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( Lei 12.403/2011
FINALIDADE
Estas medidas cautelares podem ser adotadas durante o curso das investigações e do
processo penal.
Podem ser:
A grande novidade é a gradação das medidas cautelares (que antes eram da prisão a deixar
o indiciado solto, ou seja, iam de um extremo a outro). Já as novas alterações, permitem
várias outras medidas como suspensão da atividade pública e a monitoração eletrônica
previstos no artigo 319 do CPP.
Nesse contexto, a prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a
sua substituição por outra medida cautelar (art.282, § 6° do CPP)
Estão previsto no art. 319, em seus nove incisos, as quais visam justamente impedir o
encarceramento do indiciado ou acusado antes do transito em julgado da sentença
condenatória.
a) Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para
informar e justificar atividades (inciso I).
b) Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstancias
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para
evitar o risco de novas infrações (inciso II).
c) Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstância
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante (inciso III).
d) Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou
necessária para a investigação ou instrução (inciso IV).
e) Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou
acusado tenha residência e trabalho fixo (inciso V).
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HIPOTESES
RESSALVAS LEGAIS
A luz do § 1°, do art. 282, da Lei 12.403/2011, “as medidas cautelares poderão ser aplicadas
isoladas ou cumulativamente”.
O juiz ao receber o auto de prisão em flagrante, poderá conceber a liberdade provisória com
ou sem fiança ou qualquer outra medida cautelar alternativa (art. 310, III do CPP).
a) substituir a medida;
c) Em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, § único, art. 282, § 4° do CPP).
CONCEITO
ESPÉCIES
c) prisão em flagrante delito, que passou a ter brevíssima duração, pois o delegado enviará
ao juiz copia do auto em 24 horas após a prisão, e este, imediatamente, deverá converter
em preventiva ou conceder liberdade provisória.
4) PRISÃO ADMINISTRATIVA: foi abolida pela CF, mas tem sido admitida para
estrangeiro que aguarda a expulsão, nos termos do Estatuto do Estrangeiro.
OBS: Existia outras formas de prisão processual tais como: prisão por sentença
condenatória recorrível e prisão por pronuncia. Tais modalidades deixaram de existir em
decorrência das Leis n. 11.689/08 e 11.719/08. A própria redação do art. 283 do CPP, foi
alterado e prevê que ninguém poderá ser preso senão em flagrante ou por ordem judicial.
MANDADO DE PRISÃO
É o instrumento escrito que autoriza uma prisão (ordem judicial). Art. 285, caput, do CPP.
2) Deve designar a pessoa que tiver de ser presa por seu nome, alcunha ou sinais
característicos.
3) Deve conter a infração penal que motivou a prisão (a CF exige que a ordem seja
fundamentada em seu art. 5°, LXI).
4) Deve indicar qual o agente encarregado de seu cumprimento (oficial de justiça ou agente
da policia judiciaria).
A prisão poderá ser efetuada a qualquer dia e hora, inclusive domingos e feriados, e mesmo
durante a noite, respeitada apenas a inviolabilidade do domicilio (art. 283, § 2° do CPP).
Logo depois da prisão, o executor entregará ao preso, copia do mandado, para que o
mesmo cientifique do motivo pelo qual esta sendo preso.
O preso será informado de seus direitos, entre o quais o de permanecer calado, sendo
assegurada assistência da família e de advogado (art. 5°, LXIII, da CF).
A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente
ao juiz competente, ao MP e à família do preso ou à pessoa por ele indicada (art. 306,
caput, do CPP).
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O preso tem o direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório extrajudicial (art. 5°, LXIV da CF).
A prisão, excepcionalmente, pode ser efetuada sem a apresentação do mandado, desde
que o preso seja imediatamente apresentado ao juiz que determinou sua expedição.
PRISÃO EM DOMICILIO
A casa é o asilo inviolável do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou
durante o dia, por determinação judicial (art. 5° XI, da CF).
Havendo mandado de prisão, a captura pode ser efetuada durante o dia, mesmo sem o
consentimento do morador. Por “dia” deve ser compreendida entre a aurora e o crepúsculo.
Durante a noite, na recusa do morador ou da pessoa a ser presa, o executor não pode
invadir a casa, devendo esperar que amanheça para dar cumprimento ao mandado.
