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Diretor Executivo
Cesar Cunha Campos
Diretor Técnico
Ricardo Simonsen
Diretor de Controle
Antônio Carlos Aidar
Coordenação
Fernando Garcia
Redação
Ana Maria Castelo
Rogério César de Souza
Pesquisa
Ana Maria Castelo
Rogério César de Souza
Sérgio Camara Bandeira
Ana Lélia Magnabosco
Consultoria Editorial
Edney Cielici Dias
Design & Produção Gráfica
André C. Michelin
Ilustrações
Bruna Brito
GERAÇÃO DE RIQUEZA......................................................... 18
EMPREGO E RENDA.......................................................................................................................................................................19
IMPOSTOS E DIVISAS.....................................................................................................................................................................21
DESENVOLVIMENTO REGIONAL................................................................................................................................................23
sustentabilidade............................................................. 26
DESPESAS SOCIAIS.........................................................................................................................................................................27
QUALIDADE DO EMPREGO.........................................................................................................................................................30
CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE...........................................................................................................................................32
CRESCENDO JUNTOS....................................................................................................................................................................35
A CELULOSE É
AS MUDAS SE EXPORTADA
TORNAM ÁRVORES EMPREGO E RENDA,
DIVISAS E IMPOSTOS
SÃO GERADOS PELAS
ATIVIDADES DA
ARACRUZ E DE SEUS
FORNECEDORES
A MADEIRA É
PLANTAR A MUDA AS ÁRVORES TRANSFORMADA
SÃO COLHIDAS EM CELULOSE
GERAÇÃO DE RIQUEZA
RENDA Em 2003, o valor adicionado pela Aracruz nas suas fá- ESPÍRITO SANTO As atividades florestais da Aracruz responderam
bricas e florestas foi de R$ 1,545 bilhão. Além disso, foi gerado por 7,5% de todo valor adicionado pela agropecuária do Estado
R$ 1,852 bilhão a mais de renda nas diversas atividades laterais de em 2003. A participação da empresa no PIB da indústria do Espí-
sua cadeia produtiva. Ao todo, a Aracruz foi responsável por gerar rito Santo foi maior, de 15,2%. O seu valor adicionado respondeu
R$ 3,397 bilhões, o que correspondeu a 0,24% do PIB brasileiro. por quase 5% do PIB estadual e 1,3% de todo pessoal empregado
com carteira de trabalho no Estado.
EMPREGO Considerando o emprego direto e o indireto, as ativi-
dades da Aracruz sustentaram 95,8 mil empregos em 2003. Esses CIDADES No município de Aracruz (ES), o valor adicionado
postos de trabalho foram gerados, em sua maioria, em quatro se- pela empresa representou 77,1% do PIB municipal em 2003. Em
tores de atividade econômica: florestal, comércio, transportes e Guaíba (RS), considerando apenas as atividades da empresa no
serviços prestados às empresas. segundo semestre de 2003, essa participação foi de 13,8% do
PIB municipal.
DIVISAS Em 2005, as exportações da Aracruz produziram US$ 1,005
bilhão de divisas, o que representou aproximadamente 0,9% de CAMPO Em alguns municípios, as atividades da Aracruz têm
todas as exportações brasileiras. Esse montante seria suficiente uma participação elevada na geração de renda no campo. Esse
para pagar todas as importações de trigo, farinha de trigo, leite e é o caso de Conceição da Barra, em que as atividade da empresa
laticínios, carnes e livros. são responsáveis por 37,5% do PIB agropecuário, e São Mateus
(25,8%), ambos no Espírito Santo. Em quatro municípios baianos,
sua contribuição para a geração de renda agropecuária também
é bastante significativa: Alcobaça (45,6%), Nova Viçosa (34,9%),
Caravelas (28%) e Ibirapuã (27,5%).
sustentabilidade
RESPONSABILIDADE De tudo que a Aracruz adiciona de valor à CRESCIMENTO A taxa anual de crescimento da produção física
economia brasileira, mais de um quarto retorna para a sociedade da empresa, de 11,6% ao ano entre 1998 e 2005, foi cinco vezes
durante o período de produção. Foram R$ 433 milhões em 2003. a taxa de crescimento da economia brasileira (2,29% ao ano). Por
isso, pode-se dizer que a Aracruz foi responsável por 1,23% de
QUALIDADE O produto médio do trabalho da Aracruz foi de todo crescimento econômico do Brasil nesse período.
R$ 893 mil em 2003, ou ainda, cada trabalhador permanente da
Aracruz (próprio ou terceirizado) produziu quase R$ 75 mil por DESENVOLVIMENTO Entre 1998 e 2003, o crescimento da Aracruz
mês. Essa produtividade do trabalho da Aracruz é 40 vezes a mé- foi responsável por 24,2% de todo crescimento econômico do Es-
dia da economia brasileira. pírito Santo – 96% do crescimento do município de Aracruz veio
dos investimentos, dos novos postos de trabalho e da pesquisa e
PRODUTIVIDADE Entre 1998-2005, as taxas de crescimento da desenvolvimento proporcionados pela empresa.
produtividade das atividades industriais e florestais da Aracruz,
de 1,13% ao ano e 0,42% ao ano, respectivamente, assim como PARCERIAS A expansão da Aracruz aumentou o emprego e criou
a taxa média ponderada (1,06% ao ano), foram superiores à taxa oportunidades para empresas locais. Muitas firmas surgiram com
anual de aumento da produtividade da economia brasileira, de a prestação de serviços à Aracruz, outras cresceram e se fortalece-
0,27% ao ano. ram com a parceria.
Elos da Produção ANTES DO PAPEL CHEGAR ÀS NOSSAS MÃOS,
UM LONGO CAMINHO É PERCORRIDO. AS ATIVIDADES DA ARACRUZ ESTÃO NAS
PRIMEIRAS FASES DA CADEIA PRODUTIVA: O DESENVOLVIMENTO DE MUDAS, O
PLANTIO DE FLORESTAS E A FABRICAÇÃO DE CELULOSE
A EMPRESA A Aracruz iniciou suas atividades em novembro 3 milhões de toneladas de celulose por ano – 2,5 milhões de pro-
de 1967, com os primeiros plantios de eucalipto. A fundação da dução própria e 0,5 milhão de produção da Veracel. São produzi-
empresa propriamente dita ocorreu em abril de 1972, e, em se- das ainda 50 mil toneladas de papel para impressão e escrita.
tembro de 1978, foi inaugurada a primeira fábrica de celulose em
Barra do Riacho, Espírito Santo. A operação da indústria mostrou A CADEIA PRODUTIVA Da floresta às fábricas, escritó-
a necessidade de ampliar a infra-estrutura local. Em janeiro de rios, escolas, hospitais e casas: esse é o percurso dos produtos
1985, foi construído um terminal portuário especializado no em- oriundos da cadeia produtiva da Aracruz. O papel, nas suas mais
barque de celulose para o escoamento da produção para o mercado variadas formas – de escrever, sanitário, fotográfico, para em-
externo, o Portocel. Hoje ele é propriedade conjunta da Aracruz balagens, entre outros –, está presente na vida das pessoas de
(51%) e da empresa Celulose Nipo-Brasileira Cenibra (49%) – sua uma forma que nem se pode imaginar como substituí-lo. O que
capacidade de embarque anual é de 4,5 milhões toneladas. é menos evidente é que, para o produto final chegar às nossas
Na década de 1990, a empresa iniciou a expansão de suas mãos, um longo caminho, que envolve muitas empresas e muitas
operações. Em 1991, foi inaugurada a segunda fábrica em Bar- pessoas,é percorrido. Esse é o conceito por trás de cadeia pro-
ra do Riacho. Em 1999, as duas fábricas foram modernizadas, dutiva: a soma de todos os elos e atividades até que o papel che-
aumentando sua capacidade produtiva total. Em 2000, a Ara- gue ao seu destino final. Há muitos números envolvidos nessa
cruz tornou-se sócia da base florestal do Projeto Veracel, no sul cadeia. Da madeira ao papel, passam-se muitas etapas, as quais
da Bahia. Em 2001, iniciou a construção da terceira fábrica em envolvem recursos físicos e humanos.
Barra do Riacho, que entrou em operação em 2002. Em julho de O principal recurso da cadeia produtiva é a celulose ex-
2003, a Aracruz adquiriu a Riocell, na cidade de Guaíba, no Rio traída de árvores. Mas não é qualquer tipo de árvore que é uti-
Grande do Sul, consolidando sua liderança do mercado de celu- lizada. A celulose da Aracruz é produzida a partir da madeira
lose branqueada de eucalipto. Em 2003, iniciou a construção da de eucalipto plantado, o que lhe dá características próprias. A
fábrica de celulose do Projeto Veracel, com capacidade para um celulose de eucalipto é de fibra curta, adequada para a fabricação
milhão de toneladas por ano. A fábrica foi concluída em 2005, e a de papéis para impressoras, sanitários e especiais.
Aracruz detém o direito de comercialização de 50% da produção. Antes de se chegar à madeira, é necessário plantar a ár-
Em julho de 2006, foi anunciada a construção de uma nova planta vore. Na realidade, a cadeia produtiva da Aracruz começa ainda
na unidade de Guaíba, o que ampliará a capacidade de comercia- na área de pesquisa, responsável pelo desenvolvimento de no-
lização da Aracruz. A capacidade atual da empresa é de cerca de vas espécies de plantas, mais adequadas à produção de papel.
Atualmente, aproximadamente 92% da floresta tem origem nas florestal garante a produtividade da floresta por várias colheitas.
mudas produzidas a partir da clonagem por mini-estacas, um O cuidado com o solo se dá com a adubação baseada em balanço
processo que garante produtividade, homogeneidade e qualida- nutricional. Nessa etapa, há a preocupação com a conservação do
de da celulose. Hoje é uma etapa terceirizada, mas nem sempre solo, da água, da fauna e da flora. A Aracruz possui certificado
foi assim. A produção de mudas por clonagem foi um processo de manejo florestal dado pelo Sistema Brasileiro de Certificação
desenvolvido dentro da própria empresa por seus pesquisado- Florestal (Cerflor).
res, o que lhe conferiu, em 1984, uma premiação internacional As mudas de eucalipto são plantadas em áreas próprias
concedida pela comunidade científica florestal: o Prêmio Marcus ou de produtores independentes, a maioria parceiros da empresa.
Wallenberg, na Suécia. Em 2005, a Aracruz possuía aproximadamente 403 mil hectares
A produção de mudas é feita a partir da coleta de bro- de área própria, sendo que o plantio do eucalipto ocupava 243
tações de eucalipto. Após essa etapa, as brotações são trans- mil hectares, e as reservas de matas nativas, 132 mil hectares –
formadas em estacas, acondicionadas em pequenos recipientes 28 mil hectares eram para outras finalidades. Além disso, a Ara-
contendo água. Elas são tratadas com hormônios para, poste- cruz contava ainda com mais 18 mil hectares em áreas arrenda-
riormente, serem plantadas em tubetes. Até o início da emissão das ou em parcerias e 72 mil hectares nas terras dos produtores
de raízes e brotações e o plantio no campo, as mudas recebem florestais independentes, os quais são proprietários rurais que
um tratamento especial, o qual requer, literalmente, sombra e identificaram no plantio do eucalipto uma forma de utilização
água fresca, pois é importante que a umidade relativa do am- de suas terras – em geral, áreas impróprias para a agricultura
biente esteja próxima a 100%. Para o plantio, as mudas passam ou ociosas. Atualmente, são mais de 3 mil produtores em vários
por um rigoroso processo de avaliação, em que se consideram municípios do Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais e Rio Gran-
parâmetros como altura, estado fisiológico e consistência do de do Sul. Embora ainda represente uma parte relativamente
torrão. Os clones que dão origem às mudas são renovados a pequena do total utilizado pela Aracruz, a área de produtores
cada três anos. A cada ano são produzidas cerca de 40 milhões florestais vem crescendo nos últimos anos e começa a ganhar
de mudas de eucalipto. força como alternativa de renda para o produtor rural.
A etapa seguinte da cadeia é a de silvicultura, a qual envol- Um ponto merece destaque nessa fase: a preocupação
ve os cuidados com o plantio e manutenção das áreas. O manejo com a sustentabilidade ambiental. Toda a madeira utilizada
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pela Aracruz para a produção de celulose é plantada, ou seja,
a empresa só faz uso de árvores renováveis. Há também a pro-
dução anual de mais 1 milhão de mudas de plantas nativas nos
viveiros da Aracruz, que são doadas a produtores rurais par-
ceiros na produção de eucalipto. Elas são empregadas na re-
cuperação das áreas de suas propriedades (em geral, na mata
ciliar) que foram desgastadas no passado, principalmente na
formação de pastos. Esses produtores, por contrato, têm a área
de plantio de eucaliptos limitada a 40% das áreas planas ou
56% das áreas inclinadas.
O eucalipto leva um período de 6 a 7 anos de crescimento.
Findo esse prazo, a planta está pronta para percorrer o próximo
caminho: corte e transporte para as fábricas. O corte é realiza-
do por colheitadeiras, também chamadas de “harvesters”. Essas
máquinas, durante a colheita, realizam o descascamento das ár-
vores. Descascar a árvore no local de plantio não é apenas uma
questão de praticidade: as cascas funcionam como um material
O EUCALIPTO é uma árvore exótica que foi introduzida no território brasileiro. Entre
orgânico que ajuda a alimentar e preservar o solo. Boa parte as mais conhecidas espécies introduzidas no Brasil já no século 16, estão o trigo,
da colheita ocorre dessa forma. Mas existem áreas nas quais as originário do Egito; o cavalo, proveniente da Europa e da Ásia; e a cana-de-açúcar,
cuja origem é a Ásia. Outras espécies trazidas posteriormente são o café (1727), cuja
colheitadeiras não conseguem chegar e o corte ainda se dá com
origem é a Etiópia, e a soja (1882), vinda da China. O mesmo ocorreu com o eucalipto,
motosserra – nesse caso, as toras são transportadas com as cas- uma árvore originária da Austrália e que foi introduzida no país com fins paisagísticos
cas. Nos dois casos, como as raízes da planta não são extraídas, no meio do século 19, sendo que seu plantio comercial iniciou-se em 1904.
há uma segunda brotação que dá origem a uma nova planta, a
qual levará mais 6 a 7 anos de crescimento. Esse processo pode- as toras em montes. Depois, elas são transportadas em cami-
ria ocorrer inúmeras vezes, mas, para não ter perda de produti- nhões até as fábricas. Esse transporte é totalmente terceirizado e
vidade e para aproveitar os ganhos da pesquisa, novas mudas são atualmente envolve três empresas na região de Barra do Riacho
plantadas a cada dois cortes. As colheitadeiras cortam e deixam e seis empresas em Guaíba.
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A Cadeia produtiva da aracruz
AS MUDAS
SE TORNAM ÁRVORES...
O eucalipto leva um período
de 6 a 7 anos de crescimento.
