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1. Introdução à microbiologia
Sistemas vivos:
1. Compartimentalização e metabolismo: as células captam os nutrientes a partir do
meio ambiente, realizam sua transformação e eliminam os produtos de excreção no
meio. Portanto, a célula é um sistema aberto.
2. Reprodução (crescimento): os compostos químicos captados do meio ambiente são
transformados em novas células sob o controle genético das células preexistentes.
3. Diferenciação: algumas células podem formar novas estruturas celulares, como um
esporo, normalmente como parte de um ciclo de vida celular.
4. Comunicação: as células comunicam-se ou interagem por meio de compostos
químicos que são liberados ou captados.
5. Movimentação: algumas células são capazes de realizar a autopropulsão.
6. Evolução: as células contem genes e evoluem de forma a apresentar novas
propriedades biológicas. As árvores filogenéticas revelam as relações evolutivas entre
as células.
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divisões celulares. O ambiente onde uma população microbiana vive é denominado
hábitat. As populações celulares vivem e interagem com outras populações, em
organizações denominadas comunidades microbianas. A diversidade e abundância de
microrganismos em uma comunidade são controladas pelos recursos (nutrientes) e
pelas condições (temperatura, pH, teor de oxigênio e assim por diante) existentes no
ambiente. As comunidades, juntamente com os constituintes físicos e químicos de seu
meio, formam ecossistemas, fortemente influenciados e controlados pelas atividades
microbianas.
Todas as células são construídas de forma similar, sendo provável que tenham
descendido de uma célula ancestral comum, o ancestral universal de toda a vida. As
primeiras entidades autorreplicantes podem ter sido pequenas moléculas de RNA,
porém, ao final, a evolução selecionou a célula como a melhor solução estrutural para
sustentar as características fundamentais da vida. Uma vez que as primeiras células se
originaram a partir de matérias inanimadas, seu crescimento e sua divisão subsequentes
formaram populações de células, e estas começaram a interagir na forma de
comunidades microbianas.
Atmosfera anóxica (rica em CO2, N2 e alguns gases) => microrganismos
anaeróbios => células metanogênicas => evolução de organismos fototróficos, como
bactérias púrpuras (armazenam energia a partir da luz solar) => cianobactérias =>
processo longo e lento de oxigenação => evolução de formas de vida multicelulares.
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formando uma massa denominada nucleoide (covalentemente fechado e circular na
maioria dos procariotos). A maioria dos procariotos possui apenas um único
cromossomo, por essa razão, eles normalmente contêm somente uma única cópia de
cada gene, sendo, portanto, geneticamente haplóides. Vários procariotos também
apresentam pequenas quantidades de DNA circular extracromossomal, denominados
plasmídeos – estes normalmente contêm propriedades especiais às células (tais como
capacidades metabólicas únicas). Eles diferem dos genes essenciais (housekeeping), os
quais são necessários às funções básicas de sobrevivência e estão localizados no
cromossomo.
ENERGIA
1. Quimiorganotróficos: obtêm energia a partir de compostos químicos
orgânicos. A energia é obtida a partir da oxidação do composto, sendo armazenada na
célula na forma do composto rico em energia adenosina trifosfato (ATP). Alguns
microrganismos podem obter energia a partir de compostos orgânicos somente na
presença de oxigênio, sendo denominados organismos aeróbios; outros extraem a
energia somente na ausência de oxigênio, sendo os anaeróbios.
2. Quimiolitotróficos: são capazes de utilizar a energia presente em compostos
inorgânicos. A quimiolitotrofia é um processo encontrado apenas em procariotos, sendo
amplamente distribuído entre as espécies de Bacteria e Archaea. Corresponde a boa
estratégia metabólica, visto que não tem competição com os quimiorganotróficos, e que
os compostos oxidados correspondem a produtos de excreção dos outros.
3. Fototróficos: os microrganismos fototróficos contêm pigmentos que os
permitem utilizar a luz como uma fonte de energia, portanto, suas células são coloridas.
Estes não necessitam de compostos químicos como uma fonte de energia; estes
sintetizam ATP as custas da energia solar. Tal propriedade é uma significativa vantagem
metabólica, uma vez que não há qualquer tipo de competição. Duas formas principais
de fototrofia são conhecidas em procariotos. Em uma forma, denominada fotossíntese
oxigênica, há produção de oxigênio (cianobactérias, algas e seus parentes filogenéticos).
