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DOUGLAS JOSÉ DA SILVA

LEI DE DROGAS
JURISPRUDÊNCIA EM QUESTÕES COMENTADAS

2017 a 2019
Material GRATUITO
A lei penal especial mais cobrada em concursos públicos

Este PDF contém apenas o capítulo referente à Lei de


Drogas retirado do livro abaixo.

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Edição 2019.2
DJUS - Prof. Douglas Silva
VADE MECUM de JURISPRUDÊNCIA PENAL em QUESTÕES COMENTADAS – Por ASSUNTO - STF e STJ – 2017 a 2019

Sumário
DIREITO PENAL – LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

1. LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343/06 ........................................................................................................................ 2

TRÁFICO PRÓXIMO A ESTABELECIMENTO PRISIONAL E MAJORANTES DA LEI DE DROGAS.......................................... 2


TRÁFICO EM DIA SEM MOVIMENTAÇÃO NAS ESCOLAS E MAJORANTE DA LEI DE DROGAS ......................................... 3
TRÁFICO PRÓXIMO A ESCOLAS E EFETIVA COMERCIALIZAÇÃO .................................................................................... 3
TRÁFICO INTERNACIONAL E EFETIVA TRANSPOSIÇÃO DA FRONTEIRA ......................................................................... 4
TRAFICO INTERESTADUAL E TRANSPOSIÇÃO DA FRONTEIRA DO ESTADO ................................................................... 5
APLICAÇÃO SIMULTÂNEA OU NÃO DE MAJORANTES (TRANSNACIONALIDADE E INTERESTADUALIDADE) ................. 6
HÁ OU NÃO CONCURSO DE CRIMES ENTRE OS DOS ARTS. 33 a 37 DA LEI DE DROGAS COM O DO ART. 244-B DO
ECA? .............................................................................................................................................................................. 7
SEJA O TRÁFICO PRIVILEGIADO OU NÃO QUAL É O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA? ........................... 8
GRANDE QUANTIDADE DE DROGA E POSSIBILIDADE OU NÃO DE RECONHECER O TRÁFICO PRIVILEGIADO ............... 9
POSSIBILIDADE OU NÃO DO RECONHECIMENTO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO ÀS “MULAS” ...................................... 10
POSSIBILIDADE OU NÃO DA UTILIZAÇÃO DE INQUÉRITOS PARA AFASTAR O TRÁFICO PRIVILEGIADO ...................... 10
CUMULATIVIDADE DOS REQUISITOS PARA SE RECONHECER O TRÁFICO PRIVILEGIADO ........................................... 11
É OU NÃO CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO O TRAFICO PRIVILEGIADO? ................................................................ 12
RECONHECIMENTO OU NÃO DA ATENUANTE DA CONFISSÃO QUANDO SE NEGA A TRAFICÂNCIA ........................... 12
É OU NÃO TRÁFICO DE DROGAS A IMPORTAÇÃO DE SEMENTES DE MACONHA? ...................................................... 13
POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL GERA OU NÃO REINCIDÊNCIA? ......................................................... 14
DESCLASSIFICAÇÃO DE TRÁFICO PARA POSSE DE DROGAS E REINCIDÊNCIA .............................................................. 15
TRÁFICO DE DROGAS E POSSIBILIDADE OU NÃO DO CONFISCO DE BENS DE USO EVENTUAL ................................... 15
INTERROGATÓRIO NA LEI DE DROGAS COMO PRIMEIRO OU ÚLTIMO ATO DA INSTRUÇÃO. ..................................... 16

2. RESUMO...............................................................................................................................................................17

DIREITO PENAL - LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL ............................................................................................................ 17

3. SOBRE O AUTOR ...................................................................................................................................................20

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da Parte Geral, Especial e Legislação Extravagante.

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DIREITO PENAL
VADE MECUM DE JURISPRUDÊNCIA PENAL – POR ASSUNTO
STF e STJ – 2017 a 2019

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

1. LEI DE DROGAS – LEI Nº 11.343/06


MAJORANTES/CAUSAS DE AUMENTO DE PENA

TRÁFICO PRÓXIMO A ESTABELECIMENTO PRISIONAL E MAJORANTES DA LEI DE DROGAS

1. (DJUS) Para o STF e STJ, não se aplica a majorante do art. 40, III, da Lei de Drogas
quando constatada a comercialização de drogas nas imediações de
estabelecimentos prisionais, se o agente infrator não visa atingir os frequentadores
daquele local.

Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações):

Tingulinho vendeu, nas imediações de um estabelecimento prisional, certa quantidade


de droga a Mané, usuário que por ali passava. O comprador não era detento e nem
frequentador do local. Nessa situação, para o STF e STJ, não se aplica a majorante do
art. 40, III, da Lei de Drogas, uma vez que o usuário comprador da droga não tinha
qualquer relação com o estabelecimento prisional. C/E?

INFO COMENTÁRIO
858/STF
Gabarito. ERRADO. Conforme jurisprudência do STF e STJ, aplica-se a majorante do art.
40, III, da Lei de Drogas quando constatada a comercialização de drogas nas imediações
de estabelecimentos prisionais, sendo IRRELEVANTE se o agente infrator visa ou não os
frequentadores daquele local. Em outras palavras, basta que a comercialização da droga
seja feita nas imediações dos estabelecimentos descritos no referido dispositivo legal, não
importando se a droga se destina ou não às pessoas que frequentam o local, como
detentos ou familiares dos presos. O julgado refere-se a estabelecimentos prisionais, mas
nada impede que se faça o mesmo raciocínio em relação aos outros locais: “Art. 40. As
penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
(...) III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis,
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo,
de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de
tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou
policiais ou em transportes públicos”.
STF. 2ª Turma. HC 138944/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858).

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STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1617550/SC, Rel. Ministro REYNALDO SOARES, j. 20/09/2016.
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1558551-MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/09/2017

TRÁFICO EM DIA SEM MOVIMENTAÇÃO NAS ESCOLAS E MAJORANTE DA LEI DE DROGAS

2. (DJUS) Aplica-se a majorante do art. 40, III, da Lei de Drogas ainda que o tráfico
ocorra em dia e hora em que não há movimento de pessoas no local (ex.: escola
fechada), de acordo com STJ. C/E?

Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações):

Drogário, em frente a uma escola que estava fechada por ser fim de semana, vendeu
certa quantidade de droga a um usuário que por ali passava. Nessa situação, para o STJ,
ainda assim, aplica-se a majorante do art. 40, III, da Lei de Drogas, sendo irrelevante se o
local de ensino está ou não aberto no momento da comercialização. C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. ERRADO. De acordo com o STJ, NÃO incide a causa de aumento de pena
prevista no art. 40, inciso III, da Lei nº 11.343/2006, se a prática de narcotraficância
INFO ocorrer em dia e horário em que não facilite a prática criminosa e a disseminação de
622/STJ drogas em área de maior aglomeração de pessoas (ex.: escolas fechadas). Em outras
palavras, fazendo uma interpretação teleológica (finalística) da norma, infere-se que a
razão de ser da lei é punir de forma mais severa quem, por traficar nas dependências ou
na proximidade de estabelecimento de ensino, tem maior proveito e facilidade na difusão
e no comércio de drogas em região de grande circulação de pessoas, expondo os
frequentadores do local a um risco inerente à atividade criminosa da narcotraficância.
Assim, se a escola, por exemplo, está fechada, por ser domingo de madrugada, não há
como incidir a referida causa de aumento. Por fim, insta salientar que o mesmo raciocínio
se aplica aos demais locais indicados no art. 40, inciso III, da Lei nº 11.343/2006, vejamos:
“Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois
terços, se: (...) III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de
estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis,
sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo,
de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de
tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou
policiais ou em transportes públicos”.

