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Esse cenário de antigamente não condiz com o atual. As universidades hoje são
de massa, ou seja, os alunos vêm de várias origens e condições sociais. Alguns
possuem a oportunidade de fazer intercâmbios, conhecer outros países e frequentar
lugares que disseminam a cultura. Já muitos outros trabalham ao mesmo tempo em
que estudam, são de origem humilde, encontram dificuldades para frequentar a
faculdade, e que muitas vezes nem tiveram nem tiveram um ensino médio adequado
nem sequer acesso a biblioteca. Portanto, são para esses alunos e os vestibulandos
que o autor decidiu escrever o livro “Como se faz uma tese”.
O livro não visa ser um guia de como fazer pesquisa científica nem como o que
deve ser exposto na tese (tema), mas sim como apresentar devidamente o trabalho
perante a banca. Não é realizar um trabalho que seja acumulo de informação, porém
de um conhecimento que foi adquirido a partir de um método e visão crítica. “Como se
faz uma tese” é sobre teses no campo de ciências humanas, abordando tanto as de
licenciatura quanto as de doutorado.
Capítulo 1
1.1
1.2
O autor diz que esse livro não é para aqueles que pretendem fazer uma tese
em um mês, somente para conseguir o diploma. Para eles, Eco sugere que o aluno
copie ou pague para alguém fazer o trabalho. Porém, é para aqueles que estão
dispostos a dedicar algumas do dia com os estudos, e que querem levar a sério o
trabalho, garantindo uma satisfação intelectual e que o conhecimento adquirido possa
ser usado após a formatura.
1.3
Criar um tese é como exercitar a mente. As vezes nos exercitamos com coisas
úteis e inúteis. Do mesmo modo, é mais prazeroso estudar e escrever sobre algo que
nos agrade, porém nem sempre isso é possível. Portanto, é a experiência e o
conhecimento absorvido que vale nesse processo. Então, por mais que o tem seja
estúpido e absurdo, se bem elaborado, conclusões úteis serão tiradas.
1.4
2.1
O autor aconselha, então, que seja feito um corte epistemológico. Por exemplo,
partir do tema Geologia e ir afunilando para “Monte Aparente do Piricutin”. Também,
é preciso que o título do trabalho não seja ambíguo, porque pode causar confusão
quanto conteúdo. Dessa maneira. Eco sugere que é melhor escrever “Conceito de
Símbolo em Pierce, Frey e Jung”, em vez de “ O Símbolo no Pensamento
Contemporâneo”.
2.2
2.3
Nessa parte do livro o autor debate a questão de fazer uma tese sobre
questões antigas ou contemporâneas. Ele dá o exemplo da literatura, e diz que (no
gera) é mais fácil escrever sobre um tema antigo. Isso porque, apesar de ter mais fácil
acesso aos mais recentes, os antigos já possuem uma biografia definida, críticas
fundamentadas, e trabalhos sobre eles que podem servir de apoio. O trabalho sobre
um autor antigo é mais cansativo devido a extensão da obra e a pesquisa deve ser mais
atenta, a fim de fazê-la de maneira séria e aprender alguma coisa com ela. Além disso,
Eco diz que se o estudante decide escrever sobre algo recente, ele pode cair na
tentação de ficar comparando o presente com o passado.
2.4
Umberto Eco diz que o tempo mínimo para fazer uma tese é de seis meses e o
máximo de três anos. A pesquisa que dura mais que esse período é porque a pessoa se
frustrou com ela, quer abordar tudo possível sobre o tema ou escolheu a tese errada.
Por outro lado, todo o processo de elaborar uma tese não dura menos que um
semestre. Esse tempo estimado compreende-se desde a ideia da tese a apresentação.
2.5
Essa porção do capítulo não é só para aqueles que tratarão de uma tese na
língua estrangeira. Muitas vezes o que pesquisamos pode ser encontrado em outras
línguas, então o autor diz que essa é uma ótima oportunidade para aprender uma
língua. Caso contrário é melhor fazer uma tese que não requeira que se aprenda uma
língua e para evitar maiores dificuldades. Dessa maneira, é necessário que o aluno
verifique antes as obras a serem usadas.
