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INSTITUCIONAL

O Curso Mege adota um modelo completamente inovador de ensino jurídico, em que procura individualizar sua
atuação para cada candidato, com atuações em fases e concursos específicos – com a mentalidade de personalizar o estudo
através de treinamentos, suporte, envio de materiais inéditos, videoconferências para aulas exposi vas cole vas,
videoconferências individuais (professor e aluno) para correções de a vidades, planejamento de estudo e desempenho de
a vidades voltadas para a realidade de cada desafio. Com essa dinâmica o Mege tornou-se um recordista de aprovações em
2015.

A Equipe é formada por Professores com experiência em preparatórios para carreiras jurídicas; Ex-examinadores de
concursos para Magistratura, Ministério Público e Defensoria Pública; Juízes de Direito; Promotores de Jus ça; Defensores
Públicos; Autores de obras jurídicas; Doutores; Mestres; Especialistas; Pesquisadores; em uma verdadeira fusão de
experiências e conhecimentos em prol da especialização de ensino (notadamente, no fortalecimento do conteúdo jurídico).

As turmas apresentam metodologias próprias adaptadas para a realidade de cada concurso, em cada uma de suas
fases. O Mege u liza videoconferências individuais simuladas de prova oral (com banca formada por membros de seu corpo
docente ), envio de material para revisão, após a pesquisa de cada banca específica (com a u lização de ques onamentos
adotados em outros certames da mesma organizadora, além de outros inéditos propostos pelo curso como palpites de
novas abordagens); treinamentos de apresentações em provas de tribunas, com casos inéditos e outros já u lizadas por
bancas examinadoras; realização de provas discursivas manuscritas simuladas, simulados de peças prá cas, vídeo-aulas
gravadas sobre temas pontuais, simulados de provas obje vas, aulas de revisão, videoconferências individuais sobre peças
prá cas (professor e aluno) etc. Cada proposta especificada para aquilo que a Equipe Mege considera como o mais
apropriado para cada realidade.

Em termos de resultados, o Curso Mege aprovou (em defini vo) somente em 2015 (entre Fevereiro de 2015 e
Dezembro de 2015):

27 Juízes de Direito no TJ-PE (1º, 2º, 3º, 5º e 7º lugares na Prova Oral do concurso);

26 Juízes de Direito no TJ-RN (96% de aprovação, 1º lugar geral no concurso);

10 Juízes de Direito no TJ-SP (67% de aprovação);

26 Juízes de Direito no TJ-PA (93% de aprovação);

7 Juízes de Direito no TJ-DFT (100% de aprovação);

9 Juízes de Direito no TJ-CE (100% de aprovação, 2º e 3º lugares do concurso);

2 Juízes Federais no TRF-4 (100% de aprovação);

28 Promotores de Jus ça no MP-PA (100% de aprovação, 1º lugar na prova oral, 1º lugar na prova de tribuna);

7 Promotores de Jus ça no MP-BA (100% de aprovação);

3 Promotores de Jus ça no MP-SP;

28 Defensores Públicos na DPE-PB (100% de aprovação, 1º lugar geral no concurso);

23 Defensores Públicos na DPE-MS (85% de aprovação);

17 Defensores Públicos na DPE-CE (100% de aprovação);

2 Defensoras Públicas na DPE-MG (100% de aprovação);]

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19 Defensores Públicas na DPE-PA (100% de aprovação, 3º lugar prova oral, 3º e 5º na classificação geral).
Nesses dados não contabilizamos aprovações de nossos alunos em primeira e segunda fases (por não serem
defini vas). Embora o curso tenha se destacado com um número expressivo de resultados, como no úl mo TJ-PE (em sua
segunda fase), por exemplo, onde os alunos do Mege registraram as maiores notas do concurso tanto na sentença penal
(10,0), como na sentença cível (9,6).

Atuamos, nesse momento, com turmas de primeira fase (regular), segunda fase e provas orais específicas. É
importante ressaltar que a mentalidade de personalização de ensino, sempre com limitação de vagas, associada à pesquisa
aplicada para cada banca, cada fase e sempre com a intenção de anteciparmos questões e temas de prova, o que ocorre
com frequência, tem sido mo vo de obtenção, corriqueiramente, das primeiras colocações.

EQUIPE

A equipe Mege de atuação neste Simulado de Prova Obje va para primeira fase de Magistratura Estadual é
composta pelos seguintes professores:

COORDENADOR

RAFAEL MAIA TEIXEIRA. Defensor Público na Defensoria Pública do Estado do Ceará (banca FCC). Ex-Juiz de
Direito no Tribunal de Jus ça do Rio de Janeiro (aprovado no XLVI concurso, 2014, aos 25 anos de idade); aprovado
para Promotor de Jus ça do Ministério Público do Maranhão (banca MPPR, 2014); Defensor Público do Estado de
Goiás (banca UFG, 2014); graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará - UFC; especialista em Direito
Penal e Processual Penal.

PROFESSORES

ANA LUIZA MADEIRO CRUZ. Juíza de Direito do Tribunal de Jus ça do Estado de São Paulo (concurso 185). Ex-
Promotora de Jus ça no Estado do Pará (nomeada aos 25 anos de idade); Graduada em Direito pela Universidade
de Fortaleza; pós-graduada em Direito Cons tucional.

BEATRIZ FONTELES GOMES PINHEIRO. Defensora Pública na Defensoria Pública do Estado do Ceará (3º lugar até a
fase de tulos). Aprovada para Juíza de Direito subs tuta do Tribunal de Jus ça do Estado do Ceará (aprovada em
6º lugar - FCC, 2015); aprovada para Defensora Pública do Distrito Federal (CESPE/UNB 2013); aprovada para
Analista do Ministério Público do Estado do Ceará (aprovada em 2º lugar - FCC, 2013); aprovada para Analista do
Ministério Público da União (CESPE/UNB 2013); graduada em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFC);
especialista em Direito e Processo do Trabalho.

EDISON PONTE BURLAMAQUI. Juiz de Direito no Tribunal de Jus ça do Rio de Janeiro (aprovado no XLVI
concurso, 2014); aprovado para Analista do Ministério Público da União (2013); aprovado para Analista Judiciário
do TRF da 5ª Região (2013); aprovado para Analista do Ministério Público do Estado do Ceará (2013); graduado
em Direito pela Fundação Getúlio Vargas – EDESP; especialista em Direito Público.

FLAVIO OLIVEIRA LAUANDE. Aprovado para Juiz de Direito subs tuto do Tribunal de Jus ça do Estado do Pará
(2014); Aprovado para a fase oral do atual concurso do TJRN, CESPE/UNB (aguarda resultado da prova oral até
esta data); aprovado para Delegado de Polícia Civil do Estado do Pará (2012); aprovado para advogado do Banco
do Estado do Pará (2013); aprovado para Analista do Ministério Público da União (2010 e 2013); aprovado para
Analista Judiciário do TRF da 1ª Região (2011); aprovado para Analista Judiciário e para Oficial de Jus ça Avaliador

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do TRT da 8ª Região (2011 e 2013, respec vamente); aprovado para Auxiliar Judiciário do Tribunal de Jus ça do
Estado do Pará (2011); graduado pela Universidade Federal do Pará.

PRISCILLA SILVA HOLANDA. Aprovada para Defensora Pública do Distrito Federal (CESPE/UNB, 2013); aprovada
para Defensora Pública do Estado de Goiás (UFG, 2014); aprovada para Defensora Pública do Estado do Ceará
(FCC, 2015); aprovada nas provas obje va, discursiva e de sentenças, aos 25 anos de idade, do concurso de Juiz de
Direito subs tuto do Tribunal de Jus ça do Estado do Ceará - não fez a prova oral por não possuir os três anos de
a vidade jurídica (FCC, 2015); aprovada para Analista do Ministério Público do Estado do Ceará (FCC, 2013);
aprovada para Analista do Ministério Público da União (CESPE/UNB 2013); aprovada para Analista Judiciário do
Tribunal de Jus ça do Estado do Ceará (FCC, 2014); graduada pela Universidade Federal do Ceará - UFC;
especialista em Direito Penal e Processual Penal.

RAFAEL ALMEIDA SOUZA. Juiz de Direito do Tribunal de Jus ça do Estado de São Paulo (concurso 185). Aprovado
nos Concursos Públicos para Ingresso na Magistratura do Estado do Ceará (2º lugar na prova oral) e Promotor de
Jus ça no Ministério Público do Estado da Bahia. Bacharel em Direito pela Universidade Católica do Salvador. Pós-
Graduado em Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia.

TIAGO GRIGORINI. Juiz de Direito do Tribunal de Jus ça do Estado de São Paulo (concurso 185). Ex-Analista do
Ministério Público do Estado de Minas Gerais. Pós-graduado lato sensu em Direito Cons tucional.

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CURSO MEGE - SIMULADO V
MAGISTRATURA ESTADUAL
PARÂMETRO: TJRJ - VUNESP

GABARITO COMENTADO

Direito Civil
1. Segundo dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro:
(A) Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país noventa dias depois de oficialmente
publicada.
(B) Uma vez publicada sem expressa menção, a lei brasileira passa a vigorar no país e no exterior, quando admi da
em território estrangeiro, quarenta e cinco dias após a efe va publicação.
(C) A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei
anterior.
(D) Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, des nada a correção, o prazo deste
ar go e dos parágrafos anteriores começará a correr da publicação anterior.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

Questão simples tratando sobre disposi vos da LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro), sendo essa uma tradição em provas de Direito Civil da Vunesp, ora trazendo textos de lei,
ora trazendo casos interpreta vos.
A alterna va correta (“c”) traz a literalidade do ar go 2ª, § 2º, da LINDB, ao passo que os demais foram
ligeiramente modificados, a fim de confundir o aluno.
Vamos às demais alterna vas:
ITEM A - Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias
depois de oficialmente publicada..
o
ITEM B – Art. 1º (...) § 1 Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando
admi da, se inicia três meses depois de oficialmente publicada
ITEM D – Art. 1º (...) § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, des nada a
correção, o prazo deste ar go e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.

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2. Dispõe o ar go 22 do Diploma Civil: “Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver
no cia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a
requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.”.
Acerca da ausência e da sucessão, CORRETO afirmar que:
(A) Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira
ou não possa exercer ou con nuar o mandato, não se declarando, todavia, se os seus poderes forem insuficientes.
(B) A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois
de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver,
e ao inventário e par lha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
(C) Decorrido dois anos da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em
se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a
sucessão.
(D) No caso de sucessão provisória, os herdeiros se imi rão na posse independente de garan as.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

O tema ausência não foi cobrado nos úl mos concursos do TJRJ, razão pela qual apostamos que poderá
ser tratado nesse certame. O tema, em si, não tem maiores dificuldades doutrinárias, sendo que suas
minúcias se encontram nos diferentes prazos e na proximidade que existe entre a sucessão defini va e
a provisória. Recomenda-se uma leitura atenta sobre todos os ar gos. A alterna va correta (“b”) trata
da literalidade do ar go 28 do Código Civil.
Vamos aos ar gos objetos da presente questão:
item A - Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar
mandatário que não queira ou não possa exercer ou con nuar o mandato, ou se os seus poderes forem
insuficientes.
Item C - Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se
declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Item D - Art. 30. Os herdeiros, para se imi rem na posse dos bens do ausente, darão garan as da
res tuição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respec vos.

3. A empresa “A” emi u notas promissórias em favor da empresa “B” em um contrato empresarial. Os tulos de
crédito venceram e a devedora não pagou o débito, razão pela qual a empresa “B” ajuizou execução de tulo
extrajudicial. Tentou-se a citação da empresa “A” em sua sede (um ponto alugado), mas ficou constatado que ela
havia encerrado suas a vidades, já que o local estava abandonado. Diante disso, e tendo apenas essas
informações, a exequente pediu ao juiz o redirecionamento da execução para os sócios da empresa “A” (Tício e

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Mévio), alegando unicamente que isso seria possível em virtude de ela ter encerrado irregularmente suas
a vidades.
Sobre o tema desconsideração da personalidade jurídica no âmbito do Código Civil e seu respec vo
entendimento no STJ, é CORRETO afirmar que:
(A) O encerramento das a vidades ou dissolução da sociedade, ainda que irregulares, não é causa, por si só, para
a desconsideração da personalidade jurídica prevista no Código Civil.
(B) Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem
comunicação aos órgãos competentes, legi mando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
(C) Não se trata de desconsideração da personalidade jurídica, tendo em vista se tratar de tulo extrajudicial.

(D) Nas relações jurídicas regidas pelo Código Civil, o encerramento irregular das a vidades da empresa autoriza,
por si só, a desconsideração da pessoa jurídica e o consequente direcionamento da execução para a pessoa do
sócio.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

A presente questão trata de tema comum nos concursos da VUNESP (desconsideração da


personalidade jurídica). No par cular, buscamos trazer o entendimento do STJ externado pela 2ª
Seção, no EREsp 1306553/SC, de Relatoria da Min. Maria Isabel Gallo , julgado em 10/12/2014 e
veiculado no Informa vo 554.
Nesse contexto, a alterna va “a” descreve a ementa da conclusão que chegaram os Ministros ao se
debater com caso parecido com o descrito no enunciado. Ressalte-se, ainda, que essa conclusão
também segue a linha do enunciado 282 da IV Jornada de Direito Civil, com os seguintes termos: “O
encerramento irregular das a vidades da pessoa jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso
da personalidade jurídica”.
Outra questão interessante tratada no presente julgado, refere-se à súmula 435 do STJ, que é repe da,
ipis li eris, na alterna va “b” (Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar
no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legi mando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio-gerente). No caso julgado, o autor da ação se valeu do enunciado para
jus ficar o pedido de desconsideração, tendo o STJ afastado o argumento afirmando que o raciocínio do
enunciado 435 do STJ não pode ser aplicado para as relações de Direito Civil por duas razões: 1) O Código
Civil traz regras específicas sobre o tema, diferentes das normas do CTN, que inspiraram a edição da
súmula, sendo certo que cada diploma legisla vo, cada microssistema jurídico, trouxe suas regras
próprias para a desconsideração, devendo isso ser considerado pelo intérprete; 2) A Súmula 435 do STJ
não trata sobre desconsideração da personalidade, mas sim sobre redirecionamento da execução fiscal
à luz de regras próprias do CTN, não sendo possível que as normas de um ins tuto sejam aplicadas
indis ntamente ao outro.

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Por fim, cumpre ressaltar que, de acordo com cada microssistema, o encerramento irregular das a vidades da
empresa devedora pode autorizar, por si só, ou não, que se busque os bens dos sócios para pagar a dívida. Assim,
no caso do CDC, da Legislação Ambiental e do CTN o simples encerramento irregular já é suficiente para se
redirecionar a ação e promover a efe va desconsideração da personalidade jurídica, situação que não se
observara na seara do CC.

4. Segundo as regras do Direito Civil, bem como o entendimento atual do STJ:


(A) Salvo se ver havido premeditação, o suicídio do segurado no período contratual de carência não exime o
segurador do pagamento do seguro.
(B) O seguro de vida cobre o suicídio não premeditado
(C) No contrato de seguro de vida, presume-se, de forma rela va, ser premeditado o suicídio come do nos dois
primeiros anos de vigência da cobertura, ressalvado ao beneficiário o ônus de demonstrar a ocorrência do
chamado "suicídio involuntário”
D – Se o suicídio ocorrer depois dos dois primeiros anos do contrato, será devida a indenização ainda que exista
cláusula expressa em contrário.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

A presente questão busca chamar a atenção do aluno para a necessária atualização jurisprudencial. O
tema tratado na questão fora decidido pelo STJ no REsp 1.334.005-GO, Rel. originário Min. Paulo de
Tarso Sanseverino, Rel. para acórdão Min. Maria Isabel Gallo , julgado em 8/4/2015 e veiculado no
Informa vo 564 daquele Tribunal. O entendimento trazido pelo julgado, encontra-se estampado na
alterna va “d”, sendo que as demais correspondem a enunciados de súmulas e de Jornadas que foram
superados pela decisão (A - Súmula 105 STF; B - Súmula 61 STJ; C - Enunciado 187 da Jornada de Direito
Civil).
É que os enunciados acima foram aprovados ainda sob a égide do CC-1916. Atualmente, com a redação
do art. 798 do CC 2002 e com o novo entendimento do STJ manifestado no REsp 1.334.005-GO, o que
podemos concluir é que as duas súmulas encontram-se SUPERADAS. Isso porque o critério adotado
pelo Código Civil atual é meramente temporal (menos ou mais de 2 anos). O CC 2002 abandonou o
critério da premeditação. A premeditação do suicídio não serve para nada e não deve nem sequer ser
trazida para a discussão.
A redação do art. 798 do CC é muito clara e direta: se o suicídio ocorrer dentro dos dois primeiros anos
do contrato, a seguradora não está obrigada a indenizar o beneficiário. Em outras palavras, durante os
dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, o suicídio é risco não coberto por força
de lei. Perceba que o legislador estabeleceu um critério obje vo para regular a matéria, sendo,

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portanto, irrelevante a discussão a respeito da premeditação da morte. O art. 798 adotou critério
obje vo temporal para determinar a cobertura rela va ao suicídio do segurado, afastando o critério
subje vo da premeditação. Acontecendo o suicídio nos dois primeiros anos de contrato, o beneficiário
não terá direito à indenização, quer tenha sido o suicídio premeditado, quer tenha ocorrido sem
premeditação. Essa escolha do legislador teve como obje vo conferir maior segurança jurídica
evitando discussões sobre o elemento subje vo, ou seja, a respeito da intenção do segurado. Esse é o
entendimento do STJ. 2ª Seção. AgRg nos EDcl nos EREsp 1076942⁄PR, Rel. para acórdão Min. João
Otávio de Noronha, julgado em 27⁄5⁄2015.
Assim, se o suicídio acontecer antes dos dois primeiros anos do contrato, o beneficiário não terá direito
ao capital es pulado (art. 798 do CC). Saliente-se que o beneficiário não terá direito à indenização, mas
receberá o valor da reserva técnica já formada, ou seja, terá direito à quan a que o segurado pagou a
tulo de prêmio para a seguradora. A seguradora será obrigada a devolver ao beneficiário o montante
da reserva técnica já formada mesmo que fique provado que o segurado premeditou o suicídio.
Por outro lado, se o suicídio ocorrer depois dos dois primeiros anos do contrato será devida a
indenização, ainda que exista cláusula expressa em contrário, sendo nula a cláusula contratual que
exclua a indenização da seguradora em caso de suicídio ocorrido depois dos dois primeiros anos do
contrato (art. 798, parágrafo único). Assim, se o suicídio ocorre depois dos dois primeiros anos, é devida
a indenização ainda que exista cláusula expressa dizendo que a seguradora não deve indenizar.

5. Acerca dos defeitos do negócio jurídico, CORRETO afirmar que:


(A) São anuláveis em razão do dolo, os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
(B) Configura-se estado de perigo quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se
obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta;
(C) Nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a
outra parte haja ignorado, cons tui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.
(D) Ocorre coação quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave
dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão elaborada a fim de que sejam fixados os conceitos dos diferentes pos de
defeitos do negócio jurídico. Como são temas parecidos e de fácil confusão, trata-se de um “prato
cheio” para questões de múl pla escolha, devendo o aluno ter bem fixado as diferenças e as
par cularidades de cada ins tuto. In casu, os temas foram propositadamente trocados, sendo que
apenas a alterna va “c” expressa a realidade do respec vo ins tuto, reproduzindo o ar go 147 do

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diploma civil.
Vamos às alterna vas e aos respec vos ar gos:
Item A – Fora inserida a expressão “dolo” na descrição do ins tuto do erro, de que trata o ar go 138,
verbis: “Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de
erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias
do negócio.”;
Item B - o texto da alterna va fora reprodução do ar go 157, que trata da lesão, tendo ela afirmado,
todavia, se tratar do estado de perigo. “Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da
prestação oposta.”
Item D – nesse caso, fora o texto reproduzido do ar go 156, que trata do estado de perigo, tendo a
alterna va afirmado se tratar da coação: “Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém,
premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra
parte, assume obrigação excessivamente onerosa.”
Reitere-se a necessidade de um estudo cuidadoso sobre os temas.

6. Sobre os temas prescrição e decadência, assinale o item correto:


(A) A interrupção da prescrição por um credor, contra o co-devedor, ou seu herdeiro, aproveita aos outros.
(B) A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra
o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros;
(C) A prescrição ocorre em quinze anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
(D) Não pode o juiz, de o cio, conhecer da decadência, mesmo quando estabelecida por lei.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

Seguindo tradição das provas VUNESP, trabalhamos os temas prescrição e decadência dentro do
Código Civil, que quase sempre podem ser observados nas provas. Nessa questão, mesclamos aquilo
de mais di cil sobre o tema (interrupção em obrigações com mais de credor ou devedor), com questões
mais tranquilas como prazo e reconhecimento de o cio.
O gabarito da questão, alterna va “b”, traz a literalidade do art. 204, § 1º do CC.
Vamos às demais alterna vas:
Item A – Art. 204: A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros;
semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos
demais coobrigados.
Item C - Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Item D – Art. 210. Deve o juiz, de o cio, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.

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7. QUESTÃO ANULADA.

8. São Direitos Reais, EXCETO:


(A) uso
(B) hipoteca
(C) posse
(D) usufruto
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

Questão que sempre vêm à tona e que sempre aparece em diversos concursos.
A simplicidade do rol esconde uma dificuldade temá ca sobre quais são, de fato, os direitos reais. Uma
confusão que sempre ocorre nas provas paira sobre a relação de posse e propriedade. Propriedade é
direito real, posse não! Recomenda-se uma leitura atenta acerca dos incisos do ar go 1.225 do CC, a
fim de garan r pontos preciosos em uma questão, aparentemente, simples, mas que por vezes
confunde o aluno.
Ressalte-se, por fim, que a maioria da doutrina entende ser o rol taxa vo, embora não exaus vo. Ou
seja, apenas aqueles direitos posi vados podem ser considerados direitos reais, entretanto, a
legislação pode incluir outros direitos.
Veja o disposi vo:
Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a super cie;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a an crese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
XII - a concessão de direito real de uso; e
XIII - os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à
União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas en dades
delegadas e respec va cessão e promessa de cessão.

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9. Lucas e Naiara, ambos com 16 (dezesseis) anos de idade, decidiram que se casariam, considerando a gravidez
de Naiara. No ciaram sua decisão aos pais de ambos, mas o pai desta recusou-se a autorizar o matrimônio,
apesar da aquiescência da mãe e dos pais de Lucas. Assim, foi ajuizada ação para solução do impasse, e, após
regular tramitação, sobreveio sentença autorizando o casamento.
Em relação ao caso concreto apresentado, assinale a alterna va correta.
(A) Judicialmente autorizado o casamento entre Márcio e Caroline, será obrigatório o regime legal da separação
de bens.
(B) Não corriam prazos prescricionais em desfavor de Márcio e Caroline, em razão de sua idade, mas, com a
celebração do casamento, cessará a causa impedi va.
(C) Com o suprimento judicial, Márcio e Caroline poderão casar-se, vigorando condição suspensiva consistente no
nascimento com vida do filho do casal.
(D) Com o suprimento judicial, Márcio e Caroline poderão casar-se, mas o casamento não fará cessar a
incapacidade civil de ambos.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

Questão adaptada de outro concurso da mesma banca que, por ser extremamente didá ca e abordar
mais de um tema, demandando a combinação de vários ar gos, nos chamou a atenção e merece ser
compar lhada.
De plano, merece ser lembrado que os “pombinhos” da questão já se encontram na idade núbil,
porquanto possuem 16 anos, e já poderiam, desde que autorizado pelos pais ou responsáveis,
proceder o matrimônio. Não se olvide que, em razão da nega va de um dos cônjuges, solução não resta
senão a supressão do consen mento via judicial, tal como ocorrera.
Esse o teor do ar go 1517, c/c ar go 1631, do CC.
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se
autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não
a ngida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no
parágrafo único do art. 1.631.”
Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar
aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com
exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é
assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
Entretanto, a legislação, embora autorize o casamento, limita a liberdade da escolha do regime
enquanto perdurar a menoridade. Segundo explica a doutrina, por circunstâncias de ordem pública,

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reputadas relevantes em razão da especial proteção de algumas pessoas ou situações, o legislador
mi ga a liberdade de escolha do regime patrimonial do casamento, impondo aos nubentes um regime
específico, qual seja: o da separação obrigatória. É o denominado regime obrigatório ou compulsório.
Essa é a inteligência do ar go 1641 do Diploma Civil:
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da
celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Assim, resta claro que a alterna va “a” é a resposta correta e deveria ser assinalada, porquanto
expressa exatamente o raciocínio acima exposto.
Quanto às demais alterna vas:
Letra B - INCORRETA: Os prazos prescricionais con nuariam a correr, pois os nubentes eram
rela vamente incapazes :
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (ABSOLUTAMENTE incapazes)
Letra C - INCORRETA: Não há essa condição suspensiva no nosso ordenamento.
Letra D - INCORRETA: O casamento emancipa!

Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica
habilitada à prá ca de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:

II - pelo casamento;

10. Sobre o direito das sucessões, assinale a alterna va correta:


(A) Somente ofensa sica que resulte em lesão grave autoriza a deserdação de herdeiro necessário em
testamento.
(B) A deserdação do herdeiro necessário pode ser feita em testamento sem que o testador declare sua causa,
mas, nesse caso, caberá a quem aproveite a deserdação jus ficá-la.
(C) Uma vez excluído da sucessão por mo vo de indignidade determinado herdeiro, seus descendentes também
não sucedem.
(D) A exclusão de herdeiro ou legatário da sucessão nos casos de indignidade deverá sempre ser declarada por
sentença.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: D

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COMENTÁRIOS

A presente questão trata tema eminentemente legisla vo, que vem sendo cobrado em diversos
certames para a Magistratura. Não obstante esteja afastado das úl mas provas, deve-se ter uma
atenção especial a ele.
O gabarito da questão, alterna va “d”, trata da literalidade do ar go 1815 do Código Civil.
Vamos às demais alterna vas:
Item A: ERRADO.
Art. 1.962. Além das causas mencionadas no art. 1.814, autorizam a
deserdação dos descendentes por seus ascendentes:
I - ofensa sica;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a madrasta ou com o padrasto;
IV - desamparo do ascendente em alienação mental ou grave enfermidade.
Art. 1.963. Além das causas que enumeradas no art. 1.814, autorizam a
deserdação dos ascendentes pelos descendentes:
I - ofensa sica;
II - injúria grave;
III - relações ilícitas com a mulher ou companheira do filho ou a do neto, ou com
o marido ou companheiro da filha ou o da neta;
IV - desamparo do filho ou neto com deficiência mental ou grave enfermidade.
*Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários:
I - que houverem sido autores, coautores ou par cipes de homicídio doloso, ou
tenta va deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge,
companheiro, ascendente ou descendente;
II - que houverem acusado caluniosamente em juízo o autor da herança ou
incorrerem em crime contra a sua honra, ou de seu cônjuge ou companheiro;
III - que, por violência ou meios fraudulentos, inibirem ou obstarem o autor da
herança de dispor livremente de seus bens por ato de úl ma vontade.
Item B: ERRADO.
Art. 1.964. Somente com expressa declaração de causa pode a deserdação ser
ordenada em testamento.

Item C: ERRADO.
Art. 1.816. São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro
excluído sucedem, como ele morto fosse antes da abertura da sucessão.

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Direito Processual Civil

11. João impetrou um Mandado de Segurança em desfavor de ato da autoridade impetrada, tendo indicado na
pe ção inicial igualmente a pessoa jurídica que essa integra. No ficada a autoridade coatora e no ficado o órgão
de representação judicial da pessoa jurídica interessada, aquela prestou informações e esta ingressou no feito,
apresentando manifestação. Após a prolação da sentença concessiva da segurança, João desis u do writ.
Considerando a situação hipoté ca acima e a jurisprudência dos Tribunais Superiores, assinale a alterna va
correta:
(A) João não poderia desis r do Mandado de Segurança após a prolação de decisão de mérito.
(B) A desistência somente poderá ser homologada se houver o consen mento da autoridade coatora e da pessoa
jurídica que integra, pois já houve no ficação das mesmas nos autos.
(C) O juiz deverá homologar a desistência, pois o impetrante pode desis r da impetração independentemente da
aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da en dade estatal interessada, mesmo após prolação de
decisão de mérito.
(D) João poderá pedir desistência independente de aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da
en dade estatal interessada, mas deverá ser condenado ao pagamento de honorários advoca cios em favor das
en dades de representação judicial destas.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

DICA: De acordo com a análise de provas pretéritas da VUNESP, referente a concurso para ingresso na
magistratura do Rio de Janeiro (TJ/RJ), observa-se tendência de ser cobrada, em todas as provas,
questão envolvendo o tema “Mandado de Segurança”, razão pela qual recomendamos o estudo da Lei
n. 12.016/2009, dos verbetes de súmulas aplicáveis e da jurisprudência dos Tribunais Superiores.
A questão acima aborda uma virada jurisprudencial ocorrida no seio do STF no ano de 2013. É um
assunto que já foi e ainda deve ser bastante cobrado em provas.
No bojo do RE 669.367/RJ, com repercussão geral reconhecida, o Plenário do STF (alterando seu
entendimento predominante anterior), firmou o posicionamento de que a desistência do Mandado de
Segurança é uma prerroga va de quem o propõe, que pode exercê-la a qualquer tempo, sem anuência
da parte contrária e independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao
impetrante.
Segundo explicitado pelo site “Dizer o Direito”, “Para o STF, o MS é uma ação conferida em bene cio do
cidadão contra o Estado e, portanto, não gera direito à autoridade pública coatora de ver o mérito da
questão resolvido”.
Confira-se a ementa do julgado do Pretório Excelso mencionado acima:
EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA.
PROCESSO CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. PEDIDO DE DESISTÊNCIA

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DEDUZIDO APÓS A PROLAÇÃO DE SENTENÇA. ADMISSIBILIDADE. “É lícito ao
impetrante desis r da ação de mandado de segurança,independentemente
de aquiescência da autoridade apontada como coatora ou da en dade
estatal interessada ou, ainda, quando for o caso, dos li sconsortes passivos
necessários” (MS 26.890-AgR/DF, Pleno, Ministro Celso de Mello, DJe de
23.10.2009), “a qualquer momento antes do término do julgamento” (MS
24.584-AgR/DF, Pleno, Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 20.6.2008),
“mesmo após eventual sentença concessiva do 'writ' cons tucional, (…) não
se aplicando, em tal hipótese, a norma inscrita no art. 267, § 4º, do CPC” (RE
255.837-AgR/PR, 2ª Turma, Ministro Celso de Mello, DJe de 27.11.2009).
Jurisprudência desta Suprema Corte reiterada em repercussão geral (Tema 530
- Desistência em mandado de segurança, sem aquiescência da parte contrária,
após prolação de sentença de mérito, ainda que favorável ao impetrante).
Recurso extraordinário provido.
(RE 669367/RJ, Repercussão Geral, Rel. Ministra ROSA WEBER, TRIBUNAL
PLENO, J. em 02/05/2013, DJe 30/10/2014).
Reitere-se que o STF entendeu que o regramento da desistência previsto no CPC (art. 267, par. 4º) não
se aplica ao Mandado de Segurança, em razão de este ser um remédio cons tucional posto à
disposição do impetrante. Tratando-se de ação cons tucional, com base na alegação de direito líquido
e certo frente a ato ilegal e abusivo de autoridade, não se reveste de lide, em sen do material.
Por um breve período, o STJ ainda manteve seu entendimento anterior, contrário ao acima exposto.
Mas, logo, respeitou o posicionamento do Supremo e alinhou sua jurisprudência:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.
AHOMOLOGAÇÃO DE DESISTÊNCIA DO MANDADO DE SEGURANÇA PODE SER
FEITA AQUALQUER TEMPO, INDEPENDENTE DE ANUÊNCIA DA PARTE
CONTRÁRIA. MATÉRIAJULGADA SOB O REGIME DE REPERCUSSÃO GERAL PELO
STF NO RE 669.367.AGRAVO REGIMENTAL DO ESTADO DO MARANHÃO AO
QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
1. Esta Corte tem adotado o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal
Federal no julgamento do RE 669.367, subme do ao regime de repercussão
geral, publicado do DJe de 30.10.2014, de que pode ser homologada a
desistência do Mandado de Segurança a qualquer tempo,
independentemente de anuência da parte contrária.
2. Agravo Regimental do Estado do Maranhão ao qual se nega provimento.
(STJ, AgRg no REsp 1334812/MA, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA TURMA, J. em 20/08/2015, DJe 31/08/2015).
Diante do exposto, os itens “A” e “B” estão incorretos, pois: a) é, sim, possível a desistência do MS após
prolação de decisão de mérito; b) a homologação da desistência independe de aquiescência da parte

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contrária, visto a não aplicabilidade do par. 4º do art. 267 do CPC à desistência do Mandado de
Segurança.
O item “D” também se encontra incorreto, pois se aplica a regra geral, há muito pacificada, de que não
são cabíveis honorários advoca cios em sede de mandamus.
Súmula 512 STF. Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de
segurança.
Súmula 105 STJ. Na ação de mandado de segurança não se admite condenação em honorários
advoca cios.

12. Quanto à oposição, como forma de intervenção de terceiros, é correto dizer que:
(A) Trata-se de modalidade de intervenção de terceiros provocada.
(B) A oposição somente pode ser oferecida até a prolação da sentença.
(C) A oposição será sempre autuada em apenso e deverá ser julgada em conjunto com a ação principal, na mesma
sentença.
(D) Oferecida a oposição depois de iniciada a audiência, seguirá o rito sumário, sendo julgada de forma prejudicial
à ação principal.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

ITEM A - ERRADO
A oposição, ao lado da assistência, é modalidade de intervenção voluntária de terceiros,
“considerando-se que o terceiro ingressa com a oposição como fruto exclusivo da sua vontade. É
indiscu vel que o terceiro poderá aguardar a solução do processo já existente, optando pela definição
judicial do vencedor para só então demandar contra o vitorioso” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção.
Manual de direito processual civil: volume único. 5. ed. Rev. e atual. São Paulo: Método, 2013, p.
233/234).
ITEM B - CORRETO
A limitação no tempo procedimental para oferecimento de oposição está prevista no art. 56 do CPC:
“Art. 56.Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que
controvertem autor e réu, poderá, até ser proferida a sentença, oferecer
oposição contra ambos.
A limitação tem razão de ser. Ora, a oposição traz ao autos uma nova demanda, um novo elemento, que
é a alegação do opoente de que o direito controver do nos autos, em verdade, não é nem do autor
nem do réu, mas seu. Essa demanda também necessita passar por escorreito procedimento, para as
partes envolvidas possam sobre ela se manifestar e produzir as provas que entenderem per nentes.
Por outro lado, o fato de já ter sido proferida sentença não afasta o eventual direito do opoente,

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“mesmo após a sentença, o direito de ação do terceiro con nua a exis r, e esse direito realmente a lei
processual não pode afastar, mas nesse caso não haverá mais oposição, mas uma demanda
independente proposta por um autor contra dois réus em li sconsórcio” (NEVES, Daniel Amorim
Assumpção. Manual de direito processual civil: volume único. 5. ed. Rev. e atual. São Paulo: Método,
2013, p. 235).
ITEM C - ERRADO
É preciso esclarecer que as duas situações que podem ocorrer em relação à oposição:
- Oposição oferecida antes do início da audiência de instrução:
Será distribuída por dependência, apensada aos autos principais e passará a ter processamento
conjunto com a ação originária, inclusive com a prolação de uma mesma sentença.
“Art. 59. A oposição, oferecida antes da audiência, será apensada aos autos
principais e correrá simultaneamente com a ação, sendo ambas julgadas pela
mesma sentença”.
- Oposição oferecida depois do início da audiência de instrução:
Con nuará a ser distribuída por dependência, mas não será autuada em apenso, e o seu
procedimento será independente do procedimento da ação principal.
“Art. 60.Oferecida depois de iniciada a audiência, seguirá a oposição o
procedimento ordinário, sendo julgada sem prejuízo da causa principal.
Poderá o juiz, todavia, sobrestar no andamento do processo, por prazo nunca
superior a 90 (noventa) dias, a fim de julgá-la conjuntamente com a oposição”.
A asser va está, pois, incorreta porque só nos casos em que oferecida antes da audiência de instrução é
que a oposição será julgada em conjunto com a ação principal.
ITEM D - ERRADO
Conforme art. 60 do CPC transcrito acima, quando oferecida a oposição após o início da audiência de
instrução, seguirá o rito ordinário, e será julgada sem prejuízo da causa principal.

13. Proposta determinada ação, o magistrado indeferiu a pe ção inicial e ex nguiu o feito sem resolução de
mérito. A parte autora interpôs apelação, admi da pelo juízo a quo, sem que tenha havido retratação, e
encaminhada ao Tribunal. Nesse caso, assinale a alterna va CORRETA:
(A) O CPC prevê, tão somente para os casos de indeferimento da pe ção inicial, a possibilidade de o juiz prolator
da decisão exercer juízo de retratação.
(B) No caso apresentado, se a causa versar questão exclusivamente de direito e es ver em condições de imediato
julgamento, o Tribunal pode julgar desde logo a lide, em razão da aplicação da Teoria da Causa Madura.
(C) Para o CPC/73, também no caso de ex nção do processo com resolução de mérito em razão do
reconhecimento de prescrição ou decadência é cabível o julgamento de pronto da lide pelo Tribunal, desde que o
processo esteja pronto para imediato julgamento do mérito.
(D) O STJ admite a aplicação da Teoria da Causa Madura ao recurso ordinário cons tucional.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

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COMENTÁRIOS

ITEM A - ERRADO
O CPC/73 prevê, em verdade,dois casos específicos para os quais admite-se que o juízo a quo, mesmo
após proferida sentença, exerça juízo de retratação:
- casos de indeferimento da pe ção inicial;
- casos de julgamento liminar de improcedência.
“Art. 296.Indeferida a pe ção inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz,
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão.
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão
imediatamente encaminhados ao tribunal competente”.
“Art. 285-A. Quando a matéria controver da for unicamente de direito e no
juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos
idên cos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-
se o teor da anteriormente prolatada.
Par. 1º. Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias,
não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação”.
ITEM B - CORRETO
Trata-se da previsão do art. 515, par. 3º, do CPC/73:
“Art. 515.A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria
impugnada.
(...)
Par. 3º.Nos casos de ex nção do processo sem julgamento de mérito (art.
267),o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão
exclusivamente de direito e es ver em condições de imediato julgamento.
Observe-se que são necessários três requisitos para tanto:
- que o processo tenha sido ex nto sem julgamento de mérito;
- que a causa verse questão exclusivamente de direito;
- que esteja em condições de imediato julgamento.
Para a doutrina: “a possibilidade desse julgamento imediato do mérito pelo tribunal vem sendo
chamada de 'teoria da causa madura', visto que somente nos casos em que o processo esteja pronto
para imediato julgamento de mérito o tribunal poderá aplicar o disposi vo legal ora comentado”
(NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil: volume único. 5. ed. Rev. e
atual. São Paulo: Método, 2013, p. 656/657).
ITEM C - ERRADO
Como visto acima, o CPC/73 prevê a aplicação da Teoria da Causa Madura em sede recursal apenas para
os casos em que tenha havido a ex nção do processo sem julgamento de mérito (art. 267). Como é de
geral sabença, o processo ex nto por prescrição ou decadência contém uma decisão de mérito (art.

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269, IV), razão pela qual a alterna va está incorreta.
DICA NCPC: Essa alterna va passará a estar correta com o CPC/2015.
“Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria
impugnada.
(...)
Par. 3º. Se o processo es ver em condições de imediato julgamento, o tribunal
deve decidir desde logo o mérito quando:
I – reformar sentença fundada no art. 485 [casos em que o juiz não resolverá o
mérito];
II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites
do pedido ou da causa de pedir [ou seja, quando decretar a nulidade de
sentenças extra, ultra ou citra pe ta];
III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá
julgá-lo;
IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
Par. 4º. Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a
prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais
questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau”.
ITEM D - ERRADO
Trata-se, em verdade, do contrário. Os Tribunais Superiores tendem a dar uma visão restri va ao art.
515, par. 3º, do CPC, em especial no que tange ao recurso ordinário cons tucional.
O STJ possui jurisprudência assentada no sen do de ser inaplicável o art. 515, par. 3º, ao recurso
ordinário, considerando que seria verdadeira supressão de instância. Confira-se:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
PROVIMENTO DORECURSO ORDINÁRIO. DETERMINAÇÃO DE RETORNO DOS
AUTOS. TEORIA DACAUSA MADURA. INAPLICABILIDADE. SUPRESSÃO DE
INSTÂNCIA.
1. Hipótese em que o recurso ordinário foi provido para reconhecer a
legi midade a va da impetrante, com a determinação de remessa dos autos à
origem. O agravante não infirma o fundamento da decisão;busca, isso sim, que
esta Turma se manifeste a respeito da alegada inadequação da via eleita por se
cuidar de writ contra lei em tese.
2. Embora insubsistente o óbice processual levantado pela Corte de origem ao
conhecimento do mandado de segurança, não é possível ao STJ prosseguir no
julgamento do recurso ordinário, porque inaplicável, nesta sede recursal, a
teoria da causa madura, prevista no art. 515, § 3º, do CPC, sob pena de

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indevido alargamento da competência cons tucionalmente atribuída a este
Superior Tribunal. Precedentes.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
(ArRg no RMS 49120/PI, Rel. Min. DIVA MALERBI, SEGUNDA TURMA, J. em
01/12/2015, DJE 09/12/2015).
PROCESSUAL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM
MANDADODE SEGURANÇA. LEGITIMIDADE PASSIVA DO GOVERNADOR DO
E S TA D O . C O N F I G U R A Ç Ã O . E N F R E N TA M E N T O D O M É R I T O .
IMPOSSIBILIDADE.INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA CAUSA MADURA.
AGRAVO IMPROVIDO.
1. A impetração se deu contra ato materializado na publicação de edital de
abertura de concurso público para ingresso na carreira de Delegado da Polícia
Civil, antes de expirado o prazo de validade do certame anterior, ato este
autorizado pela referida autoridade.
2. Nos termos da jurisprudência citada, possui legi midade para figurar no
polo passivo do mandado de segurança a autoridade competente para rever o
ato do por ilegal, omisso ou pra cado com abuso de poder (Precedente
específico).
3. Não cabe o enfrentamento do mérito diretamente nesta Corte, uma vez
que o 'princípio da causa madura' (art. 515, § 3º, CPC) não se aplica ao recurso
ordinário em mandado de segurança, conforme entendimento da Sexta
Turma, firmado por ocasião do julgamento do AgRg no RMS n. 27.278/RS.
4. Agravo regimental improvido.
(AgRg no RMS 24433/RS, Rel. Min. NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, J. em
03/09/2015, DJE 23/09/2015).

14. Maria envolveu-se em um acidente de trânsito com Mário e seus veículos automotores, que lhe ocasionou
danos materiais e morais. Diante disso, ingressou com ação de reparação no foro do local do acidente. Nessa
situação, Maria:
(A) Ingressou com a ação no foro correto, pois se trata de hipótese de competência funcional e, portanto,
absoluta.
(B) Poderia, indis ntamente, ter ingressado com a ação no foro do seu domicílio.
(C) Deverá valer-se do procedimento ordinário se o valor da causa for superior a 60 (sessenta) salários mínimos.
(D) Não poderia ter optado por ingressar com a ação no foro do domicílio do Mário.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

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COMENTÁRIOS

ITEM A - ERRADO
A competência, no caso, é territorial, e não funcional, e rela va.
A competência funcional ocorre nas seguintes hipóteses básicas:
- de acordo com as fases do procedimento;
- em relação a ação principal e ações acessórias e incidentais;
- pelo grau de jurisdição;
- pelo objeto do juízo.
CUIDADO: A regra é que a competência territorial é rela va, mas deve-se ter cuidado com as previsões
do microssistema de processo cole vo.
Por exemplo, a competência territorial para as Ações Civis Públicas está prevista no art. 2º da Lei n.
7.347/85, cujo teor é o seguinte.

“Art. 2º. As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde
ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a
causa”.
Trata-se de uma hipótese especial, pois, a despeito de se tratar de competência territorial (que, em
regra, é rela va), possui natureza absoluta.
“O art. 2º da LACP qualifica a competência na ação civil pública como
funcional. Ela é determinada ra one loci, pelo local do dano, o que,
normalmente, implicaria hipótese de competência rela va. Sem embargo,
por ser funcional, a competência aí estabelecida é absoluta. Sendo absoluta,
pode ser declinada de o cio, pelo órgão jurisdicional, a qualquer tempo, e é
inalterável pela vontade das partes”. (ANDRADE, Adriano. MASSON, Cleber.
ANDRADE, Landolfo. Interesses difusos e cole vos esquema zado. 4.ed. rev.,
atual. e ampl. São Paulo: Método, 2014, p. 129).
ITEM B - CORRETO
Há previsão, no parágrafo único do art. 100 do CPC, de foros territoriais concorrentes para a
propositura de ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos:
“Art. 100.É competente o foro:
(...)
Parágrafo único. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou
acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local
do fato”.
ITEM C - ERRADO
O rito aplicável é o do procedimento sumário, qualquer que seja o valor da causa, por expressa

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previsão do art. 275, II, “d”, do CPC/1973:
“Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário:
(...)
II – nas causas, qualquer que seja o valor:
(...)
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via
terrestre”.
ITEM D - ERRADO
Além dos dois foros previstos no parágrafo único do art. 100 do CPC, também é concorrente o foro do
domicílio do réu, que é a regra geral de competência territorial estabelecida no art. 94 do CPC:
“Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão
proposta, em regra, no foro do domicílio do réu”.

15. A respeito dos Embargos de Terceiro e do posicionamento do STJ, julgue as seguintes asser vas:
I – É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda de compromisso de
compra e venda de imóvel, dispensado, para tanto, o registro do contrato em cartório de imóveis.
II –Por possuírem natureza de ação, admite-se que haja anulação de ato jurídico, por fraude contra credores, no
bojo de Embargos de Terceiro.
III – Por se tratar de uma ação que visa a defesa da posse de bens indevidamente a ngidos por constrição judicial,
não se admite Embargos de Terceiro de natureza preven va.
Está correto o previsto nos itens:
(A) I.
(B) II.
(C) I e II.
(D) I, e III.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

ITEM A - CORRETO
Trata-se do teor da Súmula 84 do STJ, bastante abordada em concursos públicos.
Súmula 84. É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em
alegação de posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel,
ainda que desprovido do registro.

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ITEM B - ERRADO
A asser va contraria o teor da Súmula 195 do STJ:
Súmula 195.Em embargos de terceiro, não se anula ato jurídico, por fraude
contra credores.
ITEM C - ERRADO
Via de regra, os Embargos de Terceiro possuem natureza repressiva (dependem da existência de uma
constrição judicial), mas o STJ tem admi do que seja manejado de forma preven va:
PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS
FUNDAMENTOSDA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182 DO STJ. EMBARGOS
DE TERCEIRO.AJUIZAMENTO PREVENTIVO. POSSIBILIDADE. QUESTÃO
PROCESSUAL.PROCEDÊNCIA NÃO DISCUTIDA. MEIO AMBIENTE. AUSÊNCIA
DE DEMONSTRAÇÃODO NÃO CABIMENTO DA MEDIDA.
1. É inviável o agravo que deixa de atacar especificamente todos os
fundamentos da decisão agravada (Súmula 182 do STJ).
2. A jurisprudência desta Corte é assente no sen do de que os embargos de
terceiro são admissíveis não apenas quando tenha ocorrido a efe va
constrição, mas também preven vamente.Ressalte-se que se está a tratar
do cabimento da referida medida processual, o que não se confunde com a
sua procedência.
3. É encargo da parte agravante a demonstração do não cabimento dos
embargos de terceiros para questões rela vas ao Meio Ambiente, o que não
foi feito.
Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1367984/SP, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA
TURMA, J. em 11/11/2014, DJE 21/11/2014).
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO PREVENTIVO. ART. 1.046,
DOCPC. AMEAÇA. CABIMENTO.
1. Os embargos de terceiro voltam-se contra a molés a judicial à posse, que
se configura com a turbação, o esbulho e a simples turbação ou esbulho.
2. A tutela inibitória é passível de ser engendrada nas hipóteses em que o
terceiro opôs os embargos após ter os bens de sua propriedade relacionados
à penhora pelo Sr. oficial de jus ça em ação de execução fiscal.
3. É cediço na Corte que os embargos de terceiro são cabíveis de forma
preven va, quando o terceiro es ver na ameaça iminente de apreensão
judicial do bem de sua propriedade. Precedentes: REsp751513/RJ, Rel.
Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, DJ21/08/2006 Resp. n° 1.702/CE,
Relator o Ministro Eduardo Ribeiro, DJde 9/4/90; REsp n° 389.854/PR, Relator
o Ministro Sálvio de Figueiredo, DJ de 19/12/02.

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4. A ameaça de lesão encerra o interesse de agir no ajuizamento preven vo
dos embargos de terceiro, máxime à luz da cláusula pétrea da
inafastabilidade, no sen do de que nenhuma lesão ou ameaça de lesão
escapará à apreciação do judiciário (art. 5º, inciso XXXV, da CF).
5. Recurso especial desprovido.
(Resp 1019314/RS, Rel. Min. LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, J. em 02/03/2010,
DJE 16/03/2010).

16. A respeito do processo cautelar, assinale a alterna va correta:


(A) Todo processo cautelar sempre demanda a existência de um processo principal.
(B) Não se aplicam os efeitos da revelia ao processo cautelar, haja vista tratar-se de processo acessório, em que
não se discute o mérito do processo principal.
(C) Para todas as cautelares, picas e a picas, uma vez interposto recurso, a medida cautelar será requerida
diretamente ao tribunal.
(D) Somente se exige que o requerente da medida cautelar indique a lide e seu fundamento quando se tratar de
procedimento preparatório.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

ITEM A – ERRADO
Via de regra, o processo cautelar encontra-se vinculado a um processo principal, seja quando
preparatório seja quando incidental. Essa é a previsão do art. 796 do CPC:
“Art. 796. O procedimento cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do
processo principal e deste é sempre dependente”.
Existem, porém, medidas cautelares excepcionais que conservam uma natureza sa sfa va, em que o
próprio procedimento cautelar já supre o interesse da parte, sendo despicienda a propositura de um
processo principal:
“É preciso observar, entretanto, que as 'cautelares sa sfa vas' não
desapareceram por completo por dois mo vos fundamentais. Em alguns
casos, em razão de uma tradição que não mais se sustenta, como na hipótese
do processo cautelar de sustação de protesto. Além disso, existem previsões
no próprio ordenamento jurídico indicando a existência de cautelar nominada
com natureza indiscu velmente sa sfa va, como se verifica na cautelar:
a) De alimentos provisionais;

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b) De busca e apreensão de menores;
c) Fiscal, de que trata a Lei 8.397/1992;
d) Demolição de prédio em ruína iminente, para resguardar a segurança
pública (art. 888, VIII, do CPC);
e) Prevista no art. 24 da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha);
f) Prevista no art. 6º da Lei 11.804/2008 (Alimentos gravídicos)”. (NEVES,
Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil: volume
único. 5.ed. rev. e atual. São Paulo: Método, 2013, p. 1159/1160).
ITEM B – ERRADO
A revelia também opera seus efeitos no processo cautelar, por expressa previsão legal:
“Art. 803. Não sendo contestado o pedido, presumir-se-ão aceitos pelo
requerido, como verdadeiros, os fatos alegados pelo requerente (arts. 285 e
319); caso em que o juiz decidirá dentro em 5 (cinco) dias.
ITEM C – ERRADO
De fato, a regra é essa, conforme art. 800, parágrafo único, do CPC:
“Art. 800. As medidas cautelares serão requeridas ao juiz da causa; e, quando
preparatórias, ao juiz competente para conhecer da ação principal.
Parágrafo único. Interposto o recurso, a medida cautelar será requerida
diretamente ao tribunal”.
Existe, todavia, uma importante exceção a essa regra e que já foi objeto de ques onamento em provas
de primeira fase, que é o caso da medida cautelar de atentado:
“Art. 880. A pe ção inicial será autuada em separado, observando-se, quanto
ao procedimento, o disposto nos arts. 802 e 803.
Parágrafo único.A ação de atentado será processada e julgada pelo juiz que
conheceu originariamente da causa principal, ainda que esta se encontre no
tribunal”.
ITEM D – CORRETO
É o que se extrai da previsão do art. 801, III e parágrafo único, do CPC:
“Art. 801. O requerente pleiteará a medida cautelar em pe ção escrita, que
indicará:
(...)
III – a lide e seu fundamento;
(...)
Parágrafo único. Não se exigirá o requisito do n. III senão quando a medida
cautelar for requerida em procedimento preparatório”.