Em 2005, a Aracruz possuía
243 mil hectares de áreas com
eucalipto e 132 mil hectares
com reservas de matas nativas
A CELULOSE É EXPORTADA,
e com as divisas compram-se bens
no exterior. O valor das exportações
da Aracruz foi suficiente para pagar
as importações brasileiras de trigo,
farinha de trigo, leite e laticínios,
carnes e livros em 2005
barcaças, produtos químicos, equipamentos, serviços de manutenção, serviços de limpeza, segurança, energia e pessoas
pARA TRANSPORTAR A MADEIRA QUE VEM DA BAHIA, A ARACRUZ DESENVOLVEU UM SISTEMA ESPECIAL
Envolvendo BARCAÇAS, QUE REDUZIU CUSTOS operacionais E TROUXE ganhos PARA A REGIÃO
O transporte exclusivo por estrada ocorre apenas com a os quais são estocados em pilhas e transportados por correias
madeira colhida no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul, que até os silos dos digestores.
vai para as fábricas de Barra do Riacho e de Guaíba, respectiva- O digestor tem a forma de torre e funciona como uma
mente. Parte da madeira que vem da Bahia, por exemplo, chega panela de pressão. Lá se cozinham os cavacos com uma substân-
às fábricas em barcaças desenvolvidas especialmente para esse cia à base de soda cáustica e sulfeto de sódio, chamada de licor
transporte. O caminhão leva as toras a um terminal portuário branco. Após 4 ou 6 horas de cozimento, há a transformação em
localizado no sul da Bahia, e as barcaças as transportam para o celulose marrom, em que as fibras da madeira são individualiza-
porto em Barra do Riacho, num percurso marítimo de 26 horas. das. Na madeira, as fibras estão unidas pela lignina, que funciona
Outros caminhões fazem o transporte da madeira do porto em como uma espécie de cola. No cozimento, essa cola é retirada,
Barra do Riacho até a unidade industrial. Além de reduzir custos e as fibras são separadas. O cozimento realiza-se do topo até o
para a empresa, essa forma de transporte trouxe ganhos impor- centro do digestor. Do centro até a parte inferior, ocorre a lava-
tantes (externalidades positivas) para a região, na medida em que gem, com a finalidade de se retirar a solução residual, chamada
reduziu o trafego na BR 101, que liga o Espírito Santo à Bahia. de licor preto fraco.
Com a chegada à fábrica, um novo processo se inicia: o Esse material é o próprio licor branco forte usado no
tratamento físico-químico, para obtenção da fibra de celulose. A cozimento, mais a lignina dissociada da madeira. O licor preto
Aracruz possui três fábricas de celulose em Barra do Riacho e é utilizado na caldeira de recuperação como combustível. Pela
uma em Guaíba, onde há também uma fábrica de papel. O pro- caldeira passam tubos contendo água, a qual é aquecida até a va-
cesso fabril de produção da celulose é contínuo: envolve uma porização. O vapor segue por tubulações: o de baixa pressão vai
operação industrial de 24 horas ao dia, só interrompida para ma- para o processo de produção e o de alta pressão passa por turbi-
nutenção das máquinas. nas de geração elétrica. Essa energia é empregada nas próprias
Nas fábricas de celulose, as toras que não foram previa- fábricas – seu excedente é vendido na rede geral de distribuição.
mente descascadas no campo são processadas em descascadores. Nessa queima, também se recupera parte da soda cáustica em-
Depois, todas as toras são encaminhadas aos picadores, para se- pregada no branqueamento das fibras. Isso significa que o pro-
rem transformadas em cavacos, pequenos pedaços de madeira, cesso de produção da celulose aproveita a maior parte dos resí-
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Funcionários e
digestores da unidade
Barra do Riacho, ES
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A elevada participação de mercado foi obtida com base nos investimentos realizados
a partir de 2000: A instalação da “linha C” em Barra do Riacho e a aquisição da Riocell
do mercado brasileiro de celulose, cujo faturamento bruto foi lulose no ano seguinte, adicionando mais 420 mil toneladas à
de R$ 7,124 bilhões. capacidade instalada. Com isso, a produção da empresa regis-
Por ser uma empresa que integra a produção de ma- trou crescimento expressivo – de 1,165 milhão de toneladas
deira e celulose, o valor da produção por tonelada de celulose em 1998, a produção passou para 2,551 milhões de toneladas
da Aracruz é relativamente maior que o da média das fábricas em 2005, uma expansão de quase 120% em oito anos –, o que
brasileiras. Ao cultivar a maior parte da madeira empregada e a levou a uma posição de mercado privilegiada no contexto
ao produzir a totalidade da energia elétrica por ela consumida, internacional (Gráfico 2).
a Aracruz adiciona valor à produção numa proporção maior O mercado mundial de celulose pode ser dividido em
que as empresas que são menos integradas na produção de ma- quatro categorias, que diferem em razão do tipo de empresa e
deira e celulose. Isto é, além do valor da produção de celulose, do tipo de fibra produzida. No que diz respeito ao tipo de em-
há o valor adicionado pela empresa na produção de madeira e presa, há aquelas integradas na produção de celulose e papel, as
de energia elétrica. quais consomem a maior parte da celulose produzida na produ-
Em 2003, o valor da produção da Aracruz, de R$ 3,516 ção própria de papel ou papelão, e há as empresas não-integra-
bilhões, representou quase 60% dos R$ 5,916 bilhões de valor da
produção da indústria brasileira de celulose (Gráfico 1). Quando
Tabela 1 A Aracruz no mercado brasileiro
se considera a produção da indústria de papel, a qual tem boa
Quantidade de Faturamento Valor bruto da
parte de seus produtores integrados com a indústria de celulose, Setor / empresa
celulose bruto (R$ mil) produção (R$ mil)
a participação de mercado da Aracruz é elevada: aproximada- Papel e gráfica - Matriz - 76.209.803 56.815.875
mente 10% de uma produção de R$ 35,4 bilhões. Papel e celulose - 43.570.452 35.463.906
Essa participação de mercado foi obtida com base nos Celulose 5.513.503 7.124.129 5.916.072
investimentos realizados pela empresa a partir de 2000. Em Aracruz Celulose 2.249.540 2.982.345 3.515.635
Barra do Riacho 2.031.340 2.744.454 3.196.025
2002, entrou em operação a “linha C” da fábrica de Barra do
Guaíba 218.200 237.891 319.610
Riacho, que ampliou em 800 mil toneladas/ano sua capacidade
instalada, e a empresa Riocell foi incorporada à Aracruz Ce- Fonte: Pesquisa Industrial Anual 2003, IBGE; Matriz Insumo-Produto 2003, IBGE; Aracruz Celulose
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das, as quais produzem a celulose e vendem para as empresas de Em 2005, a empresa respondeu por 29% da produção
papel e papelão que também não são integradas ou para aquelas mundial de pasta branqueada de celulose de eucalipto, o que re-
que não são auto-suficientes em celulose. A Aracruz se enqua- presentou aproximadamente 5,4% do total da celulose para ven-
dra nesta última categoria. A celulose produzida pelas empre- da em mercado no mundo, cuja produção foi de 47 milhões de
sas pode ser de fibra longa (originada de algumas espécies de toneladas. Mesmo incluindo a produção de celulose das empre-
madeira) ou de fibra curta, que é o caso da celulose de eucalipto sas integradas de papel e celulose, a participação da Aracruz no
produzida pela Aracruz. mercado mundial foi elevada, de 1,5%.
2,50 2,55
2,25
9,9%
6,2%
No mercado de papel, No mercado de papel e No mercado de 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
celulose e gráfica celulose celulose
Fonte: Pesquisa Industrial Anual 2003, IBGE e Aracruz Celulose Fonte: Aracruz Celulose
(*) A produção da unidade de Guaíba de 2003 corresponde ao período de julho a dezembro (*) A produção da unidade de Guaíba de 2003 corresponde ao período de julho a dezembro
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GERAÇÃO DE RIQUEZA Uma FORMA DIRETA DE MEDIR A
CONTRIBUIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA DE UMA EMPRESA PARA O PAÍS É AVALIAR
SUA PARTICIPAÇÃO NA GERAÇÃO DE RENDA, OU SEJA, A QUANTIDADE DE VALOR QUE
ELA ACRESCENTA AO PRODUTO INTERNO BRUTO
EMPREGO E RENDA Em 2003, a contribuição da Aracruz indiretos com a produção e comercialização da celulose, a remune-
para a economia brasileira atingiu R$ 1,545 bilhão, conforme ração de profissionais autônomos, os impostos diretos e indiretos
ilustra a Tabela 2. Desse valor, R$ 1,423 bilhão foi adicionado nas arrecadados, o investimento e a remuneração do capital. Soman-
plantas industriais de Barra do Riacho e nas florestas da empresa do-se o valor adicionado ao consumo intermediário, que atingiu
que sustentam o fornecimento de madeira. Os demais R$ 122,1 R$ 1,970 bilhão, obtém-se o valor da produção de R$ 3,516 bi-
milhões foram adicionados na unidade de Guaíba. lhões, em 2003.
Sob o enfoque da renda, a Aracruz contribuiu com R$ 122,7 O valor adicionado pela Aracruz em 2003 representou
milhões em salários e encargos sociais e com cerca de R$ 1,380 bi- aproximadamente 7,1% de toda a renda do setor de papel, celu-
lhão em excedente operacional, no qual estão incluídos os custos lose e gráfica no país, que foi de R$ 21,8 bilhões, e 8,8% do valor
Valor adicionado bruto a preço básico (d) = (a + b + c) 1.851,6 1.423,4 122,1 1.545,5 3.397,1 21.771,3 1.395.604
Remunerações (a) 525,6 105,2 17,4 122,7 648,3 7.238,6 554.149
Salários 388,1 87,6 13,5 101,1 489,2 5.189,6 399.882
Contribuições sociais efetivas 132,7 17,6 4,0 21,6 154,2 2.048,9 90.136
Previdência oficial/FGTS 126,4 14,1 3,7 17,9 144,2 2.021,3 86.526
Previdência privada 6,3 3,5 0,2 3,7 10,0 27,7 3.610
Excedente operacional bruto (b) 1.175,7 1.277,8 101,8 1.379,6 2.555,3 11.915,7 738.683
Rendimento de autônomos 116,8 - - - 116,8 195,9 69.757
Excedente operacional das empresas 1.058,9 1.277,8 101,8 1.379,6 2.438,5 1.277,8 668.926
Outros impostos e subsídios sobre a produção (c) 150,3 40,3 2,9 43,2 193,5 2.617,1 102.773
Consumo intermediário (e) 2.241,4 1.772,6 197,5 1.970,1 4.211,5 38.240,6 1.630.563
Valor da produção (f ) = (d + e) 4.092,9 3.196,0 319,6 3.515,6 7.608,6 60.011,9 3.026.167
Pessoal ocupado (empregados) (g) 93.980 1.594 237 1.831 95.811 428.500 67.334.200
Produtividade média do trabalho (R$) (d) / (g) 19.702 892.736 515.187 843.878 35.456 50.808 20.727
Fonte: FGV. (*) A produção da unidade de Guaíba de 2003 corresponde ao período de julho a dezembro.
A produção de celulose da Veracel, da qual a Aracruz detém 50%, não está incluída nesta análise.
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Funcionária da unidade de Guaíba, RS
a empregados terceirizados permanentes das empresas contrata-
das pela Aracruz. Considerando o emprego direto e o indireto, as
atividades da empresa sustentaram 95,8 mil empregos no ano de
2003. Esses postos de trabalho foram gerados, em sua maioria, em
quatro setores de atividade econômica: florestal, comércio, trans-
portes e serviços prestados às empresas. Em toda a cadeia produ-
tiva, foram gerados R$ 648,3 milhões em salários e contribuições
sociais e R$ 2,555 bilhões em excedente operacional.
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setor de máquinas e tratores, de 20,2%; a do setor de elementos gum de seus fornecedores, estima-se que, em 2003, tenham sido
químicos, de 20,6%; e a da indústria de açúcar de 21,1%. coletados R$ 915,5 milhões aos cofres públicos das três esferas
Esse não foi o valor total da arrecadação da cadeia produ- de governo. Isto é, aos R$ 389,7 milhões arrecadados pela Ara-
tiva. Considerando-se todos os impostos diretos e indiretos que cruz, somaram-se R$ 525,8 milhões de impostos e contribuições
estão presentes nas atividades econômicas da Aracruz, indepen- de seus fornecedores em toda a cadeia produtiva. Na Tabela 3,
dentemente de terem sido arrecadados pela empresa ou por al- vê-se a distribuição dessa carga tributária entre diferentes im-
22
a participação da Aracruz no PIB foi de um terço da participação de toda indústria
nacional de laticínios e maior que o setor de torrefação e moagem de café no Brasil
postos e contribuições, em que se destacam: o ICMS, os outros brasileiras de alguns produtos. Por exemplo, as exportações de
tributos sobre a produção (onde estão incluídos a Cofins e o PIS/ celulose da Aracruz foram suficientes para pagar as importações
Pasep), as contribuições ao INSS e ao FGTS e o Imposto de Ren- brasileiras de trigo e farinha de trigo, leite e laticínios, carnes e
da. Esse valor total de impostos e contribuições sociais represen- livros em 2005. Outra comparação: essas exportações corres-
tou 28,4% do valor adicionado por essas empresas em 2003. ponderam a 65,6% de todas as importações brasileiras de vaci-
Em 2005, com a redução do preço da celulose no mer- nas e medicamentos, para homens e animais, as quais somaram
cado internacional e a valorização do real, o total de impostos US$ 1,533 bilhão em 2005.
arrecadados diretamente pela Aracruz foi ligeiramente menor
do que o arrecadado em 2003, passando para R$ 350,5 milhões. DESENVOLVIMENTO REGIONAL Como dito anterior-
Não obstante, o peso dessa arrecadação no faturamento da em- mente, as atividades econômicas da Aracruz foram responsáveis
presa se elevou. Em 2005, 13,9% do faturamento da Aracruz foi por 0,24% do PIB brasileiro em 2003, uma parcela extremamen-
aos cofres públicos na forma de impostos e contribuições sociais te elevada para uma só empresa. Para ter uma base de compara-
– esse peso foi de 13,1% em 2003. Aplicando-se o multiplica- ção, basta mencionar que, nesse ano, o valor adicionado por todo
dor de impostos, estima-se que outros R$ 661,3 milhões tenham setor de torrefação e moagem de café no Brasil (R$ 0,960 bilhão)
sido arrecadados ao longo da cadeia produtiva, somando mais de foi menor que o da Aracruz. Outra comparação: a participação
R$ 1,0 bilhão em impostos e contribuições sociais em 2005. da Aracruz no PIB brasileiro foi de um terço da participação de
Além dos tributos, as atividades da Aracruz dão outra toda indústria nacional de laticínios.
contribuição importante para a sociedade brasileira: criam di- Se sua participação é grande na economia nacional, quan-
visas. Em 2005, as exportações da Aracruz geraram US$ 1,005 do consideradas apenas as regiões do país em que ela atua, a im-
bilhão de divisas, o que representou aproximadamente 0,9% de portância relativa da empresa para o desenvolvimento regional
todas as exportações brasileiras. Essas divisas financiaram perto se mostra muito mais intensa. A Tabela 4 apresenta as estatísti-
de 1,4% de todas as importações brasileiras em 2005. Para ter cas de valor da produção, consumo intermediário, valor adicio-
uma noção mais precisa do quanto isso representa, basta compa- nado e empregados com carteira do Espírito Santo, Estado onde
rar o valor das exportações da Aracruz com o das importações a Aracruz concentra a maior parte de suas atividades florestais
23
Contas Regionais do Espírito Santo
Tabela 4 dades florestais da Aracruz foram responsáveis por 4.690 postos
e da Aracruz Celulose, R$ milhões, 2003 de trabalho permanentes em 2003, o que representou 13,3% do
Setor de atividade
Valor da Consumo Valor Empregados pessoal empregado, com carteira assinada, no setor agropecuá-
Produção Intermediário Adicionado com carteira
rio do Espírito Santo.
