UNIVERSIDADE ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES
DISCIPLINAS: Pressupostos metodológicos de Educação Física
DOCENTE: Paulo Mateus DISCENTE: Robert Kennedy ESFERA: 5ª ESFERA
As diversas conceituações sobre o jogo já nos aduzem a complexidade
escondida em sua aparente simplicidade. Ao buscarmos conceitos mais abrangentes e elaborados sobre égide de argumentos contundentes, tomamos os autores tragos por KISHIOMTO 2005, esses autores defendem a ideia de JOGO atribuindo-lhes três níveis de diferenciações: primeiro resulta de que o JOGO seria o resultado de um sistema linguístico que funciona dentro de um contexto social, a segunda que trata-se de um sistema de regras, e a terceira seria um objeto. Se analisarmos o filme “O LABIRINTO DO FAUNO” percebemos que a protagonista esta extremamente envolvida em um contexto social e familiar muito degradante, nesse sentido podemos apontar motivos que justificassem seu mergulho em um mundo de fadas trazido pelos livros que a mesma lia, fazendo com que mergulhasse na fantasia de ser uma princesa de um reino e que estaria aqui aprisionada, tendo que cumprir algumas tarefas para reestabelecer-se em seu reino. Tendo desta forma afastamento do cotidiano e do real, se comprometendo a cumprir as mais improváveis determinações promovidas pela fantasia como corrobora a autora:
A designação não tem por objetivo compreender a realidade, mas de a
manipular simbolicamente pelos desejos da vida cotidiana. Nossa noção de jogo não nos remete à língua particular de uma ciência, mas a um uso cotidiano. Assim, o essencial de nosso léxico obedece não à lógica de uma designação científica dos fenômenos, mas ao uso cotidiano e social da linguagem, pressupondo interpretações e projeções sociais.
(PERSPECTWA. Florianópolis, UFSC/CED, NUP, n. 22, p.
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A segunda vertente elaborada de que o JOGO compõe-se de um sistema
que regras, como as regras definem o jogo claramente, o filme tem no desenrolar de sua trama características que comportam esse entendimento, uma vez que a protagonista deve cumprir regras nada convencionais para passar de uma etapa para outra, inclusive quando o fauno a faz prometer que cumpriria tudo o que ele lhe mandasse fazer sem que ela questionasse, ela promete cumprir então sem que haja questionamentos por parte da mesma. É incrível ver que as regras de um jogo podem ser cumpridas de forma tão veementes, tudo possível pela ludicidade que é trazida no contexto de cada jogo, sendo ele composto de “estruturas e sequencia de regas que permitem diferenciar cada jogo, ocorrendo superposição com a situação lúdica, uma vez que, quando alguém joga, esta executando as do jogo”. A terceira e não menos importante das vertentes apresentada pela autora, a de que o jogo seria um objeto, está presente no enredo também, claro que não como um objeto de fato, como por exemplo um jogo de xadrez ou de dama, mas de forma ainda mais elementar ou rustica, como por exemplo o giz que o fauno oferta a criança, giz esse que detém um poder magico de abrir portas em qualquer lugar para que ela possa sair e entrar em qualquer lugar no intuito de cumpri as ordens emanadas do fauno. Ao usar o giz ou até mesmo a raiz que mais parecia um boneco, a protagonista faz através desses objetos a transformação dito pela a autora, na qual os objetos rompem qualquer realidade elevando ao lúdico e imaginário. Nas palavras da autora o brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto criador do objeto lúdico. No caso da criança o imaginário varia conforme a idade. A presença do JOGO no filme está bastante explicita não tão somente pelos aspectos apresentados aqui, mas também pela forma com a qual o filme faz com que, para amenizarmos situações da história ou realidade, sejamos capazes de trazer uma nova perspectiva muito diferente da situação pela qual perpassam as crianças no mundo dos adultos.