A outa forma, a fotossíntese anoxigênica, é realizada por bactérias púrpuras e verdes e
não resulta na produção de O2. No entanto, ambos os grupos utilizam a luz para produzir
ATP.
FONTE DE CARBONO
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Heterotróficos e autotróficos: as células microbianas podem ser heterotróficas,
quando requerem um ou mais compostos orgânicos como sua fonte de carbono, ou
autotróficas, as quais utilizam CO2 como fonte de carbono. Por definição, os organismos
quimiorganotróficos são heterotróficos. Ao contrário, a maioria dos quimiolitotróficos
e, virtualmente, todos os fototróficos são autotróficos.
2.3 Bacteria
2.4 Archaea
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Embora todas as Archaea sejam quimiotróficas, Halobacterium pode utilizar a luz
para sintetizar ATP, mas de uma forma bastante distinta dos organismos fototróficos.
Euryarchaeota
Contém três grupos de organismos com fisiologia distintas: metanogênicos,
halófilos extremos e os termoacidófilos. Os metanogênicos são anaeróbios estritos, e
seu metabolismo é único, visto que a energia é obtida durante a produção de metano
(gás natural). Os halófilos extremos normalmente requerem oxigênio, e são agrupados
pela necessidade de grandes quantidades de NaCl para seu metabolismo e reprodução.
Já alguns termoacidófilos, como Thermoplasma, apresenta membrana citoplasmática,
sendo desprovido de parede celular, exibindo maior crescimento em temperaturas
moderadamente elevadas e baixo pH.
Crenarchaeota
A grande maioria dos cultivados é hipertermófila. Estes organismos são
quimiolitotróficos ou quimiorganotróficos, e desenvolvem-se em ambientes de alta
temperatura, como fontes termais e fendas hidrotermais.
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hidrofóbicas, sendo que cálcio e magnésio auxiliam na estabilização, visto que formam
ligações iônicas com as cargas negativas dos fosfolipídeos.
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Embora algumas moléculas hidrofóbicas possam atravessar a membrana por
difusão, moléculas polares e carregadas não são capazes de atravessá-la, requerendo
transportadores. A água é capaz de penetrar livremente, visto que é suficientemente
pequena para passar entre os fosfolipídeos. Além disso, existem as proteínas
transportadoras chamadas aquaporinas. As proteínas transportadoras realizam mais
que o transporte de substancias, elas acumulam solutos contra um gradiente de
concentração. O sistema de transporte mediado por carreadores exibe várias
propriedades: efeito de saturação; alta especificidade; biossíntese de proteínas
transportadoras é regulada pela célula.
TRANSPORTE:
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membrana. A energia é oriunda do fosfoenolpiruvato, e o sistema, de uma certa forma,
prepara a glicose para sua entrada imediata nessa principal via metabólica.
Funções – rigidez e resistência para suportar pressões, tais como as provocadas pelo
transporte, e evitar a lise celular.
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LISOZIMA E PROTOBLASTOS
A lisozima é a enzima que cliva as ligações glicosídicas β (1-4) entre a N-
acetilglicosamina e o ácido N-acetilmurâmico do peptideoglicano, enfraquecendo a
parede. Em seguida ocorre a entrada de água na célula, que sofre um intumescimento,
podendo romper-se.
O protoblasto (bactéria que perdeu sua parede) é formado quando um soluto
incapaz de penetrar na célula, como a sacarose, é adicionado a uma suspensão contendo
lisozima de forma a equilibrar as concentrações interna e externa, e então a água não
penetra na célula e não ocorre lise, porém a lisozima digere o peptideoglicano,
removendo assim a parede celular. Embora a maioria dos procariotos seja incapaz de
sobreviver na natureza sem suas paredes, vários exibem essa capacidade – são os
micoplasmas, um grupo de bactérias patogênicas, e as Thermoplasma (Archaea).
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Embora a principal função da membrana externa seja estrutural, uma
importante propriedade consiste em ser tóxica aos animais, como por exemplo,
Salmonella, Shigella e Escherichia. As propriedades tóxicas são associadas a camada LPS,
particularmente ao lipídeo A.
