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PLANO DE AULA - JOGOS TEATRAIS NA ESCOLA

JOGOS TEATRAIS NA ESCOLA

1 Apresentação
Este Plano de aula foi elaborado para atender a uma exigência da Disciplina
Estágio Supervisionado 2, do curso de Licenciatura em Teatro na Universidade de
Brasília, tendo como suporte online a professora Elisa Teixeira e dos professores
formadores Graça Veloso e Luzirene Rego.

2 Introdução
Este plano de aula será desenvolvido seguindo a corrente metodológica, Jogo
Teatral na Escola, tendo como público alvo os alunos do Ensino Fundamental, com idade
entre 8 e 12 anos, de uma escola pública de Águas Lindas de Goiás.
Neste tipo de Jogo segundo Spolin (2001, apud Hartmann e Ferreira, 2010,
p.50) “todas as pessoas são capazes de atual no palco. As pessoas que desejarem são
capazes de jogar e aprender a ter valor no palco”. Assim é possível que os alunos se
envolvam ativamente na atividade proposta, uma vez que serão ativamente atuantes e
principalmente expectadores críticos.

3 Justificativa
Shechtman (2009) afirma que a mediação pedagógica é um procedimento
comunicacional, conversacional, de construção de significados, cujo objetivo é ampliar
as possibilidades de diálogo e ampliar a negociação significativa de processos e conteúdos
a serem trabalhados nos ambientes educacionais, bem como incentivar a construção de
um saber relacional, contextual, gerado na interação professor aluno.
A mediação pedagógica pressupõe, dessa forma, a ação de um docente que
ajuda a desenvolver no aluno a curiosidade, a motivação, a autonomia e o gosto pelo
aprender.
E é por meio desta mediação que será desenvolvido este plano de aula, pois
desta forma os alunos participarão de maneira mais aberta para realização do jogo.
Para a realização desta atividade faz-se necessário saber que Jogos Teatrais
são a designação dos jogos improvisacionais desenvolvidos pela diretora teatral norte-
americana Viola Spolin, para fins de preparação de atores profissionais ou na utilização
do teatro para iniciantes ou mesmo nas atividades escolares. Segundo a autora não é
qualquer jogo que é um jogo teatral, para tanto é necessário que o mesmo tenha um foco
específico, desenvolvido a partir de instruções e regras que levam o jogador a desenvolver
formas da arte teatral. E em nosso caso específico, temos a necessidade de uma maior
compreensão por parte da criança do lúdico, proporcionando a mesma uma maior
concentração, criatividade e interesse pela aprendizagem, logo que passa, a saber, que até
nas brincadeiras poderá aprender.

4 Objetivos

4.1 Objetivo Geral


 Perceber que são inúmeras as reclamações dos docentes quanto à concentração das
crianças em seus afazeres acadêmicos, desta forma este plano de aula tem por objetivo
principal desenvolver habilidades que proporcione aos alunos uma maior concentração e
criatividade.

4.2 Objetivos Específicos


 Realizar atividades que propicie ao educando, maior agilidade no pensar, bem como no
expressar destes pensamentos;
 Identificar os motivos que promovem a falta de concentração dos discentes;
 Desenvolver atividades que envolvam os alunos e que permita aos mesmos navegar no
mundo da imaginação;
 Estimular a concentração dos alunos por meio do jogo teatral;
 Despertar o interesse pela criação de Histórias;
 Ampliar a capacidade da oratória, eliminando a timidez e o medo de expressar os seus
pensamentos.
 Estimular o raciocínio em expressar a criatividade, o vocabulário e a atenção com
rapidez.
 Desenvolver a atenção/concentração e a criatividade prestada aos gestos de um
companheiro e a precisão de seus próprios gestos

6 Conteúdos
 Jogos teatrais;
 Improvisação;
 Respeito mútuo.

7 Metodologia
Como processo metodológico o presente plano será realizado da seguinte
forma: Em primeiro lugar irei até a sala de aula dos alunos e os levarei para outra sala
com maior espaço onde será realizado o jogo teatral. Inicialmente será feita por parte do
professor mediador uma explicação de como se dará todo o processo das aulas, bem como
a apresentação das regras do jogo, a fim de que todos compreendam claramente as
atividades teatrais. E na oportunidade será feita uma breve explicação sobre o que é um
jogo teatral para que os alunos compreendam o que estão realizando, bem como quais são
os objetivos dos jogos.