Agropecuária 2.310,25 1.400,23 910,02 35.193
A participação da Aracruz no PIB da indústria do Espíri-
Aracruz – atividades florestais 146,00 77,43 68,57 4.690
Participação (%) 6,3% 5,5% 7,5% 13,3%
to Santo foi maior, de 15,2%, ou ainda, R$ 1,2 bilhão de R$ 7,95
Indústria de transformação 23.293,76 15.338,94 7.954,82 103.692 bilhões em 2003. Vale mencionar também que a geração de ener-
Aracruz – atividades Industriais 2.724,57 1.518,16 1.206,41 2.102 gia elétrica realizada pela empresa, como subproduto do processo
Participação (%) 11,7% 9,9% 15,2% 2,0% de produção de celulose, a qual foi de 822 mil MWh em 2003 (o
Eletricidade, gás e água 1.198,13 918,48 279,65 -
suficiente para abastecer as residências de uma cidade de 30 mil
Aracruz – geração de energia 165,38 92,15 73,23 -
habitantes), representou 13,8% do valor da produção do setor de
Participação (%) 13,8% 10,0% 26,2% -
Total 60.391,40 31.411,70 28.979,69 510.007
eletricidade, gás e água do Espírito Santo. A participação na ge-
Aracruz Celulose 3.035,96 1.687,74 1.348,22 6.792 ração de empregos com carteira assinada na indústria de trans-
Participação (%) 5,0% 5,4% 4,7% 1,3% formação foi de 2% nesse ano.
Fonte: Contas Regionais, IBGE; Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, IBGE; e FGV. Considerados os três produtos da empresa (madeira, ce-
lulose e eletricidade) e apenas as atividades desenvolvidas no Es-
e industriais. Na tabela, também estão os valores referentes às tado, pode-se dizer que a unidade de Barra do Riacho respondeu
atividades florestais e industriais em 2003. por quase 5% do PIB do Espírito Santo e 1,3% de todo pessoal
Estima-se que as atividades florestais da Aracruz, no va- empregado com carteira de trabalho no Estado.
lor de R$ 68,6 milhões em 2003, responderam por 7,5% de todo Nas cidades onde se desenvolvem as atividades indus-
valor adicionado pela agropecuária do Espírito Santo, o qual foi triais da empresa, a participação na geração de renda é elevada.
de R$ 910 milhões, de acordo com as estatísticas do IBGE das No município de Aracruz, o valor adicionado pela empresa re-
Contas Regionais. Em termos de geração de empregos, as ativi- presentou 77,1% do PIB municipal em 2003. Em Guaíba, consi-
Portocel, ES
Em termos operacionais, o valor em moeda estrangeira que um país dispõe para pagar
as compras realizadas no exterior, ou seja, suas importações de bens e serviços e os
pagamentos de serviços de capital, provém das receitas das exportações de bens e serviços
e das entradas de capitais no país. Como a Aracruz exporta quase toda sua produção
de celulose, o valor das vendas internacionais, realizadas em dólares, é depositado no
Banco Central do Brasil, que converte esse valor em reais e o repassa para a Aracruz.
O Banco Central fica assim com as receitas disponíveis para realizar os pagamentos
internacionais dos brasileiros. Dessa maneira, ao exportar suas mercadorias, a empresa
contribui para a criação dos fundos, em dólares, necessários para pagar as importações.
sustentabilidade Um EMPREENDIMENTO ECONÔMICO
É SUSTENTÁVEL NO LONGO PRAZO QUANDO TEM ENTRE SUAS AÇÕES O
DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES QUE GARANTEM O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE,
A INSERÇÃO NAS COMUNIDADES E A GERAÇÃO DE OPORTUNIDADES
DESPESAS SOCIAIS A contribuição social da Aracruz vai número de programas apoiados, juntamente com a de ambiente.
além da arrecadação de impostos. Incluem as despesas com salá- Juntas, as duas áreas respondem por 25 projetos.
rios e encargos trabalhistas, no valor de R$ 122,7 milhões em 2003. A parceria com o Colégio Pitágoras se destaca dentro da
Nela estão também os benefícios concedidos aos funcionários, no área de educação. Ele tem por objetivo promover a educação, no
valor de R$ 30,2 milhões, em que pesaram as despesas previden- ensino fundamental e médio, dos filhos de funcionários, de pres-
ciárias complementares e de saúde, as despesas com alimentação tadores de serviços e da população próxima da fábrica de Barra
e transportes e os investimentos no desenvolvimento profissional. do Riacho. Em 2003, a Aracruz investiu cerca de R$ 2 milhões
Adicionados os demais impostos e contribuições que são pagos no projeto. Além disso, o apoio da empresa à Associação de Pais
com o excedente operacional bruto da empresa, que atingiram e Mestres de Coqueiral, da Escola Pública de Coqueiral Primo
R$ 270,1 milhões naquele ano, chega-se a um total de despesas
sociais 432,6 milhões, montante que representou 28% do valor Despesas sociais da Aracruz
Tabela 5
adicionado pela empresa em 2003. Ou seja, de tudo que a Aracruz Celulose, R$ mil, 2003
adiciona de valor à economia brasileira, mais de um quarto volta Despesas sociais Barra do Riacho Guaíba Total
diretamente para a sociedade durante o período de produção. Remunerações 105.239 17.445 122.684
A contribuição social da empresa também pode ser ava- Salários 87.643 13.478 101.121
liada pelo conjunto de ações sociais empreendidas ou apoiadas Encargos sociais 17.596 3.968 21.564
Benefícios com funcionários 27.540 2.703 30.243
por ela. Em 2003, a Aracruz apoiava inúmeros programas so-
Alimentação 4.592 790 5.382
ciais e comunitários ligados às áreas de educação e cultura, saúde
Transporte 2.749 327 3.076
e saneamento, esporte e lazer, agricultura, entre outros. Nesse Previdência privada 3.469 234 3.703
ano, foram investidos R$ 10,3 milhões em programas. A área de Saúde 10.881 895 11.777
educação e cultura destacou-se, tendo recebido mais da metade Segurança e medicina no trabalho 709 150 859
do total de investimentos sociais da empresa. Outra área que Desenvolvimento profissional 4.092 117 4.209
Outros (benefícios adicionais) 1.048 190 1.239
recebeu parcela expressiva dos investimentos foram os progra-
Programas sociais 9.326 188 9.514
mas de desenvolvimento da agricultura (20% do total), confor- Impostos sobre renda e propriedade* 248.828 21.345 270.173
me mostra o Gráfico 4. Total 390.933 41.681 432.614
Os principais programas empreendidos pela empresa fi- (%) no valor adicionado 27,5% 34,1% 28,0%
guram no Quadro 1. A área de educação se destaca também pelo Fonte: FGV. (*) Excetuadas as contribuições à Previdência Social e ao FGTS
28
Quadro 1 Programas sociais promovidos ou apoiados pela Aracruz, 2004-2005
Educação Arcel-Educar Desenvolvimento Arcel Aprendiz Projeto Universidade Estudante do Projeto Araçá Formando o Meninos da Berimbau Colégio Ensino
de gestores Aracruz e Portocel Formar para Todos futuro Espaço Digital Cidadão Terra Pitágoras universitário,
(PDGA) Aprendiz população
indígena
Ambiente Programa Projeto para Programa Projeto baleias Programa Projeto Cereias Monitoramento Cubra o Resíduos Monitoramento Defensivos
de educação obtenção de recursos jubartes manejo do Microbacia de efluentes Mundo de sólidos de odor agrícolas
ambiental créditos de hídricos solo Verde
carbono
Para maiores detalhes sobre os programas sociais, consulte o site da empresa: www.aracruz.com.br
30
a QUALIDADE DE EMPREGO DA ARACRUZ: SEUS FUNCIONÁRIOS RECEBEM UMA REMUNERAÇÃO
ACIMA DA MÉDIA, são mais qualificados E PERMANECEM MAIS TEMPO NO EMPREGO
A área industrial da Aracruz também se destaca na participação produtividade média do trabalhador da Aracruz aparece em se-
de sua mão-de-obra com mais de 50 anos (14,6%) e no percentual gundo lugar, ficando atrás somente do setor de refino de pe-
de trabalhadores com jornada até 40 horas por semana (70,5%). tróleo. O produto médio do trabalho da Aracruz foi de R$ 893
Os indicadores de trabalho na área florestal da Aracruz mil em 2003, ou ainda, cada trabalhador permanente da Aracruz
se sobressaem na economia brasileira. Além do elevado percen- (próprio ou terceirizado) produziu, dados os equipamentos, as
tual de pessoas que estavam cursando ou tinham concluído o máquinas e a tecnologia da empresa, quase R$ 75 mil por mês.
segundo grau ou estavam fazendo ou tinham concluído o curso Essa produtividade do trabalho da Aracruz é 40 vezes a média
superior, 75,5% do total do pessoal empregado nessas ativida- da economia brasileira.
des da empresa tinham cinco anos ou mais de per-
manência no emprego e 93,3% tinham jornada de Tabela 6 Principais indicadores de qualidade do emprego*, 2004
até 40 horas por semana. O número de pessoas com 5 ou mais Até 40
Remu-
mais de 50 anos na Aracruz também é significati- anos de horas de Até 8ª Até 2º
Superior
Mais de
neração
perma- jornada série grau 50 anos
vo e foi quatro pontos percentuais acima da média nência no de completa completo
completo
de idade
média
(R$ ano)
do país em 2004. Note-se que, se comparado com emprego trabalho
os indicadores médios de qualidade de emprego da Economia Brasileira 31,8% 31,4% 41,2% 40,3% 18,6% 11,7% 13.058,61
silvicultura e exploração florestal, os da Aracruz Silvicultura 18,5% 2,2% 73,4% 21,1% 5,5% 9,8% 10.017,62
Exploração florestal 11,3% 5,1% 86,7% 11,6% 1,7% 9,2% 6.442,42
são ainda mais expressivos.
Serviços auxiliares da silvicultura 8,3% 3,6% 85,2% 12,7% 2,1% 7,9% 6.783,88
Os indicadores de qualidade de emprego da Indústria da transformação 26,0% 8,9% 51,1% 39,5% 9,4% 7,6% 14.014,78
Aracruz têm sua tradução imediata em um outro Indústria da celulose 55,3% 45,2% 35,6% 38,7% 25,7% 9,8% 30.575,89
indicador econômico muito importante: o da pro- Indústria do papel 30,2% 19,1% 44,3% 46,1% 9,7% 6,4% 15.510,58
dutividade do trabalho. De fato, o Gráfico 5 apre- Aracruz 72,2% 77,7% 12,8% 48,1% 23,0% 15,0% 54.110,31
senta os 20 maiores setores de atividade econômica Atividades florestais 75,5% 93,3% 25,5% 51,5% 46,6% 15,9% -
Atividades industriais 70,6% 70,5% 6,9% 46,5% 39,1% 14,6% -
do Brasil em termos de produtividade, excluídos
Fonte: RAIS, Ministério do Trabalho e Emprego; Aracruz Celulose. (*) Para efeito de comparação com os dados da RAIS, os valores da Aracruz
os setores de aluguel e de serviços financeiros. A não consideram as bonificações e a renda proveniente do PLR.
31
CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE Para se constituir
uma empresa, são necessários vários ingredientes. Agora, para
que uma empresa constituída possa se firmar no mercado e cres-
cer, os ingredientes são bem conhecidos: ela precisa fazer inves-
timentos em capital, ou seja, adquirir máquinas, equipamentos
e edificações; precisa de trabalho, ou seja, empregar pessoas nas
suas atividades; e precisa combinar, da melhor maneira possível,
esse capital e esse trabalho, a fim de obter um produto ou serviço
competitivo, ou seja, precisa de produtividade, a qual, invariavel-
mente, é conseguida por meio da incorporação de tecnologia no
processo de produção.
Na economia, há um modo bastante claro de evidenciar
essa forma de enxergar o crescimento econômico de uma empre-
sa. Inicialmente, imagina-se que é uma unidade que reúne capital
e trabalho e transforma insumos, ou matérias-primas, em produ-
tos. O produto final de uma empresa depende, portanto, de como
ela se organizou, de como ela reuniu trabalhadores, máquinas
e equipamentos na produção, de como ela tornou disponível a
tecnologia a seus trabalhadores. Ou ainda, o produto da empresa
é visto como uma função do capital, do trabalho e da tecnologia
que utiliza no seu processo de produção.
Em 2005, o ativo permanente do parque industrial da
Aracruz chegou a R$ 3,797 bilhões, com uma capacidade insta-
lada nominal de 2,42 milhões de toneladas de celulose por ano.