- Às vezes a tradução não faz jus a obra, ou não consegue transmitir o raciocínio
por completo.
2.6
2.6.1
2) Não é valido escrever algo que já foi abordado várias vezes o até
mesmo uma única vez. É preciso que o objeto seja revelador, inédito, ou que seja
analisado sobre um novo ponto de vista.
3) A tese tem que ser útil a sociedade, ou seja, que poderá trazer contribuições
para futuros trabalhos e possuir valor científico.
Portando, é possível fazer uma tese política a partir desses requisitos. Além
disso, toda tese bem fundamentada, é uma contribuição para a construção do
conhecimento geral. Sendo assim, ela possui um caráter político. Por outro lado toda
empresa política séria segue um fundamento científico.
2.6.2
Nas teses de caráter político, além da atenção que se deve tomar para não ficar
contando os próprios acontecimentos, também é preciso fazer pesquisa de maneira
correta. Não basta entrevistar as pessoas e fazer perguntas superficiais para
comprovar uma opinião própria, pois aí a enquete perderá todo o objetivo. O risco de
superficialidade também é preocupante por dois motivos em teses desse caráter. O
primeiro é que para analisar os fenômenos e evolução social muitas vezes é preciso
criar o próprio método. O outro é que o método de pesquisa “americano” é muito
amplo, não abordado afundo esses acontecimentos, levando a uma compreensão
limitada da situação.
2.6.3
Nesse exemplo dado pelo autor, podemos retirar essas informações das
seguintes fontes: dados oficiais, declaração dos interessados, e boletins de escuta. A
primeira é aquela que é proveniente de fontes confiáveis e seguras, geralmente são
órgãos públicos ou do próprio objeto estudado. No caso da rádio poderia ser a faixa de
transmissão e os horários das atividades. A segunda fonte consiste no relato e na
entrevista das pessoas que fazem parte ou trabalham diretamente com o tema da
tese. Contudo é preciso que o estudante faça perguntas pertinentes e importantes que
irão cobrir as questões abordadas na tese e registra-las. No exemplo dado por Eco as
fontes confiáveis seriam os responsáveis pela rádio. Por fim, o boletim de escuta não
significa ouvir a rádio e transcrever a programação da semana. É a comparação entre
as emissoras à referente aos seus programas, a proporcionalidade entre música e
conversa (se no caso for uma rádio de música pop) e a questão das propagandas,
referente ao financiamento da empresa. Portando, é importante não fazer deduções
para não elaborar uma tese sem fundamento científico e nem baseada no senso
comum.
2.7
Para evitar isso, Umberto Eco sugere que conheça o professor antes. Pergunte
para colegas como ele é, conheça e leias as obras dele, e pesquise o histórico
acadêmico.
Capítulo 3
3.1.1
O autor frisa que é importante definir o tema da tese para saber, procurar e ter
acesso as fontes que tratam o assunto escolhido. Caso contrário, podemos escolher
um tema que as fontes estão em lugares muito longe, em línguas que não
conhecemos, ou encontrar problemas que nos impeçam ou dificultem na elaboração
do trabalho. O mesmo acontece com a literatura crítica.
3.1.2
Esta parte do capítulo visa explicar o que são fontes de primeira mão e o que
são as de segunda. Os livros, edições e documentos originais e edições críticas são
fontes de primeira mão. Nesta, não estão incluídas as traduções, antologias e resenhas
feitas por outros autores. Para exemplificar, Eco dá como exemplo, se alguém quer
estudar a independências dos Estados Unidos, a única fonte primária é o documento
original que contem a declaração.
3.2.1
Esta parte do capítulo três fala sobre as pesquisas bibliográficas e como usar
uma biblioteca para montar a bibliografia e os materiais que irão ser usados como
recursos para elaborar a tese. Na grande maioria das vezes, quando vamos começar a
elaborar uma tese vamos primeiro a biblioteca para fazer a lista de livros que
utilizaremos.
