acima da metade dos Parlamentares existentes é


de 257 Deputados na Câmara dos Deputados e de 41 Senadores no Senado
Federal.

Esse quorum privilegiado para a lei complementar significa que ela regula
matérias de especial importância, demandando um maior consenso
entre os Parlamentares.

Quando a Constituição prevê que determinada matéria exige lei


complementar, normalmente o faz expressamente no texto
constitucional.

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3.2. O Art.146 da CF88

Art. 146. Cabe à lei complementar:


I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária,
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação
aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos
fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência
tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado
pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art.
155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
contribuição a que se refere o art. 239.
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d,
também poderá instituir um regime único de arrecadação dos
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, observado que:
I - será opcional para o contribuinte;
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento
diferenciadas por Estado;
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da
parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será
imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento;
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único
de contribuintes.

O referido artigo é um dos mais importantes, no que tange a atribuições à


lei complementar em regular matéria tributária.

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Assim, cabe à lei complementar:

Ex.: CTN quando define “zona


Dispor sobre
urbana” (art.32) e “zona rural”
Conflito de
(art.29) para evitar conflito de
Competência
competência entre IPTU
entre
(Municípios) e ITR (União).
U, E, DF, M

Regular Ex.: CTN quando regula, no seu


Limitações art.14, a imunidade das
Constitucionais instituições de assistência social
ao Poder de sem fins lucrativos
Tributar (art.150, VI, ‘c’, CF88)
Complementar
Cabe à Lei

Definir tributos e Ex.: CTN definindo tributo no


suas espécies seu art.3º

Definir fato gerador, Ex.: CTN definindo, para o


base de cálculo e Imposto de Renda, fato
contribuinte dos gerador (art.43), base de
impostos cálculo (art.44) e
contribuinte (art.45)

Estabelecer Obrigação, Ex.: CTN definindo regras de


Normas Lançamento, Crédito, decadência (art.173, por
Gerais em Prescrição e exemplo) e de prescrição
Matéria Decadência (art.174, por exemplo)
Tributária Tributários

Tratamento tributário Essa lei complementar ainda


ao ato cooperativo não foi editada

Ex.: LC 123/2006, que


Tratamento instituiu o Regime Especial
diferenciado e Unificado de Arrecadação de
favorecido para ME e Tributos e Contribuições
EPP devidos pelas ME e EPP
(SIMPLES NACIONAL)

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3.2.1. Dispor sobre Conflitos de Competência – Art.146, I, CF88

Há situações em que não há dúvida sobre qual seja o tributo que deva
incidir. Mas situações outras há as quais ficam numa área fronteiriça – uma
região de penumbra – entre a competência tributária de um ente tributante
e a competência tributária de outro ente tributante.

Aí surge o potencial conflito de competência tributária, quando aparecem


dúvidas sobre se determinada situação econômica deve acarretar a
incidência do tributo de um ente político ou a incidência do tributo de outro
ente político.

Imagine um imóvel que fique numa região que não se sabe ao certo se é
urbana ou rural: alguns entendem ser urbana e outros entendem ser rural.
Essa dúvida faz toda a diferença quando se for definir o imposto sobre a
propriedade imóvel que deverá incidir: ITR (União) ou IPTU (Municípios).

Esta aí um caso em que é fundamental a lei complementar dispor sobre esse


potencial conflito de competência. E o CTN o fez, definindo os conceitos de
zona urbana (onde os imóveis ali situados ficarão sujeitos ao IPTU) e de
zona rural (onde os imóveis ali localizados ficarão sujeitos ao ITR), arts.32 e
29, respectivamente.

Outro exemplo de potencial conflito de competência a ser definido pela lei


complementar é aquele da tributação do comércio que envolve não só bens
(mercadorias), mas sim serviços. Uma situação dessas, que envolva bens e
serviços, ensejará a incidência do ICMS ou do ISS? Cabe à lei complementar
definir, dispondo sobre conflito de competência.

E a LC 116/2003 definiu, no seu art.1º, §2º, que ressalvadas as exceções


expressas na lista de serviços anexa, os serviços nela mencionados não
ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua prestação envolva fornecimento de
mercadorias.

Se houver exceção expressa: ISS sobre o valor do serviço; ICMS sobre o


valor do bem.
Ex.: subitem 14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes
empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS).

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Se não houver exceção expressa: ISS sobre o valor total, ainda que o
serviço envolva fornecimento de mercadoria.
Ex.: subitem 14.13 – Carpintaria e serralheria (neste serviço, certamente
será utilizado madeira, metal e acessórios. Mesmo assim, não caberá ICMS
no material, mas ISS sobre o valor total).

3.2.2. Regular As Limitações Constitucionais Ao Poder De Tributar –


Art.146, II, CF88

Prevê o art.150, VI, ‘c’, c/c art.150, §4º:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios: [...]
VI - instituir impostos sobre: [...]
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; [...]

Essa lei a que se refere a parte final da alínea ‘c’ é a LEI ORDINÁRIA, mas
apenas a que vem para fixar normas sobre a constituição e o funcionamento
da entidade educacional ou assistencial (RE 93.770; ADI 1.802 MC).

Pelo art.146, II, é que se exige LEI COMPLEMENTAR para regular a


imunidade, o que é feito atualmente pelo art.14, CTN, que traz os seguintes
requisitos para as entidades serem consideradas sem fins lucrativos:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas,
a qualquer título;
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos
seus objetivos institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos
de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

Não pode ter lucro, mas pode ter superávit financeiro.

01- (PROCURADOR DE CONTAS TCE AMAPÁ 2010 FCC) A lei


complementar em matéria tributária é, por exigência constitucional, aplicada
para
(A) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.

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(B) instituir imposto extraordinário.


(C) instituir contribuição de intervenção no domínio econômico.
(D) atribuir a condição de responsável tributário.
(E) disciplinar o processo judicial tributário.

Resolução

(A) CORRETA. regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.


(ART.146, II, CF88).
(B) ERRADA. instituir imposto extraordinário É POR LEI ORDINÁRIA.
(ART.154, II, CF88).
(C) ERRADA. instituir contribuição de intervenção no domínio econômico É
POR LEI ORDINÁRIA. (ART.149, CF88).
(D) ERRADA. atribuir a condição de responsável tributário É POR LEI
ORDINÁRIA. (ART.128, CTN).
(E) ERRADA. disciplinar o processo judicial tributário É POR LEI ORDINÁRIA.
(ART.22, I, CF88).

GABARITO: A

3.2.3. Estabelecer Normas Gerais Em Matéria De Legislação


Tributária – Art.146, III, CF88

O estabelecimento de normas gerais em matéria tributária por lei


complementar (lei complementar nacional) é fundamental para a
sobrevivência da Federação. Afinal, já pensou se o CTN não estabelecesse,
por exemplo, as regras de prazos de decadência e de prescrição, deixando
essa função à União, aos 26 Estados, ao Distrito Federal, e cada um dos
mais de 5.560 Municípios? Seria um verdadeiro caos normativo, com cada
um desses entes definindo das formas mais diversas esses prazos.

Quando se fala em normas gerais em direito tributário, temos que lembrar


do art.24, CF88:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e
urbanístico; [...]
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União
limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

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§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não


exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados
exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

O dispositivo é claro que caso não haja a lei complementar regulando a


norma geral, podem os Estados (e também os Municípios, conforme o STF,
como veremos abaixo) exercer sua competência legislativa plena.

3.2.3.1. Definição de Tributo e Suas Espécies – Definição Dos Fatos


Geradores, Bases De Cálculo E Contribuintes Dos Impostos Previstos
Na Constituição – Art.146, III, ‘a’, CF88

Quanto à definição dos tributos e de suas espécies, particularmente quanto


à definição das espécies, a CF88 tem um papel relevante, trazendo, por
exemplo, as contribuições sociais como espécies da classificação dos
tributos.

Como vimos acima, a ausência de lei complementar definindo fato gerador,


base de cálculo e contribuinte de algum tributo previsto constitucionalmente
não impede o ente federado competente de criar o tributo de exercer sua
competência (inclusive Municípios).

Isso aconteceu com o IPVA, de competência dos Estados, conforme AI-AgR


167.777 SP:
“IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES –
DISCIPLINA. Mostra-se constitucional a disciplina do Imposto sobre
Propriedade De Veículos Automotores mediante norma local.
Deixando a União de editar normas gerais, exerce a unidade da
federação a competência legislativa plena - §3º do artigo 24, do
corpo permanente da Carta de 1988 -, sendo que, com a entrada em
vigor do sistema tributário nacional, abriu-se à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, a via da edição de leis necessárias
à respectiva aplicação - §3º do artigo 34 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias da Carta de 1988.”

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02- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2000 ESAF) O


estabelecimento de normas gerais em matéria de legislação tributária sobre
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários, deverá
fazer-se, segundo norma contida na Constituição, mediante
(A) lei complementar federal
(B) lei ordinária de cada ente tributante
(C) lei complementar de cada ente tributante
(D) lei ordinária federal
(E) lei ordinária, medida provisória ou lei delegada federal

Resolução

3.2.3.2. Obrigação, Lançamento, Crédito, Prescrição E Decadência


Tributários – Art.146, III, ‘b’, CF88

A lei ordinária federal nº 8.212/1991 previa, nos seus arts.45 e 46, prazos
de decadência e prescrição, respectivamente, de 10 anos; destoando do
CTN, lei complementar material, cujos prazos de decadência e prescrição
previstos são de 5 anos.

Com a jurisprudência do STF definindo pela inconstitucionalidade dos


dispositivos, por estabelecerem regras de decadência e prescrição por lei
ordinária, foi editada a Súmula Vinculante nº 8, em 2008 (vinculante porque
tem efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal, conforme art.103-A, CF88):

Súmula Vinculante 8
São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº
1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de
prescrição e decadência de crédito tributário.

O dispositivo do referido Decreto-Lei trazia regra de suspensão de prazo


prescricional.

Questão 02: GABARITO: A

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3.2.3.3. Adequado Tratamento Tributário Ao Ato Cooperativo


Praticado Pelas Sociedades Cooperativas – Art.146, III, ‘c’, CF88

Na verdade, ainda não existe essa lei complementar, que venha a dar o
tratamento tributário adequado ao ato cooperativo das sociedades
cooperativas.

Esse setor ainda é regulado pela Lei ordinária nº 5.764/1971, que “define a
Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades
cooperativas”.

Segundo essa lei, sociedade cooperativa é aquela em que os associados


se reúnem e reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços
para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem
objetivo de lucro, mediante um contrato de sociedade cooperativa (art.3º).

A sociedade cooperativa é uma sociedade de pessoas, com forma e


natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeita a falência,
constituída para prestar serviços aos associados (art.4º).

Pela referida lei, ato cooperativo é aquele praticado entre as cooperativas


e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si
quando associados, para a consecução dos objetivos sociais, não implicando,
esse ato, operação de mercado, nem contrato de compra e venda de
produto ou mercadoria (art.79).

A diretriz tomada pela CF88 de favorecer a atividade cooperativa também se


revelou no art.174, §2º, que previu:

Art.174, § 2º - A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras


formas de associativismo.

3.2.3.4. Definição De Tratamento Diferenciado E Favorecido Para As


Microempresas E Para As Empresas De Pequeno Porte – Art.146,
III, ‘d’, CF88

Antes, o tratamento favorecido para as ME e EPP estava previsto apenas no


art.170, IX, e no art.179.

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Art.170, IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno


porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e
administração no País [Princípio da Ordem Econômica].

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim
definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-
las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias,
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por
meio de lei.

Esses dispositivos foram o fundamento de validade para a Lei ordinária nº


9.317/1996, que criou o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e
Contribuições das Microempresas e das Empresas de pequeno Porte –
SIMPLES.

Essa lei dava um “tratamento diferenciado, simplificado e favorecido,


aplicável às microempresas e as empresas de pequeno porte”, relativo aos
impostos e às contribuições que mencionava, com um recolhimento, numa
guia única, de vários impostos e contribuições.

Mas, entre outros motivos, um que lhe conferia certa limitação é que o
SIMPLES só abrangeria o ICMS e o ISS se o Estado ou o Município a ele
aderissem mediante convênio.

Com a EC 42/2003, foi inserida a alínea ‘d’ ao inciso III do art.146, bem
como um parágrafo único, ambos trazendo normas constitucionais de maior
amplitude para o tratamento diferenciado aqui tratado, entre elas a
determinação de que o regime abrangia os impostos e contribuições não só
da União, mas também dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

E com esse novo fundamento de validade é que adveio a LC 123/2006


(revogou a Lei ordinária nº 9.317/1996), que criou o Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional, o qual
abrange, hoje, os seguintes tributos:
(i) IRPJ;
(ii) IPI;
(iii) CSLL;

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(iv) COFINS;
(v) PIS/Pasep;
(vi) Contribuição Patronal Previdenciária – CPP;
(vii) ICMS;
(viii) ISS.

03- (AUDITOR TCE ALAGOAS 2008 FCC) A definição, em matéria


tributária, de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e
empresas de pequeno porte
(A) é incompatível com a Constituição da República, em decorrência da
vedação de estabelecimento de distinção entre contribuintes em razão de
sua ocupação profissional ou função por eles exercida.
(B) não poderá implicar em instituição de regimes especiais ou simplificados
no caso do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.
(C) será estabelecida por lei complementar, que poderá, inclusive, instituir
regime único de arrecadação de impostos e contribuições da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos da Constituição da
República.
(D) não poderá resultar no estabelecimento de condições de enquadramento
diferenciadas por Estado, nem em obrigatoriedade para os contribuintes de
adesão ao regime.
(E) implicará na centralização, pela União, de recolhimento dos impostos e
contribuições sujeitos ao regime, devendo ser imediata a distribuição de
parcelas de recursos pertencentes a outros entes da Federação, excetuadas
hipóteses de retenção ou condicionamento, previstas na Constituição.

Resolução

(A) ERRADA. NÃO é incompatível com a Constituição da República, em


decorrência da vedação de estabelecimento de distinção entre contribuintes
em razão de sua ocupação profissional ou função por eles exercida. A
VEDAÇÃO DE DISTINÇÃO ENTRE CONTRIBUINTES POR SUA OCUPAÇÃO
PROFISSIONAL OUO FUNÇÃO EXISTE, CONFORME O PRINCÍPIO DA
ISONOMIA TRIBUTÁRIA (ART.150, II, CF88), MAS ESSA VEDAÇÃO,
CONFORME O MESMO DISPOSITIVO, APLICA-SE A CONTRIBUINTES QUE SE
ENCONTREM EM SITUAÇÃO EQUIVALENTE. É A VELHA MÁXIMA: ISONOMIA

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É TRATAR DESIGUALMENTE OS DESIGUAIS, NA MEDIDA EM QUE SE


DESIGUALEM.
(B) ERRADA. Não poderá implicar em instituição de regimes especiais ou
simplificados no caso do imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação. (ART.146, PARÁGRAFO ÚNICO, CF88).
(C) CORRETA. será estabelecida por lei complementar, que poderá,
inclusive, instituir regime único de arrecadação de impostos e contribuições
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos da
Constituição da República. (ART.146, PARÁGRAFO ÚNICO, CF88).
(D) ERRADA. não poderá resultar no estabelecimento de condições de
enquadramento diferenciadas por Estado, nem MAS NÃO em obrigatoriedade
para os contribuintes de adesão ao regime. (ART.146, PARÁGRAFO ÚNICO, I
e II, CF88).
(E) ERRADA. implicará na centralização, pela União, de recolhimento dos
impostos e contribuições sujeitos ao regime, devendo ser imediata a
distribuição de parcelas de recursos pertencentes a outros entes da
Federação, excetuadas hipóteses de retenção ou condicionamento, previstas
na Constituição VEDADA QUALQUER RETENÇÃO OU CONDICIONAMENTO.
(ART.146, PARÁGRAFO ÚNICO, III, CF88).

GABARITO: C

3.3. Lei Complementar Nacional ≠ Lei Complementar Federal


A lei complementar demandada pela CF88 para regular determinada matéria
pode ser, materialmente, uma lei complementar nacional ou federal.

“Ora, mas há 2 espécies de lei complementar e só agora você avisa isso


professor?!”

Calma. Formalmente, só existe um tipo de lei complementar, expedida pelo


Congresso Nacional, com quorum de maioria absoluta para aprovação, como
vimos.

Mas, assim como a União, na CF88, aparece às vezes como pessoa jurídica
de direito público interno, e às vezes como Estado Federal Total, Estado
Nacional, República Federativa do Brasil; a lei complementar expedida pela
União também pode ter o caráter de produto legislativo para o ente federado
“União”, ou o caráter de produto legislativo para toda a Nação.

