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Transi de Renato de Chalon

O Transi de Renato de Chalon (em francês: Transi de René de Chalon),


também conhecido como Monumento ao Coração de Renato de Chalon, é
um monumento funerário representando um cadáver, realizado na moda
do estilo gótico tardio, em algum momento entre 1544 e 1557. Localizado
em Bar-le-Duc, no nordeste da França, ele consiste de uma efígie de pedra
calcária, esculpida por Ligier Richier para adornar o túmulo do príncipe Renato
de Chalon, que aos vinte e cinco anos de idade morrera durante uma
campanha militar. Ela foi encomendada por sua viúva, Ana de Lorena,
possivelmente a fim de satisfazer um desejo do próprio Renato, expresso no
leito de morte, de que seu túmulo mostrasse o seu corpo com o aspecto que
teria após três anos da sua morte.

O Monumento data de um período de grande ansiedade social em relação à


morte, quando epidemias, a guerra e conflitos religiosos devastavam a Europa.
Um exemplo notável de transi, e consequentemente um memento mori, ele
pretendia mostrar a transição do corpo humano da vida para o pó, como
representação da fugacidade da vida e das glórias terrenas e com o objetivo
prático de suscitar orações pela alma do morto. A efígie representa Renato com
a pele e os músculos parcialmente decompostos, quase reduzido a um
esqueleto. Seu braço direito porta um escudo e seu braço esquerdo levanta-se
como se estivesse apontando para o céu. Originalmente sua mão esquerda
segurava um objeto de prata dourada em formato de coração, que pode ter
contido ocoração embalsamado de Renato. Historiadores da arte debatem o
significado específico do Transi de Renato de Chalon, e sobretudo a sua pose.
Dentre outras interpretações, já se sugeriu que ela seria uma referência às
três virtudes teologais: os olhos voltados para o céu significam "eu acredito", a
mão direita sobre o peito significa "eu tenho esperança", e o coração elevado
na mão esquerda significa "eu amo".

Excepcionalmente para objetos deste tipo do mesmo período, que


normalmente tomam a forma de uma jacente, o Transi de Renato de Chalon foi
concebido em pé, como se estivesse vivo, uma inovação que se tornaria
influente na arte tumular. O trabalho mais conhecido e prestigioso atribuído a
Richier, ele foi designado monumento histórico da França em 18 de junho de
1898, e, durante a Primeira Guerra Mundial, foi desmontado e transferido para
o Panteão em Paris, antes de retornar a Bar-le-Duc em 1920. Tanto
o Transi quanto o retábulo e o ossário de mármore negro que o acompanham
desde o século XVIII, beneficiaram de uma extensa restauração, entre 1998 e
2003. Réplicas suas podem ser vistas no Musée Barrois de Bar-le-Duc,
no Palácio de Chaillot e no Musée des monuments français, em Paris, e em um
túmulo em Moux.

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