STJ. 6ª Turma. REsp 1.719.792-MG, Rel. Min. Maria Thereza, julgado em 13/03/2018 (INFO/STJ 622).

TRÁFICO PRÓXIMO A ESCOLAS E EFETIVA COMERCIALIZAÇÃO

3. (DJUS) Para incidir a majorante do art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006 é
INFO necessário haver efetiva comprovação de mercancia na respectiva entidade de
622/STJ ensino, ou mesmo de que o comércio visa a atingir os estudantes, conforme STJ.
C/E?

Vejamos a seguinte situação hipotética:

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Telibaldo ficou desempregado e passou a vender maconha em sua residência que ficava
em frente a uma escola. A droga nunca foi vendida a nenhum estudante ou qualquer
frequentador do estabelecimento de ensino, nem visava atingir essas pessoas. Nessa
situação, para o STJ, ainda assim, deve incidir a causa de aumento de pena prevista no
art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006, pois o tráfico era praticado próximo a uma
escola. C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. ERRADO. Para o STJ, a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III,
da Lei n. 11.343/2006 tem natureza objetiva, sendo DESNECESSÁRIA a efetiva
comprovação de mercancia na respectiva entidade de ensino, ou mesmo de que o
comércio visa a atingir os estudantes, sendo suficiente que a prática ilícita tenha ocorrido
em locais próximos. Em outras palavras, ainda que não tenha havido a efetiva
comercialização da droga nas proximidades de uma escola ou mesmo que o comercio de
drogas realizado próximo não vise os estudantes, ainda assim, incide a causa de aumento
de pena. Isso, porque, o STJ faz uma interpretação teleológica (finalística) da norma,
concluindo que a finalidade da lei é punir de forma mais severa quem, por traficar nas
dependências ou na proximidade de estabelecimento de ensino, por exemplo, tem maior
proveito e facilidade na difusão e no comércio de drogas em região de grande circulação
de pessoas, expondo os frequentadores do local a um risco inerente à atividade criminosa
da narcotraficância. Por essa razão é que também entende o STJ que se o local de ensino
não estiver funcionando (ex.: fim de semana) a referida causa de aumento não se aplica
(REsp 1.719.792-MG - INFO/STJ 622). Por fim, embora o julgado se refira a
estabelecimentos de ensino, nada impede que se faça o mesmo raciocínio em relação aos
outros locais: “Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de
um sexto a dois terços, se: (...) III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de
entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais
de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer
natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de
unidades militares ou policiais ou em transportes públicos”.
STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp 1558551-MG, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 12/09/2017.
STJ. 6ª Turma. HC 359088-SP. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 04/10/2016.

TRÁFICO INTERNACIONAL E EFETIVA TRANSPOSIÇÃO DA FRONTEIRA

4. (DJUS) Para o STF e STJ, é possível incidir a majorante do art. 40, I, da Lei
11.343/2006 (tráfico internacional de drogas) ainda que não ocorra a transposição
da fronteira do país. C/E?
INFO
Vejamos a seguinte situação hipotética:
622/STJ
Rosinha e seu marido passaram a fazer parte da associação liderada por Ramão,
traficante brasileiro que adquiria drogas no Paraguai. O casal recebeu como primeira
missão viajar de Ponta Porã/MS, cidade em que moravam, até a cidade de Pedro Juan
no Paraguai para pegar droga. Já de posse da droga, antes de cruzarem a fronteia entre
os países o casal foi preso, confessaram os fatos e o chefe da associação também foi
preso posteriormente. Nessa situação, para o STF e STJ, se condenados os três réus,

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deve incidir a causa de aumento de pena do art. 40, I, da Lei 11.343/2006 (tráfico
internacional de drogas). C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. CERTO. De acordo com o STF e STJ, é possível incidir a majorante do art. 40, I,
da Lei 11.343/2006 (tráfico internacional de drogas) ainda que não ocorra transposição
da fronteira do país, bastando que se comprove que a droga se destinava ao exterior,
inclusive havendo súmula do STJ nesse sentido: “Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico
transnacional de drogas (art. 40, I, da Lei nº 11.343/2006) configura-se com a prova da
destinação internacional das drogas, ainda que não consumada a transposição de
fronteiras”. STF no mesmo sentido: “A incidência da majorante, que tem como objetivo
apenar com maior severidade a atuação do traficante direcionada para além das
fronteiras do País, não exige o transporte efetivo para o exterior, basta que se identifique
a intenção”. Em outras palavras, havendo prova nos autos de que a droga apreendida
tinha com destino outro país, ou seja, caracterizado o tráfico internacional de drogas, é
prescindível (não precisa) que haja a efetiva transposição da fronteira dos países para
incidir a referida causa de aumento de pena. Da leitura do dispositivo, inclusive, verifica-se
que o tipo não exige transposição de fronteiras, mas apenas evidências de
transnacionalidade, a saber: “art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a procedência da substância ou
do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do
delito”.
STJ. 3ª Seção. Súmula 607 aprovada em 11/04/2018, DJe 17/04/2018.
STF. 2ª Turma. HC 127221, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 25/08/2015.

TRAFICO INTERESTADUAL E TRANSPOSIÇÃO DA FRONTEIRA DO ESTADO

5. (DJUS) Consoante jurisprudência do STF e do STJ é possível incidir a majorante do


art. 40, V, da Lei 11.343/2006 (tráfico interestadual de drogas) ainda que não ocorra
transposição da fronteira do estado. C/E?

Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações):

Talismânio foi com seu automóvel de Uberaba⁄MG para pegar drogas em São José do
INFO
Rio Preto⁄SP, a mando de indivíduo identificado como "João" e transportar de volta
610/STJ
para Minas Gerais. Depois que estava de posse da droga, antes de cruzar a fronteira dos
estados foi preso em flagrante pela polícia mineira. Nessa situação, para o STF e STJ,
INFO
ainda assim, é possível incidir a majorante do art. 40, V (tráfico interestadual de drogas).
808/STF
C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. CERTO. Conforme jurisprudência do STF e STJ é possível incidir a majorante do


art. 40, V, da Lei 11.343/2006 (tráfico interestadual de drogas) ainda que não ocorra a
transposição entre as fronteiras do estado da federação, sendo suficiente a
comprovação de que a droga se destinava a outro estado, inclusive havendo súmula do
STJ nesse sentido: “Súmula 587-STJ: Para a incidência da majorante prevista no artigo 40,
V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a efetiva transposição de fronteiras entre estados da

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federação, sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico


interestadual”. STF no mesmo sentido: “para a configuração do tráfico interestadual de
drogas (art. 40, V, da Lei 11.343/2006), não se exige a efetiva transposição da fronteira,
bastando a comprovação inequívoca de que a droga adquirida num estado teria como
destino outro estado da Federação”. Em outras palavras, havendo prova nos autos de que
a droga apreendida tinha com destino outro estado da federação ou o Distrito Federal, ou
seja, caracterizado o tráfico interestadual de drogas, é prescindível (não precisa) que haja
a efetiva transposição da fronteira dos estados para incidir a referida causa de aumento
de pena. Da leitura do dispositivo, inclusive, verifica-se que o tipo não exige transposição
da fronteira dos estados ou do Distrito Federal, mas apenas que esteja caracterizado o
tráfico entre estes, a saber: “art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
aumentadas de um sexto a dois terços, se: V - caracterizado o tráfico entre Estados da
Federação ou entre estes e o Distrito Federal”.
STJ. 3ª Seção. Súmula 587 aprovada em 13/09/2017, DJe 18/09/2017.
STF. 1ª Turma. HC 122791/MS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015. (INFO/STF 808)

APLICAÇÃO SIMULTÂNEA OU NÃO DE MAJORANTES (TRANSNACIONALIDADE E


INTERESTADUALIDADE)

6. (DJUS) De acordo com o STJ, no tráfico ilícito de drogas, é inadmissível a aplicação


simultânea das causas especiais de aumento de pena relativas à transnacionalidade
e à interestadualidade do delito (art. 40, I e V, da Lei n. 11.343/2006). C/E?

Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações):

Mariano, depois de ter percorrido pelo estado do Mato Grosso, foi preso em flagrante,
próximo à cidade de Goiânia - GO, transportando 57,967 kg de cocaína, acondicionados
no tanque de combustível do veículo automotor que conduzia, adquiridos na Bolívia
rumo ao Distrito Federal. Nessa situação, para o STJ, como a droga tem origem
internacional e circulou por mais de um estado da federação, ainda que não
comprovada a intensão de pulverizar a droga em vários estados, é possível aplicar
INFO simultaneamente as majorantes relativas à transnacionalidade e à interestadualidade
586/STJ do delito (art. 40, I e V, da Lei n. 11.343/2006). C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. ERRADO. Para o STJ, é perfeitamente possível a aplicação simultânea das


causas especiais de aumento de pena relativas à transnacionalidade e à
interestadualidade do delito no tráfico de drogas (art. 40, I e V, da Lei n. 11.343/2006),
desde que comprovada a intenção do importador da droga de difundi-la em mais de um
estado do território nacional. Em outas palavras, a aplicação dessas duas majorantes de
forma simultânea é perfeitamente possível, desde que fique comprovado que a droga de
origem internacional tinha a finalidade de comercialização em mais de um estado ou
entre algum destes e o Distrito Federal. Nesse caso, não basta que a droga de origem
internacional percorra vários estados para se aplicar as majorantes simultaneamente (ex.:
para chegar da Bolívia ao Distrito Federal de carro necessário passar por Mato Grosso e
Goiás). É imprescindível que seja comprovada a intenção do importador da droga de
difundi-la em mais de um estado do território nacional. Em suma, se o traficante apenas
trouxe a droga de outro país e para chegar ao destino final pretendido, por imperativos de

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ordem geográfica teve que passar por outros estados, mas o destino era apenas um deles
não incidem as duas majorantes, mas apenas a do tráfico internacional de drogas.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.273.754-MS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, DJe 17/11/2014.
STJ. 6ª Turma. HC 214.942-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/6/2016, DJe 28/6/2016.

HÁ OU NÃO CONCURSO DE CRIMES ENTRE OS DOS ARTS. 33 a 37 DA LEI DE DROGAS


COM O DO ART. 244-B DO ECA?

7. (DJUS) De acordo com o STJ, o réu que pratica algum dos crimes dos arts. 33 a 37 da
Lei de Drogas com um menor não responde pelo crime do art. 244-B do ECA
(corrupção de menores), tendo apenas a majoração da pena pelo art. 40, VI, da Lei
nº 11.343/2006. C/E?

Vejamos a seguinte situação hipotética:

Maviano, traficante, dono de uma “boca de fumo” contratou Joãozinho, menor de 18


anos, para vender droga junto com ele. Joãozinho e Mavino foram pegos em flagrante
pela polícia comercializando o entorpecente. Nessa situação, para o STJ, Maviano,
embora tenha corrompido o menor com ele praticando crime (art. 244-B do ECA),
responderá apenas pelo tráfico de drogas com a pena majorada de 1/6 a 2/3. C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. CERTO. Para o STJ, na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo menor
de 18 anos não está previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu poderá ser
INFO condenado pelo crime de corrupção de menores. Porém, se a conduta estiver tipificada
595/STJ em um desses artigos (33 a 37), não será possível a condenação por aquele delito, mas
apenas a majoração da pena com base no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006. Em outras
palavras, se o agente comete o crime de tráfico de drogas (art. 33) juntamente com um
menor de 18 anos, ele não será condenado por dois crimes em concurso formal - tráfico
de drogas e corrupção de menores (art. 244-B do ECA) -, mas sim pelo tráfico com a pena
majorada de 1/6 a 2/3 (art. 40, VI, da Lei de Drogas). Isso, porque, nesse caso, quando o
agente pratica os delitos previstos nos arts. 33 a 37 envolvendo ou visando atingir criança,
adolescente ou quem tenha capacidade de entendimento e determinação diminuída deve
incidir o princípio da especialidade atraindo a incidência da majorante e afastando a
aplicação do art. 244-B do ECA. Por fim, também não se pode aplicar cumulativamente a
referida majorante e o art. 244-B, sob pena de incidir em bis in idem. Fora os tipos penais
acima elencados, salvo se houver outra regra expressa, o agente que comete uma
infração penal com um menor de 18 anos (ex.: roubo) responde pelo crime principal em
concurso formal com o crime do art. 244-B, ainda que o adolescente já esteja envolvido
no mundo do crime (súmula 500 do STJ e art. 244-B do ECA), a saber: “Art. 244-B.
Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele praticando
infração penal ou induzindo-o a praticá-la: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos”;
Súmula 500 do STJ - “A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova
da efetiva corrupção do menor, por se tratar de delito formal.”
STJ. 6ª Turma. REsp 1.622.781-MT, Rel. Min. Sebastião Reis, julgado em 22/11/2016 (INFO/STJ 595).

TRÁFICO PRIVILEGIADO/CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA

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SEJA O TRÁFICO PRIVILEGIADO OU NÃO QUAL É O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO


DA PENA?

8. (DJUS) O condenado por tráfico de drogas seja ele privilegiado ou não, que não seja
reincidente, deve iniciar o cumprimento da pena, em regra, no regime previsto no
art. 33, § 2º, do CP (aberto: pena de até 04 anos; semiaberto: pena maior que 04 até
08 anos; fechado: pena superior a 08 anos), admitindo o regime mais gravoso se
houver motivação idônea, de acordo com o STF. C/E?

Vejamos a seguinte situação hipotética:

Arlindo, primário, foi condenado a uma pena de 04 anos de reclusão pelo cometimento
do crime de tráfico de drogas. O juiz fixou o regime inicial aberto para o cumprimento
da pena, mesmo diante da gravidade do delito, que é equipado a crime hediondo. Nessa
situação, para o STF, ainda assim agiu corretamente o juiz, pois o cometimento de
tráfico por si só não justifica um regime prisional mais grave que o imposto ao
condenado. C/E?
INFO
945/STF COMENTÁRIO

INFO Gabarito: CESTO. De acordo com o STF, o condenado por tráfico de drogas, seja o crime
859/STF privilegiado ou não, que não seja reincidente, deve iniciar o cumprimento da pena, em
regra, no regime previsto no art. 33, § 2º, do CP (aberto: pena de até 04 anos;
INFO semiaberto: pena maior que 04 até 08 anos; fechado: pena superior a 08 anos),
672/STF admitindo o regime mais gravoso se houver motivação idônea. Em outras palavras, o
condenado por tráfico de drogas não reincidente, ainda que não privilegiado o delito, cuja
SÚMULA pena seja de até 04 anos deve cumprir a pena corporal em regime aberto (art. 33, § 2°, c,
718/STF do CP), são se as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP não forem favoráveis ao réu e o
juiz apresentar motivação idônea. Isso, porque, embora o § 1º do art. 2º da Lei nº
SÚMULA 8.072/90 afirme que o regime inicial no caso de crimes hediondos e equiparados (como o
719/STF tráfico de drogas) deverá ser o fechado, esse dispositivo legal foi declarado
inconstitucional pelo STF no julgamento do HC 111.840/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 27/6/2012 (INFO/STF 672). Desse modo, o regime inicial nas condenações por crimes
hediondos ou equiparados (ex.: tráfico de drogas) não tem que ser obrigatoriamente o
fechado, podendo ser também o regime semiaberto ou aberto, desde que presentes os
requisitos do art. 33, § 2º, alíneas “b” e “c”, do Código Penal. Isto é, a imposição de regime
de cumprimento de pena mais gravoso deve ser fundamentada, atendendo à
culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da
vítima (art. 33, § 3°, do CP). Para o STF a decisão do juiz violou as súmulas 718 e 719 do
STF: “Súmula 719/STF: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a
pena aplicada permitir exige motivação idônea”; “Súmula 718/STF: A opinião do
julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a
imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada”. Por fim,
importante lembrar que o tráfico privilegiado não é equiparado a crime hediondo (STJ. 3ª
Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 595 e STF. Plenário. HC 118533/MS - INFO/STF 831),
assim, como mais razão ainda deve se aplicar o regime previsto em lei (aberto, semiaberto
e fechado) de acordo com a quantidade de pena aplicada, salvo havendo motivação
idônea que justifique regime mais grave.