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REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL LEI COMPLEMENTAR NACIONAL



UNIÃO LEI COMPLEMENTAR FEDERAL

Como exemplo de lei complementar federal, a CF88 prevê, no art.128, §5º,


que lei complementar da União estabelecerá a organização, as atribuições e
o estatuto do Ministério Público federal. É uma espécie de lei complementar
voltada para um órgão federal, e não estadual nem municipal. Ou seja,
lei complementar federal, e não nacional.

Já a lei complementar à qual o art.146, CF88, confere diversas competências


é uma lei complementar nacional, pois as normas por ela reguladas (muitas
pelo CTN) aplicam-se não só à União, ente federado, mas também aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

O próprio STF entende nesse sentido, como por exemplo, no julgamento do


RE 229.096 RS, em que decidiu não ser inconstitucional isenção de ICMS
(tributo estadual) prevista em Tratado Internacional celebrado pela União,
não como ente federado, mas sim como República Federativa do Brasil, com
base no art. 98, CTN, que prevê que os tratados internacionais revogam ou
modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes
sobrevenha.

3.4. Outros Dispositivos Constitucionais que Tratam de Lei


complementar Tributária

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de


tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da
concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei,
estabelecer normas de igual objetivo.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir


empréstimos compulsórios: [...]

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: VII - grandes


fortunas, nos termos de lei complementar.

Art. 154. A União poderá instituir:

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I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo


anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;

Art.155, § 1.º O imposto previsto no inciso I [ITCMD]: [...]


III - terá competência para sua instituição regulada por lei
complementar:
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o
seu inventário processado no exterior;

Art.155, §2º [ICMS], XII - cabe à lei complementar:


a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento
responsável, o local das operações relativas à circulação de
mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior,
serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa
para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de
mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do
Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto
incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese
em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; [ICMS-MONOFÁSICO
COMBUSTÍVEIS]
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a
integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou
serviço.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: III -


serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II,
definidos em lei complementar.

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Art.156, § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III [ISS] do


caput deste artigo, cabe à lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o
exterior.
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados.

04- (AUDITOR TCE CEARÁ 2006 FCC) Está sujeita à disciplina específica,
por meio de lei complementar, a
(A) concessão de isenção de pagamento dos impostos de competência da
União Federal.
(B) instituição, pela União Federal, de impostos não discriminados na
Constituição Federal.
(C) majoração de alíquota das contribuições para o financiamento da
seguridade social previstas no art.195 da Constituição Federal.
(D) instituição de taxas baseadas no poder de polícia.
(E) outorga de anistia de impostos de competência dos Estados e do Distrito
Federal.

Resolução

(A) ERRADA. concessão de isenção de pagamento dos impostos de


competência da União Federal. ISENÇÃO, HIPÓTESE DE EXCLUSÃO DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO, DEVE SER CONCEDIDA POR LEI ORDINÁRIA.
(ART.97, VI, CTN).
(B) CORRETA. instituição, pela União Federal, de impostos não discriminados
na Constituição Federal. (ART.154, I, CF88).
(C) ERRADA. majoração de alíquota das contribuições para o financiamento
da seguridade social previstas no art.195 da Constituição Federal. É POR LEI
ORDINÁRIA (ART.97, IV, CTN).
(D) ERRADA. instituição de taxas baseadas no poder de polícia. É POR LEI
ORDINÁRIA (ART.145, II, CF88).
(E) ERRADA. outorga de anistia de impostos de competência dos Estados e
do Distrito Federal. ANISTIA, HIPÓTESE DE EXCLUSÃO DO CRÉDITO
TRIBUTÁRIO, DEVE SER CONCEDIDA POR LEI ORDINÁRIA. (ART.97, VI,
CTN).

GABARITO: B

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3.5. Tributos que Devem Ser Instituídos por Lei Complementar


Empréstimo Compulsório art.148
Imposto sobre Grandes Fortunas art.153, VII
Novos Impostos art.154, I
Novas Contribuições art.195, §4º

05- (FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFA PA 2002 ESAF) Prestam-


se a adensar a disciplina constitucional conferida ao sistema tributário e a
criar certos tributos:
(A) normas complementares
(B) decretos
(C) tratados internacionais
(D) leis ordinárias
(E) leis complementares

Resolução

“adensar a disciplina constitucional conferida ao sistema tributário” =


quando a CF confere poder à lei complementar regular alguma norma
constitucional tributária.

Lei complementar cria os seguintes tributos:


Empréstimo Compulsório art.148
Imposto sobre Grandes Fortunas art.153, VII
Novos Impostos art.154, I
Novas Contribuições art.195, §4º

GABARITO: E

06- (FISCAL DE RENDAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) Em matéria tributária, são privativas de lei complementar, exceto:
(A) instituição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados na Constituição Federal, dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes.
(B) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas.
(C) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a
União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.

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(D) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as


microempresas e para as empresas de pequeno porte.
(E) instituição, por parte da União, de novos impostos, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados na Constituição.

Resolução

(A) ERRADA. DEFINIÇÃO, E NÃO INSTITUIÇÃO, de tributos e de suas


espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados na Constituição
Federal, dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes.
Art.146, III, ‘a’, CF88.
(B) CORRETA. Art.146, III, ‘c’, CF88.
(C) CORRETA. Art.146, I, CF88.
(D) CORRETA. Art.146, III, ‘d’, CF88.
(E) CORRETA. Art.154, CF88.

GABARITO: A

07- (AUDITOR DO TCE – GO - DIREITO CONSTITUCIONAL 2007


ESAF) Em matéria tributária e conforme a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, não cabe à lei complementar
(A) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
(B) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, inclusive
sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
tributos discriminados na Constituição, a dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes.
(C) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, inclusive
sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados na Constituição, a dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes.
(D) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
(E) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, inclusive
sobre adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas.

Resolução

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(A) CABE dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre


a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (Art.146, I, CF88).
(B) NÃO CABE estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária, inclusive sobre definição de tributos e de suas espécies, bem
como, em relação aos TRIBUTOS discriminados na Constituição, a dos
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes (TRIBUTOS
NÃO, IMPOSTOS) (Art.146, III, ‘a’, CF88).
(C) CABE estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
inclusive sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados na Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes (Art.146, III, ‘a’, CF88).
(D) CABE regular as limitações constitucionais ao poder de tributar (Art.146,
II, CF88).
(E) CABE estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
inclusive sobre adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado
pelas sociedades cooperativas (Art.146, III, ‘c’, CF88).

GABARITO: B

08- (AUDITOR DO TCE – GO - DIREITO TRIBUTÁRIO 2007 ESAF)


Sobre o Sistema Constitucional Tributário, é incorreto afirmar que
(A) competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o
Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos
municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
(B) os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma
das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, sendo
facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica.
(C) cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria
tributária sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
praticado pelas sociedades cooperativas.
(D) a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório não
será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
(E) a Constituição Federal permite a edição de lei complementar que defina
tratamento diferenciado e favorecido para microempresas e empresas de
pequeno porte.

Resolução

(A) CORRETO. Art.147, CF88.


(B) CORRETO. Art.149-A, CF88.

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(C) CORRETO. Art.146, III, ‘c’, CF88.


(D) INCORRETO. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório SERÁ vinculada à despesa que fundamentou sua instituição
(Art.148, parágrafo único, CF88).
(E) CORRETO. Art.146, III, ‘d’, CF88.

GABARITO: D

09- (PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL 2007 ESAF) Assinale a


opção correta.
As leis complementares prestam-se basicamente a três (3) tipos de atuação
em matéria tributária. Em conseqüência, elas dispõem sobre:
(A) conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao
poder de tributar da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; normas gerais de legislação tributária.
(B) conflitos de competência, em matéria tributária, só entre os Estados e os
Municípios; limitações constitucionais ao poder de tributar da União e dos
Estados; normas gerais de direito tributário.
(C) conflitos de competência, em matéria tributária, só entre a União e os
Estados e o Distrito Federal; limitações constitucionais ao poder de tributar
dos Estados; normas gerais de direito tributário.
(D) conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao
poder de tributar dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; normas
gerais de legislação tributária.
(E) conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao
poder de tributar da União e dos Estados, desdobrando as exigências do
princípio da legalidade, regulando as imunidades tributárias etc; normas
gerais de direito tributário material e formal.

Resolução

(A) CORRETA. conflitos de competência, em matéria tributária, entre a


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações
constitucionais ao poder de tributar da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios; normas gerais de legislação tributária (Art.146, I,
II e III, CF88).

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(B) ERRADA. conflitos de competência, em matéria tributária, só entre os


Estados e os Municípios; limitações constitucionais ao poder de tributar da
União e dos Estados DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS; normas
gerais de direito tributário (Art.146, I, II e III, CF88).
(C) ERRADA. conflitos de competência, em matéria tributária, só entre a
União e os Estados e o Distrito Federal E OS MUNICÍPIOS; limitações
constitucionais ao poder de tributar dos Estados Da União Do Distrito Federal
E DOS MUNICÍPIOS; normas gerais de direito tributário (Art.146, I, II e III,
CF88).
(D) ERRADA. conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao
poder de tributar DA UNIÃO, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; normas gerais de legislação tributária. (Art.146, I, II e III,
CF88).
(E) ERRADA. conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao
poder de tributar da União e dos Estados DO DISTRITO FEDERAL E DOS
MUNICÍPIOS, desdobrando as exigências do princípio da legalidade,
regulando as imunidades tributárias etc; normas gerais de direito tributário
material e formal (Art.146, I, II e III, CF88).

GABARITO: A

10- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL - Tecnologia da


Informação 2005 ESAF) Leis complementares, ou leis complementares à
Constituição, são espécies normativas que têm a função de complementar
dispositivos constitucionais que tratam genericamente de determinadas
matérias, normalmente devido à sua complexidade. As leis complementares,
por força do art. 69 da Constituição, serão aprovadas pela maioria absoluta
dos membros do Congresso Nacional. Considerando apenas o texto expresso
da Constituição, pode-se concluir que as leis complementares em matéria
tributária não tratam:
(A) da instituição de impostos residuais.
(B) da definição dos produtos industrializados sobre os quais o imposto
incidirá uma única vez.
(C) da instituição de um regime único de arrecadação dos impostos e
contribuições da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
(D) do estabelecimento de critérios especiais de tributação com o objetivo
de prevenir desequilíbrios da concorrência.

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(E) da regulação da forma e das condições como isenções, incentivos e


benefícios fiscais serão concedidos e revogados, relativamente ao Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Resolução

(A) ERRADA. Art.154, I, CF88.


(B) CORRETA. da definição DE COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES sobre os
quais o imposto incidirá uma única vez (Art.155, §2º, XII, ‘h’, CF88).
(C) ERRADA. Art.146, parágrafo único, CF88.
(D) ERRADA. Art.146-A, CF88.
(E) ERRADA. Art.155, §2º, XII, ‘g’, CF88.

GABARITO: B

11- (ANALISTA JURÍDICO SEFAZ-CE 2006 ESAF) As leis


complementares são diplomas legais que têm por objetivo complementar
dispositivos constitucionais que tratam genericamente de determinadas
matérias, em geral devido a sua complexidade. Sobre elas, em matéria
tributária, podemos afirmar que serão utilizadas para
I. estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir
desequilíbrios da concorrência.
II. instituir determinados tributos, como os empréstimos compulsórios, a
contribuição de intervenção no domínio econômico sobre os combustíveis e
os impostos residuais.
III. estabelecer regras para a resolução de conflitos de competência entre os
entes federativos.
IV. definir tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e
empresas de pequeno porte.
V. regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
Estão corretos apenas os itens
(A) I, III e V.
(B) I, III, IV e V.
(C) II, III, IV e V.
(D) I, II, III e V.
(E) I, IV e V.

Resolução

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I. CORRETA. estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de


prevenir desequilíbrios da concorrência (Art.146-A, CF88).
II. ERRADA. instituir determinados tributos, como os empréstimos
compulsórios, a contribuição de intervenção no domínio econômico sobre os
combustíveis e os impostos residuais (Art.177, §4º, CF88).
III. CORRETA. estabelecer regras para a resolução de conflitos de
competência entre os entes federativos (Art.146, I, CF88).
IV. CORRETA. definir tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e empresas de pequeno porte (Art.146, III, ‘d’, CF88).
V. CORRETA. regular as limitações constitucionais ao poder de tributar
(Art.146, II, CF88).

GABARITO: B

12- (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO 2006


ESAF) Sobre o Sistema Tributário Nacional, na Constituição Federal de
1988, assinale a única opção correta.
(A) A Constituição Federal veda à lei complementar que disciplinar o Sistema
Tributário Nacional o estabelecimento de normas gerais sobre definição de
tratamento diferenciado e favorecido para empresas de pequeno porte.
(B) A Constituição Federal prevê a possibilidade de, por lei complementar, a
União delegar para Estados e Distrito Federal competência para a instituição
de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de
sua atuação nas respectivas áreas.
(C) Cabe à lei complementar federal fixar os combustíveis e lubrificantes
derivados do petróleo sobre os quais o ICMS incidirá uma única vez, sendo
que, neste caso, por força de disposição constitucional, o imposto caberá ao
Estado produtor.
(D) A União poderá instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não
em sua competência tributária, na iminência ou no caso de guerra externa, a
eles não se aplicando o princípio da anterioridade nonagesimal.
(E) Pertence aos Municípios o total do produto da arrecadação do imposto
sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios,
desde que o imposto seja fiscalizado e cobrado pelos Municípios.

Resolução

(A) ERRADA. A Constituição Federal DETERMINA à lei complementar que


disciplinar o Sistema Tributário Nacional o estabelecimento de normas gerais

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sobre definição de tratamento diferenciado e favorecido para empresas de


pequeno porte (Art.146, III, ‘d’, CF88).
(B) ERRADA. Competência Exclusiva da União (Art.149, CF88).
(C) ERRADA. Cabe à lei complementar federal fixar os combustíveis e
lubrificantes derivados do petróleo sobre os quais o ICMS incidirá uma única
vez, sendo que, neste caso, por força de disposição constitucional, o imposto
caberá ao Estado ONDE OCORRER O CONSUMO (Art.155, §2º, XII, ‘g’, e
§4º, I, CF88).
(D) CORRETA. A União poderá instituir impostos extraordinários,
compreendidos ou não em sua competência tributária, na iminência ou no
caso de guerra externa, a eles não se aplicando o princípio da anterioridade
nonagesimal (Art.154, II, CF88).
(E) ERRADA. Pertence aos Municípios o total do produto da arrecadação do
imposto sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus
territórios, desde que o imposto seja fiscalizado e cobrado pelos Municípios
(Art.153, §4º, III, c/c art.158, II, CF88).

GABARITO: D

13- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL MG 2005 ESAF)


Considerando o disposto no art. 146 da CRFB/88, marque com (V) a
assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção
correspondente.
( ) Somente lei complementar pode criar formas de extinção do crédito
tributário.
( ) Lei ordinária pode atribuir imunidade a determinado grupo ou conjunto
de contribuintes.
( ) Lei ordinária pode criar modalidade de lançamento do crédito tributário.
( ) Lei ordinária pode prever a extinção do crédito tributário mediante dação
em pagamento de bens móveis.
(A) V, F, F, F
(B) F, V, F, V
(C) V, F, F, V
(D) F, F, F, V
(E) V, F, V, F

Resolução

(V) Somente lei complementar pode criar formas de extinção do crédito


tributário (Art.146, III, ‘b’, CF88).

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(F) NORMA CONSTITUCIONAL pode atribuir imunidade a determinado


grupo ou conjunto de contribuintes.
(F) LEI COMPLEMENTAR pode criar modalidade de lançamento do crédito
tributário (Art.146, III, ‘b’, CF88).
(F) LEI COMPLEMENTAR pode prever a extinção do crédito tributário
mediante dação em pagamento de bens móveis (Art.146, III, ‘b’, CF88).

GABARITO: A

14- (ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE - AFC 2002 ESAF) Sabendo


que o Código Tributário Nacional (CTN) foi editado antes da Constituição de
1988, sob a forma de lei ordinária, é possível afirmar que as normas do CTN
que regulam limitações constitucionais ao poder de tributar
(A) continuam em vigor, desde que o seu conteúdo seja concordante com as
normas da Constituição de 1988.
(B) são consideradas revogadas pela nova Constituição, uma vez que esta
exige para o tratamento da matéria o instrumento normativo da lei
complementar. Resguardam-se, porém, direitos adquiridos.
(C) podem ser declaradas, pelo STF, em ação direta de
inconstitucionalidade, supervenientemente inconstitucionais, por não se
revestirem da forma de lei complementar.
(D) são tecnicamente consideradas repristinadas pela nova ordem
constitucional, depois de assim afirmado pelo Supremo Tribunal Federal.
(E) uma vez que o poder constituinte originário dá início ao ordenamento
jurídico, as normas referidas no enunciado devem ser tidas como revogadas
desde o advento da Constituição de 1988, nada obstando, porém, que o
Congresso Nacional as revigore expressamente, por ato legislativo com
efeitos retroativos.

