Você está na página 1de 18

Processo Civil IV

Atividade – Web 01
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:
R: Sim, baseando-se no princípio da menor onerosidade é preferível que a execução siga
por um caminho que causa o menor desgaste (prejuízo) ao devedor, não só, como também
insere-se o princípio da satisfatividade: a partir do momento que o devedor informou um
bem a ser penhorado que supre o valor pretendido. Ademais, deve-se respeitar no
processo de execução ou cumprimento de sentença ao princípio da Dignidade Humana,
satisfazendo o direito do exequente com menor sofrimento possível ao executado,
resultando em um equilíbrio executório.
- Jurisprudência:
Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG:
200000040628790001 MG 2.0000.00.406287-9/000(1)
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 406.287-9 -
18.6.2003 UBERLÂNDIA PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO
DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO - PENHORA INCIDENTE
SOBRE VÁRIOS IMÓVEIS - REDUÇÃO DA CONSTRIÇÃO
DETERMINADA DE OFÍCIO - CABIMENTO - VALOR DA
GARANTIA MUITO SUPERIOR AO CRÉDITO EXEQÜENDO
- EXCESSO DE PENHORA CONFIGURADO - INTELIGÊNCIA
DO ART. 620 DO CPC - PRÍNCIPIO DA MENOR
ONEROSIDADE PARA O DEVEDOR - RECURSO NÃO
PROVIDO - DECISÃO SINGULAR CONFIRMADA.
Observando-se o princípio consagrado no art. 620 do CPC que
determina que a execução se faça de modo menos gravoso ao
executado, em consonância com o princípio da proporcionalidade,
impõe-se a imediata redução aos justos limites da penhora, mesmo
que não haja requerimento da parte nesse sentido. Corroborando tal
entendimento, há que se levar em consideração a afirmação da
própria agravante, reconhecendo o excesso de penhora, e que, no
que tange ao desenvolvimento regular do processo, predomina o
princípio do impulso oficial, nos termos do disposto no artigo 262
do CPC, podendo o juiz agir de ofício, não havendo, por
conseguinte, preclusão da matéria, pois predomina o interesse
público do estado numa correta prestação jurisdicional. Agravo
desprovido
- Doutrina:
Humberto Theodoro Júnior ratifica:

"O art. 805, quando permite ao juiz escolher a forma menos


gravosa de realizar a execução, pressupõe a existência de mais de
um meio executivo para satisfazer a prestação a que faz jus o
exequente. Não se aplica para alterar aquilo que a lei lhe assegura
e que somente ele tem o poder de definir: o objeto da ação, o
pedido."

Questão Objetiva:
R: d) Daniel pode cumular várias execuções, sendo o mesmo devedor, ainda que
fundadas em títulos diversos, de que seja competente o juízo e haja identidade na forma
do processo.

Processo Civil IV
Atividade – Web 02
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:
R: A fraude à execução tem natureza processual, sendo configurada como um ato
atentatório à dignidade da justiça, causando danos tanto ao credor como para a atividade
jurisdicional. Considera mais gravosa que contra credores, pois ocorre no curso do
processo judicial, tendo como objetivo frustrar a execução, assim transparecendo
piamente o desejo de prejudicar o credor.
Diferentemente da fraude contra credores, sendo um instituto voltado aos negócios
jurídicos, que procura garantir que haja insolvência por parte do devedor, é um vício
social, onde um terceiro de má-fé faz um consilium fraudis com o devedor resultando no
eventus damni. O credor deve ingressar com Ação Pauliana (ou revocatória) para
conseguir restaurar a garantia da solvência perante o(s) credor(es).
No caso em tela, houve fraude à execução que poderá ser declarada no cumprimento de
sentença, pois o devedor se desfez de patrimônio com a intenção de não se tornar
insolvente em uma futura execução, portanto, por assim se caracterizar, é considerado
nulo todo o negócio jurídico formado pelo réu com este intuito, baseando-se no art. 792,
IV do Código de Processo Civil.
- Doutrina:

Por Fredie Didier:

“A fraude à execução é manobra do devedor que causa dano não


apenas ao credor (como na fraude pauliana), mas também à
atividade jurisdicional executiva. Trata-se de instituto tipicamente
processual. É considerada mais grave do que a fraude contra
credores, vez que cometida no curso de processo judicial,
executivo o apto a ensejar futura execução, frustrando os seus
resultados. Isso deixa evidente o intuito de lesar o credor, a ponto
de ser tratada com mais rigor”

Por Maria Helena Diniz sobre fraude contra credores:

“defeito do ato jurídico consistente na diminuição dolosa do


patrimônio do devedor, promovida por este no intuito de
prejudicar seus credores”.

- Jurisprudência:

Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Agravo de Instrumento:


AG 1186127004 SP

PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. FRAUDE À


EXECUÇÃO. ALIENAÇÃO APÓS CITAÇÃO NO PROCESSO
DE CONHECIMENTO. RECONHECIMENTO.
INTELIGÊNCIA DO ART. 593, INCISO II, DO CPC. RECURSO
PROVIDO.

Se, depois de citado em processo de conhecimento, o réu aliena


bem imóvel que poderá suportar expropriação em sede de
execução, levando-o à insolvência, configurada a fraude à
execução, podendo ser declarada na fase de cumprimento da
sentença do processo em que declarado o débito.

Questão objetiva:
1) d) o Ministério Público, nos casos previstos em lei.

Processo Civil IV
Atividade – Web 03
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:
R: A modalidade correta seria a liquidação por arbitramento, onde haverá apresentação
de pareces ou documentos elucidativos, em um prazo fixado pelo magistrado, e assim,
chegando a uma quantia devida para exigir a obrigação. Por ser um seguro de vida, há um
valor fixo contratado, que deve ser devidamente atualizado; havendo mais algo a ser
constatado ou por discordância, pode o magistrado nomear perito judicial. A liquidação
não pode discutir o mérito, inviabilizando a modificação da sentença, como está expresso
no artigo 509, inc. IV do Código de Processo Civil.
- Doutrina:
A importância da liquidação para a sentença em Rogério Tadeu Romano:
“observe-se que a liquidação de sentença é pressuposto sine qua
non para a execução de título líquido executivo judicial, pois deve
ser dotado de certeza, liquidez e exigibilidade”.
Gonçalves sobre a liquidação por arbitramento, presente na questão:
“o que demandará a apresentação de pareceres e documentos
elucidativos pelas partes e, se isso não for suficiente, a nomeação
de um perito. Não há nenhum fato novo a ser demonstrado”
- Jurisprudência:

Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região TRT-3 -


AGRAVO DE PETICAO : AP 500 5/00

Ementa

LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO.

Não havendo dados que permitam, com segurança, a definição do


salário do paradigma, pode-se proceder à liquidação por
arbitramento, para o correto ajustamento da coisa julgada.

Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região TRT-1 - Agravo


de Peticao : AGVPET 1820008119905010028 RJ

Ementa

LIQUIDAÇÃO POR ARBITRAMENTO

Diante da inexistência de elementos nos autos que permitam apurar


a correta ascensão funcional do Autor, assim como a enorme
disparidade entre os valores apontados pelas partes, considera-se
necessária a realização de perícia para liquidar o julgado, como
já havia determinado a sentença.

Processo Civil IV
Atividade – Web 04
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:
R: Esta decisão proferida pelo Juízo é interlocutória, onde acata a impugnação ao
cumprimento de sentença, não extinguindo o processo, assim, devendo ser recorrida por
meio de Agravo de Instrumento, com fulcro no parágrafo único do art. 1015 do Código
de Processo Civil.
- Doutrina:
Em relação à impugnação ao cumprimento de sentença por nulidade da citação,
Humberto Theodoro Júnior defende que:
A falta (ou nulidade) da citação válida impede a formação e
desenvolvimento válidos da relação processual e contamina todo
o processo, inclusive a sentença nele proferida, que dessa maneira
não chega a fazer coisa julgada e, por isso mesmo, não se reveste
da indiscutibilidade prevista no art. 467.