A violação do domicilio (sem consentimento) à noite, para cumprir o mandado, sujeita o
violador a crime de abuso de autoridade (art. 4°, a, da Lei 4.898/65).
PRISÃO EM PERSEGUIÇÃO
O executor pode efetuar a prisão onde quer que alcance o capturado, desde que dentro do
território nacional (art. 290, 1ª parte, do CPP).
CUSTODIA
Ninguém será recolhido à prisão sem que seja exibido o mandado de prisão ao respectivo diretor
ou carcereiro. Se fizer a custódia sem o devido mandado estará praticando o crime de abuso de
autoridade (arts. 3°, a, e 4°, a, da Lei 4.898/65). No caso de apresentar um preso em
penitenciaria, tem que apresentar ao responsável a guia de recolhimento (arts. 105 e 106 da Lei
7.210/84). As pessoas que estiverem presas provisoriamente deverão ficar separadas das que
estiverem condenadas, nos termos da LEP (art. 300, caput, do CPP).
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PRISÃO ESPECIAL
A prisão especial só terá cabimento durante a tramitação do processo, de modo que, após a
condenação transitada e julgado, a pena será cumprida em estabelecimento comum.
É estabelecida em razão da função que certas pessoas desempenham.
Ex. Ministro de Estado, governador, e seus secretários, prefeitos e seus secretários,
membros do poder legislativo da esfera federal, chefes de policia, magistrados, MP,
delegados de policia, policiais militares, portadores de diploma universitários etc. Art. 295 do
CPP.
Mediante autorização do juiz, ouvindo o MP, onde não houver estabelecimento adequado
para se efetivar a prisão especial, o preso com direito a ela poderá recolher-se em seu
próprio domicilio (Lei n. 5.256/67).
Hipóteses em que o juiz poderá substituir a prisão preventiva pela domiciliar:
1) Maior de 80 (oitenta) anos (inciso I);
2) Extremamente debilitado por motivo de doença grave (inciso II);
3) Imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou
com deficiência (inciso III);
4) Gestante a partir do 7° (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco (inciso IV);
Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos aludidos requisitos (art.318, § único, do
CPP). Sendo admitida a prisão do indiciado ou acusado em sua residência, só poderá dela
ausentar-se com autorização judicial (art. 317 do CPP).
Inciso III – considera-se em flagrante delito quem é perseguido, logo após, pela autoridade,
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor da
infração.
Ex. a mulher coloca a bolsa sobre um balcão para efetuar o pagamento das compras e o
ladrão rapidamente pega a bolsa e sai correndo, porém, um segurança da loja corre atrás e,
após persegui-lo por algumas quadras, consegue alcançá-lo e prendê-lo.
• Inciso IV – quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis
que façam presumir ser ele o autor da infração.
Ex. Juninho rouba um carro e, algumas horas depois, é parado em uma blitz de rotina da
policia que constata a ocorrência do roubo e, por isso, leva Juninho até a vitima que o
reconhece.
É também conhecido como “delito de ensaio”, “delito de experiência” ou “delito putativo por
obra do agente provocador”. A ação da policia consiste em incitar o agente á prática do
delito, retirando-lhe qualquer iniciativa, portanto afetando a voluntariedade do ato.
Ex. um policial disfarçado de assaltante convence a uma suposta quadrilha de assaltante de
banco a cometerem um roubo a uma instituição financeira, contudo, no instante em que
entram no banco e anunciam o roubo, diversos policiais a paisana, dão voz de prisão a
quadrilha. No caso o flagrante é nulo por ter sido preparado por agente provocador.
Súmula 145 do STF: “não há crime, quando a preparação do flagrante pela policia torna
impossível a consumação”
OBS: policiais disfarçados compram droga que estavam no bolso do traficante, neste caso a
prisão em flagrante é legal, porque o referido delito possui inúmeras condutas típicas, sendo
que diversas delas constituem crime permanente. (art.33, Lei 11.343/06).