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STF. 2ª Turma. HC 140441/MG, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. em 28/3/2017 (INFO/STF 859).
STF. Tribunal Pleno. HC 111.840/ES, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/6/2012 (INFO/STF 672).
STF. 1ª Turma. HC 163231/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em
25.6.2019 (INFO/STF 945)

GRANDE QUANTIDADE DE DROGA E POSSIBILIDADE OU NÃO DE RECONHECER O


TRÁFICO PRIVILEGIADO

9. (DJUS) É pacífico no STF e STJ que a grande quantidade de droga apreendida é,


isoladamente, fundamento idôneo para concluir que o réu se dedicava a atividades
criminosas e afastar a aplicação do § 4º, do art. 33, da Lei nº 11.343/2006 (tráfico
privilegiado). C/E?

Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações):

Drogário, primário, foi preso ao transportar 136 Kg de maconha, sendo ao final


condenado por tráfico de drogas. O Juiz negou a aplicação do § 4º, do art. 33, da Lei nº
11.343/2006 (tráfico privilegiado) ao fundamento de que o réu se dedicava a atividades
criminosas, haja vista a grande quantidade de drogas apreendida. Nessa situação, de
acordo com a jurisprudência pacífica do STF e do STJ agiu corretamente o juiz. C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. ERRADO. A grande quantidade de droga apreendida é, isoladamente,


INFO fundamento idôneo para concluir que o réu se dedicava a atividades criminosas e
866/STF afastar a aplicação do § 4º, do art. 33, da Lei nº 11.343/2006 (tráfico privilegiado)? 2ª
Turma do STF: NÃO 1ª Turma do STF e STJ: SIM. Desse modo, a assertiva está incorreta
INFO porque o tema não é pacífico no STF e no STJ, inclusive há divergência entre as duas
844/STF turmas do STF. Para a 2ª turma do STF a grande quantidade de droga apreendida NÃO é,
isoladamente, fundamento idôneo para concluir que o réu se dedicava a atividades
criminosas e afastar a aplicação do § 4º, do art. 33, da Lei nº 11.343/2006 (tráfico
privilegiado). Em outras palavras, não é por que o réu transportava grande quantidade de
drogas que se faz presumir que ele se dedicava a atividades criminosos, devendo o
magistrado unir a esse fato, outros elementos concretos. Já para a 1ª Turma do STF e para
o STJ o entendimento é justamente o oposto do que se afirmou, ou seja, a grande
quantidade de droga apreendida é fundamento idôneo para concluir que o réu se
dedicava a atividades criminosas para afastar a aplicação do § 4º, do art. 33, da Lei nº
11.343/2006 (tráfico privilegiado). Conforme a jurisprudência do STF e STJ para se
reconhecer o tráfico privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006) é preciso que o réu
preencha aos seguintes requisitos cumulativos: (i) agente primário; (ii) bons
antecedentes; (iii) não se dedique às atividades criminosas e; (iv) não integre organização
criminosa. Ou seja, esses requisitos são CUMULATIVOS e não alternativos. Por fim,
importante lembrar que o tráfico privilegiado não é equiparado a crime hediondo (STJ. 3ª
Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 595 e STF. Plenário. HC 118533/MS - INFO/STF 831).
STF. 2ª Turma. RHC 138715/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. em 23/5/2017 (INFO/STF 866).
STF. 1ª Turma. HC 130981/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/10/2016 (INFO/STF 844).
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1446504/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, julgado em 23/10/2018.
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 303.634/MS, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS, julgado em 12/06/2018.

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POSSIBILIDADE OU NÃO DO RECONHECIMENTO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO ÀS “MULAS”

10. (DJUS) Não é possível o reconhecimento do tráfico privilegiado ao agente


transportador de drogas, na qualidade de "mula", pois a simples atuação nessa
condição induz ser integrante de organização criminosa, de acordo com o STF e STJ.
C/E?

Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações):

Mulabina, mulher de nacionalidade estrangeira, foi surpreendida em atuação típica de


"mula" a serviço de organização criminosa, quando, a caminho do aeroporto de
Guarulhos, trazia consigo grande quantidade de droga (3.856,0g) escondida junto ao
corpo. Nessa situação, para o STF e STJ, Mulabina não poderá ser beneficiada com a
causa de diminuição de pena do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas (tráfico privilegiado),
pois atuando como “mula” induz-se integrar organização criminosa. C/E?

COMENTÁRIO

INFO Gabarito. ERRADO. Para o STF e STJ, é possível o reconhecimento do tráfico privilegiado
602/STJ (§ 4º do art. 33 da Lei de Drogas) ao agente transportador de drogas, na qualidade de
"mula", uma vez que a simples atuação nessa condição NÃO induz, automaticamente, à
conclusão de que ele seja integrante de organização criminosa. A quinta turma dos STJ
acompanhou o entendimento uníssono do Supremo Tribunal Federal, no sentido de que a
simples atuação como "mula" não induz automaticamente a conclusão de que o agente
integre organização criminosa, sendo imprescindível, para tanto, prova inequívoca do seu
envolvimento, estável e permanente, com o grupo criminoso. Portanto, a exclusão da
causa de diminuição prevista no § 4° do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, somente se justifica
quando indicados expressamente os fatos concretos que comprovem que a “mula”
integre a organização criminosa. De acordo com o STF e STJ para se reconhecer o tráfico
privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006) é preciso que o réu preencha aos
seguintes requisitos cumulativos: (i) agente primário; (ii) bons antecedentes; (iii) não se
dedique às atividades criminosas e; (iv) não integre organização criminosa. Ou seja, esses
requisitos são cumulativos e não alternativos. Por fim, importante lembrar que o tráfico
privilegiado não é equiparado a crime hediondo (STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ
595 e STF. Plenário. HC 118533/MS - INFO/STF 831).
STF. 1ª Turma. HC 124107/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 04/11/2014.
STF. 2ª Turma. HC 132.459, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 13/2/2017.
STJ. 5ª Turma. HC 387.077/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 6/4/2017 (INFO/STJ 602).

POSSIBILIDADE OU NÃO DA UTILIZAÇÃO DE INQUÉRITOS PARA AFASTAR O TRÁFICO


PRIVILEGIADO

INFO 11. (DJUS) O juiz pode utilizar Inquéritos policiais e/ou ações penais em curso para
596/STJ afastar a minorante do art. 33, § 4º, da Lei de Drogas, de acordo com o STF e STJ.
C/E?

Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações):

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Jamilton foi denunciado pela prática de tráfico de drogas porque surpreendido com "40
supositórios contendo cocaína na forma pó branco, 19 papelotes contendo maconha na
forma de erva e 04 supositórios contendo cocaína consubstanciada em pedras de crack".
Verificou-se que o acusado respondia a mais uma ação penal e um inquérito, mas não
possui nenhuma condenação transitada em julgado. Nessa situação, para o STF e STJ, o
juiz pode utilizar o inquérito policial e/ou ação penal em curso para afastar a aplicação
da causa de diminuição de pena do § 4º do art. 33 da Lei de Drogas (tráfico privilegiado),
não havendo violação ao princípio da presunção de inocência. C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. CERTO. Para o STF e STJ, é possível a utilização de inquéritos policiais e/ou
ações penais em curso para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades
criminosas, de modo a afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º
11.343/2006 (tráfico privilegiado). Em outras palavras, inquéritos e ações penais em
curso não podem ser valorados como maus antecedentes para agravar a pena base do
réu. Contudo, são capazes de impedir a aplicação da minorante do tráfico privilegiado,
pois o privilégio somente deve ocorrer em casos singulares, quando preenchidos os
requisitos, os quais merecem interpretação restritiva, de modo a prestigiar quem
efetivamente mereça redução de pena. Isso, porque os princípios constitucionais devem
ser interpretados de forma harmônica, não merecendo ser interpretado de forma
absoluta o princípio da inocência, de modo a impedir que a existência de inquéritos ou
ações penais impeçam a interpretação em cada caso para mensurar a dedicação do Réu
em atividade criminosa. Para o STF e STJ para se reconhecer o tráfico privilegiado (art. 33,
§ 4º, da Lei n.º 11.343/2006) é preciso que o réu preencha aos seguintes requisitos
cumulativos: (i) agente primário; (ii) bons antecedentes; (iii) não se dedique às atividades
criminosas e; (iv) não integre organização criminosa. Ou seja, esses requisitos são
cumulativos e não alternativos. Por fim, importante lembrar que o tráfico privilegiado não
é equiparado a crime hediondo (STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 595 e STF.
Plenário. HC 118533/MS - INFO/STF 831).
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.431.091-SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (INFO/STJ 596).
STF. 1ª Turma. HC 108135/MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 05/06/2012; HC 109168/MS, 1ª Turma, Rel. Min.
CÁRMEN LÚCIA, DJe de 14/02/2012.

CUMULATIVIDADE DOS REQUISITOS PARA SE RECONHECER O TRÁFICO PRIVILEGIADO

12. (DJUS) De acordo com o STF e STJ, para a aplicação da minorante do art. 33, § 4º, da
Lei de Drogas é necessário o preenchimento, alternativo, dos seguintes requisitos:
primariedade; bons antecedentes; não se dedicar a atividades criminosas ou não
integrar organização criminosa. C/E?
INFO
596/STJ COMENTÁRIO

Gabarito. ERRADO. Conforme a jurisprudência do STF e STJ para se reconhecer o tráfico


privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006) é preciso que o réu preencha os
seguintes requisitos cumulativos: (i) agente primário; (ii) bons antecedentes; (iii) não se
dedique às atividades criminosas e; (iv) não integre organização criminosa. Ou seja,
esses requisitos são CUMULATIVOS e não alternativos. Em outras palavras, a
jurisprudência entende que para haver tráfico privilegiado é necessário que o acusado

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seja primário, tenha bons antecedentes, não se dedique a atividades criminosas e nem
integre organização criminosa. Reza o referido artigo: “Art. 33 (...) § 4º Nos delitos
definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a
dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja
primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre
organização criminosa”. Por fim, importante lembrar que o tráfico privilegiado não é
equiparado a crime hediondo (STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF - INFO/STJ 595 e STF. Plenário.
HC 118533/MS - INFO/STF 831).
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.431.091/SP, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 14/12/2016 (INFO/STJ 596).
STJ. 5ª Turma. HC 413.558/RS, Rel. Min. REYNALDO SOARES, julgado em 07/11/2017.
STF. 1ª Turma. HC 123430, Rel. Min. LUIZ FUX, julgado em 14/10/2014.

É OU NÃO CRIME EQUIPARADO A HEDIONDO O TRAFICO PRIVILEGIADO?

13. (DJUS) Para o STF e STJ, o tráfico ilícito de drogas privilegiado (art. 33, § 4º, da Lei nº
11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo. C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. CERTO. Consoante jurisprudência do STF e do STJ, o tráfico ilícito de drogas na


INFO sua forma privilegiada (art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006) não é crime equiparado a
831/STF hediondo. O STJ acompanhou a jurisprudência pacífica do STJ e, inclusive, cancelou a
súmula 512 da corte, a qual previa que: Súmula 512/STJ (CANCELADA): “A aplicação da
INFO causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não afasta a
595/STJ hediondez do crime de tráfico de drogas”. Para o Tribunal da Cidadania o legislador deu ao
tráfico privilegiado um tratamento distinto das demais espécies de tráfico previstas no art.
33, caput e § 1º. Trouxe uma redação que indica a existência de um menor juízo de
reprovação nesta conduta com punição mais branda para a pessoa acusada. Assim, o tipo
apresenta contornos mais benigno e menos gravoso, não podendo, portanto, ser também
considerado equiparado a hediondo.
STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 23/11/2016 (recurso repetitivo)
(INFO/STJ 595).
STF. Plenário. HC 118533/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 23/6/2016 (INFO/STF 831).

QUESTÕES DIVERSAS

INFO RECONHECIMENTO OU NÃO DA ATENUANTE DA CONFISSÃO QUANDO SE NEGA A


646/STJ TRAFICÂNCIA

INFO 14. (DJUS) A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito
586/STJ de entorpecentes não exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, bastando
à mera admissão da posse ou propriedade para uso próprio, havendo súmula do STJ
SÚMULA nesse sentido. C/E?
630/STJ
Vejamos o caso concreto julgado (com adaptações):
SÚMULA
545/STJ Drogônio foi preso pela polícia militar em cumprimento a mandando de busca e
apreensão, com grande quantidade de drogas no local, sendo 106,84g de maconha,

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divididas em tabletes, cigarros e uma parte avulsa e 14,05g de cocaína, divididos em


duas buchas, todas destinadas à comercialização. Em seu interrogatório o acusado
confessou, assumindo a propriedade da droga, mas afirmou que era para seu consumo
pessoal. Encerrada a instrução o acusado foi condenado pelo crime de tráfico de drogas.
Para o STJ, nessa situação, deve ser reconhecida a atenuante da confissão e a pena
reduzida na segunda fase da dosimetria da pena. C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. ERRADO. Conforme entendimento contido na súmula 630 do STJ, a incidência