Paulo Henrique dos Santos Lucon afirma que:

A decisão que julgar procedente a impugnação, com fundamento


no disposto no art. 475-L, I, do Código de Processo Civil, tem
nítido caráter rescisório do julgado, porquanto detentora de
eficácia constitutiva negativa. A decisão reconhece a nulidade de
citação e desconstitui o título.

- Jurisprudência:

Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul TJ-MS :


14114505220178120000 MS 1411450-52.2017.8.12.0000

Ementa

E M E N T A – AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMPUGNAÇÃO


AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA – CABIMENTO –
ARGUIÇÃO DE NULIDADE DA CITAÇÃO – ART. 525, § 1º,
DO CPC. MATÉRIA QUE DEVE SER APRECIADA PELO
JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU. RECURSO PARCIALMENTE
CONHECIDO E PROVIDO.

Na impugnação ao cumprimento de sentença, o executado está


autorizado a arguir nulidade da citação se, na fase de
conhecimento, o feito correu a sua revelia, cuja questão deverá ser
analisada pelo juízo a quo, sob pena de supressão de instância.
Processo Civil IV
Atividade – Web 05
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:
R: Sim, deve ser admitido. Por tratar-se de matéria de ordem pública, com fundamento
no art. 803 do Código de Processo Civil, pode ser alegada a qualquer tempo, não havendo
dependência do ingresso ou admissibilidade dos embargos do devedor. Sendo a peça
admitida, não teria efeito suspensivo, pois trata-se de defesa atípica não vislumbrada
expressamente no Código de Ritos, portanto, não tendo condão para efeito suspensivo,
que deve ser positivado.

- Doutrina:

Assumpção Neves (2017, p. 1380) sobre o uso da exceção de pré-executividade:

“Ainda que a interposição das defesas executivas típicas não

esteja condicionada à garantia do juízo, é absolutamente

equivocado imaginar que não caiba mais exceção de pré-

executividade porque, tendo como objeto matérias conhecíveis

de ofício, não há exigência formal para sua alegação, bem como

não se opera preclusão relativamente a elas. O executado

continuará a poder ingressar com uma mera petição, antes,

durante ou depois da defesa típica, alegando matéria conhecível

de ofício e ainda não enfrentada por por meio da exceção de pré-

executividade”

- Jurisprudência:
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ-RS -
Agravo de Instrumento : AI 70075684423 RS

Ementa

AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGÓCIOS


JURÍDICOS BANCÁRIOS. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. MATÉRIA DE EMBARGOS À
EXECUÇÃO.

A exceção de pré-executividade é construção


doutrinária admitida pela jurisprudência para que sem
segurança do juízo o executado possa argüir por simples
petição nulidades que devam ser conhecidas de ofício e
apreciadas sem requisitar dilação probatória. Não é
sucedâneo dos embargos do devedor que não mais
requisitam aquela garantia.

- Circunstância dos autos que versa sobre matéria para


embargos e não se admite a via da exceção de pré-
executividade. RECURSO DESPROVIDO. (Agravo de
Instrumento Nº 70075684423, Décima Oitava Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Moreno
Pomar, Julgado em 27/10/2017).

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ-RS -


Agravo de Instrumento : AI 70075555375 RS

Ementa

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PRIVADO


NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO DE EXECUÇÃO.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. NULIDADE
DO TÍTULO EXECUTIVO. CABIMENTO.

Resulta cabível o oferecimento de exceção de pré-


executividade envolvendo a alegação de nulidade do
título executivo, motivo pelo qual se impõe a
desconstituição da decisão agravada para fins de dar
oportunizar o julgamento do magistrado, evitando-se
supressão de um grau de jurisdição em manifesta afronta ao
Princípio do Duplo Grau. AGRAVO DE INSTRUMENTO
PARCIALMENTE PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº
70075555375, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Marco Antonio Angelo, Julgado em
14/12/2017).
Processo Civil IV
Atividade – Web 06
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:

R: O magistrado deve reconhecer a invalidade da arrematação, acatando a petição

promovida pelo executado, com incidência no art. 896, caput, do Código de Ritos.