5) FLAGRANTE ESPERADO
É uma forma de flagrante válido e regular, no qual agentes policiais, cientes, por qualquer
razão (em geral noticia anônima), de que um crime poderá acontecer em determinado local
e horário, sem que tenha havido qualquer preparação ou induzimento, deixam que o
suspeito aja, ficando à espreita para prendê-lo em flagrante no momento da execução do
delito.
Ex. Juninho policial fica de tocaia aguardando a aparição do traficante Cabeção com a
droga.
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Policiais ou particulares criam provas de um crime inexistente a fim de legitimar uma prisão
em flagrante manifestamente ilegal.
Ex. Juninho Policial coloca droga no carro de Cabeção para prendê-lo por tráfico.
O autor da farsa deve responder por crime de denunciação caluniosa e também por abuso
de autoridade se for funcionário público.
Obs: se a autoridade policial perceber a fraude, deverá soltar a pessoa e prender em
flagrante o responsável pelo flagrante forjado. Se chegar até o juiz e o mesmo perceber a
fraude deverá relaxar o flagrante.
Se o autor não foi preso no local da infração e não está sendo perseguido, sua
apresentação espontânea perante a autoridade policial impede sua prisão em flagrante,
devendo o infrator ser liberado após sua oitiva. Se o delegado de policia entender
necessário em razão da gravidade do delito viabilizar a investigação, poderá representar
para que o juiz decrete a prisão preventiva ou temporária. (STF – RHC 64.550/PA e STF –
RHC 61.442/MT)
SUJEITOS DO FLAGRANTE
a) SUJEITO ATIVO - O art. 301, CPP: “art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades
policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante
delito.”
● FLAGRANTE FACULTATIVO Qualquer do povo, agindo no exercício regular de
direito, Ex. segurança de estabelecimentos comerciais, guardas noturnos, Guarda Civil
Municipal.
● FLAGRANTE OBRIGATÓRIO/COERCITIVO Autoridade policial e seus agentes
(mesmo fora de serviço), agindo no estrito cumprimento do dever legal, têm o dever de dar
voz de prisão em flagrante ao criminoso.
b) SUJEITO PASSIVO
A regra é que qualquer pessoa pode ser presa.
Temos algumas exceções, as chamadas imunidades prisionais:
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1) PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Não pode ser preso em flagrante por mais grave que seja o crime praticado, ainda que na
presença de diversas pessoas. Art. 86, § 3°, da CF, que só permite que o chefe do
Executivo seja preso após sentença condenatória em julgado.
Por ausência de regra constitucional que estenda tal imunidade os governadores dos
Estados, Prefeitos, podem ser presos em flagrante ou preventivamente.
Só podem ser presos em flagrante pela pratica de crime inafiançável, sendo que, nas 24
horas seguintes, os autos serão remetidos à respectiva casa (Câmara ou Senado), para que
esta, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão, podendo até mesmo
soltar o infrator (art. 53, § 2°, da CF).
Se for mantida a prisão em flagrante, caberá ao STF convertê-la em preventiva, porque
gozam (Deputados e Senadores) de foro por prerrogativa de função.
3) DEPUTADOS ESTADUAIS
O art. 27, § 1° da CF diz que se aplicam a eles as mesmas regras atinentes aos Deputados
Federais. Só podem ser preso em flagrante por crime inafiançável, encaminhado os autos a
Assembleis Legislativa em 24 horas para que decida sobre a prisão e depois para o Tribunal
de Justiça.
4) MENORES DE IDADE
6) DIPLOMATAS ESTRANGEIROS
A Convenção de Viena outorga essa imunidade a Embaixadores, Chefe de Estados
e de Governo Estrangeiro abrangendo sua famílias (abrange tanto crimes funcionais
como os crimes comuns). Em relação ao Cônsul, a imunidade é restrita aos crimes
funcionais
7) MEMBROS DO MP E DA MAGISTRATURA
Podem sofrer prisão preventiva, temporária ou em flagrante de crime inafiançável.
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8) ADVOGADOS
De acordo com o art. 7°, § 3°, da Lei n. 8.906/94 (Estatuto da OAB) diz que o advogado
somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de
crime inafiançável. Acrescenta o art. 7°, IV da mesma lei que no momento da lavratura do
flagrante tem que ter o representante da OAB, sob pena de nulidade.
