Você está na página 1de 4

RESUMO PROCESSO CIVIL III – P1

COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS:


Exercem sua competência:

1. Em grau de recurso;
2. Em reexame necessário no duplo grau de juridição (remessa necessária);
3. Em processo de competência originária.

FUNCIONAMENTO DOS TRIBUNAIS:


Poderão elaborar seus regimentos internos com observância das normas processuais
constitucionais, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos
jurisdicionais. A competência funcional e material deverá ser definida nos regimentos internos.

CASO DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS:


STF: art. 102, I da CF;
STJ: art. 105, I da CF;
TRF: art. 108, I da CF.

PROTOCOLO, REGISTRO E DISTRIBUIÇÃO (ART. 929 CPC):


Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, havendo a distribuição.
O protocolo do primeiro recurso no tribunal torna preventivo o respectivo relator para futuro
recurso proveniente do mesmo processo ou de processo conexo.

PODERES DO RELATOR (ART. 932):


Decidir monocraticamente questões incidentais durante a tramitação do feito no tribunal, bem
como admitir, inadmitir e julgar recurso.

PRECEDENTES, JURISPRUDÊNCIA E SÚMULA:

➔ Precedentes: Julgamentos que passam ser utilizados como fundamento de julgados


posteriores. (Mesma “ratio decidendi”).
➔ Jurisprudência: Resultado de várias decisões judiciais no mesmo sentido sobre uma
matéria proferida pelos tribunais. É um somatório de precedentes.
➔ Súmula: Consolidação objetiva da jurisprudência. Quando o tribunal reconhece que há um
entendimento majoritário em relação ao tema, tornando aquela questão objetiva.

SÚMULA VINCULANTE E NÃO VINCULANTE:


VINCULANTE: Há casos em que a jurisprudência vincula todos os julgamentos futuros que
envolvam a mesma tese normativa (mesma “ratio decidendi”). Quando a jurisprudência é
vinculante a sua infringência enseja reclamação da parte prejudicada ao tribunal que deferiu o
enunciado.
NÃO VINCULANTE: É aquele em que o código preconiza a observância dos precedentes judiciais,
mas sem obrigação. Se os precedentes não gozam de força vinculante, a parte inconformada terá
ou poderá impugnar a decisão através da via recursal.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
É a verificação de compatibilidade entre as normas infraconstitucionais e a CF (compatibilidade
vertical).
➔ Controle concentrado: Compatibilidade entre a Lei Federal ou Estadual em face da
Constituição Federal (privativo do STF). O controle de Lei municipal será exercido perante o
TJ, em face da constituição Estadual (art. 125, §2º da CF);
➔ Controle difuso concreto: Pode ser exercido por qualquer órgão do Poder Judiciário. Trata-
se de processo constitucional subjetivo, pois o pedido na ação é um direito subjetivo, mas a
inconstitucionalidade está na causa de pedir (questão incidental).

CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO:


Determina competência ao Plenário dos Tribunais. Assim, somente por maioria absoluta dos
membros ou órgão especial, poderá o tribunal declarar a inconstitucionalidade da norma.

DISPENSA DA CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (ART. 949, Parágrafo Único do CPC):


Haverá dispensa em duas situações:

➔ Quando o próprio tribunal já houver apreciado a inconstitucionalidade;


➔ Se o STF houver se manifestado no controle difuso ou concreto. Assim, não será preciso
submeter ao pleno.

TEORIA DA ABSTRATIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO:


Consiste em conferir os efeitos típicos do controle abstrato ao controle difuso quando julgado pelo
plenário do STF.

AÇÃO RESCISÓRIA (ART. 996 A 975 DO CPC):


É o meio autônomo de impugnação de decisão judicial transitada em julgado.

• Finalidade: Desconstituir um julgado protegido pela coisa julgada a fim de que possa
ocorrer um novo julgamento.

obs.: quando houver homologação de sentença ou da execução, não caberá ação rescisória, mas
sim ação anulatória.

• Prazo para ação rescisória: Via de regra é de 2 anos a partir do trânsito em julgado da
última decisão proferida no processo. Contudo, caso haja provas novas que não foram
arroladas no processo, o prazo passará a ser de 5 anos (s´mula 401 STJ).
• Efeitos do ajuizamento da ação rescisória (art. 969 do CPC): não possui efeito suspensivo,
ou seja, a força executiva da decisão não será atenuada plea simples propositura da ação
rescisória. Cabe ao interessado requerer o referido efeito suspensivo.

Obs.: Não se admite ação rescisória no JEC, conforme art. 59 da Lei 9.099/95.

CAUÇÃO: No ajuizamento da ação rescisória, exige-se que a petição inicial esteja acompanhada da
do comprovante de depósito de 5% sob o valor da causa. Esse valor será revertido em favor do réu,
a título de multa, nos casos de inadmissibilidade ou improcedência.
OBS.: haverá dispensa da caução nos casos em que a União, Estados, Municípios, autarquias e
Fundações Públicas, M.P., D.P. e beneficiários da JG figurarem como polo.