Verifica-se no supracitado artigo, que a arrematação sobre bem de incapaz não pode ser

inferior a 80% do valor da avaliação, sendo este, o limite para considerá-lo preço vil.

Assim, o juiz competente irá confiar a guarda e administração do bem para um depositário

idôneo, adiando a alienação para momento futuro em leilão.

- Doutrina:

Por Humberto Theodoro Júnior, acerca do processo de execução, assim dissertando

sobre o disposto legal que aborda sobre o preço vil:

"A finalidade maior do aludido dispositivo legal é a de seguir um


dos princípios básicos do processo executivo, no sentido de que
não se deve realizar execução que não seja útil para o credor e
apenas ruinosa para o devedor”.

"O preço vil era, já há algum tempo, reconhecido, na justiça, como


causa de nulidade da arrematação, tendo em conta que o art. 692
vedava a prática de expropriação com tal vício. Entendia-se como
vil o preço que se situasse bem abaixo da avaliação atualizada do
bem licitado."

- Jurisprudência:

Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região TRT-17 -


AGRAVO DE PETIÇÃO: AP 02082000920035170131

Ementa
ARREMATAÇÃO. PREÇO VIL.

Em arrematação cujo lance atingiu 50% (cinquenta por cento) do


valor da avaliação, não há que se falar em caracterização de preço
vil. Inteligência do parágrafo único do artigo 891 do Novo CPC.

Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Agravo de


Instrumento: AI 21421069220168260000 SP 2142106-
92.2016.8.26.0000

Ementa

AGRAVO DE INSTRUMENTO

- Execução de título executivo extrajudicial - Despesas escolares -


Preço com valor mínimo de 50% do valor da avaliação, no caso de
segunda praça - Proprietário do bem que é incapaz e a decisão
ostenta condição de decisão interlocutória, ante a possível
prejudicialidade, podendo ser atacável pelo recurso de agravo de
instrumento (art. 1.015, parágrafo único, do NCPC)- Inteligência
do art. 896 do NCPC que, para bens pertencentes a incapazes,
o preço vil será de 80% do valor da avaliação, e, uma vez
frustrada a arrematação, será o bem entregue para guarda e
administração por depositário idôneo - Decisão reformada -
Recurso provido para se determinar que a arrematação do bem
ocorra, no mínimo, por 80% do valor da avaliação.

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul TJ-RS - Agravo de


Instrumento: AI 183012285 RS

Ementa

AGRAVO DE INSTRUMENTO. ARREMATACAO EM


LEILAO. NAO SE ADMITE A ARREMATACAO POR
PRECO VIL. NULA A ARREMATACAO, PREJUDICADA
FICA A DISCUSSAO EM TORNO DA PRETENDIDA
ADJUDICACAO PELO CREDOR. AGRAVO CONHECIDO E
DESPROVIDO.

(Agravo de Instrumento Nº 183012285, Quarta Câmara Cível,


Tribunal de Alçada do RS, Relator: Mário Augusto Ferrari, Julgado
em 05/05/1983)
Questão objetiva:

R: c) os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência


do executado, inclusive os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades
comuns correspondentes a um médio padrão de vida;

Processo Civil IV
Atividade – Web 07
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:

R: O magistrado deve acolher o requerimento dos executados, reconhecendo a prescrição


intercorrente e, prolatando sentença com extinção da execução com fulcro no arts. 921, §
5º e 924, inc. V do Código de Processo Civil . A fundamentação levantada pelo exequente
é totalmente adversa ao ordenamento jurídico pátrio, em que uma pretensão sine die, traria
grande insegurança jurídica, resultando uma perpetuação de lides; atingindo as esferas
constitucionais e cíveis, no que se refere aos princípios, maculando o devido processo
legal, a duração razoável do processo, a celeridade, economia processual, a dignidade
humana, dentre tanto outros que norteiam a ordem jurídica.

