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As ilusões e alucinações no limite da percepção do cérebro humano


em Colunas, Curiosidades, Outros / por Sergio Arthuro / na 8 de maio de 2013 as 09:46 /

A mente

as vezes,

mente…

infeliz mente?!

Um dos temas que mais me fascina na relação entre neurociência, filosofia e arte, são as ilusões e alucinações. O termo ilusão se refere a uma senso-percepção
enganosa de algum estímulo do ambiente. Pode ser em termos visuais = ao vermos uma sombra de uma árvore e nos confundirmos com uma pessoa, ou em
termos auditivos = ao acharmos que o celular tocou ou que alguém chamou pelo nosso nome, por exemplo. No caso das ilusões, depois de percebermos o
engano, conseguimos saber porque: “ahh era só uma sombra mesmo!” ou “jurei que meu celular tinha tocado, mas não tem nenhuma chamada não…”.

As ilusões se diferem das alucinações porque nessas últimas não há um estímulo evidente do ambiente que gere a percepção. Como exemplos de alucinações, as
mais comuns são:

1) em termos fisiológicos = presentes nas transições do começo e fim do sono (ditas hipnagógicas), bem como no sono REM – os sonhos.

2) no universo patológico = as alucinações auditivas dos pacientes esquizofrênicos que dizem que escutam vozes.

3) no conjunto dos estados alterados de consciência = alucinações visuais induzidas por psicotrópicos sintéticos como o LSD, entre outros.

Vários artistas já se debruçaram sobre as ilusões de ótica (e alucinações), mas gostaria de destacar três: o pioneiro, o mais famoso e o menos reconhecido, na
minha opinião. O pioneiro talvez seja Giuseppe Arcimboldo, que já no século XVI fazia pinturas muito a frente do seu tempo, como na observada a seguir, entre
outras que podem ser encontradas aqui = http://www.giuseppe-arcimboldo.org/

O mais famoso é o surrealista Salvador Dalí, que pinta cenas oníricas de tal forma que faz aparecer um rosto humano num segundo plano. Os contornos da face
são originados de forma inusitada, mas saltam aos olhos depois que percebemos pela primeira vez, como em “La imatge desapareix” e “Rostre de Mae West” ,
que estão disponíveis em www.salvador-dali.org, entre outros: http://www.pipocadebits.com/2010/07/o-multiplo-sentido-nas-obras-de.html O menos conhecido,
mas não menos genial é Julien Beever, que brinca com a questão da perspectiva para criar ilusões de 3D: ele pinta o chão e tira foto de um ângulo específico que
produz um efeito sensacional (http://www.julianbeever.net/index.php?option=com_phocagallery&view=category&id=2&Itemid=8). Beever está fazendo escola,
e vários artistas estão pro (http://lista10.org/diversos/10-incriveis-pinturas-3d-feitas-no-chao/).

Disponibilizo aqui também 5 endereços que mostram na prática várias ilusões de ótica. 1- nesse aqui é possível manipular os parâmetros da ilusão e ver como ela
muda a sua percepção da mesma (http://michaelbach.de/ot/), 2-vídeo que induz ilusões de movimento onde não há = http://www.ciencia-
online.net/2013/02/video-ilusao-de-otica.html?spref=fb, 3- esse aqui é dos melhores que já vi! = http://www.buzzfeed.com/awesomer/photos-you-really-need-to-
look-at-to-understand, 4- episódio sobre ótica e ilusões da série Ciência em Casa (http://www.youtube.com/watch?v=sPvJIbFBZsE), e 5- competição anual sobre
ilusões de ótica = http://illusionoftheyear.com/

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Dessa forma, apesar do nosso cérebro ser a “coisa” mais complexa e poderosa do universo conhecido pela ciência humana, ele tem limites. Acredito que as
ilusões e alucinações acontecem – e são uma indicação direta – dos limites do nosso cérebro no processo de construção das imagens. Assim, como diria Husserl
(pai da filosofia fenomenológica), duas pessoas podem estar vendo o mesmo objeto de forma diferente, porque dois fenômenos diferentes são gerados a partir da
interação de cérebro-mentes diferentes com o mesmo objeto. Isso me faz pensar que se nos colocássemos mais no lugar do outro (em vez de simplesmente julga-
los por serem ou pensarem diferente) talvez houvesse menos conflitos e guerras, e assim tivéssemos um mundo melhor para se viver.

Para concluir, acredito que apesar dos nossos sentidos serem a única forma de nos correspondermos com o ambiente, não podemos confiar plenamente neles –
pois podemos simplesmente estar enganados – o que para mim é uma enorme lição de humildade, uma das mais importantes de todas as virtudes.

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