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RESUMO
A cidade de Itabira tem seu crescimento condicionado ao vale formado pelo ribeirão
do Peixe, a jusante de importantes de barragens de contenção de rejeitos. O risco
associado a este tipo de barragem é sensivelmente superior a barramentos de
qualquer outra atividade.
A proximidade destes barramentos com a área urbana do vale a jusante exige uma
reavaliação estatística das deteriorações físicas ocorridas, bem como a instalação
de métodos mais ágeis de avaliação do comportamento destas barragens.
ABSTRACTS
The city of Itabira has its growth conditioned by the valley formed by the do Peixe
stream in the downstream region of major tailings impoundment dams.
The hazard associated to this kind of dam is considerably higher than any other dam
of any purpose.
The proximity of these dams to the urban area requires a statistic reassessment of
the phisical deterioration occured, as well as the adoption of more ágil methods of
assessing the behavior of theses dams.
This paper proposes a methodology that indeed automate the capture and
processing of the dam behavior informations.
A infraestrutura urbana desta área conta com rede viária bem desenvolvida e com o
tramo terminal de um ramal ferroviário de transporte de minérios o qual serve as
minas do complexo com três peras ferroviárias. Conta ainda com sistemas de
adução, sistemas de comunicação e uma robusta rede de distribuição elétrica de
média e alta tensão.
Todas elas foram construídas em aterro, sendo que as duas primeiras são para
conter sólidos provenientes de erosões, e as outras se prestam somente para
contenção de rejeitos provenientes das minas adjacentes.
A galeria extravasora do vertedouro tulipa foi instalada numa região com grande
probabilidade de ocorrência de solo residual de alta compressibilidade de modo que
a galeria pode ter sofrido um deslocamento, muito provavelmente, maior que a
capacidade de deformação do solo do maciço, o que eventualmente pode ter
ocasionado o surgimento de grandes vazios que se estabilizam temporariamente,
porém, com o alteamento da crista da barragem podem ocorrer vazamentos de água
sob pressão pelas juntas da galeria chegando a provocar rompimentos hidráulicos
prejudiciais ao maciço, com consequências irreversíveis e, em alguns casos,
desastrosas.
2.5 O
MÉTODO CONSTRUTIVO E DE ALTEAMENTO POR JUSANTE DE BARRAGENS DE
CONTENÇÃO DE REJEITOS
Além da situação acima à época da construção do barramento são feitos cortes que
podem descobrir uma eventual fratura abaixo do nível do reservatório. Esta fratura,
muitas vezes com permeabilidade consideravelmente maior que a do maciço, após o
enchimento do reservatório pode permitir um aumento da velocidade do fluxo d´água
na fundação da estrutura provocando a erosão do solo atrás ou abaixo da estrutura
descalçando-a e levando-a a ruína em casos extremos. Da mesma forma a
legislação de segurança de barragens classifica este fato como Perigoso.
3. A GESTÃO DO RISCO
De modo que, do ponto de vista hidráulico, a gestão do risco nos vales a jusante de
barragens tem por objetivo fundamental o controle ou mitigação dos potenciais
Avaliação do risco e o
Controle e Mitigação do risco.
Vários são os perigos que ameaçam a segurança dos vales a jusante de barragens.
Estes perigos podem ser identificados através de estudos e levantamentos
realizados por profissionais especializados. Estudos como, por exemplo, a
identificação das deteriorações possíveis na barragem que conduzam à sua ruptura
parcial ou total e a correspondente propagação da onda de cheia, são análises
relacionadas com a avaliação do risco no vale a jusante. Tais estudos constituem-se
em respostas “racionais” ao fato dos vales localizados em regiões urbanas
desenvolvidas e em constante crescimento, a jusante de barragens poderem
eventualmente vir a sofrer o impacto de cheias de elevada magnitude.