Quando não sabemos que assunto abordar, podemos conferir o catálogo por
assuntos, que facilitará muito na escolha. Se a pessoa já tem em mente o que
pesquisar e qual autor irá trabalhar pode usar o catálogo por ordem alfabética de
autores. No caso de usarmos o catálogo por assuntos, é preciso saber pesquisar
corretamente. Então, como o exemplo dado por Eco, dificilmente o estudante
encontrará no catalogo “a queda do Império Romano”, mas pode pesquisar sobre esse
assunto procurando palavras relacionadas como “Império Romano” e “história
Romana”. Além disso, é preciso saber como funciona o catálogo, pois de biblioteca
para biblioteca isso pode variar.
Umberto Eco diz que é mais seguro utilizar o catálogo por autores, pois esses
são certos sobre as obras escritas por um determinado autor. Já o sobre assuntos
depende muito da interpretação do bibliotecário sobre o livro e como ele determinará
como o livro encaixará em um ou vários assuntos.
Os catálogos bibliográficos são muito úteis para quem já sabe o tema que vai
utilizar na tese. Eles proporcionam a maior parte das informações bibliográfica que a
pessoa usará no trabalho (se for constantemente atualizado), informando as últimas
atualizações sobre a matéria. Para escolhermos este tipo de listagem podemos
recorrer à ajuda tanto do professor quanto ao do bibliotecário. Esse segundo nos
orienta onde podemos encontrar os livros e sugerir aqueles que podem ser úteis,
economizando, assim, tempo. Por outro lado, não podemos usar o bibliotecário como
o único suporte para utilizar a biblioteca, pois ele desconhece o enfoque que
queremos dar a nossa pesquisa, e, apesar de trabalhar lá, não possui um catalogo
mental na cabeça. Alguns livros que ele pode nos indicar nem sempre tem aquele
importância fundamental para nosso trabalho. Ainda , existe bibliotecas que possuem
esses catálogos informatizados e sistemas de empréstimo entre as bibliotecas.
3.2.2
3.2.3
Os livros
Primeiramente, ele dá o exemplo de uma citação que já foi escrita de maneira
errada.
Logo em seguida apresenta cinco maneiras para fazer uma citação de livro
correta. Sendo um dos exemplos: “Searle, John R., Speech Acts- Na Essay in the
Philosophy of Language. 1ª. ed., Cambridge, Cambridge University Press, 1969 (5ª. ed.
1974), pp. VIII-204”.
As revistas
O autor apresenta variações de citações de diferentes artigos de revista, como
“ANCESCHI, Luciano. Orizzonte della poesia, in “Il Veri”, fevereiro 1962, pp. 6-21”.
A série
Se a citação conter o nome do autor, título, editora e ano de publicação já o
suficiente. Caso queira fazer de maneira mais completa, pode informar também a
coleção.
Citações de jornais
As citações de jornais são feitas de maneira parecida com as de revistas, porém, é
conveniente colocar a data antes do número. Se o jornal é de circulação local, vale
colocar a cidade também.
Citação de clássicos
Existem modelos quase que padrão para citar estas obras como: título-livro-
capitulo, parte-paragrafo, ou canto-verso.
Originais e tradução
O autor dá a opinião que é sempre bom consultar o livro na edição original,
mas não somos familiarizados com todas as línguas, geralmente nosso vocabulário de
línguas estrangeiras não é muito amplo (apenas aquelas mais comuns). Então o autor
sugere fazer dupla citação, uma da versão lida e a outra da original. Porém, não há
problema em escrever o título traduzido quando a obra original é em uma língua que
poucos conhecem, pois a maioria não terá interesse em procura-la.
Se fizermos uma tese sobre um autor cuja obras tiveram várias edições em
diferentes línguas, sendo que o título foi levemente alterado uma vez, cabe o aluno
citar todas. Agora se o livro do autor for usado como apoio, basta citar a edição na
língua que foi lida.