Se o crime for afiançável no desempenho da advocacia, é vedada a prisão em flagrante,
devendo a autoridade policial instaurar inquérito regular, se não for no desempenho da
profissão será preso em flagrante aplicando a regra comuns do CPP.
9) ELEITOR
O art. 236, caput, da Lei n. 4.737/65 (Código Eleitoral) dispõe que nenhuma autoridade
poderá prender o eleitor nos cinco dias que antecedem as eleições, até quarenta e oito
horas após o encerramento da votação, salvo na hipótese de flagrante delito ou em virtude
de sentença condenatória por crime inafiançável.
10) CANDIDATO
Nos quinze dias que antecedem as eleições, o candidato só pode ser preso em flagrante.
Nenhuma outra forma de prisão pode ser cumprida nesse período.
●Crimes Permanentes
A prisão em flagrante é possível enquanto não cessada a permanência (art.303 do CPP).
Ex. crime de extorsão mediante sequestro, enquanto a vitima estiver em poder dos
sequestradores.
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● Crime Continuado
Cada uma das ações delituosas, por si só, constitui ilícito penal, então o agente poderá ser
preso em flagrante ao realizá-la. A jurisprudência fixou entendimento possibilitando a
continuidade delitiva quando as ações ocorrerem dentro do lapso de 30 dias, pode o infrator
acabar preso em flagrante duas vezes ou mais por condutas criminosas que compõe a
continuação.
Ex. Cabeção entra em um mercado e é preso por tentativa de furto, sendo, liberado no
mesmo dia pelo delegado após prestar fiança. No dia seguinte, retorna ao mercado onde
novamente tenta subtrair mercadorias, sendo igualmente preso em flagrante.
O delegado deve perguntar se o indiciado quer comunicar a algum familiar ou outra pessoa
sobre sua prisão, se o mesmo possui advogado (art. 5°, LXII, da CF), se o preso informar
que não tem Defensor constituído, deverá enviar copia do auto à Defensoria Pública para
que analise e pleiteie relaxamento de prisão, liberdade provisória etc.
b) Condução coercitiva – deve a pessoa presa, bem como as testemunhas, ser levadas à
presença da autoridade policial. O condutor do flagrante apresenta o preso e narra
verbalmente a ela o ocorrido (o crime e as circunstancias da prisão).
Se o delegado entender que o fato narrado não constitui ilícito penal ou que não é caso de
fragrante, deve relaxar a prisão e liberar a pessoa que lhe foi apresentada.
Ou pode determinar a lavratura de boletim de ocorrência e instaurar inquérito mediante
portaria, uma vez que o fato narrado é crime mais não foi flagrante delito.
Ademais, se entender que foi flagrante inicia-se de acordo com o art. 304, do CPP.
Finda a oitiva do condutor a autoridade policial, desde logo, colherá sua assinatura no termo
de declarações e lhe entregará uma copia do depoimento e recibo de entrega do preso,
sendo dispensável sua permanência até o final do auto de prisão.
d) Oitiva das testemunhas – devem ser ouvidas no mínimo duas. Se o condutor tenha
também presenciado o delito, poderá ser ouvido nesta dupla condição (condutor e 1ª
testemunha). Se não existirem testemunhas da infração penal, o delegado terá que
providenciar duas testemunhas de apresentação o assinem (art. 304, § 2°, CPP). A
testemunha lançará sua assinatura logo em seguida ao seu depoimento, devendo ser
imediatamente liberada.
LAVRATURA DO AUTO
A lei previu que a autoridade policial estará, igualmente, obrigada, em 24 horas após a
realização da prisão, caso o indiciado não informe o nome do seu advogado, encaminhar
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cópia integral do auto de prisão em flagrante a Defensoria Pública (art.306, § 1°, 2ª parte
CPP).
NOTA DE CULPA
PROVIDÊNCIAS QUE DEVEM SER TOMADAS PELO JUIZ AO RECEBER A CÓPIA DOA
AUTO DE PRISÃI EM FLAGRANTE
A autoridade policial deve encaminhar ao juiz competente cópia do auto de prisão no prazo
de 24 horas conforme art. 306,§ 1° do CPP.