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17. Acerca da citação pelo correio, assinale a alterna va correta:
(A) A citação pelo correio configura a forma preferencial de citação, e pode ser feita nos limites da comarca ou
seção judiciária competente para processar e julgar o processo.
(B) Não cabe citação por correio nos processos de execução.
(C) É possível citar pessoa jurídica de direito público por correio, desde que o aviso de recebimento seja assinado
por quem tenha poderes para representá-la.
(D) Frustrada a citação pelo correio, deve-se fazê-la por edital.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

ITEM A – ERRADO
A citação pelo correio, de fato, é a forma preferencial de citação, mas não se encontra restrita à
comarca ou seção judiciária, podendo ser feita para qualquer comarca do País:
“Art. 222. A citação será feita pelo correio,para qualquer comarca do país,
exceto”:
ITEM B – CORRETO
A citação no processo de execução é uma exceção clássica à regra de citação pelo correio:
“Art. 222. A citação será feita pelo correio,para qualquer comarca do país,
exceto:
(...)
d) nos processo de execução”.
DICA NCPC:O CPC/2015 não mais reproduz a proibição de citação postal para os processos de
execução. Essa é uma novidade por supressão.
ITEM C – ERRADO
A citação das pessoas jurídicas de direito público também é uma exceção à regra da citação postal:
“Art. 222. A citação será feita pelo correio,para qualquer comarca do país,
exceto:
(...)
c) quando for ré pessoa de direito público”.
ITEM D – ERRADO
A frustração da citação por correio demanda a citação por oficial de jus ça (mandado):
“Art. 224. Far-se-á a citação por meio de oficial de jus ça nos casos
ressalvados no art. 222 ou quando frustrada a citação pelo correio”.

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18. Considerando a liquidação de sentença e o cumprimento de sentença, assinale a alterna va correta:
(A) Nos processos subme dos ao rito sumário, caso seja proferida sentença ilíquida, a liquidação deve ser feita
por arbitramento.
(B) Da decisão de liquidação caberá recurso de apelação.
(C) Para o STJ, como não há exigência no CPC, a oferta de impugnação ao cumprimento de sentença independe de
garan a do juízo.
(D) É inexigível o tulo execu vo judicial fundado em lei declarada incons tucional pelo STF ou em interpretação
de lei da pelo STF como incompa vel com a Cons tuição Federal.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

ITEM A – ERRADO
O CPC prevê, em verdade, que não se admite sentença ilíquida nos processos sujeitos ao rito comum
sumário previsto no art. 275, II, alíneas “d” e “e”:
“Art. 475-A. Quando a sentença não determinar o valor devido, procede-se à
sua liquidação.
(...)
Par. 3º.Nos processos sob procedimento comum sumário, referidos no art.
275, inciso II, alíneas “d” e “e” desta Lei, é defesa a sentença ilíquida,
cumprindo ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critério, o valor
devido”.
ITEM B – ERRADO
O recurso cabível da decisão de liquidação é o agravo de instrumento:
“Art. 475-H. Da decisão de liquidação caberá agravo de instrumento”.
ITEM C – ERRADO
O STJ, interpretando o par. 1º do art. 475-J do CPC/73 (que prevê que o prazo para oferta de
impugnação começa a correr após a in mação do executado do auto de penhora e avaliação), firmou o
entendimento de que a impugnação somente pode ser apresentada se o juízo es ver garan do:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. PENHORA E INTIMAÇÃO DO DEVEDOR. GARANTIA DO JUÍZO.
IMPUGNAÇÃO. EXCESSO DE EXECUÇÃO.
1. Somente a par r da in mação do executado a respeito da penhora realizada
nos autos é que se inicia o prazo para impugnação, a teor do que dispõe o § 1º
do art. 475-J do Código de Processo Civil.
2. A garan a do juízo é requisito necessário à admissão da impugnação ao

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cumprimento de sentença.
3. Recurso especial parcialmente conhecido e provido.
(REsp 1455937/SP, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
Julgado em 03/11/2015, DJE 09/11/2015).

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. BRASIL TELECOM. SUBSCRIÇÃO DE AÇÕES. FASE DE CUMPRIMENTO
DE SENTENÇA. IMPUGNAÇÃO. GARANTIA DO JUÍZO. SÚMULA N. 83/STJ.
RECURSO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. IMPOSIÇÃO DE MULTA. ART.
557, § 2º, DO CPC.
1. A garan a do juízo é pressuposto para o processamento da impugnação ao
cumprimento de sentença, a teor do que dispõe o art. 475-J, § 1º, do CPC.
2. Estando o acórdão recorrido em consonância com a jurisprudência desta
Corte, incide a Súmula n. 83 do STJ, que se aplica tanto aos recursos interpostos
com base na alínea "c" quanto aqueles fundamentados pela alínea "a" do
permissivo cons tucional.
3. A interposição de recurso manifestamente inadmissível ou infundado
autoriza a imposição de multa com fundamento no art. 557, § 2º, do CPC.
4. Agravo regimental desprovido com a condenação da agravante ao
pagamento de multa no percentual de 5% (cinco por cento) sobre o valor
corrigido da causa, ficando condicionada a interposição de qualquer outro
recurso ao depósito do respec vo valor (art. 557, § 2º, do CPC).
(AgRg no AREsp 764515/SC, Rel. Min. ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA
TURMA, Julgado em 17/09/2015, DJE 24/09/2015).
DICA NCPC: O NCPC rompe com esse entendimento do STJ, para expressamente consignar que a
impugnação ao cumprimento de sentença independe de penhora, o que nos leva a crer que dispensa a
necessidade de garan a do juízo.

CPC/1973 CPC/2015

Art. 475-J. (...) Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no

Par. 1º.Do auto de penhora e de avaliação art. 523 sem o pagamento voluntário,

será de imediato intimado o executado, na inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que

pessoa de seu advogado (arts. 236 e 237), o executado, independentemente de

ou, na falta deste, o seu representante legal, penhora ou nova intimação, apresente, nos

ou pessoalmente, por mandado ou pelo próprios autos, sua impugnação.

correio, podendo oferecer impugnação,


querendo, no prazo de 15 (quinze) dias.

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ITEM D – CORRETO
Trata-se da previsão do par. 1º do art. 475-L do CPC:
“Art. 475. (...)
§ 1º. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste ar go, considera-se
também inexigível o tulo judicial fundado em lei ou ato norma vo declarados
incons tucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou
interpretação da lei ou ato norma vo das pelo Supremo Tribunal Federal
como incompa veis com a Cons tuição Federal. (Incluído pela Lei nº 11.232,
de 2005)”.

19. Romeu foi citado para conhecer e responder a uma determinada ação. Romeu pode:
(A) Se a ação for subme da ao rito comum sumário, apresentar pedido contraposto no bojo da própria
contestação.
(B) Oferecer reconvenção dentro do prazo legalmente previsto para defesa, independentemente do momento de
apresentação da contestação.
(C) Apresentar reconvenção independentemente de conexão com a ação principal ou com o fundamento da
defesa, em homenagem ao princípio da economia processual.
(D) Se a ação for subme da ao rito comum sumário, reservar-se para indicar as provas que deseja produzir apenas
na fase probatória.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

ITEM A – CORRETO
Ao passo em que, no procedimento comum ordinário, eventual demanda que o réu possua contra o
autor, atendidos os requisitos per nentes, deve ser formulada via reconvenção; no procedimento
comum ordinário, pode ser feito pedido contraposto, no bojo da própria contestação:
“Art. 278. Não ob da a conciliação, oferecerá o réu, na própria audiência,
resposta escrita ou oral, acompanhada de documentos e rol de testemunhas e,
se requerer perícia, formulará seus quesitos desde logo, podendo indicar
assistente técnico.
Par. 1º. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor, desde
que fundado nos mesmo fatos referidos na inicial”.
ITEM B – ERRADO
Se o réu pretender contestar e reconvir, deverá fazê-lo simultaneamente. Ou seja, se a contestação foi
protocolada antes e a reconvenção depois, ainda que dentro do prazo legal para defesa, não poderá ser

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aceita.
“Art. 299.A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente,
em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos
principais”.
“A reconvenção deve ser apresentada no prazo preclusivo de resposta,
devendo o réu, se pretender cumulá-la com outras formas de resposta, fazê-lo
concomitantemente. Ainda que o réu possa somente apresentar a
reconvenção, na maioria dos casos também contesta – no mínimo – e,
seguindo a previsão expressa do art. 299 do CPC, essas duas espécies de
resposta devem ser apresentadas no mesmo momento (mesmo dia), 'sob
pena' de preclusão mista (consuma va-temporal). (NEVES, Daniel Amorim
Assumpção. Manual de direito processual civil: volume único. 5.ed. rev. e atual.
São Paulo: Método, 2013, p. 1159/1160).
ITEM C – ERRADO
O CPC exige, para a admissibilidade da reconvenção, que haja conexão com a ação principal ou com o
fundamento da defesa:
“Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a
reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da
defesa”.
ITEM D – ERRADO
É próprio do procedimento comum sumário que o réu deverá indicar as provas que pretende produzir
(arrolar testemunhas, requerer perícia, apresentando quesitos e indicando assistente técnico) no bojo
da própria contestação, sob pena de preclusão:
“Art. 278. Não ob da a conciliação, oferecerá o réu, na própria audiência, resposta escrita ou
oral,acompanhada de documentos e rol de testemunhas e, se requerer perícia, formulará seus quesitos desde
logo, podendo indicar assistente técnico”.

20. No que se refere às ações de despejo regulamentadas pela Lei n. 8.245/92, NÃO se pode afirmar que:
(A) Terão rito ordinário, com algumas regras próprias.
(B) Conceder-se-á liminar para desocupação, independentemente de audiência da parte contrária e de caução.
(C) Os sublocatários serão cien ficados da ação e poderão intervir nos autos na qualidade de assistentes.
(D) Se o despejo ver por fundamento a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, o locatário poderá
evitar a rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se efetuar depósito judicial que contemple toda a
dívida.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: B

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COMENTÁRIOS

ITEM A – CORRETO
É o que prevê o art. 59 da Lei do Inquilinato:
“Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo
terão o rito ordinário”.
ITEM B – ERRADO
O erro da asser va encontra-se em sua parte final, em que se afirma ser dispensável a caução. O par. 1º
do art. 59 da Lei n. 8.245/92 exige a realização de caução para fins de liminar de desocupação:
“Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo
terão o rito ordinário.
§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias,
independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a
caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que verem
por fundamento exclusivo”:
ITEM C – CORRETO
Confira-se a previsão norma va:
“Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo
terão o rito ordinário.
(...)
2º Qualquer que seja o fundamento da ação dar - se - á ciência do pedido aos
sublocatários, que poderão intervir no processo como assistentes”.
ITEM D – CORRETO
Confira-se a previsão norma va:
“Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo
terão o rito ordinário.
§ 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias,
independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a
caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que verem por
fundamento exclusivo”:
(...)
IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento,
estando o contrato desprovido de qualquer das garan as previstas no art. 37,
por não ter sido contratada ou em caso de ex nção ou pedido de exoneração
dela, independentemente do mo vo.
(...)
§ 3º. No caso do inciso IX do § 1o deste ar go, poderá o locatário evitar a
rescisão da locação e elidir a liminar de desocupação se, dentro dos 15 (quinze)
dias concedidos para a desocupação do imóvel e independentemente de
cálculo, efetuar depósito judicial que contemple a totalidade dos valores
devidos, na forma prevista no inciso II do art. 62.

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Direito do Consumidor

21. De acordo com o entendimento recentemente sumulado pelo STJ, nas ações em que se pleiteia o
ressarcimento dos valores pagos a tulo de par cipação financeira do consumidor no custeio de construção de
rede elétrica, o prazo prescricional é de ________ anos na vigência do Código Civil de 1916. Na vigência do Código
Civil de 2002, o prazo é de _________ anos, se houver previsão contratual de ressarcimento, e de _________ anos
na ausência de cláusula nesse sen do, observada a regra de transição disciplinar no seu ar go 2.028.
Completam, correta e respec vamente, as lacunas as expressões con das em:
(A) vinte / cinco / três.
(B) vinte / dez / três.
(C) vinte / dez / cinco.
(D) dez / cinco / dois.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS
Súmula 547, STJ: Nas ações em que se pleiteia o ressarcimento dos valores pagos a tulo de
par cipação financeira do consumidor no custeio de construção de rede elétrica, o prazo prescricional
é de vinte anos na vigência do Código Civil de 1916. Na vigência do Código Civil de 2002, o prazo é de
cinco anos se houver previsão contratual de ressarcimento e de três anos na ausência de cláusula
nesse sen do, observada a regra de transição disciplinada em seu art. 2.028.

22. Consoante entendimento sumulado pelo STJ, é correto afirmar que:


(A) Incumbe ao devedor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no
prazo de cinco dias úteis, a par r do integral e efe vo pagamento do débito.
(B) Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no
prazo de cinco dias úteis, a par r do integral e efe vo pagamento do débito.
(C) Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no
prazo de cinco dias, a par r do integral e efe vo pagamento do débito.
(D) Incumbe ao devedor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no
prazo de cinco dias, a par r do integral e efe vo pagamento do débito.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS
Súmula 548, STJ: Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro
de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a par r do integral e efe vo pagamento do débito.

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23. A respeito dos contratos de adesão, assinale a alterna va correta:
(A) Contrato de adesão é somente aquele cujas cláusulas tenham sido estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discu r ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
(B) A inserção de cláusula no formulário desfigura a natureza de adesão do contrato.
(C) Nos contratos de adesão, não se admite cláusula resolutória.
(D) As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque,
permi ndo sua imediata e fácil compreensão.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS
ITEM A: ERRADO
Art. 54, CDC:
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas
pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo
fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discu r ou
modificar substancialmente seu conteúdo.
ITEM B: ERRADO
Art. 54, §1º, CDC:
Art. 54. […]
§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do
contrato.
ITEM C: ERRADO
Art. 54, §2º, CDC:
Art. 54. […]
§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a
alterna va, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no §
2° do ar go anterior.
ITEM D: CORRETO
Art. 54, §4º, CDC:
Art. 54. […]
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão
ser redigidas com destaque, permi ndo sua imediata e fácil compreensão.

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24. Cons tui crime contra as relações de consumo, EXCETO:
(A) Omi r dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos
invólucros, recipientes ou publicidade.
(B) Elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
(C) Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de
produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado.
(D) Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omi r informação relevante sobre a natureza, caracterís ca, qualidade,
quan dade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garan a de produtos ou serviços.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS
ITEM A: ERRADO
Art. 63, CDC:
Art. 63. Omi r dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou
periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou
publicidade:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
ITEM B: CORRETO
Não cons tui crime, mas, tão-somente, prá ca abusiva prevista no art. 39, inciso X, do CDC:
Art. 39. […]
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
ITEM C: ERRADO
Art. 64, CDC:

Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a


nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à
sua colocação no mercado:
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa.
ITEM D: ERRADO
Art. 66, CDC:
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omi r informação relevante
sobre a natureza, caracterís ca, qualidade, quan dade, segurança,
desempenho, durabilidade, preço ou garan a de produtos ou serviços:
Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.

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Direito da Criança e do Adolescente

25. Assinale a alterna va CORRETA acerca da tutela:


(A) No caso de nomeação de tutor através de testamento, dever-se-á sempre respeitar o ato de úl ma vontade do
pai ou mãe da criança ou adolescente.
(B) A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos completos.
(C) O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar e implica
necessariamente o dever de guarda.
(D) O tutor somente poderá ser nomeado através de testamento público, não se admi ndo a nomeação de tutor
através de testamento par cular.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS
O item correto é o C, pois é a transcrição literal do art. 36, parágrafo único do ECA.
O item A está incorreto, conforme o parágrafo único do art. 37, que dispõe: “somente sendo deferida a
tutela à pessoa indicada na disposição de úl ma vontade, se restar comprovado que a medida é
vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la.”
O item B está incorreto, pois a tutela, de acordo com o art. 36, caput, do ECA, será deferida, nos termos
da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
O item D está incorreto, pois o art. 37, caput, do ECA dispõe que “o tutor nomeado por testamento ou
qualquer documento autên co, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de
10 de janeiro de 2002 - Código Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão,
ingressar com pedido des nado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos
arts. 165 a 170 desta Lei”. Assim, o ECA não faz nenhuma restrição quanto ao po de testamento que irá
nomear o tutor.

26. Analise as seguintes asser vas, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente:
I – Nenhuma criança ou adolescente poderá viajar para fora da comarca onde reside, desacompanhada dos pais
ou responsável, sem expressa autorização judicial, salvo as expressas exceções legais.
II – Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional
poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior.
III – Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou adolescente es ver
acompanhado de ambos os pais ou responsável ou, caso viaje na companhia de apenas um dos pais, esteja
autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida.
(A) Apenas I está correta.
(B) Apenas II está correta.

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(C) Apenas III está correta.
(D) Apenas I está errada.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS
O item I está incorreto, pois, a proibição somente se aplica às crianças, podendo os adolescentes viajar
livremente, desde que dentro do território nacional.
O item II está correto, conforme art. 85 do ECA
O item III está correto, de acordo com o art. 84 do ECA.

27. Julgue os itens a seguir:

I – A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão incon nen comunicados à
autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à pessoa por ele indicada, devendo ser, desde
logo, examinada, sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.

II – A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias,
prorrogável por igual período. Ressalte-se que a decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios
suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

III – O adolescente civilmente iden ficado não será subme do a iden ficação compulsória pelos órgãos policiais,
de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

(A) Apenas I e II estão corretas.

(B) Apenas I e III estão corretas.

(C) Apenas II e III estão corretas.

(D) Todas estão corretas.


_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS
O item I está correto, pois é a transcrição literal do art. 107 do ECA.

O item II está incorreto, pois o prazo de internação provisória é IMPRORROGÁVEL. De qualquer modo,
se faz importante a leitura do art. 108 do ECA.

O item III está correto, pois é a transcrição literal do art. 109 do ECA.

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28. De acordo com o art. 15 do Estatuto da Criança e do Adolescente, “a criança e o adolescente têm direito à
liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de
direitos civis, humanos e sociais garan dos na Cons tuição e nas leis.” Em relação ao direito de liberdade, este
compreende os seguintes direitos, salvo:
(A) par cipar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
(B) ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, irrestritamente.
(C) par cipar da vida polí ca, na forma da lei.
(D) opinião e expressão.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS
Todas as alterna vas trazem aspectos compreendidos pelo direito de liberdade, segundo o art. 16 do
ECA, SALVO o item B, pois o inciso I do ECA tem a seguinte disposição: “ir, vir e estar nos logradouros
públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;”.

Direito penal

29. Acerca da omissão penalmente relevante, assinale a alterna va correta:


(A) Segundo dispõe o Código Penal, a omissão é penalmente relevante quando o omitente podia agir para evitar o
resultado.
(B) Segundo dispõe o Código Penal, a omissão é penalmente irrelevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado.
(C) O dever de agir incumbe a quem tenha, por lei ou contrato, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância.
(D) O dever de agir incumbe a quem, com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS
Art. 13, § 2º, Código Penal:
Art. 13. […]
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir
para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

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30. Sobre o come mento de faltas disciplinares no âmbito da execução penal, marque o item correto:
(A) Para o reconhecimento da prá ca de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é prescindível a
instauração de procedimento administra vo pelo diretor do estabelecimento prisional, assegurado o direito de
defesa, a ser realizado por advogado cons tuído ou defensor público nomeado.
(B) Para o reconhecimento da prá ca de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é imprescindível a
instauração de procedimento judicial, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado cons tuído ou
defensor público nomeado.
(C) A prá ca de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime de cumprimento de
pena, o qual se reinicia a par r do come mento dessa infração.
(D) A prá ca de falta grave interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou indulto.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS
ITENS A e B: ERRADOS
Súmula 533, STJ: Para o reconhecimento da prá ca de falta disciplinar no âmbito da execução penal, é
imprescindível a instauração de procedimento administra vo pelo diretor do estabelecimento
prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por advogado cons tuído ou defensor público
nomeado.
ITEM C: CORRETO
Súmula 534, STJ: A prá ca de falta grave interrompe a contagem do prazo para a progressão de regime
de cumprimento de pena, o qual se reinicia a par r do come mento dessa infração.
ITEM D: ERRADO
Súmula 535, STJ: A prá ca de falta grave não interrompe o prazo para fim de comutação de pena ou
indulto.

31. Sobre o livramento condicional, é correto afirmar que:


(A) O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena priva va de liberdade igual ou inferior a 2
(dois) anos, desde que atendidos os requisitos legais.
(B) Para que seja beneficiado pelo livramento condicional, o condenado por crime comum deverá cumprir mais
de um terço da pena, se não for reincidente em crime doloso e ver bons antecedentes.
(C) Para que seja beneficiado pelo livramento condicional, o condenado por crime comum deverá cumprir mais
de dois terços da pena, se for reincidente em crime doloso.
(D) A reparação do dano é requisito absolutamente indispensável para a concessão do livramento condicional.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: B

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COMENTÁRIOS
Art. 83, Código Penal:
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena
priva va de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em
crime doloso e ver bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III - comprovado comportamento sa sfatório durante a execução da pena, bom
desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e ap dão para prover à própria
subsistência mediante trabalho honesto;
IV - tenha reparado, salvo efe va impossibilidade de fazê-lo, o dano causado
pela infração;
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime
hediondo, prá ca da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e
terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa
natureza.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, come do com violência
ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também
subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o
liberado não voltará a delinqüir.

32. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, regula-se pelo máximo da pena priva va de
liberdade cominada ao crime, verificando-se em:

(A) Vinte anos, para os crimes com pena máxima de 9 anos.

(B) Dezesseis anos, para os crimes com pena máxima de 8 anos.

(C) Doze anos, para os crimes com pena máxima de 5 anos.

(D) Três anos, para os crimes com pena máxima de 1 ano.


_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS
Art. 109, Código Penal:
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o
o
disposto no § 1 do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena
priva va de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

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I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;

II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede

a doze;

III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a

oito;

IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a

quatro;

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior,

não excede a dois;

VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.

33. QUESTÃO ANULADA.

34. No que tange aos crimes de periclitação da vida e da saúde, marque o item correto:

(A) Cons tui crime a conduta de exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garan a, bem como o
preenchimento prévio de formulários administra vos, como condição para o atendimento médico-hospitalar de
urgência.

(B) Cons tui crime expor alguém, por qualquer meio, a contágio de molés a venérea, de que sabe ou deve saber
que está contaminado.

(C) O crime de expor a perigo a vida ou saúde de outrem é subsidiário.

(D) A pena cominada ao crime de abandono de incapaz é majorada em um terço se a ví ma é pessoa com idade
igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

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COMENTÁRIOS
ITEM A: ERRADO
Art. 135-A, Código Penal:
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garan a,
bem como o preenchimento prévio de formulários administra vos, como
condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
ITEM B: ERRADO
Art. 130, Código Penal:
Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato
libidinoso, a contágio de molés a venérea, de que sabe ou deve saber que está
contaminado:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

ITEM C: CORRETO
O crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, previsto no art. 132 do Código Penal, é subsidiário,
devendo ser atribuído apenas quando a conduta pra cada não configurar crime mais grave.
ITEM D: ERRADO
Art. 133, Código Penal:
Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou
autoridade, e, por qualquer mo vo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
[...]
§ 3º - As penas cominadas neste ar go aumentam-se de um terço:
[...]
III – se a ví ma é maior de 60 (sessenta) anos.

35. A respeito do crime de sequestro e cárcere privado, é correto afirmar que:

(A) O consen mento da ví ma exclui o crime de sequestro.

(B) A diferença entre sequestro e cárcere privado consiste no fato de que, enquanto este implica apenas em
privação da liberdade, aquele implica em privação da liberdade com confinamento.

(C) O crime de cárcere privado exige finalidade especial animando o agente.

(D) O crime de sequestro é qualificado quando a ví ma é irmã do agente.


_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: A

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COMENTÁRIOS
ITEM A: CORRETO
Por ser a liberdade um bem disponível, o consen mento do ofendido exclui o crime.
ITEM B: ERRADO
- Sequestro: privação da liberdade sem confinamento. Ex.: manter a ví ma presa em um sí o.
- Cárcere privado: privação da liberdade com confinamento. Ex.: manter a ví ma presa num quarto
fechado.
ITEM C: ERRADO
Os crimes de sequestro e cárcere privado não exigem finalidade especial. Se esta exis r, poderá
configurar outro crime. Ex.: caso haja a finalidade de escravização da ví ma, restará configurado o
crime do art. 149 do CP (redução a condição análoga a de escravo).
ITEM D: ERRADO
Art. 148, § 1º, inciso I, CP:
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere
privado:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a ví ma é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente
ou maior de 60 (sessenta) anos;

36. De acordo com o entendimento sumulado do STJ, a u lização de papel-moeda grosseiramente falsificado
configura, em tese, o crime de _________, da competência da __________. Completam, correta e
respec vamente, as lacunas as expressões con das em:

(A) estelionato / Jus ça Federal.

(B) moeda falsa / Jus ça Estadual.

(C) estelionato / Jus ça Estadual.

(D) moeda falsa / Jus ça Federal.


_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS
Súmula 73, STJ: A u lização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de
estelionato, da competência da Jus ça Estadual.