Por fim, depois de explicar todos esses tipos de citações, Umberto apresenta
duas tabelas com breve resumo delas.
3.2.4
Umberto Eco imagina uma situação em que um estudante possui um ano para
elaborar a teses, trabalha, não tem muito dinheiro para gastar com livros caros,
conversou poucas vezes com o professor para orienta-lo e a cidade em que mora não
tem biblioteca.
Então ele se coloca nessa situação, com um tema que não possui muito
conhecimento (tratadística barroca italiana). Dispõe de 9 horas para fazer as pesquisas
iniciais, começando pela analise dos catálogos. Depois procura o assunto nas
enciclopédias, e historias da literatura. Ainda recorre à ajuda do bibliotecário, porém
como já o conhecia, Umberto recusa as facilidades que o bibliotecário oferece.
Encontra o livro de Giuseppe Conte, Metafora Barroca- Saggio Sulle Poetiche del
Seicento, que contem grande parte do conteúdo da tese, mas decide não usa-lo, pois
achou isso era muita sorte. Continua a pesquisa e acha na Enciclopédia Treccani o
verbete “seiscentista”, e também várias citações que lhe serão útil. Decide fichar o
verbete e procura outros como “poética”, “ retórica” , e “ estética”. Depois olha no
Grande Dizionario Enciclopedico Utet os termos “metáfora” e “barroco”. Com o fim de
ser mais produtivo, decide fazer uma leitura superficial usando o livro Storia dela
Letteratura Italiana. Todo esse trabalho por enquanto visam fichamento de referências
bibliográficas. Em seguida apresenta três tabelas relacionadas ao fichamento.
Umberto faz uma longa lista de livros, pois há muita coisa escrita sobre esse
assunto. No entanto, teme que a tese fique muito ampla. Portanto decide condensar o
que realmente será utilizado para tratar especificamente sobre o tema. O autor
continua com o fichamento das obras que julga importantes para elaboração da tese,
que no final resultou em uma bibliografia de no mínimo 300 títulos, dos quais
encontrou 30 na biblioteca de Alessandria. Questiona se isso será suficiente para uma
boa tese. Eco acha que seria aceitável se fosse para um trabalho feito em três meses
com materiais de segunda mão, ou se quiser colocar na bibliografia que leu um livro
que não leu, trapaceando assim.
Nos primeiros três meses o aluno pode limitar-se a ler os livros de consulta, as
obras mais antigas, e aos anais de revistas que não podem sair da biblioteca. Depois,
temos que escolher quais livros ler, e se não estiverem disponíveis na biblioteca local,
fazer um pedido para que ela empreste de outra.
3.2.5
O capítulo encerra com uma pergunta se a tese é feita sobre livros com livros.
No caso se uma tese científica, no qual são feitas experiências, geralmente a pessoa
que a escreve está inserida no contexto de um laboratório, mas mesmo assim precisa
de livros científicos para auxilia-lo. O mesmo acontece nas teses sociológicas, mesmo
que a pessoa esteja em contato com a situação em questão, ela precisará de livros que
vão auxiliar a fazer a pesquisa e mostrar como pesquisas semelhantes foram feitas.
Independente do tipo de teses, sempre será necessário uma leitura.
Dentre os livros que lemos, precisamos distinguir quais são o objeto de leitura
(o livro que a tese irá abordar) e a literatura crítica (livro que discute sobre a obra da
tese). Se devermos começar pela literatura crítica ou pelo objeto de leitura depende
de cada situação. Então dá uma sugestão de como proceder a leitura do material.
Porém diz que essa sugestão é muito teórica, pois existem pessoas monocrônicas e
policrônicas.
Capítulo 4
4.1
Quando começamos uma tese, segundo Eco, ela precisa conter um título, uma
introdução, e um índice final (que muitas vezes está no começo do livro). É estranho
começar pelo fim, principalmente já que o índice pode ser mudado várias vezes ao
longo da elaboração do trabalho. No entanto, é melhor mudar algo que já está
preestabelecido do que montar um índice do nada.