8 Cronograma
Em cada turma serão realizadas 2 aulas, com duração de 45 minutos, onde
participarão alunos do 2º ano A, B e C, 3º ano A e B e 4º Ano A e B e 5º ano A e B.

03/11 – 2º ano A (2 aulas) – Futebol imaginário


Duas equipes sem utilizar bola, disputam uma partida como se a tivesse
jogando. O facilitador(a) juiz(a) da partida deve observar se o movimento imaginário da
bola coincide com os movimentos reais das pessoas participantes, eliminando as que
cometem erros. Qualquer outro desporte coletivo pode ser praticado neste tipo de
exercício.

03/11 – 3º ano A (2 aulas) – Fila de Cegos


Duas filas. Faz-se uma fila de pessoas com os olhos fechados, esta procura
sentir, com as mãos, o rosto e as mãos das pessoas da outra fila (que estarão de olhos
abertos) cada qual os do ator que está na sua frente. Depois os atores separam-se e os
cegos tentarão descobrir, tocando nos rosto e as mãos de todos, qual o ator que estava na
sua frente.

03/11 – 4º ano A (1 aula) – Hipnotismo


Um participante põe a mão a poucos centímetros da cara de outro e este fica
como que hipnotizado, devendo manter a cara sempre à mesma distância da mão do
hipnotizador. Este inicia uma série de movimentos com a mão, para cima e para baixo,
fazendo com que o companheiro faça com o corpo todas as contorções possíveis a fim de
manter a mesma distância. A mão hipnotizadora pode mudar, para fazer, por exemplo,
com que o ator hipnotizado seja forçado a passar por entre as pernas do hipnotizador.

04/11 – 2º ano B (2 aulas) – Reconhecimento do espaço


Andar pelo espaço o maior homem do mundo o menor homem do mundo.

Jogo de Descobrir Níveis de Movimentos (alto, médio, baixo).


A dividir o espaço em três níveis, em relação à altura do corpo, este pode
situar-se num nível alto, médio e baixo. Solicitar aos participantes que façam poses
ocupando esses três níveis de movimentos e a passar de um outro através de estímulos
musicais ou batidas de palma (comandos): lentos. Rápidos.
Deve-se a princípio, o facilitador, designar/ilustrar e/ou conceituar os níveis
de movimentos (alto, médio e baixo). Observar o comando dado pelo facilitador ao passar
de um nível de movimento a outro. O executante deve perpassar entre os três níveis
através de estímulos.

04/11 – 3º ano B (2 aulas) – Exercício de Espaço de Movimentos


Todos em círculo. Ao centro, um executante voluntário realiza (cria e faz)
varias ações físicas em três níveis de movimento (alto médio e baixo). Enquanto, todos
os demais participantes repetem as ações, (recriam, imitam). Ao terminar sua ação em
último nível; o executante deve procurar e olhar para uma pessoa escolhida do círculo e
encaminhá-la pelo o olhar ao centro de todos. O/a escolhida procede com a mesma ação.
Até que todo o grupo seja envolvido pelas ações executadas individuais ou,
coletivamente.
Pede-se aos participantes que formem um círculo. Designa-se quem deve
começar. O voluntário vai ao centro realiza (cria e faz) uma ação física. Enquanto, todos
os demais observam os participantes repetem (imitam). Podem-se executar tais ações de
movimentos extraídos do imaginário do executante etc, preferencialmente, movimentos
do dia-a-dia. Deve-se a princípio, designar/ilustrar os níveis de movimentos (alto, médio
e baixo). O tempo de movimentos para quem comanda, deve ser moderado, para quem o
imite - consiga acompanhar o ritmo das ações. Ao terminar sua ação em último nível; o
executante deve procurar e olhar para uma pessoa escolhida do círculo e encaminhá-la
pelo o olhar ao centro de todos. O/a escolhida procede com a mesma ação. Até que todo
o grupo seja envolvido pelas ações executadas individuais ou, coletivamente. Não se deve
procurar repetir a participação de membros no jogo. Todos devem participar,
espontaneamente
04/11 – 4º ano A (1 aula) e 05/11 – 4º ano B (1 aula) - Espelho Corporal
Em dupla/frente a frente, um comanda moderadamente, os movimentos em
espaços (livre) e a perpassar os três níveis: alto, médio e baixo, enquanto o outro
participante, que recebe o comando, reflete em movimentos (imita seus gestos). No
decorrer da ação, muda-se de comando e/ou de duplas. O facilitador observa o grupo/as
duplas após esclarecer regras e supostas dúvidas ou de evidenciar níveis de
movimentos/tempo,etc.
Designam-se as duplas. Em seguida, um comandante para os movimentos. É
importante executar tais ações de movimentos extraídos do imaginário do executante,
preferencialmente, movimentos do dia-a-dia. Deve-se a princípio, designar/ilustrar os
níveis de movimentos (alto, médio e baixo). O tempo de movimentos para quem
comanda, deve ser moderado, para quem o imite - consiga acompanhar o ritmo das ações.
Com o tempo, caso a dupla esteja afinada, o ritmo de ações pode variar de fluência e
mudar de participantes mas a permanecer em duplas. Também se for preciso, o facilitador
explanar ao grupo, de forma breve, o conceito de níveis de Espaço de Movimentos
(pessoal/ parcial/ total e social).