da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes
EXIGE o reconhecimento da traficância pelo acusado, NÃO bastando a mera admissão
da posse ou propriedade para uso próprio. Em outras palavras, para que seja reconhecida
a confissão, que é uma circunstância judicial atenuante a ser aplicada na segunda fase da
dosimetria da pena (art. 65, inciso III, alínea d, do CP), não basta que o acusado admita a
propriedade ou posse da droga, sendo necessário que também reconheça a prática do
crime pelo qual está sendo acusado. A atenuante da confissão é um benefício penal que
reduz a pena daquele que está sendo acusado de determinado crime e colabora com a
justiça admitindo os fatos criminosos que lhes são imputados. Quando uma pessoa é
acusada de tráfico de drogas e admite a posse ou propriedade do entorpecente apenas
para tentar desclassificar o crime principal para o de posse para uso pessoal, na verdade,
em nada está colaborando com a justiça. Por essa razão o STJ não admite que o réu seja
beneficiado com a atenuante da confissão nesses casos. Isso, porque, na verdade, não há
confissão alguma, pois o que o réu está admitindo é a prática de crime diverso (posse de
drogas para consumo pessoal). O mesmo entendimento o STJ têm para outros casos em
que o réu tenta obter a desclassificação do crime para outro mesmo grave (ex.: no roubo
o réu admite a subtração da coisa, mas nega que tenha havido violência ou grave ameaça,
para tentar desclassificar para o crime de furto). CUIDADO! Para o STJ sempre que o
julgador utilizar a CONFISSÃO (seja ele PARCIAL ou QUALIFICADA), a atenuante da
confissão espontânea deve ser reconhecida para fins de redução da pena, nos termos da
súmula 545 do STJ: “Quando a confissão for utilizada para a formação do
convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do
Código Penal”. E para o STF? A Excelsa corte NÃO admite a confissão qualificada como
atenuante genérica (HC 119671). Por fim, CONFISSÃO PARCIAL é a que o réu admite a
prática do crime, mas sem as qualificadoras ou causas de aumento de pena (ex.: réu
admite o roubo, mas sem o uso da arma de fogo); CONFISSÃO QUALIFICADA é a que,
embora o réu admita os fatos total ou parcialmente, tenta se eximir da responsabilidade
penal alegando teses defensivas como excludente de ilicitude (ex.: legítima defesa),
excludente de culpabilidade ou de isenção de pena (ex.: inexigibilidade de conduta
diversa).

Súmula 630 do STJ. Aprovada pela 3ª Seção, julgado em 24/04/2019 (INFO/STJ 630).
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1308356/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, julgado em 07/08/2018.
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 438.846/MS, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, julgado em 05/06/2018.
STJ. 3ª Seção. EREsp 1416247/GO, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, julgado em 22/06/2016 (INFO/STJ 586)
STF. 1ª Turma. HC 119671, Rel. Min. LUIZ FUX, julgado em 05/11/2013.

INFO É OU NÃO TRÁFICO DE DROGAS A IMPORTAÇÃO DE SEMENTES DE MACONHA?


915/STF
15. (DJUS) É pacífico no STF e STJ que importar semente de maconha é crime. C/E?

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Vejamos o caso concreto julgado (com adaptações):

Jerimundo, imputável, importou, pela internet, 26 sementes de maconha. Nessa


situação, conforme jurisprudência pacífica do STF e do STJ, Jerimundo cometeu o crime
do art. 33, § 1º da Lei de Drogas. C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. ERRADO. Importar semente de maconha é crime? STF e 6ª Turma do STJ: NÃO;
5ª Turma do STJ: SIM. Ou seja, a posição do STF e STJ é divergente sobre o tema, por isso
a assertiva esta incorreta. Como dito, para o STF, a importação de sementes de maconha
não configura o crime tipificado no art. 33, § 1º da Lei de Drogas, o qual dispõe que: “Art.
33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: § 1o Nas mesmas
penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à
venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, MATÉRIA-PRIMA, INSUMO OU PRODUTO QUÍMICO DESTINADO À
PREPARAÇÃO DE DROGAS;”. Isso, porque, para a Excelsa Corte, a matéria-prima ou
insumo deve ter condições e qualidades químicas que permitam, mediante transformação
ou adição, por exemplo, a produção da droga ilícita. Não é esse o caso das sementes da
planta cannabis sativa, as quais não possuem a substância psicoativa THC
(Tetrahidrocanabinol). Já para o STJ há entendimento, inclusive, oposto sobre o tema
entre suas turmas: para a 5ª Turma a importação de sementes de maconha é crime (art.
33, § 1º da Lei de Drogas); diferentemente, para a 6ª Turma não configura o referido
crime.
STF. 2ª Turma. HC 144161/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2018 (INFO/STF 915).
STJ. 5ª Turma. REsp 1723739/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/10/2018.
STJ. 6ª Turma. HC 473.250/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, julgado em 12/03/2019.

POSSE DE DROGAS PARA CONSUMO PESSOAL GERA OU NÃO REINCIDÊNCIA?

16. (DJUS) A condenação anterior pelo crime de posse de drogas para consumo pessoal
gera reincidência, de acordo com o STJ. C/E?

INFO Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações):


632/STJ
Lício foi condenado no ano de 2017 nas penas do art. 28 da Lei de Drogas (posse de
INFO drogas para consumo pessoal), cuja sentença transitou em julgado no mesmo ano. Em
636/STJ 2018 foi acusado de ter cometido novamente o mesmo crime. Nessa situação, para o
STJ, se condenado novamente, Lício será considerado reincidente. C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. ERRADO. Para o STJ, a condenação anterior pelo crime de posse de drogas
para consumo pessoal (art. 28 da Lei de Drogas) NÃO gera reincidência. Isso, porque o

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STJ entende que é desproporcional o reconhecimento da reincidência no delito de tráfico


de drogas que tenha por fundamento a existência de condenação com trânsito em julgado
por crime anterior de posse de droga para uso próprio. A razão é bem simples, ou seja, se
a condenação anterior por contravenção penal (que pode ser punida com prisão simples)
não gera reincidência, pois o artigo 63 do Código Penal é expresso ao se referir à pratica
de novo crime, seria totalmente desproporcional a consideração, para fins de
reincidência, da posse de droga para consumo próprio, que conquanto seja crime, é
punida apenas com "advertência sobre os efeitos das drogas", "prestação de serviços à
comunidade" e "medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo",
mormente se se considerar que em casos tais não há qualquer possibilidade de conversão
em pena privativa de liberdade pelo descumprimento, como no caso das penas
substitutivas. Desse modo, considerar a condenação anterior com fundamento no artigo
28 da Lei n. 11.343/2006 para fins de caracterizar a reincidência viola o princípio
constitucional da proporcionalidade. Por fim, conforme jurisprudência do STF e STJ a
conduta de portar substância entorpecente para consumo próprio, prevista no art. 28 da
Lei n. 11.343/2006, foi apenas DESPENALIZADA, mas NÃO descriminalizada, ou seja, não
houve abolitio criminis (STF. Questão de ordem no RE 430.105/RJ).
STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria Thereza, julgado em 21/08/2018 (INFO/STJ 632).
STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares, julgado em 04/10/2018 (INFO/STJ 636).

DESCLASSIFICAÇÃO DE TRÁFICO PARA POSSE DE DROGAS E REINCIDÊNCIA

17. (DJUS) Para o STJ, a desclassificação do art. 33 (tráfico de drogas) para o 28


(posse de droga para consumo pessoal), seguida pela extinção da punibilidade
em razão do tempo de prisão provisória cumprido gera reincidência. C/E?

COMENTÁRIO

INFO Gabarito. ERRADO. A desclassificação do art. 33 (tráfico de drogas) para o art. 28 (posse
619/STJ de droga para consumo pessoal) da Lei de Drogas, seguida pela extinção da punibilidade
em razão do tempo de prisão provisória cumprido NÃO gera reincidência, nos termos da
INFO jurisprudência do STJ. Em outras palavras, não se pode reconhecer a reincidência com
632/STJ base em único processo anterior em desfavor do réu, no qual - após desclassificar o delito
de tráfico para porte de substância entorpecente para consumo próprio - o juízo extinguiu
INFO a punibilidade por considerar que o tempo da prisão provisória seria mais que suficiente
636/STJ para compensar eventual condenação. Posteriormente, o STJ foi além e decidiu, inclusive,
que a própria condenação anterior pelo crime de posse de drogas para consumo pessoal
(art. 28 da Lei de Drogas) NÃO gera reincidência (Informativos/STJ 632 e 636), pois viola
o princípio da proporcionalidade. Ou seja, é desproporcional o reconhecimento da
reincidência no delito de tráfico de drogas que tenha por fundamento a existência de
condenação com trânsito em julgado por crime anterior de posse de droga para uso
próprio.
STJ. 6ª Turma. HC 390038/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti, julgado em 06/02/2018 (INFO/STJ 619).
STJ. 6ª Turma. REsp 1672654/SP, Rel. Min. Maria Thereza, julgado em 21/08/2018 (INFO/STJ 632).
STJ. 5ª Turma. HC 453.437/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares, julgado em 04/10/2018 (INFO/STJ 636).

