Como preparar crianças com Autismo para ler e escrever?
Nada mais essencial na vida de uma pessoa do que o domínio da leitura e da escrita. É inegável a importância que essas habilidades exercem no dia a dia, não só na questão pedagógica e profissional, mas até mesmo pela autoestima, algo tão necessário para todo ser humano. O foco deste artigo será um público específico: as crianças com autismo. O ensino de leitura e escrita para esse público é de extrema necessidade como um passo para a autonomia os pequenos e adolescentes. Vale lembrar que quanto antes a criança for estimulada, mais fácil pode ser sua aprendizagem. Não são poucas as dúvidas que permeiam a vida dos pais em relação ao aprendizado da leitura e da escrita. Sendo assim, vamos mostrar a vocês as principais informações que temos a respeito do tema. Metodologia fônica: técnica que mostra eficiência Tal método consiste em enfocar não só o nome das letras, mas o som delas também. Isso significa que as crianças com autismo, ao serem alfabetizadas, trabalham a sonorização das letras. Essa metodologia considera o fato de o som é assimilado de forma mais satisfatória no cérebro. Como é o funcionamento da metodologia fônica? As crianças com autismo precisam de um acompanhamento que seja efetivo no ensinamento da leitura e da escrita. Sendo assim, a metodologia fônica tem um papel fundamental no desenvolvimento de tais certas habilidades. A técnica funciona da seguinte maneira: quando o professor vai apresentar o som das letras, peguemos como exemplo as vogais, o nome da letra já é o som que ela emite (a, e, i, o, u). No caso das consoantes, precisamos fazer um pouco diferente e trabalhar não só o nome da letra, mas o som que ela faz. Por exemplo: – Letra F – Qual o som que ela faz? Mordemos levemente o lábio inferior e soltamos o ar entre os dentes (ffff…) – Letra M – Qual o som que ela faz? Juntamos o lábio superior e inferior, então soltamos a voz com a boca fechada (mmmm….) Quais são as formas de estimular a alfabetização? – Utilizando o visual Os educadores podem trabalhar a necessidade visual do estudante usando uma série de imagens enquanto eles ensinam o conteúdo. Tudo isso sem abrir mão de conduzir discussões e explicações. Por exemplo, quando os alunos estão estudando sobre um filme, o professor pode fornecer às crianças com autismo (e talvez a toda a classe) uma linha de tempo dos eventos na história do filme. Essa tática ajuda não só no estabelecimento de um raciocínio, mas da comunicação oral também. – Unindo as letras e formando palavras Quando os educadores trabalham o som da letra, a criança com autismo passa a ter a percepção de unir as letras e formar as sílabas. Importante ressaltar que o processo de alfabetização se torna mais simples e mais adequado. Além disso, alfabetizá-las passa também a ser algo mais efetivo para essas crianças, contribuindo para o aprendizado da leitura e da escrita. A importância de uma equipe voltada para o desenvolvimento A questão da leitura e escrita direcionada para crianças com autismo é algo que depende de muito preparo por parte dos profissionais. O acompanhamento feito por uma equipe multidisciplinar é necessário. Profissionais como analistas comportamentais, psicopedagogos, fonoaudiólogos e neuropediatras são imprescindíveis; principalmente por envolver uma área tão sensível como a comunicação e a linguagem dos pequenos.
O que é terapia de integração sensorial em crianças com Autismo? Todos nós podemos conceber que somos cheios de habilidades distintas cujo aperfeiçoamento possibilitam não só a percepção de mundo, mas também do ambiente que nos cerca. Importante ressaltar que esse conjunto de competência constitui a integração sensorial de um indivíduo. No entanto, isso não é algo inato. Segundo pesquisas, tais habilidades são desenvolvidas tanto com o decorrer da idade como através da experiência adquirida no convívio social com outros indivíduos. Além da interação que toda pessoa tem na primeira infância, deve-se ressaltar que a integração sensorial representa uma parte extremamente importante neste processo. Portanto, vejam como é fundamental proporcionar às crianças as terapias que visem à redução de sinais do autismo. Afinal, o que é integração sensorial? De acordo com Ayres (2005), a integração sensorial pode ser definida como o processo cujo cérebro organiza as informações com a finalidade de dar uma resposta adaptativa adequada. Isso é responsável por estruturar as sensações do próprio corpo e do ambiente de maneira que possibilita o uso eficiente do mesmo no ambiente. Portanto, podemos explicar a integração sensorial como a habilidade inata de organizar, interpretar sensações e responder apropriadamente ao ambiente; de modo que auxilia o ser humano em seu uso funcional. Problemas de alterações sensoriais As alterações sensoriais das crianças com TEA também podem afetar seu comportamento em atividades diárias familiares, inclusive comer, dormir e rotinas de dormir; e fora de casa