Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Identificação do paciente:
Abel,30 anos de idade, separado, tem um filho, desempregado, vive com os pais, filho
único. Está internado na unidade de São Luís de Gonzaga para fazer uma desintoxicação
etílica.
Lista de problemas:
Sintomatologia ansiosa: pressão social por parte dos amigos, “não lhes consegue dizer que
não”, “anda sempre muito nervoso”, desconforto muito grande, provavelmente porque a
turma do curso de informática era maioritariamente composta por mulheres, “enquanto
conversava com elas durante os intervalos “tinha medo que pudesse dizer alguma coisa e
cair no ridículo”, “sempre que me sinto ansioso não consigo olhar as pessoas nos olhos”,
não conseguiu terminar o curso devido à intensa ansiedade que sentia na realização dos
diversos trabalhos de grupo necessários para a conclusão do mesmo, “enquanto
conversava com elas ia-me sentindo cada vez mais nervoso, a suar, com um ritmo cardíaco
acelerado e terminava a conversa”.
Medos excessivos: aos 10/11 anos faleceu a avó materna com quem morava após uma
trombose, nessa altura começou a sentir um “medo constante” que durou cerca de 1 ano,
ao conversar com as colegas “tenho medo do que elas possam pensar”.
Dificuldades laborais: não conseguiu terminar o curso devido à intensa ansiedade que
sentia na realização dos diversos trabalhos de grupos necessários para conclusão do
mesmo.
Ataques de pânico: aos 24 anos aquando do seu internamento, relata ter um ataque de
pânico e ficou fechado 3 dias no quarto porque não queria sair, “não queria ver ninguém”,
na 3ª fase do programa (Apartamento de reinserção social) voltou a ter um novo ataque
de pânico no centro comercial “comecei a pensar que estavam todos a olhar para mim, a
verem que eu estava ansioso”. Esses ataques caracterizavam-se por taquicardia, suores,
tremores, “ficava embaraçado e parecia que todos estavam a olhar para mim”,
normalmente, aconteciam em locais públicos com elevada probabilidade de se encontrar
multidões, centros comerciais, entradas de cinemas, autocarros e jardins. Teve um total
de 4 a 5 ataques de pânico e diz que “é a pior sensação que algum pode ter”. Quando esta
medicado afirma que esta bem e que essas situações não acontecem.
Crenças periféricas:
«Comecei a pensar que estavam todos a olhar a olhar para mim, a verem que eu estava
ansioso.»
Situação activadora:
Durante as aulas e nos intervalos das mesmas o Abel «tinha medo que pudesse dizer
alguma coisa e cair no ridículo»; «enquanto conversava com elas ia-me sentindo cada vez
mais nervoso, a suar, com um ritmo cardíaco acelerado e começava a desviar o olhar»;
«elas não percebiam porque eu disfarçava, desviava o olhar e terminava a conversa»;
«sempre que me sentia ansioso não consigo olhar as pessoa nos olhos, é uma paranoia
minha. Tenho medo do que elas possam pensar». Ele não conseguiu terminar o curso
devido à intensa ansiedade que sentia na realização dos diversos trabalhos de grupo
necessários para a conclusão do mesmo.
A situação que normalmente despoleta os seus consumos costuma ser a pressão social
por parte dos seus amigos e, também, o facto de “ não lhes conseguir dizer que não”.
Após sair da comunidade Abel sente-se sozinho, desamparado, sem nenhum controlo
sobre ele e surgem os ataques de pânico e as ansiedades, sente-se inseguro. Por causa
dessa situação ele começa a ter recaída no haxixe, os conflitos com a sua companheira
aumentam que dão origem a separação, bem como os consumos de haxixe e ansiolíticos.
Hipótese de trabalho:
A reestruturação cognitiva que faz parte das técnicas de psicoterapia cognitivo, visa
modificar os pensamentos irracionais, erróneos, afastados da realidade.
Treino das competências sociais: em cada sessão analisa-se uma competência relacional
como, ser assertivo, saber recusar, expressar emoções, que permita melhorar a qualidade
das relações sociais, reduzir os riscos de conflitos interpessoais, favorecer o apoio social
da abstinência e modificar o estilo de vida;