O juiz ao receber a cópia do auto de prisão em flagrante deverá de forma fundamentada
tomar uma das seguintes decisões art. 310 do CPP:
I - Relaxar a prisão ilegal;
II - Converter a prisão em flagrante em preventiva se presente os requisitos do art. 312 do
CPP
(se não se mostrar adequada ou suficiente a aplicação de medida cautelar diversa da
prisão);
III - Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.
RELAXAMENTO DE PRISÃO
Esta previsto no art. 5°, LXV, da CF que diz que a prisão ilegal será imediatamente relaxada
pela autoridade judiciaria.
Tendo sido a prisão em flagrante, o juiz deve verificar se concederá a liberdade provisória
ou se decretará a prisão preventiva. Sendo esta última medida de caráter excepcional, o juiz
só poderá decretá-la se estiverem estritamente presentes os requisitos dos artigos 312 e
313 do CPP. O juiz deve ainda, verificar, a gravidade do delito cometido, os antecedentes
do preso, que podem indicar tratar-se de criminoso contumaz, a probabilidade de a vitima
sentir-se constrangida em prestar depoimento, por exemplo, contra um vizinho acusado de
homicídio etc.
Outrossim, deve o juiz verificar se não cabe a aplicação de qualquer outra medida cautelar
diversa da prisão (recolhimento noturno, monitoramento eletrônico, proibição de ausentar-se
da Comarca etc. previstas nos artigos 319 e 320 do CPP).
Obs: O art. 311 do CPP diz que não pode decretar prisão preventiva de oficio durante o IP.
Está hipótese só será aplicável no caso do indiciado solto, posto que a decretação da
prisão, dependendo do caso, poderá atrapalhar as investigações, porque senão a
autoridade policial passaria a ter prazo de dez dias para concluir o IP.
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DECRETAÇÃO
Tanto no inquérito policial como na instrução criminal poderá ser decretada a prisão
preventiva pelo juiz:
a) De oficio;
b) A requerimento do Ministério Público;
c) A requerimento do querelante;
d) Mediante representação da autoridade policial.
■ Quando o autor da infração tiver sido preso em flagrante e o juiz, ao receber a cópia do
auto no prazo de 24 horas da prisão, convertê-la em preventiva. Nesse caso não é
necessário requerimento do MP ou representação da autoridade policial, art.310 do CPP.
■ Quando o autor da infração não tiver sido preso em flagrante, mas as circunstancias do
caso concreto demostrarem sua necessidade. (durante as investigações policiais,
requerimento do MP ou representação da autoridade policial
■ Quando o acusado descumprir, injustificadamente, medida cautelar diversa da prisão
anterior imposta.
PRESSUPOSTOS
Só é possível a prisão preventiva se, no caso concreto, houver indícios suficientes de
autoria e prova da materialidade do crime. (fumus boni juris – “fumaça do bom direito”)
Entretanto, não é suficiente para que seja decretada a prisão do acusado ou indiciado.
Porque o art.312 do CPP estabelece as situações em que se faz necessário o
encarceramento cautelar.
FUNDAMENTOS
São os motivos (às razões de fato) que autorizam o juiz a decretar a prisão preventiva.
1)Garantia da ordem pública – quando se mostra necessária afastar imediatamente o
acusado do convício social em razão da sua grande periculosidade demostrada pelo
cometimento de delito de extrema gravidade ou por ser pessoa voltada à pratica reiterada
de infrações penais. Esta é certamente a causa da decretação do maior número de prisões.
2)Garantia da ordem econômica – trata-se de prisão decretada a fim de coibir graves
crimes contra a ordem tributária (art. 1° a 3° da Lei n. 8.137/90) o sistema financeiro (Lei n.
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CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE
1)Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 04
(quatro) anos. Ex. lesão corporal de natureza grave, roubo, extorsão, extorsão mediante
sequestro, estelionato, estupro, concussão, tortura, tráfico de drogas etc.
2)Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado
(reincidente em crime doloso).
Observação: Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a
identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para
esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após identificação,
salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (art. 313, parágrafo único, do
CPP).
Observação: A prisão preventiva poderá ser decretada e revogada quantas vezes for
necessário, conforme estejam ou não presentes os seus requisitos. (art. 316 do CPP)
Não será decretada a prisão preventiva:
a) Nas contravenções penais;
b) Nos crimes culposos;
c) Quando o acusado tiver acobertado por uma excludente da ilicitude (art. 23 do CP) c/c
art. 314 do CPP.
