Você está na página 1de 2

AÇÕES, INTENÇÕES, NECESSIDADES E DESEJOS.

Por Wagner Herrera


05/05/2009

“Intenção sem ação é ilusão. Ouse fazer e o poder lhe será dado”. (Lair Ribeiro)

As ações são manifestações de atitudes, sendo através destas que o ser humano interage e
constrói o mundo a sua volta alterando a realidade. A intenção precede a ação, pois nada se
realiza se não houver uma motivação – uma predisposição...

As necessidades e desejos sempre foram os guias subjacentes das atitudes humanas. São eles
que determinam as variadas formas e intensidade da motivação, está neles toda a origem das
intenções.
Assim se forma a cadeia que determina as atitudes e consequentemente as ações, o que justifica
ser a motivação um elemento intrínseco do ser humano.

Dentre as formas de poder está o poder de fazer, sendo que a força motriz deste poder é a
vontade. Segundo Albert Einstein: “Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita
os escolhidos. Fazer ou não fazer algo, só depende de nossa vontade e perseverança”.

Dos três vetores componentes da competência humana, o vetor central é o da atitude, sendo
os dois outros – o conhecimento e a habilidade - secundários, posto que buscá-los e desenvolvê-
los depende de nossa vontade. sendo a atitude a condição seminal. Para se ter o conhecimento
e técnica há que se ter a vontade e determinação.

A pirâmide motivacional de A. Maslow com a escala de necessidade humanas ajuda a entender


o porquê das atitudes diferenciadas, pois não existe dois seres humanos com a mesma
quantidade ou intensidade de necessidades.

Ele classificou as necessidades em cinco níveis, a saber:


- Necessidades fisiológicas - sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie (abrigo,
alimentação, repouso, etc.)
- Necessidades de segurança -: busca de proteção contra a ameaça ou privação, ao perigo e à
preservação da vida.
- Necessidades sociais - associação, participação, aceitação por parte dos companheiros, troca
de amizade, afeto, amor...
- Necessidade de estima - auto-apreciação, autoconfiança, aprovação social, respeito, status,
prestígio, consideração e reconhecimento, além de desejo de força e de adequação, de
confiança perante o mundo, independência e autonomia.
- Necessidade de auto-realização - realização do próprio potencial e de auto desenvolver-se
continuamente.

Quando satisfeitas as necessidades de um patamar apresentam-se as do nível imediatamente


superior, dai passamos espontaneamente a ter novas pretensões e assim sucessivamente até o
topo da pirâmide. Porém isto não ocorre para todos os indivíduos e sim para aqueles dispostos
a crescer nas mais diversas dimensões (cultural, social, financeira, intelectual, etc.)..
Desconsiderando certas patologias, psíquicas (por ex. as compulsões) e doutrinamentos
extremados (religiosos, militares, ideológicos, etc) somos instados por razões diversas, sendo a
raiz destes motivos a necessidade ou desejo pessoal que cada um precisa atender ou satisfazer.
Assim, se estamos saciados paramos de comer, se somos abastados não buscamos
freneticamente os ganhos, lucros, etc.

Disto resulta que certas equipes profissionais que não atingem as expectativas ou metas
estipuladas necessitem ser estimuladas com prêmios ou gratificações para aumentar seu
empenho na busca dos objetivos, mas isto não é motivar e sim incentivar, posto que não existe
motivação exógena, quero dizer de fora para dentro. Isto ocorre porque seus participantes estão
satisfeitos com suas remunerações, benefícios, condição profissional, etc. e naturalmente
desmotivadas para uma carga adicional.

Difícil configurar todas as modalidades de ações, posto que tem-se grupos diferentes delas para
cada intenção. Por exemplo, se a intenção é ajudar o próximo, pode-se dar uma esmola, prestar
um favor ou realizar um trabalho comunitário, desta forma para a motivação - “ajudar o
próximo” - tem-se três tipos de ações diferentes.

Portanto, se pretender motivar alguém crie uma necessidade ou desperte um desejo e a


motivação virá naturalmente, isto seria verdadeiramente a base de um programa motivacional,
se não fosse anti-ético e uma crueldade desmedida para com o indivíduo.

Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e Engenharia de Produção na


Universidade Mackenzie (SP) e pós-graduação em Administração Estratégica no IESC- Instituto
de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)

Você também pode gostar