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DIREITO DE FAMÍLIA
xxxxx
2019
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
3. CURATELA .................................................................................................................. 10
5. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 15
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1. INTRODUÇÃO
A tutela, curatela e a tomada de decisão apoiada, são institutos autônomos, mas que
possuem um objetivo comum, que é propiciar a representação legal e a administração de
sujeitos incapazes de praticar atos jurídicos. O princípio da solidariedade familiar, tão
importante no Direito de Família que constituiu princípio próprio, tem foco no dever de
solidariedade atribuído ao Estado, à sociedade e aos parentes. No Código Civil, o Título
IV do Livro IV, que é reservado ao Direito de Família, é destinado ao estudo da tutela e da
curatela, que se assemelham por seu caráter assistencial, destinando-se à proteção de
incapazes.
2. TUTELA
Tem previsão no art. 1.728 no Código civil de 2002, com o seguinte texto:
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Complementado pelo art. 36 do Estatuto da Criança e do Adolescente, com redação
dada pela Lei número 12.010 de 2009:
A tutela será testamentária quando for feita no testamento, que poderá ser tanto
público quanto privado. É importante ressaltar que é nula a tutela documental ou
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testamentária quando pai ou a mãe que a instituírem não estiverem na titularidade do Poder
familiar.
A tutela será dativa quando o juiz nomear um terceiro de sua confiança no caso de
não existir um parente consanguíneo ou de, em existindo, nenhum deles for idôneo para o
encargo.
Art. 1.732. O juiz nomeará tutor idôneo e
residente no domicílio do menor:
I - na falta de tutor testamentário ou legítimo;
II - quando estes forem excluídos ou escusados
da tutela; III - quando removidos por não
idôneos o tutor legítimo e o testamentário.
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2.2. Tutela compartilhada
2.3. Tutor
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proporcional à importância dos bens
administrados”.
2.4. Pró-tutor
O Código Civil prevê remuneração ao pró-tutor, que, todavia, deverá ser módica.
Serão incapazes para o exercício da tutela os que não tiverem a livre administração
de seus próprios bens, forem inimigos do menor, os condenados por crimes, as pessoas de
mau procedimento, e os que exercerem função pública incompatível com a boa
administração da tutela. Enfim, serão não poderão exercer a tutela os que não puderem
exercer adequadamente este papel.
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de aceita a tutela, os dez dias contar-se-ão do em
que ele sobrevier. Art. 1.739. Se o juiz não
admitir a escusa, exercerá o nomeado a tutela,
enquanto o recurso interposto não tiver
provimento, e responderá desde logo pelas
perdas e danos que o menor venha a sofrer”.
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“CC Art. 1.763. Cessa a condição de tutelado: I
- com a maioridade ou a emancipação do menor;
II - ao cair o menor sob o poder familiar, no caso
de reconhecimento ou adoção. Art. 1.764.
Cessam as funções do tutor: I - ao expirar o
termo, em que era obrigado a servir; II - ao
sobrevir escusa legítima; III - ao ser removido.
Art. 1.765. O tutor é obrigado a servir por
espaço de dois anos. Parágrafo único. Pode o
tutor continuar no exercício da tutela, além do
prazo previsto neste artigo, se o quiser e o juiz
julgar conveniente ao menor. Art. 1.766. Será
destituído o tutor, quando negligente,
prevaricador ou incurso em incapacidade”.
3. CURATELA
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pois a última visa à proteção de interesses de menores, enquanto a primeira, à proteção dos
maiores.
O art. 1.767 do CC/2002 traz o rol taxativo dos interditos, ou seja, daqueles que
estão sujeitos à curatela. A norma foi modificada pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência,
diante das diversas mudanças que atingiram a teoria das incapacidades. Curioso perceber
que a Lei 13.146/2015 traz a ideia não de interdição, mas de uma ação judicial em que
haverá a nomeação de um curador. Por outra via, o Novo CPC está todo baseado no
processo de interdição.
