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DIREITO DE FAMÍLIA
RESUMO
O objetivo deste paper é apresentar a responsabilidade civil do abandono afetivo e suas
consequências perante a família pós-moderna, no Brasil, no período de 2015 a 2018. Insta salientar que, a
Constituição Federal assegura a criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los à salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. O grande desafio será analisar as causas do
abandono afetivo nos casos de separação judicial; mensurar quais os danos causados pelo abandono afetivo
e suas consequências; e identificar a responsabilidade civil do agente que causou o abandono afetivo, após
separação judicial. Pretende-se, com este tema, contribuir para a discussão sobre quais são efetivamente os
deveres dos pais perante a prole e mostrar que estas obrigações não se esgotam no dever de sustento, de
prestar alimentos. Isto porque se percebe que filhos abandonados afetivamente podem vir a desenvolver
traumas na idade adulta. Além disso, deseja-se discutir criticamente como a doutrina e jurisprudência
brasileira tratam do referido tema.
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
É evidente que com o passar dos anos, a visão jurídica naturalmente tende a
evoluir. Assim, observa-se no âmbito do Direito de Família, filhos que são abandonados
pelos pais, buscarem seus direitos na Justiça, haja vista, essa falta lhes proporcionarem
danos psicológicos.
Sobre o afastamento existente entre os pais e filhos, observa-se que na maioria
dos casos, ocorre pela separação dos casais, porém isso não deve ser usado como
justificativa (CANEZIN, 2006). É importante frisar, que a pensão de alimentos caminha
conjuntamente com o divórcio, mas o seu pagamento não substitui a presença, ou seja,
apesar de se ter ajuda mensalmente, é necessário que haja a presença do pai ou mãe.
Lira (2010) nos informa que, os filhos, quando abandonados por seus próprios
pais, lutam na justiça o ressarcimento em decorrência do esquecimento e da privação
que convivência.
Sabe-se que muitas pessoas vivem e sobrevivem sem a presença dos pais, o
que faz com que o responsável pelo menor, tenha o papel de pai e mão, porém é
fundamental que essa criança entenda o porquê da ausência, não exonerando os seus
deveres com a prole.
Assim, Nunes (2005) ao discutir especificamente sobre o pai, alude que ser
criado sem este, não significa exatamente que existirá um trauma, pois a pessoa que tem
a guarda, pode, muito bem, suprir toda essa ausência, a questão é o filho ter consciência
que o pai existe, e que na verdade, exerce essa rejeição por escolha própria. É importante
frisar que, a autora acima destacou o pai, justamente porque, as estatísticas como o da
CNJ (2013), demonstram claramente que a figura paternal, geralmente é quem mais
abandona afetivamente o filho.
É sabido que em relação ao abandono afetivo, geralmente se dá por conta da
separação dos pais, porém é importante mencionar, que isso não serve como
justificativa para o filho. Desse modo, as crianças têm direitos, e estes devem ser
cumpridos como bem menciona a Lei 10.406/2002:
Art. 1.634. Compete aos pais, quanto á pessoa dos filhos menores:
I – dirigir-lhes a criação e educação;
II – tê-los em sua companhia e guarda;
III – conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
IV – nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro
dos pais não lhe sobrevier, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
V – representá-los, ate os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e assisti-
los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o
consentimento,
VI – reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
VII – exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de
sua idade e condição.
Além disso, como a figura paterna está muito relacionada ao abandono afetivo,
a Psicologia comprovadamente apresenta que este afastamento pode resultar em
traumas psicológicas a criança como por exemplo, o rendimento escolar abaixo do que
se espera, acarretando, desse modo, a autoestima do filho, tendo por consequência o
desenvolvimento da rejeição, como bem constatado por Paula Inez Gomide (2004),
a negligência é considerada um dos principais fatores, senão o principal, a
desencadear comportamentos antissociais nas crianças. E está muito
associada á história de vida de usuários de álcool e outras drogas, e de
adolescentes com o comportamento infrator. (apud Kimura, 2014)
De outro modo, percebe-se que por vezes, a própria mãe, tendo evidentemente
a guarda do filho, passa a ser a principal culpada pelo abandono afetivo entre o pai e
filho. Isso ocorre porque, motivadamente a desejar vingança contra o ex-marido, a mãe
com sentimento de raiva, impede a proximidade entre ambos, resultando-se, portanto,
danos ao filho. Nesse caso, notoriamente, observa-se que o pai, nada tem a ver com o
egoísmo da ex-mulher.