- Doutrina:
O que pontua o doutrinador Washington de Barros Monteiro sobre o fato da
questão supramencionada:
“A prescrição intercorrente é a que se verifica durante a
tramitação do feito na Justiça, paralisado por negligência do autor
na prática de atos de sua responsabilidade. Trata-se de espécie de
prescrição que ocorre não pela eventual demora na tramitação da
ação, mas pela inércia ou desídia do postulante em praticar os atos
processuais. ”

- Jurisprudência:

Tribunal de Justiça do Paraná TJ-PR - Apelação: APL


16230361 PR 1623036-1 (Acórdão)

Ementa
APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL. CHEQUE. SENTENÇA QUE DECLAROU
A PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE E JULGOU EXTINTO
O PROCESSO.

1. Suspensão da execução em razão de inexistência de bens


penhoráveis e ausência de manifestação do credor. Processo que
se manteve paralisado por mais de dez anos sem qualquer
manifestação do exequente. Prazo prescricional do cheque. Art.
33 e 59 da lei 7.357/85. Garantia constitucional da duração
razoável do processo.

2. Desnecessidade de intimação do exequente para dar andamento


ao feito para configuração da inércia do exequente. Extinção do
processo com base no artigo 487, ii do ncpc. Recurso conhecido e
desprovido. (tjpr - 14ª c.cível - ac - 1623036-1 - guarapuava - rel.:
sandra bauermann - unânime - - j. 12.04.2017)

Questão objetiva:

R: b) a execução é suspensa no todo ou em parte, quando o exequente renunciar ao


crédito;

Processo Civil IV
Atividade – Web 08
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:

R: Como decidir? O valor das astreintes poderia ser reduzido ex tunc?

Sim, o magistrado pode não só reduzir ex tunc como excluir as multas vencidas. As
astreintes giram em torno da efetivação da tutela jurisdicional por meio de uma coerção
que incide sobre o psicológico (ânimo) do devedor, não possuindo caráter ressarcitório
ou compensatório, inclusive, devendo evitar o enriquecimento sem causa.

No caso em tela, fica evidente que o valor total devido da multa ultrapassou 05 vezes o
da obrigação, sendo desmedido e exacerbado; a própria jurisprudência permite ao juiz por
meio da sua competência em instruir o processo, que possa reduzir as astreintes caso seja
necessário.
Apesar do art. 537, § 1º trazer um entendimento de redução somente das vicendas, o
entendimento jurisprudencial é compatível com a redução ex tunc. Mesmo existindo a
linha doutrinária de que pertence por direito adquirido ao patrimônio do devedor, a
finalidade é a efetivação da tutela jurisdicional que infere no cumprimento da obrigação
pleiteada. Logo, transformar a multa coercitiva em obstáculo ao cumprimento
obrigacional é ser contraproducente.

E, para os casos de fixação desta multa, não seria melhor simplesmente o magistrado
fixar multa de incidência única, em valor mais substancial, para que a mesma
realmente possa funcionar como fator coercitivo?

R: Por sapiência e experiência, o magistrado deve fixar a multa de maneira que realmente
venha exercer um fator coercitivo diante da realidade do devedor. Não sendo eficaz uma
irrisória nem estrondosa, em ambos os casos não exerceria nenhum efeito sobre a psique
do devedor. Podendo tanto aumentá-la como reduzi-la, sendo preponderante para o efeito
coercitivo do que uma incidência única, sempre observando a razoabilidade e
proporcionalidade.

- Doutrina:

Basicamente existem duas correntes doutrinárias principais sobre o tema, uma a favor da
redução ex nunc e outra sendo ex tunc:

Alexandre Câmara dispõe:


“(...)só se pode reduzir ou aumentar multa vincenda, não sendo
admissível a alteração de valor de multa já vencida, o que
implicaria a redução do valor de um crédito já configurado do
demandante, violando-se um seu direito adquirido”.