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Direito Processual Penal

37. Acerca da competência no direito processual penal, assinale a alterna va correta, em conformidade com o
entendimento sedimentado do STJ:

(A) É aplicável o critério da prevenção quando em algum dos delitos apurados forem iden ficados indícios de
transnacionalidade e de conexão com outros delitos a jus ficar o deslocamento do julgamento dos delitos
conexos para a competência para a Jus ça Federal.

(B) Compete à Jus ça Comum Estadual processar e julgar crime em que indígenas figurem como autor e ví ma.
Entretanto, caso a mo vação dos delitos inves gados gire em torno de disputa pela liderança da aldeia, restará
caracterizada ofensa a interesses cole vos da aldeia, atraindo a competência da jus ça federal.

(C) A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pelo lugar
em que se consumar a infração, ou, no caso de tenta va, pelo lugar em que for pra cado o úl mo ato de
execução.

(D) A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da qualificação
do órgão expedidor, não importando a en dade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS
Alterna va A – Incorreta, consoante súmula 122 do STJ:
Compete a jus ça federal o processo e julgamento unificado dos crimes
conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78,
II, "a", do Código de Processo Penal. (Súmula 122, TERCEIRA SEÇÃO, julgado
em 01/12/1994, DJ 07/12/1994 p. 33970).
Vide também o seguinte julgado, datado de 25/11/2015:
“Ausentes os elementos necessários para infirmar a constatação da Jus ça
Federal de que, no processo sob sua responsabilidade, há indícios de
transnacionalidade do delito, não há como se corroborar a tese do suscitante
de que prevento para o julgamento do feito é um terceiro juízo estadual que
autorizou a busca e apreensão de produtos em suas farmácias. Isso porque é
inaplicável o critério da prevenção quando em algum dos delitos apurados
forem iden ficados indícios de transnacionalidade e de conexão com outros
delitos a jus ficar o deslocamento do julgamento dos delitos conexos para a
competência para a Jus ça Federal (Súmula 122/STJ). Não houve, ademais, na
hipótese em exame, demonstração cabal de que o suscitante responde por
processos em juízos diferentes em decorrência do mesmo fato.
Alterna va B – Correta. De fato, caracterizada ofensa a interesses cole vos da tribo, afasta-se a

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súmula 140 com o estabelecimento da competência da Jus ça Federal:
“1. Ao estabelecer a competência da Jus ça Federal para julgar os crimes
relacionados à disputa sobre direitos indígenas (art. 109, XI, da CF), a Carta
Magna colocou sob a jurisdição federal o julgamento de toda e qualquer
controvérsia relacionada a direitos dos índios, assim como a direitos dos povos
indígenas, neles inclusos os descritos no art. 231, quais sejam, aqueles sobre a
organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, além dos direitos
originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam.
2. Inserida no sistema cons tucional de garan a dos direitos de minorias, a
disputa por direitos indígenas mencionada no inciso XI do art. 109 da CF não
se restringe a questões envolvendo interesses econômicos, mas abrange,
também, direitos rela vos à forma de cons tuição, organização social das
comunidades indígenas e definição de lideranças.
3. Como decorrência, não se aplica o enunciado n. 140 da Súmula do STJ
quando o crime envolvendo direitos indígenas implicar em ofensa a interesses
cole vos da comunidade indígena.
4. Se a mo vação dos delitos inves gados gira em torno de disputa pela
liderança da aldeia, abrangendo, inclusive, ameaças de morte proferidas
pelo ex-cacique a todos os que apoiassem o novo líder, evidencia-se o ní do
interesse cole vo da comunidade indígena na solução da controvérsia, e, por
consequência, a competência da Jus ça Federal para julgamento do feito
(art. 109, XI, c/c art. 231, CF/88).
5. Precedentes desta Corte: CC 123.016/TO, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, Terceira Seção, julgado em 26/6/2013, DJe 1/8/2013; CC
129.704/PA, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD - Desembargadora convocada
do TJ/SE - Terceira Seção, julgado em 26/3/2014, DJe 31/3/2014; CC
99.406/RO, Rel. Ministro JORGE MUSSI, Terceira Seção, julgado em
13/10/2010, DJe 20/10/2010; HC 124.827/BA, Rel. Ministra LAURITA VAZ,
Quinta Turma, julgado em 1/9/2009, DJe 28/9/2009 e CC 93.000/MS, Rel.
Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Terceira Seção, julgado em 8/10/2008, DJe
14/11/2008.
6. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo Federal da 1ª Vara
de Guaíra (Seção Judiciária do Paraná), o suscitante, para julgar o presente
pedido de busca e apreensão.”
OBS.: Súmula 140 - Compete a Jus ça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena
figure como autor ou ví ma. (Súmula 140, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 18/05/1995, DJ 24/05/1995
p. 14853)
"A Cons tuição, de um modo direto ou indireto, fixa o juízo natural para

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qualquer conflito de interesses. no caso concreto, um índio esta sendo acusado
de ter pra cado crime de lesões corporais em outro silvícola. O juízo suscitante
(federal), em principio, só tem competência para dirimir 'disputa sobre direitos
indígenas' (Cons tuição, art. 109, XI), o que não é o caso dos autos. Logo, a
competência é da Jus ça Comum do Estado e não da Jus ça Comum da União."
(CC 3910 RO, Rel. Ministro ADHEMAR MACIEL, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
17/12/1992, DJ 01/03/1993, p. 2486)
Portanto, há que se inves gar as razões do crime para análise da
aplicabilidade ou não da súmula 140 do STJ.
Alterna va C – Incorreta, consoante sumula 151 do STJ:
Súmula 151 - A competência para o processo e julgamento por crime de
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do
lugar da apreensão dos bens. (Súmula 151, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
14/02/1996, DJ 26/02/1996 p. 4192)
“1. A jurisprudência desta Corte Superior é no sen do da aplicação do verbete
sumular n.º 151 do Superior Tribunal de Jus ça, fixando a competência para o
processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho pelo lugar da
apreensão dos bens, ainda que as inves gações preliminares indiquem que o
crime tenha se consumado em outro local.” CC 119247 / SP
Alterna va D – Incorreta, consoante a novel súmula 546 do STJ:
Súmula 546 - A competência para processar e julgar o crime de uso de
documento falso é firmada em razão da en dade ou órgão ao qual foi
apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão
expedidor. (Súmula 546, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/10/2015, DJe
19/10/2015)

38. Acerca das fontes materiais do direito processual penal, indique a alterna va que não contempla
competência atribuída cons tucionalmente aos Estados Membros:

(A) Normas processuais, quando autorizadas por lei aprovada por maioria de votos editada pela União.

(B) Normas sobre custas e serviços forenses.

(C) Normas a nentes a criação, funcionamento e processo dos Juizados Especiais Criminais.

(D) Procedimentos em matéria processual penal.


_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: A

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COMENTÁRIOS
Alterna vas A - Alterna va que deve ser assinalada, consoante ar go 22, inciso I, e parágrafo único,
da CF:
Art. 22. Compete priva vamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marí mo,
aeronáu co, espacial e do trabalho;
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste ar go.
Como se vê, não basta aprovação por lei ordinária. Há necessidade de lei complementar, que deve ser
aprovada com o quórum de maioria absoluta.
Alterna va B, C e D - Incorretas, consoante ar go 24, incisos IV, X e XI da CF:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
IV - custas dos serviços forenses;
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual;

39. Acerca dos recursos no direito processual penal, assinale a alterna va correta em conformidade com o
entendimento dos tribunais superiores:

(A) A interposição de recurso, sem efeito suspensivo, contra decisão condenatória, não obsta a expedição de
mandado de prisão, forte no princípio da presunção de inocência ou não culpabilidade.

(B) Cabe reclamação para o Supremo Tribunal Federal quando a autoridade judiciária intercepta o acesso à
Suprema Corte do agravo de instrumento interposto contra decisão denegatória do trânsito a recurso
extraordinário, entendimento esse aplicável no âmbito dos Juizados Especiais Criminais.

(C) Os embargos infringentes do julgado proferido pelo STF em sede de processo penal originário não subsistem
em nosso ordenamento posi vo ante a ausência de previsão legal, forte nos princípio da legalidade e da
segurança jurídica. Isso porque, embora haja previsão no Regimento Interno do STF, este não possui status, força
e eficácia de lei.

(D) Previsto no art. 580 do CPP, o efeito extensivo dos recursos consiste na possibilidade de estender o resultado
favorável advindo de qualquer dos fundamentos do recurso interposto por um dos réus a outros acusados que
não tenham recorrido.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: B

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COMENTÁRIOS

Alterna va A – Incorreta. Embora traduza o teor da sumula 267 do STJ, tal súmula encontra-se
superada, justamente em face do princípio da presunção de inocência ou não culpabilidade:
“2. No entanto, o Plenário do STF, no julgamento do HC-84.078/MG, ocorrido
em 5/2/2009, concluiu que "ofende o princípio da não-culpabilidade a
execução da pena priva va de liberdade antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória, ressalvada a hipótese de prisão cautelar do réu, desde
que presentes os requisitos autorizadores previstos no art. 312 do CPP"
(Informa vo n. 534 do STF).
3. Nos mesmos termos, encontra-se a jurisprudência desta Corte Superior,
que, inclusive, reconhece a perda de eficácia do enunciado da Súmula n. 267
desta Casa (como, por exemplo, MC-15.238/SC, Rel. Min. Felix Fischer, Quinta
Turma, DJ de 28/9/2009; AgRg no HC-294.338/MG, Rel. Min. Jorge Mussi,
Quinta Turma, DJ de 25/8/2014; HC-293.344/RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta
Turma, DJ de 3/10/2014).
HC 292665 / MG - HABEAS CORPUS 2014/0086180-0 Relator(a) Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA (1170) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA
Data do Julgamento 18/08/2015 Data da Publicação/Fonte DJe 25/08/2015
Alterna va B – Correta, consoante entendimento pacífico do STF, senão vejamos:
SÚMULA 727: NÃO PODE O MAGISTRADO DEIXAR DE ENCAMINHAR AO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL O AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO DA
DECISÃO QUE NÃO ADMITE RECURSO EXTRAORDINÁRIO, AINDA QUE
REFERENTE A CAUSA INSTAURADA NO ÂMBITO DOS JUIZADOS ESPECIAIS.
Tal súmula também se aplica aos juizados especiais criminais, o que se pode verificar na Reclamação
2.193-9 (páginas 147 e 148 do voto do relator - voto acompanhado à unanimidade).
Alterna va C – Incorreta, consoante entendimento do STF na famosa AP 470, entendimento esse
também constante na AP 409, senão vejamos:
“Os embargos infringentes do julgado proferido pelo STF em sede de
processo penal originário ainda subsistem em nosso ordenamento posi vo,
eis que a norma inscrita no art. 333, inciso I, do RISTF foi recebida pela vigente
Cons tuição da República com força e eficácia de lei. Precedente: AP 470-
AgR-vigésimo sexto/MG, Pleno, julgado em 18/09/2013.
Essa modalidade recursal -- de que somente a Defesa pode u lizar-se contra
condenações penais originárias proferidas pelo STF -- depende, quanto à sua
admissibilidade, da existência, em favor do réu, de, pelo menos, 04 (quatro)
votos vencidos de conteúdo absolutório em sen do próprio, não se
revelando possível, porém, para efeito de compor esse número mínimo, a

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soma de votos minoritários de conteúdo diverso, como, p. ex., a soma de 03
(três) votos absolutórios com 02 (dois) votos meramente declaratórios de
prescrição penal. (...)
Dis nção necessária, para os fins do parágrafo único do art. 333 do RISTF, entre
votos minoritários de conteúdo absolutório em sen do próprio e aqueles que
meramente declaram consumada a prescrição penal.” (AP 409-EI-AgR-
segundo, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 19-8-2015, Plenário, DJE de
1º-9-2015.
CUIDADO!!! Embora não seja tradição da VUNESP cobrar informa vos, em casos de relevância, como o
caso MENSALÃO, é plenamente possível aplicação na prova vindoura, em especial pela repercussão do
tema.
Alterna va D – Incorreta, consoante ar go 580 do CPP:
Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do
recurso interposto por um dos réus, se fundado em mo vos que não sejam de
caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

40. Sobre a ação penal, assinale a alterna va correta:


(A) As condições especiais da ação devem estar presentes em qualquer ação penal. São elas a possibilidade
jurídica do pedido (viabilidade de condenação, implicando na picidade da conduta), interesse de agir (indícios
de autoria e prova da materialidade), legi midade a va e passiva.
(B) As condições obje vas de punibilidade vinculam o exercício da ação penal a determinadas circunstâncias,
referindo-se unicamente à instauração do processo e não envolvem diretamente aspectos per nentes ao mérito,
como por exemplo, a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Jus ça.
(C) As escusas absolutórias são causas contempladas apenas na parte especial do Código Penal, que fazem com
que um fato pico e an jurídico, apesar da patente culpabilidade do agente, não conduza à aplicação da pena por
mo vos de polí ca criminal.
(D) As condições gerais da ação são circunstâncias não integrantes do po e de acontecimento futuro e incerto, ou
seja, a época do crime o agente não sabe se tais condições ocorrerão ou não, como por exemplo, a sentença que
decreta a falência nos crimes falimentares.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

Alterna va A – Incorreta, pois traduz o conceito das condições gerais da ação penal:
Condições gerais da ação são aquelas que devem estar presentes em qualquer ação penal,
independente da natureza ou po legal infringido. Consistem em:
a) Possibilidade jurídica do pedido

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A possibilidade jurídica do pedido corresponde à viabilidade de procedência da ação penal. Para tanto,
é necessário que a conduta imputada na inicial acusatória seja descrita em lei como crime ou
contravenção penal. Logo, esta primeira condição da ação penal exterioriza-se por meio da imputação
de um fato pico.
b) Interesse de agir:
O interesse de agir concerne à presença dos elementos mínimos que permitam ao juiz, ao refle r sobre
o recebimento da denúncia ou queixa, concluir no sen do de que se trata de acusação fac vel. Tais
elementos consistem nos indícios de autoria de que o imputado realmente é autor ou par cipe do fato
descrito, bem como na prova da existência do crime imputado. No âmbito da ação penal, este lastro
probatório mínimo cons tui o fumus boni iuris – aparência do direito à condenação invocado pelo
tular da ação penal ao deduzi-la em juízo com vistas a desencadear o jus puniendi do Estado.
c) Legi midade “ad causam” a va e passiva.
Acerca de tal tema, Aury Lopes Jr. destaca a importância de se respeitar as categorias próprias do
Processo Penal, apontando como condições gerais do CPP, em que pese a revogação do ar go 43 e
modificação do ar go 395 pela lei 11.719/2008, as seguintes:
prá ca de fato aparentemente criminoso – fumus commissi delic ;
punibilidade concreta;
legi midade de parte;
justa causa.
Alterna va B – Incorreta, uma vez que trata do conceito das condições especiais da ação, também
chamadas de condições de procedibilidade:
São aquelas que devem estar presentes em determinadas ações penais, não possuindo, portanto,
caráter geral. Trata-se de condições específicas, de natureza eminentemente processual, que vinculam
o próprio exercício da ação penal e que são exigidas em determinados casos a par r de previsão legal
expressa.
Exemplos:
– Condicionamento da ação penal à prévia representação da ví ma no crime de ameaça (art. 147,
parágrafo único, do CP);
– Exigência de requisição do Ministro da Jus ça para o ingresso de ação penal por crimes contra a honra
do Presidente da República (art. 145, parágrafo único, do CP);
– Ingresso no território nacional do indivíduo que pra cou crime no exterior (art. 7.º, § 2.º, “a”, do CP).
Alterna va C – Correta, trazendo à luz o conceito das escusas absolutórias:
As escusas absolutórias compreendem as situações em que, conquanto exista o crime, não se impõe
pena em razão de circunstâncias pessoais do agente. É o que ocorre no caso de furto pra cado por
descendente contra ascendente menor de 60 anos (art. 181, II, c/c o art. 183, III, do CP), em que, pela

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condição pessoal do agente (filho da ví ma), considerou-o o legislador isento de pena. Do mesmo
modo a circunstância prevista no art. 348, § 2.º, do CP, considerando isento de pena o descendente
(entre outros parentes) do criminoso que presta auxílio para que este consiga subtrair-se da ação da
autoridade.
Alterna va D – Incorreta, trazendo à baila o conceito de condições obje vas de punibilidade:
As condições obje vas de punibilidade são elementos exteriores ao fato delituoso, não integrantes do
po penal, ocorrendo nas hipóteses em que a punibilidade da conduta é vinculada à superveniência de
determinado acontecimento.
Como o próprio nome sugere, possuem natureza jurídica de excludentes de punibilidade, pois,
enquanto não se manifestarem, obstam a aplicação da pena, esvaziando a possibilidade de que o
Estado exerça as ações relacionadas ao direito de punir (instauração do inquérito policial e do processo
criminal).
É o que ocorre, por exemplo, com os crimes falimentares, dispondo o art. 180 da Lei 11.101/2005 que a
sentença que decreta a falência concede a recuperação judicial ou concede a recuperação extrajudicial
é condição obje va de punibilidade das infrações penais descritas nesse diploma. Precitado
disposi vo, portanto, condiciona a atuação estatal, no âmbito criminal, à decretação da falência, à
homologação da recuperação extrajudicial ou à concessão da recuperação judicial, razão pela qual,
antes dessas providências, a polícia judiciária e o Ministério Público não poderão atuar na seara
falimentar por falta da mencionada condicionante.
Do mesmo modo, têm compreendido o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Jus ça que a
decisão defini va do processo administra vo-fiscal cons tui condição obje va de punibilidade dos
crimes previstos no art. 1.º da Lei 8.137/1990 (crimes contra ordem tributária)5. Isto quer dizer que, na
pendência de defesa ou recurso na esfera administra va, não há justa causa para a instauração de
inquérito policial e de ação penal contra o agente, por inexis r, ainda, lançamento defini vo do débito
fiscal.

41. Acerca das medidas assecuratórias, assinale a alterna va correta:


(A) A Hipoteca legal tem natureza jurídica de direito real de garan a, incidente sobre bens imóveis ilícitos
adquiridos com o proveito do crime, exis ndo duas possibilidades para seu cancelamento: ex nção da
punibilidade e sentença absolutória transitada em julgado.
(B) O arresto legal, previsto no art. 137 do CPP, é simétrico à hipoteca legal, referindo-se, porém, a bens imóveis de
origem lícita pertencentes ao réu, cabível apenas na hipótese de o réu não possuir bens passíveis de hipoteca ou
se o patrimônio mobiliário mostrar-se insuficiente para cobrir a integralidade da responsabilidade civil es mada.
(C) Considerando a presunção de não culpabilidade, princípio motriz de nosso sistema processual penal, é defesa
a alienação antecipada dos bens por dificuldade de manutenção do imóvel, sendo cabível tão somente nas
hipóteses legais, tal qual caso haja possibilidade de deterioração ou depreciação, devendo ser vendido em valor
não inferior ao da avaliação.
(D) O sequestro de bens, cabível para bens móveis e imóveis adquiridos com o produto da infração penal, tem
como pressuposto fundamental a existência de indícios veementes de que tratam-se de produtos indiretos do

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fato criminoso. A ngem bens de tularidade do autor da infração penal ou bens que estejam em poder de
terceiros, sendo possível ao juiz determinar, de o cio ou a requerimento, a avaliação e venda dos bens, mas
somente após o trânsito em julgado da sentença condenatória.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

Alterna va A – Incorreta, posto que a hipoteca incide sobre bens imóveis lícitos, nos termos dos
ar gos 134 e 135 do CPP:
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida
pelo ofendido em qualquer fase do processo, desde que haja certeza da
infração e indícios suficientes da autoria.
Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte
es mará o valor da responsabilidade civil, e designará e es mará o imóvel ou
imóveis que terão de ficar especialmente hipotecados, o juiz mandará logo
proceder ao arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do imóvel
ou imóveis.
§ 1o A pe ção será instruída com as provas ou indicação das provas em que se
fundar a es mação da responsabilidade, com a relação dos imóveis que o
responsável possuir, se outros ver, além dos indicados no requerimento, e
com os documentos comprobatórios do domínio.
§ 2o O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis
designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador
judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos autos do processo respec vo.
§ 3o O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correrá em cartório,
poderá corrigir o arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe parecer
excessivo ou deficiente.
§ 4o O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis
necessários à garan a da responsabilidade.
§ 5o O valor da responsabilidade será liquidado defini vamente após a
condenação, podendo ser requerido novo arbitramento se qualquer das
partes não se conformar com o arbitramento anterior à sentença
condenatória.
§ 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em tulos de dívida
pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar
proceder à inscrição da hipoteca legal.
Alterna va B – Incorreta, posto que, de acordo com o ar go 137 do CPP, recai sobre bens móveis de

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origem lícita pertencentes ao réu:
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor
insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis susce veis de penhora, nos
termos em que é facultada a hipoteca legal dos imóveis. (Redação dada pela Lei
nº 11.435, de 2006).
§ 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, proceder-
se-á na forma do § 5o do art. 120.
§ 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitrados
pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de sua família.
IMPORTANTE: não confundir o arresto do ar go 137, que recai sobre bens móveis, com o arresto
preven vo do ar go 136, também chamado de arresto prévio ou preven vo, cabível em caso de
possibilidade premente de o réu desfazer-se de seu patrimônio imobiliário (atos já pra cados pelo
réu tendentes à transferência de seus bens, v.g., cer dões do registro imobiliário atestando recentes
alienações, anúncios de venda de bens, declarações de imobiliárias onde estejam a venda imóveis do
réu etc.). Trata-se de uma medida preparatória à hipoteca legal:
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se,
porém, se no prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de
inscrição da hipoteca legal. (Redação dada pela Lei nº 11.435, de 2006).
Alterna va C – Incorreta, uma vez que é possível a alienação por dificuldade de manutenção,
podendo ocorrer em valor inferior ao avaliado, caso não seja arrematado no primeiro leilão,
consoante ar go 144-A do CPP:
Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do
valor dos bens sempre que es verem sujeitos a qualquer grau de deterioração
ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua manutenção.
§ 1o O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico.
§ 2o Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou
por valor maior. Não alcançado o valor es pulado pela administração judicial,
será realizado novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da realização do
primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não inferior a 80% (oitenta
por cento) do es pulado na avaliação judicial.
§ 3o O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao juízo até
a decisão final do processo, procedendo-se à sua conversão em renda para a
União, Estado ou Distrito Federal, no caso de condenação, ou, no caso de
absolvição, à sua devolução ao acusado.
§ 4o Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda
estrangeira, tulos, valores mobiliários ou cheques emi dos como ordem de
pagamento, o juízo determinará a conversão do numerário apreendido em

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moeda nacional corrente e o depósito das correspondentes quan as em conta
judicial.
§ 5o No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz
ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e
controle a expedição de cer ficado de registro e licenciamento em favor do
arrematante, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos
anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao an go proprietário.
§ 6o O valor dos tulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos
tulos de crédito negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada
por cer dão ou publicação no órgão oficial.
Alterna va D – Correta, consoante ar gos 125, 126 e 133 do CPP:
Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com
os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.
Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a existência de indícios
veementes da proveniência ilícita dos bens.
Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de o cio ou a
requerimento do interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em
leilão público.
Recomendo a leitura de todos os ar gos do capítulo referente a medidas assecuratórias (ar gos 125
a 144-A).