05/11 – 5º ano A (2 aulas) e 06/11 – 5º ano B (2 aulas) – Jogo de Atitudes


A partir de uma posição neutra (confortável, braços ao longo do
corpo, etc) de descontração, à qual deve sempre o participante regressar; o
grupo terá de reagir aos comandos do facilitador (sob a forma de um a só
palavra, ou frase extraída de um jornal, de uma história contada, de um texto
(diálogo) teatral, de uma música, ou simplesmente inventada). Os participantes
deverão ficar imóveis numa figura/pose coletiva até receber a ordem de voltar à
posição neutra. Exemplos de comandos: magia, silêncio, feitiço, espera,
brincadeira, música, tempestade, velhice, fome, medo, despertar, vaidade,
trecho de uma peça.
O grupo terá de reagir aos comandos do facilitador. Os participantes
deverão ficar imóveis numa figura/pose coletiva até receber a ordem de voltar à
posição neutra.

05/11 – 2º ano C (2 aulas) – Amor, ódio, amor


Dividir o grupo em duplas. A dupla deverá esboçar sentimentos de amor
recíproco. O sentimento dever ser expresso falando números 12, 33, 44. O sentimento vai
aumentando, até que o mediador (a) da atividade indicará que este deve se transformar
aos poucos em ódio, sendo expresso através de números também. Ao se atingir o grau
máximo do sentimento, retornar a demonstração de amor pelo (a) companheiro (a). Após
fazer um bate papo para trocar as experiências.

06/11 – 4º ano B (1 aula) – Imagem do grupo – escultura


Em dupla. Cada um, utilizando a outra pessoa, faz uma escultura que pretende
refletir a sua opinião acerca das relações do grupo. Aquilo que permanecer constante em
todas as esculturas será uma espécie de superobjetividade. Pode-se escolher, cada vez que
se faça o exercício uma pessoa para ficar em evidência, à volta do qual ficará o restante
do grupo. A pessoa em evidência sentir-se-á na posição de cada um de seus companheiros,
assumindo a posição deles em cada escultura.

9 Recursos

9.1 Recursos físicos


 Sala de aula ampla e vazia.

9.2 Recursos humanos


 Professor;
 Alunos do 4º ano do Ensino Fundamental.

10 Avaliação
Avaliação é um fator indispensável em qualquer atividade humana e neste
caso específico a mesma tem por finalidade, mostrar as crianças o quanto aprenderam ou
não com o desenvolver destes jogos teatrais, e finalmente será realizada uma conversa
com os alunos sobre as atividades que realizaram.

REFERÊNCIAS

HARTMANN, Luciana; FERREIRA, Taís. Módulo 16: História da arte-educação para


licenciatura em teatro. Brasília: Estão Gráfica LTDA, 2010.
LEONN, Lúcio. JOGOS dramáticos e teatrais-(conceito: Ação
(espaço/tempo)): SUGESTÕES DE ATIVIDADES - via Projeto de Teatro Aplicado.
Disponível em http://notasdator.blogspot.com/2009/10/jogos-dramaticos-e-
teatrais-conceito.html, acessado em 04 de nov. de 2010.
ALMEIDA, Bianca Miranda de; SILVA, Daniela da. Oficina de Jogos teatrais. Oficina
Cescar 26/05/2007. Disponível
em http://www.cdcc.sc.usp.br/CESCAR/Conteudos/26-05-
07/Oficina_Jogos_Teatrais.pdf, acessado em 04 de nov. de 2010.
SHECHTMAN, S. Mediação Pedagógica em ambientes virtuais de aprendizagem a
partir da complexidade e do pensamento ecossistêmico. Dissertação de Mestrado.
Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2009.

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