Daniel Amorim Assumpção Neves, que ensina:


"O §1° prevê que o juiz, de ofício ou a requerimento, pode
modificar o valor e a periodicidade da multa, regra já existente no
art. 461, §6º, do CPC/73, quando a multa se tornar insuficiente
ou excessiva ou quando o obrigado demonstrar o cumprimento
parcial da obrigação ou justa causa para o seu
descumprimento(...). Nesse tocante havia uma significativa
novidade no projeto de lei aprovado na Câmara que foi retirada
do Novo CPC pelo Senado. Havia previsão expressa no sentido de
que a mudança do valor da multa só se aplicaria para o futuro.
Primeiro, porque o dispositivo falava em 'multa vincenda' e depois
porque afirmava expressamente que a mudança não teria 'eficácia
retroativa'. Como se pode notar no projeto de lei aprovado na
Câmara, o valor consolidado das astreintes não poderia ser
reduzido pelo juiz, em entendimento que contraria a posição
majoritária da jurisprudência. O projeto de lei aprovado na
Câmara consagrava o que a 4ª Turma do Superior Tribunal de
Justiça chamou de 'indústria das astreintes', quando o exequente
abdica da satisfação do seu direito para manter a aplicação da
multa durante longo espaço de tempo. A retirada da expressão
'sem eficácia retroativa' do texto final do art. 537, §1°, do Novo
CPC continua a permitir a redução do valor consolidado da
multa."9
- Jurisprudência:

Superior Tribunal de Justiça STJ - AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL : AREsp 1101063 DF 2017/0110706-0

Decisão

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.101.063 - DF


(2017/0110706-0) RELATOR: MINISTRO RICARDO VILLAS
BÔAS CUEVA AGRAVANTE : GRUPO OK CONSTRUÇÕES
E INCORPORAÇÕES LTDA ADVOGADO : GUILHERME
ALVIM LEAL SANTOS E OUTRO (S) - DF040545
AGRAVADO : ANA LIZARDA CHAVES MOYSÉS
ADVOGADO : ANTÔNIO CARLOS NUNES DE OLIVEIRA E
OUTRO (S) - DF011462 DECISÃO (...) 3. Recurso especial
provido." (REsp 1.091.966/DF, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 8/2/2011, DJe
14/2/2011) Nos embargos de declaração opostos, o recorrente
alegou que houve contradição no julgado, conforme se observa do
seguinte trecho: "(...) Não há dívida de R$ 275.000,00, mas sim
aquela UNA, definida pelo respeitável Magistrado de piso, que,
repise-se, apesar de dividir o débito em dois processos
(2004.01.1.125152-5 e 2007.01.1.102925-0), deixou claro que se
tratava de uma só dívida (R$ 142.000,00 + R$ 261.000,00)" (fl. 893
e-STJ). Na hipótese dos autos, portanto, está caracterizada a
violação de prestação jurisdicional, porquanto buscou-se o
pronunciamento acerca de matéria relevante à solução da
controvérsia e que havia sido suscitada - valor excessivo da multa
imposta - permanecendo o Tribunal de origem silente quanto à
análise dessa questão. Ademais, importa ressaltar que, nos termos
da jurisprudência desta Corte de Justiça o valor da multa pode ser
apreciado inclusive de ofício, não caracterizando, portanto, ofensa
à coisa julgada, senão vejamos: "AGRAVO INTERNO NO
RECURSO ESPECIAL. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS.
ARTIGO 461 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973.
ASTREINTES. DESCABIMENTO. COISA JULGADA. NÃO
CONFIGURAÇÃO. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça, inclusive firmada em recurso especial representativo de
controvérsia, é no sentido de ser descabida a multa cominatória
na exibição, incidental ou autônoma, de documento relativo a
direito disponível (Súmula nº 372/STJ). 2. A decisão que
arbitra astreintes não faz coisa julgada material, visto que é
apenas um meio de coerção indireta ao cumprimento do
julgado, podendo ser modificada a requerimento da parte ou
de ofício, para aumentar ou diminuir o valor da multa ou,
ainda, para suprimi-la. (...)