42. Assinale a alterna va correta no que tange a prova penal:


(A) Não necessitam de comprovação os fatos axiomá cos, os fatos notórios, as presunções legais e os fatos inúteis
ao deslinde da causa. No Processo Penal, os fatos incontroversos (aqueles não impugnados pelas partes),
diferentemente do que ocorre no Processo Civil, necessitam de prova.
(B) Em estrita obediência ao sistema acusatório e diferentemente do que ocorre no Processo Civil, não é possível a
produção antecipada de provas ex o cio pelo juiz para fins de instrução de procedimentos de natureza criminal.
De igual sorte, não é possível a produção incidental de provas ex o cio pelo magistrado.
(C) No sistema de valoração probatório adotado no Brasil, em especial após a promulgação da Cons tuição de
1988, não subsiste em nosso ordenamento o sistema de tarifação absoluta, máxime pela adoção do sistema do
livre convencimento mo vado. Por outro lado, ainda é possível visualizar a tarifação rela va, como por exemplo
na hipótese de desaparecimento de ves gios em que admite-se prova testemunhal não obstante a regra da
obrigatoriedade do exame de corpo de delito.
(D) Reconhecimento de pessoas é ato formal priva vo de ví mas ou testemunhas, por meio do qual iden ficam
terceira pessoa. Compõe-se de três etapas: primeiro, a pessoa convidada a fazer o reconhecimento deve
descrever a pessoa a ser reconhecida; em segundo lugar, o reconhecedor deve apontá-la entre outras que
guardam com ela semelhança; por fim, deve ser lavrado auto da diligência, subscrito pela autoridade, pelo
reconhecedor e por duas testemunhas presenciais.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: A

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COMENTÁRIOS

Alterna va A – Correta. Eis as lições doutrinárias acerca do assunto, do livro “Direito Processual
Penal Esquema zado”, de autoria de Norberto Avena:
1. Fatos axiomá cos: são aqueles considerados evidentes, que decorrem da
própria intuição, gerando grau de certeza irrefutável. Trata-se dos fatos
indiscu veis, induvidosos, que dispensam ques onamentos de qualquer
ordem. Por exemplo: a prova da putrefação do cadáver dispensa a prova da
morte, pois a primeira circunstância (putrefação) decorre da segunda (a
morte).
2. Fatos notórios: são os que fazem parte do patrimônio cultural de cada
pessoa. Por isso mesmo, aqui se aplica o princípio notorium non eget
proba one – o que é notório dispensa prova. Exemplos: Na Comarca de
Camaquã, denunciando o Ministério Público determinada pessoa por crime
contra a honra do Prefeito Municipal, será desnecessário comprovar, naquele
juízo, que a ví ma realmente foi diplomada como Chefe do Execu vo, pois essa
circunstância é por todos sabida na localidade, inclusive pelo juiz que lá
jurisdiciona. Outros exemplos: moeda nacional, condição de Presidente da
República, um feriado nacional etc.
3. Presunções legais: são juízos de certeza que decorrem da lei. Classificam-se
em absolutas (presunções jure et de jure) ou rela vas (presunções juris
tantum). As primeiras não aceitam prova em contrário, sendo exemplo a
condição de inimputável do indivíduo menor de dezoito anos. Já as segundas
admitem a produção de prova em sen do oposto, como a presunção de
imputabilidade do maior de dezoito anos, que pode ser descaracterizada a
par r de laudo de insanidade mental apontando que o indivíduo não possui
discernimento.
4. Fatos inúteis: são os que não possuem nenhuma relevância na decisão da
causa, dispensando a análise pelo julgador. São circunstâncias incidentais, de
caráter secundário, absolutamente desnecessárias à solução da lide. Exemplo:
as preferências sexuais de indivíduo acusado de crime de furto.
“Consideram-se incontroversos os fatos incontestes, ou seja, que não foram
refutados ou impugnados pelas partes. Estes, ao contrário do que ocorre no
processo civil (art. 334, III, do CPC), não dispensam a prova, podendo o juiz,
inclusive, a teor do art. 156, II, do CPP, determinar, no curso da instrução ou
antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre
ponto relevante. E não poderia ser diferente. Afinal, se a própria confissão do
crime pelo acusado não é suficiente, por si, para um juízo condenatório,
exigindo sempre confronto com os demais elementos de prova angariados ao

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processo (art. 197 do CPP), é evidente que a simples ausência de contestação
quanto a atos, fatos e circunstâncias não tem força suficiente para elidir a
produção probatória.”
Alterna va B – Incorreta, consoante ar go 156 do Código de Processo Penal, em que prevista no
inciso I a produção antecipada de provas, e no inciso II a produção incidental de provas, ambas ex
o cio:
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de o cio:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a
realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
Alterna va C – Incorreta. Em que pese a adoção do sistema do livre convencimento mo vado,
conforme ar go 155 do CPP, ainda existem resquícios de tarifação absoluta, conforme lição do
mestre Norberto Avena, em sua obra “Direito Penal Esquema zado”:
Por tarifação absoluta compreendem-se as situações em que o juiz,
efe vamente, não possui nenhuma liberdade na formação de sua convicção,
ficando restrito aos termos ditados pela lei. Exemplos:
a) Art. 62 do Código de Processo Penal, dispondo que somente à vista da
cer dão de óbito do acusado poderá o juiz julgar ex nta a punibilidade pela
morte do agente (art. 107, I, do Código Penal). Neste caso, não servem
testemunhos, fotografias, documentos, reportagens jornalís cas ou quaisquer
outros meios probatórios, pois a lei é taxa va quanto ao valor da prova.
Ausente a cer dão, aguarda-se, se for o caso, a prescrição para, somente após,
por esse mo vo e não pela morte, declarar-se a ex nção da punibilidade.
b) Art. 92 do Código de Processo Penal, obrigando o juiz criminal a suspender o
processo quando, no seu curso, surgir questão prejudicial de natureza
extrapenal que verse sobre o estado das pessoas. Neste caso, o processo
criminal não poderá voltar ao seu curso antes do trânsito em julgado da
decisão civil sobre a questão prejudicial, dependendo o magistrado criminal,
para o fim de sentença, do desiderato daquele processo. Ilustra-se:
Denunciado por bigamia, alega o acusado que o primeiro casamento foi nulo.
Nesse caso, impõe-se a suspensão do processo criminal até a decisão
defini va, no juízo cível, quanto à validade do primeiro matrimônio.
c) Art. 155, parágrafo único, do Código de Processo Penal, situação em que,
ainda que não se trate de questão prejudicial (art. 92 do CPP), mesmo assim
depende o juiz da correspondente cer dão para ter como comprovado o

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estado de casado, de filiação, de paternidade etc.
d) Prova da menoridade do indivíduo, questão esta ligada ao estado da pessoa
e que somente pode ser comprovada por documento idôneo, descabido
qualquer outro meio. Neste sen do a Súmula 74 do Superior Tribunal de
Jus ça dispondo que, “para efeitos penais, o reconhecimento da menoridade
do réu requer prova por documento hábil”.
De outra sorte, por tarifação rela va depreendem-se aquelas hipóteses em que o juiz, embora esteja
adstrito a critérios de valoração predefinidos em lei, não fica totalmente limitado aos termos legais,
permi ndo-lhe a própria legislação uma certa discricionariedade. Exemplos:
a) Art. 158 do Código de Processo Penal, estabelecendo que a obrigatoriedade
do exame de corpo de delito nas infrações que deixarem ves gios e proibindo
ao magistrado de suprir esta prova por meio da confissão. No entanto, o art.
167 do mesmo diploma legal prevê que, se verem desaparecido os ves gios,
inviabilizando-se, consequentemente, a realização da perícia, poderá esta ser
suprida pela prova testemunhal. Pois bem, neste aspecto, vale dizer, quanto à
ocorrência ou não deste suprimento, possui liberdade o magistrado, podendo
entender que a prova testemunhal é por demais frágil, não sendo suficiente
para dispensar a perícia, ou, ao contrário, que é robusta, suprindo a falta do
exame técnico em face do desaparecimento dos ves gios da infração.
b) Art. 197 do Código de Processo Penal, vedando que se considere a confissão
como prova cabal (irrefutável) e determinando que sua valoração dependa que
seja ela confirmada e compa bilizada como os demais elementos coligidos ao
processo. Não obstante esta obrigatoriedade de confrontação da confissão
com as outras provas, ao realizar este cotejo possui o juiz liberdade para
verificar se estes outros elementos confirmam ou não a confissão do indivíduo.
Alterna va D – Incorreta. O reconhecimento de pessoas pode também ser realizado pelos acusados
ou inves gados. Ademais, pode recair sobre pessoas ou objetos. Sobre o assunto, recomendamos a
leitura do ar go 226 do CPP:
Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de
pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:
I - a pessoa que ver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a
pessoa que deva ser reconhecida;
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao
lado de outras que com ela verem qualquer semelhança, convidando-se
quem ver de fazer o reconhecimento a apontá-la;
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento,
por efeito de in midação ou outra influência, não diga a verdade em face da
pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta

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não veja aquela;
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela
autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por
duas testemunhas presenciais.
Parágrafo único. O disposto no III deste ar go não terá aplicação na fase da
instrução criminal ou em plenário de julgamento.
Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas
estabelecidas no ar go anterior, no que for aplicável.
Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de
pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer
comunicação entre elas.

43. Assinale a alterna va incorreta acerca do tema Prisões e Medidas Cautelares:


(A) O ins tuto da detração não é aplicável às medidas cautelares diversas da prisão tendo em vista que sua
aplicação demanda a existência de prisão cautelar para aba mento da pena determinada na sentença penal
condenatória.
(B) Não tem direito de apelar em liberdade o réu preso em flagrante e que assim permaneceu preso durante toda
a instrução criminal, salvo quando o ato que originou a custódia cautelar é ilegal por não possuir fundamentação
idônea.
(C) A reforma introduzida no CPP pela Lei 10.258/2001 visou eliminar privilégios injus ficáveis em uma
democracia e estabeleceu de maneira clara que a prisão especial, prevista no Código de Processo Penal ou em
outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento do preso em local dis nto da prisão comum.
(D) A execução provisória da pena atenta contra a presunção cons tucional de inocência. Não obstante, mostra-
se viável a convivência entre os diversos instrumentos de tutela cautelar penal postos à disposição do Poder
Público, a presunção de inocência proclamada pela Cons tuição da República (CF, art. 5º, LVII) e pelo Pacto de São
José da Costa Rica (Ar go 7º, n. 2), e ainda, a figura da guia de recolhimento provisória, instrumento de garan a
dos direitos daquele condenado por sentença penal recorrível.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

Alterna va A - Incorreta. Deve-se atentar para algumas informações. Em primeiro lugar, a detração
apenas pode ocorrer entre penas da mesma espécie. Assim, não é aceitável que medidas cautelares
que não impliquem privação da liberdade possam implicar aba mento da pena de prisão imposta ao
réu condenado. Entrementes, devemos analisar algumas situações pontuais:
A internação provisória do acusado (art. 319, VII, do CPP), evidentemente, deve permi r a detração, a
par r, inclusive, do que dispõe o próprio art. 42 do Código Penal quando refere que se computa na pena
priva va de liberdade e na medida de segurança o tempo de internação em hospital de custódia e
tratamento psiquiátrico ou outro estabelecimento adequado.

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Norberto Avena assevera que, no que concerne às demais medidas cautelares restri vas estabelecidas
no art. 319 do CPP, a possibilidade de detração deve ser condicionada à observância de dois fatores:
Primeiro, que tenha sido a pena priva va de liberdade imposta ao condenado subs tuída por restri va
de direitos; e
Segundo, que a pena restri va de direitos aplicada apresente iden dade ou, ao menos,
compa bilidade lógica com a medida cautelar restri va a que subme do o réu no curso da inves gação
ou do processo.
“Levando em conta estes critérios, pode-se admi r, por exemplo, a detração da
providência cautelar de proibição de acesso ou frequência a determinados
lugares (art. 319, II, do CPP) em relação à pena restri va de interdição
temporária de direitos consistente na proibição de frequentar determinados
lugares (art. 47, IV, do CP); do mesmo modo, a medida cautelar de suspensão
do exercício de função pública ou de a vidade de natureza econômica ou
financeira (art. 319, VI, do CPP) pode ser detraída da pena restri va de
proibição do exercício de cargo, função ou a vidade pública (art. 47, I, do CP).”
Logo, a afirmação categórica de que a detração é inaplicável a medidas cautelares não pode ser da
como correta.
Alterna va B - Correta. Repare que não se está aqui ressuscitando a superada súmula 9 do STJ
(Súmula 9 - A exigência da prisão provisória, para apelar, não ofende a garan a cons tucional da
presunção de inocência. (Súmula 9, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 06/09/1990, DJ 12/09/1990). O
que se está afirmando é que, estando fundamentada a prisão, sendo essa fundamentação idônea, é
possível negar o direito de recorrer em liberdade. Ou seja, o simples ato de interpor recurso não
conduz automa camente no direito à liberdade, desde que a prisão esteja suficientemente
fundamentada:
“3. Não tem direito de apelar em liberdade o réu preso em flagrante e que
assim permaneceu preso durante toda a instrução criminal, salvo quando o ato
que originou a custódia cautelar é ilegal por não possuir fundamentação
idônea. No caso, o decreto cautelar está devidamente fundamentado na
garan a da ordem pública, em razão da gravidade concreta do crime,
evidenciada pelo modus operandi do delito, que revelou a periculosidade do
Paciente, bem como na necessidade da segregação para a garan a da
aplicação da lei penal, tendo em vista o réu não ter qualquer vínculo com o
distrito da culpa.”
STJ - HC 293447 / SP HABEAS CORPUS - 2014/0097700-5 - DJe 17/06/2014.
Relator(a) Ministra LAURITA VAZ.

"O indivíduo possui como regra, no Estado Democrá co de Direito, direito de

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recorrer em liberdade, todavia, tal direito, como todos os outros garan dos
pelo ordenamento jurídico, não é absoluto e cede quando há jus fica va
concreta para mantê-lo segregado para garan a dos demais indivíduos e para
o bom desenvolvimento do processo." (HC 99.773-MC, rel. min. Ricardo
Lewandowski, decisão monocrá ca, julgamento em 5-8-2009, DJE de 14-8-
2009.)
Alterna va C - Correta, consoante ar go 295 do Código de Processo Penal, a que remetemos a
leitura:
Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da
autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação
defini va:
I - os ministros de Estado;
II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do
Distrito Federal, seus respec vos secretários, os prefeitos municipais, os
vereadores e os chefes de Polícia; (Redação dada pela Lei nº 3.181, de
11.6.1957)
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e
das Assembléias Legisla vas dos Estados;
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios; (Redação dada pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
VI - os magistrados;
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;
VIII - os ministros de confissão religiosa;
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidadãos que já verem exercido efe vamente a função de jurado, salvo
quando excluídos da lista por mo vo de incapacidade para o exercício daquela
função;
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, a vos e
ina vos. (Redação dada pela Lei nº 5.126, de 20.9.1966)
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste
exclusivamente no recolhimento em local dis nto da prisão comum.
(Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será
recolhido em cela dis nta do mesmo estabelecimento. (Incluído pela Lei nº
10.258, de 11.7.2001)

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§ 3o A cela especial poderá consis r em alojamento cole vo, atendidos os
requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de
aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência
humana. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum.
(Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso
comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001).
Alterna va D - Correta. Vide os seguintes excertos de decisões do STF:
“(...) a figura da guia de recolhimento provisória não é estranha ao direito
brasileiro, revelando-se, ao contrário, importante instrumento de garan a
dos direitos daquele que, condenado por sentença penal recorrível, acha-se
subme do à medida cautelar de privação de liberdade.” (HC 115.358, voto
do rel. min. Celso de Mello, julgamento em 27-8-2013, Segunda Turma, DJE
de 7-5-2014).
"Como se sabe, o STF não reconhece a possibilidade cons tucional de
execução provisória da pena, por entender que orientação em sen do
diverso transgrediria, de modo frontal, a presunção cons tucional de
inocência. (...) Não obstante essa diretriz jurisprudencial, mostra-se viável,
consoante reconhece esta Suprema Corte, a possibilidade de convivência
entre os diversos instrumentos de tutela cautelar penal postos à disposição
do Poder Público, de um lado, e a presunção de inocência proclamada pela
CR (CF, art. 5º, LVII) e pelo Pacto de São José da Costa Rica (Ar go 7º, n. 2), de
outro. Para que se legi me a prisão cautelar, no entanto, impõe-se que os
órgãos judiciários competentes tenham presente a advertência do STF no
sen do da estrita observância de determinadas exigências (...), em especial a
demonstração -- apoiada em decisão impregnada de fundamentação
substancial -- que evidencie a imprescindibilidade, em cada situação
ocorrente, da adoção da medida constri va do status liberta s do
indiciado/réu, sob pena de caracterização de ilegalidade ou de abuso de
poder na decretação da prisão meramente processual." HC 114.214, rel. min.
Marco Aurélio, julgamento em 24-9-2013, Primeira Turma, DJE de 5-12-2013.

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44. Tício, com vinte e dois anos de idade, foi indiciado, denunciado e pronunciado, supostamente por ter, no dia
04 de agosto de 2007, desferido disparos de arma de fogo contra Caio, causando-lhe lesões corporais, sem,
contudo, matá-lo. Foi subme do a julgamento perante o tribunal do júri pelo crime de homicídio qualificado por
mo vo torpe, na forma tentada, no dia 05 de setembro de 2015. Na votação do ques onário, o Conselho de
Sentença responde afirma vamente os quesitos rela vos à materialidade e à autoria. Indagado a respeito da
tenta va, em quesito específico, o Conselho de Sentença responde nega vamente, entendendo que Tício não
teve intenção de matar Caio. Nessa hipótese, dentre as alterna vas seguintes, assinale qual o procedimento que
deverá ser adotado pelo Juiz Presidente do Tribunal do Júri:
(A) Deve encerrar a votação e determinar a abertura de vista dos autos ao Ministério Público para aditamento da
peça exordial.
(B) Deve prosseguir na votação e submeter ao Conselho de Sentença o quesito obrigatório (“O jurado absolve o
acusado?”).
(C) Deve encerrar a votação e proferir sentença, seja essa absolutória ou condenatória, podendo ainda aplicar o
disposto nos ar gos 69 e seguintes da lei 9.099/95, caso entenda que as lesões pra cadas enquadram-se no
conceito de crime de menor potencial ofensivo.
(D) Deve encerrar a votação, proferindo sentença condenatória pelo crime de lesões corporais, não podendo
discordar das conclusões dos jurados acerca da materialidade e autoria deli vas, em respeito ao postulado da
soberania dos veredictos.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

Alterna va A – Incorreta, não é caso de abertura de vista dos autos uma vez que, desclassificado o
crime, a competência passa para o Juiz Presidente, conforme ar go 492, §1º do CPP:
“§ 1º Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do
juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em
seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova pificação for
considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o
disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008).”
Alterna va B – Incorreta. Desclassificado o crime, cessa a competência do conselho de sentença,
conforme comentário da alterna va “A”.
Alterna va C – Correta, uma vez que o Juiz Presidente terá liberdade para julgamento da causa,
estando adstrito tão somente à conclusão de que não se trata de crime doloso contra a vida. Logo,
pode condenar ou mesmo absolver, desde que haja fundamento para tanto. Pode ainda, por
expressa disposição do §1º do ar go 492 do CPP, dar vista dos autos ao MP para oferecimento de
suspensão condicional do processo ou outros bene cios previstos na lei 9.099/95.
Alterna va D – Incorreta, uma vez que, conforme já exposto nos comentários das alterna vas “A” e
“B”, o Juiz-Presidente não está obrigado a condenar o réu. Trata-se, aqui, da desclassificação própria
para crime de competência do juiz singular, em face da nega va, pelo Conselho de Sentença, do dolo
de matar. Operada essa desclassificação, caberá ao juiz singular condenar ou absolver o réu.

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Direito Cons tucional

45. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
(A) Planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;
(B) Fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
(C) Organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
(D) Exercer a classificação, para efeito indica vo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

A questão requer o conhecimento dos ar gos referentes à competência dos entes da Federação, em
especial do art. 21 e 23 da CF, que tratam das competências administra vas:
Art. 21. Compete à União:
(...)
XVI - exercer a classificação, para efeito indica vo, de diversões públicas e de
programas de rádio e televisão;
(...)
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades
públicas, especialmente as secas e as inundações;
(...)
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;
(...)
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:
(...)
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
alimentar;
(...)
Como é possível perceber, as alterna vas A, C e D, contêm competências da União, prevista no art. 23 da CF. Já a
alterna va B é a única que prevê uma competência comum da União, dos Estados, do DF e Municípios, sendo a
alterna va correta.

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46. Considerando às normas referentes ao Habeas Data, marque a alterna va correta:
(A) Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que
possam ser transmi das a terceiros, ainda que sejam de uso priva vo do órgão ou en dade produtora ou
depositária das informações.
(B) A pe ção inicial do Habeas Data deverá ser instruída com prova da recusa ao acesso às informações ou do
decurso de mais de quinze dias sem decisão administra va do órgão ou en dade depositária do registro ou banco
de dados.
(C) Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se no fique o coator do conteúdo da pe ção, a fim de que, no prazo
de dez dias, preste as informações que julgar necessárias.
(D) Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe recurso ordinário à instância superior.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

A questão requer o conhecimento da normas referentes ao Habeas Data, con das na Lei 9.507/97:
Art. 1º, Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou
banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser
transmi das a terceiros ou que não sejam de uso priva vo do órgão ou
en dade produtora ou depositária das informações.
Art. 8º, Parágrafo único. A pe ção inicial deverá ser instruída com prova:
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem
decisão;
Art. 9º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se no fique o coator do
conteúdo da pe ção, entregando-lhe a segunda via apresentada pelo
impetrante, com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de dez dias,
preste as informações que julgar necessárias.
Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação.
A alterna va A encontra-se incorreta, pois não tem caráter público o registro ou banco de dados
contendo informações de uso priva vo do órgão ou en dade produtora ou depositária das
informações. A alterna va B encontra-se incorreta, pois o prazo de 10 dias foi subs tuído pelo prazo de
15 dias. A alterna va D está incorreta, pois o recurso que combate a sentença do HD é a apelação.

47. Conforme a Cons tuição Estadual do Estado do Rio de Janeiro, são áreas de relevante interesse ecológico, cuja
u lização dependerá de prévia autorização dos órgãos competentes, exceto:
(A) - As coberturas florestais na vas;
(B) - A zona costeira;
(C) - O parque nacional da juca;

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(D) - A Ilha Grande.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

A questão requer o conhecimento das normas da Cons tuição Estadual do Rio de Janeiro,
especificamente do capítulo que trata do Meio Ambiente:
Art. 269 da CERJ - São áreas de relevante interesse ecológico, cuja u lização
dependerá de prévia autorização dos órgãos competentes, preservados seus
atributos essenciais:
I - as coberturas florestais na vas;
II - a zona costeira;
III - o Rio Paraíba do Sul;
IV - a Ilha Grande;
V - a Baía da Guanabara;
VI - a Baía de Sepe ba.
Como é possível perceber, o parque nacional da juca não é considerado pela Cons tuição Estadual do
Rio de Janeiro como área de relevante interesse ecológico. Dessa forma, incorreta a alterna va C.

48. Conforme a Cons tuição Federal, a República Federa va do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios, exceto:
(A) Soberania nacional;
(B) Prevalência dos direitos humanos;
(C) Repúdio ao terrorismo e ao racismo;
(D) Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

A questão requer o conhecimento das normas da Cons tuição Federal, especificamente do capítulo
que trata dos Princípios Fundamentais:
Art. 4º A República Federa va do Brasil rege-se nas suas relações
internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;

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III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo polí co.
A Soberania Nacional não está entre um dos princípios que regem a República Federa va do Brasil em
suas relações internacionais, sendo na realidade um de seus fundamentos, conforme o art. 1 da CF.

49. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da
União, ao qual compete:
(A) Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá
ser elaborado em trinta dias a contar de seu recebimento;
(B) Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer tulo, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações ins tuídas e man das pelo Poder Público, bem como as
nomeações para cargo de provimento em comissão e concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
(C) Realizar, somente por inicia va própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administra vas dos Poderes Legisla vo, Execu vo e Judiciário, e demais en dades responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos da administração direta e indireta;
(D) Prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respec vas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre
resultados de auditorias e inspeções realizadas.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

A questão requer o conhecimento das normas da Cons tuição Federal que tratam das competências
do Tribunal de Contas da União:
Art. 71 da CF - O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar

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de seu recebimento;
(...)
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal,
a qualquer tulo, na administração direta e indireta, incluídas as fundações
ins tuídas e man das pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para
cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que
não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por inicia va própria, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas
unidades administra vas dos Poderes Legisla vo, Execu vo e Judiciário, e
demais en dades referidas no inciso II;
(...)
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respec vas Comissões, sobre a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e
sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
(...)
A alterna va A encontra-se incorreta, pois o prazo para a elaboração do parecer prévio sobre as contas
do Presidente é de sessenta dias e não de trinta. A alterna va B encontra-se incorreta, pois não cabe ao
TCU apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de nomeações para cargo de provimento em
comissão. A alterna va C encontra-se incorreta, pois o TCU também pode realizar, por inicia va de
Comissão técnica, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial. Dessa forma, correta a alterna va D.

50. Com base nas decisões das Cortes Superiores (STJ e STF) envolvendo a garan a do direito a saúde, é correto
afirmar que:
(A) O Poder Judiciário não pode intervir na discricionariedade da Administração Pública quanto à determinação
das quan dades de medicamentos que deve manter em estoque.
(B) Há violação ao princípio da separação dos poderes na atuação do Poder Judiciário quando este determina a
aquisição de equipamentos hospitalares ou medicamentos não previstos no orçamento.
(C) Com base no princípio da reserva do possível, deve ser indeferido o pedido de fornecimento de remédios de
alto custo ou tratamentos não oferecidos pelo sistema único de saúde a pacientes de doenças raras.
(D) Os planos de saúde podem ser obrigados a custear o tratamento domiciliar (home care) mesmo que isso não
conste expressamente do rol de serviços previsto no contrato.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: D

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COMENTÁRIOS

Alterna vas A e B - No informa vo 752 do STF foi decidido que a Administração Pública pode ser
obrigada, por decisão do Poder Judiciário, a manter estoque de medicamentos de modo a evitar
interrupções no tratamento, não havendo violação ao princípio da separação dos poderes no caso.
Dessa forma, incorretas as alterna vas.
Alterna va C - É entendimento pacífico no STF que o Judiciário pode determinar o fornecimento de
remédios de alto custo ou tratamentos não oferecidos pelo sistema único de saúde a pacientes de
doenças graves que recorreram à Jus ça. Dessa forma, incorreta a alterna va.
Alterna va D - No Informa vo 564 o STJ decidiu que é devido o serviço de home care (tratamento
domiciliar) ainda que não conste expressamente do rol de coberturas previsto no contrato de plano de
saúde, devendo a operadora custeá-lo em subs tuição à internação hospitalar contratualmente
prevista, desde que respeitados os seguintes requisitos: i) haja indicação desse tratamento pelo
médico assistente; ii) o paciente deseje o tratamento domiciliar; e iii) não acarrete desequilíbrio
contratual em prejuízo do plano de saúde. Dessa forma, correta a alterna va D.

51. Com base no histórico das Cons tuições Brasileiras, marque a alterna va correta:
(A) A previsão do Procurador-Geral da República como único legi mado para o exercício do controle de
cons tucionalidade de leis no Brasil teve fim com a Cons tuição de 1946, que incluiu outros legi mados com a
mesma atribuição.
(B) A Cons tuição de 1824 previa apenas o controle difuso de cons tucionalidade, tendo sido influenciada, nesse
aspecto, pelo Caso "Marbury contra Madison" decidido em 1803 pela Suprema Corte dos Estados Unidos.
(C) A Cons tuição de 1937 dissolveu a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, as assembleias legisla vas e as
câmaras municipais.
(D) O mandado de segurança foi primeiramente introduzido no direito brasileiro pela Cons tuição de 1946.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

Alterna va A - A Cons tuição Federal de 1988 foi que modificou a competência para propor ADI,
incluindo a lista de legi mados hoje existente. Dessa forma, incorreta a alterna va A.
Alterna va B - A Cons tuição de 1824 não contemplava qualquer modalidade de controle de
cons tucionalidade das leis. Esta outorgava ao Poder Legisla vo, sob influência francesa, a atribuição
de fazer leis, interpretá-las, suspendê-las e revogá-las, bem como velar pela guarda da Cons tuição.
Dessa forma, incorreta esta alterna va.
Alterna va C - O art. 178 da Cons tuição de 1937 afirmava que “são dissolvidos nesta data a Câmara
dos Deputados, o Senado Federal, as Assembleias Legisla vas dos Estados e as Câmaras Municipais. As
eleições ao Parlamento nacional serão marcadas pelo Presidente da República, depois de realizado o
plebiscito a que se refere o art. 187”. Dessa forma, correta esta alterna va.
Alterna va D - O mandado de segurança foi introduzido inicialmente no direito brasileiro com a Cons tuição de
1934. Dessa forma, incorreta esta alterna va.