INFO
TRÁFICO DE DROGAS E POSSIBILIDADE OU NÃO DO CONFISCO DE BENS DE USO
865/STF
EVENTUAL

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18. (DJUS) Para o STF, é possível o confisco de todo e qualquer bem de valor econômico
apreendido em decorrência do tráfico de drogas, desde que exista habitualidade ou
reiteração do uso do bem para tal finalidade. C/E?

Vejamos o caso concreto decidido (com adaptações):

Droguento, imputável, utilizou seu veículo uma única vez para a prática do crime de
tráfico de drogas. Nessa situação, para o STF, não é possível aplicar a pena de perda do
bem pelo confisco (CF, art. 243, parágrafo único), pois é reservada aos casos de
utilização do objeto de forma efetiva, e não eventual, para a prática do citado delito.
C/E?

COMENTÁRIO

Gabarito. ERRADO. O STF decidiu, com repercussão geral, que é possível o confisco de
todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico de
drogas, sem a necessidade de se perquirir (verificar) a habitualidade, reiteração do uso
do bem para tal finalidade, a sua modificação para dificultar a descoberta do local do
acondicionamento da droga ou qualquer outro requisito além daqueles previstos
expressamente no art. 243, parágrafo único, da Constituição Federal: “Art. 243. (...)
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será
confiscado e reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei”. Em
outras palavras, ainda que o veículo de propriedade de acusado seja utilizado de forma
eventual (uma única vez) para a prática do crime de tráfico de entorpecentes, deve ser
aplicada a pena de perda do bem pelo confisco, uma vez que a Constituição não impôs
nenhuma limitação. Deve o julgador conformar-se com a literalidade do texto
constitucional, vedada a adstrição de seu alcance por outros requisitos que não os
estabelecidos pelo art. 243, parágrafo único, da CF. Segundo o ministro relator, Luiz Fux, o
confisco previsto no art. 243, parágrafo único, da CF deve ser interpretado à luz dos
princípios da unidade e da supremacia da Constituição, ou seja, não se pode ler o direito
de propriedade em separado, sem considerar a restrição feita a esse direito.
STF. Plenário. RE 638491/PR, Rel. Min. Luiz Fux, j. 17/5/2017 (repercussão geral) – INFO/STF 865.

INTERROGATÓRIO NA LEI DE DROGAS COMO PRIMEIRO OU ÚLTIMO ATO DA


INSTRUÇÃO.

19. (DJUS) Nos processos que apurem crimes regidos por leis especiais (como os da Lei
INFO de Drogas, militares e eleitorais), o interrogatório deve ser o último ato da instrução,
609/STJ sendo, contudo, válido aquele realizado até o dia 11/03/2016, ainda que realizado
como primeiro ato instrutório, conforme STF e STJ. C/E?
INFO
816/STF COMENTÁRIO

Gabarito. CERTO. De acordo com o STF e STJ, os procedimentos regidos por leis especiais
devem observar, a partir da publicação da ata de julgamento do HC 127.900/AM do STF
(11.03.2016), a regra disposta no art. 400 do CPP, cujo conteúdo determina ser o
interrogatório o último ato da instrução criminal. Isso, porque o interrogatório realizado

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por último é mais benéfico ao réu. Nesse caso, optou-se por afastar a aplicação do
princípio da especialidade, fazendo-se uma interpretação teleológica (finalística) em
sintonia com o sistema acusatório. Por fim, importante ressaltar que, em atenção ao
princípio da segurança jurídica, foi realizada a modulação dos efeitos da decisão da Corte
Suprema, pelo que a nova interpretação dada somente tem aplicabilidade a partir da
publicação da ata daquele julgamento, ocorrida em 11.03.2016 (DJe n. 46, divulgado em
10/3/2016). A partir desse marco, portanto, incorreriam em nulidade, desde que provado
o prejuízo (pas de nullité sans grief) os processos em que o interrogatório fosse o primeiro
ato da instrução. Em suma, todos os interrogatórios realizados até o dia 11/03/2016 são
válidos, ainda que realizados como primeiro ato da instrução.
STJ. 6ª Turma. HC 397.382-SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3/8/2017 (INFO/STJ 609).
STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (INFO/STF 816).

RESUMO
2. RESUMO
DIREITO PENAL - LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

LEI DE DROGAS

1) Conforme jurisprudência do STF e STJ, aplica-se a majorante do art. 40, III, da Lei de Drogas
quando constatada a comercialização de drogas nas imediações de estabelecimentos
prisionais, sendo IRRELEVANTE se o agente infrator visa ou não os frequentadores daquele
local.

2) De acordo com o STJ, NÃO incide a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III,
da Lei nº 11.343/2006, se a prática de narcotraficância ocorrer em dia e horário em que não
facilite a prática criminosa e a disseminação de drogas em área de maior aglomeração de
pessoas (ex.: escolas fechadas).

3) Para o STJ, a causa de aumento de pena prevista no art. 40, inciso III, da Lei n. 11.343/2006
tem natureza objetiva, sendo DESNECESSÁRIA a efetiva comprovação de mercancia na
respectiva entidade de ensino, ou mesmo de que o comércio visa a atingir os estudantes,
sendo suficiente que a prática ilícita tenha ocorrido em locais próximos.

4) De acordo com o STF e STJ, é possível incidir a majorante do art. 40, I, da Lei 11.343/2006
(tráfico internacional de drogas) ainda que não ocorra transposição da fronteira do país,
bastando que se comprove que a droga se destinava ao exterior, inclusive havendo súmula
do STJ nesse sentido: “Súmula 607-STJ: A majorante do tráfico transnacional de drogas (art.
40, I, da Lei nº 11.343/2006) configura-se com a prova da destinação internacional das
drogas, ainda que não consumada a transposição de fronteiras”.

5) Conforme jurisprudência do STF e STJ é possível incidir a majorante do art. 40, V, da Lei
11.343/2006 (tráfico interestadual de drogas) ainda que não ocorra a transposição entre as
fronteiras do estado da federação, sendo suficiente a comprovação de que a droga se
destinava a outro estado, inclusive havendo súmula do STJ nesse sentido: “Súmula 587-STJ:

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Para a incidência da majorante prevista no artigo 40, V, da Lei 11.343/06, é desnecessária a


efetiva transposição de fronteiras entre estados da federação, sendo suficiente a
demonstração inequívoca da intenção de realizar o tráfico interestadual”.

6) Para o STJ, é perfeitamente possível a aplicação simultânea das causas especiais de aumento
de pena relativas à transnacionalidade e à interestadualidade do delito no tráfico de drogas
(art. 40, I e V, da Lei n. 11.343/2006), desde que comprovada a intenção do importador da
droga de difundi-la em mais de um estado do território nacional.

7) Para o STJ, na hipótese de o delito praticado pelo agente e pelo menor de 18 anos não está
previsto nos arts. 33 a 37 da Lei de Drogas, o réu poderá ser condenado pelo crime de
corrupção de menores. Porém, se a conduta estiver tipificada em um desses artigos (33 a
37), não será possível a condenação por aquele delito, mas apenas a majoração da pena com
base no art. 40, VI, da Lei nº 11.343/2006.