No período 1998-2005, a taxa média de variação da capacidade
instalada nominal nas unidades industriais da Aracruz foi de
Unidade de produção de celulose em Guaíba, RS 10,54% ao ano. Por sua vez, a taxa média de variação dos tra-
32
balhadores empregados na área industrial da Aracruz foi, em Taxas médias de variação
Tabela 7
1998-2005, igual a 11,06% ao ano. Ao se considerar o período média anual, 1998-2005
1998-2005, a taxa média de crescimento da produção de celu- Aracruz Economia
Componentes
lose foi de 11,84%. Industrial Florestal Total brasileira
Já a área plantada de floresta atingiu, no ano de 2005, 209 Crescimento 11,84% 9,31% 11,60% 2,29%
mil hectares, o que possibilitou a produção de mais de 8 milhões Acumulação de capital 10,54% 6,09% 10,11% 2,18%
Expansão da força de trabalho 11,06% 10,30% 10,99% 1,82%
Participação do capital na renda 66,70% 33,50% 63,51% 55,30%
Maiores produtividades médias
Gráfico 5
Participação do trabalho na renda 33,30% 66,50% 36,49% 44,70%
do trabalho, R$ mil por trabalhador, 2003 Produtividade 1,13% 0,42% 1,06% 0,27%
33
Nos últimos anos, o ritmo de expansão da aracruz foi muito superior ao da economia
brasileira. por isso, a empresa teve uma grande contribuição para o crescimento do país
Por sua vez, estima-se que a taxa anual média de produ- por 1,23% de todo crescimento econômico do Brasil entre os
tividade da Aracruz na produção florestal foi de 0,42% ao ano, anos de 1998 e 2005. Ou seja, os investimentos e a geração de
dadas as participações médias de 33,5% e 66,5%, respectivamen- novos postos de trabalho na Aracruz, assim como seus esforços
te, do capital e do trabalho (ambos empregados nas atividades de pesquisa e desenvolvimento, que resultaram em expressivos
florestais) na renda gerada pelas atividades de produção de ma- ganhos de produtividade, contribuíram de forma decisiva para
deira. Note-se que as taxas de crescimento da produtividade das o crescimento econômico brasileiro.
atividades industriais e florestais da Aracruz, assim como a taxa A mesma comparação pode ser feita com respeito ao cres-
média ponderada (1,06% ao ano), são superiores à taxa média cimento econômico do Espírito Santo e ao da cidade de Aracruz.
de produtividade de todos os setores da economia brasileira no Segundo as estatísticas das Contas Regionais, o PIB do Espírito
período 1998-2005, que foi de apenas 0,27% ao ano. Santo (a preços constantes) cresceu à taxa de 1,7% ao ano entre
Desse fato decorre outra conclusão importante: além 1998 e 2003. Nesse período, a produção de celulose da unidade
de ter apresentado elevada participação no PIB brasileiro, de de Barra do Riacho expandiu-se à taxa média anual de 11,8%.
0,24% em 2003, a Aracruz contribuiu positivamente para o Dada a participação da Aracruz no PIB do Espírito Santo, de
crescimento da produtividade da economia brasileira. As ex- 3,4% em 1998, pode-se dizer que o crescimento das atividades
pansões de seu capital e de sua força de trabalho empregada da empresa foi responsável por 24,2% de todo crescimento eco-
foram também maiores que a da economia brasileira no mesmo nômico do Estado entre os anos de 1998 e 2003.
período. Por isso se pode dizer com segurança que sua con- Segundo as informações das Contas Municipais, a cidade
tribuição para o crescimento econômico brasileiro foi elevada. de Aracruz cresceu à taxa de 15,5% ao ano entre 1999 e 2003.
Tomando-se por base a composição do produto da Aracruz, Tomando por referência a participação da Aracruz Celulose
chega-se a uma taxa média ponderada do crescimento da pro- na economia municipal, de 67,3% em 1999, estima-se que 96%
dução física da empresa de 11,6% ao ano, entre 1998 e 2005, do crescimento econômico no município veio dos esforços da
cinco vezes a taxa de crescimento da economia brasileira, que Aracruz Celulose, ou seja, dos investimentos, dos novos postos
foi de 2,29% ao ano. Dada a participação da empresa na eco- de trabalho e da pesquisa e desenvolvimento proporcionados
nomia brasileira, pode-se dizer que a Aracruz foi responsável pela empresa.
34
CRESCENDO JUNTOS O impressionante crescimento da
Aracruz nesses anos teve importante reflexo sobre o desenvol-
vimento empresarial de seus parceiros. Ao elevar sua produção,
a empresa deu oportunidades para que suas prestadoras de ser-
viços ganhassem escala, capacitação técnica e organização. O
fortalecimento dessas empresas locais representou um prolon-
gamento das ações da Aracruz.
No início dos anos 1990, a Aracruz começou um processo
de terceirização de várias atividades. A princípio, a utilização da
mão-de-obra de outras empresas ocorreu em áreas administrati-
vas não relacionadas às atividades de produção, como limpeza e
alimentação. Gradativamente, a terceirização foi se estendendo
e, em 2005, incluía desde a produção de mudas até a logística
de transporte da madeira e de celulose, passando por atividades
como manutenção de máquinas e parada de fábrica. Um contin- Funcionários da Tecvix
gente de mais de 6.000 pessoas dedicam-se à Aracruz, a despeito
de serem empregadas de outras empresas. A perseguição de um padrão de qualidade mínimo para
A decisão de terceirizar algumas atividades foi recor- seus fornecedores levou à contratação de uma empresa de au-
rente em várias empresas do país e se configurou como uma ditoria externa, a qual é responsável pela verificação do cum-
política de gestão que buscava essencialmente a redução de primento dos quesitos de gestão e contabilidade das empresas
custos. Ao contrário da maior parte das empresas, a Aracruz acordados em contrato. No entanto, é importante observar que,
buscou romper esse paradigma, associando à terceirização uma desde o início do processo de terceirização, a Aracruz procurou
política de qualidade. Em 1999, criou-se um comitê cuja pre- transformar as empresas fornecedoras em parceiras. Essa parce-
ocupação era a de criar os instrumentos que garantissem os ria surgiu com a preocupação da empresa em dar condições para
padrões de qualidade deliberados pela empresa. A partir de o cumprimento dos requisitos por ela exigidos. Por exemplo,
2002, os serviços permanentes se tornaram o foco principal do a Aracruz exige em contrato que os funcionários de empresas
modelo de contratação. terceirizadas tenham plano de saúde. Reconhecendo as dificul-
35
Funcionário da Imetame
36
o CRESCIMENTO DA ARACRUZ permitiu a conquista de uma posição de destaque no mercado
internacional e também AUMENTOU o emprego E CRIOU OPORTUNIDADES PARA EMPRESAS LOCAIS
serviços da Aracruz. À época, 90% do faturamento da sua em- ram a experiência adquirida na empresa em que trabalharam por
presa vinha do contrato com sua ex-empregadora e sua empresa algum tempo para o novo empreendimento. A Inflor começou sua
atuava apenas nas proximidades da fábrica de Barra do Riacho, operação com sete funcionários dedicados em sistemas de manejo
em Aracruz. Esse percentual permaneceu elevado nos primeiros e informações florestais e com um único cliente, a Aracruz.
dez anos de existência da firma. Adriano, Enivanis e Jayme começaram prestando os ser-
Para se adequar aos padrões exigidos pela Aracruz, a viços para a Aracruz nas instalações da contratante. A partir de
Imetame implantou sistemas de gestão da qualidade e de gestão 2003, a saída e a instalação em escritório próprio deram início
de negócios, o que propiciou expressivos ganhos de produtivi- ao processo de mudança de perfil que levaria a maior expansão
dade. Assim, a empresa se tornou competitiva para buscar novos da empresa. Em 2003, o quarto sócio, Emerson, juntou-se ao
clientes e desenvolver novos mercados, tornando-se gradativa- grupo. A expansão da empresa foi, em grande medida, resultado
mente menos dependente da Aracruz. da maior demanda da Aracruz. Mas, com o aumento de novos
Hoje a Imetame é uma empresa com 1.500 funcionários serviços, a Aracruz exigia menor dependência e maior qualifica-
que atua de forma diversificada, sendo que 110 funcionários dedi- ção da Inflor. Assim, um processo semelhante ao da Imetame foi
cam-se às atividades junto à Aracruz. Os contratos com a Aracruz observado aqui: o investimento em gestão propiciou o aumento
representam apenas 8,5% do faturamento anual, e a empresa pas- da produtividade e a conquista de novos mercados.
sou a atuar nos segmentos de siderurgia, mineração e extração Hoje, seu mercado já se expandiu para vários Estados,
de petróleo, além de diversificar seus clientes no próprio setor de como o Rio Grande do Sul, Bahia, São Paulo e Minas. A área
papel celulose. Com isso, diversificou também sua extensão regio- de atuação da empresa também cresceu, passando a desenvolver
nal, passando a atuar em várias unidades da Federação – Bahia, soluções de tecnologia da informação em áreas como gestão flo-
Minas, São Paulo, Rio, Paraná, Rio Grande do Sul, além do Espíri- restal, ambiental e de agronegócio, geoprocessamento, gestão
to Santo – e, recentemente, passou a exportar peças para o Chile. empresarial e logística. Em 2006, a Inflor é uma empresa com 62
Criada em 2001, a Inflor tem muitos pontos em comum funcionários, sendo que apenas 19 prestam serviços para a Ara-
com a Imetame. Dos três sócios que iniciaram o empreendimento, cruz. A empresa continua crescendo e tem pouco mais da metade
dois, Adriano e Enivanis, eram ex-funcionários da Aracruz e leva- de seu faturamento advindo dos negócios com a Aracruz.
37
MUITAS EMPRESAS surgiram com A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À ARACRUZ, OUTRAS CRESCERAM
E SE FORTALECeRAM na parceria. são os casos da Júlio Simões e da time-now
A história da Tecvix também é semelhante a da Imetame Como as demais empresas que têm sua história associada
e a da Inflor. A empresa foi criada em 1999 por um ex-funcioná- ao crescimento dos negócios com a Aracruz, a Time-Now viu
rio, Luiz Alberto, que trabalhou na área de manutenção indus- sua demanda aumentar, assim como as exigências por padrões
trial. Com uma vasta experiência no emprego, Luiz Alberto saiu de qualidade mais elevados. Mas as exigências da Aracruz, longe
da empresa no período em que a Aracruz reestruturou algumas de representarem empecilhos ao crescimento, contribuíram para
de suas atividades. Depois de dois anos com outros sócios na fa- melhorar sua competitividade, favorecendo uma maior expansão
bricação de produtos para caldeiraria e na prestação de serviços da parceira. O foco de atuação da Time-Now passou a incluir as
de manutenção, Luiz Alberto optou por ter sua própria empresa. áreas de gerenciamento de projetos, gestão de melhorias e ges-
Assim nasceu a Tecvix, uma empresa dedicada à prestação de tão de paradas de fábrica.
serviços de manutenção, montagem industrial, usinagem, e cal- Atualmente, a Time-Now possui 145 funcionários, dos
deiraria. Assim como as demais empresas, nasceu dedicada inte- quais 22 se dedicam a Aracruz. A empresa atua no Espírito San-
gralmente à prestação de serviços para a Aracruz. Eram aproxi- to, Bahia, Maranhão, Pará, Minas Gerais, São Paulo e Rio Gran-
madamente 80 funcionários. Em 2005, o número de funcionários de do Sul, e hoje apenas 20% de seu faturamento tem origem nos
havia dobrado e a participação da Aracruz em seu faturamento negócios com a Aracruz.
reduziu-se para 70%. Atualmente, a empresa atua nos Estados A Julio Simões também surgiu antes de sua parceria com
do Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul. a Aracruz. E quando começou a trabalhar como fornecedora da
A Time-Now surgiu em 1996, antes de sua parceria Aracruz era uma firma já consolidada no mercado. Ainda assim,
com a Aracruz em 1998. Ainda assim a história de expansão os ganhos e a expansão ocorridos a partir de então foram sig-
da empresa está diretamente relacionada à parceria. No inicio, nificativos. Fundada em 1956, a Júlio Simões era, no início, uma
a empresa dedicava-se a atender à demanda por serviços espe- empresa que se dedicava à atividade de transporte de produtos
cializados na área de implantação de projetos, tinha cinco fun- hortifrutigranjeiros da cidade de Mogi das Cruzes, na Grande São
cionários e os negócios da Aracruz representavam 35% de seu Paulo, para o Rio. Posteriormente, a empresa passou a dedicar-se
faturamento. A região de atuação da empresa restringia-se ao ao transporte de carga pesada. O relacionamento com a Aracruz
Espírito Santo e ao Paraná. iniciou-se em 1978, durante a construção da primeira fábrica, com
38
o transporte de peças e materiais de construção. Com o término de empresas terceirizadas, que operavam com a antiga Riocell,
da construção, a empresa passou a transportar a celulose vendida são Andrita, Sindus e Gaya. A adaptação ao padrão de qualida-
no mercado interno e, posteriormente, a realizar o transporte da de já existente em Barra do Riacho tem sido gradativa, mas já
celulose entre a fábrica de Barra do Riacho e o porto de embarque avançou bastante. Os terceirizados consultados mostraram as
para o exterior. À época, tinha 450 funcionários e os negócios da dificuldades dessa adaptação, mas os ganhos já começam a se
Aracruz representavam apenas 5% de seu faturamento. A região perceber com o aumento da demanda por serviços. A expansão
de atuação da empresa já abrangia os Estados de São Paulo, Rio, da unidade, com a construção de uma nova fábrica em Guaíba,
Minas, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Espírito Santo. representará um incremento considerável na demanda de servi-
A parceria começou a crescer com a intensificação da ter- ços locais, o que sem dúvida, contribuirá para um crescimento
ceirização das atividades da Aracruz. A Júlio Simões percebeu significativo da capacidade das empresas que já atuam, além de
a oportunidade de expandir os negócios com a Aracruz e, em favorecer a criação de novos serviços e empresas.
1989, iniciou o serviço de locação de carros. Em 1994, começa-
ram a atuar no transporte de madeira, totalmente diferenciado
e personalizado. Por fim, veio a prestação de serviços de carre-
gamento de celulose. O mais importante é o fato de os serviços
criados para atender a Aracruz terem sido expandidos para ou-
tros mercados e empresas.
Atualmente, a Julio Simões possui 6.500 funcionários,
dos quais 673 se dedicam a Aracruz. A empresa atua no Paraná,
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pará,
Espírito Santo, Rio, Minas, São Paulo, Goiás, Bahia, Alagoas e
Tocantins. Cerca de 7% de seu faturamento tem origem nos ne-
gócios com a Aracruz. O faturamento total da Julio Simões com
empresas da área florestal e de produção de celulose representa
25% do total faturado pela empresa.
Em Guaíba, a terceirização também ocorreu há algum
tempo, muito antes da chegada da Aracruz, em 2003. Exemplos
Funcionários da Inflor
39
A hipótese fundamental do modelo de insumo-produto assume que a quanti-
dade de insumo do setor i consumido pelo setor j, Xij, é proporcional à produção
aNEXO METODOLÓGICO & ESTATÍSTICO total do próprio setor j, Xj, isto é, que
Xij = aij · Xj ,
em que aij é uma constante. Isso equivale a dizer que o consumo por parte do
setor j de insumos do setor i, Xij, é uma função linear de sua própria produção,
Xj. Para se produzir um total de Xj, o setor j necessita de aij · Xj = Xij em insumos
A.1 A teoria de Leontief: o modelo aberto de i. Percebe-se que esta relação é uma característica da tecnologia de produção
do setor j: para dobrar a sua produção, e chegar a 2 · Xj, por exemplo, o setor j ne-
A chamada tabela de insumo-produto das Contas Nacionais tem o aspecto cessitará obter do setor i um total de aij · (2 · Xj) = 2 · Xij em insumos.
típico descrito na figura abaixo. Nela, estão representadas as diversas transações A matriz A = (aij) que pode ser assim construída é conhecida por matriz de
intersetoriais realizadas numa determinada economia durante um certo período tecnologia e os seus elementos ‘aij’ são chamados coeficientes técnicos de insu-
de tempo (um ano, digamos). São m setores produtivos, ou atividades, que par- mos diretos. A hipótese feita se baseia no fato de ser lento o ritmo de avanço
ticipam do fluxo de insumos e de produtos. As principais variáveis sobre as quais tecnológico por parte das diversas indústrias de uma economia, o que implica a
são definidas as relações de insumo-produto são: validade da relação acima para períodos imediatamente anteriores e posteriores.