Contrariamente à membrana citoplasmática, a membrana externa é
relativamente permeável a moléculas pequenas, devido a presença de porinas, que
atuam como canais, permitindo a entrada e saída de substâncias hidrofílicas de baixa
massa molecular. Porém, ainda assim, não é permeável a enzimas ou outras moléculas
grandes. De fato, umas das funções da membrana externa consiste em impedir a difusão
de proteínas localizadas externamente à membrana citoplasmática – região
denominada periplasma. Essa região pode contar classes diferentes de proteínas, como
enzimas hidrolíticas, proteínas de ligação e quimiorreceptores.
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3.4.5 Endósporos
São células altamente diferenciadas, resistentes ao calor, produtos químicos
fortes e radiação, atuando assim como estruturas de sobrevivência que permitem ao
organismo resistis a situações difíceis, incluindo temperaturas extremas, dessecamento
ou carência nutricional. São também estruturas para dispersão pelo vento, água, ou
através do trato gastrointestinal. As bactérias formadoras de endósporo são
encontradas no solo, sendo Bacillus e Clostridium as mais estudadas.
Durante a formação, uma célula vegetativa é convertida na estrutura resistente
que não exibe crescimento. As células não esporulam quando em crescimento ativo,
mas sim quando o crescimento cessa devido à exaustão de um nutriente essencial. O
processo da conversão em uma célula vegetativa ocorre em 3 etapas: ativação,
germinação e extrusão.
1. Ativação: aquecimento dos endósporos por alguns minutos em temperaturas
elevadas, mas não letais;
2. Germinação: nutrição específica, como aminoácidos (como alanina);
3. Extrusão: intumescimento decorrente da captação de água e síntese de novo RNA,
proteínas e DNA, iniciando seu crescimento.
O esporo apresenta estrutura distinta da célula vegetativa, visto que apresenta:
uma camada proteica, delgada e envoltória (exospório); camadas de proteínas
específicas (capas do esporo); córtex abaixo da capa, que consiste em peptideoglicano
exibindo ligações cruzadas frouxas; e o cerne no interior do córtex, o qual contém a
parede do cerne, membrana citoplasmática, citoplasma, nucleoide, ribossomos e outros
constituintes. Assim, ele difere principalmente em relação às estruturas externas. Uma
substância característica é o ácido dipicolínico (cerne), que, em conjunto com o cálcio,
atua reduzindo a disponibilidade água no interior, auxiliando assim na desidratação,
além de estabilizar o DNA contra a desnaturação térmica.
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3.5 Locomoção
3.5.1 Flagelos e motilidade
- Superfícies sólidas e semissólidas;
- Movimento natatório;
- Flagelos são apêndices longos e finos, com uma extremidade livre, podendo ligar-se às
células em diferentes padrões;
- Apresentam filamentos compostos por várias copias da proteína flagelina;
- A base apresenta uma região mais larga, denominada gancho, composto por um único
tipo de proteína e conecta o filamento à porção motora na base;
- Energia através da força próton motiva: movimento de prótons através da membrana
citoplasmática promove a rotação do flagelo.
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complexo proteico de adesão é formado em um dos polos, permanecendo em uma
posição fixa na superfície a medida que a célula desliza para frente (direção oposta da
célula) (Myxococcus); movimento das proteínas na superfície celular (Flavobacterium).
- Apresenta relevância ecológica, pois permite que a célula explore novos recursos de
interaja com outras células.
4. Nutrição
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células consistam principalmente em H, O, C, N, P e S, pelo menos 50 elementos
químicos são metabolizados de alguma forma por microrganismos.
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São compostos orgânicos que compartilham com os metais traço o fato de
serem necessários somente em pequenas quantidades e apenas por alguns organismos.
Incluem vitaminas, aminoácidos, purinas e pirimidinas.
5. Metabolismo e energética
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Substância reduzida: aceptor de elétrons.
Coenzima A
- Outro composto de alta energia;
-A energia liberada da sua hidrólise é conservada na síntese de ATP.
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5.5.1.1 A glicólise como um exemplo de fermentação
A substância fermentada em uma fermentação atua tanto como doadora como
receptora de elétrons. Ácidos graxos, por exemplo, são muito reduzidos para serem
fermentáveis, enquanto outros compostos são fermentescíveis.
Uma via comum de fermentação da glicose é a glicólise, ou via de Embden-
Meyerhof. É um processo anaeróbio, e pode ser dividida em três estágios.