Resolução

PELO PRINCÍPIO DA RECEPÇÃO, a Constituição aproveita as normas


previstas no CTN, que é formalmente lei ordinária (Lei nº 5.172/66), que se
prestam a regulamentar normas constitucionais que exigem lei
complementar. O CTN, então, é formalmente lei ordinária, mas
materialmente lei complementar, naquelas suas normas que foram
recepcionadas pela Constituição.

GABARITO: A

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15- (AUDITOR DE TRIBUTOS MUNICIPAIS FORTALEZA CE 1998


ESAF) É matéria reservada a lei complementar
(A) a determinação de medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços
(B) a fixação das alíquotas máximas do Imposto sobre Transmissão Causa
Mortis e Doação, de Quaisquer Bens ou Direitos
(C) a inclusão, na incidência do Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISS), das exportações de serviços para o exterior
(D) a fixação das alíquotas mínimas do ISS
(E) o disciplinamento do regime de compensação do ICMS

Resolução

(A) ERRADA. LEI ORDINÁRIA (Art.150, §5º, CF88).


(B) ERRADA. Fixação das alíquotas máximas do Imposto sobre Transmissão
Causa Mortis e Doação, de Quaisquer Bens ou Direitos É POR RESOLUÇÃO
DO SENADO FEDERAL (Art.155, §1º, IV, CF88).
(C) ERRADA. A EXCLUSÃO, E NÃO INCLUSÃO, na incidência do Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), das exportações de serviços
para o exterior (Art.156, §3º, II, CF88).
(D) ERRADA. A fixação das alíquotas mínimas E DAS ALÍQUOTAS
MÁXIMAS do ISS (Art.156, §3º, I, CF88).
(E) CORRETA. o disciplinamento do regime de compensação do ICMS
(Art.155, §2º, XII, ‘c’, CF88).

GABARITO: E

16- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2000 ESAF) O Código


Tributário Nacional, editado como uma lei ordinária (Lei n.º 5.172, de 1966),
foi recebido pelo regime inaugurado pela Constituição de 1988 como:
(A) lei ordinária, do modo como se encontra, mas podendo ser revogado ou
alterado por lei, lei delegada ou medida provisória, pois têm a mesma
hierarquia
(B) lei complementar, porque essa Constituição exigiu tal espécie de lei para
dispor sobre as normas de que trata, inclusive normas gerais em matéria de
legislação tributária
(C) lei complementar, porque foi alterado por atos complementares, nos
anos de 1966 e 1967, como permitiam os Atos Institucionais então em vigor

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(D) lei complementar, por ser um Código e, pelas normas constitucionais em


vigor à data de sua edição, os projetos de Código tinham tramitação especial
(E) lei ordinária, apesar de ter sido alterada sua ementa e denominação, que
passou a ser Código Tributário Nacional

Resolução

(A) ERRADA. FOI RECEPCIONADO COMO LEI COMPLEMENTAR, porque essa


Constituição exigiu tal espécie de lei para dispor sobre as normas de que
trata, inclusive normas gerais em matéria de legislação tributária.
(B) CORRETA. lei complementar, porque essa Constituição exigiu tal espécie
de lei para dispor sobre as normas de que trata, inclusive normas gerais em
matéria de legislação tributária.
(C) ERRADA. lei complementar, NÃO porque foi alterado por atos
complementares, nos anos de 1966 e 1967, como permitiam os Atos
Institucionais então em vigor, MAS SIM PORQUE essa Constituição exigiu tal
espécie de lei para dispor sobre as normas de que trata, inclusive normas
gerais em matéria de legislação tributária
(D) ERRADA. lei complementar, NÃO por ser um Código. CÓDIGO É
APROVADO COMO LEI ORDINÁRIA.
(E) ERRADA. LEI COMPLEMENTAR. O CTN, Lei nº 5.172/66, foi batizado com
esse nome pelo Ato Complementar nº 36/67, dois dias antes da entrada em
vigor da CF67.

GABARITO: B

17- (AGENTE FISCAL DE RENDAS - NÍVEL I SÃO PAULO 2006 FCC)


Segundo a Constituição Federal, os tributos que devem ser instituídos
mediante lei complementar e nos termos de lei complementar são,
respectivamente:
(A) o imposto extraordinário em caso de guerra e a contribuição de interesse
das categorias profissionais ou econômica.
(B) o empréstimo compulsório e o imposto sobre grandes fortunas.
(C) as contribuições sociais e as contribuições de melhoria.
(D) a contribuição de intervenção no domínio econômico e as contribuições
sociais.
(E) a contribuição de melhoria e o empréstimo compulsório.

Resolução

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(A) ERRADA. o imposto extraordinário em caso de guerra (ART.154, II,


CF88) e a contribuição de interesse das categorias profissionais ou
econômica (ART.149, CAPUT, CF88).
(B) CERTA. o empréstimo compulsório (ART.148, CF88) e o imposto sobre
grandes fortunas (ART.153, VII, CF88).
(C) ERRADA. as contribuições sociais (ART.149, CAPUT, CF88) e as
contribuições de melhoria (ART.145, III, CF88).
(D) ERRADA. a contribuição de intervenção no domínio econômico (ART.149,
CAPUT, CF88) e as contribuições sociais (ART.149, CAPUT, CF88).
(E) ERRADA. a contribuição de melhoria (ART.145, III, CF88) e o
empréstimo compulsório. ESTE ÚLTIMO, POR LEI COMPLEMENTAR, E NÃO
NOS TERMOS DE LEI COMPLEMENTAR (ART.148, CF88).

GABARITO: B

18- (DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 2007 FCC) NÃO


é matéria reservada à lei complementar:
(A) instituição de empréstimos compulsórios.
(B) definição de fato gerador e base de cálculo de impostos discriminados na
Constituição.
(C) criação de impostos não previstos na Constituição.
(D) instituição de contribuição de melhoria.
(E) disposição sobre lançamento e prescrição tributários.

Resolução

(A) ERRADA. instituição de empréstimos compulsórios. É COMPETÊNCIA DE


LEI COMPLEMENTAR (ART.148, CF88).
(B) ERRADA. definição de fato gerador e base de cálculo de impostos
discriminados na Constituição. É COMPETÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR
(ART.146, III, ‘a’, CF88).
(C) ERRADA. criação de impostos não previstos na Constituição. É
COMPETÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR (ART.154, I, CF88).
(D) CORRETA. instituição de contribuição de melhoria. NÃO É COMPETÊNCIA
DE LEI COMPLEMENTAR (ART.145, III, CF88).
(E) ERRADA. disposição sobre lançamento e prescrição tributários. É
COMPETÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR (ART.146, III, ‘b’, CF88).

GABARITO: D

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19- (AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS RONDÔNIA 2010


FCC) A Constituição Federal dispõe sobre lei complementar em matéria
tributária dentro do Sistema Tributário Nacional. Mediante lei complementar,
(A) devem ser instituídos os impostos discriminados na Constituição.
(B) devem ser fixadas as alíquotas dos impostos discriminados na
Constituição.
(C) devem ser fixados a base de cálculo, o fato gerador e os contribuintes
dos impostos discriminados na Constituição.
(D) podem ser concedidas isenções federais sobre tributos estaduais e
municipais.
(E) serão criadas as limitações ao poder de tributar.

Resolução

(A) ERRADA. NÃO devem ser instituídos os impostos discriminados na


Constituição. ART.97, I, CTN.
(B) ERRADA. NÃO devem ser fixadas as alíquotas dos impostos
discriminados na Constituição. ART.97, IV, CF88.
(C) CORRETA. devem ser fixados a base de cálculo, o fato gerador e os
contribuintes dos impostos discriminados na Constituição. ART.146, III, ‘a’,
CF88.
(D) ERRADA. NÃO podem ser concedidas isenções federais sobre tributos
estaduais e municipais. ART.151, III, CF88.
(E) ERRADA. NÃO serão criadas as limitações ao poder de tributar.
LIMITAÇÃO AO PODER DE TRIBUTAR É CRIADA PELA CONSTITUIÇÃO,
CONFORME ARTS.150 A 152, CF88.

GABARITO: C

20- (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO MPE-AC 2005 FMP-RS) Em


matéria tributária, cabe à lei complementar
(A) instituir impostos extraordinários, na iminência ou no caso de guerra
externa.
(B) instituir as contribuições sociais para a seguridade social de que trata o
art.195 da Constituição Federal.
(C) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados na Constituição Federal, a dos
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes.

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(D) alterar as alíquotas do imposto sobre a renda e proventos de qualquer


natureza e sobre produtos industrializados.

Resolução

(A) ERRADA. Art.154, II, CF88.


(B) ERRADA. Lei Ordinária.
(C) CORRETA. Art.146, III, CF88.
(D) ERRADA. alíquotas do imposto sobre a renda e proventos de qualquer
natureza: POR LEI; imposto sobre produtos industrializados: POR DECRETO.

GABARITO: C

4. LEIS

4.1. LEI ORDINÁRIA (LEI EM SENTIDO ESTRITO)


Cabe aqui ratificar muito do que já foi ensinado quando falamos do Princípio
da Legalidade.

Para o tributo poder ser exigido, tem que ser instituído por lei.

Assim dispõe o art.5º, II, CF88:

Art.5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer


alguma coisa senão em virtude de lei;

Mas a CF88 ainda reforça isso, quanto aos tributos, no Capítulo “Sistema
Tributário Nacional”:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Alguns doutrinadores chamam:


Art.5º, II, CF88, de Princípio da Legalidade;
Art.150, I, CF88, de Princípio da Legalidade Estrita.

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Dessa forma, todo e qualquer tributo tem que ser instituído por lei, sem
exceção.

4.1.1. Instituição de Tributo


E o que é INSTITUIR (= CRIAR) o tributo?

É criar:
(i) o Fato Gerador do tributo
(ii) o Sujeito Passivo do tributo
(iii) a Base de Cálculo do tributo
(iv) a Alíquota do tributo

Pelo art.97, CTN, além desses 4 elementos, também tem que ser
estabelecido por lei:

I - a instituição ou extinção de tributos;


II - a majoração ou redução de tributos;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a
seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

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Resumindo, em relação a tributos, temos, obedecendo ao Princípio da


Legalidade:

Instituição Extinção
Majoração Redução
Fato gerador da obrigação principal
(fato gerador da obrigação acessória pode ser por legislação)
Sujeito Passivo
Alíquota e
Base de Cálculo
Cominação Dispensa ou Redução
de Penalidades de Penalidades
Extinção, Suspensão ou Exclusão do Crédito Tributário

ATENÇÃO 1: LEI x LEGISLAÇÃO


Pelos arts.114 e 115, CTN:
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida
em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação


que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção
de ato que não configure obrigação principal.

O termo “legislação” é mais amplo que “lei”. Legislação abrange lei,


tratado, decreto, portaria, instrução normativa etc.

Então:

Fato gerador da Obrigação PRINCIPAL LEI



Fato gerador da Obrigação ACESSÓRIA LEGISLAÇÃO

ATENÇÃO 2: Em relação a BASE DE CÁLCULO:

Modificação da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais


oneroso
=
majoração do tributo

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Atualização do valor monetário da base de cálculo


NÃO É
majoração de tributo

Para esse ponto, em relação ao IPTU, há a Súmula 160, STJ:

É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em


percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

ATENÇÃO 3: Definição de PRAZO PARA RECOLHIMENTO pode ser por


instrumento infralegal (por legislação). [RE 172.394 SP, RE 195.218 MG]

4.1.2. Exceções ao Princípio da Legalidade

Apesar de não haver exceção ao princípio da legalidade no que tange à


instituição de tributo por lei, há exceção a esse princípio quanto à
alteração de alíquotas.

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Abaixo, os tributos em que há exceção ao princípio da legalidade para a


Alteração ou Redução e Restabelecimento de alíquotas:

Alteração ou Redução Dispositivo


Tributo Por
e Restabelecimento? normativo
Ato do Poder
II, IE, IPI e IOF Alteração Art.153, §1º, CF88
Executivo
Redução e Art.177, §4º, I, ‘b’, Ato do Poder
CIDE Combustíveis
Restabelecimento CF88 Executivo
Art.155, §4º, IV, ‘c’, Convênios CONFAZ
ICMS Monofásico Redução e
CF88 c/c entre Estados e
Combustíveis Restabelecimento
LC nº 24/1975 Distrito Federal

OBSERVAÇÃO 1: CONFAZ – Conselho Nacional de Política Fazendária é o


órgão composto pelos representantes dos Estados e do Distrito Federal em
que esses celebram e ratificam convênios concedendo isenções, incentivos e
benefícios fiscais.

OBSERVAÇÃO 2:
Na “alteração”, o Executivo, atendidas as condições e os limites
estabelecidos em lei, mexe nas alíquotas como achar melhor.

Já na “redução e restabelecimento”, o Executivo (ou CONFAZ) pode


somente reduzir a alíquota, e depois retorná-la ao patamar inicial. Mais
que isso, tem que ser por lei.

21- (AGENTE-AUXILIAR-ARRECADADOR TRIBUTÁRIO SEFAZ PI 2001


ESAF) No Brasil, é juridicamente possível a instituição de determinados
tributos por meio:
(A) de decretos
(B) da Constituição
(C) de resoluções do Senado Federal
(D) de leis complementares
(E) de portarias

Resolução

INSTITUIÇÃO de tributo É SEMPRE por lei. Em regra, lei ordinária. É por lei
complementar nos seguintes casos:
Empréstimo Compulsório art.148
Imposto sobre Grandes Fortunas art.153, VII

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Novos Impostos art.154, I


Novas Contribuições art.195, §4º

GABARITO: D

4.2. MEDIDA PROVISÓRIA

Tributo que pode ser instituído por lei ordinária (lei complementar não),
também pode ser instituído por Medida Provisória, se houver relevância
e urgência.

É o que prevê a CF88 em seu art.62, §1º, III:

Art.62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República


poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo
submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
III - reservada a lei complementar;

Há um sentimento na sociedade e na mídia de que o Poder Executivo federal


tem abusado desse instrumento legislativo, e que na prática não estariam
efetivamente sendo observados os requisitos de relevância e urgência,
necessários para a edição de medidas provisórias.

O STF, apesar de reconhecer haver discricionariedade do Poder Executivo no


juízo político do Presidente da República para decidir pela edição de medidas
provisórias, lembra que esse juízo não é ilimitado, na ADI 2.150 DF:
“EMENTA. [...]. Os requisitos de relevância e urgência para edição de
medida provisória são de apreciação discricionária do Chefe do Poder,
não cabendo, salvo os casos de excesso de poder, seu exame pelo
Poder Judiciário. Entendimento assentado na jurisprudência do STF.”

Lembre-se que, como falado na Aula 02, no item 1.5.4., a necessidade da


conversão em lei no exercício da edição da medida provisória só se aplica
aos impostos.

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Assim, a observação da regra da anterioridade para as demais espécies


tributárias deve levar em conta não a data da sua conversão em lei, mas
sim a data da publicação da medida provisória.

22- (ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR MICT 1998 ESAF) Não é


matéria de lei complementar
(A) o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas
(B) a definição de tributos e de suas espécies
(C) a instituição de empréstimo compulsório
(D) a disciplina do regime de compensação do ICMS
(E) a determinação de medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços

Resolução

(A) ERRADA. (Art.146, III, ‘c’, CF88).


(B) ERRADA. (Art.146, III, ‘a’, CF88).
(C) ERRADA. (Art.148, CF88).
(D) ERRADA. (Art.155, §2º, XII, ‘c’, CF88).
(E) CORRETA. É matéria de lei ordinária (Art.150, §5º, CF88)

GABARITO: E

23- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 1998 ESAF) A União


prescinde de lei complementar para:
(A) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
(B) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar
(C) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária
(D) em relação aos impostos discriminados na Constituição Federal, definir
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes
(E) estabelecer quando ocorrerá o vencimento dos impostos e taxas de sua
competência

Resolução

(A) ERRADA. (Art.146, I, CF88).


(B) ERRADA. (Art.146, II, CF88).

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(C) ERRADA. (Art.146, III, CF88).


(D) ERRADA. (Art.146, III, ‘a’, CF88).
(E) CORRETA. Para vencimento de tributos, prescinde até de lei ordinária.

GABARITO: E

24- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002 ESAF) Segundo


decorre da Constituição, especialmente depois da redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001, pode(m) ser objeto de medida provisória
(A) normas sobre limitações constitucionais ao poder de tributar.
(B) matéria tributária disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República.
(C) majoração de imposto de renda, quando, embora convertida em lei no
mês de janeiro seguinte, tenha sido aprovada antes do início do exercício em
que será cobrada.
(D) aquela que constitua reedição, na mesma sessão legislativa, de outra
que não tenha sido rejeitada, mas apenas perdido sua eficácia por decurso
de prazo.
(E) matéria tributária não sujeita a restrição em razão do processo
legislativo.