8) De acordo com o STF, o condenado por tráfico de drogas, seja o crime privilegiado ou não,
que não seja reincidente, deve iniciar o cumprimento da pena, em regra, no regime previsto
no art. 33, § 2º, do CP (aberto: pena de até 04 anos; semiaberto: pena maior que 04 até 08
anos; fechado: pena superior a 08 anos), admitindo o regime mais gravoso se houver
motivação idônea.

9) A grande quantidade de droga apreendida é, isoladamente, fundamento idôneo para


concluir que o réu se dedicava a atividades criminosas e afastar a aplicação do § 4º, do art.
33, da Lei nº 11.343/2006 (tráfico privilegiado)? 2ª Turma do STF: NÃO 1ª Turma do STF e
STJ: SIM.

10) Para o STF e STJ, é possível o reconhecimento do tráfico privilegiado (§ 4º do art. 33 da Lei de
Drogas) ao agente transportador de drogas, na qualidade de "mula", uma vez que a simples
atuação nessa condição NÃO induz, automaticamente, à conclusão de que ele seja integrante
de organização criminosa.

11) Conforme a jurisprudência do STF e STJ para se reconhecer o tráfico privilegiado (art. 33, §
4º, da Lei n.º 11.343/2006) é preciso que o réu preencha aos seguintes requisitos
cumulativos: (i) agente primário; (ii) bons antecedentes; (iii) não se dedique às atividades
criminosas e; (iv) não integre organização criminosa. Ou seja, esses requisitos são
CUMULATIVOS e não alternativos.

12) O tráfico privilegiado não é equiparado a crime hediondo (STJ. 3ª Seção. Pet 11.796-DF -
INFO/STJ 595 e STF. Plenário. HC 118533/MS - INFO/STF 831).

13) Para o STF e STJ, é possível o reconhecimento do tráfico privilegiado (§ 4º do art. 33 da Lei de
Drogas) ao agente transportador de drogas, na qualidade de "mula", uma vez que a simples
atuação nessa condição NÃO induz, automaticamente, à conclusão de que ele seja integrante
de organização criminosa.

14) Para o STF e STJ, é possível a utilização de inquéritos policiais e/ou ações penais em curso
para formação da convicção de que o réu se dedica a atividades criminosas, de modo a
afastar o benefício legal previsto no art. 33, § 4º, da Lei n.º 11.343/2006 (tráfico
privilegiado). Em outras palavras, inquéritos e ações penais em curso não podem ser
valorados como maus antecedentes para agravar a pena base do réu. Contudo, são capazes

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de impedir a aplicação da minorante do tráfico privilegiado, pois o privilégio somente deve


ocorrer em casos singulares, quando preenchidos os requisitos, os quais merecem
interpretação restritiva, de modo a prestigiar quem efetivamente mereça redução de pena.

15) Consoante jurisprudência do STF e do STJ, o tráfico ilícito de drogas na sua forma privilegiada
(art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006) não é crime equiparado a hediondo. O STJ acompanhou
a jurisprudência pacífica do STF e, inclusive, cancelou a súmula 512 da corte, a qual previa
que: Súmula 512/STJ (CANCELADA): “A aplicação da causa de diminuição de pena prevista
no art. 33, § 4º, da Lei n. 11.343/2006 não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas”.

16) Conforme entendimento contido na súmula 630 do STJ, a incidência da atenuante da


confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entorpecentes EXIGE o reconhecimento
da traficância pelo acusado, NÃO bastando a mera admissão da posse ou propriedade para
uso próprio.

17) Para o STJ sempre que o julgador utilizar a CONFISSÃO (seja ele PARCIAL ou QUALIFICADA), a
atenuante da confissão espontânea deve ser reconhecida para fins de redução da pena, nos
termos da súmula 545 do STJ: “Quando a confissão for utilizada para a formação do
convencimento do julgador, o réu fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código
Penal”. E para o STF? A Excelsa corte NÃO admite a confissão qualificada como atenuante
genérica (HC 119671).

18) CONFISSÃO PARCIAL é a que o réu admite a prática do crime, mas sem as qualificadoras ou
causas de aumento de pena (ex.: réu admite o roubo, mas sem o uso da arma de fogo);
CONFISSÃO QUALIFICADA é a que, embora o réu admita os fatos total ou parcialmente, tenta
se eximir da responsabilidade penal alegando teses defensivas como excludente de ilicitude
(ex.: legítima defesa), excludente de culpabilidade ou de isenção de pena (ex.: inexigibilidade
de conduta diversa).

19) Importar semente de maconha é crime? STF e 6ª Turma do STJ: NÃO; 5ª Turma do STJ: SIM.

20) Para o STJ, a condenação anterior pelo crime de posse de drogas para consumo pessoal (art.
28 da Lei de Drogas) NÃO gera reincidência. Isso, porque o STJ entende que é
desproporcional o reconhecimento da reincidência no delito de tráfico de drogas que tenha
por fundamento a existência de condenação com trânsito em julgado por crime anterior de
posse de droga para uso próprio.

21) A condenação anterior pelo crime de posse de drogas para consumo pessoal (art. 28 da Lei
de Drogas) NÃO gera reincidência (Informativos/STJ 632 e 636), pois viola o princípio da
proporcionalidade.

22) Conforme jurisprudência do STF e STJ a conduta de portar substância entorpecente para
consumo próprio, prevista no art. 28 da Lei n. 11.343/2006, foi apenas DESPENALIZADA, mas
NÃO descriminalizada, ou seja, não houve abolitio criminis (STF. Questão de ordem no RE
430.105/RJ).
23) A desclassificação do art. 33 (tráfico de drogas) para o art. 28 (posse de droga para consumo
pessoal) da Lei de Drogas, seguida pela extinção da punibilidade em razão do tempo de
prisão provisória cumprido NÃO gera reincidência, nos termos da jurisprudência do STJ.

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24) O STF decidiu, com repercussão geral, que é possível o confisco de todo e qualquer bem de
valor econômico apreendido em decorrência do tráfico de drogas, sem a necessidade de se
perquirir (verificar) a habitualidade, reiteração do uso do bem para tal finalidade, a sua
modificação para dificultar a descoberta do local do acondicionamento da droga ou qualquer
outro requisito além daqueles previstos expressamente no art. 243, parágrafo único, da
Constituição Federal: “Art. 243. (...) Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor
econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da
exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com destinação
específica, na forma da lei”.

25) De acordo com o STF e STJ, os procedimentos regidos por leis especiais devem observar, a
partir da publicação da ata de julgamento do HC 127.900/AM do STF (11.03.2016), a regra
disposta no art. 400 do CPP, cujo conteúdo determina ser o interrogatório o último ato da
instrução criminal.

SOBRE O AUTOR
3. SOBRE O AUTOR
DOUGLAS JOSÉ DA SILVA

Juiz de Direito e professor especialista em concursos públicos, com diversas aprovações, tais
como: Juiz de Direito do TJCE (1º lugar), Juiz de Direito do TJPE (8º lugar), Delegado de Polícia da
PCPE (aprovado no 4º período), Delegado de Polícia da PCPB e da PCRN (aprovado no 8º
período), Oficial de Justiça do TRT 5 (aprovado no 8º período), Técnico do TRF 5 (1º lugar), entre
outros.

Também obteve a Láurea acadêmica (1º lugar) do Curso de Direito.

Já exerceu vários cargos por concurso público:

1. Juiz de Direito do TJPE (cargo atual)


2. Ex-Juiz de Direito do TJCE
3. Ex-Oficial de Justiça Federal
4. Ex-Delegado de Polícia
5. Ex-Servidor do Banco Central-BACEN
6. Ex-Sargento do CBMPE
7. Ex-Soldado do CBMPE

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