1. Reações preparatórias: não são reações redox e não liberam energia, mas levam a
produção de 2 moléculas de um intermediário, o gliceraldeído 3-fosfato. Ocorre a
fosforilação da glicose pelo ATP, originando glicose 6-fosfato, a qual é convertida em
frutose 6-fostato. Uma segunda fosforilação leva a produção de frutose 1,6-
bifosfato. A aldolase cliva a frutose 1,6-bifosfato em moléculas de 3 carbonos –
gliceraldeído 3-fosfato e di-hidroxiacetona fosfato. Nessa etapa as reações incluem
o consumo de ATP e ocorrem sem reações redox.
2. Produção de NAD, ATP e piruvato: oxidação do gliceraldeído 3-fosfato em ácido 1,3-
bifosfoglicérico; redução de NAD+ a NADH (gliceraldeído 3-fosfato desidrogenase.
Simultaneamente, cada molécula de gliceraldeído 3-fosfato é fosforilada pela adição
de uma molécula de Pi. Nessa etapa, 2 moléculas de ATP foram consumidas (estágio
1) e 4 foram sintetizadas.
3. Consumo de NAD e formação dos produtos: durante a formação das duas moléculas
de ácido 1,3-bifosfoglicérico, 2 moléculas de NAD+ são reduzidas a NADH, que é
novamente oxidado a NAD+, e ocorre então, a redução de piruvato a produtos de
fermentação.
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5.5.1.2 Respiração e carreadores de elétrons associados à membrana
A fermentação ocorre anaerobicamente na ausência de aceptores externos de
elétrons, liberando somente uma quantidade relativamente pequena de energia. Por
outro lado, na presença de O2 ou de outro aceptor terminal de elétrons, a geração de
produtos de fermentação não é necessária e a glicose pode ser totalmente oxidada a
CO2.
Os sistemas de transporte de elétrons estão associados à membrana, e
desempenham duas funções: medeiam a transferência de elétrons do doador primário
ao aceptor terminal; conservam parte da energia liberada no processo, utilizando-a na
síntese de ATP. Ex de carreadores: NADH-desidrogenases, flavoproteinas, citocromos e
quinonas (não proteicas).
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5.5.1.4 O fluxo do carbono na respiração: o ciclo do ácido cítrico
- A respiração de glicose
As etapas iniciais envolvem as mesmas etapas bioquímicas descritas na glicólise;
todas as etapas da glicose ao piruvato são as mesmas. No entanto, enquanto na
fermentação o piruvato é reduzido e convertido a produtos de fermentação que são
subsequentemente excretados, na respiração o piruvato é oxidado a CO2 – ciclo do ácido
cítrico. Inicialmente o piruvato é descarboxilado, levando à produção de CO2, NADH e a
substância de alta energia, acetil-Coa. O grupo acetil da acetil-Coa combina-se ao
composto de quatro carbonos, oxalacetato, formando ácido cítrico. Uma série de
reações de hidratação, descarboxilação e oxidação ocorrem em seguida, sendo
formadas duas moléculas adicionais de CO2, mais três de NADH, e uma de FADH.
Finalmente, o oxalacetato é regenerado, e retorna como um aceptor de acetil,
completando assim o ciclo.
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- Liberação de CO2 e combustível para o transporte de elétrons
Para cada molécula de piruvato oxidada no ciclo do ácido cítrico, três moléculas
de CO2 são liberadas. Os elétrons liberados durante a oxidação enzimática dos
intermediários do ciclo são transferidos a NAD+, formando NADH. É nesse aspecto que
a fermentação e a respiração diferenciam-se. Em vez de serem utilizados para reduzir o
piruvato, como na fermentação, na respiração, os elétrons de NADH e FADH são
transferidos ao oxigênio por meio da cadeia de transporte de elétrons. Assim, a presença
de um aceptor de elétrons (O2) na respiração permite a oxidação total da glicose a CO2,
com uma produção de energia muito maior. Portanto, enquanto somente 2 ATP são
produzidos por glicose fermentada nas fermentações, 38 ATP podem ser produzidos
pela respiração da mesma molécula de glicose, levando a CO2.
6. Crescimento microbiano
6.1 Divisão da célula bacteriana
6.1.1 Crescimento celular e fissão binária
Crescimento é definido como aumento no número de células, e esse processo
depende de um grande número e de uma ampla variedade de tipos de reações químicas.
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Em uma célula bacilar em crescimento, a elongação prossegue até a célula
dividir-se em duas novas células, processo denominado fissão binária. As células
elongam-se até atingirem aproximadamente o dobro do seu comprimento original,
quando então formam uma partição que separa a célula em duas células filhas (septo).
