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PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) - CCJ0149

Título
Caso Concreto 2
Descrição
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO
ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI.

PEDRO, (qualificação completa e endereço), vem, por seu advogado regularmente


constituído, (endereço completo), conforme procuração em anexo, nos termos do art. 44 do
CPP, no prazo legal, para oferecer

QUEIXA-CRIME

com fundamento nos art. 145 do CP em face de Helena (qualificação completa e endereço)
pelos fatos a seguir aduzidos.

I - DOS FATOS

No dia 19/04/2016 Pedro, ora querelante, publicou em determinada rede social


postagem alusiva à comemoração de seu aniversario, que ocorreria na noite daquele mesmo
dia. Enviou, então, convite para todos os seus contatos referentes à comemoração que seria
realizada.
No entanto, Helena, ora querelada, sua ex-namorada, que também possui perfil na
referida rede social e está adicionada aos contatos do querelante, soube por meio da
supracitada publicação do aniversário do mesmo e, por meio do seu computador pessoal,
instalado em sua residência publicou na referida rede social uma mensagem no perfil pessoal
de querelante, com a vontade e consciência e com intuito de ofendê-lo. A mensagem diz o
seguinte: “não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado,
porco, irresponsável e sem vergonha… ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No
dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive estava tão bêbado
no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância
para socorrê-lo”.
O querelante, que estava em seu apartamento conectado à rede social por meio de
seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de
querelada em seu perfil pessoal. Ficou, então, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos,
em especial a Marcos, Miguel e Manuel, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito
envergonhado, tentou disfarçar o constrangimento, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a
festa comemorativa deixou de ser realizada.
No dia seguinte o querelado procurou a delegacia de polícia especializada na
repressão de crimes de informática e informou o ocorrido.

II - DOS FUNDAMENTOS

É forçoso observar que, diante dos fatos acima narrados houve claramente a conduta
típica descrita no art. 139 do CP. A querelada, com o objetivo de ofender e difamar o
querelante, ofendeu-lhe a reputação imputando-lhe fatos notadamente com tal intuito.
Sabe-se que, em nossa sociedade não é comum o uso de saia por parte dos homens,
sendo tal fato publicado apenas para expor o querelante ao ridículo frente aos amigos e
familiares. Do mesmo modo, publicar que o mesmo trabalha bêbado, além de ser fato grave
perante o empregador.
Os fatos publicados pela querelada trazem a público questões eminentemente pessoais do
querelado, não sendo da competência nem devido a ninguém a veiculação dos mesmos em
rede social ou em qualquer local que seja.
De outro giro, a conduta da querelada coaduna-se também com o tipo descrito no art. 140 do
CP, qual seja, o de injuriar, ofendendo a dignidade e o decoro.
É perfeitamente visível tal tipificação, pois de forma clara e límpida a exposição de fatos
pessoais em rede social, local acessado por qualquer pessoa com conexão, expõe o querelante
de forma totalmente ridícula, sem ao menos se preocupar com a verdade.
Ademais, é perfeitamente cabível a aplicação do previsto no art. 141, III do CP ao caso em
comento, pois da forma e pelo meio como foi praticado, a conduta da querelada, qual seja, por
meio da internet, em rede social, obviamente facilita a divulgação e expõe ao fato publicado
uma quantidade sem fim de pessoas.

III - DOS PEDIDOS


Ante tais razões, espera respeitosamente de vossa excelência:
a) O recebimento da presente queixa;
b) A intimação do ilustre representante do Ministério Público, após a citação da querelada;
c) Condenação da querelada;
d) A fixação do mínimo para indenização, na forma do art. 387, IV do CPP;
e) A notificação das testemunhas abaixo arroladas para prestarem esclarecimentos sobre os
fatos ora narrados;

Assim, protesta por todos os meios de prova admitido em direito, em especial a oitiva as
testemunhas abaixo elencadas.

Nestes termos, pede deferimento.

Niterói/data
Nome
OAB/UF

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