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Feira de Santana
2017
JÚLIA GABRIELE SILVA GAMA
Feira de Santana
2017
ENSAIO ACADÊMICO: COMPARATIVO ENTRE OS FILÓSOFOS COM O
CONCEITO DE DIREITO, JUSTIÇA E NORMA.
INTRODUÇÃO
É de grande notoriedade que o estudante de Direito convive diariamente com
distintos fatores, os quais compõem esse dilatado universo jurídico e que por
decorrência disso, se faz necessário à presença da disciplina Filosofia do Direito, uma
vez que, nos remete a desfrutarmos de uma visão crítica em relação a esse mundo
jurídico que nos rodeia. A princípio necessitamos realmente tê-la enquanto matéria a ser
estudada, visto que, ela promove um estímulo ao pensamento e uma crítica enquanto a
compreensão do conhecimento jurídico determinado pela norma.
Como alumiar Bittar e Almeida2,
“A Filosofia do Direito é um saber crítico a respeito das construções jurídicas
erigidas pela Ciência do Direito e pela própria práxis do Direito. Mais que
isso, é sua tarefa buscar os fundamentos do Direito, seja para cientificar-se de
sua natureza, seja para criticar o assento sobre o qual se fundam as estruturas
do raciocínio jurídico, provocando, por vezes, fissuras no edifício jurídico
que por sobre as mesmas se ergue”.
Conclui-se que esse campo de investigação filosófica tem por caráter conceber
indagações, problematizar o Direito, fazer com que o indivíduo pense e repense a cerca
desse fenômeno jurídico de uma maneira crítica, ou seja, por meio de reflexões,
indagações e pensamentos. A Filosofia nos retrata a demandar da real verdade que nos
traz a tona o ordenamento jurídico. Como ciência que é, a Filosofia do Direito busca
1
Bacharelanda em Direito pela Faculdade Nobre de Feira de Santana, 4º semestre.
2
BITTAR, Eduardo C. B. e ALMEIDA, Gulherme Assis de. Curso de filosofia do direito. 9 ed. São
Paulo: Atlas, 2011.
compreender e admirar a verdade, uma vez que, para chegar até ela utiliza-se de meios,
entre eles podemos apreender, a razão.
3
HART, H. L. A. O conceito de Direito. ( Com um pós-escrito editado por Penelope A. Bulloch e Joseph
Raz). (Trad. de A. Ribeiro Mendes). 3.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
4
Ibidem, p.92
5
COSSIO, Carlos. La teoria egologica del derecho y el concepto juridico de libertad. 2 ed. Buenos Aires:
Abeledo-Perrot, 1964.
Dworkin cognomina de “justiça distributiva” aquela em que deve ser propiciado
pelos governos igualdade material para todos sem nenhuma distinção, gerando assim, a
vida de cada indivíduo com uma importância na mesma medida, sendo essa uma
obrigação meramente política. Para o autor cada pessoa deve está resguardada e
considerada de forma igual, caracterizando assim o direito originário no qual é um
princípio da justiça. Dworkin nos remete a discussões com ideais políticos. Com essa
acepção a justiça, pelo contrário de equidade, se preocupa com as decisões que
as instituições políticas consagradas devem tomar, tenham ou não sido escolhidas com
equidade. [...] O processo legal adjetivo diz respeito a procedimentos corretos para
julgar se algum cidadão infringiu as leis estabelecidas pelos procedimentos políticos
[...].6
Hart elabora o conceito de justiça com o basilar na equidade, fundamentando
assim que é de primordial importância ocupar-se da mesma forma fatos similares. Para
que possa regular os comportamentos humanos, o direito tem uma importante função,
gerando assim o protótipo de justiça. Conclui se então a partir das abordagens que a
justiça está intimamente ligada a noção de tratar os casos semelhantes de forma igual.
6
DWORKIN, Ronald. O império do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 200.
justifica-la moralmente, como forma de fazer com que não haja probabilidade de por
parte do juiz seja feita edição de novas leis.
Assentada na ideia de obrigação Hart formula a sua compreensão de norma,
elencando-as em normas primárias e secundárias, sendo característica das normas
primárias o dever e obrigação do indivíduo e as normas secundárias aquelas capazes de
deferir a agentes públicos e privado o dever para que possa alterar, gerar e abolir as
regras. Para ele o direito é composto de linguagem, uma textura aberta do direito, ou
seja, a linguagem não é suficiente para dá conta de todos os detalhes do direito.
CONSIDERAÇÕES CONCLUSIVAS
Do exposto, podemos concluir que cada filósofo nos traz enormes contribuições
para o conceito de cada elemento aqui abordado. É nítido que existem divergências
entre eles nas quais nos traz distintos conceitos, mas que indiretamente nos faz
paralelos. Diferentemente de Kelsen Hart idealiza o Direito como sendo histórico, sendo
remetido a fatos sociais devido a crenças e costumes semelhantes, já Kelsen acredita
que a Teoria do Direito deve ser analisada sob uma ótica da pureza metodológica.
Existe um enfrentamento frente ao método de compreensão bifásico de Hart perante
aquilo que consideramos de sistema de interpretação monofásico de Dworkin, no qual é
mencionado por ele que existe um tipo de moral na qual pode nomear por meio da
regra social de constatação de Hart a chamada moral assentada. Em virtude dos fatos
mencionados, formulamos que o conceito de Direito pode ser empregado a abundantes
situações diversas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HART, Herbert L.A. O Conceito de Direito. Trad. A. Ribeiro Mendes, 5. Ed. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Trad. por João Batista Machado 4. ed.
Coimbra: Arménio Amado Editor, 1976.
KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direito e do Estado. 3.ed. São Paulo, Martins Fontes,
1998.
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. 6.ed., São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. 79