Até a edição final da tese, o índice e a introdução serão reescritas várias vezes.
Porém não pode afirmar que a tese é sua se não tiver elaborado esses dois
componentes do trabalho. A última introdução será bem mais sucinta e direta ao
ponto, mostrando somente aquilo que está contido na tese. Também apresentará o
núcleo e a periferia do problema. Sendo que o primeiro é o foco principal da tese, e o
segundo assuntos de apoio, mas que constituem com a elaboração na tese em um
total. Portanto, antes de elaborar esses três elementos, é imprescindível que seja feito
a pesquisa bibliográfica.
4.2
Quanto mais livros lemos para nossa tese, maior ficar a bibliografia. Para o
autor, não importa se começamos a ler um livro contido na bibliografia inicial ou se
começamos pelo livro e depois o adicionamos à bibliografia. O ideal seria possui todo o
material disponível em casa, porém isso é muito raro.
- Anotação no livro: “T. (4.5.6) inversão do tempo”. Sendo que o “T.” é abreviatura de
tese (4.5.6) a divisão do parágrafo na tese, e “inversão do tempo” o assunto.
Não é preciso fazer todos esses fichários. A quantidade e que tipo eles serão irá
depender to tipo da tese. Se possuirmos livros a nossa disposição a qualquer hora, o
autor aconselha mesmo assim fazer fichas, porém menos detalhadas. De qualquer
modo, é sempre bom fazer um fichário, principalmente se decidirmos mudar o plano
de trabalho, e também porque é mais cômodo o manuseio e mais fácil para
transportar. Em seguida, dá exemplos de fichas de citações e de rememoração.
4.2.2
Não se dever sublinhar ou grifar quando o livro não é seu, tem uma valor
econômico alto ou é raro. Nesse caso é melhor tirar Xerox ou escrever as partes
importantes em um caderno. O autor ainda aconselha que se faça uma legenda em
um marca páginas com as siglas e o significado das cores. Também alerta a questão
das fotos cópias, que se for tira-las, tomar cuidado para não ficar acumulando sem ter
lido os textos.
4.2.3
4.2.4
Para encerrar o capítulo, Umberto Eco fala da humildade científica, algo que é
necessário quando elaborarmos uma tese. A humildade científica é sempre estar com
a mente aberta para aprender algo novo, pois nenhuma fonte pode ser desperdiçada.
Ele conta história do livro que leu de Abade Vallet, que inicialmente só estava lendo o
livro para valer o dinheiro que pagou, mas que depois encontrou um ponto chave que
estava faltando na tese dele. Diz que se tivesse lido talvez um ano atrás o livro, não lhe
faria muita serventia, mas que naquele momento em que estava lendo encontrou a
solução para o problema dele. Então é necessário ter humildade quando estiver
pesquisando, pois sempre pode ter algo que é útil.
Capítulo 5
5.1
Antes de começarmos a escrever, sempre temos que ter em mente para quem
estamos escrevemos. No caso da tese, é o examinador o leitor principal, mas o
trabalho em si é destinado qualquer outra pessoa que esteja interessada em ler. É
equivoco afirmar que os textos mais complexos, que possuem fórmulas são aqueles de
autores experientes e que os outros que não fazem o mesmo são inseguros.
Não é preciso começar por uma obviedade, por exemplo, se escrevemos uma
tese sobre vulcanologia, não é necessário escrever o que é um vulcão. No entanto tudo
que segue, além disso, dever ser explicado, começando com os termos que serão
utilizados (a não ser que seja um termo comum e consagrado no tema abordado).
Portanto, como o autor diz: “definir todos os termos técnicos usados como categorias-
chaves em nosso discurso”.
Sempre é bom ter em mente que os leitores não realizaram o trabalho, então
cabe a nós explicarmos sobre o que e quem estamos escrevendo sobre. Se
abordarmos um autor notório, não é necessário descrever cada detalhe sobre ele. Por
outro lado, se o autor for desconhecido é bom fazer uma introdução, tornando-o
familiar para a banca. De qualquer modo, sempre é aconselhável fazer uma
apresentação do autor, dando assim, nexo com o conteúdo abordado.
