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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

LETRAS

CRISTIANE CARLA DOS SANTOS


DANIELE FERNANDA ROSSETTI DO CARMO POLIZEL
LARISSA RODRIGUES DOS SANTOS
LUÍSA VITÓRIA CASTELAR SILVA
TAIANE FLÁVIA SOARES ROSOLEM

PRODUÇÃO INTERDICIPLINAR TEXTUAL DE GRUPO:


Escolarização de Jovens e Adultos

Bandeirantes
2019
CRISTIANE CARLA DOS SANTOS
DANIELE FERNANDA ROSSETTI DO CARMO POLIZEL
LARISSA RODRIGUES DOS SANTOS
LUÍSA VITÓRIA CASTELAR SILVA
TAIANE FLÁVIA SOARES ROSOLEM

PRODUÇÃO INTERDISCIPLINAR TEXTUAL DE GRUPO:


“A escolarização de Jovens e Adultos analfabetos ou com baixa
escolarização”.

Trabalho de portfólio apresentado à Universidade


Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção
de média semestral nas disciplinas de: Metodologia
Científica; Educação de Jovens e Adultos
História da Educação; Educação Formal e Não Formal
Didática; Práticas Pedagógicas: Gestão da Sala de Aula.

Tutor à Distância: Adriane Regina Scaranti Pires


Tutor Presencial: Jhuliene

Bandeirantes
2019
SUMÁRIO

1INTRODUÇÃO............................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO................................................................................................4
4 CONCLUSÃO..........................................................................................................10

REFERÊNCIAs..............................................................................................................8
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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, o reconhecimento do direito dos jovens e adultos à


educação foi consequência do processo de democratização. A mobilização da
sociedade civil foi propulsora da conquista de direitos, como o reconhecimento dos
jovens e adultos dentre os sujeitos do direito humano à educação, antes restrito às
crianças e adolescentes.
Paulo Freire assume, em tal contexto, lugar fundamental no debate e
na produção de conhecimento e mobilização de educadores e educandos, com um
novo pensar sobre a educação de jovens e adultos traz para o âmbito escolar
buscando valorizar questões relativas ao processo histórico do aluno.
O conhecimento modifica o homem, assim considera-se que a
Educação de Jovens e Adultos (EJA), é capaz de mudar significativamente a vida de
uma pessoa, traz oportunidades para conviver em uma sociedade democrática, justa
e igualitária com direitos e também deveres.
Existem muitos motivos que levam esses adultos a querer voltar
estudar, como, exigências econômicas, tecnológicas e competitividade do mercado
de trabalho, a satisfação pessoal, a conquista de um direito, a sensação da
capacidade e luta contra e exclusão.
Desta forma, diante da proposta de trabalho proposto, texto, vídeo
aulas, e materiais disponibilizados pelos professores do semestre, este trabalho tem
o objeto de uma investigação de fatores sociais e históricos, e importância, sobre a
EJA.
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2 DESENVOLVIMENTO

É direito do ser humano que a educação seja fornecida desde


pequenos. Entretanto, algumas situações podem interferir na vida do ser humano
causando um retardo nas épocas ou idades educacionais.
Quando surgem barreiras ou empecilhos para o ser humano
permanecer em um ambiente escolar, o abandono parece ser a única alternativa.
Porém, nos dias atuais, os estudos ou a aquisição de conhecimentos científicos
tornam-se necessários quando há uma expectativa de mudança de estado social e
pessoal.
Para tal situação foi implantada a Educação de jovens e Adultos (EJA),
que visa primordialmente a aceleração da aprendizagem. Assim, a modalidade conta
com um currículo que visa esta aceleração, sendo dividida em três fases: o
letramento, ensino fundamental e o ensino médio, reunindo as séries em um mesmo
contexto.
“Homens, mulheres, jovens, adultos ou idosos que buscam a escola
pertencem à mesma classe social” (BRASIL, 2006, p. 15)’’
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9.304, de 1996, no
artigo 37, evidencia preocupação em garantir a continuidade e acesso aos estudos
por aqueles que não tiveram oportunidade em idade própria. O parecer CEB/2000
regulamentou “As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e
Adultos’’ preconiza que a EJA então não possui mais a função de suprir somente a
escolaridade perdida, mas sim a função reparadora, qualificadora e equalizadora, e
é garantida dessa forma na legislação.
Assim, cabe destacar cada um destas funções:
Reparadora, significa não só a entrada no circuito dos direitos civis pela
restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade, mas
também o reconhecimento daquela igualdade ontológica de todo e qualquer
ser humano.
Equalizadora, vai dar cobertura a trabalhadores e a tantos outros segmentos
sociais como donas de casa, migrantes, aposentados e encarcerados. A
reentrada no sistema educacional dos que tiveram uma interrupção forçada
seja pela repetência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportunidades de
permanência ou outras condições adversas, deve ser saudada como
reparação corretiva, ainda que tardia, de estruturas arcaicas, possibilitando
aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na vida social, nos
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espaços da estética e na abertura dos canais de participação.