Questão objetiva
R: b) Embargos à execução;

Processo Civil IV
Atividade – Web 09
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:
R: A razão assiste ao Maurício, o cumprimento por obrigação de fazer ou não fazer e dar
coisa certa, não é baseado no mesmo procedimento adotado para a obrigação de pagar
quantia certa, logo, não se aplica a este caso concreto os Arts. 910, 534 e 535 do Código
de Processo Civil, além do art. 100 da CRFB/88. Respondendo então aos arts. 536 a 538
do Código de Ritos.
- Doutrina:
Pela doutrina do Ministro Luiz Fux, denotando o motivo principal expresso no texto
legal da diferença do tratamento sobre o cumprimento da obrigação de fazer ou não
fazer e de pagar quantia certa, observando a última:
“A diferença do presente rito está em que, no cumprimento da
sentença por execução para entrega de soma contra a Fazenda
Pública, cita-se a devedora para opor embargos em 30 (trinta) dias
na forma do art. 1º da Lei nº 9.94/97 que alterou o prazo pela MP
nº 2.180; se esta não os opuser, no prazo legal, o juiz requisita o
pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente.
Por seu turno, este pagamento faz-se na ordem de apresentação do
precatório e à conta do respectivo crédito. Justifica-se a
atipicidade procedimental da medida em que os bens públicos
são inalienáveis, não havendo as etapas conducentes à
expropriação” (O Novo Processo de Execução: o cumprimento da
sentença e a execução extrajudicial. Rio de Janeiro: Forense,
2008,pp. 333-334)

- Jurisprudência:
Voto do Ministro Edson Fachin sobre o regime diferenciado da Fazenda Pública em
relação a obrigação de fazer e pagar quantia certa, envolvendo um caso de pensão
referente à obrigação de fazer em execução provisória:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 573.872 RIO GRANDE DO


SUL
RELATOR: MIN. EDSON FACHIN
RECTE.(S) :UNIÃO
PROC (A/S)(ES): ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
RECDO.(A/S): ELI PETRAZINI EBONI
ADV.(A/S): RITA MARIA SPERANÇA LETIZIA DELLA
GIUSTINA
AM. CURIAE. SINDICATO NACIONAL DOS
SERVIDORES FEDERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA E
PROFISSIONAL – SINASEFE
ADV.(A/S): JOSE LUIS WAGNER
(...)Verifica-se que o novo Código de Processo Civil conferiu
mais poderes ao juízo para efetivar a tutela específica referente
à obrigação de fazer, como se depreende do art. 536 do diploma
legal, in verbis:
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a
exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá,
de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica
ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente,
determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar,
entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a
remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o
impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário,
requisitar o auxílio de força policial.
§ 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será
cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-se o disposto
no art. 846, §§1º a 4º, se houver necessidade de arrombamento. §
3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando
injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de
sua responsabilização por crime de desobediência.
§ 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade
de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no que
couber.
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao
cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não
fazer de natureza não obrigacional.
Portanto, entendeu o legislador separar o cumprimento de
sentença, inclusive do ponto de vista topográfico-legislativo,
que reconheça a exigibilidade de obrigação de pagar quantia
certa pela Fazenda Pública e a de fazer.
De todo modo, constata-se que a provisoriedade da decisão decorre
da pendência de recurso não recebido em seu efeito suspensivo. Em
suma, o cumprimento imediato da decisão provisória dá-se nos
mesmos termos que a definitiva, ressalvadas as peculiaridades
expressas nos incisos I a III da norma supracitada. (...)

Questão objetiva:
R: b) Embargos à execução;