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PRAZO: A prisão preventiva não é decretada por prazo determinado, não podendo,
entretanto, ficar o réu preso preventivamente por prazo indeterminado, sob pena de se
caracterizar constrangimento ilegal.
Previsto no art. 317 do CPP, possibilitou ao indiciado ou réu permanecer fechado em sua
residência, e não em estabelecimento prisional, nas seguintes hipóteses:
PROCEDIMENTO
a) Será decretada pelo juiz somente durante o inquérito policial, (não pode fazê-lo de
oficio);
b) A requerimento do Ministério Público ou em face da representação da autoridade
policial (nesse caso, deverá ser ouvido o MP);
c) Dependerá de mandado judicial de prisão (art. 2° §§ 4° e 5°).
inciso III –
● Homicídio doloso (art. 12, caput, e seu § 2°);
● Sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus § § 1° e 2°);
● Roubo (art. 157, caput, e seus § § 1°, 2°, 3°);
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PRAZO
O prazo de duração da prisão temporária é em regra, de 05 (cinco) dias, prorrogáveis por
igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade. (art. 2°, caput)
Em se tratando de crimes hediondos e equiparados (trafico de drogas e terrorismo) o prazo
máximo de duração é de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período, em caso de extrema
e comprovada necessidade. (art. 2°, § 4°, da Lei n. 11.464/2007).
Observação: Expirado o prazo pelo qual foi fixada a prisão temporária, o preso deve ser
posto imediatamente em liberdade pela autoridade policial, que não precisará de ordem
judicial, sob pena de responder pelo crime de abuso de autoridade.
A liberdade provisória é uma contracautela que substitui a custódia provisória, com ou sem
fiança. Diz-se contracautela, pois a cautela é a prisão. Assim, a liberdade provisória é uma
contraposição, cujo antecedente lógico é a prisão cautelar.
Tem por fundamento o art. 5°, LXVI, da CF “ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”.
A liberdade provisória perdura até a sentença transitar em julgado. Se condenatória, dar-se-
á inicio à execução da pena; se absolutória, tornará a liberdade definitiva.
ESPÉCIES
b) Obrigatória ou desvinculada, quando o réu se livra solto; Ex. usuário de drogas (art. 28
da 11.343/06); art. 69 § único da Lei n. 9.099/95.
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c) Vedada ou proibida, quando houver previsão legal vedando sua concessão, bem como
nas hipóteses em que estiverem presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva.
Ex. crime de racismo.
Por vezes, poderá ser concedida a liberdade provisória sem que seja necessário prestar
fiança. Essa possibilidade permitirá a concessão de liberdade provisória até mesmo nas
hipóteses de crime afiançável.
1) Se o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante que o agente praticou o fato sob o
manto de causa excludente de ilicitude (art.310, caput, CPP); Ex. legitima defesa, estado de
necessidade, etc.
2) Se o juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante a inocorrência de qualquer das
hipóteses que autorizam a prisão preventiva, prevista, nos arts. 311 e 312 do CPP) (art. 310,
paragrafo único do CPP);
3) Nos casos em que couber fiança, o juiz verificar a impossibilidade de o réu prestá-la, por
motivo de pobreza, sujeitando-o às obrigações previstas nos arts. 327 e 328 do CPP (art.
350 do CPP).
A lei prevê, ainda, situações em que não será o agente preso em flagrante, nem será
exigida fiança.
I) Ao condutor de veiculo, nos casos de acidente de transito de que resulte vitima, se lhe
prestar pronto e integral socorro (Lei n. 9.503/97 – CTB, art. 301);
II) Ao autor de infração penal de menor potencial ofensivo que, após a lavratura do termo,
for imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer
(Lei n. 9.099/95, art. 69 § único).
III – Art. 48, § 2° da Lei n. 11.343/06, aplica-se para usuário de drogas (art. 28 da referida
lei)
d) Os crimes contra o sistema financeiro, punidos com reclusão (art. 31 da Lei n. 7.492/98);
e) Os crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores previsto na Lei de
Lavagem de Dinheiro)
f) Ao agente que tiver intensa e efetiva participação na organização criminosa (art. 7° da Lei
n. 9.034/95).
