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ANESTESIA DA MENTIRA
INTRODUÇÃO
DA IMPLICABILIDADE
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Posteriormente, em 1844, Karl Marx, na sua Crítica da filosofia do direito
de Hegel, debruça-se diretamente sobre o problema da Democracia, quando
confronta a dialética idealista, na qual o seu mestre teria que: a solução da
dicotomia entre sociedade civil e Estado é a mediação (POGREBINSCHI,
2006).
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Ora, se a utilização da democracia como o sistema de mediação que
solucionaria um problema o qual ele mesmo não pode solucionar é o que se
tem como convenção inquestionável, então temos uma solução paradoxal.
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Seria essa “confusão” a qual Dahl se refere a mesma sentida por
Benjamin Constant, um século e meio antes?
O que aconteceu, porém, dessa vez, foi algo que alterou um status
definido no campo das eleições diretas, e só então viu-se surgir uma
percepção generalizada (ao menos para uma boa parte da população) de que
a Democracia estaria ameaçada.
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como meio necessário para a obtenção do poder político e o império da
lei. (JINKINGS, I; DORIA, K; CLETO, M [orgs.] 2016, pg 31; grifo meu.)
No mesmo livro, porém, essa visão (de que a democracia no Brasil é uma
conquista a ser recuperada) divide espaço, páginas seguintes, com outra. A de
que, na verdade,
Ora, por um lado temos uma instituição que deve ser defendida por servir
ao “império da lei”. Por outro, temos que, na verdade, mesmo estando
legalmente instituída, a democracia é alvo de tantas arbitrariedades que sua
integridade só existe mesmo em raros momentos.
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política e a sociedade civil, capital privado e público, o conceito de soberania
nacional, o sistema de representação, o sistema de eleição, o capital privado e
o capital público, os três poderes, etc.
Ao meu ver, são estas que, como numa metonímia do ser e estar fora do
sistema hegemônico, trazem percepções que podem tirar o pensamento
político ocidental(izado) do abismo conceitual e das entranhas processuais que
mantêm o status-quo sob a máscara da Liberdade e Igualdade, ingenuamente
“asseguradas” por tais sistemas de mediação “democráticos”.
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introduzidas por estes últimos. Todos serão arrastados pela mesma
catástrofe, a não ser que se compreenda que o respeito pelo outro é a
condição de sobrevivência de cada um. (LÉVI-STRAUSS apud
KOPENAWA, D; BRUCE, A. 2010)
REFERÊNCIAS
JINKINGS, I; DORIA, K; CLETO, M [orgs.]. Por que gritamos golpe? São Paulo:
Boitempo Editorial, 2016.