• Xij : a quantidade de insumo, em valor monetário, produzido pelo setor i Supõe-se também que os preços são fixos no período em que se fez a análise,
e adquirido pelo setor j; já que na prática as quantidades dadas da tabela de insumo-produto estão em
• Xi : o valor monetário da produção total do setor i;
• Di : o valor monetário da demanda final pelo produto do setor i, que cor-
responde à soma do consumo familiar deste insumo, Ci, com o investi- tABELA DE INSUMO-PRODUTO
mento privado, Ii, o dispêndio governamental, Gi, e as exportações, Ei;
• Vj : o valor adicionado pelo setor j;
• Mj: as importações do setor j.
Na linha i estão, portanto, as vendas do setor i para cada um dos demais seto-
res da economia de forma que podemos escrever:
, ou ainda
40
alguma unidade monetária, e não na unidade física correspondente do produto, necessária de todos os setores produtivos para atender à demanda de uma única
o que seria mais adequado para o cálculo das relações tecnológicas. unidade de produto do setor j, como é possível verificar ao se fazer o vetor D
A partir dessas relações, obtém-se um sistema linear de m equações e m in- igual ao vetor-coluna composto apenas por zeros a exceção de seu j-ésimo ele-
cógnitas: mento, que deve ser 1.
A fim de se mensurar impactos econômicos utilizando-se a matriz de insu-
, i = 1, 2, ...,m, mo-produto, são construídos multiplicadores de emprego e de renda. Na litera-
tura especializada não há um consenso geral sobre o significado desses multipli-
ou seja, cadores e diversas definições distintas podem ser encontradas. Neste texto, serão
empregadas duas delas, uma função da outra, e o valor associado àquela mais
ai1X1 + ai2X2 + ... + ainXn + Di = Xi, i = 1, 2, 3, ...,m. importante será denominado coeficiente de emprego ou de renda, conforme o
caso.
Na forma matricial, este sistema pode ser escrito como: O coeficiente de emprego direto CEDj, j = 1, 2, ..., m é aquele obtido pela divi-
são do número de trabalhadores de cada setor j de atividade, Nj, pelo respectivo
A·X + D = X , ou ainda, (I – A)·X = D. valor da produção, Xj. Compondo um vetor-linha (1 × m) com estes quocientes,
chega-se a:
Aqui, A é a matriz de tecnologia, quadrada m x m; X é o vetor coluna m x 1
cujos elementos são os valores das produções dos diversos setores; D é o vetor CED = (N1/X1 N2/X2 ...Nm/Xm) (2)
coluna m x 1 correspondente à demanda final e I é a matriz identidade m x m.
O passo final para a construção do modelo de I-P pode ser garantido ao se Isto é, para se produzir uma unidade de produto do setor j, serão necessá-
perceber que, em geral, o consumo intermediário de um setor não ultrapassa o rios CEDj pessoas ocupadas no próprio setor j, seguindo a hipótese de relações
total de sua produção, isto é, lineares de Leontief. Ou ainda: se houver uma demanda por uma unidade de j,
diretamente empenhados em sua produção, estarão CEDj pessoas no setor j.
, j = 1, 2, 3, ..., m, Entretanto, há o efeito indireto de geração de emprego em toda a economia,
visto que este setor deve consumir produtos provenientes dos demais. Para cal-
o que equivale a cular este efeito, lembremos que, dado um vetor-coluna D (m × 1) representan-
do a demanda pelos produtos das m atividades, a produção que a satisfaz é dada
, j = 1, 2, 3, ..., m. por Z = L·D. Para produzir Z, serão necessários, portanto,
Essas desigualdades garantem a existência da inversa da matriz (I – A). Assim,
o sistema acima pode ser resolvido para X:
41
CEDI = CED · L (3) gados, ou de renda, que serão gerados nos setores fornecedores de insumo para
um emprego, ou unidade de renda, que são gerados diretamente.
A outra noção de multiplicador de emprego, também utilizada na literatura,
relaciona o coeficiente de emprego direto com o indireto: A.2 A Matriz Insumo-Produto do IBGE
, j = 1, 2, ..., m. (4) A matriz de insumo-produto brasileira gerada pelo IBGE para o ano de 2003
– e ampliada com a abertura do setor Aracruz Celulose no presente projeto – foi
construída a partir das tabelas de produção e de consumo intermediário das
Essa relação nos diz que, se a produção de um valor determinado do setor j atividades econômicas, utilizando-se uma metodologia que permitiu agregar 81
empregar diretamente n trabalhadores do setor j, então o número de empregos diferentes produtos em 43 setores produtivos. Os dados primários foram coleta-
diretos e indiretos gerados na economia correspondente será de KEj · n. dos e resumidos em basicamente duas tabelas:
De maneira análoga, é possível também calcular os coeficientes de renda dire- 1- A tabela de produção, correspondente a uma matriz V (43 x 81), em que
ta a partir da linha “Valor Adicionado” da tabela de insumo-produto. Vij representa a quantidade do bem j produzido pelo setor i no ano consi-
derado; e
CRD = (V1/X1 V2/X2 ...Vm/Xm) (5) 2- A tabela de consumo intermediário, correspondente a uma matriz Un
(81 x 43), cujo elemento Unij representa a quantidade do bem i consumi-
e, em seguida, os coeficientes de renda direta e indireta do pelo setor j.
Nas matrizes brasileiras são adotadas as seguintes definições:
CRDI = CRD·L (6) • qj = a produção total do bem j na economia no período de um ano, para j
= 1, 2,..., 81;
que tem como j-ésimo elemento a renda total da economia advinda da produção • gj = a produção total do setor j, para j = 1, 2,...,43 (nos itens acima, foi
requerida para atender à demanda de uma unidade do produto do setor j. Assim, utilizado Xj para denotar este mesmo valor);
dada uma demanda genérica D, a renda total Y obtida em sua produção pode ser • r = (1, 1, 1,...,1)t o vetor coluna (43 x 1), tal que todos os seus elementos
calculada por Y = CRDI.D. E, da mesma forma, os multiplicadores de renda são são iguais a 1;
calculados por: • s = (1, 1, 1,...,1)t o vetor coluna (81 x 1), tal que também todos os seus
elementos são iguais a 1;
, j = 1, 2, ..., m (7) • qd = a matriz diagonal (81 x 81), tal que qdjj = qj, j =1, 2, ..., 81;
• gd = a matriz diagonal (43 x 43) tal que gdjj = gj, j =1, 2, ..., 43.
Observa-se que:
Para efeito de simulações, os coeficientes definidos pelas expressões (2) e (3)
nos permitem inferir quanto ao número de empregos diretos e indiretos que
seriam gerados pelo aumento do dispêndio agregado no setor j, mantidas as re- , i = 1, 2, ..., 43, isto é,
lações tecnológicas. As equações (5) e (6), por sua vez, fornecem elementos para
se estimar o total de renda que seria gerado por esse dispêndio adicional. Já as g = V·s (8)
relações (4) e (7) apenas revelam o poder de encadeamento dos m setores de ati-
vidade da economia: quanto maior essa relação, maior a quantidade de empre- De maneira análoga,
42
(D·qd)·s = V·s = g (12)
, j = 1, 2, ..., 81.
A matriz A = D·B (43 x 43) é a matriz de tecnologia do modelo aberto de
Esse sistema pode ser escrito na forma matricial como q = r V, ou ainda:
t t
insumo-produto. A matriz D de participação de mercado é a ferramenta de
agregação das informações relativas a produtos em setores de atividade, tarefa
q = Vt ·r (9) necessária pelo fato de as matrizes V e Un não serem quadradas. Por exemplo, o
vetor Dn = D·En pode ser visto como o vetor demanda por setor de atividade: o
As operações feitas em (8) e em (9) mostram que multiplicar uma matriz por número Dij · Enj é uma estimativa para a quantidade do produto j que foi produ-
um vetor do tipo r ou s composto apenas por valores unitários equivale a formar zida pelo setor i e que se destinou à demanda final. Assim, a demanda total por
um vetor cujo i-ésimo elemento é igual à soma de todos os elementos da linha i produtos provenientes do setor i deve ser dada por
da matriz. Por esta razão, valem ainda os resultados
Segundo estas definições, como Vij é a quantidade do bem j produzido pelo O IBGE também traz a matriz consumo por produtos importados, Um (81 x
setor i, o número Dij fornece a fração do total do bem j proveniente do setor i. 43), a qual apresenta, para cada atividade, os valores dos produtos importados
E ainda, como Unij é a quantidade do bem i produzido nacionalmente e con- consumidos. A matriz Bm que mostra a relação entre a produção por atividade e
sumido pelo setor j, Bij representa a participação do consumo do produto i no o respectivo consumo intermediário de produtos importados é definida como
dispêndio total gj do setor j.
Seja um vetor de demanda final por produto, En (81 x 1). Conforme o modelo Bm = Um·(gd)-1 (14)
aberto:
A partir desta matriz, calcula-se a matriz M de coeficientes de importação por
q = Un·r + En produto:
q = (B·gd)·r + En = B(gd·r) + En = B·g +En. a qual, multiplicada pela demanda Dn, fornece a importação por produto reali-
zada pela economia:
Multiplicando-se ambos os lados desta equação por D, e trocando sua ordem, ob-
tém-se D·B·g + D·En = D·q = D·(qd·s), a qual pode ser expressa da seguinte forma: Imp = M·Dn (16)
43
isto é, Impj = a quantidade do produto j, j = 1, 2, ..., 81, importado pelo país • os vetores de impostos sobre produto (ver tabela de produção), ICMS IPI
durante o exercício. / ISS, etc;
Analogamente, há sete matrizes Tp de impostos que, para gerar coeficientes de • a tabela de valor adicionado.
impostos, recebem o mesmo tratamento dado para Um, a matriz de importados.
Para os anos de 1990 a 1996, as matrizes Un e V foram disponibilizadas pelo Impostos ligados à produção e à importação
IBGE já prontas para a aplicação da metodologia acima descrita. Para os anos
1997 a 2003, no lugar do consumo intermediário nacional – matriz Un – se en- Impostos sobre produtos
contra dada a matriz U com consumo intermediário total, que corresponde à Até 1996, eram divulgadas pelo IBGE, as tabelas de impostos sobre produto
matriz Un adicionada a todas as matrizes de impostos, mais a de importação, (ICMS, IPI, ISS, Imposto de Importação e outros específicos), nas quais eram
mais as de margem de comércio e de transporte. A fim de estender a análise de apresentados os valores destes impostos pagos pelas atividades econômicas ao
insumo-produto para esses períodos, estimou-se a matriz Un, reproduzindo a consumir determinado produto. A partir de 1997, passaram a ser publicados
relação entre Un(96) e U(96). A expressão a seguir nos dá a fórmula empregada apenas os vetores contendo os totais de impostos que incidiram sobre os diversos
para essa adaptação. produtos, agora não mais abertos por setor. Em virtude deste fato, os procedi-
mentos seguintes foram empregados com o intuito de estimar tais tabelas para
o ano de 2003.
, t = 1997, ..., 2003. Empregaram-se as estruturas de arrecadação das tabelas de 1996 nas de 2003.
Estipulou-se que cada segmento de atividade econômica e componente de de-
manda final, ao consumir dado produto, pagou uma mesma alíquota sobre esse
A.3 Abertura da cadeia produtiva da aracruz produto.
Assim, sejam o vetor-coluna I (81×1), contendo os totais dos impostos pa-
As tabelas de recursos e usos da matriz expandida trazem os valores referentes gos sobre produtos nacionais e importados; a matriz filtro K (81×48), sendo o
às atividades da Aracruz Celulose em 2003. Além das linhas e colunas da matriz elemento Kij igual a um se a atividade j tiver pago o imposto sobre o produto i
original do IBGE, a matriz expandida apresenta as estimativas da FGV para a nacional, e igual a zero, caso contrário (estrutura de arrecadação em 1996); a ma-
nova coluna de atividade, chamada de atividades da Aracruz Celulose, e para a triz filtro L (81×48), análoga à matriz K, mas agora para produtos importados, e
nova linha de produto, chamada de “celulose da Aracruz”. ai e bi as alíquotas cobradas respectivamente sobre os produtos tipo i de origem
nacional e de origem estrangeira, i = 1, 2,..., 81. Tem-se, então:
A.4 Carga tributária
Para a realização deste estudo, foram utilizadas, além das tabelas de recursos ,
e usos de 2003 publicadas pelo IBGE, correspondentes à matrizes U e V do
item A.2,
• a tabela de demanda total, correspondente a uma matriz W (81 x 48), i = 1, 2, ..., 81.
composta pelas tabelas de consumo intermediário por atividade econô-
mica – uma matriz U (81 x 43), cujo elemento Uij representa a quantidade
do bem i consumido pelo setor j – e de demanda final, correspondente a Por inspeção, é possível descobrir quando ocorreu taxação sobre produtos
uma matriz Df (81 x 5); nacionais e importados, ou apenas sobre nacionais ou apenas sobre importados.
44
Portanto, para cada produto i, i = 1, 2,..., 81, pode-se construir relações entre Kij – salário educação, sistema S; e (ii) outros impostos e taxas sobre a produção
e Lij, j = 1, 2,..., 43, de forma a obter uma terceira matriz filtro M (81×48) tal que – Cofins, PIS / Pasep e outros.
um dos casos abaixo ocorre:
Impostos sobre Renda e Propriedade
Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica e Contribuição
Social sobre Lucro de Pessoa Jurídica
, (17) O IRPJ e a CSLL foram estimados a partir dos totais de arrecadação destes
tributos publicados nas contas nacionais do IBGE e distribuídos de acordo com
, (18) a participação de cada atividade econômica no total da arrecadação, conforme a
classificação CNAE-Fiscal.
IPVA
, (19) Estimou-se o rateio do total de IPVA pelos 43 setores de atividade utilizando o
consumo de gasolina pura, gasoálcool e óleos combustíveis, o qual deve ser apro-
ou ximadamente proporcional aos respectivos tamanhos das frotas destes setores.
IPTU
O rateio do total arrecadado de IPTU foi feito segundo a linha de “Aluguel de
imóveis” da matriz de consumo intermediário.
ci = ai ou ci = bi (20) IPMF / CPMF
A estimativa do valor desta taxa pago por cada atividade econômica foi obtida
Seguem de (17), (18) e (19) estimativas si para as alíquotas dos impostos distribuindo-se o total arrecadado segundo os totais de consumo intermediário
das atividades e dos setores da demanda final.