Resolução

(A) ERRADA. Porque normas sobre limitações constitucionais ao poder de


tributar são de reserva da lei complementar. ART.146, II, CF88.
(B) ERRADA. Art.62, §1º, IV, CF88.
(C) ERRADA. Medida provisória que implique instituição ou majoração de
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada (art.62, §2º, CF88).
(D) ERRADA. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida
provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo (art.62, § 10, CF88).
(E) CORRETA. Matéria tributária não sujeita a restrição em razão do
processo legislativo. BASICAMENTE, MATÉRIA TRIBUTÁRIA CUJO PROCESSO
LEGISLATIVO NÃO EXIJA LEI COMPLEMENTAR. Art.62, §1º, III, CF88.

GABARITO: E

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25- (ANALISTA JURÍDICO SEFAZ-CE 2006 ESAF) Segundo definição


contida no art. 3o do Código Tributário Nacional, tributo é uma prestação
pecuniária que, entre outras características, é instituída em lei. A partir daí,
e considerando os dispositivos constitucionais sobre as espécies normativas,
podemos concluir que
(A) as medidas provisórias, por veicularem necessariamente matéria
relevante e urgente, são incompatíveis com o princípio constitucional da
anterioridade, razão pela qual não podem cuidar de matéria tributária.
(B) as medidas provisórias podem, em determinadas situações, versar sobre
matéria tributária.
(C) medidas provisórias são aptas a instituir, mas não a aumentar tributos.
(D) a fim de que se compatibilizem com as limitações constitucionais ao
poder de tributar, as medidas provisórias somente poderão cuidar de
normas gerais
em matéria tributária, mas não da instituição de tributos.
(E) as medidas provisórias, assim como as leis delegadas, não podem cuidar
de matéria provisória, em nenhuma situação.

Resolução

(A) ERRADA. Basta ler o art.62, §2º, CF88.


(B) CORRETA. SIM, COMO QUALQUER LEI.
(C) ERRADA. Se a medida provisória é apta a instituir tributo, também é
apta a aumentá-lo.
(D) ERRADA. Normas gerais em matéria tributária SÃO MATÉRIA DE LEI
COMPLEMENTAR, matéria cuja edição de medida provisória é vedada
(art.62, §1º, III, CF88).
(E) ERRADA. As medidas provisórias, assim como as leis delegadas, não
podem cuidar de matéria DE LEI COMPLEMENTAR, em nenhuma situação.

GABARITO: B

26- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL – TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO 2006 ESAF) Com relação às medidas provisórias em
matéria tributária é errôneo afirmar-se que
(A) caso instituam ou majorem tributo, só produzirão efeitos no exercício
financeiro seguinte se forem convertidas em lei até o último dia daquele em
que houver sido editada.

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Aula 06 – Legislação Tributária

(B) na hipótese de veto do projeto de lei de conversão por parte do


Presidente da República, a medida provisória deverá ser tida por rejeitada,
cabendo ao Congresso Nacional, em sessenta dias, disciplinar, por Decreto
Legislativo, as relações jurídicas decorrentes.
(C) a medida provisória paralisa temporariamente a eficácia da lei que
versava sobre a matéria, eis que, caso venha a ser rejeitada, restaura-se a
eficácia da norma anterior.
(D) somente poderão ser instituídos ou majorados por medida provisória
aqueles que não dependam de lei complementar.
(E) o Supremo Tribunal Federal tem entendido que cabe ao chefe do Poder
Executivo e ao Poder Legislativo a avaliação subjetiva das hipóteses de
urgência que possam ensejar a edição de medida provisória.

Resolução

(A) ERRADA. IMPOSSTO, E NÃO “TRIBUTO” (art.62, §2º, CF88).


(B) CORRETA. Art.62, §3º, CF88.
(C) CORRETA. Art.62, §3º, CF88.
(D) CORRETA. Art.62, §1º, III, CF88.
(E) CORRETA. Ex.: ADI 2.150 DF: “EMENTA. [...]. Os requisitos de
relevância e urgência para edição de medida provisória são de apreciação
discricionária do Chefe do Poder, não cabendo, salvo os casos de excesso
de poder, seu exame pelo Poder Judiciário. Entendimento assentado na
jurisprudência do STF.”

GABARITO: A

27- (AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS DO PR 2003 ESAF) Avalie os


itens a seguir, relativos à viabilidade, ou não, de utilização de medida
provisória para regular matéria tributária e marque a opção que apresenta
resposta correta.
I. É permitida a edição de medida provisória para aumentar a contribuição
social incidente sobre a folha de salários de empregados, devida por
empregadores à seguridade social.
II. É vedada a edição de medida provisória para majorar o imposto sobre a
renda e proventos de qualquer natureza.
III. Medida provisória que implique majoração do imposto sobre propriedade
territorial rural só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se
houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.

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IV. É permitida a edição de medida provisória para instituir empréstimo


compulsório, no caso de comprovada necessidade de atendimento a
despesas extraordinárias que decorram de calamidade pública ou de guerra
externa.
(A) Apenas I e III estão corretos.
(B) Apenas I e II estão corretos.
(C) Apenas II e III estão corretos.
(D) Apenas II e IV estão corretos.
(E) Apenas III e IV estão corretos.

Resolução

I. CORRETA. Medida Provisória tem força de lei, podendo aumentar


contribuição social.
II. ERRADA. É PERMITIDA a edição de medida provisória para majorar o
imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, PORQUE TEM
FORÇA DE LEI.
III. CORRETA. Art.62, §2º, CF88.
IV. ERRADA. porque é vedada a edição de medida provisória sobre matéria
reservada à lei complementar (art.62, §1º, III, CF88).

GABARITO: A

28- (PROCURADOR DE CONTAS TCE CEARÁ 2006 FCC) Diante de


situação de excepcional calamidade pública de âmbito nacional, reconhecida
mediante decreto presidencial, o Presidente da República, para fazer frente à
despesa extraordinária, editou Medida Provisória instituindo Empréstimo
Compulsório sobre o consumo de combustíveis. É correto afirmar que o
empréstimo compulsório instituído é
(A) inconstitucional porque não tem a finalidade de gerar receita para fazer
frente a despesa extraordinária decorrente de calamidade pública.
(B) ilegal, porque a hipótese de incidência tem que ser a calamidade pública
e não o consumo de combustíveis.
(C) inconstitucional, porque só pode ser instituído por lei complementar e
jamais, portanto, por medida provisória.
(D) legal, porque não se admite vinculação de receita do empréstimo
compulsório a qualquer órgão fundo ou despesa, salvo para despesa
extraordinária.
(E) constitucional, porque um dos motivos justificadores para a instituição
deste tributo é despesa extraordinária decorrente de calamidade pública.

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Resolução

(A) ERRADA. inconstitucional porque não ELE tem JUSTAMENTE a finalidade


de gerar receita para fazer frente a despesa extraordinária decorrente de
calamidade pública. (ART.148, I, CF88).
(B) ERRADA. ilegal, porque a hipótese de incidência tem que ser a
calamidade pública e não o consumo de combustíveis. A HIPÓTESE DE
INCIDÊNCIA DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO NÃO TEM QUE SER A
CALAMIDADE PÚBLICA. ESTA SIM É A CAUSA PARA A QUAL SERÃO
DESTINADOS OS RECURSOS ARRECADADOS. A HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA É
QUALQUER FATO ECONÔMICO QUE A LEI COMPLEMENTAR ELENCAR PARA
SER TRIBUTÁVEL PELO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. (ART.148, CF88).
(C) CORRETA. inconstitucional, porque só pode ser instituído por lei
complementar e jamais, portanto, por medida provisória. (ART.148, CF88).
(D) ERRADA. legal, porque não se admite vinculação de receita do
empréstimo compulsório a qualquer órgão fundo ou despesa, salvo para
despesa extraordinária. OK, MAS TEM QUE SER POR LEI COMPLEMENTAR.
(ART.148, CF88).
(E) ERRADA. constitucional, porque um dos motivos justificadores para a
instituição deste tributo é despesa extraordinária decorrente de calamidade
pública. OK, MAS TEM QUE SER POR LEI COMPLEMENTAR. (ART.148, CF88).

GABARITO: C

29- (PROCURADOR DE CONTAS TCE RORAIMA 2008 FCC) O princípio


da estrita legalidade que rege o Direito Tributário pátrio dispõe que a
instituição ou majoração de tributos depende de lei. Neste sentido, é correto
afirmar que
(A) a única fonte do direito tributário é a lei.
(B) somente a lei ordinária é fonte instituidora de tributos.
(C) os empréstimos compulsórios não se submetem ao princípio da
legalidade.
(D) a majoração dos tributos federais, dentro dos limites legais, pode ser
feita por decreto do Poder Executivo.
(E) medida provisória é fonte instituidora de impostos.

Resolução

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(A) ERRADO. a única fonte do direito tributário é a lei. BASTA IR AO INÍCIO


DESTA AULA PARA VER VÁRIAS FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO.
(B) ERRADO. somente a lei ordinária é fonte instituidora de tributos. LEI
COMPLEMENTAR E MEDIDA PROVISÓRIA TAMBÉM.
(C) ERRADO. os empréstimos compulsórios não se submetem ao princípio da
legalidade. (ART.148, CF88).
(D) ERRADO. a majoração dos tributos federais, dentro dos limites legais,
pode ser feita por decreto do Poder Executivo. NEM TODOS OS TRIBUTOS.
SOMENTE: II, IE, IPI, IOF (ART.153, §1º, CF88), CIDE COMBUSTÍVEIS
(ART.177, §4º, I, ‘b’, CF88) E ICMS MONOFÁSICO COMBUSTÍVEIS
(ART.155, §4º, IV, ‘c’, CF88).
(E) CERTO. Medida provisória é fonte instituidora de impostos. (ART.62,
CF88)

GABARITO: E

4.3. LEI DELEGADA

Art. 68, CF88. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente


da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso
Nacional.
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência
exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
à lei complementar, nem a legislação sobre:
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e
a garantia de seus membros;
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.
§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de
resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e
os termos de seu exercício.
§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer
emenda.

A lei delegada é editada pelo Presidente da República, por delegação


feita por Resolução do Congresso Nacional.

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ATENÇÃO:
RESOLUÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL (art.68, §2º)

RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL

Pode ser utilizada em matéria tributária, exceto a reservada à lei


complementar, mas na prática isso não ocorre porque o Executivo dispõe de
meios legislativos mais eficazes para tal, como a Medida Provisória e, em
alguns casos, o Decreto.

30- (FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFA PA 2002 ESAF) No Brasil,


persiste controvérsia doutrinária sobre se, por meio de leis delegadas,
podem ser instituídos tributos. A Constituição Federal, todavia, veda
expressamente a utilização de tais normas jurídicas para a criação de:
(A) taxas
(B) contribuições de melhoria
(C) empréstimos compulsórios
(D) contribuições sociais
(E) pedágios

Resolução

Respondendo à questão:
Art. 68, CF88. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da
República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência
exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada
à lei complementar, [...]

Dos tributos acima, o único que é instituído por lei complementar é o


empréstimo compulsório (art.148, CF88).

GABARITO: C

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4.4. DECRETO LEGISLATIVO


O Decreto Legislativo é ato de exclusiva competência do Congresso
Nacional, não se sujeitando à sanção ou ao veto do Presidente da
República.

No Direito Tributário, os Decretos Legislativos mais importantes são aqueles


que aprovam os tratados internacionais firmados pelo Presidente da
República.

Também são utilizados pelo Congresso Nacional nos casos de Medida


Provisória que perdeu eficácia por sua não conversão em lei no prazo
constitucionalmente previsto, para disciplinar as relações jurídicas
decorrentes dessa Medida Provisória (art.62, §3º).

Se esse Decreto Legislativo não for editado em até sessenta dias após a
rejeição ou perda de eficácia da Medida Provisória, as relações jurídicas
constituídas e decorrentes de atos praticados durante a vigência dessa
Medida Provisória conservar-se-ão por ela regidas (art.62, §11).

31- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002 ESAF) O Acordo


para Isenção de Impostos Relativos à Implementação do Projeto do
Gasoduto Brasil-Bolívia, celebrado entre o Governo da República Federativa
do Brasil e o Governo da República da Bolívia, em Brasília, em 5 de agosto
de 1996, se obedeceu aos comandos constitucionais, foi aprovado por
(A) lei ordinária.
(B) lei complementar.
(C) lei delegada.
(D) decreto legislativo.
(E) resolução do Senado Federal.

Resolução

APROVAÇÃO DE TRATADO INTERNACIONAL É FEITA PELO CONGRESSO


NACIONAL, POR DECRETO LEGISLATIVO, nos termos do art.49, I, CF88.

GABARITO: D

32- (AGENTE FISCAL DE RENDAS - NÍVEL I SÃO PAULO 2006 FCC) Os


tratados e convenções internacionais, relacionados com tributo, são fontes

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formais primárias do Direito Tributário e ingressam em nosso ordenamento


jurídico através de
(A) decreto-lei.
(B) lei delegada.
(C) decreto legislativo.
(D) resolução do Senado.
(E) lei complementar.

Resolução

(A) ERRADO. decreto-lei. (ART.49, I, c/c ART.84, VIII, CF88).


(B) ERRADO. lei delegada. (ART.49, I, c/c ART.84, VIII, CF88).
(C) CERTO. decreto legislativo. (ART.49, I, c/c ART.84, VIII, CF88).
(D) ERRADO. resolução do Senado. (ART.49, I, c/c ART.84, VIII, CF88).
(E) ERRADO. lei complementar. (ART.49, I, c/c ART.84, VIII, CF88).

GABARITO: C

4.5. RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL


Existem resoluções:
- do Congresso Nacional
- do Senado Federal
- da Câmara dos Deputados

Nenhuma delas está sujeita a sanção de Presidente da República.

A CF88 traz, expressamente, uma hipótese de aplicação de Resolução do


Congresso Nacional, conforme vimos quando tratamos de lei delegada:

Art. 68, CF88. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente


da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso
Nacional.[...]
§ 2º - A delegação ao Presidente da República terá a forma de
resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e
os termos de seu exercício.
§ 3º - Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo
Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer
emenda.

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Então, é a Resolução do Congresso Nacional que aprova a delegação


ao Presidente da República para editar leis delegadas.

Em matéria tributária, a mais importante das três modalidades de


resolução é a Resolução do Senado Federal, Casa Legislativa
representante dos Estados-membros da Federação.

Aliás, como o Senado Federal representa os Estados e o Distrito Federal, já


podemos memorizar que Resolução do Senado só tratará dos impostos
estaduais.

Seguem abaixo os casos que o Senado trata por Resolução:

(i) ICMS:

Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] atenderá ao


seguinte:
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da
República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria
absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às
operações e prestações, interestaduais e de exportação;

Na verdade, a possibilidade de resolução do Senado estabelecer alíquota de


ICMS às operações e prestações de exportação não mais existe, pois a EC
42/2003 passou a prever imunidade para as operações e prestações de
exportação.

Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] atenderá ao


seguinte:
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta
de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver
conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços
de seus membros;

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Resolução do Senado
Iniciativa Aprovação
ESTABELECERÁ

Alíquota Interestadual Pres.Rep. ou 1/3 Senadores Maioria Absoluta do Senado

Atualmente, vigora a Resolução nº 22/1989 do Senado Federal, que


estabeleceu:

Operações e Prestações Interestaduais em geral:


Alíquota = 12%

Operações e Prestações Interestaduais Destinadas às Regiões Norte,


Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do Espírito Santo:
Alíquota = 7%

Resolução do Senado
FACULTADO
Iniciativa Aprovação
ESTABELECER
nas Operações INTERNAS
Alíquota MÍNIMA 1/3 Senadores Maioria Absoluta do Senado
Alíquota MÁXIMA Maioria Absoluta do Senado 2/3 Senadores

(ii) IPVA:

Art.155, § 6º O imposto previsto no inciso III [IPVA]:


I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e
utilização.

ATENÇÃO: Só as alíquotas mínimas são fixadas por Resolução do


Senado. A diferenciação de alíquotas em função do tipo de da utilização é
papel da lei ordinária estadual.

(iii) ITCMD:

Art.155, § 1.º O imposto previsto no inciso I [ITCMD]: [...]


IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

A Resolução nº 09/1992 do Senado Federal estabeleceu a alíquota máxima


de 8% para o ITCMD.