Tal repartição é resultante do crescimento da membrana e da parede para o interior da
célula, em direções opostas. Por definição, quando uma célula divide-se formando duas,
ocorreu uma geração. Durante este período, todos os constituintes celulares aumentam
proporcionalmente, visto que cada célula filha recebe um cromossomo e cópias
suficientes de ribossomos e de todos os outros complexos macromoleculares,
monômeros e íons inorgânicos, permitindo sua existência. A partição da molécula de
DNA replicada entre as duas células filhas depende da ligação do DNA à membrana
citoplasmática ser mantida durante a divisão, com a formação do septo levando à
separação dos cromossomos, um para cada célula filha.
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O DNA é replicado antes do anel FtsZ, o qual é formado no espaço entre os
nucleoides duplicados, pois antes da segregação dos nucleoide, eles bloqueiam
efetivamente a formação do anel FtsZ. A localização correta do anel é faciltada pelas
proteínas Min (C, D e E). MinD é requerida para posicionar MinC, e ambas em conjunto
inibem a divisão celular, ao impedirem a formação do anel. MinE também oscila de um
polo para o outro, deslocando MinC e D durante sua movimentação. Pelo fato de MinC
e D permanecerem por mais tempo nos polos, normalmente o centro da célula exibe
menor concentração dessas proteínas, correspondendo ao sítio mais permissivo para a
montagem do anel, o qual define o plano de divisão. À medida que a elongação
prossegue e a iniciação do septo é iniciada, as duas cópias dos cromossomos são
separadas e encaminhadas. FtsK e várias outras atuam no processo. Simultaneamente à
constrição celular, o anel começa a sofrer despolimerização, promovendo a invaginação
dos componentes da parede para formar o septo e separar as duas células filhas.
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Obs: penicilina inibe a transpeptidação.
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6.4 Outros fatores ambientais que afetam o crescimento
pH
Cada microrganismo possui uma faixa de pH em que o crescimento é possível e
um pH ótimo bem definido. A maioria dos ambientes naturais apresenta valores de pH
entre 4 e 9, são os organismos cujo valores ótimos situam-se nessa faixa os mais comuns.
- Acidófilos: crescimento ótimo em pH baixo, normalmente abaixo de 6. Quando o pH é
levado à neutralidade, as membranas são destruídas, com as células sofrendo lise.
- Alcalifílicos: crescimento ótimo em pH 9, ou superior.
- O pH ótimo para o crescimento de qualquer organismo é uma medida do pH
extracelular, visto que o pH intracelular deve permanecer relativamente próximo à
neutralidade, a fim de evitar a destruição das macromoléculas.
- Tampões são adicionados a fim de manter o pH relativamente constante.
Efeitos osmóticos
A disponibilidade de água não depende somente do conteúdo aquoso absoluto
do ambiente, isso é, quão úmido ou seco ele pode ser, mas é também em função da
concentração de solutos.
A disponibilidade de água é expressa em termos como a atividade de água (a w),
a qual é definida como a razão entre a pressão de vapor do ar em equilíbrio com a
solução, em relação ao vapor da água pura. A água difunde-se por osmose, e, como o
citoplasma apresenta concentração de solutos superior ao meio externo, a água tende
a difundir-se para o interior da célula. Nessas condições, diz-se que a água está em
equilíbrio aquoso positivo.
- Halófilos: organismos que apresentam crescimento ótimo na atividade de água do mar
(3% NaCl).
- Osmófilos: capazes de sobreviver em ambientes ricos em açúcares como soluto.
- Xerófilos: crescem em ambientes extremamente secos.
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Oxigênio
O oxigênio é pouco solúvel em água e, devido às atividades respiratórias
constantes em hábitats aquáticos ou úmidos, o O2 pode ser rapidamente exaurido.
Assim, hábitats anóxicos são comuns.
- Aeróbios: capazes de crescer em grandes tensões de O2 (ar – 21%), respirando oxigênio
em seu metabolismo. Muitos podem tolerar concentrações elevadas de O2. Os
facultativos podem crescer em ambientes tanto óxicos como anóxicos.
- Microaerófilos: são aeróbios capazes de utilizar O2 somente quando ele está presente
em níveis inferiores ao do ar.