ITR e demais
(21) A arrecadação total do imposto territorial rural foi atribuída integralmente
ao setor agropecuário e ao setor da fumicultura – equivalente a R$ 2,71 bilhões
em 2003.
Contribuições Sociais Efetivas
sendo si = ai + bi, si = ai ou si = bi, conforme o caso. Quando se tem (4), toma-se Foram retiradas diretamente da tabela de valor adicionado, a qual fornece as
para 2003 a mesma relação entre bi e ai que se tinha em 1996, o que permite en- contribuições já desagregadas por setor de atividade.
contrar ai e bi também por (21). A partir daí, calcula-se as matrizes de impostos
sobre produtos por
A.5 Tabelas da Matriz Insumo-Produto modificada
, i = 1, 2, ..., 81, j = 1, 2, ..., 43 (apenas para os 43 setores).
A seguir apresentamos as tabelas de oferta e demanda totais, de produção, de
Outros impostos ligados à produção consumo intermediário e a Matriz Estruturada de Impostos para o ano de 2003,
A tabela de valor adicionado já apresenta abertos, por atividade econômica, os a qual foi empregada para se calcular os impactos na cadeia, os multiplicadores
seguintes impostos sobre a produção: (i) impostos sobre a folha de pagamento de emprego e renda de suas atividades e a carga tributária.
45
Oferta e demanda totais, 2003, em R$ mil
Oferta de bens e serviços
Código
do Descrição do produto Margens e impostos sobre produtos Produção das atividades
Oferta total
Margem Margem Imposto 14
produto nível 80 a preço 15
de de de IPI/ISS ICMS Outros impostos Madeira e Aracruz Celulose
nível 80 de consumidor Papel e gráfica
comércio transporte importação mobiliário
0101 Café em coco 7.943.639 0 29.924 0 0 0 0 0 0 0
0102 Cana-de-açúcar 12.240.562 0 356.937 0 0 0 0 0 0 0
0103 Arroz em casca 9.317.039 1.070.204 148.585 25.207 0 0 150 0 0 0
0104 Trigo em grão 6.175.804 348.787 32.711 48.221 0 0 45.715 0 0 0
0105 Soja em grão 35.305.287 2.489.615 942.492 1 0 587.293 6.496 0 0 0
0106 Algodão em caroço 3.339.978 198.285 425.004 0 0 0 2 0 0 0
0107 Milho em grão 16.443.937 341.136 185.582 396 0 1.138 2.523 0 0 0
0108 Bovinos e suínos 35.608.103 653.488 704.250 0 0 1.138 170 0 0 0
0109 Leite natural 15.115.497 0 0 0 0 1.360.422 0 0 0 0
0110 Aves vivas 15.216.252 933.305 177.833 9 0 10.352 577 0 0 0
0199 Outros produtos agropecuários 127.680.047 12.970.062 2.458.527 51.108 0 2.649.720 14.768 882.788 0 336.677
0201 Minério de ferro 13.434.739 0 1.803.833 32 0 0 2.099 0 0 0
0202 Outros minerais 11.788.506 199.193 1.269.626 14.687 2.210 161.970 11.370 0 0 0
0301 Petróleo e gás 70.219.103 0 30.534 0 0 0 61.149 0 0 0
0302 Carvão e outros 3.086.340 24.392 421.851 0 0 60.890 42.264 0 0 0
0401 Produtos minerais não-metálicos 47.297.040 3.241.384 2.310.332 98.629 815.732 6.357.349 4.591 0 0 0
0501 Produtos siderúrgicos básicos 49.019.701 102.181 369.877 12.954 0 5.748 4.168 0 0 0
0502 Laminados de aço 36.032.643 1.370.537 632.000 99.540 346.158 385.666 9.903 0 0 0
0601 Produtos metalúrgicos não-ferrosos 34.695.176 1.931.717 301.244 138.486 255.743 478.934 21.250 0 0 0
0701 Outros produtos metalúrgicos 63.927.621 5.116.085 431.964 306.276 1.303.838 3.434.260 8.290 104.041 0 0
0801 Fabricação e manutenção de máquinas e equipamentos 91.167.352 4.558.152 46.781 1.223.596 1.616.757 2.093.010 61.160 0 0 0
0802 Tratores e máquinas de terraplanagem 7.985.395 585.344 11.725 26.964 36.311 26.498 3.768 0 0 0
1001 Material elétrico 42.216.853 2.675.731 696.053 698.803 1.348.412 3.026.525 43.981 7.187 0 0
1101 Equipamentos eletrônicos 44.230.823 3.356.614 586.328 852.676 885.135 3.153.355 62.892 0 0 0
1201 Automóveis, caminhões e ônibus 50.378.601 4.553.795 267.862 280.538 1.003.457 4.518.412 3.645 13.641 0 0
1301 Outros veículos e peças 71.335.284 6.437.108 290.240 824.520 1.811.113 4.214.613 81.667 22.130 0 0
1401 Madeira e mobiliário 33.485.968 3.835.853 1.850.122 37.810 373.871 2.337.018 3.545 24.306.198 6.516 0
1501 Papel, celulose, papelão e artefatos 73.190.897 4.767.647 903.882 95.633 1.189.184 3.503.660 10.530 0 56.355.404 0
1501a Celulose da Aracruz 3.018.906 0 0 2.880 1.514 17.475 0 0 0 2.997.038
1601 Produtos derivados da borracha 26.044.014 1.722.938 145.605 200.494 631.372 1.683.171 8.784 0 0 0
1701 Elementos químicos não-petroquímicos 24.761.792 344.428 274.244 270.996 0 0 47.074 0 16.270 0
1702 Álcool de cana e de cereais 16.795.606 358.142 26.783 592 0 299.409 120 0 0 0
1801 Gasolina pura 36.494.399 0 0 0 0 1.608.586 2.413 0 0 0
1802 Óleos combustíveis 69.559.226 2.779.538 437.097 0 0 2.482.184 12.251 0 0 0
1803 Outros produtos do refino 44.994.033 3.977.573 251.004 44.930 133.823 1.082.296 19.075 0 0 0
1804 Produtos petroquímicos básicos 45.206.625 670.831 13.985 210.172 2.530 0 32.988 0 0 0
1805 Resinas 26.952.412 874.728 1.330 341.667 0 0 17.474 0 0 0
1806 Gasoálcool 51.565.070 5.089.275 0 0 0 0 0 0 0 0
1901 Adubos 25.201.834 1.520.008 738.570 114.548 0 0 22.857 0 0 0
1902 Tintas 15.943.091 972.125 0 166.040 464.149 1.052.932 4.856 0 0 0
1903 Outros produtos químicos 28.303.398 2.734.576 110.671 261.784 216.883 471.869 16.600 5.378 8.531 0
2001 Produtos farmacêuticos e de perfumaria 49.085.991 8.030.674 0 172.919 1.038.060 4.848.244 15.598 0 0 0
2101 Artigos de plástico 23.395.794 1.398.400 209.780 199.336 635.589 1.484.004 5.220 126.017 82.526 0
2201 Fios têxteis naturais 10.210.860 303.241 0 11.935 0 114.020 3.580 0 0 0
2202 Tecidos naturais 7.313.521 392.870 19.728 5.066 0 415.245 315 0 0 0
2203 Fios têxteis artificiais 3.030.753 66.586 0 133.997 0 0 1.421 0 0 0
2204 Tecidos artificiais 4.740.810 194.611 12.919 125.374 0 659.804 875 0 0 0
2205 Outros produtos têxteis 13.487.607 1.158.873 23.737 82.280 24.327 1.255.386 1.490 6.106 0 0
2301 Artigos do vestuário 27.575.059 3.275.478 74.297 91.231 72.621 2.845.386 817 0 0 0
2401 Produtos de couro e calçados 13.986.805 793.807 133.981 55.806 30.614 1.527.089 6.297 4.102 0 0
2501 Produtos do café 18.567.787 1.487.262 399.403 563 0 866.925 976 0 0 0
2601 Arroz beneficiado 9.285.111 1.371.737 600.667 5.184 0 716.320 8.157 0 0 0
2602 Farinha de trigo 11.651.128 1.947.117 259.069 925 0 185.352 99 0 0 0
2603 Outros produtos vegetais beneficiados 39.320.007 4.067.037 395.852 35.755 1.998.867 2.072.171 177.769 0 0 0
2701 Carne bovina 47.634.951 5.654.950 753.577 9.234 9.372 2.811.683 5.559 0 0 0
2702 Carne de aves abatidas 23.493.444 2.194.750 791.968 23 0 1.169.551 994 0 0 0
2801 Leite beneficiado 13.253.499 940.948 238.544 1.102 0 1.389.595 1.582 0 0 0
2802 Outros laticínios 11.604.269 1.360.901 328.685 18.569 0 1.214.593 858 0 0 0
2901 Açúcar 24.557.965 1.178.548 341.680 736 0 1.195.027 1.512 0 0 0
3001 Óleos vegetais em bruto 25.650.024 979.659 216.720 12.810 0 367.896 7.535 0 0 0
3002 Óleos vegetais refinados 18.540.327 1.475.521 320.667 25.965 0 687.318 1.699 0 0 0
3101 Outros produtos alimentares inclusive rações 58.177.062 6.321.026 1.092.592 61.790 10.152 4.918.262 5.572 0 0 0
3102 Bebidas 31.527.961 4.782.958 1.514.887 94.199 1.899.216 4.411.776 12.961 0 0 0
3201 Produtos diversos 42.718.286 3.425.881 280.719 489.247 1.041.943 5.194.253 26.749 433.793 0 0
3301 Serviços industriais de utilidade pública 115.102.097 0 0 0 0 12.118.879 0 0 0 181.920
3401 Produtos da construção civil 193.786.355 0 0 0 958.833 0 8 0 0 0
3501 Margem de comércio 19.175.393 -135.607.612 0 0 402.134 0 286 159.558 37.319 0
3601 Margem de transporte 79.036.740 0 -27.694.860 0 728.563 1.710.503 404.844 0 0 0
3701 Comunicações 85.375.579 0 0 0 4.985 14.708.742 75 0 0 0
3801 Seguros 32.049.386 0 0 0 148.144 0 174.023 0 0 0
3802 Serviços financeiros 113.749.297 0 0 0 768.411 0 4.176.725 0 0 0
3901 Alojamento e alimentação 42.969.805 0 0 0 332.857 2.317.540 1.384 0 0 0
3902 Outros serviços 50.876.913 0 0 0 1.659.414 0 542 0 0 0
3903 Saúde e educação mercantis 64.266.006 0 0 0 1.197.692 0 0 0 0 0
4001 Serviços prestados às empresas 132.126.202 0 0 0 3.073.980 0 3.228 0 0 0
4101 Aluguel de imóveis 48.404.719 0 0 0 8.159 0 0 36.845 36.845 0
4102 Aluguel imputado 108.412.977 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4201 Administração pública 219.052.069 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4202 Saúde pública 37.168.953 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4203 Educação pública 53.425.538 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4301 Serviços privados não-mercantis 18.993.467 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Ajuste CIF/FOB
Total 3.385.499.110 0 0 8.084.235 28.482.125 118.271.457 5.739.915 26.107.784 56.543.411 3.515.635
Demanda de bens e serviços
Importação Consumo intermediário das atividades Demanda final
14 15 Consumo Demanda
Total Importação de bens e Total Exportação Consumo Formação bruta Variação
Ajuste CIF/FOB Madeira e Papel e Aracruz Celulose da administração total
da atividade serviços da atividade de bens e serviços das famílias de capital fixo de estoque
mobiliário gráfica pública
7.913.715 0 0 0 0 0 7.943.639 0 0 0 0 0 7.943.639
11.883.625 0 0 0 0 0 12.240.562 0 0 0 0 0 12.240.562
7.728.249 0 344.644 0 0 0 9.118.507 8 0 0 0 198.524 9.317.039
2.216.013 0 3.484.357 0 0 0 4.357.499 21.685 0 0 0 1.796.620 6.175.804
30.551.501 0 727.889 0 0 0 19.875.381 12.845.167 0 0 0 2.584.739 35.305.287
2.715.258 0 1.429 0 0 0 2.922.261 5.852 0 0 0 411.865 3.339.978
15.693.372 0 219.790 0 0 0 12.785.564 1.120.408 0 237.399 0 2.300.566 16.443.937
34.241.915 0 7.142 0 0 0 24.545.076 4.121 0 0 0 11.058.906 35.608.103
13.755.075 0 0 0 0 0 12.207.574 0 0 2.907.923 0 0 15.115.497
14.046.475 0 47.701 0 0 0 13.659.496 58.131 0 1.498.625 0 0 15.216.252
107.798.710 0 1.737.152 4.715.826 939.048 621.973 63.044.810 3.383.126 0 53.837.854 6.111.423 1.302.834 127.680.047
11.619.915 0 8.860 0 0 0 3.400.457 10.602.817 0 0 0 -568.535 13.434.739
8.745.745 0 1.383.705 0 86.738 45.488 9.537.890 1.971.420 0 0 0 279.196 11.788.506
56.165.694 0 13.961.726 0 0 0 60.436.631 6.587.552 0 0 0 3.194.920 70.219.103
199.778 0 2.337.165 0 0 0 3.085.680 660 0 0 0 0 3.086.340
33.229.759 0 1.239.264 173.125 34.210 45.488 42.303.140 3.052.600 0 1.733.731 0 207.569 47.297.040
47.173.803 0 1.350.970 0 0 0 40.731.427 8.288.274 0 0 0 0 49.019.701
32.034.207 0 1.154.632 181.735 0 0 29.584.146 6.484.731 0 0 0 -36.234 36.032.643
28.018.888 0 3.548.914 145.561 276.425 0 26.936.619 6.839.020 0 1.009.190 0 -89.653 34.695.176
50.196.933 0 3.129.975 748.452 267.168 10.293 56.866.152 3.207.663 0 3.988.674 683.523 -818.391 63.927.621
68.151.349 0 13.416.547 218.660 1.154.520 192.152 35.663.789 6.116.904 0 199.400 49.012.432 174.827 91.167.352
6.264.153 0 1.030.632 0 0 0 1.312.127 3.009.472 0 0 3.561.045 102.751 7.985.395
24.686.272 0 9.041.076 6.979 5.531 0 16.599.672 5.734.419 0 11.811.609 7.800.239 270.914 42.216.853
17.858.921 0 17.474.902 7.549 22.861 0 9.060.363 6.789.489 0 15.599.194 12.223.920 557.857 44.230.823
36.991.263 0 2.759.629 0 0 0 875.393 11.914.566 0 26.158.646 11.310.212 119.784 50.378.601
43.196.948 0 14.479.075 33.030 0 0 43.717.030 18.732.406 0 6.616.521 2.659.804 -390.477 71.335.284
24.603.859 0 443.890 3.374.656 346.973 0 12.109.017 8.386.007 0 10.143.573 2.678.451 168.920 33.485.968
60.511.848 0 2.208.512 273.839 17.827.246 0 56.811.590 5.861.402 0 10.669.093 115.716 -266.904 73.190.897
2.997.038 0 0 0 48.836 0 48.836 2.970.070 0 0 0 0 3.018.906
19.064.971 0 2.586.679 135.183 155.250 0 22.496.199 2.547.738 0 497.630 0 502.447 26.044.014
