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É fato que Jung não estabeleceu nenhuma “teoria geral das neuroses” nem
escreveu textos dedicados à neurose ou aos sintomas em si. Isso porque
defendia que cada paciente deveria ser compreendido em sua
individualidade. A ênfase de Jung estava em compreender o individuo em sua
totalidade, não compreende-lo a partir de sua neurose, um aspecto parcial da
psique. Segundo Jung, O importante já não é a neurose, mas quem tem a
neurose. É pelo ser humano que devemos começar, para poder fazer-lhe
justiça.( Jung, 1999, p. 80)
Jung não estabeleceu teorias gerais nem tão pouco tinha abarcar todas as
possibilidades de compreensão do psiquismo. Suas teorias buscam
compreender a dinâmica psíquica sem ter a pretensão de ser “ a verdade”, isso
possibilitou que fossem estabelecidos diálogos entre a teoria junguiana e
outras como corporal, hipnose erickoniana, psicanálise, psicodrama,
abordagem sistémica dentre outras.
b) O funcionalismo de Jung
Como dissemos acima, o foco de Jung não era a doença ou a neurose – ele
afirmava que “Eu prefiro entender as pessoas a partir de sua saúde”(Jung,
1989, p.) , compreender a dinâmica psíquica e, a partir desta, os estados
anormais ou neuróticos e os psicóticos.
Não havia uma procupação por parte de Jung em buscar uma estrutura geral
da neurose, mesmo porque, para Jung a neurose não deveria ser considerado
algo “em-si”, pois, na neurose as atividades normais do psiquismo estariam
alteradas. Assim, deveria-se observar a função da neurose no individuo, o que
nos levaria a questionar “ à quê serviria aquela alteração na atividade normal
do psiquismo”. Isto está relacionado com a perspectiva teleológica ou finalista
que Jung adota, que nos leva a observar o sentido do sintoma na totalidade da
d) Sobre nomenclatura
Até aqui utilizamos o ter “neurose” para falar dos transtornos psíquicos, isso
porque neurose é um termo histórico. De forma geral, Jung não criou uma
nomenclatura específica para se referir aos transtornos mentais, muitas vezes
ele recorria a nomenclatura psicanalítica, pois era uma nomenclatura comum e
que todos entendiam, apesar dela remetar a concepção de estrutura.
Atualmente, é comum utilizar o CID-10, que apresenta uma concepção
descritiva, relacionando o nome aos sintomas observados.
Referências Bibliográficas