Ocorre hipóteses de inafiançabilidade também descrita no art. 324 do CPP. Assim, não será
concedida fiança:
III – quando presentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art.
312 do CPP). Nesse caso, a lei reputa que se afigurará desaconselhável a concessão de
liberdade.
Observação: a proibição de concessão de fiança e liberdade provisória que constava no §
único dos arts. 14 e 15, bem como no art. 21 da Lei n. 10.826/03 (Estatuto do
Desarmamento foi declarada inconstitucional pelo STF (ADIN n. 3.112-1).
CONCEITO
Fiança é a garantia real que consiste na entrega de bens ao Estado, com o fim de assegurar
a liberdade do indiciado ou réu durante a persecutio criminis.
OBJETO
Consistirá no deposito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da divida
pública, federal, estadual ou municipal ou em hipoteca (art. 330 do CPP).
CONCESSÃO
A fiança será concedida, independente de requerimento:
1) Pela autoridade policial, durante o inquérito, nos casos de infração punida com pena
privativa de liberdade que não ultrapasse 04 (quatro) anos (art. 322 do CPP). Caso haja
recusa ou demora da autoridade policial, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la por
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simples petição dirigida ao juiz competente que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (art.
335, do CPP).
2) Pelo juiz, dentro de 24 horas do requerimento, não sendo necessária, nesse caso, a
prévia manifestação do MP, que somente será cientificado depois de concedida (art. 333, do
CPP).
Observação: a fiança poderá ser prestada a qualquer tempo, enquanto não transitar em
julgado a sentença condenatória (art. 334, do CPP). Poderão prestar fiança o próprio
indiciado ou réu, bem como terceira pessoa.
VALOR
O art. 325, estabelece os limites do valor da fiança, e prevê os valores em salario mínimo
vigente:
a) De 01 a 100 (cem) salários mínimos, quando a infração for punida com pena privativa de
liberdade, não for superior a 04 (quatro) anos (inciso I);
b) De 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando a infração for punida com pena
privativa de liberdade superior a 04 anos. (inciso II).
Observação: esses valores poderão ser dispensados, na forma do art. 350 do CPP,
reduzidos em até 2/3; ou aumentado até 1.000 (mil) vezes, dependendo da situação
econômica do réu ou indiciado.
a) A natureza da infração;
b) As condições pessoais de fortuna e do indiciado ou réu;
c) A sua vida pregressa;
d) As circunstâncias indicativas da sua periculosidade;
e) A importância provável das custas do processo;
OBRIGAÇÕES DO AFIANÇADO
QUEBRAMENTO
1) A perda de metade do valor da fiança, que será recolhido ao Fundo Penitenciário (art.
346, CPP);
2) O juiz deverá decidir sobre a imposição de medidas cautelares, ou se, for o caso, a
decretação da prisão preventiva (não é obrigado) (art. 343, CPP);
3) A impossibilidade da concessão de nova fiança no mesmo processo (art. 324,I, CPP).
REFORÇO DA FIANÇA
CASSAÇÃO
Será cassada a fiança, em qualquer fase do processo, restituindo-se integralmente o seu
valor a quem quer que atenha prestado, quando:
a) O juiz reconhecer que não poderia ter sido concedida, por se tratar de crime inafiançável
(art. 338, CPP) Ex. noticia de condenação anterior por crime doloso.
C) Seja determinado o reforço da fiança, sem que o réu cumpra a determinação (art. 340,
parágrafo único).
PERDA
Haverá perdimento (ou perda) do valor total da fiança se, condenado, o réu não se
apresentar à prisão (art. 344, CPP).
DISPENSA DA PRESTAÇÃO
O juiz, verificando a situação econômica do réu, poderá dispensá-lo de prestá-la,
concedendo-lhe liberdade provisória vinculada apenas as obrigações previstas nos arts. 327
e 328 do CPP (art.350, caput, CPP).
RECURSO CABIVEL
De acordo com a determinação do art. 581, I, CPP, caberá recurso em sentido estrito da
decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança ou conceder
liberdade provisória.