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52. Sobre a Modulação dos Efeitos, considere os itens abaixo:
I - A técnica de modulação dos efeitos da decisão permite que o Supremo Tribunal Federal, ao declarar a
incons tucionalidade de lei ou ato norma vo, restrinja os efeitos da decisão ou decida que ela só tenha eficácia a
par r de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado, desde que haja razões de
segurança jurídica ou de excepcional interesse social e maioria de dois terços dos membros do Tribunal, sendo
possível a aplicação desta técnica no controle difuso e concentrado da cons tucionalidade.
II - Não é possível, por ausência de previsão legal, a modulação dos efeitos da decisão proferida em recurso
extraordinário com repercussão geral reconhecida; e
III - É possível a oposição de embargos de declaração para fins de modulação dos efeitos de decisão proferida em
ação direta de incons tucionalidade.
Está correto o que consta em:
(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I, apenas.
(D) I e III, apenas.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

Item I - Com o advento da Lei 9.868, de 1999,a questão da modulação dos efeitos da sentença foi
posi vada. O ar go 27 da referida lei estabelece que “ao declarar a incons tucionalidade de lei ou ato
norma vo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a par r de seu trânsito em julgado ou de outro
momento que venha a ser fixado”. Adicionalmente, o STF tem entendimento pacificado de que é
possível a aplicação dessa técnica tanto no controle concentrado, como no difuso. Dessa forma,
correto o item.

Item II - No informa vo 695, o STF entendeu que é possível a modulação dos efeitos da decisão
proferida em recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, exigindo-se para tal o voto de
2/3 (dois terços) dos membros do STF. Dessa forma, incorreto o item.

Item III - No informa vo 543, o STF entendeu que é cabível a oposição de embargos de declaração para
fins de modulação dos efeitos de decisão proferida em ação direta de incons tucionalidade, ficando
seu acolhimento condicionado, entretanto, à existência de pedido formulado nesse sen do na pe ção
inicial. Dessa forma, correto o item III.

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Direito Eleitoral

53. Leia as afirmações e assinale a alterna va incorreta:


(A) Nas eleições para Presidente ou Governador, se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira
votação, far-se-á nova eleição no penúl mo domingo de outubro, concorrendo os dois candidatos mais votados,
e considerando-se eleito o que ob ver a maioria dos votos válidos.
(B) Será considerado eleito o candidato a Presidente ou a Governador que ob ver a maioria absoluta de votos,
não computados os em branco e os nulos.
(C) Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato,
convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
(D) Se, nas hipóteses anteriores, remanescer em segundo lugar mais de um candidato com a mesma votação,
qualificar-se-á o mais idoso.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

A questão requer o conhecimento do art. 2 da Lei 9.504/97, referente às eleições para Presidente e
Governador:
Art. 2º Será considerado eleito o candidato a Presidente ou a Governador que
ob ver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 1º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-
se-á nova eleição no úl mo domingo de outubro, concorrendo os dois
candidatos mais votados, e considerando-se eleito o que ob ver a maioria dos
votos válidos.
§ 2º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou
impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o
de maior votação.
§ 3º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer em segundo lugar
mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
§ 4º A eleição do Presidente importará a do candidato a Vice-Presidente com
ele registrado, o mesmo se aplicando à eleição de Governador.
Como é possível perceber, a alterna va A está incorreta, pois determina que o segundo turno das eleições para
Presidente e Governador ocorrerá no penúl mo domingo de outubro, quando na realidade ocorre no úl mo
domingo.

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54. Considere as afirmações abaixo:
I - Cada par do ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legisla va, as
Assembleias Legisla vas e as Câmaras Municipais no total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número
de lugares a preencher.
II - Nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a Câmara dos Deputados não
exceder a quinze, cada par do ou coligação poderá registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado
Estadual ou Distrital no total de até 200% (duzentos por cento) das respec vas vagas.
III - Nos Municípios de até dez mil eleitores cada coligação poderá registrar candidatos no total de até 200%
(duzentos por cento) do número de lugares a preencher.
São corretos os itens:
a) I e II, apenas.
b) II, apenas.
c) I, apenas.
d) I e III, apenas.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

A questão requer o conhecimento do art. 10 da Lei 9.504/97, referente à quan dade de candidatos ao
legisla vo que cada par do e coligações podem registrar:
Art. 10. Cada par do ou coligação poderá registrar candidatos para a Câmara
dos Deputados, a Câmara Legisla va, as Assembleias Legisla vas e as Câmaras
Municipais no total de até 150% (cento e cinquenta por cento) do número de
lugares a preencher, salvo:
I - nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a
Câmara dos Deputados não exceder a doze, nas quais cada par do ou
coligação poderá registrar candidatos a Deputado Federal e a Deputado
Estadual ou Distrital no total de até 200% (duzentos por cento) das respec vas
vagas;
II - nos Municípios de até cem mil eleitores, nos quais cada coligação poderá
registrar candidatos no total de até 200% (duzentos por cento) do número de
lugares a preencher.
O item I encontra-se correto, pois em conformidade com o disposi vo legal. O item II encontra-se
incorreto, pois nas unidades da Federação em que o número de lugares a preencher para a Câmara dos
Deputados não exceder a doze cada par do ou coligação poderá registrar candidatos a Deputado
Federal e a Deputado Estadual ou Distrital no total de até 200% (duzentos por cento) das respec vas
vagas. Já o Item III encontra-se incorreto, pois cem mil foi subs tuído por dez mil.

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55. Considerando às normas referente a fidelidade e disciplina par dária, marque a alterna va incorreta:
(A) O estatuto do par do poderá estabelecer, além das medidas disciplinares básicas de caráter par dário,
normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário da bancada, ao parlamentar que se opuser,
pela a tude ou pelo voto, às diretrizes estabelecidas pelos órgãos par dários, sendo porém vedada a suspensão
do direito de voto nas reuniões internas ou perda das prerroga vas, cargos e funções que exerça em decorrência
da representação e da proporção par dária, na respec va Casa Legisla va.
(B) Na Casa Legisla va, o integrante da bancada de par do deve subordinar sua ação parlamentar aos princípios
doutrinários e programá cos e às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção par dários, na forma do
estatuto.
(C) Filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por conduta que não esteja pificada no estatuto do
par do polí co.
(D) Perde automa camente a função ou cargo que exerça, na respec va Casa Legisla va, em virtude da
proporção par dária, o parlamentar que deixar o par do sob cuja legenda tenha sido eleito.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

A questão requer o conhecimento dos arts. 23 e ss. da Lei 9.096/95, referente às normas de fidelidade e
disciplina par dária:
Art. 23. A responsabilidade por violação dos deveres par dários deve ser
apurada e punida pelo competente órgão, na conformidade do que disponha o
estatuto de cada par do.
§ 1º Filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por conduta que
não esteja pificada no estatuto do par do polí co.
§ 2º Ao acusado é assegurado amplo direito de defesa.
Art. 24. Na Casa Legisla va, o integrante da bancada de par do deve
subordinar sua ação parlamentar aos princípios doutrinários e programá cos e
às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de direção par dários, na forma do
estatuto.
Art. 25. O estatuto do par do poderá estabelecer, além das medidas
disciplinares básicas de caráter par dário, normas sobre penalidades,
inclusive com desligamento temporário da bancada, suspensão do direito de
voto nas reuniões internas ou perda de todas as prerroga vas, cargos e
funções que exerça em decorrência da representação e da proporção
par dária, na respec va Casa Legisla va, ao parlamentar que se opuser, pela
a tude ou pelo voto, às diretrizes legi mamente estabelecidas pelos órgãos
par dários.
Art. 26. Perde automa camente a função ou cargo que exerça, na respec va

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Casa Legisla va, em virtude da proporção par dária, o parlamentar que deixar
o par do sob cuja legenda tenha sido eleito.
Como é possível perceber, a alterna va A está incorreta, pois, conforme o art. 23 da Lei, é permi da a
suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de todas as prerroga vas, cargos e
funções que exerça em decorrência da representação e da proporção par dária, na respec va Casa
Legisla va, ao parlamentar que se opuser, pela a tude ou pelo voto, às diretrizes legi mamente
estabelecidas pelos órgãos par dários.

56. Considerando as normas que tratam da prestação de contas dos Par dos Polí cos, marque a alterna va
correta:
(A) O par do está obrigado a enviar, anualmente, à Jus ça Eleitoral, o balanço contábil do exercício findo, até o dia
20 de abril do ano seguinte.
(B) A Jus ça Eleitoral determina, no prazo de 30 dias, a publicação dos balanços na imprensa oficial, e, onde ela
não exista, procede à afixação dos mesmos no Cartório Eleitoral.
(C) Os órgãos par dários municipais que não hajam movimentado recursos financeiros ou arrecadado bens
es máveis em dinheiro ficam desobrigados de prestar contas à Jus ça Eleitoral, exigindo-se do responsável
par dário a apresentação de declaração da ausência de movimentação de recursos nesse período.
(D) A desaprovação da prestação de contas do par do poderá ensejar sanção que o impeça de par cipar do pleito
eleitoral.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

A questão requer o conhecimento do art. 32 da Lei 9.096/95, referente à prestação de contas dos
par dos polí cos:
Art. 32. O par do está obrigado a enviar, anualmente, à Jus ça Eleitoral, o
balanço contábil do exercício findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte.
§ 2º A Jus ça Eleitoral determina, imediatamente, a publicação dos balanços
na imprensa oficial, e, onde ela não exista, procede à afixação dos mesmos no
Cartório Eleitoral.
§ 4º Os órgãos par dários municipais que não hajam movimentado recursos
financeiros ou arrecadado bens es máveis em dinheiro ficam desobrigados de
prestar contas à Jus ça Eleitoral, exigindo-se do responsável par dário, no
prazo es pulado no caput, a apresentação de declaração da ausência de
movimentação de recursos nesse período.
§ 5º A desaprovação da prestação de contas do par do não ensejará sanção
alguma que o impeça de par cipar do pleito eleitoral.

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A alterna va A encontra-se incorreta, pois as contas devem ser apresentadas até o dia 30 de abril do
ano seguinte. A alterna va B encontra-se incorreta, pois a publicação dos balanços na imprensa oficial
ocorrerá imediatamente. A alterna va D está incorreta, pois a desaprovação das contas não ensejará
sanção que impeça a par cipação no pleito eleitoral.

Direito Empresarial

57. Sobre o perfil poliédrico da empresa, assinale a alterna va correta:


(A) Desenvolvido por Túlio Ascareli ao idealizar a Teoria da Empresa, que concebeu quatro perfis à empresa:
obje vo, funcional, subje vo e ins tucional.
(B) A par r da desconstrução da teoria dos atos de comércio e da afirmação da teoria da empresa como critério
delimitador do âmbito de incidência das regras do regime jurídico empresarial, o conceito de “empresa” é
absorvido pelo direito empresarial no sen do funcional do fenômeno econômico poliédrico.
(C) No Brasil, considerando a definição trazida pelo Código Civil (“a vidade econômica organizada para produção
e circulação de bens e serviços”), foi adotada integralmente o original conceito poliédrico da empresa, em todos
os seus perfis.
(D) Ao se afirmar que “a empresa A de Seguros está contratando funcionários” e que “a empresa B foi vendida a
preço elevado”, foram u lizados respec vamente o perfil funcional e obje vo, importados do conceito poliédrico
da empresa.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A – INCORRETA: Embora corretos os quatro aspectos apresentados, certo é que tal
conceito nos foi trazido por Alberto Asquini e não por Túlio Ascarelli. De acordo com Alberto Asquini,
jurista italiano, não existe um conceito de empresa, mas essa pode ser estudada de acordo com uma
diversidade de perfis no conceito. Para ele, empresa é "o conceito de um fenômeno jurídico poliédrico,
o qual tem sob o aspecto jurídico não um, mas diversos perfis em relação aos diversos elementos que
ali concorrem".
ALTERNATIVA B – CORRETA. De fato, ao conceituar “Empresa”, o Código Civil, em seu ar go 966, o
define como “a vidade econômica organizada (...)”, ou seja, adotou-se o perfil funcional como base
conceitual. Lembremos que em seu perfil funcional, a empresa seria uma “par cular força em
movimento que é a a vidade empresarial dirigida a um determinado escopo produ vo”, ou seja, uma
a vidade econômica organizada. Já os perfis obje vo e subje vo foram incorporados respec vamente
como “estabelecimento empresarial” e como empresário “pessoa sica ou jurídica exercente daquela
a vidade econômica organizada”.
ALTERNATIVA C – INCORRETA: embora de fato tenha sido adotada a Teoria da Empresa, no Brasil não se

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adota o conceito poliédrico original. Em sua obra original, Alberto Asquini idealizou a empresa em
quatro perfis:
O primeiro aspecto – subje vo – compreende o estudo da pessoa que exerce a empresa, isto é, a
pessoa natural ou a pessoa jurídica (sociedades empresárias) que exerce a vidade empresarial.
O segundo aspecto – obje vo – concentra-se nas coisas u lizadas pelo empresário individual ou
sociedade empresária no exercício de sua a vidade. São os bens corpóreos e incorpóreos que
instrumentalizam a vida negocial. É essencialmente o estudo da Teoria do Estabelecimento
Empresarial.
O terceiro aspecto – funcional – refere-se à dinâmica empresarial, ou seja, a a vidade própria do
empresário ou da sociedade empresária, em seu co diano negocial. O termo empresa é concebido
nesta acepção: exercício de a vidade. A vidade nada mais é do que o complexo de atos que compõem
a vida empresarial.
O quatro aspecto – corpora vo ou ins tucional – volta-se ao estudo dos colaboradores da empresa,
empregados que, com o empresário, envidam esforços à consecução dos obje vos empresariais.
Repare que no Brasil não se adota o quarto perfil como elemento da empresa, visto que o aspecto
corpora vo submete-se ao regramento da legislação trabalhista.
Daí por que Waldirio Bulgarelli prefere dizer que a Teoria Poliédrica da Empresa é reduzida, no Brasil, à
Teoria Triédrica da Empresa, abrangendo tão somente os perfis subje vo, obje vo e funcional, que
interessam à legislação civil.
ALTERNATIVA D – INCORRETA: Perceba-se que em cada caso a expressão possui um significado próprio
que foge ao significado do conceito técnico-jurídico de empresa: no primeiro caso, quem contrata
funcionários não é a empresa, mas o empresário (ou seja, está-se usando a expressão segundo o seu
perfil subje vo). No segundo caso, não foi a empresa que foi vendida, mas o estabelecimento
empresarial (ou seja, está-se usando a expressão empresa segundo o seu perfil obje vo).

58. Acerca dos ins tutos do direito cambiário, assinale a alterna va incorreta:
(A) Invalidam o tulo de crédito a cláusula de juros, a proibi va de endosso, a excludente de responsabilidade
pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além
dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
(B) O aval, por ser ins tuto do regime jurídico cambial, cons tui obrigação autônoma em relação à dívida
principal. Assim, caso esta seja a ngida por vício, este não se transmite para a obrigação do avalista. Por outro
lado a fiança, como obrigação acessória, leva a mesma sorte da obrigação principal a que está relacionada.
(C) O prazo prescricional de 6 (seis) meses para o exercício da pretensão à execução do cheque pelo respec vo
portador é contado do encerramento do prazo de apresentação, tenha ou não sido apresentado ao sacado dentro
do referido prazo. No caso de cheque pós-datado apresentado antes da data de emissão ao sacado ou da data
pactuada com o emitente, o termo inicial é contado da data da primeira apresentação.
(D) Consoante entendimento do STJ, aquele que recebe por endosso transla vo tulo de crédito contendo vício

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formal responde pelos danos decorrentes de protesto indevido, ressalvado o direito de regresso contra os
endossantes e avalistas. A seu turno, em se tratando de endosso mandato, o endossatário só responderá se
extrapolar os poderes de mandatário.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A – INCORRETA por duas razões. Primeiro porque a asser va faz alusão ao ar go 890 do
Código Civil, que estabelece que tais cláusulas não invalidam o tulo, mas sim que serão consideradas
como não escritas, senão vejamos:
Art. 890. Consideram-se não escritas no tulo a cláusula de juros, a proibi va
de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por
despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a
que, além dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
Em segundo lugar, trata-se de regra adotada pelo código que contraria o disposto na legislação
cambiária específica. Para visualizar, citamos o art. 5.° da Lei Uniforme, que permite que nas letras à
vista e a certo termo da vista se estabeleça cláusula de juros, desde que a taxa aplicável seja indicada
expressamente no tulo.
ALTERNATIVA B – CORRETA. O aval é uma forma de garan a, semelhante à fiança. Tanto a fiança
quanto o aval são garan as fidejussórias, ou seja, garan as com vínculo subje vo, de natureza pessoal,
realizadas tendo como base a confiança. Não são garan as reais, como a hipoteca e o penhor, em que
há um direito real sobre a propriedade, uma vez que, nestes casos, o bem é dado em garan a.
Entretanto entre elas jazem algumas diferenças, dentre as quais, a principal, é a seguinte:
O aval é uma garan a cambial (do Direito Cambiário) e autônoma com relação à obrigação do
avalizado, isto é, a invalidade da obrigação principal não invalida a obrigação do avalista (LU, art. 32).
Já fiança é uma garan a não cambial (garan a comum do Direito Civil) e acessória com relação à
obrigação do afiançado, isto é, se houver a invalidade da obrigação principal – p. ex., locação –, a
obrigação do fiador, que é acessória, ficará invalidada (CC, art. 837).

ALTERNATIVA C – CORRETA, reproduzindo o inteiro teor do enunciado 40 da I Jornada de Direito


Comercial do CJF.
ALTERNATIVA D – CORRETA, consoante súmulas 475 e 476 do STJ:
“Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que
recebe por endosso transla vo tulo de crédito contendo vício formal
extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os
endossantes e avalistas” (Súmula 475).
“O endossatário de tulo de crédito por endosso-mandato só responde por
danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de
mandatário” (Súmula 476).

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59. Acerca dos contratos empresariais, assinale a alterna va correta:
(A) No que tange o contrato de compra e venda mercan l, tratando-se de coisa móvel ou imóvel, pode o vendedor
reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago. É a chamada venda com reserva de
domínio.
(B) São contratos bancários impróprios: a alienação fiduciária em garan a, o arrendamento mercan l, o de cartão
de crédito e o fomento mercan l. No que toca este úl mo, subdivide-se em conven onal factoring (em que
ocorre a antecipação dos valores referentes aos créditos do faturizado) e a maturity factoring (em que há tão
somente a prestação de serviços de administração do crédito).
(C) Nos contratos de colaboração empresarial, dentre os quais se destacam a comissão mercan l, a
representação comercial, a concessão mercan l e a franquia, há uma marca caracterís ca: a subordinação
empresarial pessoal entre o colaborador e o colaborado.
(D) É potesta va a cláusula contratual que prevê a comissão de permanência, calculada pela taxa média de
mercado apurada pelo Banco Central do Brasil, limitada à taxa do contrato. Ademais, certo é que a comissão de
permanência e a correção monetária são inacumuláveis.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A – INCORRETA, posto que, de acordo com o ar go 521 do CC, tal modalidade só é
aplicável à coisas móveis:
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a
propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
ALTERNATIVA B – CORRETA A RESPOSTA. De fato, a nomenclatura contratos bancários impróprios,
idealizada por Fábio Ulhoa Coelho, refere-se aos contratos cuja maioria da doutrina entende não serem
essencialmente bancários. São eles: (i) alienação fiduciária em garan a; (ii) arrendamento mercan l
(leasing); (iii) faturização (fomento mercan l ou factoring); e (iv) cartão de crédito. Corretamente
explanados na asser va os conceitos de convencional factoring e maturity factoring.
ALTERNATIVA C – INCORRETA. Embora a maior parte da asser va esteja correta, a subordinação é
somente empresarial, jamais pessoal, sob pena de caracterizar relação de emprego, regida pela
Consolidação das Leis do Trabalho. A subordinação é tão somente empresarial
ALTERNATIVA D – INCORRETA. Ambas as afirmações constam de enunciados de súmula do Superior
Tribunal de Jus ça, estando a primeira parte equivocada, senão vejamos:
Súmula 30: Comissão de Permanência – Correção Monetária – Cumulação. A
comissão de permanência e a correção monetária são inacumuláveis. (j.
09.10.1991, DJ 18.10.1991)
Súmula 294: Cláusula Potesta va – Comissão de Permanência – Taxa Média de Mercado. Não é
potesta va a cláusula contratual que prevê a comissão de permanência, calculada pela taxa média de
mercado apurada pelo Banco Central do Brasil, limitada à taxa do contrato. (j. 12.05.2004, DJ
09.09.2004)

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60. Sobre a falência, assinale a alterna va correta:
(A) A realização do a vo será iniciada, independentemente da formação do quadro geral de credores, após a
arrecadação dos bens com a juntada do respec vo auto ao processo de falência. A alienação dos bens segue
ordem preferencial, estando em primeiro plano a alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos
em bloco, e por úl mo, a alienação dos bens individualmente considerados.
(B) A realização da alienação seja através de leilão, propostas fechadas ou pregão, será precedida por publicação
de anúncio em jornal de ampla circulação, com 30 (trinta) dias de antecedência, em se tratando de bens móveis, e
com 60 (sessenta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por outros meios que
contribuam para o amplo conhecimento da venda, a qual se dará pelo maior valor oferecido, independentemente
do valor da avaliação.
(C) Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório final da falência no mesmo prazo para
apresentação de suas contas, ou seja, 30 (trinta) dias após concluída a realização de todo o a vo e distribuído o
produto entre os credores. Ao apresentar o relatório final, deverá indicar o valor do a vo e o do produto de sua
realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores, e especificará jus ficadamente as
responsabilidades com que con nuará o falido.
(D) São aptos a ex nguir as obrigações do falido: o pagamento de todos os créditos; o pagamento, depois de
realizado todo o a vo, de não menos que 80% (oitenta por cento) dos créditos quirografários; o decurso do prazo
de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não ver sido condenado por prá ca de crime
falimentar; o decurso do prazo de 20 (vinte) anos, contado do encerramento da falência, se o falido ver sido
condenado pela prá ca de crime falimentar.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A – CORRETA, consoante ar gos 139 e 140 da lei 11.101/2005:


Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respec vo auto
ao processo de falência, será iniciada a realização do a vo.
Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas,
observada a seguinte ordem de preferência:
I – alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco;
II – alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produ vas
isoladamente;
III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos
do devedor;
IV – alienação dos bens individualmente considerados.
§ 1o Se convier à realização do a vo, ou em razão de oportunidade, podem ser
adotadas mais de uma forma de alienação.

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§ 2o A realização do a vo terá início independentemente da formação do
quadro-geral de credores.
§ 3o A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados bens
necessários à operação rentável da unidade de produção, que poderá
compreender a transferência de contratos específicos.
§ 4o Nas transmissões de bens alienados na forma deste ar go que dependam
de registro público, a este servirá como tulo aquisi vo suficiente o mandado
judicial respec vo.
ALTERNATIVA B – INCORRETOS OS PRAZOS, conforme ar go 142, §1º e 2º, da lei 11.101/2005:
Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do
Comitê, se houver, ordenará que se proceda à alienação do a vo em uma das
seguintes modalidades:
I – leilão, por lances orais;
II – propostas fechadas;
III – pregão.
§ 1o A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que trata este
ar go será antecedida por publicação de anúncio em jornal de ampla
circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens
móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis,
facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o amplo
conhecimento da venda.
§ 2o A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, ainda que seja inferior ao
valor de avaliação.
§ 3o No leilão por lances orais, aplicam-se, no que couber, as regras da Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
§ 4o A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a entrega, em
cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no dia,
hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o auto respec vo,
assinado pelos presentes, e juntando as propostas aos autos da falência.
§ 5o A venda por pregão cons tui modalidade híbrida das anteriores,
comportando 2 (duas) fases:
I – recebimento de propostas, na forma do § 3o deste ar go;
II – leilão por lances orais, de que par ciparão somente aqueles que
apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior
proposta ofertada, na forma do § 2o deste ar go.

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§ 6o A venda por pregão respeitará as seguintes regras:
I – recebidas e abertas as propostas na forma do § 5o deste ar go, o juiz
ordenará a no ficação dos ofertantes, cujas propostas atendam ao requisito
de seu inciso II, para comparecer ao leilão;
II – o valor de abertura do leilão será o da proposta recebida do maior ofertante
presente, considerando-se esse valor como lance, ao qual ele fica obrigado;
III – caso não compareça ao leilão o ofertante da maior proposta e não seja
dado lance igual ou superior ao valor por ele ofertado, fica obrigado a prestar a
diferença verificada, cons tuindo a respec va cer dão do juízo tulo
execu vo para a cobrança dos valores pelo administrador judicial.
§ 7o Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público será in mado
pessoalmente, sob pena de nulidade.
ALTERNATIVA C – INCORRETO o prazo. Não confundir o prazo de dez dias para apresentação do
relatório final da falência com o prazo de trinta dias para apresentação de contas ao juiz, previstos
respec vamente nos ar gos 155 e 154 da lei 11.101/2005:
Art. 154. Concluída a realização de todo o a vo, e distribuído o produto entre
os credores, o administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo
de 30 (trinta) dias.
§ 1o As contas, acompanhadas dos documentos comprobatórios, serão
prestadas em autos apartados que, ao final, serão apensados aos autos da
falência.
§ 2o O juiz ordenará a publicação de aviso de que as contas foram entregues e
se encontram à disposição dos interessados, que poderão impugná-las no
prazo de 10 (dez) dias.
§ 3o Decorrido o prazo do aviso e realizadas as diligências necessárias à
apuração dos fatos, o juiz in mará o Ministério Público para manifestar-se no
prazo de 5 (cinco) dias, findo o qual o administrador judicial será ouvido se
houver impugnação ou parecer contrário do Ministério Público.
§ 4o Cumpridas as providências previstas nos §§ 2o e 3o deste ar go, o juiz
julgará as contas por sentença.
§ 5o A sentença que rejeitar as contas do administrador judicial fixará suas
responsabilidades, poderá determinar a indisponibilidade ou o seqüestro de
bens e servirá como tulo execu vo para indenização da massa.
§ 6o Da sentença cabe apelação.
Art. 155. Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o
relatório final da falência no prazo de 10 (dez) dias, indicando o valor do a vo e
o do produto de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos

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aos credores, e especificará jus ficadamente as responsabilidades com que
con nuará o falido.
Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença.
Parágrafo único. A sentença de encerramento será publicada por edital e dela
caberá apelação.
ALTERNATIVA D – INCORRETA, consoante ar go 158 da lei 11.101/2005, muito recorrente em provas:
Art. 158. Ex ngue as obrigações do falido:
I – o pagamento de todos os créditos;
II – o pagamento, depois de realizado todo o a vo, de mais de 50% (cinqüenta
por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da
quan a necessária para a ngir essa porcentagem se para tanto não bastou a
integral liquidação do a vo;
III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da
falência, se o falido não ver sido condenado por prá ca de crime previsto
nesta Lei;
IV – o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência,
se o falido ver sido condenado por prá ca de crime previsto nesta Lei.