Processo Civil IV
Atividade – Web 10
Aluno: Igor Teixeira
Turma: 3002

Caso concreto:
R: Não deve ser deferido, pela própria vedação expressa no art. 524, §2º sobre a multa
ocorrente no art. 523, §1º. A natureza intrínseca da função e atividade da Fazenda Pública
impede tal acometimento, pois prejudicaria sobremaneira a forma de pagamentos em
precatórios e RPVs. Havendo ordem de preferência e pagamento, mediante classificação
especifica, corroborado pelo art. 100 da CRFB/88.
- Doutrina:
A doutrina é pacífica neste ponto, ainda mais por ser uma questão com base expressa
no texto constitucional e pela natureza da Fazenda Pública.
Por Luiz Osório Moraes Panza:
"... Consoante o parágrafo segundo, a multa prevista no § 1º do
art. 523 não se aplica ao caso, considerando-se o tratamento
privilegiado dado à Fazenda Pública, haja vista a presença do
regime especial do precatório, muito embora haja crítica
doutrinária a respeito por violar o princípio da igualdade."
Por Guilherme Rizzo Amaral
"Já se encontrava assentada na jurisprudência do STJ a
inaplicabilidade de multa de 10% prevista no art. 475-J do CPC
revogado à Fazenda Pública. (...) O atual CPC traz, em seu art.
534, § 2º, previsão expressa nesse sentido."

- Jurisprudência:

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR PÚBLICO.


EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. MULTA
PREVISTA NO ARTIGO 475-J CPC. NÃO INCIDÊNCIA.
OBSERVÂNCIA AO RITO DO ARTIGO 730 DO CPC. Não se
aplica a multa prevista no artigo 475-J do CPC nas execuções
propostas contra a Fazenda Pública, uma vez que se sujeitam ao
procedimento próprio regulado nos artigos 730 e 731 do
CPC, ficando o pagamento condicionado à prévia expedição de
precatório ou Requisição de Pequeno Valor, nos termos do artigo
100 da CF. RPV. RENÚNCIA. ATUALIZAÇÃO DE VALORES.
OBSERVÂNCIA AO LIMITE DE 40 (QUARENTA) SALÁRIOS-
MÍNIMOS. Havendo renúncia para fins de recebimento do crédito
de forma privilegiada, através da competente Requisição de
Pequeno Valor, não pode o valor atualizado superar o limite
constitucional de 40 (quarenta) salários-mínimos. AGRAVO DE
INSTRUMENTO PROVIDO.
Agravo de Instrumento nº 70051834968, Vigésima Quinta Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Laís Ethel Corrêa Pias,
Julgado em 14/05/2013

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO CONTRA A


FAZENDA PÚBLICA. MULTA DO ART. 475-J DO CPC.
INAPLICABILIDADE. PRECATÓRIO DE NATUREZA
ALIMENTAR. ART. 100 DA CF/8 . JUROS DE MORA. ART. 1º-F
DA LEI N. 9.494/97. PRECLUSÃO E COISA JULGADA.
FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO NÃO
IMPUGNADOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 283 /STF.
1. A despeito de a condenação referir-se à verba de natureza
alimentar (proventos / pensões), a execução contra
a Fazenda Pública deve seguir o rito do art. 730 do CPC, por
tratar de execução de quantia certa. É que o art. 100 da
Constituição Federal não excepcionou a verba alimentícia do
regime dos precatórios, antes, apenas lhe atribuiu preferência
sobre os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º do
referido dispositivo legal (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).
2. Não há que se falar em incidência da multa de 10% prevista
no art. 475-J do CPC em sede de execução contra
a Fazenda Pública, visto que não é possível exigir que Fisco
pague o débito nos 15 dias de que trata o dispositivo supra, eis
que o pagamento do débito alimentar será realizado na ordem
preferencial de precatórios dessa natureza.
3. A Corte a quo afastou a incidência do art. 1º-F na Lei n. 9.494
/97, bem como entendeu que os juros deveriam ser calculados a
partir da citação na ação de conhecimento, uma vez que tais
questões teriam sido atingidas pela preclusão e pela coisa julgada,
sendo que a alterações da sentença no particular implicaria
violação dos arts. 467, 468 e 471 do CPC. O referido fundamento
do acórdão recorrido não foi impugnado pelo recorrente, o que
inviabiliza o conhecimento do recurso especial no ponto em face
do óbice da Súmula n. 283 /STF.
4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte,
provido.
STJ - RECURSO ESPECIAL 1201255 RJ 2010/0129823-1
Data de publicação: 04/10/2010

Questão objetiva:
R: b) impossibilidade jurídica do pedido;

Você também pode gostar