5.2
Depois de decidir para quem escrever, temos que determinar como escrever.
Se existisse uma regra universal para como escrever, todos seriam escritores
profissionais. Escrever bem é questão de treino, no entanto o autor propõe dar
algumas dicas gerais.
5.3
5.3.1
5.3.2
5.4
5.4.1
5.4.2
5.4.3
5.5
5.6
Capítulo 6
VI
VI.1
VI.1.1
VI.1.2
VI.1.3
VI. 1.4
- Quando citar frases eu período que não são extensos no corpo do texto.
- Palavras isoladas que são de autoria de outro autor.
- Dar uma conotação especial para a palavra.
- Quando utilizar falas teatrais no texto.
Se uma citação estiver contida em outra, o período que está dentro da citação
é marcado pelas aspas simples, por exemplo “A célebre fala ‘Ser ou não ser’ tornou-se
o cavalo de batalha de todos os interpretes shakespearianos.” Também existem as
angulares, que são menos comuns. Essas são usadas para citações dentro de uma
citação que está contida em outra citação. Então, como citei uma frase do livro de Eco,
o correto seria ter escrito “ ‘A célebre fala <<Ser ou não ser>> tornou-se o cavalo de
batalha de todos os interpretes shakespearianos’”.
Também existe os casos em que precisamos escrever fórmulas, então o autor
apresenta uma variedade de expressões que podem ser usadas e escritas de maneira
mais simples.
VI.1.5
VI.1.7
Como esta porção do capítulo visa dar alguns conselhos, de maneira resumida,
que já foram dados durante o livro.
- Maiúsculas/ Minúsculas: Elas têm que ser usadas com parcimônia e nos
lugares adequados. Quando tratamos de um termo específico como “Estado” sob a
visão do Direito, a palavra é escrita em letra maiúscula. Os substantivos em alemão
também são escritos com maiúsculas. Use as minúsculas de acordo com a norma culta
da língua em que a tese está sendo escrita e que não prejudique o entendimento da
leitura.
- Aspas: Não esqueça de fechar as aspas após abri-las.
- Número e algarismos arábicos: Evite usa-los com frequência, em vez disso
escreva-os por extenso.
- Escolha um método coerente para usar as siglas e siga-o.
- Prestar atenção a forma de escrever o título de livros ou jornais (se estão
citados corretamente).
- Sublinhe o que for necessário, pois se não a função de sublinhar, que é
destacar perde o sentido.
- Alternar os usos de números ordinais, cardinais, e algarismo arábicos e
romanos.
- Releia o trabalho para corrigir os erros de datilografia/digitação, mas também
para verificar a numeração da s páginas, remissões internas e citações, como também
as notas.
- Verificar, também, a bibliografia.
VI.2
A bibliografia final já foi abordada em 3.2.3, 5.4.2, e 5.4.3. Porém, vale lembrar
que a bibliografia é um item indispensável de acordo com o tipo de tese que está
fazendo. Mesmo elaborando as notas de referências, a bibliografia facilita a leitura,
pois toda informação sobre as referências estão em um único lugar. A bibliografia
deve conter somente o que foi lido, possuir um título adequado, e ser feita em ordem
alfabética.
VI.3 e VI.4
Capítulo 7
Para concluir o livro, Umberto Eco deixa uma mensagem positiva, incentivando
o leitor que irá realizar a tese. A tese deve ser feita de maneira prazerosa, já que
escolhemos algo de nosso interesse. Também deve ser encarada como um desafio
impostos a nós mesmo, mas que ao mesmo tempo temos que nos divertir com ele.
Sendo assim, a finalidade da tese é aprender algo com ela “... a tese é como um porco:
nada se desperdiça.”
Bibliografia
1. Eco, Umberto. Como se faz uma tese. Editora Perspectiva S.A (24ª
edição, 2012) .