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Belém – Pará
2012
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Belém – Pará
2012
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Sumário
Bibliografia ........................................................................................................ 14
Anexos .............................................................................................................. 15
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O Movimento Feminista
O movimento estudantil,
Desde a 1984, além das ocupações de terra e marchas para pressionar pela
reforma agrária no país, o MST luta pelo acesso à educação pública, gratuita e de
qualidade em todos os níveis para a população do campo. Em toda a sua história, foram
conquistadas aproximadamente 2 mil escolas públicas nos acampamentos e
assentamentos em todo país, abrindo as portas do conhecimento para 160 mil crianças e
adolescentes Sem Terra.
Também foram formados mais de 4 mil professores. Nos últimos anos, foi
desencadeado um trabalho de alfabetização de jovens e adultos, que envolve a cada ano
2 mil educadores e mais de 28 mil educandos. Mais de 50 mil pessoas já aprenderam a
ler e escrever no MST, que defende que a escola esteja onde o povo está e,
consequentemente, os camponeses têm o direito e o dever de participar da construção do
seu projeto de escola.
Contra analfabetismo
História
formadas 550 turmas e 8000 educandos. Depois o projeto continuou por meio de
parcerias entre secretarias de educação e universidades nos estados.
Em 1997, aconteceu o 1ª Encontro Nacional de Educadores e Educadoras da
Reforma Agrária, que reuniu educadores, especialistas e trabalhadores sem-terra para
formular um plano de alfabetização no campo. Após o encontro, foi firmado um
convênio com universidades, governo federal para a criação do Programa Nacional de
Educação na Reforma Agrária, que promoveu projetos de alfabetização nos
assentamentos e acampamentos.
Logo, para o movimento MST, lutar por uma escola tem a mesma
importância do que lutar por terras, pois o movimento luta pela baixa taxa de
analfabetismo nos assentamentos rurais.
E, para que esta escola surgi-se houve a mobilização das famílias
pelo direito à uma escola digna como confirma Caldart (2000, p.145): “ As
primeiras a se mobilizar foram as mães e professoras, depois os pais e algumas
lideranças do Movimento. Aos poucos, as crianças vão tomando também lugar, e
algumas vezes à frente, nas ações necessárias para garantir sua própria escola.
Este é, de fato, o nascimento do trabalho com educação escolar no MST.
Aos poucos, estruturou-se o Setor de Educação em 1988, através
do 1º Encontro Nacional de Educação, no Espírito Santo.
Hoje em dia, segundo Morissawa (2001, p. 246-247), “ a educação
no MST é realizada em 23 estados e tem como frentes o ensino fundamental,
ensino médio, educação de jovens e adultos, formação de professores e ciranda
infantil.”
Este movimento está em constante evolução e busca cada vez mais uma
educação que associe teoria e prática, uma educação voltada para o trabalho e pelo
trabalho, conteúdos formativos socialmente úteis e uma realidade na produção do
conhecimento.
Dona Ana
Viviane
Teófila
fundos da casa. Havíamos sido informados por telefone, por Teófila, que era uma
reunião de planejamento e formação.
Teófila é uma mulher de baixa estatura, séria e direta, mas muito atenciosa.
Nos recebeu na área lateral da casa. Estava no Movimento desde 99, mas antes havia
sido funcionária pública em Ananindeua. Por roubos constantes ocorridos no terreno,
decidira se mudar em 2005, passando a residir no lote para plantio, onde cultivava
legumes, hortaliças e plantas ornamentais para venda. Também iniciara piscicultura e
criação de animais (galinhas e patos). Seu contato com o MST se deu ao hospedar em
sua casa integrantes do movimento, passando a se identificar e apoiar a causa.
Em seu relato, contou que anos atrás houve um incêndio que destruiu o seu
terreno e os terrenos próximos, quando então eram contemplados pelo CONAF. As 10
famílias que formavam o seu núcleo não receberam ajuda por parte da Prefeitura e
terminaram perdendo o projeto e os 12.000 reais que lhes eram destinados. Contou
ainda que a comunidade possuía um barco de pesca à disposição mas que era impossível
que todas lograssem usufruir dos resultados de sua utilização, sendo assim, após três
anos de recuperação do terreno arenoso e queimado, estavam conseguindo vender
excedentes (açaí, cupu, banana, acerola).
Na questão educacional, reforçou a importância de reativação da escola
como instrumento de manutenção da identidade do Movimento, mas também como
espaço de atuação dos profissionais de Pedagogia e Licenciaturas, formados fora da
comunidade e que retornavam para atuar internamente, igualmente aos agrônomos,
assistentes sociais, técnicos de saúde e de comunicação que se encontravam já em
exercício no assentamento. Reclamou da proximidade com a praia – particularidade
desse assentamento – que urbaniza os jovens da comunidade trazendo outros valores e
objetivos, desvinculados do Movimento.
Segundo ela, muitos ex-assentados, ao abandonarem seus terrenos devido à
dificuldade no trato com a terra, passaram a viver da venda de coisas diversas na praia,
fortalecendo a economia pontual do mês julho e deixando seus terrenos abandonados.
Ao ser indagada sobre como esses valores e ideais do Movimento estavam
sendo propagados diante da perda da escola, ela respondeu (citando Freire) que
ocorriam do convívio com os mais velhos, no momento do trabalho e do treinamento
para o preparo da terra e dos encontros de formação realizados anualmente, como era o
caso do Encontro dos Sem-Terrinha”, para crianças com mais de 12 anos, onde era
trabalhada a mediação de leitura e a contação de histórias relacionadas ao movimento.
Esclareceu que no início do assentamento a escola era itinerante, como
ocorre em todos os assentamentos do MST e que atendia de acordo com as prioridades
educacionais. Estava conveniada ao “Projeto Casulo”, com parcerias entre prefeitura
Municipal de Belém - PMB, INCRA e o MST. À Prefeitura cabia inicialmente a
desapropriação e o pagamento ao proprietário. Ao INCRA correspondia a instalação de
créditos (CONAF) para habitação e equipamentos. Posteriormente a prefeitura retomava
sua participação fornecendo infraestrutura e assistência técnica através da SECON.
Quando foi efetivada, estava funcionando com crianças de 3 e 4 anos, as educadoras e
merendeiras eram do assentamento e possuíam um agrônomo contratado, mas a
prefeitura alegou que haviam poucas crianças sendo atendidas e lotou professores que
desconheciam a realidade da comunidade. Por várias vezes haviam tentado falar com o
prefeito e negociar com a SEDUC, mas simplesmente não foram atendidos.
Para ela, o sonho educacional do assentamento vai além do atendimento às
crianças e adolescentes da comunidade, se concentra no fortalecimento da Educação de
Jovens e Adultos – EJA, erradicando o analfabetismo e dando aos mais antigos a
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Referências Bibliográficas
CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do Movimento Sem Terra: Escola é mais do que
escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
SILVA, Washington Luiz Alves da. Os Movimentos Sociais no Brasil. Disponível em:
http://www.geomundo.com.br/geografia-30197.htm Acessado em: 08/06/12
Anexos
Foto 01 Foto 02
Foto 03 Foto 04
Foto 05 Foto 06
Foto 07 16
Foto 08
Foto 09
Foto 10
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