- Anaeróbios: não são capazes de respirar oxigênio. Os aerotolerantes toleram e crescem
na presença de O2, porém sem utilizá-lo. Os anaeróbios obrigatórios são inibidos ou
mesmo mortos pelo O2 (incapacidade de detoxificar alguns dos produtos originados no
metabolismo de O2).
O oxigênio é um poderoso oxidante e o melhor aceptor de elétrons na
respiração. Contudo, pode ser tóxico para anaeróbios obrigatórios.
Formas tóxicas de O2: O2-, H2O2 e OH. Todos são formados na redução de O2 a H2O.
A enzima catalase ataca o H2O2, originando oxigênio e água. Outra enzima que
destrói tal composto é a peroxidase, que se difere por requerer um redutor para sua
atividade e por originar somente água como produto. O superóxido (O2-) é destruído
pela superóxido dismutase, produzindo H2O2 e oxigênio. Esta última atua em conjunto
com a catalase, promovendo a conversão de superóxido em oxigênio e água.
6.5 Biofilmes
As superfícies são importantes hábitats microbianos, pois mantém os nutrientes
adsorvidos, e desse modo, contém mais recursos do que as células planctônicas
(existência flutuante) e por permitir a aderência das bactérias.
Biofilmes são organizações de células bacterianas aderidas a uma superfície,
envoltas por uma matriz adesiva excretada pelas células. A matriz normalmente é uma
mistura de polissacarídeos, porém pode conter proteínas e até mesmo ácidos nucleicos.
Os biofilmes aprisionam os nutrientes necessários ao crescimento microbiano e ajudam
a impedir o destacamento das células de superfícies presentes. A adesão de uma célula
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a uma superfície é um sinal para a expressão de genes específicos do biofilme. Esses
genes codificam proteínas que sintetizam moléculas de sinalização intercelular,
iniciando a formação da matriz. Uma vez comprometida com a formação do biofilme,
uma célula previamente natatória perde seus flagelos, torando-se imóveis.
- Vantagens: mecanismo de autodefesa; faz com que as células permaneçam em um
nicho favorável; permitem que as células vivam em estreita associação; aumenta as
possibilidades de permuta genética.
7. Diversidade metabólica
7.1 Fototrofia
É a utilização da luz como fonte de energia. O principal processo biológico na
Terra é a fotossíntese – a conversão da energia luminosa em energia química. A maioria
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dos organismos fototróficos é também autotrófica, capaz de crescer a partir da
utilização de CO2 como fonte de carbono.
- Fotoautotrofia: a energia obtida a partir da luz é utilizada na redução de CO 2 a
compostos orgânicos.
- Fotoheterotrofia: utilização de carbono orgânico como fonte de carbono.
A fotossíntese requer pigmentos sensíveis a luz, as clorofilas, responsáveis pela
absorção da energia luminosa e início da conversão fotossintética da energia, resultando
em ATP.
A fotoautotrofia requer dois conjuntos de reações: a produção de ATP e a
redução de CO2 a compostos celulares. Para o crescimento autotrófico, a energia é
fornecida pelo ATP, enquanto os elétrons necessários à redução de CO2 são oriundos do
NADH ou NADPH. Eles são produzidos pela redução de NAD + por elétrons originados a
partir de doadores. A oxidação de H2O produz O2 como subproduto – fotossíntese
oxigênica. No entanto muitas bactérias não oxidam água e não produzem O2, sendo o
processo denominado fotossíntese anoxigênica.
7.2 Autotrofia
É o processo pelo qual CO2 é assimilado como fonte de carbono.
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7.3 Quimiolitotrofia
Grupo de organismos que obtêm energia a partir da oxidação de compostos
inorgânicos. A maioria das bactérias quimiolitotróficas é também capaz de obter seu
carbono a partir do CO2, sendo também autotrófica. A geração de ATP em
quimiolitotróficos é também similar àquela observada em quimiorganotróficos, exceto
pelo fato de o doador de elétrons ser inorgânico ao invés de orgânico. O poder redutor
é obtido de duas maneiras: diretamente do composto inorgânico, caso ele apresente
um potencial redutor baixo, ou por reações de transporte reverso de elétrons, se o
doador for mais eletropositivo que o NADH.