61. Quanto a recuperação judicial, assinale a alterna va correta:


(A) Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas
a vidades há mais de 2 (dois) anos e que, dentre outros requisitos, não tenha, há pelo menos oito anos, ob do
concessão de recuperação judicial com base no plano especial para microempresas e empresas de pequeno
porte.
(B) A pe ção inicial de recuperação judicial deve ser instruída com as demonstrações contábeis dos cinco úl mos
exercícios sociais, sendo compostas pelo balanço patrimonial e pela demonstração dos prejuízos acumulados.
Tais documentos permanecerão à disposição do juízo e do administrador judicial, vedada a divulgação a terceiros,
sob pena de responsabilidade.
(C) O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias
da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em
falência. Referido plano não poderá prever prazo superior a um ano para pagamento dos créditos rela vos a
legislação trabalhista e acidentes de trabalho, nem prazo superior a trinta dias para pagamento dos créditos de
natureza salarial vencidos nos três meses anteriores ao pedido, limitados a cinco salários mínimos por
trabalhador.
(D) O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação unânime por
todas as classes de credores, desde que obtenha, alterna vamente: o voto favorável de credores que
representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembléia, independentemente de
classes; a aprovação de 2 (duas) das classes de credores ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores
votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; ou ainda, na classe que o houver rejeitado, o voto favorável
de mais de 2/3 (dois terços) dos credores.
_________________________________________________________________________________________
RESPOSTA: C

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COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A – INCORRETA. O prazo de oito anos foi alterado pela Lei Complementar 147/2014,
passando a ser de cinco anos. Remetemos o leitor aos demais requisitos do ar go 48 da lei
11.101/2005, questão recorrente em provas:
Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do
pedido, exerça regularmente suas a vidades há mais de 2 (dois) anos e que
atenda aos seguintes requisitos, cumula vamente:
I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas ex ntas, por sentença
transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, ob do concessão de recuperação
judicial;
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, ob do concessão de recuperação
judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
(Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio
controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
§ 1o A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge
sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.
(Renumerado pela Lei nº 12.873, de 2013)
§ 2o Tratando-se de exercício de a vidade rural por pessoa jurídica, admite-se
a comprovação do prazo estabelecido no caput deste ar go por meio da
Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que
tenha sido entregue tempes vamente. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)
ALTERNATIVA B – INCORRETA, consoante ar go 51 da lei 11.101/2005. Eis mais um ar go muito
recorrente em provas de concursos, razão pela qual remetemos a leitura:
Art. 51. A pe ção inicial de recuperação judicial será instruída com:
I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das
razões da crise econômico-financeira;
II – as demonstrações contábeis rela vas aos 3 (três) úl mos exercícios
sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas
com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas
obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o úl mo exercício social;

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d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação
de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a
classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o
regime dos respec vos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de
cada transação pendente;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respec vas
funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o
correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes
de pagamento;
V – cer dão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o
ato cons tu vo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens par culares dos sócios controladores e dos
administradores do devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas
eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos
de inves mento ou em bolsas de valores, emi dos pelas respec vas
ins tuições financeiras;
VIII – cer dões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio
ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este
figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a es ma va dos
respec vos valores demandados.
§ 1o Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares,
na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo,
do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer
interessado.
§ 2o Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste ar go, as
microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e
escrituração contábil simplificados nos termos da legislação específica.
§ 3o O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se
referem os §§ 1o e 2o deste ar go ou de cópia destes.
ALTERNATIVA C – CORRETA - conforme ar gos 53 e 54 da lei 11.101/2005:
Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no
prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que
deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em

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falência, e deverá conter:
I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados,
conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo;
II – demonstração de sua viabilidade econômica; e
III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e a vos do devedor,
subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos
credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para
a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei.
Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1
(um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho
ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de
recuperação judicial.
Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30
(trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por
trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3
(três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial.
ALTERNATIVA D – INCORRETA, na forma dos ar gos 58, §1º da lei 11.101/2005:
Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação
judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos
do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credores
na forma do art. 45 desta Lei.
§ 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não
obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma
assembléia, tenha ob do, de forma cumula va:
I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de
todos os créditos presentes à assembléia, independentemente de classes;
II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta
Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a
aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;
III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um
terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei.
§ 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o
deste ar go se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores
da classe que o houver rejeitado.

Recomendamos também a leitura do ar go 45, rela vo às deliberações sobre o plano de

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recuperação:

Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as


classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta.

§ 1o Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a
proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade
do valor total dos créditos presentes à assembléia e, cumula vamente, pela
maioria simples dos credores presentes.

§ 2o Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta


deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes,
independentemente do valor de seu crédito. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 147, de 2014)

§ 3o O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de
verificação de quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial não
alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito.

62. Marque a alterna va correta no que tange o direito societário:


(A) Impõe a Lei n° 6.404/76 que, ao final de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercan l da companhia, as demonstrações financeiras que estabelece e que deverão exprimir com
clareza a situação do patrimônio da companhia além das mutações ocorridas no exercício. Ademais, as
companhias abertas, e somente elas, devem apresentar, também, a demonstração do valor adicionado.
(B) Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos
respondem solidariamente pela integralização do capital social. Pela exata es mação de bens conferidos ao
capital social respondem subsidiariamente os sócios, até o prazo de dez anos da data da cons tuição da
sociedade.
(C) A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas rela vas à
sociedade anônima, operando-se sob denominação. O diretor des tuído ou exonerado con nua, durante um
ano a contar da no ficação dos acionistas, responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração.
(D) Na sociedade coopera va - que tem como caracterís cas a variabilidade, a intransferibilidade das quotas do
capital social, salvo por herança, a distribuição dos resultados proporcionalmente ao valor das operações
efetuadas pelo sócio com a sociedade e a divisibilidade do fundo de reserva entre os sócios em caso de
dissolução- , a responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: A

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COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A – CORRETA, em conformidade com o ar go 176, inciso V, da lei 6404/76:


Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na
escrituração mercan l da companhia, as seguintes demonstrações financeiras,
que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as
mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de
2007)
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela
Lei nº 11.638,de 2007)
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos
valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior.
ALTERNATIVA B – INCORRETA, consoante ar go 1055, §1º do CC:
Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo
uma ou diversas a cada sócio.
§ 1o Pela exata es mação de bens conferidos ao capital social respondem
solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro
da sociedade.
§ 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.
Obs.: recomendadíssima a leitura seca do CC no que se refere ao direito societário.
ALTERNATIVA C – INCORRETA, conforme se verifica no ar go 1091, §3º do CC:
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em
ações, regendo-se pelas normas rela vas à sociedade anônima, sem prejuízo
das modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou
denominação.
Art. 1.091. Somente o acionista tem qualidade para administrar a sociedade e,
como diretor, responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da
sociedade.
§ 1o Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois
de esgotados os bens sociais.
§ 2o Os diretores serão nomeados no ato cons tu vo da sociedade, sem
limitação de tempo, e somente poderão ser des tuídos por deliberação de

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acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social.
§ 3o O diretor des tuído ou exonerado con nua, durante dois anos,
responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração.
Art. 1.092. A assembléia geral não pode, sem o consen mento dos diretores,
mudar o objeto essencial da sociedade, prorrogar-lhe o prazo de duração,
aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures, ou partes
beneficiárias.
ALTERNATIVA D – INCORRETA, conforme ar go 1094 do CC:
Art. 1.093. A sociedade coopera va reger-se-á pelo disposto no presente
Capítulo, ressalvada a legislação especial.
Art. 1.094. São caracterís cas da sociedade coopera va:
I - variabilidade, ou dispensa do capital social;
II - concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a
administração da sociedade, sem limitação de número máximo;
III - limitação do valor da soma de quotas do capital social que cada sócio
poderá tomar;
IV - intransferibilidade das quotas do capital a terceiros estranhos à
sociedade, ainda que por herança;
V - quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número
de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado;
VI - direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a
sociedade, e qualquer que seja o valor de sua par cipação;
VII - distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações
efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao
capital realizado;
VIII - indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso
de dissolução da sociedade.
Art. 1.095. Na sociedade coopera va, a responsabilidade dos sócios pode ser
limitada ou ilimitada.
§ 1o É limitada a responsabilidade na coopera va em que o sócio responde
somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações
sociais, guardada a proporção de sua par cipação nas mesmas operações.
§ 2o É ilimitada a responsabilidade na coopera va em que o sócio responde
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
Art. 1.096. No que a lei for omissa, aplicam-se as disposições referentes à
sociedade simples, resguardadas as caracterís cas estabelecidas no art. 1.094.

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63. Assinale a alterna va correta no que se refere o direito de propriedade industrial:
(A) Após o protocolo de um pedido de patente de invenção, o período de sigilo determinado pela Lei n.º 9.279/96
é de 18 (dezoito) meses contados da data de depósito ou da prioridade mais an ga, quando houver, após o que
será publicado, salvo em se tratando de objeto de interesse à defesa nacional, que não está sujeito às publicações
previstas em lei.
(B) Novo método cirúrgico desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro pode ser patenteado, desde
que atenda aos requisitos de novidade, a vidade inven va e aplicação industrial, sendo considerado como
“novo” quando não es ver compreendido no estado da técnica.
(C) São direitos morais do autor, dentre outros, o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra; o de
conservar a obra inédita; o de modificar a obra, antes ou depois de u lizada; o de re rar de circulação a obra ou
de suspender qualquer forma de u lização já autorizada, quando a circulação ou u lização implicarem afronta à
sua reputação e imagem, direitos esses transmissíveis aos seus sucessores.
(D) A nulidade da patente poderá ser declarada administra vamente, desde que instaurado o processo a
requerimento de qualquer interessado no prazo de doze meses contados do depósito do pedido de registro. Caso
seja ex nta a patente, o processo de nulidade também se ex nguirá, por perda superveniente de objeto.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

ALTERNATIVA A – CORRETA - ar gos 30 e 75 da lei 9279/96:


Art. 30. O pedido de patente será man do em sigilo durante 18 (dezoito)
meses contados da data de depósito ou da prioridade mais an ga, quando
houver, após o que será publicado, à exceção do caso previsto no art. 75.
§ 1º A publicação do pedido poderá ser antecipada a requerimento do
depositante.
§ 2º Da publicação deverão constar dados iden ficadores do pedido de
patente, ficando cópia do relatório descri vo, das reivindicações, do resumo e
dos desenhos à disposição do público no INPI.
§ 3º No caso previsto no parágrafo único do art. 24, o material biológico tornar-
se-á acessível ao público com a publicação de que trata este ar go.
(...)
Art. 75. O pedido de patente originário do Brasil cujo objeto interesse à
defesa nacional será processado em caráter sigiloso e não estará sujeito às
publicações previstas nesta Lei.
§ 1º O INPI encaminhará o pedido, de imediato, ao órgão competente do Poder
Execu vo para, no prazo de 60 (sessenta) dias, manifestar-se sobre o caráter

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sigiloso. Decorrido o prazo sem a manifestação do órgão competente, o pedido
será processado normalmente.
§ 2º É vedado o depósito no exterior de pedido de patente cujo objeto tenha
sido considerado de interesse da defesa nacional, bem como qualquer
divulgação do mesmo, salvo expressa autorização do órgão competente.
§ 3º A exploração e a cessão do pedido ou da patente de interesse da defesa
nacional estão condicionadas à prévia autorização do órgão competente,
assegurada indenização sempre que houver restrição dos direitos do
depositante ou do tular. (Vide Decreto nº 2.553, de 1998)
ALTERNATIVA B – INCORRETA, posto que, conforme ar go 10 da lei 9279/96, não são patenteáveis as
técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos:
Art. 8º É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de novidade,
a vidade inven va e aplicação industrial.
Art. 9º É patenteável como modelo de u lidade o objeto de uso prá co, ou
parte deste, susce vel de aplicação industrial, que apresente nova forma ou
disposição, envolvendo ato inven vo, que resulte em melhoria funcional no
seu uso ou em sua fabricação.
Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de u lidade:
I - descobertas, teorias cien ficas e métodos matemá cos;
II - concepções puramente abstratas;
III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis,
financeiros, educa vos, publicitários, de sorteio e de fiscalização;
IV - as obras literárias, arquitetônicas, ar s cas e cien ficas ou qualquer
criação esté ca;
V - programas de computador em si;
VI - apresentação de informações;
VII - regras de jogo;
VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos
terapêu cos ou de diagnós co, para aplicação no corpo humano ou animal; e
IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados
na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma
de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.
Art. 11. A invenção e o modelo de u lidade são considerados novos quando
não compreendidos no estado da técnica.
§ 1º O estado da técnica é cons tuído por tudo aquilo tornado acessível ao

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público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita
ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior, ressalvado o
disposto nos arts. 12, 16 e 17.
§ 2º Para fins de aferição da novidade, o conteúdo completo de pedido
depositado no Brasil, e ainda não publicado, será considerado estado da
técnica a par r da data de depósito, ou da prioridade reivindicada, desde que
venha a ser publicado, mesmo que subseqüentemente.
§ 3º O disposto no parágrafo anterior será aplicado ao pedido internacional de
patente depositado segundo tratado ou convenção em vigor no Brasil, desde
que haja processamento nacional.
ALTERNATIVA C – INCORRETA - Embora todos os direitos apontados se traduzam em direitos morais do
autor, na forma do ar go 24 da lei 9610/96, nem todos são transmissíveis aos herdeiros, senão
vejamos:
Art. 24. São direitos morais do autor:
I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a autoria da obra;
II - o de ter seu nome, pseudônimo ou sinal convencional indicado ou
anunciado, como sendo o do autor, na u lização de sua obra;
III - o de conservar a obra inédita;
IV - o de assegurar a integridade da obra, opondo-se a quaisquer modificações
ou à prá ca de atos que, de qualquer forma, possam prejudicá-la ou a ngi-lo,
como autor, em sua reputação ou honra;
V - o de modificar a obra, antes ou depois de u lizada;
VI - o de re rar de circulação a obra ou de suspender qualquer forma de
u lização já autorizada, quando a circulação ou u lização implicarem afronta
à sua reputação e imagem;
VII - o de ter acesso a exemplar único e raro da obra, quando se encontre
legi mamente em poder de outrem, para o fim de, por meio de processo
fotográfico ou assemelhado, ou audiovisual, preservar sua memória, de forma
que cause o menor inconveniente possível a seu detentor, que, em todo caso,
será indenizado de qualquer dano ou prejuízo que lhe seja causado.
§ 1º Por morte do autor, transmitem-se a seus sucessores os direitos a que se
referem os incisos I a IV.
§ 2º Compete ao Estado a defesa da integridade e autoria da obra caída em
domínio público.
§ 3º Nos casos dos incisos V e VI, ressalvam-se as prévias indenizações a

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terceiros, quando couberem.
Logo, os direitos de modificar a obra e o de re rar de circulação ou suspender a u lização já autorizada,
não são transmi dos aos herdeiros.
ALTERNATIVA D – INCORRETA, conforme ar gos 51 da lei 9279/96:
Art. 50. A nulidade da patente será declarada administra vamente quando:
I - não ver sido atendido qualquer dos requisitos legais;
II - o relatório e as reivindicações não atenderem ao disposto nos arts. 24 e 25,
respec vamente;
III - o objeto da patente se estenda além do conteúdo do pedido originalmente
depositado; ou
IV - no seu processamento, ver sido omi da qualquer das formalidades
essenciais, indispensáveis à concessão.
Art. 51. O processo de nulidade poderá ser instaurado de o cio ou mediante
requerimento de qualquer pessoa com legí mo interesse, no prazo de 6
(seis) meses contados da concessão da patente.
Parágrafo único. O processo de nulidade prosseguirá ainda que ex nta a
patente.

Direito Tributário

64. Leia as afirmações e assinale a alterna va correta:


(A) O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital
pelo contribuinte do imposto, na forma da lei.
(B) O ICMS (Imposto sobre Operações rela vas à Circulação de Mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação) será não-cumula vo, compensando-se o que for
devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, desde que pelo mesmo Estado ou pelo Distrito
Federal.
(C) O ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mor s e Doação) compete ao Estado da situação do bem ou ao
Distrito Federal, rela vamente a bens imóveis e respec vos direitos, tulos e créditos.
(D) O ISS (Imposto sobre Serviços de qualquer natureza) tem suas alíquotas mínimas e máximas fixadas por lei
ordinária.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: A

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COMENTÁRIOS

ITEM A - CORRETO
Essa previsão consta do art. 153, par. 3º, IV, da Cons tuição Federal, acrescido pela Emenda
Cons tucional 42/2003:
“Art. 153. Compete à União ins tuir impostos sobre:
(...)
IV - produtos industrializados;
(...)
§ 3º O imposto previsto no inciso IV:
I - será sele vo, em função da essencialidade do produto;
II - será não-cumula vo, compensando-se o que for devido em cada operação
com o montante cobrado nas anteriores;
III - não incidirá sobre produtos industrializados des nados ao exterior.
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo
contribuinte do imposto, na forma da lei”.
ITEM B - ERRADO
O erro da asser va encontra-se em sua parte final “desde que pelo mesmo Estado ou pelo Distrito
Federal”, vez que é admissível a compensação com os valores cobrados nas operações anteriores seja
pelo mesmo Estado/DF, seja por outro Estado/DF:
“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal ins tuir impostos sobre:
(...)
II - operações rela vas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I - será não-cumula vo, compensando-se o que for devido em cada operação
rela va à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o
montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo
Distrito Federal”;
ITEM C - ERRADO
O erro da asser va encontra-se na expressão “ tulos e créditos”, pois, para estes, a competência para o
ITCMD será do Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou ver domicílio o doador, ou
ao Distrito Federal:

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“Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal ins tuir impostos sobre:
I - transmissão causa mor s e doação, de quaisquer bens ou direitos;
(...)
§ 1º O imposto previsto no inciso I:
I - rela vamente a bens imóveis e respec vos direitos, compete ao Estado da
situação do bem, ou ao Distrito Federal
II - rela vamente a bens móveis, tulos e créditos, compete ao Estado onde se
processar o inventário ou arrolamento, ou ver domicílio o doador, ou ao
Distrito Federal;
III - terá competência para sua ins tuição regulada por lei complementar:
a) se o doador ver domicilio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu
inventário processado no exterior;
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal”;
Em suma, são três as hipóteses básicas de competência para o ITCMD:
1ª hipótese: transmissão de bens imóveis e respec vos direitos Estado da situação do bem.
OBS: essa regra se aplica tanto para a transmissão por doação (inter vivos) como por herança (causa
mor s).
2ª hipótese: transmissão de bens móveis, tulos e créditos + sucessão causa mor sEstado em que se
processar o inventário ou arrolamento.
3ª hipótese: transmissão de bens móveis, tulos e créditos + doaçãoEstado em que ver domicílio o
doador
ITEM D - ERRADO
As alíquotas máxima e mínima do ISS deverão ser fixadas por lei complementar:
“Art. 156. Compete aos Municípios ins tuir impostos sobre:
(...)
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos
em lei complementar.
(...)
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste ar go, cabe à
lei complementar:
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas”;

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65. O Município não poderá exigir o ITBI (Imposto sobre Transmissão “Inter Vivos”, a qualquer tulo, por ato
oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão sica, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garan a,
bem como a cessão de direitos a sua aquisição) sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,
incorporação, cisão ou ex nção de pessoa jurídica, em razão do ins tuto denominado:
(A) isenção.
(B) alíquota zero.
(C) imunidade.
(D) não incidência simples.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

DICA: É corriqueiro, nas provas da VUNESP para a magistratura do TJ/RJ, dar-se uma determinada
situação e pedir a correlação com uns dos ins tutos (geralmente, imunidade, isenção, não incidência e
remissão).
Diante disso, faz-se imperioso discorrer um pouco sobre o conceito de cada um dos referidos ins tutos:
- Não incidência (pura e simples ou tout court) ocorre quando um determinado fato não é alcançado
pela regra geral da tributação.
Pode ocorrer basicamente em duas hipóteses:
a) O ente tributante deixa de definir determinada hipótese como de incidência tributária, mesmo
que o pudesse fazer.
b) O ente tributante, diante da delimitação cons tucional do fato gerador, não dispõe de
competência para definir determinada hipótese como de incidência do tributo.
- Imunidadetambém denominada pela doutrina de não incidência cons tucionalmente qualificada,
ocorre quando a própria Cons tuição delimita a competência do ente federa vo, expressamente
impedindo-o de definir determinadas situações como hipóteses de incidência.
- Isenção consiste na dispensa legal do pagamento do tributo. Ou seja, a Cons tuição autoriza que o
ente tribute determinada situação, mas este opta por ins tuir o tributo e dispensar seu pagamento em
determinadas situações, por meio de lei. É causa de exclusão do crédito tributário.
- Alíquota zero ocorre em casos em que o ente tributante tem competência para criar o tributo, ins tui
a exação, o fato gerador ocorre no mundo dos fatos, mas a correspondente obrigação tributária é nula
por uma questão de cálculo (mul plicação pela alíquota “zero”).
- RemissãoNa remissão, há tributação sobre determinada situação, ocorre o fato gerador, cons tui-se
o crédito tributário, mas este é posteriormente ex nto em razão da dispensa gratuita da dívida, feita
pelo credor em bene cio do devedor. Trata-se de causa de ex nção do crédito tributário.

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Fonte: As definições acima foram feitas com base na obra “Direito Tributário Esquema zado”, de
Ricardo Alexandre, 9.ed., Editora Método, 2015.
Como o caso previsto no enunciado da questão importa na não exigência do ITBI por uma vedação
cons tucional, que re ra da regra geral de tributação determinadas hipóteses, trata de uma
imunidade tributária.
Vale ressaltar que as imunidades tributárias sempre se cons tuem num impedimento, com sede
cons tucional, da cobrança do tributo, por meio da limitação da competência tributária,
independentemente da redação da nomenclatura no texto da CF/88.
Diante do exposto, a resposta correta é o item C.

66. Não se interpreta literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


(A) outorga de isenção.
(B) imposição de penalidade e sua graduação.
(C) suspensão ou exclusão do crédito tributário.
(D) dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

São clássicas as questões de concursos abordando as hipóteses de interpretação literal da legislação


tributária. O art. 111 do CTN elenca as situações:
“Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha
sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias”.
ITEM A – ERRADO
A outorga de isenção é uma das hipóteses de interpretação literal da legislação tributária, conforme
art. 111, II, do CTN.
ITEM B – CORRETO
A imposição de penalidade e sua graduação não é uma das causas de interpretação literal da legislação
tributária. Para tanto, é prevista a interpretação mais favorável ao acusado:

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“Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades,
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida
quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão
dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação”.
ITEM C - ERRADO
A suspensão ou exclusão do crédito tributário é uma das hipóteses de interpretação literal da legislação
tributária, conforme art. 111, I, do CTN.
ITEM D - ERRADO
A dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias é uma das hipóteses de interpretação
literal da legislação tributária, conforme art. 111, III, do CTN.

67. Em janeiro de 2012, Pedro recebeu em seu endereço carnê para pagamento do IPTU (Imposto sobre
Propriedade Predial e Territorial Urbana) referente a imóvel de sua propriedade, com vencimento para o dia 28 de
fevereiro daquele ano. No dia 20 de janeiro de 2012, Pedro efetuou o pagamento do tributo. Meses depois,
tomou conhecimento de que o Município lançara o tributo com a alíquota incorreta, o que levou ao pagamento a
maior do IPTU realmente devido. Considerando essa situação hipoté ca, Pedro:
(A) não poderá pedir a res tuição parcial do tributo, haja vista que não procedeu ao prévio protesto.
(B) terá o direito de pleitear a res tuição parcial do tributo no prazo de 05 (cinco) anos, até 27 de fevereiro de
2017.
(C) terá o direito de pleitear a res tuição parcial do tributo no prazo de 02 (dois) anos, até 27 de fevereiro de 2014.
(D) terá o direito de pleitear a res tuição parcial do tributo no prazo de 05 (cinco) anos, até 19 de janeiro de 2017.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

O direito à res tuição (repe ção de indébito) tem lugar nos casos de pagamento indevido previstos no
art. 165 do CTN:
“Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio
protesto, à res tuição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do

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seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do ar go 162, nos seguintes
casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o
devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou
circunstâncias materiais do fato gerador efe vamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável,
no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de
qualquer documento rela vo ao pagamento;
III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória”.
Os prazos para pleitear a res tuição, por sua vez, estão elencados no art. 168 do CTN:
“Art. 168. O direito de pleitear a res tuição ex ngue-se com o decurso do
prazo de 5 (cinco) anos, contados:
I - nas hipótese dos incisos I e II do ar go 165, da data da ex nção do crédito
tributário; (Vide art. 3 da LCp nº 118, de 2005)
II - na hipótese do inciso III do ar go 165, da data em que se tornar defini va a
decisão administra va ou passar em julgado a decisão judicial que tenha
reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória”.
ITEM A - ERRADO
Consoante previsto expressamente no caput do art. 165 do CTN, o direito à res tuição ocorre
independentemente de prévio protesto.
Dessa forma, como o caso hipoté co enquadra-se na previsão do inciso II do citado art. 165, Pedro tem,
sim, direito à res tuição parcial, em razão do valor que foi pago a maior a tulo de IPTU, em decorrência
do uso da alíquota incorreta.
ITEM B - ERRADO
O prazo geral para pleitear a res tuição do indébito tributário é, de fato, de 05 (cinco) anos, mas a
questão encontra-se incorreta em razão do seu termo inicial.
Como disposto no inciso I do art. 168, o termo inicial para a contagem dos 05 (cinco) anos é a data da
ex nção do crédito tributário.
Para a resolução, tem que se observar que o IPTU foi lançado de o cio. É um dos clássicos exemplos de
lançamento tributário de o cio. Confira-se o enunciado sumular abaixo do STJ:
Súmula 397. O contribuinte do IPTU é no ficado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço.
Ou seja, a simples remessa do carnê de pagamento do IPTU ao endereço do contribuinte configura
no ficação de lançamento.
Para os tributos lançados de o cio, a ex nção do crédito tributário ocorre na data do pagamento. Esse
é o entendimento do STJ (AgRg no REsp 601.111/CE).