Qualificadora, mais do que uma função permanente da EJA que pode se
chamar de qualificadora. Mais do que uma função, ela é o próprio sentido da
EJA. Ela tem como base o caráter incompleto do der humano cujo potencial
de desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em quadros
escolares ou não escolares. Assim, tem por objetivo fazer com que, jovens e
adultos que não tenham domínio da escrita e leitura, e possam adquiri-los, a
fim de garantir a estas pessoas seu pleno desenvolvimento no âmbito
pessoal e também social. A modalidade de Educação destinada a jovens e
adultos apresenta uma identidade que a diferencia da escolarização regular.
Neste contexto pode-se considerar que é essa diferenciação não é apenas
quanto à especificidade etária, mas, primordialmente, a uma questão de
especificidade sócio histórico-cultural (FERRARI, 2011).
HAGGE, (2001, p. 2) Destaca que, atualmente existem muitas pessoas
no Brasil que ainda não concluíram o ensino fundamental, fato esse que está
relacionado à “desigualdade social em tempos de exclusão, miséria e falta de
emprego, terra, de teto e de condições dignas de vida impostos a uma parcela
significativa da população”.
Essas situações fazem com que as pessoas mais pobres enfrentem
mais dificuldades no acesso à escola e também em permanecer nela, constituindo e
ampliando cada vez mais o número de homens e mulheres que adentram a
modalidade EJA em todo o país (HAGGE, 2001).
Conforme colocado no inicio deste trabalho, temos como um precursor
e grande colaborador da EJA, o educador Paulo Freire, que em sua perspectiva
valorizara a cultura, os conhecimentos e experiências de vida dos alunos, onde
estes podem ser o ponto inicial para o trabalho docente.
De acordo como educador, ensinar requer uma exigência fundamental,
principalmente em salas de EJA, o respeito aos saberes dos alunos.
Neste espaço existe uma intima relação “entre o fazer e o pensar sobre
o fazer” que compõe a identidade do docente, mas que reflete na relação entre este
com os discentes (FREIRE, 1996, p. 38).
Conforme Ferrari (2011, p. 1) A maior demanda de jovens pelos cursos
de EJA trás, como consequência, a dificuldade de o professor atender num mesmo
espaço e tempo diferentes níveis de conhecimento e ritmos de aprendizagens.
Os educadores que se comprometem com a Educação de Jovens e
Adultos, tem que possuir consciência da necessidade de buscar mecanismos,
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métodos e teorias que estimulem o público alvo a não abandonar a sala de aula, ou
seja, o professor é o estimulador, o mediador de seus alunos.
Esses educadores devem ser comprometidos com a aprendizagem
dessas pessoas, adequando métodos incessantemente cada vez mais relacionados
à realidade do público que estão trabalhando, inserindo no currículo a realidade do
aluno, como destaca esse pensador: “Não há razão para se envergonhar por
desconhecer algo, testemunhar a abertura dos outros, a disponibilidade curiosa à
vida, a seus desafios, são saberes necessários à prática educativa” (FREIRE, 1999,
p. 153).
Para Freire, a produção do conhecimento implica o exercício da
curiosidade para que os docentes e discentes se assumam epistemologicamente
curiosos. “A gente se faz educador, a gente se forma, como educador,
permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática” (FREIRE, 2000, p.58). ‘’
É por isso que no momento da problematização é de fundamental
importância estimular a curiosidade do sujeito que “[...] me faz perguntar, conhecer,
atuar, mais perguntar, reconhecer” (Freire, 1996, p. 87).
Segundo FREIRE (1996,P.18) É no momento da problematização que
o professor deve buscar, pela dimensão mediadora do diálogo, trazer o “saber de
experiência dos educandos” Não como algo a ser desprezado ou ignorado, mas
como ponto de partida para a compreensão do mundo em que vivem.
Na perspectiva do educador Paulo Freire, a cultura, significa a
expressão de realidades vividas, conhecidas, reconhecíveis e identificáveis cujas
interpretações podem ser feitas por todos os membros de uma formação histórica,
no resgate de uma concepção de cultura, como o resultado do fazer do humano na
relação com a materialidade e a história, considera assim o meio que o homem vive,
a sua realidade de vida.
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3 CONCLUSÃO