Constata-se que o citado Estatuto altera o art. 1.768 do Código Civil, deixando de
mencionar que “a interdição será promovida”, e passando a enunciar que “o processo que
define os termos da curatela deve ser promovido”. O grande problema é que esse
dispositivo material é revogado expressamente pelo art. 1.072, inciso II, do CPC/2015.
Sendo assim, pelo menos aparentemente, ficará em vigor por pouco tempo, entre janeiro e
março de 2016, quando o Estatuto Processual passar a ter vigência. Pensamos que será
necessária uma nova norma, que faça com que o novo dispositivo volte a vigorar,
afastando-se esse primeiro atropelamento legislativo. Até que isso ocorra, uma alternativa
viável para fazer prevalecer o espírito do Estatuto é a utilização das suas regras com alento
doutrinário na Convenção de Nova York, tratado internacional de direitos humanos que
tem força de Emenda à Constituição. De qualquer modo, reafirme-se que só a edição de
uma terceira norma apontando qual das duas deve prevalecer não basta, pois, o Novo CPC
é inteiramente estruturado no processo de interdição.
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3.2. Da curatela do idoso
Conforme o § 1.º do novo art. 1.783-A, para formular pedido de tomada de decisão
apoiada, a pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo onde constem
os limites do apoio a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores. Devem constar ainda
o prazo de vigência do acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa
que devem apoiar.
O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada,
com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem (art. 1.783-A, § 2.º, do CC/2002).
Há um procedimento judicial para tanto, pois o preceito seguinte determina que, antes de
se pronunciar sobre o pedido de tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por equipe
multidisciplinar e após oitiva do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as
pessoas que lhe prestarão apoio (art. 1.783-A, § 3.º, do CC/2002).
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A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efeitos sobre terceiros, sem
restrições, desde que esteja inserida nos limites do apoio acordado (art. 1.783-A, § 4.º, do
CC/2002).
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interesses da pessoa que devem apoiar. § 2o O
pedido de tomada de decisão apoiada será
requerido pela pessoa a ser apoiada, com
indicação expressa das pessoas aptas a
prestarem o apoio previsto no caput deste artigo.
§ 3o Antes de se pronunciar sobre o pedido de
tomada de decisão apoiada, o juiz, assistido por
equipe multidisciplinar, após oitiva do
Ministério Público, ouvirá pessoalmente o
requerente e as pessoas que lhe prestarão apoio.
§ 4o A decisão tomada por pessoa apoiada terá
validade e efeitos sobre terceiros, sem
restrições, desde que esteja inserida nos limites
do apoio acordado. § 5o Terceiro com quem a
pessoa apoiada mantenha relação negocial pode
solicitar que os apoiadores contra-assinem o
contrato ou acordo, especificando, por escrito,
sua função em relação ao apoiado. § 6o Em caso
de negócio jurídico que possa trazer risco ou
prejuízo relevante, havendo divergência de
opiniões entre a pessoa apoiada e um dos
apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério
Público, decidir sobre a questão. § 7o Se o
apoiador agir com negligência, exercer pressão
indevida ou não adimplir as obrigações
assumidas, poderá a pessoa apoiada ou qualquer
pessoa apresentar denúncia ao Ministério
Público ou ao juiz. § 8o Se procedente a
denúncia, o juiz destituirá o apoiador e nomeará,
ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse,
outra pessoa para prestação de apoio. § 9o A
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pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar
o término de acordo firmado em processo de
tomada de decisão apoiada.§ 10. O apoiador
pode solicitar ao juiz a exclusão de sua
participação do processo de tomada de decisão
apoiada, sendo seu desligamento condicionado
à manifestação do juiz sobre a matéria. § 11.
Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que
couber, as disposições referentes à prestação de
contas na curatela”.
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil,
volume 6 : direito de família. 9. ed. São Paulo : Saraiva Educação, 2019.
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GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6 : direito de família.
14. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil - Vol. V. 25. ed., atual. e
ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017.
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