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Apesar de muitos povos indígenas não aceitarem o ensino infantil na vida das

crianças, a demanda pela modalidade de ensino tem subido exponencialmente,


ainda assim esta não é configurada como obrigatório devido a questões culturais:
Os pais acham que introduzir as crianças desde cedo na escola pode apagar
alguns aspectos culturais que apenas a família pode passar para a criança.

Já no que diz respeito ao ensino fundamental, a oferta de vagas para a


modalidade tem subido nos últimos 25 anos como resultado das politicas de
universalização do ensino, entretanto isso não configura qualidade de ensino.
Os primeiros anos do ensino fundamental tendem a ser visto com melhores olhos
pelos indígenas já que é inserido em seu plano de ensino atividades
condicionadas pela cultura da aldeia, porém a falta de materiais didáticos
específicos e outros materiais dificulta o aprendizado.

Além disso, o ensino fundamental é uma oferta municipal, logo as comunidades


tem mais acesso às políticas públicas voltadas para esta esfera, podendo opinar
e exigir novos métodos. A merenda também configura um desafio na
permanência, já que os municípios continuam a comprar alimentos
industrializados, fugindo da dieta tradicional dos povos. Há também a dificuldade
para o acesso aos anos finais do ensino fundamental, tendo que haver um
deslocamento do estudante, que sai do território indígena para ocupar uma
carteira numa sala de aula majoritariamente branca.

Isso também acontece com o ensino médio, causando transtornos sociais como
preconceito e supressão da cultura. O crescimento da procura de vagas no
ensino médio por indígenas cresce, mas não tanto quanto do ensino infantil e
fundamental. Os próprios indígenas veem o ensino médio como uma etapa de
passagem, de forma que antes eles recebiam educação especializada para seus
costumes e que agora passam a receber educação generalizada dos povos
brancos.

No ensino superior, os indígenas recebem mais assistência e incentivo


governamental através dos programas de ações afirmativas que reservam vagas
e ofertam bolsas para que os alunos consigam não apenas ingressar na
universidade, mas também se manterem e concluir o curso. É interessante
perceber que as universidades públicas e particulares tem investido cada vez
mais no acesso para povos indígenas, de forma que a oferta de vagas vem
crescendo cada vez mais, porém com a baixa procura dos povos pelo ensino
médio, há uma tendência de que hajam mais vagas que alunos aptos a ocupa-
las, já que, como vimos anteriormente, a procura pelo ensino médio tende a ser
mais dificultosa.

No aspecto da pós-graduação não se encontra tantas propostas de incentivo,


contanto apenas com o programa de ações afirmativas, de forma que a bolsa
permanência raramente é ofertada.

ANA LORENA NASCIMENTO PAIVA

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