A EJA tem papel fundamental no impulso do conhecimento, tendo


um grande potencial de tornar o espaço de aprendizagem em um ambiente propício
para sanar dúvidas, medos e questões, o que permite ampliar o desenvolvimento
intelectual. Através do reconhecimento da vivência dos alunos pelo professor, o
mesmo pode fazer com que a educação tenha sentido para seu aluno, através da
mediação do conhecimento.
Cabe ao educador dessa modalidade de ensino refletir sua prática
pedagógica, se adaptar as novas mudanças. E considerar a importância do seu
trabalho, neste processo, cujo tem grande responsabilidade social e educacional,
onde o docente é o mediador do conhecimento. No sentido de avançar no
conhecimento, e possibilitar novas aprendizagens.
Neste sentido, as concepções de Paulo Freire, que são de grande
importância para o trabalho docente, assim como, a importância da aplicabilidade de
sua metodologia no fazer pedagógico do educador, somando desta maneira
positivamente para as mudanças e transformações que se faz necessária a prática
educativa dos educadores da EJA.
Assim, a Educação de Jovens e Adultos, tem um grande potencial
transformador na vida dessas pessoas, tornando-os os sujeitos críticos com valores
e atitudes, partindo de uma postura ética e transformadora, e assim, busca construir
uma sociedade emancipada.
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REFERÊNCIAS

AGUIAR, Raimundo Helvécio Almeida. Educação de Adultos no Brasil: políticas


de (des)legitimação. Tese de Doutorado. Orientação Lúcia Mercês de Avelar.
Campinas:2003. Universidade Estadual de Campinas, 2001.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. 2. ed. São Paulo:
Moderna.

BRANDÃO. Ministério da Educação. Plano Nacional de educação. PNE/Ministério


da educação. Brasília: INEP, 2001

CALDEIRA, A. M. S. A apropriação e construção do saber docente e a prática


cotidiana. Cadernos de Pesquisa, n.95, p5-12, São Paulo, nov.1995.

CALHÁU, M. S. M. Alfabetizar jovens e adultos – uma paixão. I Seminário de


Educação – Educação de Jovens e Adultos. Imprensa Oficial do Estado do Rio de
Janeiro, Niterói,

DI PIERRO, Maria Clara; GRACIANO, Mariângela. A Educação de Jovens e


Adultos no Brasil: informe apresentado à oficina regional da UNESCO para
América Latina y Caribe. São Paulo: Ação Educativa – Assessoria, Pesquisa e
Informação, 2003.

“Breve história sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil” (disponível em:


http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/38/art05_38.pdf Acesso em: 13
dez. 2018).

“Trajetória da escolarização de jovens e adultos no Brasil: de plataformas de


governo a propostas pedagógicas esvaziadas” (disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v18n67/a11v1867. Acesso em 13 dez. 2018).

“Analfabetismo no Brasil: configuração e gênese das desigualdades regionais”


(disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/25401/14733
Acesso em:

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n. 9394/96, na Seção V


intitulada “Da Educação de Jovens e Adultos”. Acesso pelo link:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm

seções 3.1 e 3.2, da página 123 à 148, que constam no livro Didática: Planejamento
e Avaliação, ISBN 978-85-8482-552-3, disponível na Biblioteca virtual. Para subsidiar
essa reflexão, pode-se ler ainda o texto “Avaliação formativa: a prática em
construção”, disponível no link
http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2013/trabalhos/co_03/79.pdf

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