17.894.447 0 5.930.603 28.111 1.330.505 178.910 21.267.859 3.567.815 0 0 0 -73.882 24.761.792
16.105.063 0 5.497 2.482 22.791 0 13.165.493 486.327 0 2.152.610 0 991.176 16.795.606
34.752.641 0 130.759 0 0 0 35.786.362 1.689.071 0 0 0 -981.034 36.494.399
60.610.948 0 3.237.208 627.725 1.352.608 53.950 63.710.598 5.383.936 0 14.387 0 450.305 69.559.226
34.450.809 0 5.034.523 101.295 247.796 0 35.582.611 1.609.653 0 7.701.786 0 99.983 44.994.033
40.091.594 0 4.184.525 396.190 192.180 0 42.144.311 2.356.786 0 471.825 0 233.703 45.206.625
21.130.322 0 4.586.891 295.175 575.441 0 23.619.824 3.089.898 0 0 0 242.690 26.952.412
46.475.795 0 0 42.519 28.793 0 9.745.228 0 0 41.918.448 0 -98.606 51.565.070
17.912.175 0 4.893.676 0 0 31.183 24.474.351 313.213 0 2.614 0 411.656 25.201.834
11.952.611 0 1.330.378 640.309 1.992.710 494 15.365.147 481.026 0 35.154 0 61.764 15.943.091
20.789.934 0 3.701.081 356.451 686.914 0 24.734.716 2.132.202 0 1.515.954 0 -79.474 28.303.398
25.943.472 0 9.037.024 0 0 8.605 9.057.891 1.824.032 0 38.112.033 0 92.035 49.085.991
17.529.925 0 1.933.540 884.950 223.209 0 21.173.553 1.103.378 0 1.293.416 0 -174.553 23.395.794
9.237.891 0 540.193 16.283 27.759 0 9.086.954 1.148.442 0 42.746 0 -67.282 10.210.860
6.421.216 0 59.081 176.443 2.501 0 6.017.928 757.369 0 461.045 0 77.179 7.313.521
1.805.825 0 1.022.924 2.272 0 0 2.579.490 300.711 0 35.647 0 114.905 3.030.753
2.889.931 0 857.296 48.902 6.539 0 4.065.040 281.368 0 434.550 0 -40.148 4.740.810
10.410.109 0 531.405 61.080 61.719 0 6.578.898 1.880.125 0 5.138.906 0 -110.322 13.487.607
20.762.875 0 452.354 2.670 6.232 0 5.824.725 392.577 0 21.237.494 0 120.263 27.575.059
10.816.290 0 622.921 40.240 6.137 0 2.065.345 8.477.500 0 3.511.984 0 -68.024 13.986.805
15.808.511 0 4.147 0 0 0 3.647.568 4.752.085 0 5.109.250 0 5.058.884 18.567.787
5.970.438 0 612.608 0 0 0 1.450.416 15.028 0 7.720.460 0 99.207 9.285.111
9.224.219 0 34.347 0 0 0 10.425.095 3.560 0 1.136.989 0 85.484 11.651.128
29.821.273 0 751.283 0 103.471 0 5.026.772 8.194.602 0 26.516.254 0 -417.621 39.320.007
38.050.490 0 340.086 0 0 0 11.046.551 7.158.102 0 29.270.911 0 159.387 47.634.951
19.335.041 0 1.117 0 0 0 1.210.612 5.691.851 0 16.626.999 0 -36.018 23.493.444
10.450.291 0 231.437 0 0 0 4.825.602 30.977 0 8.413.206 0 -16.286 13.253.499
8.528.913 0 151.750 0 0 0 1.785.273 115.968 0 9.822.253 0 -119.225 11.604.269
21.835.833 0 4.629 0 0 0 11.335.960 6.501.598 0 5.596.458 0 1.123.949 24.557.965
23.640.603 0 424.801 0 0 0 14.549.317 11.111.851 0 0 0 -11.144 25.650.024
15.769.856 0 259.301 0 0 0 5.982.396 744.953 0 11.020.033 0 792.945 18.540.327
43.862.603 0 1.905.065 18.415 22.375 0 19.412.215 4.216.394 0 34.757.013 0 -208.560 58.177.062
17.856.444 0 955.520 0 0 0 13.510.273 783.230 0 17.332.009 0 -97.551 31.527.961
25.964.918 0 6.294.576 29.166 1.323.106 2.039 22.249.501 2.548.280 0 13.725.826 4.123.799 70.880 42.718.286
100.041.790 0 2.941.428 687.756 1.791.158 215.383 79.956.913 0 0 35.145.184 0 0 115.102.097
192.827.454 0 60 41.971 107.574 17.883 20.392.772 31.062 0 0 173.362.521 0 193.786.355
152.906.119 0 1.474.466 427.596 1.330.303 32.757 17.974.812 1.200.581 0 0 0 0 19.175.393
102.961.798 -7.649.463 8.575.355 293.094 143.807 402.741 41.899.373 2.788.607 0 34.348.760 0 0 79.036.740
69.386.238 0 1.275.539 363.902 1.170.110 3.280 38.920.111 1.563.834 0 44.891.634 0 0 85.375.579
30.609.114 -236.936 1.355.041 11.808 8.559 13.297 8.751.441 14.466 0 23.283.479 0 0 32.049.386
106.525.699 0 2.278.462 92.178 577.425 0 103.182.000 1.081.886 0 9.485.411 0 0 113.749.297
33.440.633 0 6.877.391 8.076 18.147 1.964 10.112.226 7.600.720 0 25.256.859 0 0 42.969.805
48.180.969 0 1.035.988 141 232 0 16.056.645 163.050 0 34.657.218 0 0 50.876.913
63.068.314 0 0 0 0 0 2.890.850 0 0 61.375.156 0 0 64.266.006
106.410.638 0 22.638.356 317.964 1.328.734 92.262 112.355.056 14.708.430 0 1.964.440 3.098.276 0 132.126.202
48.396.560 0 0 155.298 420.790 0 21.289.905 0 0 27.114.814 0 0 48.404.719
108.412.977 0 0 0 0 0 0 0 0 108.412.977 0 0 108.412.977
219.052.069 0 0 0 0 0 0 0 219.036.183 15.886 0 0 219.052.069
37.168.953 0 0 0 0 0 0 0 37.168.953 0 0 0 37.168.953
53.425.538 0 0 0 0 0 0 0 53.425.538 0 0 0 53.425.538
18.993.467 0 0 0 0 0 0 0 0 18.993.467 0 0 18.993.467
7.886.399 -7.886.399 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
3.026.166.888 0 198.754.490 16.185.057 36.274.430 1.970.143 1.630.562.506 254.832.252 309.630.674 882.982.607 276.741.361 30.749.710 3.385.499.110
valor da produção, valor adicionado e ocupação, em R$ mil
Excedente operacional Excedente
Valor adicionado Contribuições sociais Contribuições sociais Rendimento de autô-
Setores de atividade econômica Remunerações Salários Previdência oficial/FGTS Previdência privada bruto inclusive rendimento operacional
bruto a preço básico efetivas imputadas nomos
de autônomos bruto (EOB)
Agropecuária 137.920.545 14.247.085 11.613.142 2.633.943 2.629.512 4.431 0 123.907.813 481.406 123.426.407
Extrativa mineral 8.249.472 1.843.642 1.310.151 533.492 459.022 74.470 0 5.614.253 193.499 5.420.754
Extração de petróleo e gás 46.638.617 1.859.597 1.202.308 657.288 526.404 130.884 0 42.379.966 0 42.379.966
Minerais não-metálicos 13.605.771 3.739.014 2.650.039 1.088.975 1.051.937 37.038 0 8.324.655 63.395 8.261.259
Siderurgia 23.042.977 1.144.877 774.144 370.732 306.012 64.720 0 18.571.835 0 18.571.835
Metalurgia não-ferrosos 6.035.974 771.536 541.920 229.617 214.216 15.401 0 4.076.990 0 4.076.990
Outros metalúrgicos 13.938.279 6.597.290 4.837.514 1.759.776 1.735.235 24.541 0 5.224.859 703.687 4.521.172
Máquinas e tratores 42.686.504 11.781.932 8.235.025 3.546.907 3.530.034 16.874 0 27.677.627 0 27.677.627
Material elétrico 4.855.535 2.119.690 1.547.035 572.655 560.442 12.213 0 1.680.285 0 1.680.285
Equipamentos eletrônicos 7.065.724 1.717.011 1.239.023 477.988 448.859 29.129 0 4.521.366 0 4.521.366
Automóveis, caminhões e ônibus 6.881.668 2.000.834 1.403.408 597.426 551.843 45.584 0 3.221.414 0 3.221.414
Outros veículos e peças 8.907.753 5.120.231 3.646.460 1.473.771 1.433.847 39.924 0 2.327.225 0 2.327.225
Madeira e mobiliário 9.922.727 4.264.224 3.206.790 1.057.434 1.055.442 1.992 0 4.698.630 874.000 3.824.630
Papel e gráfica 20.268.981 7.115.874 5.088.492 2.027.382 2.003.411 23.971 0 10.579.213 195.928 10.383.286
Aracruz Celulose 1.545.493 122.684 101.121 21.564 17.861 3.703 0 1.379.598 0 1.379.598
Indústria da borracha 5.885.922 999.061 734.750 264.311 257.375 6.935 0 4.076.391 0 4.076.391
Elementos químicos 15.588.213 1.572.847 1.132.877 439.970 434.235 5.735 0 12.501.669 0 12.501.669
Refino do petróleo 59.391.246 1.789.231 1.198.189 591.041 459.269 131.772 0 49.692.852 0 49.692.852
Químicos diversos 14.728.792 3.549.993 2.540.691 1.009.302 973.854 35.449 0 9.025.566 0 9.025.566
Farmacêutica e de perfumaria 8.073.320 2.579.384 1.872.516 706.868 675.353 31.514 0 4.376.863 0 4.376.863
Artigos de plástico 5.458.822 2.975.497 2.107.955 867.542 856.250 11.293 0 1.672.684 0 1.672.684
Indústria têxtil 5.062.481 1.851.796 1.364.555 487.241 483.290 3.952 0 1.884.508 6.515 1.877.993
Artigos do vestuário 6.648.383 2.902.229 2.246.624 655.605 655.605 0 0 3.269.244 2.238.831 1.030.413
Fabricação de calçados 4.276.414 1.810.456 1.321.773 488.683 487.091 1.592 0 2.001.184 59.062 1.942.121
Indústriado café 3.996.563 574.975 442.143 132.832 132.832 0 0 2.855.028 27.319 2.827.709
Beneficiamento de produtos vegetais 7.869.826 2.073.352 1.469.232 604.120 573.501 30.618 0 4.003.479 85.499 3.917.980
Abate de animais 6.769.915 1.854.905 1.419.752 435.153 432.577 2.576 0 2.781.854 76.392 2.705.462
Indústria de laticínios 2.525.559 629.248 469.068 160.180 158.450 1.730 0 1.199.758 0 1.199.758
Indústria de açúcar 7.313.195 1.037.292 775.372 261.919 261.919 0 0 5.359.966 0 5.359.966
Fabricação de óleos vegetais 6.190.084 416.353 311.223 105.130 105.130 0 0 4.183.976 0 4.183.976
Outros produtos alimentares 11.831.985 4.600.161 3.365.591 1.234.570 1.209.231 25.338 0 4.705.940 177.574 4.528.366
Indústria diversas 7.536.961 1.441.314 1.036.023 405.291 385.225 20.066 0 5.300.168 165.084 5.135.084
Serviços industriais de utilidade pública 47.416.375 14.228.875 10.032.430 4.196.445 3.357.029 839.416 0 28.954.258 0 28.954.258
Construção civil 100.951.217 12.330.982 9.528.761 2.802.221 2.788.735 13.486 0 83.386.222 6.584.468 76.801.754
Comércio 107.501.248 49.739.660 37.266.796 12.472.865 12.433.240 39.625 0 41.707.621 21.624.844 20.082.776
Transportes 34.185.740 20.398.260 14.916.926 5.481.334 5.336.612 144.723 0 10.679.121 8.447.777 2.231.344
Comunicações 44.151.251 12.628.494 9.371.151 3.257.343 3.087.874 169.468 0 28.336.562 0 28.336.562
Instituições financeiras 97.459.330 37.530.173 30.254.687 7.275.486 6.155.923 1.119.563 0 52.723.349 3.759.014 48.964.335
Serviços prestados às famílias 67.056.942 40.464.729 37.808.814 2.655.916 2.618.591 37.325 0 20.136.254 16.879.196 3.257.059
Serviços prestados às empresas 60.490.339 30.950.354 22.636.784 8.313.570 8.274.192 39.377 0 25.562.701 6.365.994 19.196.707
Aluguel de imóveis 142.543.933 2.126.414 1.604.446 521.968 521.968 0 0 138.780.498 747.120 138.033.378
Administração pública 220.458.387 219.518.472 141.126.279 14.261.394 13.943.103 318.292 64.130.799 0 0 0
Serviços privados não-mercantis 17.336.528 17.128.807 14.129.807 2.999.000 2.943.962 55.038 0 0 0 0
Dummy financeiro -74.660.609 0 0 0 0 0 0 -74.660.609 0 -74.660.609
Total das atividades 1.395.604.382 554.148.834 399.881.787 90.136.248 86.526.494 3.609.754 64.130.799 738.682.837 69.756.604 668.926.232
geração de renda e emprego da aracruz, 2003
Outros Geração de empregos Geração de renda R$ milhões
Outros subsídios à
impostos sobre Consumo intermediário Valor da produção Pessoal ocupado Produtividade média Setores de atividade econômica Barra do Barra do
produção Guaíba Total Guaíba Total
a produção Riacho Riacho
6.094 -240.448 121.556.927 259.477.472 12.711.200 10.850 Agropecuária 29.847 4.437 34.283 323,8 27,8 351,6
791.577 0 10.391.760 18.641.232 245.500 33.603 Extrativa mineral 445 66 511 14,9 1,3 16,2
2.399.054 0 9.757.583 56.396.200 63.300 736.787 Extração de petróleo e gás 133 20 152 97,7 8,4 106,0
1.542.102 0 21.858.186 35.463.957 402.500 33.803 Minerais não-metálicos 607 90 697 20,5 1,8 22,3
3.326.266 0 56.226.224 79.269.201 82.700 278.633 Siderurgia 63 9 72 17,5 1,5 19,0
1.187.448 0 21.995.853 28.031.827 63.900 94.460 Metalurgia não-ferrosos 37 6 43 3,5 0,3 3,8
2.116.474 -343 37.337.074 51.275.353 722.500 19.292 Outros metalúrgicos 707 105 812 13,6 1,2 14,8
3.454.046 -227.101 32.291.902 74.978.406 640.000 66.698 Máquinas e tratores 1.388 206 1.594 92,6 7,9 100,5
1.135.187 -79.627 21.039.353 25.894.888 119.100 40.769 Material elétrico 51 8 59 2,1 0,2 2,3
827.347 0 11.777.066 18.842.790 96.000 73.601 Equipamentos eletrônicos 22 3 25 1,6 0,1 1,7
1.659.421 0 31.650.697 38.532.365 76.200 90.311 Automóveis, caminhões e ônibus 7 1 8 0,6 0,1 0,7
1.969.892 -509.595 35.116.877 44.024.630 224.500 39.678 Outros veículos e peças 188 28 216 7,5 0,6 8,1
959.873 0 16.185.057 26.107.784 913.300 10.898 Madeira e mobiliário 317 47 364 3,5 0,3 3,8
2.573.894 0 36.274.430 56.543.411 426.669 47.505 Papel e gráfica 315 47 361 15,0 1,3 16,3
43.210 0 1.970.143 3.515.635 1.831 843.878 Aracruz Celulose 1.595 237 1.832 1.424,3 122,1 1.546,4