OXIDAÇÃO DE H2
- Geração de ATP por força próton motiva;
- Catalisada pela hidrogenase;
OXIDAÇÃO DO ENXOFRE
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- Compostos mais comuns: H2S, S0, S203-2;
OXIDAÇÃO DO FERRO
NITRIFICAÇÃO
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7.4 Fixação do nitrogênio gasoso
A capacidade de fixar N2 liberta o organismo da dependência de amônia ou
nitrato. Além disso, certas formas de fixação de nitrogênio são de enorme importância
agrícola, pois fornecem o nitrogênio necessário a culturas, como a soja.
Ex: Azotobacter, Agrobacterium, Pseudomonas.
No processo, o N2 é reduzido a amônia, sendo ela convertida a forma orgânica,
processo catalisado pelo complexo chamado nitrogenase.
7.5.1 Fermentações
Diversos ambientes são anóxicos, fazendo com que a decomposição da matéria
ocorra anaerobicamente. Se nesses hábitats não existirem fontes adequadas de
aceptores de elétrons, como SO4-2, Fe3+ e NO3-, os compostos são catabolizados por meio
da fermentação. Na fermentação, a síntese de ATP ocorre por meio de reações de
fosforilação em nível de substrato.
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FERMENTAÇÃO DO ÁCIDO LÁCTICO
- Bactérias Gram-positivas;
- Padrões: homofermentativo (um único produto – ácido láctico); heterofermentativo
(outros produtos além do ácido, como etanol e CO2).
FERMENTAÇÃO ACÉTICA
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FERMENTAÇÃO PROPIÔNICA
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REDUÇÃO DE SULFATO E ENXOFRE
REDUÇÃO DE CO2
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CICLOS
8. Mecanismos de patogenicidade
Um hospedeiro é um organismo que alberga um parasita, outro organismo que
vive na superfície ou no interior do hospedeiro. Os parasitas microbianos são
denominados patógenos. A patogenicidade é a capacidade de um parasita provocar
danos. Um patógeno oportunista causa doença somente quando o hospedeiro não
apresenta resistência normal.
Infecção refere-se a qualquer situação em que um microrganismo se estabelece
e cresce no interior de um hospedeiro, quer este seja prejudicado ou não. Os
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hospedeiros animais oferecem ambientes favoráveis ao crescimento de vários
microrganismos, visto que são ricos em nutrientes orgânicos e fatores de crescimento
requeridos por quimiorganotróficos, fornecendo condições de pH, pressão osmótica e
temperatura controladas.
ADESÃO:
- Geralmente ocorre em rupturas ou ferimentos da pele ou das mucosas nos tratos
respiratório, digestório ou geniturinário;
- Camada limosa e cápsula podem ser importantes para adesão, além de proteger as
bactérias dos mecanismos de defesa, como a fagocitose.
- Fímbrias, pili e flagelos também podem atuar no processo;
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9. Biologia molecular
9.1 Estrutura do DNA
Bases nucleicas encontradas: adenina, guanina, citosina e timina. O esqueleto da
cadeia consiste em repetições alternadas de fosfato e da pentose desoxirribose;
conectada a cada açúcar, há uma dessas bases de ácido nucleico. O grupo fosfato que
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conecta as duas moléculas de açúcar liga-se ao carbono 3’ de um açúcar e ao carbono
5’ do açúcar adjacente. Em uma das extremidades de cada fita o açúcar apresenta um
fosfato ligado à hidroxila 5’, enquanto, na outra, apresenta um OH livre, na posição 3’.
É encontrado sob a forma de fita dupla, com bases complementares, em um
padrão antiparalelo. As duas fitas são torcidas formando uma dupla hélice.
Embora as pontes de hidrogênio entre os pares de bases sejam individualmente
muito fracas, um grande número dessas pontes mantém as fitas unidas. Se a
temperatura for elevada, as ligações de hidrogênio irão romper-se, sem haver, no
entanto, a quebra das ligações covalentes que mantém uma cadeia unida, resultando
na separação das fitas – DESNATURAÇÃO. DNA contendo alta porcentagem de pares GC
sofre desnaturação em temperaturas mais elevadas que uma molécula de tamanho
similar, contendo mais pares AT.
O superenovelamento submete a molécula de DNA a um estado de torção,
similar à tensão imposta a um elástico quando é torcido. Este processo pode ser
introduzido ou removido por enzimas chamadas topoisomerases. As topoisomerases de
classe I clivam uma das fitas permitindo a rotação. Após esse processo, o corte é selado.
A DNA girasse introduz supernovelamentos negativos no DNA.
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9.3 Síntese de RNA: transcrição
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