É importante compreendermos que a Língua de Sinais Brasileira, Libras, é a
língua cuja comunidade surda brasileira se comunica atualmente em diversos espaços sociais (escola, universidade, casa, centros urbanos,etc.). De acordo com o texto Libras, uma língua espaço-visual, Libras é uma língua "que se utiliza de sinais feitos no espaço e percebidos através da visão", ou seja, a informação linguística é sinalizada com as mãos no espaço e por expressões faciais que são visualmente percebida pelos olhos. Da mesma forma que as línguas orais que conhecemos, por exemplo o Português, a Libras também possui uma gramática própria com uma série de regras internalizadas de estruturação e funcionamento que é diferente da gramática da língua portuguesa. Isso faz com a Libras seja uma língua completa e com uma complexidade que abrange e contempla as necessidades de comunicação e expressividade de qualquer interesse do indivíduo surdo. É importante ressaltar que a Libras, além de possibilitar a comunicação, também efetiva a participação na sociedade. Da mesma forma como acontece com outras línguas orais, existem sinais diferentes para outros países, pois a língua de sinais não é universal. Por exemplo, a língua de sinais do Japão (JSL - Língua de Sinais Japonesa) é diferente da língua de sinais dos Estados Unidos (ASL - Língua de Sinais Americana). É importante saber que existem essas diferenças para não cairmos no lugar comum de achar que não existe uma especificidade em cada cultura ou até região do país. No Brasil, especificamente, a Libras ganhou visibilidade no país com a vinda do professor francês de surdos Huet em 1856. Huet com o apoio de alguns nomes importante da época, como o Imperador Pedro II, fundou em 1857 o INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos). Essa etapa importante na história teve como consequência positiva a difusão da Língua de Sinais Brasileiras nas comunidades surdas do país que ganharam visibilidade e começaram a lutar pelos seus direitos. Através de muita disputa social e política e com ajuda da ampla difusão de pesquisas relacionadas a língua de sinais, a Libras alcança o reconhecimento com a Lei 10.436 em 2002 e o decreto 5.626 como língua oficial da comunidade surda brasileira. Entretanto, ainda há muito o que se mobilizar e lutar para que se amplie o acesso da comunidade surda brasileira nos espaços sociais, políticos e culturais da sociedade brasileira.