essas alterações podem criar problemas, por exemplo, ao viajar e participar de eventos na comunidade. Consequentemente, as intervenções do autismo também devem incluir estratégias específicas de manejo de comportamentos sensoriais para melhorar as atividades diárias familiares e a participação em eventos na comunidade. (POSAR; VISCONTI, 2018). O que é a terapia de integração sensorial? Quem acompanha nossas postagens já deve ter lido que os tratamentos voltados para pessoas com autismo devem partir de uma equipe multidisciplinar. Tudo isso por conta das várias habilidades que são devidamente trabalhadas. No caso de quem convive com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e precisa desenvolver a integração sensorial, a presença de determinados especialistas é imprescindível para trazer soluções que atendam à demanda. Os profissionais de Terapia Ocupacional, por exemplo, são indicados para analisar e trabalhar essa situação. Eles têm como instrumentos de suas ações as atividades que estão presentes no cotidiano das pessoas. Os terapeutas ocupacionais propõem intervenções que favorecem itens como a recepção, o processamento e a resposta adaptativa ao meio por meio da integração de informações sensoriais. Além deles, podemos citar também os psicomotricistas, profissionais indispensáveis para o desenvolvimento da criança que convive com o TEA. Os especialistas que trabalham a psicomotricidade agem de forma a valorizar a saúde, a educação e a cultura. Isso é responsável por avaliar o indivíduo na relação com o ambiente ao redor. Estudos comprovam que as terapias de integração sensorial são responsáveis pela considerável redução de maneirismos, além da melhoria do autocuidado e das habilidades sociais dos pequenos. (POSAR; VISCONTI, 2018). Essas habilidades têm algo em comum com o autismo? Sim. É preciso salientar que o aspecto sensorial de uma pessoa com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) funciona de maneira completamente diferente de quem não vive com autismo. Vale lembrar que isso pode significar um grande problema. Todas as sensações ligadas à visão, sons, paladar, cheiros e toques tendem a ser um processo doloroso, sobretudo se a pessoa não tiver sido apresentada a alguma intervenção adequada. Em longo prazo, as consequências podem ser completamente prejudiciais. Atividades psicomotoras: impulsionando a integração sensorial Os psicomotricistas procuram trabalhar as estruturas perceptivas por meio de atividades que possibilitam às crianças a capacidade de observação do ambiente e das coisas que as cercam. É importante ressaltar que isso resulta em um aprendizado a mais para elas, uma vez que tendo a noção do que está à sua volta, os pequenos têm seu cérebro ‘moldado’ a partir dos exercícios realizados pelos psicomotricistas. Vale lembrar que as atividades cerebrais e as funções do corpo são dependentes, sendo que um é estimulado pelo outro, o que possibilita a interação entre as partes. A psicomotricidade é um fator de grande relevância para a vida de uma criança com autismo, pois, a partir dela, tem-se a capacidade de desenvolver as habilidades dos pacientes no espaço que eles ocupam e na própria vida. A escola trabalha com a integração sensorial? Em grande parte sim. No entanto, é necessário salientar que se a equipe da escola souber da existência do autismo na vida do aluno, os profissionais tendem a direcionar as atividades mais urgentes para as intervenções. Uma das habilidades observadas é justamente a psicomotricidade. A partir das atividades dadas em sala de aula, os educadores podem induzir os alunos a desempenhar funções que estimulem a psicomotricidade. Trabalhos como recortar, colorir, fazer riscos, escrever o nome, marcar palavras, entre outras tantas são muito importantes para desenvolver a psicomotricidade nas crianças. Muitas escolas contam com um especialista em psicomotricidade ou mantêm convênios com clínicas ou consultórios que contam com a presença desse profissional. O processamento sensorial na criança com autismo Segundo estudos, esse conjunto de habilidades pode se manifestar de maneira ineficiente em uma pessoa com TEA, por isso a terapia de integração sensorial é necessária. Veja abaixo os três aspectos ao processamento sensorial em uma criança/adolescente com autismo: – O primeiro indica que estímulos sensoriais não são registrados adequadamente; – O segundo, que os estímulos percebidos não são modulados de forma correta pelo SNC, principalmente no que diz respeito aos estímulos vestibular e tátil; – O terceiro indica inabilidade em integrar as muitas sensações do ambiente e, consequentemente, falha na percepção espacial e dificuldade de relacionamento com o ambiente. (Trecho retirado integralmente da dissertação ‘Autismo e Integração Sensorial – a intervenção psicomotora como um instrumento facilitador no atendimento de crianças e adolescentes autistas). https://neurosaber.com.br/o-que-e-terapia-de-integracao-sensorial-em-criancas-com- autismo/