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Como o pagamento deu-se em 20 de janeiro de 2012, esse é o termo inicial do quinquídio legal, e não o
dia do vencimento do tributo. Eis a razão da asser va estar incorreta.
ITEM C - ERRADO
O prazo para pedido de repe ção do indébito tributário é de 05 (cinco) anos, consoante comentários
feitos ao item anterior.
Na verdade, é de 02 (dois) anos o prazo para propositura de ação anulatória da decisão administra va
que denega a res tuição:
“Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administra va
que denegar a res tuição.
Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação
judicial, recomeçando o seu curso, por metade, a par r da data da in mação
validamente feita ao representante judicial da Fazenda Pública interessada”.
ITEM D - CORRETO
Vide comentários ao item “B”.

68. A respeito da sucessão empresarial e da consequente sucessão tributária, assinale a alterna va correta, a teor
do entendimento do STJ:
(A) A responsabilidade da sucessora não abrange as multas, sejam de caráter puni vo ou moratório, por serem
consequência de responsabilidade pessoal do infrator.
(B) A responsabilidade da sucessora abrange os tributos e as multas moratórias devidos pela sucedida, mas não as
multas puni vas.
(C) A responsabilidade da sucessora abrange os tributos, as multas moratórias e as multas puni vas devidos pela
sucedida.
(D) A sucessão tributária abrange tão somente os créditos tributários defini vamente cons tuídos e os em curso
de cons tuição à data dos atos sucessórios, mas não engloba os créditos tributários posteriormente cons tuídos,
ainda que rela vos a obrigações tributárias surgidas até a referida data.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

A sucessão empresarial está prevista nos arts. 132 e 133 do CTN:


“Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão,
transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos
tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado

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fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste ar go aplica-se aos casos de ex nção de
pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respec va
a vidade seja con nuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio,
sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra,
por qualquer tulo, fundo de comércio ou estabelecimento comercial,
industrial ou profissional, e con nuar a respec va exploração, sob a mesma ou
outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos,
rela vos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou
a vidade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou
iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova a vidade no
mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão”.
Conforme previsto nos disposi vos acima transcritos, a sucessão empresarial, nos termos indicados,
também gera a sucessão tributária, e o art. 129 do CTN define o alcance da mesma:
“Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários
defini vamente cons tuídos ou em curso de cons tuição à data dos atos nela
referidos, e aos cons tuídos posteriormente aos mesmos atos, desde que
rela vos a obrigações tributárias surgidas até a referida data”.
Por muito tempo, a doutrina se dividiu quanto à inclusão, ou não, das multas moratórias e puni vas na
referida sucessão tributária.
O STJ, consolidando entendimento que já possuía há um bom tempo, editou no ano de 2015 enunciado
sumular que espanca qualquer dúvida sobre o tema:
Súmula 554. Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não
apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou puni vas referentes a
fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.
ITEM A – ERRADO
Como visto da Súmula 554 do STJ, a sucessão tributária decorrente de sucessão empresarial abrange as
multas moratórias e puni vas devidas pela sucedida.
ITEM B – ERRADO
Como visto da Súmula 554 do STJ, a sucessão tributária decorrente de sucessão empresarial abrange as
multas moratórias e puni vas devidas pela sucedida.
ITEM C – CORRETO

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É o que preceitua a Súmula 554 do STJ.
ITEM D – ERRADO
A asser va contraria o expresso teor do art. 129 do CTN, que inclui na sucessão os créditos ainda não
cons tuídos à sua data, mas referentes a obrigações tributárias surgidas até então.

Direito Ambiental

69. Segundo dispõe a Cons tuição, bem como a Legislação que rege a matéria:
(A) A localização das usinas nucleares deve ser objeto de lei federal específica, podendo a lei ambiental estadual
ou distrital regular o funcionamento das a vidades nucleares.
(B) No Brasil, não há a aplicação imediata nem a existência de um direito-dever fundamental ao ambiente
ecologicamente equilibrado, dado o tratamento genérico conferido pela CF ao direito de todos ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
(C) Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
(D) As condutas e a vidades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão, as pessoas sicas infratoras, a
sanções penais e administra vas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: C

COMENTÁRIOS

A presente questão aborda diversos temas inerentes ao Direito Ambiental trazidos no texto
cons tucional. A cobrança dos disposi vos cons tucionais é recorrente em quase a unanimidade dos
certames.
A alterna va correta, “c”, traz a literalidade do ar go 225, § 2º, da CR/88. Tal disposi vo não vem sendo
muito exigido nos úl mos certames, entretanto, diante dos recentes desastres relacionados com a
mineração, deve-se atentar para ele e seus respec vos desdobramentos.
Vamos às demais alterna vas:
Item A - Art. 225, CF. (...) § 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em LEI FEDERAL, sem o que não poderão ser instaladas.
Item B - Por se tratar o meio ambiente de direito fundamental, este tem aplicação imediata, nos termos
do art. 5º, § 1º da CF: "As normas definidoras dos direitos e garan as fundamentais têm aplicação
imediata".
Item D – Art. 225. (...) §3º As condutas e a vidades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas sicas ou jurídicas, a sanções penais e administra vas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.

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70. De acordo com a Lei 12651/12 (Novo Código Florestal), no que se refere à supressão da vegetação para uso
alterna vo do solo, pode-se afirmar, EXCETO:
(A) É permi da a conversão de vegetação na va para uso alterna vo do solo no imóvel rural que possuir área
abandonada.
(B) No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que contemplem a u lização de espécies
na vas do mesmo bioma onde ocorreu a supressão.
(C) O requerimento de autorização de supressão de que trata o caput conterá, no mínimo, as informações
rela vas à localização do imóvel, das Áreas de Preservação Permanente, da Reserva Legal e das áreas de uso
restrito, por coordenada geográfica, com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel; a
reposição ou compensação florestal; a u lização efe va e sustentável das áreas já conver das; e o uso alterna vo
da área a ser desmatada.
(D) Nas áreas passíveis de uso alterna vo do solo, a supressão de vegetação que abrigue espécie da flora ou da
fauna ameaçada de ex nção, segundo lista oficial publicada pelos órgãos federal ou estadual ou municipal do
Sisnama, ou espécies migratórias, dependerá da adoção de medidas compensatórias e mi gadoras que
assegurem a conservação da espécie.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS

A questão trouxe um texto longo e cansa vo sobre o tema proposto, buscando esgotar o candidato
com trechos de letra de lei confusos e pouco conhecidos, trazendo pequenas alterações na alterna va
considerada correta. In casu, o tema proposto encontra-se no Capítulo V do Novo Código Florestal e
aborda os ar gos 26 a 28 do Codex. O erro da alterna va 'a' – gabarito da questão – está ao afirmar ser
permi do, quando, na verdade, não é permi da a conversão de vegetação na va para uso alterna vo
do solo no imóvel rural que possuir área abandonada.
Vamos aos ar gos:
Art. 26. A supressão de vegetação na va para uso alterna vo do solo, tanto de
domínio público como de domínio privado, dependerá do cadastramento do
imóvel no CAR, de que trata o art. 29, e de prévia autorização do órgão estadual
competente do Sisnama.
o
§ 1 (VETADO).
§ 2o (VETADO).
o
§ 3 No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados projetos que
contemplem a u lização de espécies na vas do mesmo bioma onde ocorreu a
supressão.
§ 4o O requerimento de autorização de supressão de que trata o caput conterá,

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no mínimo, as seguintes informações:
I - a localização do imóvel, das Áreas de Preservação Permanente, da Reserva
Legal e das áreas de uso restrito, por coordenada geográfica, com pelo menos
um ponto de amarração do perímetro do imóvel;
II - a reposição ou compensação florestal, nos termos do § 4o do art. 33;
III - a u lização efe va e sustentável das áreas já conver das;
IV - o uso alterna vo da área a ser desmatada.
Art. 27. Nas áreas passíveis de uso alterna vo do solo, a supressão de
vegetação que abrigue espécie da flora ou da fauna ameaçada de ex nção,
segundo lista oficial publicada pelos órgãos federal ou estadual ou municipal
do Sisnama, ou espécies migratórias, dependerá da adoção de medidas
compensatórias e mi gadoras que assegurem a conservação da espécie.
Art. 28. Não é permi da a conversão de vegetação na va para uso alterna vo
do solo no imóvel rural que possuir área abandonada.

71. A Lei 11.105/05, que regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Cons tuição Federal, estabelece
normas de segurança e mecanismos de fiscalização de a vidades que envolvam organismos gene camente
modificados – OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura a Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Polí ca Nacional de Biossegurança – PNB, e dá outras
providências.
Em relação ao referido diploma, é CORRETO afirmar que:
(A) Não é crime u lizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art. 5o desta Lei, se sujeitando tal
conduta a embargo da a vidade.
(B) No que se refere à responsabilidade civil e administra va regulamentada na Lei de Biossegurança, sem
prejuízo da aplicação das penas previstas nesta Lei, os responsáveis pelos danos ao meio ambiente e a terceiros
responderão, solidariamente, por sua indenização ou reparação integral, independentemente da existência de
culpa.
(C) O presente diploma cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, vinculado ao Congresso Nacional,
sendo um órgão de assessoramento superior para a formulação e implementação da Polí ca Nacional de
Biossegurança – PNB.
(D) Toda ins tuição que u lizar técnicas e métodos de engenharia gené ca ou realizar pesquisas com OGM e seus
derivados poderá criar uma Comissão Interna de Biossegurança - CIBio, sendo facultada à comissão indicar um
técnico principal responsável para cada projeto específico.
_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: B

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COMENTÁRIOS

A presente questão trata de diversos disposi vos da Lei 11.105/05, que foram propositadamente
alterados para confundir o aluno. A alterna va 'b', correta, trata da literalidade do ar go 20 da referida
Lei. Segue os comentários e o texto legal rela vo às demais alterna vas.
Item A – Trata-se de crime pificado no Art. 24 (U lizar embrião humano em desacordo com o que
dispõe o art. 5o desta Lei: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa).
Item C – A vinculação é à Presidência. Trata-se de legislação que regulamenta a vidade de
o
administração, por isso, não faz sen do tal órgão se vincular ao Congresso: Art. 8 Fica criado o
Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, vinculado à Presidência da República, órgão de
assessoramento superior do Presidente da República para a formulação e implementação da Polí ca
Nacional de Biossegurança – PNB.;
Item D – Tanto a comissão técnica, quanto a indicação do técnico responsável são obrigatórios: Art. 17.
Toda ins tuição que u lizar técnicas e métodos de engenharia gené ca ou realizar pesquisas com OGM
e seus derivados deverá criar uma Comissão Interna de Biossegurança - CIBio, além de indicar um
técnico principal responsável para cada projeto específico.

72. Acerca da responsabilidade por danos ambientais, considere as seguintes afirma vas:

I. A responsabilidade civil é obje va, vale dizer, prescinde da comprovação do elemento da culpa, mas não do
nexo causal entre a conduta e o dano ambiental.

II. A responsabilidade civil por danos ambientais funda-se na teoria do risco integral, o que a torna obje va,
admi ndo-se tão somente as excludentes do caso fortuito e da força maior.

III. Segundo entendimento recente do STJ é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por crime
ambiental desde que também a pessoa sica seja responsabilizada, consoante a “teoria da dupla imputação”.

IV. No caso de danos ocorrentes no armazenamento de resíduos sólidos perigosos, a responsabilidade civil recai
solidariamente sobre o responsável pelo armazenamento e pelo gerador do resíduo.

Está correto o que contém nas afirma vas:

(A) I e III

(B) II e III

(C) II e IV

(D) I e IV

_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: D

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A presente questão trata do tema responsabilidade ambiental, em especial, as responsabilidades civil e


penal. No item 04, trata-se da responsabilidade sobre os danos decorrentes do inadequado manejo
dos resíduos sólidos.
De um modo simples e resumido, sabemos que, consoante se vê do art. 225 da CR/88, bem como
diante da doutrina mais abalizada, temos que a responsabilidade civil por dano ambiental é obje va
(ou seja, independente de culpa), bem como com risco integral (não admite excludentes). Não se
olvide, entretanto, a necessidade de se comprovar o dano e o nexo, lembrando que a responsabilidade
obje va apenas age no elemento subje vo culpa. Assim, tem-se que o item I está correto, e que a
afirma va II está errada.
No que se refere à afirma va III, é de se destacar que em meados de 2015, o STJ, curvando-se a posição
adotada pelo STF, entendeu desnecessária a responsabilização penal da pessoa sica para se
responsabilizar a pessoa jurídica, afastando-se, assim, a teoria da dupla imputação. Vejamos:
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. DESNECESSIDADE DE DUPLA
IMPUTAÇÃO EM CRIMES AMBIENTAIS.
É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos
ambientais independentemente da responsabilização concomitante da
pessoa sica que agia em seu nome. Conforme orientação da Primeira Turma
do STF, “O art. 225, § 3º, da Cons tuição Federal não condiciona a
responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea
persecução penal da pessoa sica em tese responsável no âmbito da empresa.
A norma cons tucional não impõe a necessária dupla imputação” (RE 548.181,
Primeira Turma, DJe 29/10/2014). Diante dessa interpretação, o STJ modificou
sua anterior orientação, de modo a entender que é possível a
responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa sica que
agia em seu nome. Precedentes citados: RHC 53.208-SP, Sexta Turma, DJe
1º/6/2015; HC 248.073-MT, Quinta Turma, DJe 10/4/2014; e RHC 40.317-SP,
Quinta Turma, DJe 29/10/2013. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 6/8/2015, DJe 13/8/2015.

Assim, conclui-se que a afirma va III está equivocada.

Por fim, temos que a afirma va IV demanda uma análise conjunta de vários disposi vos da Lei
12305/10 (ar gos: "3º, XVII”, “20”, “24” e “27”) para se concluir pela responsabilização solidária entre o
responsável pelo armazenamento e o gerador do resíduo.

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73. A Lei 6938/81 dispõe sobre a Polí ca Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e
aplicação, e dá outras providências, sendo que, em seu ar go 2º, afirma-se que “a Polí ca Nacional do Meio
Ambiente tem por obje vo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida,
visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional
e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios”. São princípios listados nos incisos
do referido ar go 2º, EXCETO:

(A) ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso cole vo.

(B) controle e zoneamento das a vidades potencial ou efe vamente poluidoras.

(C) acompanhamento do estado da qualidade ambiental.

(D) estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas rela vas ao uso e manejo de
recursos ambientais.

_________________________________________________________________________________________

RESPOSTA: D

COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão propositadamente maldosa, que traz três dos dez incisos do ar go 2º da Lei
6938/81 nas três primeiras alterna vas, e o inciso II do ar go 4º da mesma lei, que já trata dos obje vos
da polí ca nacional do meio ambiente e não dos princípios.
A banca VUNESP é bem parecida com a banca FCC nas questões de Direito Ambiental, na medida em
que segue um padrão de “letra de lei”, abordando, entretanto, temas mais comuns, trazendo apenas
uma ou outra questão mais complicada. Nesse sen do, chamamos a atenção para a necessidade de
leitura da letra de lei.
Ressalte-se, por fim, que na legislação ambiental, quando a lei tratar de princípios tratará de uma
maneira mais geral, ao passo que “os obje vos” ou “as metas” vêm acompanhada de expressões mais
obje vas como “estabelecimento de critérios...”
Vamos aos ar gos:
Art. 2º. A Polí ca Nacional do Meio Ambiente tem por obje vo a preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos
interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,
atendidos os seguintes princípios:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando
o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente
assegurado e protegido, tendo em vista o uso cole vo;

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II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representa vas;
V - controle e zoneamento das a vidades potencial ou efe vamente
poluidoras;
VI - incen vos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso
racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da
comunidade, obje vando capacitá-la para par cipação a va na defesa do
meio ambiente.
Art. 4º - A Polí ca Nacional do Meio Ambiente visará:
I - à compa bilização do desenvolvimento econômico social com a preservação
da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental rela va à qualidade
e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do
Distrito Federal, do Territórios e dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de
normas rela vas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia s nacionais orientadas
para o uso racional de recursos ambientais;
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de
dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública
sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio
ecológico;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas á sua
u lização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a
manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela u lização de
recursos ambientais com fins econômicos.

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Direito Administra vo

74. Assinale a alterna va CORRETA:

(A) Ainda nas licitações de âmbito internacional, as propostas de preços dos licitantes brasileiros devem ser feitas
em moeda nacional.

(B) Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes e abertas as propostas, não cabe desclassificá-los por
nenhum mo vo relacionado com a habilitação.

(C) O julgamento das propostas será obje vo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite
realizá-lo em conformidade com os pos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório
e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e
pelos órgãos de controle.

(D) A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou
com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de anulabilidade do ato.

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RESPOSTA: C

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O item correto é o C que traz a transcrição literal do caput do art. 44 da Lei 8666/93.
O item A está errado, pois o §1° do art. 42 da Lei 8.666/93 dispõe que:
“Quando for permi do ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda
estrangeira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro”
O item B estaria correto, se não fosse a exceção trazida pelo próprio ar go, mas silenciada pela
alterna va. Vejamos o que diz o art. 43, § 5° da Lei de Licitações:
“Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as
propostas (inciso III), não cabe desclassificá-los por mo vo relacionado com a
habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o
julgamento.”
O item D está errado, pois, de acordo com o art. 50 da Lei 8666/93, o contrato realizado com preterição
da ordem de classificação será NULO e não ANULÁVEL, senão vejamos:
“A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento
licitatório, sob pena de nulidade”

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75. Analise as seguintes asser vas:

I – As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efe vo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos
em lei, des nam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

II – Os vencimentos dos cargos do Poder Legisla vo e do Poder Execu vo não poderão ser superiores aos pagos
pelo Poder Judiciário.

III – A proibição de acumular cargos públicos estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público.

(A) Apenas I está correta

(B) Apenas II está correta.

(C) Apenas III está correta.

(D) Apenas II está errada

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RESPOSTA: D

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O item I está correto, pois é o que dispõe o art. 37, inciso V, da CF.
O item II está incorreto, pois, de acordo com o inciso XII do art. 37 da CF, “Os vencimentos dos cargos do
Poder Legisla vo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Execu vo”.
O item III está correto de acordo com o art. 37, inciso XVII da CF.

76. De acordo com a Lei de Improbidade Administra va, julgue os itens a seguir:

I - Cons tui infração administra va e gera direito à indenização civil a representação por ato de improbidade
contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

II – A perda da função pública e a suspensão dos direitos polí cos só se efe vam com o trânsito em julgado da
sentença condenatória.

III – A aplicação das sanções previstas nesta lei independe da efe va ocorrência de dano ao patrimônio público,
salvo quanto à pena de ressarcimento, bem como da aprovação ou rejeição das contas pelo Tribunal ou Conselho
de Contas.

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(A) Apenas I e II estão corretas.

(B) Apenas I e III estão corretas.

(C) Apenas II e III estão corretas.

(D) Todas estão corretas.

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RESPOSTA: C

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O item I está incorreto, pois, de acordo com o art. 19 caput da Lei de Improbidade Administra va – LIA – tal
conduta cons tui crime, sujeita a detenção, sem prejuízo, de acordo com o parágrafo único, da responsabilidade
civil.

O item II está correto, conforme art. 20 da LIA.

O item III está correto, conforme art. 21 da LIA.

77. Sobre contratos administra vos, assinale a alterna va incorreta:

(A) O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas
dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de
licitação, e faculta vo nos demais em que a Administração puder subs tuí-lo por outros instrumentos hábeis, tais
como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

(B) É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou re rar o
instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive
quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação
independentemente da cominação de sanção administra va legalmente prevista.

(C) Decorridos 45 (quarenta e cinco) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação,
ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

(D) É permi do a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do respec vo processo licitatório e,
a qualquer interessado, a obtenção de cópia auten cada, mediante o pagamento dos emolumentos devidos.

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RESPOSTA: C

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O item errado é o C, pois, conforme o §3° do art. 64 o prazo par que haja a convocação após a entrega
das propostas é de 60 dias, e não 45, como trazido pela alterna va.
O item A está correto, conforme art. 62 da Lei 8.666/93.
O item B está correto, pois é exatamente o que dispõe o §2° do art. 64 da Lei de Licitações.
O item D está correto, conforme art. 63 da Lei de Licitações.

78. Sobre servidores públicos, julgue os itens a seguir:

I – Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias
interpoladamente, durante o prazo de doze meses.

II - O prazo prescricional da ação disciplinar começa a correr da data do fato punido com sanção disciplinar.

III - A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final
proferida por autoridade competente.

(A) Apenas I e II estão incorretas.

(B) Apenas I e III estão incorretas.

(C) Apenas II e III estão incorretas.

(D) Nenhuma está correta.

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RESPOSTA: A

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O item I está incorreto, pois, de acordo com o art. 138 da Lei 8112/90: “Configura abandono de cargo a
ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecu vos”
O item II está incorreto, pois, conforme o §1° do art. 142 da Lei 8112/90, o prazo prescricional começa a
correr do dia em que o fato se tornou conhecido.
O item III está correto, conforme §3° do art. 142 da Lei 8112/90.

79. Diversas são as teorias criadas para explicar a atuação dos agentes públicos. Assinale a que faz a real
correspondência entre o nome da teoria com a sua explicação:

(A) Segundo a teoria da presentação, o agente público seria considerado mandatário do Estado, ou seja,
expressando a vontade do Estado.

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(B) Segundo a teoria do órgão, o Estado seria equiparado a um incapaz sendo o agente público o seu
representante legal para todos os fins.

(C) Segundo a teoria da representação, somente os agentes públicos concursados estariam aptos a
representarem o Estado, já que somente seus atos poderiam ser imputados ao Estado.

(D) Segundo a teoria do órgão, o agente público funciona como um “braço” estatal, uma extensão do Estado, uma
forma de expressão voli va estatal.

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RESPOSTA: D

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O item correto é o D, veja a explicação abaixo:


De acordo com Rafael Rezende de Oliveira, em seu Curso de Direito Administra vo, o Estado, como se
sabe, é uma criação do Direito e não dispõe de vontade própria. Por essa razão, o Estado deve atuar por
meio dos agentes públicos para sa sfazer as necessidades cole vas.
Diversas teorias procuraram explicar a relação entre o Estado e os agentes públicos que compõem os
centros internos de competência. As três teorias mais citadas são as seguintes:
a) teoria do mandato: o agente público seria considerado mandatário do Estado. A principal crí ca
apontada para essa teoria é o fato de o Estado não dispor de vontade própria para cons tuir
mandatário;
b) teoria da representação: o agente público seria representante do Estado. Essa teoria não prevaleceu
por duas razões: equiparou o Estado ao incapaz, que precisa de representação, e, caso houvesse,
realmente, uma representação, os atos do representante, que exorbitassem dos poderes de
representação, não poderiam ser imputados ao Estado (representado);
c) teoria do órgão: a par r da analogia entre o Estado e o corpo humano, entende-se que o Estado
também atua por meio de órgãos. Os órgãos públicos seriam verdadeiros “braços” estatais. Com isso, a
ideia de representação é subs tuída pela noção de imputação voli va: a atuação dos agentes públicos,
que compõem os órgãos públicos, é imputada à respec va pessoa estatal. Trata-se de teoria atribuída
ao jurista alemão O o Gierke.
Em virtude da prevalência da teoria do órgão, os centros de competências despersonalizados do Estado são
chamados de órgãos públicos. O princípio da imputação voli va, atrelada à teoria do órgão, tem importância
fundamental no tema da responsabilidade civil do Estado, pois este será responsável pelos danos causados na
atuação dos órgãos públicos (os órgãos, por serem despersonalizados, não possuem, em regra, capacidade
processual).

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80. Acerca da competência administra va, de acordo com a Lei 9784/99, julgue os itens a seguir:

I – A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administra vos a que foi atribuída como própria, salvo
os casos de delegação.

II – Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter norma vo, a decisão de recursos
administra vos e as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

III – Inexis ndo competência legal específica, o processo administra vo deverá ser iniciado perante a autoridade
de maior grau hierárquico para decidir.

(A) Apenas I e II estão incorretas

(B) Apenas I e III estão incorretas.

(C) Apenas II e III estão incorretas.

(D) Todas estão corretas.

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RESPOSTA: B

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O item I está incorreto, pois está incompleto, já que o art. 11 da Lei 9784/99 dispõe que “A competência
é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administra vos a que foi atribuída como própria, salvo os casos
de delegação e avocação legalmente admi dos“.
O item II está correto, conforme art. 13 da Lei 9784/99.
O item III está incorreto, pois o art. 17 da Lei 9784/99 dispõe exatamente o contrário, ou seja:
“Inexis ndo competência legal específica, o processo administra vo deverá ser iniciado perante a
autoridade de menor grau hierárquico para decidir.”

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