Os fatos acima ocultam o verdadeiro potencial hídrico que ameaça o vale a jusante,
exatamente como acontece na região metropolitana de Itabira junto ao vale do
ribeirão do Peixe. O armazenamento hídrico desta região, que pode chegar à
considerável marca de algumas centenas de hectômetros cúbicos (hm3), encontra-
se potencialmente situado a mais de uma centena de metros acima da região
metropolitana do vale do ribeirão do Peixe numa distância de pouco mais 5
quilômetros.
FIGURA 3: Curva F x N
Um dos critérios para a avaliação do risco nos vales a jusante de barragens com
maior divulgação mundial foi o desenvolvido pelo Australian National Committee on
Na fase de tomada de decisão e controle e mitigação dos riscos entra-se numa área
comum do controle de segurança de barragens que está presente na maior parte
das disposições normativas e regulamentares, como sejam, por exemplo, a
realização de estudos de ruptura para caracterização das consequências, a
realização de Planos de Emergência e a implementação de sistema de aviso e
alerta.
Há muito que o controle de segurança de barragens tem sido uma preocupação para
fazer face ao elevado número de rupturas ocorridas neste tipo de estruturas e as
consequências resultantes.
Ainda mais, os marcos superficiais, geofones, inclinômetros entre outros, todos eles
monitorados “on line” através de sensores automatizados podem oferecer
informações relacionadas com o deslocamento real da estrutura.
Onde:
1. Sismicidade
2. Escorregamento de taludes
3. Cheias superiores ao Projeto
4. Gestão do reservatório
5. Ações agressivas (Clima, água, água de processo, rejeito)
Onde:
6. Dimensionamento estrutural
7. Fundações
8. Órgãos de descarga
9. Manutenção
Onde:
α𝑔 = E x F x R
1. Análise do Projeto
Deformações
Níveis piezométricos
Medição de vazões
Níveis de montante e jusante
2. Grandezas a medir
Análises dos índices de risco
3. Dispositivos de observação com especificações para a sua instalação
4. Localização da aparelhagem
5. Inspeção visual
6. Frequência de leituras
7. Modelos de comportamento
De modo que o controle das ações de avaliação de risco através de redes neurais
deve ter a mesma periodicidade na qual são tomadas as leituras dos instrumentos
de medição e controle, de acordo como definido na fase de projeto e operacional do
reservatório.
Define-se a princípio que este controle através de redes neurais seja semanal, ou
quando um fato externo que justifique seu processamento.
6. CONCLUSÕES
[1] ANCOLD, The Australian National Committee on Large Dams (2003) – Guidelines
on Risk Assessment. Australian National Committee on Large Dams, Sydney;
[6] IAEA, International Atomic Energy Agency (1992) – The Role of Probabilistic
Safety Assessment and Probabilistic Safety Criteria in Nuclear Power Plant
Safety. Safety Series No. 106, Vienna;
[7] ICOLD, International Comission on Large Dams and UNEP, United Nations
Environmental Program (1996) – Bulletin 106: A guide to tailings dams and
impoundments – design, construction, use and rehabilitation, ICOLD, Paris;
[8] ICOLD, International Comission on Large Dams and UNEP, United Nations
Environmental Program (2001) – Bulletin 121: Tailings dams risk of dangerous
occurrences – Lessons learnt from practical experience, ICOLD, Paris;
[12] USBR, United States Bureau of Reclamation (1997). Guidelines for Achieving
Public Protection in Dam Safety Decision Making. Dam Safety Office, Department
of the Interior, Denver, Colorado;
[10] LOPES, R.A.C., dos Santos, E.P., SALAZAR, G.J.F., GOMES, M.F., VELOSO,
L.A.C.M., (2008) – “Emprego de modelo regressivo linear e rede neural artificial
no controle da segurança de barragens de concreto”, Revista Sul-Americana de
Engenharia Estrutural – ASAEE Associação Sul-Americana de Engenharia
EStrutural – Editora da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, v.5, n.2/3, p.
65-80, maio/dez. 2008;