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Mas essa Resolução não é suficiente para se considerar instituída a alíquota


do imposto, pois a lei estadual deve prever a alíquota expressamente, não
sendo suficiente que o faça “por meio de lei que se atrele genericamente a
essa alíquota máxima fixada pelo Senado” (RE 218.182 PE).

33- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 1996 ESAF) Quando uma


lei ou alguns dos seus artigos são declarados definitivamente
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal são retirados do
ordenamento jurídico.
(A) pela publicação do acórdão do Supremo Tribunal Federal no Diário Oficial
da União;
(B) Por lei complementar;
(C) Por resolução do Senado;
(D) Por decreto legislativo;
(E) Por medida provisória.

Resolução

(vi) Suspensão de Execução de Lei Declarada Inconstitucional

Apesar de não ser matéria estritamente tributária, uma das funções da


Resolução do Senado que é importante termos em mente no estudo para
concurso público é a que vai abaixo:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada
inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

O STF, mesmo declarando inconstitucional determinada lei, ou dispositivo de


lei, não tem competência para fazer cessar os efeitos dessa norma
perante novos casos que no futuro se subsumiriam a ela. Para a
suspensão dos efeitos dessa norma, necessário é que o Senado Federal
suspenda a sua execução, o que é feito por Resolução do Senado Federal.

Resposta à questão 33: GABARITO: C

34- (AGENTE FISCAL DE RENDAS - NÍVEL I SÃO PAULO 2006 FCC) Em


relação à lei complementar e às resoluções do Senado, é correto afirmar:

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(A) A delegação ao Presidente da República para elaborar lei delegada terá a


forma de resolução do Senado, que especificará seu conteúdo e os termos
do exercício.
(B) Os impostos sobre transmissão de bens imóveis inter vivos e o imposto
sobre a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens e direitos,
terão suas alíquotas máximas fixadas por lei complementar.
(C) Cabe à lei complementar prever, quanto ao ICMS, casos de manutenção
de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o
exterior de serviços e de mercadorias.
(D) Resolução do Senado fixará a base de cálculo do ICMS, de modo que o
montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem,
mercadoria e serviço.
(E) A lei complementar fixará as alíquotas mínimas do ICMS nas operações
internas.

Resolução

(A) ERRADA. A delegação ao Presidente da República para elaborar lei


delegada terá a forma de resolução do Senado DO CONGRESSO NACIONAL,
que especificará seu conteúdo e os termos do exercício. (ART.68, §2º,
CF88).
(B) ERRADA. Os impostos sobre transmissão de bens imóveis inter vivos e o
imposto sobre a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens e
direitos, terão TERÁ suas alíquotas máximas fixadas por lei complementar
RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL. (ART.155, §1º, IV, CF88).
(C) CORRETA. Cabe à lei complementar prever, quanto ao ICMS, casos de
manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e
exportação para o exterior de serviços e de mercadorias. (ART.155, §2º,
XII, ‘f’, CF88).
(D) ERRADA. Resolução do Senado LEI COMPLEMENTAR fixará a base de
cálculo do ICMS, de modo que o montante do imposto a integre, também na
importação do exterior de bem, mercadoria e serviço. (ART.155, §2º, XII, ‘i’,
CF88).
(E) ERRADA. A lei complementar RESOLUÇÃO DO SENADO PODERÁ fixará as
alíquotas mínimas do ICMS nas operações internas. (ART.155, §2º, V, ‘a’,
CF88).

GABARITO: C

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35- (ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO SEFAZ-CE 2006 ESAF) A


Constituição Federal de 1988 incumbiu determinada espécie normativa de
dispor especificamente sobre matérias de interesse dos Estados-Membros e
do Distrito Federal, tais como a fixação de alíquotas mínimas e máximas do
ICMS nas operações internas, e também de fixar alíquotas máximas do
ITCMD. A espécie normativa que cuida dessas matérias é:
(A) decreto presidencial.
(B) decreto legislativo.
(C) medida provisória.
(D) lei complementar.
(E) resolução do Senado Federal.

Resolução

(i) ICMS:
Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] atenderá ao
seguinte:
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta
de seus membros;
[...]

(ii) IPVA:

Art.155, § 6º O imposto previsto no inciso III [IPVA]:


I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal;
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e
utilização.

ATENÇÃO: Só as alíquotas mínimas são fixadas por Resolução do


Senado. A diferenciação de alíquotas em função do tipo de da utilização é
papel da lei ordinária estadual.

(iii) ITCMD:

Art.155, § 1.º O imposto previsto no inciso I [ITCMD]: [...]


IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

GABARITO: E

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36- (AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL MS 2001 ESAF) Compete ao


Senado Federal, mediante Resolução, aprovada pela maioria absoluta de
seus membros:
(A) Fixar as alíquotas máxima e mínima dos impostos sobre a importação e
a exportação.
(B) Estabelecer as alíquotas do imposto sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e prestações de serviços - ICMS, aplicáveis às
operações e prestações interestaduais e de exportação.
(C) Autorizar os Estados a darem caráter de nãocumulatividade ao imposto
sobre transmissão causa mortis e doação de bens e direitos.
(D) Autorizar a União a estabelecer impostos extraordinários, por motivo de
guerra.
(E) Fixar as alíquotas e a base de cálculo do imposto territorial rural.

Resolução

(A) ERRADA. se são impostos sobre a importação e a exportação, impostos


federais, NÃO HÁ COMPETÊNCIA PARA O SENADO FEDERAL, QUE
REPRESENTA OS ESTADOS-MEMBROS, E NÃO A UNIÃO.
(B) CORRETA. Art.155, §2º, IV, CF88.
(C) ERRADA. A única competência da Resolução do Senado em relação ao
ITCMD é para a fixação de suas alíquotas máximas. NÃO EXISTE não
cumulatividade para o ITCMD.
(D) ERRADA. Impostos federais, NÃO HÁ COMPETÊNCIA PARA O SENADO
FEDERAL, QUE REPRESENTA OS ESTADOS-MEMBROS, E NÃO A UNIÃO.
(E) ERRADA. Impostos federais, NÃO HÁ COMPETÊNCIA PARA O SENADO
FEDERAL, QUE REPRESENTA OS ESTADOS-MEMBROS, E NÃO A UNIÃO.

GABARITO: B

37- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 1998 ESAF)


� Alíquotas mínimas do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), nas operações internas, podem ser estabelecidas por
___________.
� O Código Tributário Nacional (CTN) foi votado como ___________.
� As normas gerais de direito tributário contidas no CTN podem ser
alteradas ou revogadas mediante ___________.

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� As alíquotas do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços


(ICMS), aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de
exportação, são estabelecidas por ___________.
Veja, entre as cinco alíneas abaixo, com qual de suas expressões se
preenche corretamente cada uma das lacunas acima.
v) resolução do Senado Federal de iniciativa de um terço e aprovada pela
maioria absoluta de seus membros
w) lei ordinária
x) lei complementar
y) resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou
de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus
membros
A resposta certa corresponde à seguinte seqüência:
(A) y, x, x, v
(B) v, w, x, y
(C) y, w, x, v
(D) v, w, w, y
(E) v, x, w, y

Resolução

� Alíquotas mínimas do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e


Serviços (ICMS), nas operações internas, podem ser (facultatividade)
estabelecidas por resolução do Senado Federal de iniciativa de um terço e
aprovada pela maioria absoluta de seus membros (v) (art.155, §2º, V, ‘a’,
CF88).
� O Código Tributário Nacional (CTN) foi votado como lei ordinária – Lei nº
5.172/66. Com a CF67 é que ele foi recepcionado como lei complementar
(w).
� As normas gerais de direito tributário contidas no CTN podem ser
alteradas ou revogadas mediante lei complementar (art.146, CF88) (x).
� As alíquotas do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de
exportação, são estabelecidas por resolução do Senado Federal, de
iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores,
aprovada pela maioria absoluta de seus membros (y) (art.155, §2º, IV,
CF88).

GABARITO: B

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4.6. DECRETO-LEI
Apesar de não ter sido previsto pela CF88, a figura do Decreto-Lei, por conta
da teoria da recepção, encontra-se muito presente ainda no direito
tributário.

Exemplos são o Decreto-Lei nº 37/1966, que regula muitas normas sobre o


Imposto de Importação, e diversos Decretos-Lei que disciplinam o IPI, como
o Decreto-Lei nº 34/1966.

5. TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:[...]


VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a
referendo do Congresso Nacional;

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional;

TRATADO INTERNACIONAL = CONVENÇÃO INTERNACIONAL

Tratado = acordo internacional de vontades entre Estados soberanos ou


organismos internacionais, destinado a produzir efeitos jurídicos.

Processo de produção de um tratado:

1º) Chefe de Estado (Presidente da República ou seu representante)


NEGOCIA e ASSINA;

2º) Congresso Nacional APROVA (= referenda, homologa) o tratado por


meio de Decreto Legislativo;

3º) Presidente da República RATIFICA o tratado mediante depósito (no


caso de tratados multilaterais) ou troca (no caso de tratados bilaterais) dos

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seus instrumentos constitutivos. Neste ponto, o Estado se compromete no


plano internacional definitivamente, com o tratado assinado.

4º) Presidente da República PROMULGA o tratado por meio de decreto,


que com o início de sua vigência, passa a vincular e obrigar no plano do
direito positivo interno.

5.1. O ARTIGO 98, CTN

Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou


modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela
que lhes sobrevenha.

5.1.1. Regra Especial prevalece sobre Regra Geral


Na verdade, o tratado não revoga ou modifica a lei interna (geral), mas
suspende os efeitos da lei interna pelo fato de o tratado ser lei específica. É
o Princípio da Especialidade, em que o preceito mais específico prevalece
sobre o mais genérico.

Esse entendimento foi inclusive positivado no art.85-A da Lei nº 8.212/91:


Art. 85-A. Os tratados, convenções e outros acordos internacionais de
que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam
partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão
interpretados como lei especial. (Incluído pela Lei nº 9.876, de
1999).

E também expresso pelo STF, na ADI 1480 DF, para o qual o art.98, CTN,
não trata de hierarquia normativa entre tratado internacional e direito
positivo interno, mas sim sobre a consagração do Princípio da Especialidade.

5.1.2. Posição Hierárquica do Tratado


Pela jurisprudência do STF, o tratado internacional tem posição
hierárquica de lei ordinária, deixando o tratado de ser aplicado se lei
ordinária com ele incompatível vier ao ordenamento posteriormente. (ADI
1.480; RE 80.004 SE).

Ou seja, se a legislação que lhe sobrevenha é com ele incompatível e é lei


ordinária, esta prevalece, e o tratado deixará de ser aplicado (denúncia do
tratado).

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A única exceção são os tratados sobre direitos humanos que forem


aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, os quais serão equivalentes às
emendas constitucionais (art.5º, §3º, CF88).

5.1.3. O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio – GATT


O GATT é um tratado multilateral, do qual o Brasil é um país signatário, que
regula o procedimento dos Estados no comércio internacional, buscando
reduzir tarifas alfandegárias ou aduaneiras e abolir as barreiras comerciais
entre os países.

Uma cláusula importante do GATT é a cláusula do tratamento nacional,


pela qual o produto importado deve ter o mesmo tratamento dado ao
produto similar nacional.

Com isso, a isenção dada ao produto nacional deve ser estendida ao similar
importado. Veja as súmulas nesse sentido, do STJ e do STF:

Súmula 20, STJ


A mercadoria importada de pais signatário do GATT é isenta do ICM,
quando contemplado com esse favor o similar nacional.

Súmula 71, STJ


O bacalhau importado de pais signatário do GATT é isento do ICM.

Súmula 575, STF


À mercadoria importada de país signatário do (GATT), ou membro da
(ALALC), estende-se a isenção do imposto de circulação de
mercadorias concedida a similar nacional.

O tratado que concede isenção não é ato da União, enquanto ente federado,
mas sim enquanto Estado Nacional, República Federativa do Brasil, sendo
um ato de soberania externa, não se enquadrando como uma isenção
heterônoma, vedada pelo art.151, III, CF88 (ADI nº 1.600).

Cabe ressaltar que a LC 104/2001 inseriu o parágrafo único ao art.199:


Art.199, parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma
estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar

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informações com Estados estrangeiros no interesse da


arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp nº
104, de 10.1.2001)

38- (FISCAL DE RENDAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) No tocante aos tratados internacionais em matéria tributária, pode-se
afirmar que:
(A) uma vez internalizados, se sobrepõem às normas internas, inclusive da
Constituição Federal.
(B) para terem aplicabilidade no âmbito federativo federal, estadual e
municipal, necessitam de ratificação pelas respectivas Casas Legislativas.
(C) podem operar modificações na legislação tributária interna, desde que
ratificados por meio de decreto legislativo.
(D) não podem dispor sobre isenções internas.
(E) somente podem alterar a legislação interna federal.

Resolução

(A) ERRADA. NÃO se sobrepõem à Constituição Federal.


(B) ERRADA. NÃO necessitam de ratificação pelas Casas Legislativas federal,
estadual e municipal para terem aplicabilidade no âmbito federativo.
(C) CORRETA. SIM, PORQUE A APROVAÇÃO DO TRATADO por meio de
decreto legislativo, pelo Congresso Nacional, É UMA FASE ESSENCIAL NA
PRODUÇÃO DO TRATADO.
(D) ERRADA. PODEM dispor sobre isenções internas SIM. Basta que sejam
internalizados, valendo então como lei.
(E) ERRADA. porque têm caráter de lei nacional, e não lei federal.

GABARITO: C

39- (FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFA PA 2002 ESAF) Os


acordos sobre dupla tributação internacional, como todos os tratados que
requerem aprovação congressional, começam a vigorar no ordenamento
jurídico interno brasileiro
(A) com a aprovação do projeto de acordo internacional pelo Congresso
Nacional, que o faz por meio de decreto legislativo.
(B) com o início da vigência dos decretos que os promulgaram.
(C) com a troca dos instrumentos de ratificação.
(D) com a assinatura do projeto de acordo internacional.

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(E) com a rubrica do texto convencional, feita pelos chefes das delegações
nacionais.

Resolução

Processo de produção de um tratado:

1º) Chefe de Estado (Presidente da República ou seu representante)


NEGOCIA e ASSINA;

2º) Congresso Nacional APROVA (= referenda, homologa) o tratado por


meio de Decreto Legislativo;

3º) Presidente da República RATIFICA o tratado mediante depósito (no caso


de tratados multilaterais) ou troca (no caso de tratados bilaterais) dos seus
instrumentos constitutivos. Neste ponto, o Estado se compromete no plano
internacional definitivamente, com o tratado assinado.

4º) Presidente da República PROMULGA o tratado por meio de decreto,


que com o início de sua vigência, passa a vincular e obrigar no plano do
direito positivo interno.

GABARITO: B

40- (AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL MS 2001 ESAF) Os tratados e as


convenções internacionais que disponham sobre matéria tributária
(A) submetem-se à legislação tributária interna
(B) revogam ou modificam a legislação tributária interna, mas não serão
observados pela que lhes sobrevenha
(C) não têm eficácia se contrários à legislação tributária interna
(D) terão suas cláusulas modificadas para serem aplicadas no Brasil,
adaptando-se à legislação interna
(E) modificam ou revogam a legislação tributária interna, e serão
observados pela que lhes sobrevenha

Resolução

Aqui, devido à literalidade do art.98, CTN, na alternativa, nem cabe discutir


a interpretação do mesmo, como fizemos acima.

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Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou


modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que
lhes sobrevenha.

GABARITO: E

6. DECRETOS

Art. 84, CF88. Compete privativamente ao Presidente da


República:[...]
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir
decretos e regulamentos para sua fiel execução;

Art. 99, CTN. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos


das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com
observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

O fundamento de validade direto do decreto é a lei, e não a Constituição.

Assim, não podem os decretos extrapolar aquilo que foi previsto em lei, mas
apenas disciplinar como a lei que regulamentam será cumprida.

41- (PROCURADOR TCE ALAGOAS 2008 FCC) O Chefe do Poder


Executivo poderá, através de
(A) decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota da CIDE
combustível.
(B) medida provisória, instituir empréstimo compulsório das despesas
extraordinárias decorrentes de calamidade pública.
(C) medida provisória, instituir imposto residual, com fato gerador e base de
cálculo distintos dos impostos já discriminados na Magna Carta.
(D) decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota do imposto sobre
operações de crédito, câmbio, seguro e valores mobiliários.
(E) decreto, instituir contribuição social para seguridade social, dentro da
competência constitucional residual.