TEORIA GERAL DOS RECURSOS:


É o remédio voluntário, idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, invalidação,
esclarecimento ou integração da decisão judicial que se impugna.
➔ Objetivo: Impedir que a decisão judicial de mérito impugnada torne-se preclusa e alcance a
coisa julgada material.

CARACTERÍSTICA DOS RECURSOS:


1. Voluntariedade;
2. Expressa previsão em Lei;
3. Interposto no próprio processo no qual a decisão impugnada foi proferida;
4. Legitimidade recursal (as partes, terceiros prejudicados e M.P. - art. 996 CPC);
5. Tem como objetivo a reforma, invalidação anulação, integração ou esclarecimento.

FORMAS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS:


1. Recursos;
2. Ação autônoma de impugnação (ação rescisória, mandado de segurança, querela nulitattis);
3. Sucedâneos recursais (Pedido de reconsideração e remessa necessária).

PRINCÍPIOS RECURSAIS:

➔ Duplo grau de jurisdição: Consiste no direito concedido à parte de buscar o reexame do


julgamento por uma instância superior;
➔ Taxatividade: Somente são considerados recursos aqueles previstos em Lei.
➔ Singularidade: Cada recurso possui uma função determinada e uma hipótese específica de
cabimento. Cada decisão cabe 1 recursos, exceto no caso de embargos de declaração.
➔ Fungibilidade: Consiste na possibilidade do recebimento do recurso interposto
erroneamente, como se fosse o recurso correto.
➔ Proibição da reformatio in pejus: É vedado o julgamento do recurso interposto venha
piorar a situação da parte que recorreu;
➔ Voluntariedade: Não admite-se que o juiz interponha recurso “de ofício”.

REQUISITOS DE ADMINISSIBILIDADE DOS RECURSOS:


É o preenchimento de determinados requisitos:

REQUISITOS INTRÍNSECOS:
São aqueles que dizem respeito a própria existência do recurso.

➔ Cabimento: Vinculado ao princípio da taxatividade. Assim, torna-se necessário saber se a


decisão é recorrível e se há recurso previsto no ordenamento jurídico.
➔ Legitimidade: Para interpor recurso é necessário ser legitimado, conforma art. 996 do CPC,
sendo:
➔ A parte sucumbente;
➔ MP;
➔ Terceiro prejudicado.
➔ Interesse recursal: O recorrente deverá demonstrar interesse jurídico de que a decisão seja
favorável a uma das partes. Alguns doutrinadores entendem que o interesse está ligado a
sucumbência, ou seja, apenas tem interesse de recorrer quem tiver sucumbido.

REQUISITOS EXTRÍNSECOS:
Levam em conta a decisão impugnada.

➔ Tempestividade: Todo recursos deve ser interposto dentro do prazo estabelecido em Lei.
➔ Preparo: O recorrente, via de regra, deve pagar as despesas com o processamento do
recurso, sob pena de deserção.
OBS.: A lei exclui do recolhimento a Fazenda Pública, os beneficiários da JG e MP.
OBS.: O valor depende de cada lei Estadual.
➔ Regularidade formal: Os recursos, via de regra, são interpostos da forma escrita, mas
admite-se a interposição oral de embargos de declaração, mas é necessário que seja
reduzido a termo para que o órgão julgador possa reconhecer o seu teor.
➔ Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: São pressupostos
negativos concernentes do juízo de admissibilidade. Assim, os fatos extintivos são: a
renúncia e a aquiescência. Quanto ao fato impeditivo, este ocorre com a desistência do
recurso.

RENÚNCIA: É a manifestação unilateral de vontade através do qual a parte, titular do direito de


recorrer, declara sua intenção de não recorrer. É um ato irrevogável, prévio e unilateral.
AQUIESCÊNCIA: É a manifestação expressa ou tácita com relação a decisão judicial de mérito, logo,
a concordância impede interposição de recurso por força de preclusão lógica.
DESISTÊNCIA DO RECURSO: O recorrente tem o direito de desistir do recurso, independente da
anuência do recorrido.

JUÍZO DE ADMISSIIBILIDADE E JUÍZO DE MÉRITO

• Admissibilidade: Nessa fase verifica-se os requisitos intrínsecos e extrínsecos de


admissibilidade dos recursos. Assim, presente os requisitos, o recurso será admitido,
passando para a segunda fase, denominada juízo de mérito.
• Mérito: Será examinada a procedência ou não da pretensão recursal, dando provimento ou
não ao recurso. A causa de pedir do recurso pode se fundar em vícios formais (error in
procedendo), que consiste em um erro apto a ensejar a invalidade da decisão (error in
judicando). Refere-se a uma interpretação equivocada dos fatos ou do direito aplicável e
àquela situação jurídica, capaz de ensejar a reforma da decisão. Assim, cada espécie de
vício ensejará em um pedido, podendo o recorrente cumular pedidos.

EFEITOS DOS RECURSOS


São os efeitos que o processo sofrerá. Sendo:

➔ Devolutivo: Consiste na aptidão de devolver ao tribunal o conhecimento da matéria


impugnada (tantim devolutem quantum appelatum), de acordo com o art. 1.013 do CPC.

Você também pode gostar