RESULTADOS DE PESQUISA
E perceptível, que o abandono dos pais, quanto aos filhos, pode sim trazer
consequências negativas na vida desta criança. Nesse sentido Costa (2013) ressalta que a
ausência do pai ou da mãe na vida de uma criança, trará consequências negativas diversas
como baixo rendimento escolar, irritação, obesidade, isolamento e muitas outras coisas.
Conforme visto no código civil, como também e lei especial como o ECA, há
responsabilidade sim do cônjuge que abandonou o filho e causou o dano e merece sim ser
indenizado, como se ver na jurisprudência a respeito do tema citado. Dias (2015) afirma
embora a criança até seja indenizada pelos transtornos que sofreu, não será a indenização
que deixara sua vida normal como era antes deste problema e que o dever de indenizar e
o mínimo que se pode fazer. Como muitos tribunais tem adotado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como tema proposto, fora escolhido ‘’ o abandono afetivo pelos pais e dever de
indenizar’’, nesses termos ao longo do texto verificou-se que os pais são fundamentais na
criação de seus filhos, tendo a incumbência de dar carinhos, amor e uma boa convivência
familiar, pois daí a criança irá criar sua personalidade e caráter no qual dirá muito de que
poderá a vir ser no futuro. Pois o que se espera e sempre o melhor para o mesmo.
Por conseguinte, foi verificado, sobre os pais e suas responsabilidades diante do
filho, previsto na lei. Pois a lei civil, direito de família da total respaldo e proteção a
constituição de uma família e no que tange ao tratamento dos filhos dispõe que os pais
têm totais responsabilidade e deveres, respondendo por este, devendo: cuidar, respeitar e
zelar pelo bem deles.
O que se entende por abandono afetivo, como o próprio nome já diz trata-se da
ausência de um dos cônjuges na vida do filho no sentido de não lhe dar amor, carinho,
atenção, cuidar, estar juntos se importar com esse ser que é tão importante, mais para esse
pai ou mãe, que a desprezou não. Pois dão valor maior para as demais coisas da vida. Para
tanto a indenização e algo ínfimo na frente de algo tão importante que é o afeto. Todavia
vale observa que essa questão tem sido algo presente na vida de muitos filhos aqui em
nosso país, visto que embora os pais estejam muito ocupados quase o dia todo,
principalmente com relação a trabalho o tempo e escasso para a criança, assim se percebe-
se que esse fenômeno chamado abandono afetivo ocorre muito também dentro dos lares
sem sequer os pais estarem muito distante como ter ido embora para outra casa ou viajado,
assim a criança fica sem espaço e sem vez e voz, do que esteja sentido ou querendo. Para
tanto é importante não se afastar e não abandonar uma vez que isso pode trazer
consequências negativas e transtorno a esse filho. Além do mais vale ressaltar que o que
você desprezou hoje, pode ser o mesmo que pode dar a mão e oferecer ajudar quando
mais precisar que o amanhã não sabemos como será.
Diante do exposto acima, ressalto que embora a indenização por esse tipo de
fenômeno já seja possível, se faz necessário mais atenção de todos para que isso se evite.
REFERÊNCIAS
ANGELO, Eduardo Murilo Amaro. A responsabilidade Civil dos pais por abandono
afetivo dos filhos e o princípio da dignidade da pessoa humana. IN: HIRONAKA,
Giselda Maria Fernandes Novaes. Responsabilidade Pressuposta. São Paulo: Faculdades
Integradas Antônio Eufrásio de Toledo. 2012.
GIL, Antônio Carlos, Como elaborar projetos de pesquisa/Antônio Carlos Gil. - 4. ed. -
São Paulo : Atlas, 2002.
SARAIVA. Vade Mecum Saraiva. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.