Resolução

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(A) ERRADA. decreto, dentro dos limites legais, majorar REDUZIR E


RESTABELECER a alíquota da CIDE combustível. (ART.177, §4º, I, ‘b’,
CF88).
(B) ERRADA. medida provisória LEI COMPLEMENTAR, instituir empréstimo
compulsório das despesas extraordinárias decorrentes de calamidade
pública. (ART.148, CF88).
(C) ERRADA. medida provisória LEI COMPLEMENTAR, instituir imposto
residual, com fato gerador e base de cálculo distintos dos impostos já
discriminados na Magna Carta. (ART.154, II, CF88).
(D) CORRETA. decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota do
imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro e valores mobiliários.
(ART.ART.153, §1º, CF88).
(E) ERRADA. decreto LEI COMPLEMENTAR, instituir contribuição social para
seguridade social, dentro da competência constitucional residual. (ART.195,
§6º, CF88).

GABARITO: D

42- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 1996 ESAF) Sobre os


decretos executivos federais, podemos afirmar que são:
(A) Veículos normativos privativos do legislativo para aprovação, entre
outras coisas, dos tratados e convenções internacionais celebrados pelo
Presidente da República;
(B) Atos normativos de competência privativa do Presidente da República
com força de lei próprios para o aumento das alíquotas do IPI, IE, IR e IOF;
(C) Veículos normativos do Presidente da República para aprovação, entre
outras coisas, dos tratados e convenções celebrados pelos Ministros de
Estado;
(D) Veículos normativos com força de lei idôneos para instituírem impostos
extraordinários na iminência ou no caso de guerra externa;
(E) Veículos normativos que se prestam à aprovação dos regulamentos dos
impostos federais.

Resolução

(A) ERRADA. Veículos normativos privativos do legislativo para aprovação,


entre outras coisas, dos tratados e convenções internacionais celebrados
pelo Presidente da República SÃO OS DECRETOS LEGISLATIVOS;

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(B) ERRADA. Atos normativos de competência privativa do Presidente da


República com força de lei próprios para o aumento das alíquotas do IPI, IE,
IPI, E NÃO IR, e IOF;
(C) ERRADA. Veículos normativos do Presidente da República para
aprovação, entre outras coisas, dos tratados e convenções celebrados PELO
PRESIDENTE DA REPÚBLICA, E NÃO pelos Ministros de Estado;
(D) ERRADA. NÃO HÁ EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE PARA
INSTITUIÇÃO DE TRIBUTO;
(E) CORRETA. Veículos normativos que se prestam à aprovação dos
regulamentos dos impostos federais.

GABARITO: E

7. NORMAS COMPLEMENTARES

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades
administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o
Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo
exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora
e a atualização do valor monetário da base de cálculo do
tributo.

7.1. ATOS NORMATIVOS EXPEDIDOS PELAS AUTORIDADES


ADMINISTRATIVAS

Todos esses atos normativos, de alguma forma ou de outra, explicitam,


detalham, alguma norma prevista em lei. Afinal, como o próprio
art.100, CTN, diz, esses atos normativos são normas complementares das
leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos.

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São exemplos de atos normativos, portarias em geral, instruções


normativas, circulares, pareceres normativos, atos declaratórios normativos,
ordens internas e ordens de serviço.

O Poder Executivo é hierarquizado, indo desde o seu Chefe (Presidente da


República, na esfera federal) até o agente administrativo mais modesto. E os
atos normativos que essas autoridades emitem, em alguma função de
chefia, também se apresentam hierarquizados.

Assim, uma instrução normativa expedida pelo Secretário da Receita Federal


do Brasil nunca poderá contrariar algum ato normativo expedido por seu
superior hierárquico, o Ministro da Fazenda.

7.2. DECISÕES ADMINISTRATIVAS COM EFICÁCIA NORMATIVA


O Poder Executivo, especialmente em matéria tributária, costuma manter
órgãos julgadores de primeira e de segunda instância para julgar
impugnações e recursos a atos administrativos (autos de infração, por
exemplo) exarados pela Administração.

Esses órgãos julgadores, em regra, julgam casos concretos, só gerando suas


decisões efeitos entre as partes (contribuinte e Fisco) do processo
administrativo fiscal específico. Mas pode ocorrer de a lei atribuir às decisões
desses órgãos eficácia normativa, ou seja, valendo essa decisão como
norma para todos da sociedade que se enquadrem naquela situação
regulada.

Isso acontece, por exemplo, quando a lei prevê a possibilidade de esses


órgãos expedirem súmulas vinculantes administrativas, para tipos de casos
cuja jurisprudência administrativa já está sedimentada em determinado
sentido.

7.3. PRÁTICAS REITERADAS DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS

Aqui, o legislador do CTN previu a possibilidade de a praxe administrativa,


ou usos e costumes administrativos, vincular o Fisco perante o sujeito
passivo, sendo uma garantia para este de que alterações de interpretação

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de determinada norma pelo Fisco não implicarão qualquer punição para o


sujeito passivo.

Deixemos claro que esses usos e costumes são aqueles meramente


interpretativos, por conta da reserva legal a que se submete a matéria
tributária.

Nesse sentido, o REsp 98.703 SP, em que se decidiu que se o contribuinte


recolheu o tributo à base de prática administrativa adotada pelo Fisco, que
era a de não exigir a inclusão do valor do material na base de cálculo do
ISS, no serviço de reforma de pneus, eventuais diferenças devidas,
decorrentes de mudança interpretativa do Fisco, só podem ser exigidas sem
juros de mora e sem atualização do valor monetário da respectiva base de
cálculo, conforme parágrafo único do art.100, CTN.

Assim também o REsp 142.280 SC:


“TRIBUTÁRIO. [...]. PRÁTICA REITERADAMENTE ADOTADA PELA
AUTORIDADE FAZENDÁRIA (ARTIGO 100, INCISO III, DO CÓDIGO
TRIBUTÁRIO NACIONAL). [...]. Se, em várias situações idênticas, a
autoridade fazendária afastou os acréscimos legais do tributo,
cobrando apenas o imposto de renda devido, o procedimento se
caracteriza como prática reiterada na aplicação da legislação tributária,
tornando legítima a pretensão do contribuinte.”

7.4. CONVÊNIOS CELEBRADOS ENTRE U, E, DF, M

7.4.1. Permuta de Informações


Com fundamento de validade atual no art.37, XXII, CF88, o CTN prevê, em
seu art.199, a possibilidade de as Fazendas Públicas dos entes tributantes
prestarem, entre si, assistência mútua para a fiscalização dos respectivos
tributos e permuta de informações. Vejamos:

Art.37, XXII - as administrações tributárias da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de
suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o

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compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na


forma da lei ou convênio.

Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência
para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de
informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico,
por lei ou convênio.

7.4.2. Extraterritorialidade da Legislação tributária

Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios,
nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os
convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras
leis de normas gerais expedidas pela União.

7.4.3. Convênios ICMS


O Convênio ICMS não se confunde com os convênios de cooperação, vistos
acima. Das duas espécies, só os convênios de cooperação são efetivamente
normas complementares, sendo os Convênios ICMS verdadeiras normas
primárias, já que têm previsão constitucional, todos se remetendo ao
art.155, §2º, XII, ‘g’, CF88, cuja regulamentação veio com a LC 24/1975.

Art.155, §2º, XII - cabe à lei complementar:


g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do
Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados.

Essa lei complementar prevê que essas isenções, incentivos e benefícios


fiscais serão concedidos ou revogados nos termos de convênios celebrados
e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal, na reunião do Conselho
Nacional de Política Fazendária (CONFAZ).

A concessão desses benefícios dependerá sempre de decisão unânime dos


Estados representados, sendo necessária a ratificação desses
convênios por decreto Poder Executivo de cada unidade da Federação,
dentro de 15 dias da publicação do convênio, considerando-se ratificação
tácita a falta de manifestação nesse prazo.

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Essa ratificação não depende de decreto legislativo, como defende a


doutrina, mas sim de decreto do Poder Executivo, como entendeu o STF, na
ADI 1.857 SC, em que declarou inconstitucionais normas (no caso, da
Constituição do Estado de Santa Catarina) que subordinam os convênios
celebrados pelos entes federados à aprovação da Assembleia Legislativa
estadual.

Além da concessão ou revogação de isenções e demais benefícios fiscais,


também é efetivado por convênio ICMS no âmbito do CONFAZ:
- A definição de alíquotas aplicáveis aos combustíveis e lubrificantes
definidos em lei complementar como sujeitos à incidência do ICMS em
etapa única (art.155, §4º, IV); e
- O estabelecimento das regras destinadas à apuração e à destinação
do ICMS incidente sobre esses mesmos combustíveis e lubrificantes
(art.155, §5º).

43- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL 2002.1 ESAF) São normas


complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e
dos decretos:
(A) os atos normativos expedidos pelo Congresso Nacional e pelo Supremo
Tribunal Federal.
(B) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, sempre que despidos de eficácia normativa.
(C) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas.
(D) os Acordos Internacionais.
(E) os Convênios que entre si celebrem as Partes Contratantes no âmbito da
Aladi e do Mercosul.

Resolução

(A) ERRADA. Os atos normativos expedidos PELAS AUTORIDADES


ADMINISTRATIVAS (art.100, I, CTN).
(B) ERRADA. As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, A QUE A LEI ATRIBUA EFICÁCIA NORMATIVA (art.100, II,
CTN).
(C) CORRETA. As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas (art.100, III, CTN).

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(D) ERRADA. Acordo Internacional é Tratado Internacional (art.96, caput,


CTN). Ele não pode ser norma complementar dele mesmo.
(E) ERRADA. Os Convênios que entre si celebrem A UNIÃO, OS ESTADOS, O
DISTRITO FEDERAL E OS MUNICÍPIOS (art.100, IV, CTN).

GABARITO: C

44- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2009 ESAF) Sobre a


Legislação Tributária, assinale a opção correta.
(A) Pode-se afirmar que ordem de serviço, expedida por Delegado da
Receita Federal do Brasil, contendo normas relativas ao atendimento do
contribuinte, integra a “legislação tributária”.
(B) O prazo de recolhimento de determinado tributo não pode ser minorado
por regulamento específico, haja vista a exigência constitucional de lei em
sentido estrito.
(C) Segundo a Constituição Federal, há exigência de lei complementar para
a instituição de contribuição de intervenção no domínio econômico.
(D) Com o advento da Emenda Constitucional n. 45/2004, os tratados e
convenções internacionais, que visam ao estabelecimento de regras para
coibir a evasão fiscal, ao serem aprovados pelo Congresso Nacional, serão
equivalentes às emendas constitucionais.
(E) As decisões proferidas pelas Delegacias da Receita Federal de
Julgamento, em regra, integram a legislação tributária.

Resolução

(A) CORRETA. Pode-se afirmar que ordem de serviço, expedida por


Delegado da Receita Federal do Brasil, contendo normas relativas ao
atendimento do contribuinte, integra a “legislação tributária”.
(B) ERRADA. O prazo de recolhimento de determinado tributo PODE ser
minorado por regulamento específico, haja vista a exigência constitucional
de lei em sentido estrito. Definição de PRAZO PARA RECOLHIMENTO pode
ser por instrumento infralegal (por legislação). [RE 172.394 SP, RE 195.218
MG]
(C) ERRADA. Segundo a Constituição Federal, há exigência de LEI
ORDINÁRIA para a instituição de contribuição de intervenção no domínio
econômico (Art.177, §4º, CF88).
(D) ERRADA. Com o advento da Emenda Constitucional n. 45/2004, os
tratados e convenções internacionais SOBRE DIREITOS HUMANOS, ao serem

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aprovados pelo Congresso Nacional, serão equivalentes às emendas


constitucionais (Art.5º, §3º, CF88).
(E) ERRADA. As decisões proferidas pelas Delegacias da Receita Federal de
Julgamento, em regra, NÃO integram a legislação tributária, PORQUE a lei,
EM REGRA, NÃO LHES atribui eficácia normativa (ART.100, II, CTN).

GABARITO: A

45- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002 ESAF)


• Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), os tratados internacionais
precisam ser observados pelo legislador, que, assim, não poderá alterá-los
por normas com eles incompatíveis?
• À luz do CTN, os atos normativos expedidos pelas autoridades
administrativas podem ser considerados como “legislação tributária”?
• Decretos podem instituir impostos autorizados pela Constituição?
(A) Sim, Sim, Sim
(B) Sim, Sim, Não
(C) Sim, Não, Sim
(D) Não, Não, Não
(E) Não, Sim, Não

Resolução

SIM • Como vimos, uma lei aprovada posteriormente ao tratado


internacional, se com ele incompatível, acarreta a denúncia do tratado. Mas,
como a questão expressamente põe “Segundo o Código Tributário Nacional
(CTN)”, em princípio, adotamos a literalidade do disposto no art.98, CTN:
“Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a
legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha”.

SIM • Pelo CTN:


Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das
convenções internacionais e dos decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
E:
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas
complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e
relações jurídicas a eles pertinentes.

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Então, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas


podem ser considerados como “legislação tributária”.

NÃO • NÃO HÁ EXCEÇÃO ao princípio da legalidade para a INSTITUIÇÃO de


tributos.

GABARITO: B

46- (AGENTE FISCAL DE RENDAS ESTADO SÃO PAULO - DIREITO


TRIBUTÁRIO II - FCC 2009) O CONFAZ − Conselho Nacional de Política
Fazendária
I. promove ações em defesa do contribuinte, regulando o exercício da
competência tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
II. promove a celebração de convênios que concedem e revogam incentivos
e benefícios fiscais no âmbito do ICMS.
III. é constituído por representantes de Municípios, Estados e Distrito
Federal.
IV. é constituído por representantes de cada Estado e Distrito Federal e um
representante do Governo Federal.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II e IV.
(B) II e III.
(C) I e IV.
(D) I e III.
(E) I.

Resolução

I. ERRADO. promove ações em defesa do contribuinte, regulando o exercício


da competência tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
NÃO É COMPETÊNCIA DO CONFAZ.
II. CORRETO. promove a celebração de convênios que concedem e revogam
incentivos e benefícios fiscais no âmbito do ICMS. (ART.1º, LC 24/75)
III. ERRADO. é constituído por TODOS OS representantes de Municípios,
Estados e Distrito Federal E DO GOVERNO FEDERAL. (ART.2º, LC 24/75).
IV. CORRETO. é constituído por representantes de cada Estado e Distrito
Federal e um representante do Governo Federal. (ART.2º, LC 24/75).
Está correto o que se afirma APENAS em

GABARITO: A

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8. QUESTÃO DISCURSIVA

Discorra sobre as funções da lei complementar tributária previstas


no art.146 da Constituição de 1988.

SOLUÇÃO PROPOSTA:
“O artigo 146 da Constituição de 1988 apresenta três funções para a
lei complementar: 1º) dispor sobre conflitos de competência, em matéria
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 2º)
regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; e 3º) estabelecer
normas gerais em matéria de legislação tributária.
Nesse estabelecimento de normas gerais, cabe à lei complementar:
(3.1) definir os tributos e suas espécies, bem como definir os fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos discriminados na
Constituição; (3.2) estabelecer normas sobre obrigação, lançamento,
crédito, prescrição e decadência tributários; (3.3) estabelecer normas sobre
o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas; e (3.4) estabelecer normas sobre a definição de
tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no
caso do ICMS, das contribuições patronal previdenciária, da COFINS e da
CSLL, bem como, e da PIS/Pasep, instituindo um regime único de
arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios.
Com relação à primeira função (dispor sobre conflitos de
competência), há situações em que não há dúvida sobre qual seja o tributo
que deva incidir. Mas situações outras há as quais ficam numa área
fronteiriça – uma região de penumbra – entre a competência tributária de
um ente tributante e a competência tributária de outro ente tributante.
Aí surge o potencial conflito de competência tributária, quando
aparecem dúvidas sobre se determinada situação econômica deve acarretar
a incidência do tributo de um ente político ou a incidência do tributo de outro
ente político.
Imagine um imóvel que fique numa região que não se sabe ao certo se
é urbana ou rural: alguns entendem ser urbana e outros entendem ser rural.
Essa dúvida faz toda a diferença quando se for definir o imposto sobre a
propriedade imóvel que deverá incidir: ITR (União) ou IPTU (Municípios).