810.470 0 12.969.590 18.855.512 55.000 107.017 Indústria da borracha 83 12 96 8,9 0,8 9,7
1.513.697 0 19.735.995 35.324.208 68.200 228.566 Elementos químicos 306 46 352 70,0 6,0 76,0
7.909.163 0 129.775.872 189.167.118 55.700 1.066.270 Refino do petróleo 136 20 156 144,7 12,4 157,2
2.153.234 0 34.698.992 49.427.784 150.600 97.801 Químicos diversos 295 44 339 28,9 2,5 31,3
1.117.073 0 17.400.647 25.473.967 117.600 68.651 Farmacêutica e de perfumaria 39 6 45 2,7 0,2 2,9
810.641 0 12.000.650 17.459.472 223.200 24.457 Artigos de plástico 212 32 244 5,2 0,4 5,6
1.326.177 0 25.992.795 31.055.276 233.300 21.699 Indústria têxtil 77 12 89 1,7 0,1 1,8
476.910 0 14.199.007 20.847.390 1.668.800 3.984 Artigos do vestuário 27 4 31 0,1 0,0 0,1
464.774 0 7.082.482 11.358.896 399.800 10.696 Fabricação de calçados 21 3 24 0,2 0,0 0,2
567.500 -940 10.027.801 14.024.364 70.300 56.850 Indústriado café 1 0 1 0,1 0,0 0,1
1.792.995 0 36.005.102 43.874.928 307.600 25.585 Beneficiamento de produtos vegetais 51 8 59 1,3 0,1 1,4
2.133.156 0 45.436.125 52.206.040 230.400 29.383 Abate de animais 21 3 24 0,6 0,1 0,7
696.553 0 14.118.030 16.643.589 57.900 43.619 Indústria de laticínios 3 0 3 0,1 0,0 0,1
915.937 0 14.063.588 21.376.783 82.500 88.645 Indústria de açúcar 39 6 45 3,5 0,3 3,8
1.589.754 0 32.571.836 38.761.920 35.800 172.907 Fabricação de óleos vegetais 14 2 16 2,4 0,2 2,6
2.525.884 0 49.511.198 61.343.183 624.700 18.940 Outros produtos alimentares 306 45 351 5,8 0,5 6,3
795.479 0 11.531.838 19.068.799 340.700 22.122 Indústria diversas 196 29 225 4,3 0,4 4,7
4.374.815 -141.573 49.155.708 96.572.084 242.300 195.745 Serviços industriais de utilidade pública 734 109 843 143,6 12,3 155,9
6.017.294 -783.281 91.916.481 192.867.698 3.771.400 26.768 Construção civil 514 76 591 13,8 1,2 14,9
16.808.186 -754.219 107.612.774 215.114.022 11.296.000 9.517 Comércio 21.430 3.186 24.616 203,9 17,5 221,5
3.919.572 -811.213 71.519.451 105.705.191 2.817.100 12.135 Transportes 15.995 2.378 18.373 194,1 16,7 210,8
3.255.028 -68.833 26.338.702 70.489.953 269.900 163.584 Comunicações 166 25 190 27,1 2,3 29,4
7.205.808 0 40.432.536 137.891.866 817.100 119.275 Instituições financeiras 755 112 867 90,0 7,7 97,7
6.455.958 0 68.747.073 135.804.015 10.416.900 6.437 Serviços prestados às famílias 905 135 1.040 5,8 0,5 6,3
3.977.284 0 31.236.243 91.726.582 3.238.300 18.680 Serviços prestados às empresas 4.880 725 5.605 91,2 7,8 99,0
1.637.020 0 8.765.635 151.309.568 257.500 553.569 Aluguel de imóveis 45 7 51 24,8 2,1 26,9
939.915 0 105.969.675 326.428.062 6.364.500 34.639 Administração pública 439 65 505 15,2 1,3 16,5
207.721 0 1.656.939 18.993.467 6.331.900 2.738 Serviços privados não-mercantis - - - - - -
0 0 74.660.609 0 0 Total 83.412 12.399 95.811 3.128,7 268,4 3.397,1
106.389.884 -3.617.173 1.630.562.506 3.026.166.888 67.334.200 20.727 Geração de emprego e renda na cadeia da Aracruz para um valor de produção do setor Aracruz Celulose de R$ 3.515 milhões.
A.6 EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE e g Y ( t ) = ε A ( t ) g A ( t ) + ε K ( t ) g K ( t ) + ε L ( t ) g L ( t ) . (25)
contribuição para o crescimento
Ao se fazer εA(t) = 1, ou seja, ao se assumir que a tecnologia tem efeito
Uma função de produção pode ser vista como uma relação matemática entre igual independentemente dos níveis de acumulação de capital e de trabalho, a
as quantidades de insumos, requeridas no processo produtivo, e a quantidade variação da produtividade total dos fatores, PTF, pode ser vista como a parcela
obtida do produto final. Isto é, o produto em um determinado momento t, Y(t), da variação do produto que não se deve à acumulação de fatores. De acordo com
é visto como uma função da quantidade de capital, K(t), de trabalho, L(t), e da os conceitos de crescimento definidos acima, pode-se derivar a produtividade
tecnologia disponível, A(t), naquele momento. Assumindo a seguinte função de da Aracruz segundo sua acumulação de capital, trabalho e variação do produto
produção adicionado.
Y(t) = F(A(t), K(t), L(t)) , (22) Inicialmente, as atividades da Aracruz podem ser dividas em florestais e
industriais, esta última referindo-se à produção de celulose. Para se obter a taxa
em que F(t) é uma função composta, pode-se estabelecer as relações descritas de variação do crescimento anual das atividades florestais da Aracruz, ou ainda,
acima. A variação do produto com relação ao tempo é do valor adicionado pela Aracruz no cultivo da floresta, estimaram-se, em pri-
meiro lugar, os custos anuais de produção da colheita florestal e os custos anuais
com folha de salários do pessoal ligado à área florestal. A soma desses custos de
d Y( t ) d A( t ) d K(t) d L( t )
= FA ( t ) + FK ( t ) + FL ( t ) , (23) produção resulta no valor adicionado anual da Aracruz na atividade florestal. As
dt dt dt dt taxas de variação desse valor adicionado representam gY(t).
O capital, no caso da floresta, corresponde à área florestal. Portanto, gK(t)
∂F( t )
em que FJ ( t ) = , com J = A, K e L. é calculado por meio das taxas anuais de variação da área florestal da Aracruz.
∂J ( t ) Por sua vez, a acumulação do fator trabalho, gL(t), se dá pela taxa de variação do
emprego do pessoal alocado nas atividades florestais da Aracruz, seja o pessoal
Ao se dividir o lado esquerdo por Y(t) e o direito por F(t) e se multiplicar cada contratado diretamente pela empresa ou pelo pessoal contratado por terceiros.
termo do lado esquerdo da equação pelo seu correspondente J(t)/J(t), obtém-se No que respeita às elasticidades do capital e do trabalho, εK(t) e εL(t), respecti-
vamente, elas são obtidas pelas participações do capital e do trabalho no valor
adicionado da Aracruz. No caso da elasticidade do trabalho, ela é calculada pela
d Y(t) 1 d A(t) 1 d K(t) 1 d L(t) 1
= ε A(t) + ε K(t) + ε L(t) , (24) participação dos salários dos empregados da Aracruz no valor adicionado do
d t Y(t) d t A(t) d t K(t) d t L(t) cultivo da floresta. A elasticidade do capital é calculada como a diferença da uni-
dade e a participação da elasticidade do trabalho.
em que εA(t), εK(t) e εL(t) são, respectivamente, as elasticidades da tecnologia e dos Para as atividades industriais, os passos são os mesmos, consideradas
fatores de produção, capital e trabalho, ou ainda, a participação de cada um des- as especificidades desse processo produtivo. O valor adicionado anual das ati-
ses fatores no valor total adicionado. vidades de produção de celulose é obtido pela diferença do valor da produção
Essa equação mostra que a taxa de crescimento do produto é igual à soma das industrial e do valor dos custos de produção, ou seja, dos custos com bens e
taxas de crescimento do progresso tecnológico, do estoque de capital e da força serviços intermediários. As variações anuais do valor adicionado correspondem,
de trabalho, ponderadas pelas suas respectivas elasticidades, ou ainda, a equação portanto, a gY(t). Para se obter gK(t) anuais, calculam-se as taxas anuais de variação
do crescimento econômico é do ativo permanente da Aracruz, ou seja, do ativo ligado à sua área industrial. A
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taxa gL(t) é calculada por meio da taxa de variação de emprego do pessoal ligado
às atividades industriais da Aracruz. Uma vez mais, as elasticidades do capital e Referências
do trabalho, εK(t) e εL(t) são obtidas pelas participações da renda do capital e da
renda do trabalho na renda criada pelas atividades industriais da Aracruz. ALICE Web – MDIC.
Aracruz (2004): Relatório de Sustentabilidade. Aracruz Celulose, Espírito Santo.
Finalmente, seja em sua atividade florestal, seja em sua atividade indus-
Aracruz (2005): Relatório de Sustentabilidade. Aracruz Celulose, Espírito Santo.
trial, as taxas anuais de variação de produtividade da Aracruz são o resultado
Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas – ABRAF (2004):
da taxa de variação anual do crescimento do valor adicionado menos as taxas Anuário Estatístico.
anuais de variação do capital e do trabalho multiplicadas pelas suas respectivas Associação Brasileira de Celulose e Papel – BRACELPA (2005a): Responsabilidade
elasticidades, ou seja, Social das Empresas do Setor de Celulose e Papel. São Paulo.
g A ( t ) = g Y ( t ) − ε K ( t ) g K ( t ) − ε L ( t ) g L ( t ) . (26) Associação Brasileira de Celulose e Papel – BRACELPA (2005b): O setor brasileiro
de celulose e papel. São Paulo.
No que diz respeito à contribuição da Aracruz para o crescimento eco- FGV (2005a): Anos depois: a vida econômica da Souza Cruz em 102 anos. Fundação
nômico brasileiro, ou ainda, para se calcular a contribuição da Aracruz para o PIB Getulio Vargas, São Paulo.
do Brasil, partiu-se da seguinte identidade: a variação no tempo do PIB brasileiro FGV (2005b): McOnomics 2005: uma incrível viagem pela cadeia produtiva do
é igual à variação no tempo do valor adicionado da Aracruz mais a variação no hambúrguer. Fundação Getulio Vargas, São Paulo.
tempo do valor adicionado dos demais setores de atividades econômicas do país IBGE (1990): Estatísticas Históricas do Brasil. IBGE. Rio de Janeiro.
IBGE (2002): Pesquisa Industrial: Inovação Tecnológica 2000. IBGE. Rio de Janeiro.
no período t. Ao dividir ambos os lados dessa identidade pelo nível do PIB brasi-
IBGE (2003a): Pesquisa Anual de Comércio 2003. IBGE. Rio de Janeiro.
leiro no período t, e multiplicando em cima e em baixo de cada um dos termos do
IBGE (2003b): Sistema de Contas Nacionais do Brasil. Relatórios Metodológicos No
lado esquerdo da equação pelo seu correspondente valor adicionado, obtém-se a 24. IBGE. Rio de Janeiro.
composição da taxa de crescimento do valor adicionado do país, ou seja, IBGE (2004a): Contas Nacionais 2003. IBGE. Rio de Janeiro.
IBGE (2004b): Contas Regionais do Brasil. IBGE. Rio de Janeiro.
g Y Brasil = g Y Aracruz ⋅ θ Aracruz + g Y Demais ⋅ θ Demais . (27) IBGE (2004c): Pesquisa Anual de Serviços 2003. IBGE. Rio de Janeiro.
IBGE (2004d): Produção Agrícola Municipal 2003. IBGE. Rio de Janeiro.
em que a participação do valor adicionado da Aracruz ou dos demais setores no IBGE (2005a): Pesquisa de Orçamento Familiar 2002/2003. IBGE. Rio de Janeiro.
PIB do Brasil é IBGE (2005b): Pesquisa Industrial 2003 – Empresa. IBGE. Rio de Janeiro.
IBGE (2005c): Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2003. IBGE. Rio de
Y( t ) W , com W = Aracruz, Demais. Janeiro.
θW =
Y( t ) Brasil IBGE (vários anos): Matriz de Insumo-Produto. IBGE. Rio de Janeiro.
Leontief, Vassily (1948): A Economia do Insumo-Produto. São Paulo: Abril Cultu-
Por fim, ao dividir os dois lados pela taxa de crescimento do PIB brasi-
ral, 1983.
leiro, obtém-se
Najberg, S. e Pereira, R.O. (2004): Novas estimativas do modelo de geração de
g Y Aracruz g empregos do BNDES. Sinopse Econômica, Nº 133, Março de 2004. BNDES,
1= ⋅ θ Aracruz + Y Demais ⋅ θ Demais . (28) Rio de Janeiro.
g Y Brasil g Y Brasil
Richardson, Harry W. (1978): Insumo-Produto e Economia Regional. Rio de Janei-
ro: Zahar.
que é a equação utilizada para estimar a contribuição da Aracruz na taxa de SILVA, N. L. C. (2005): Reforma tributária e crescimento econômico. Boletim de
crescimento do PIB do Brasil. Conjuntura, 69, junho de 2005, IPEA, Brasília.
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DAs árvores aos lares
Funcionárias da Plantar, viveiro de mudas em Barra do Riacho, ES