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Esta aí um caso em que é fundamental a lei complementar dispor


sobre esse potencial conflito de competência. E o CTN o fez, definindo os
conceitos de zona urbana (onde os imóveis ali situados ficarão sujeitos ao
IPTU) e de zona rural (onde os imóveis ali localizados ficarão sujeitos ao
ITR), arts.32 e 29, respectivamente.
Sobre a segunda função (regular as limitações constitucionais ao poder
de tributar), quer dizer, basicamente, regular regras de imunidade, como as
do art.150, VI, ‘c’, CF88, reguladas atualmente pelo art.14, CTN, que traz os
seguintes requisitos para as entidades serem consideradas sem fins
lucrativos: (i) não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de
suas rendas, a qualquer título; (ii) aplicarem integralmente, no País, os seus
recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; (iii) manterem
escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de
formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
Ressalte-se que essas entidades não podem ter lucro, mas podem ter
superávit financeiro.
Sobre a terceira função da lei complementar tributária (estabelecer
normas gerais em matéria de legislação tributária), ela é fundamental para a
sobrevivência da Federação. Afinal, se o CTN não estabelecesse, por
exemplo, as regras de prazos de decadência e de prescrição, deixando essa
função à União, aos 26 Estados, ao Distrito Federal, e cada um dos mais de
5.560 Municípios, seria um verdadeiro caos normativo, com cada um desses
entes definindo das formas mais diversas esses prazos.
A definição de tributo foi exercida, no CTN, pelo seu artigo 3º: ‘Tributo
é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada’. Também
encontramos a definição das espécies no CTN, mas a Constituição de 1988
também se prestou a esse papel, conferindo ao CTN mais importância na
definição dos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos
previstos na Constituição, como vemos no caso, por exemplo, do imposto de
importação (arts.19 a 22), do imposto de exportação (arts.23 a 28), do
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (arts.29 a 31), do Imposto
sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (arts.32 a 34), do Imposto
sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (arts.43 a 45), do Imposto
sobre Produtos Industrializados (arts.46 a 51) e do Imposto sobre
Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações Relativas a
Títulos e Valores Mobiliários (arts.63 a 67).
É bom lembrar que a ausência de lei complementar definindo fato
gerador, base de cálculo e contribuinte de algum tributo previsto

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constitucionalmente não impede o ente federado competente de criar o


tributo de exercer sua competência, como aconteceu com o IPVA, que surgiu
com a Constituição de 1988, antes, portanto, da edição do CTN, que é de
1966.
A criação de normas sobre obrigação, lançamento, crédito, prescrição
e decadência tributários também é reservada à lei complementar.
Atualmente, praticamente todas estão previstas no Livro Segundo do Código
Tributário Nacional, não podendo tais regras ser exercidas por lei ordinária,
como decidiu o STF, ao declarar a inconstitucionalidade dos arts.45 e 46 da
lei ordinária federal nº 8.212/1991, que previam prazos de decadência e
prescrição, respectivamente, de 10 anos; destoando do CTN, lei
complementar material, cujos prazos de decadência e prescrição previstos
são de 5 anos (o que ocasionou, inclusive, a Súmula Vinculante nº 8 do
STF).
Em relação às normas sobre o adequado tratamento tributário ao ato
cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas, ainda não existe essa
lei complementar, sendo que o setor ainda é regulado pela Lei ordinária nº
5.764/1971, que “define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o
regime jurídico das sociedades cooperativas”.
Finalmente, quanto ao estabelecimento de normas sobre a definição de
tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as
empresas de pequeno porte, essa regra está concretizada pela Lei
complementar nº 123/2006, que criou o Regime Especial Unificado de
Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e
Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES NACIONAL, o qual abrange, hoje, os
seguintes tributos: (i) IRPJ; (ii) IPI; (iii) CSLL; (iv) COFINS; (v) PIS/Pasep;
(vi) Contribuição Patronal Previdenciária – CPP; (vii) ICMS; e (viii) ISS.”

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Questões Comentadas e Resolvidas Nesta Aula

01- (PROCURADOR DE CONTAS TCE AMAPÁ 2010 FCC) A lei


complementar em matéria tributária é, por exigência constitucional, aplicada
para
(A) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
(B) instituir imposto extraordinário.
(C) instituir contribuição de intervenção no domínio econômico.
(D) atribuir a condição de responsável tributário.
(E) disciplinar o processo judicial tributário.

02- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2000 ESAF) O


estabelecimento de normas gerais em matéria de legislação tributária sobre
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários, deverá
fazer-se, segundo norma contida na Constituição, mediante
(A) lei complementar federal
(B) lei ordinária de cada ente tributante
(C) lei complementar de cada ente tributante
(D) lei ordinária federal
(E) lei ordinária, medida provisória ou lei delegada federal

03- (AUDITOR TCE ALAGOAS 2008 FCC) A definição, em matéria


tributária, de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e
empresas de pequeno porte
(A) é incompatível com a Constituição da República, em decorrência da
vedação de estabelecimento de distinção entre contribuintes em razão de
sua ocupação profissional ou função por eles exercida.
(B) não poderá implicar em instituição de regimes especiais ou simplificados
no caso do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação.
(C) será estabelecida por lei complementar, que poderá, inclusive, instituir
regime único de arrecadação de impostos e contribuições da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos termos da Constituição da
República.
(D) não poderá resultar no estabelecimento de condições de enquadramento
diferenciadas por Estado, nem em obrigatoriedade para os contribuintes de
adesão ao regime.

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(E) implicará na centralização, pela União, de recolhimento dos impostos e


contribuições sujeitos ao regime, devendo ser imediata a distribuição de
parcelas de recursos pertencentes a outros entes da Federação, excetuadas
hipóteses de retenção ou condicionamento, previstas na Constituição.

04- (AUDITOR TCE CEARÁ 2006 FCC) Está sujeita à disciplina específica,
por meio de lei complementar, a
(A) concessão de isenção de pagamento dos impostos de competência da
União Federal.
(B) instituição, pela União Federal, de impostos não discriminados na
Constituição Federal.
(C) majoração de alíquota das contribuições para o financiamento da
seguridade social previstas no art.195 da Constituição Federal.
(D) instituição de taxas baseadas no poder de polícia.
(E) outorga de anistia de impostos de competência dos Estados e do Distrito
Federal.

05- (FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFA PA 2002 ESAF) Prestam-


se a adensar a disciplina constitucional conferida ao sistema tributário e a
criar certos tributos:
(A) normas complementares
(B) decretos
(C) tratados internacionais
(D) leis ordinárias
(E) leis complementares

06- (FISCAL DE RENDAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) Em matéria tributária, são privativas de lei complementar, exceto:
(A) instituição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados na Constituição Federal, dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes.
(B) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas.
(C) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a
União, os estados, o Distrito Federal e os municípios.
(D) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as
microempresas e para as empresas de pequeno porte.
(E) instituição, por parte da União, de novos impostos, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados na Constituição.

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07- (AUDITOR DO TCE – GO - DIREITO CONSTITUCIONAL 2007


ESAF) Em matéria tributária e conforme a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, não cabe à lei complementar
(A) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
(B) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, inclusive
sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
tributos discriminados na Constituição, a dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes.
(C) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, inclusive
sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos
impostos discriminados na Constituição, a dos respectivos fatos geradores,
bases de cálculo e contribuintes.
(D) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
(E) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, inclusive
sobre adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas.

08- (AUDITOR DO TCE – GO - DIREITO TRIBUTÁRIO 2007 ESAF)


Sobre o Sistema Constitucional Tributário, é incorreto afirmar que
(A) competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o
Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos
municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
(B) os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma
das respectivas leis, para custeio do serviço de iluminação pública, sendo
facultada a cobrança na fatura de consumo de energia elétrica.
(C) cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria
tributária sobre o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo
praticado pelas sociedades cooperativas.
(D) a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório não
será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
(E) a Constituição Federal permite a edição de lei complementar que defina
tratamento diferenciado e favorecido para microempresas e empresas de
pequeno porte.

09- (PROCURADOR DO DISTRITO FEDERAL 2007 ESAF) Assinale a


opção correta.
As leis complementares prestam-se basicamente a três (3) tipos de atuação
em matéria tributária. Em conseqüência, elas dispõem sobre:

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(A) conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao
poder de tributar da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; normas gerais de legislação tributária.
(B) conflitos de competência, em matéria tributária, só entre os Estados e os
Municípios; limitações constitucionais ao poder de tributar da União e dos
Estados; normas gerais de direito tributário.
(C) conflitos de competência, em matéria tributária, só entre a União e os
Estados e o Distrito Federal; limitações constitucionais ao poder de tributar
dos Estados; normas gerais de direito tributário.
(D) conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao
poder de tributar dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; normas
gerais de legislação tributária.
(E) conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; limitações constitucionais ao
poder de tributar da União e dos Estados, desdobrando as exigências do
princípio da legalidade, regulando as imunidades tributárias etc; normas
gerais de direito tributário material e formal.

10- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL - Tecnologia da


Informação 2005 ESAF) Leis complementares, ou leis complementares à
Constituição, são espécies normativas que têm a função de complementar
dispositivos constitucionais que tratam genericamente de determinadas
matérias, normalmente devido à sua complexidade. As leis complementares,
por força do art. 69 da Constituição, serão aprovadas pela maioria absoluta
dos membros do Congresso Nacional. Considerando apenas o texto expresso
da Constituição, pode-se concluir que as leis complementares em matéria
tributária não tratam:
(A) da instituição de impostos residuais.
(B) da definição dos produtos industrializados sobre os quais o imposto
incidirá uma única vez.
(C) da instituição de um regime único de arrecadação dos impostos e
contribuições da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
(D) do estabelecimento de critérios especiais de tributação com o objetivo
de prevenir desequilíbrios da concorrência.
(E) da regulação da forma e das condições como isenções, incentivos e
benefícios fiscais serão concedidos e revogados, relativamente ao Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

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11- (ANALISTA JURÍDICO SEFAZ-CE 2006 ESAF) As leis


complementares são diplomas legais que têm por objetivo complementar
dispositivos constitucionais que tratam genericamente de determinadas
matérias, em geral devido a sua complexidade. Sobre elas, em matéria
tributária, podemos afirmar que serão utilizadas para
I. estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir
desequilíbrios da concorrência.
II. instituir determinados tributos, como os empréstimos compulsórios, a
contribuição de intervenção no domínio econômico sobre os combustíveis e
os impostos residuais.
III. estabelecer regras para a resolução de conflitos de competência entre os
entes federativos.
IV. definir tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e
empresas de pequeno porte.
V. regular as limitações constitucionais ao poder de tributar.
Estão corretos apenas os itens
(A) I, III e V.
(B) I, III, IV e V.
(C) II, III, IV e V.
(D) I, II, III e V.
(E) I, IV e V.

12- (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO 2006


ESAF) Sobre o Sistema Tributário Nacional, na Constituição Federal de
1988, assinale a única opção correta.
(A) A Constituição Federal veda à lei complementar que disciplinar o Sistema
Tributário Nacional o estabelecimento de normas gerais sobre definição de
tratamento diferenciado e favorecido para empresas de pequeno porte.
(B) A Constituição Federal prevê a possibilidade de, por lei complementar, a
União delegar para Estados e Distrito Federal competência para a instituição
de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de
sua atuação nas respectivas áreas.
(C) Cabe à lei complementar federal fixar os combustíveis e lubrificantes
derivados do petróleo sobre os quais o ICMS incidirá uma única vez, sendo
que, neste caso, por força de disposição constitucional, o imposto caberá ao
Estado produtor.
(D) A União poderá instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não
em sua competência tributária, na iminência ou no caso de guerra externa, a
eles não se aplicando o princípio da anterioridade nonagesimal.

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(E) Pertence aos Municípios o total do produto da arrecadação do imposto


sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios,
desde que o imposto seja fiscalizado e cobrado pelos Municípios.

13- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL MG 2005 ESAF)


Considerando o disposto no art. 146 da CRFB/88, marque com (V) a
assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a opção
correspondente.
( ) Somente lei complementar pode criar formas de extinção do crédito
tributário.
( ) Lei ordinária pode atribuir imunidade a determinado grupo ou conjunto
de contribuintes.
( ) Lei ordinária pode criar modalidade de lançamento do crédito tributário.
( ) Lei ordinária pode prever a extinção do crédito tributário mediante dação
em pagamento de bens móveis.
(A) V, F, F, F
(B) F, V, F, V
(C) V, F, F, V
(D) F, F, F, V
(E) V, F, V, F

14- (ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE - AFC 2002 ESAF) Sabendo


que o Código Tributário Nacional (CTN) foi editado antes da Constituição de
1988, sob a forma de lei ordinária, é possível afirmar que as normas do CTN
que regulam limitações constitucionais ao poder de tributar
(A) continuam em vigor, desde que o seu conteúdo seja concordante com as
normas da Constituição de 1988.
(B) são consideradas revogadas pela nova Constituição, uma vez que esta
exige para o tratamento da matéria o instrumento normativo da lei
complementar. Resguardam-se, porém, direitos adquiridos.
(C) podem ser declaradas, pelo STF, em ação direta de
inconstitucionalidade, supervenientemente inconstitucionais, por não se
revestirem da forma de lei complementar.
(D) são tecnicamente consideradas repristinadas pela nova ordem
constitucional, depois de assim afirmado pelo Supremo Tribunal Federal.
(E) uma vez que o poder constituinte originário dá início ao ordenamento
jurídico, as normas referidas no enunciado devem ser tidas como revogadas
desde o advento da Constituição de 1988, nada obstando, porém, que o
Congresso Nacional as revigore expressamente, por ato legislativo com
efeitos retroativos.

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15- (AUDITOR DE TRIBUTOS MUNICIPAIS FORTALEZA CE 1998


ESAF) É matéria reservada a lei complementar
(A) a determinação de medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços
(B) a fixação das alíquotas máximas do Imposto sobre Transmissão Causa
Mortis e Doação, de Quaisquer Bens ou Direitos
(C) a inclusão, na incidência do Imposto Sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISS), das exportações de serviços para o exterior
(D) a fixação das alíquotas mínimas do ISS
(E) o disciplinamento do regime de compensação do ICMS

16- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2000 ESAF) O Código


Tributário Nacional, editado como uma lei ordinária (Lei n.º 5.172, de 1966),
foi recebido pelo regime inaugurado pela Constituição de 1988 como:
(A) lei ordinária, do modo como se encontra, mas podendo ser revogado ou
alterado por lei, lei delegada ou medida provisória, pois têm a mesma
hierarquia
(B) lei complementar, porque essa Constituição exigiu tal espécie de lei para
dispor sobre as normas de que trata, inclusive normas gerais em matéria de
legislação tributária
(C) lei complementar, porque foi alterado por atos complementares, nos
anos de 1966 e 1967, como permitiam os Atos Institucionais então em vigor
(D) lei complementar, por ser um Código e, pelas normas constitucionais em
vigor à data de sua edição, os projetos de Código tinham tramitação especial
(E) lei ordinária, apesar de ter sido alterada sua ementa e denominação, que
passou a ser Código Tributário Nacional

17- (AGENTE FISCAL DE RENDAS - NÍVEL I SÃO PAULO 2006 FCC)


Segundo a Constituição Federal, os tributos que devem ser instituídos
mediante lei complementar e nos termos de lei complementar são,
respectivamente:
(A) o imposto extraordinário em caso de guerra e a contribuição de interesse
das categorias profissionais ou econômica.
(B) o empréstimo compulsório e o imposto sobre grandes fortunas.
(C) as contribuições sociais e as contribuições de melhoria.
(D) a contribuição de intervenção no domínio econômico e as contribuições
sociais.
(E) a contribuição de melhoria e o empréstimo compulsório.

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18- (DEFENSOR PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO 2007 FCC) NÃO


é matéria reservada à lei complementar:
(A) instituição de empréstimos compulsórios.
(B) definição de fato gerador e base de cálculo de impostos discriminados na
Constituição.
(C) criação de impostos não previstos na Constituição.
(D) instituição de contribuição de melhoria.
(E) disposição sobre lançamento e prescrição tributários.

19- (AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS RONDÔNIA 2010


FCC) A Constituição Federal dispõe sobre lei complementar em matéria
tributária dentro do Sistema Tributário Nacional. Mediante lei complementar,
(A) devem ser instituídos os impostos discriminados na Constituição.
(B) devem ser fixadas as alíquotas dos impostos discriminados na
Constituição.
(C) devem ser fixados a base de cálculo, o fato gerador e os contribuintes
dos impostos discriminados na Constituição.
(D) podem ser concedidas isenções federais sobre tributos estaduais e
municipais.
(E) serão criadas as limitações ao poder de tributar.

20- (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO MPE-AC 2005 FMP-RS) Em


matéria tributária, cabe à lei complementar
(A) instituir impostos extraordinários, na iminência ou no caso de guerra
externa.
(B) instituir as contribuições sociais para a seguridade social de que trata o
art.195 da Constituição Federal.
(C) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária,
especialmente sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em
relação aos impostos discriminados na Constituição Federal, a dos
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes.
(D) alterar as alíquotas do imposto sobre a renda e proventos de qualquer
natureza e sobre produtos industrializados.

21- (AGENTE-AUXILIAR-ARRECADADOR TRIBUTÁRIO SEFAZ PI 2001


ESAF) No Brasil, é juridicamente possível a instituição de determinados
tributos por meio:
(A) de decretos
(B) da Constituição
(C) de resoluções do Senado Federal

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(D) de leis complementares


(E) de portarias

22- (ANALISTA DE COMÉRCIO EXTERIOR MICT 1998 ESAF) Não é


matéria de lei complementar
(A) o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas
sociedades cooperativas
(B) a definição de tributos e de suas espécies
(C) a instituição de empréstimo compulsório
(D) a disciplina do regime de compensação do ICMS
(E) a determinação de medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços

23- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 1998 ESAF) A União


prescinde de lei complementar para:
(A) dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
(B) regular as limitações constitucionais ao poder de tributar
(C) estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária
(D) em relação aos impostos discriminados na Constituição Federal, definir
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes
(E) estabelecer quando ocorrerá o vencimento dos impostos e taxas de sua
competência

24- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002 ESAF) Segundo


decorre da Constituição, especialmente depois da redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001, pode(m) ser objeto de medida provisória
(A) normas sobre limitações constitucionais ao poder de tributar.
(B) matéria tributária disciplinada em projeto de lei aprovado pelo
Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da
República.
(C) majoração de imposto de renda, quando, embora convertida em lei no
mês de janeiro seguinte, tenha sido aprovada antes do início do exercício em
que será cobrada.
(D) aquela que constitua reedição, na mesma sessão legislativa, de outra
que não tenha sido rejeitada, mas apenas perdido sua eficácia por decurso
de prazo.
(E) matéria tributária não sujeita a restrição em razão do processo
legislativo.

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25- (ANALISTA JURÍDICO SEFAZ-CE 2006 ESAF) Segundo definição


contida no art. 3o do Código Tributário Nacional, tributo é uma prestação
pecuniária que, entre outras características, é instituída em lei. A partir daí,
e considerando os dispositivos constitucionais sobre as espécies normativas,
podemos concluir que
(A) as medidas provisórias, por veicularem necessariamente matéria
relevante e urgente, são incompatíveis com o princípio constitucional da
anterioridade, razão pela qual não podem cuidar de matéria tributária.
(B) as medidas provisórias podem, em determinadas situações, versar sobre
matéria tributária.
(C) medidas provisórias são aptas a instituir, mas não a aumentar tributos.
(D) a fim de que se compatibilizem com as limitações constitucionais ao
poder de tributar, as medidas provisórias somente poderão cuidar de
normas gerais
em matéria tributária, mas não da instituição de tributos.
(E) as medidas provisórias, assim como as leis delegadas, não podem cuidar
de matéria provisória, em nenhuma situação.

26- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL – TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO 2006 ESAF) Com relação às medidas provisórias em
matéria tributária é errôneo afirmar-se que
(A) caso instituam ou majorem tributo, só produzirão efeitos no exercício
financeiro seguinte se forem convertidas em lei até o último dia daquele em
que houver sido editada.
(B) na hipótese de veto do projeto de lei de conversão por parte do
Presidente da República, a medida provisória deverá ser tida por rejeitada,
cabendo ao Congresso Nacional, em sessenta dias, disciplinar, por Decreto
Legislativo, as relações jurídicas decorrentes.
(C) a medida provisória paralisa temporariamente a eficácia da lei que
versava sobre a matéria, eis que, caso venha a ser rejeitada, restaura-se a
eficácia da norma anterior.
(D) somente poderão ser instituídos ou majorados por medida provisória
aqueles que não dependam de lei complementar.
(E) o Supremo Tribunal Federal tem entendido que cabe ao chefe do Poder
Executivo e ao Poder Legislativo a avaliação subjetiva das hipóteses de
urgência que possam ensejar a edição de medida provisória.

27- (AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS DO PR 2003 ESAF) Avalie os


itens a seguir, relativos à viabilidade, ou não, de utilização de medida

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provisória para regular matéria tributária e marque a opção que apresenta


resposta correta.
I. É permitida a edição de medida provisória para aumentar a contribuição
social incidente sobre a folha de salários de empregados, devida por
empregadores à seguridade social.
II. É vedada a edição de medida provisória para majorar o imposto sobre a
renda e proventos de qualquer natureza.
III. Medida provisória que implique majoração do imposto sobre propriedade
territorial rural só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se
houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
IV. É permitida a edição de medida provisória para instituir empréstimo
compulsório, no caso de comprovada necessidade de atendimento a
despesas extraordinárias que decorram de calamidade pública ou de guerra
externa.
(A) Apenas I e III estão corretos.
(B) Apenas I e II estão corretos.
(C) Apenas II e III estão corretos.
(D) Apenas II e IV estão corretos.
(E) Apenas III e IV estão corretos.

28- (PROCURADOR DE CONTAS TCE CEARÁ 2006 FCC) Diante de


situação de excepcional calamidade pública de âmbito nacional, reconhecida
mediante decreto presidencial, o Presidente da República, para fazer frente à
despesa extraordinária, editou Medida Provisória instituindo Empréstimo
Compulsório sobre o consumo de combustíveis. É correto afirmar que o
empréstimo compulsório instituído é
(A) inconstitucional porque não tem a finalidade de gerar receita para fazer
frente a despesa extraordinária decorrente de calamidade pública.
(B) ilegal, porque a hipótese de incidência tem que ser a calamidade pública
e não o consumo de combustíveis.
(C) inconstitucional, porque só pode ser instituído por lei complementar e
jamais, portanto, por medida provisória.
(D) legal, porque não se admite vinculação de receita do empréstimo
compulsório a qualquer órgão fundo ou despesa, salvo para despesa
extraordinária.
(E) constitucional, porque um dos motivos justificadores para a instituição
deste tributo é despesa extraordinária decorrente de calamidade pública.

29- (PROCURADOR DE CONTAS TCE RORAIMA 2008 FCC) O princípio


da estrita legalidade que rege o Direito Tributário pátrio dispõe que a

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instituição ou majoração de tributos depende de lei. Neste sentido, é correto


afirmar que
(A) a única fonte do direito tributário é a lei.
(B) somente a lei ordinária é fonte instituidora de tributos.
(C) os empréstimos compulsórios não se submetem ao princípio da
legalidade.
(D) a majoração dos tributos federais, dentro dos limites legais, pode ser
feita por decreto do Poder Executivo.
(E) medida provisória é fonte instituidora de impostos.

30- (FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFA PA 2002 ESAF) No Brasil,


persiste controvérsia doutrinária sobre se, por meio de leis delegadas,
podem ser instituídos tributos. A Constituição Federal, todavia, veda
expressamente a utilização de tais normas jurídicas para a criação de:
(A) taxas
(B) contribuições de melhoria
(C) empréstimos compulsórios
(D) contribuições sociais
(E) pedágios

31- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002 ESAF) O Acordo


para Isenção de Impostos Relativos à Implementação do Projeto do
Gasoduto Brasil-Bolívia, celebrado entre o Governo da República Federativa
do Brasil e o Governo da República da Bolívia, em Brasília, em 5 de agosto
de 1996, se obedeceu aos comandos constitucionais, foi aprovado por
(A) lei ordinária.
(B) lei complementar.
(C) lei delegada.
(D) decreto legislativo.
(E) resolução do Senado Federal.

32- (AGENTE FISCAL DE RENDAS - NÍVEL I SÃO PAULO 2006 FCC) Os


tratados e convenções internacionais, relacionados com tributo, são fontes
formais primárias do Direito Tributário e ingressam em nosso ordenamento
jurídico através de
(A) decreto-lei.
(B) lei delegada.
(C) decreto legislativo.
(D) resolução do Senado.
(E) lei complementar.

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33- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 1996 ESAF) Quando uma


lei ou alguns dos seus artigos são declarados definitivamente
inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal são retirados do
ordenamento jurídico.
(A) pela publicação do acórdão do Supremo Tribunal Federal no Diário Oficial
da União;
(B) Por lei complementar;
(C) Por resolução do Senado;
(D) Por decreto legislativo;
(E) Por medida provisória.

34- (AGENTE FISCAL DE RENDAS - NÍVEL I SÃO PAULO 2006 FCC) Em


relação à lei complementar e às resoluções do Senado, é correto afirmar:
(A) A delegação ao Presidente da República para elaborar lei delegada terá a
forma de resolução do Senado, que especificará seu conteúdo e os termos
do exercício.
(B) Os impostos sobre transmissão de bens imóveis inter vivos e o imposto
sobre a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens e direitos,
terão suas alíquotas máximas fixadas por lei complementar.
(C) Cabe à lei complementar prever, quanto ao ICMS, casos de manutenção
de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e exportação para o
exterior de serviços e de mercadorias.
(D) Resolução do Senado fixará a base de cálculo do ICMS, de modo que o
montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem,
mercadoria e serviço.
(E) A lei complementar fixará as alíquotas mínimas do ICMS nas operações
internas.

35- (ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO SEFAZ-CE 2006 ESAF) A


Constituição Federal de 1988 incumbiu determinada espécie normativa de
dispor especificamente sobre matérias de interesse dos Estados-Membros e
do Distrito Federal, tais como a fixação de alíquotas mínimas e máximas do
ICMS nas operações internas, e também de fixar alíquotas máximas do
ITCMD. A espécie normativa que cuida dessas matérias é:
(A) decreto presidencial.
(B) decreto legislativo.
(C) medida provisória.
(D) lei complementar.
(E) resolução do Senado Federal.

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36- (AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL MS 2001 ESAF) Compete ao


Senado Federal, mediante Resolução, aprovada pela maioria absoluta de
seus membros:
(A) Fixar as alíquotas máxima e mínima dos impostos sobre a importação e
a exportação.
(B) Estabelecer as alíquotas do imposto sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e prestações de serviços - ICMS, aplicáveis às
operações e prestações interestaduais e de exportação.
(C) Autorizar os Estados a darem caráter de nãocumulatividade ao imposto
sobre transmissão causa mortis e doação de bens e direitos.
(D) Autorizar a União a estabelecer impostos extraordinários, por motivo de
guerra.
(E) Fixar as alíquotas e a base de cálculo do imposto territorial rural.

37- (PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL 1998 ESAF)


� Alíquotas mínimas do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS), nas operações internas, podem ser estabelecidas por
___________.
� O Código Tributário Nacional (CTN) foi votado como ___________.
� As normas gerais de direito tributário contidas no CTN podem ser
alteradas ou revogadas mediante ___________.
� As alíquotas do Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de
exportação, são estabelecidas por ___________.
Veja, entre as cinco alíneas abaixo, com qual de suas expressões se
preenche corretamente cada uma das lacunas acima.
v) resolução do Senado Federal de iniciativa de um terço e aprovada pela
maioria absoluta de seus membros
w) lei ordinária
x) lei complementar
y) resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou
de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus
membros
A resposta certa corresponde à seguinte seqüência:
(A) y, x, x, v
(B) v, w, x, y
(C) y, w, x, v
(D) v, w, w, y
(E) v, x, w, y

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38- (FISCAL DE RENDAS DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO 2010


ESAF) No tocante aos tratados internacionais em matéria tributária, pode-se
afirmar que:
(A) uma vez internalizados, se sobrepõem às normas internas, inclusive da
Constituição Federal.
(B) para terem aplicabilidade no âmbito federativo federal, estadual e
municipal, necessitam de ratificação pelas respectivas Casas Legislativas.
(C) podem operar modificações na legislação tributária interna, desde que
ratificados por meio de decreto legislativo.
(D) não podem dispor sobre isenções internas.
(E) somente podem alterar a legislação interna federal.

39- (FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS SEFA PA 2002 ESAF) Os


acordos sobre dupla tributação internacional, como todos os tratados que
requerem aprovação congressional, começam a vigorar no ordenamento
jurídico interno brasileiro
(A) com a aprovação do projeto de acordo internacional pelo Congresso
Nacional, que o faz por meio de decreto legislativo.
(B) com o início da vigência dos decretos que os promulgaram.
(C) com a troca dos instrumentos de ratificação.
(D) com a assinatura do projeto de acordo internacional.
(E) com a rubrica do texto convencional, feita pelos chefes das delegações
nacionais.

40- (AGENTE TRIBUTÁRIO ESTADUAL MS 2001 ESAF) Os tratados e as


convenções internacionais que disponham sobre matéria tributária
(A) submetem-se à legislação tributária interna
(B) revogam ou modificam a legislação tributária interna, mas não serão
observados pela que lhes sobrevenha
(C) não têm eficácia se contrários à legislação tributária interna
(D) terão suas cláusulas modificadas para serem aplicadas no Brasil,
adaptando-se à legislação interna
(E) modificam ou revogam a legislação tributária interna, e serão
observados pela que lhes sobrevenha

41- (PROCURADOR TCE ALAGOAS 2008 FCC) O Chefe do Poder


Executivo poderá, através de
(A) decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota da CIDE
combustível.

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(B) medida provisória, instituir empréstimo compulsório das despesas


extraordinárias decorrentes de calamidade pública.
(C) medida provisória, instituir imposto residual, com fato gerador e base de
cálculo distintos dos impostos já discriminados na Magna Carta.
(D) decreto, dentro dos limites legais, majorar a alíquota do imposto sobre
operações de crédito, câmbio, seguro e valores mobiliários.
(E) decreto, instituir contribuição social para seguridade social, dentro da
competência constitucional residual.

42- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 1996 ESAF) Sobre os


decretos executivos federais, podemos afirmar que são:
(A) Veículos normativos privativos do legislativo para aprovação, entre
outras coisas, dos tratados e convenções internacionais celebrados pelo
Presidente da República;
(B) Atos normativos de competência privativa do Presidente da República
com força de lei próprios para o aumento das alíquotas do IPI, IE, IR e IOF;
(C) Veículos normativos do Presidente da República para aprovação, entre
outras coisas, dos tratados e convenções celebrados pelos Ministros de
Estado;
(D) Veículos normativos com força de lei idôneos para instituírem impostos
extraordinários na iminência ou no caso de guerra externa;
(E) Veículos normativos que se prestam à aprovação dos regulamentos dos
impostos federais.

43- (TÉCNICO DA RECEITA FEDERAL 2002.1 ESAF) São normas


complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e
dos decretos:
(A) os atos normativos expedidos pelo Congresso Nacional e pelo Supremo
Tribunal Federal.
(B) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, sempre que despidos de eficácia normativa.
(C) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas.
(D) os Acordos Internacionais.
(E) os Convênios que entre si celebrem as Partes Contratantes no âmbito da
Aladi e do Mercosul.

44- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2009 ESAF) Sobre a


Legislação Tributária, assinale a opção correta.

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(A) Pode-se afirmar que ordem de serviço, expedida por Delegado da


Receita Federal do Brasil, contendo normas relativas ao atendimento do
contribuinte, integra a “legislação tributária”.
(B) O prazo de recolhimento de determinado tributo não pode ser minorado
por regulamento específico, haja vista a exigência constitucional de lei em
sentido estrito.
(C) Segundo a Constituição Federal, há exigência de lei complementar para
a instituição de contribuição de intervenção no domínio econômico.
(D) Com o advento da Emenda Constitucional n. 45/2004, os tratados e
convenções internacionais, que visam ao estabelecimento de regras para
coibir a evasão fiscal, ao serem aprovados pelo Congresso Nacional, serão
equivalentes às emendas constitucionais.
(E) As decisões proferidas pelas Delegacias da Receita Federal de
Julgamento, em regra, integram a legislação tributária.

45- (AUDITOR-FISCAL DA RECEITA FEDERAL 2002 ESAF)


• Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), os tratados internacionais
precisam ser observados pelo legislador, que, assim, não poderá alterá-los
por normas com eles incompatíveis?
• À luz do CTN, os atos normativos expedidos pelas autoridades
administrativas podem ser considerados como “legislação tributária”?
• Decretos podem instituir impostos autorizados pela Constituição?
(A) Sim, Sim, Sim
(B) Sim, Sim, Não
(C) Sim, Não, Sim
(D) Não, Não, Não
(E) Não, Sim, Não

46- (AGENTE FISCAL DE RENDAS ESTADO SÃO PAULO - DIREITO


TRIBUTÁRIO II - FCC 2009) O CONFAZ − Conselho Nacional de Política
Fazendária
I. promove ações em defesa do contribuinte, regulando o exercício da
competência tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
II. promove a celebração de convênios que concedem e revogam incentivos
e benefícios fiscais no âmbito do ICMS.
III. é constituído por representantes de Municípios, Estados e Distrito
Federal.
IV. é constituído por representantes de cada Estado e Distrito Federal e um
representante do Governo Federal.
Está correto o que se afirma APENAS em

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(A) II e IV.
(B) II e III.
(C) I e IV.
(D) I e III.
(E) I.

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Gabarito das Questões

01-A 02-A 03-C 04-B 05-E 06-A 07-B 08-D 09-A 10-B
11-B 12-D 13-A 14-A 15-E 16-B 17-B 18-D 19-C 20-C
21-D 22-E 23-E 24-E 25-B 26-A 27-A 28-C 29-E 30-C
31-D 32-C 33-C 34-C 35-E 36-B 37-B 38-C 39-B 40-E
41-D 42-E 43-C 44-A 45-B 46-A

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