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VENDEDORES
COMUNICAÇÃO NOS ESPAÇOS COMERCIAIS
Conceito de comunicação
“A comunicação pode ser entendida como: “Processo Psicológico pelo qual se realiza a
transmissão interpessoal de ideias, sentimentos e atitudes que possibilitam e garantem a
dinâmica grupal e a dinâmica social (...)”
“A comunicação envolve troca de factos, ideias, opiniões ou emoções entre duas ou mais
pessoas. Podemos dizer que é um conjunto de processos através dos quais se realiza uma
operação complexa de pôr em relação uma ou várias fontes de informação por meios de
palavras, letras, símbolos ou mensagens.”
“Comunicar é o meio pelo qual dois ou mais intervenientes produzem e interpretam significados
e, de certa forma, constróem e põem em comum um entendimento recíproco”.
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deixar de influenciar o outro e este não pode deixar de responder a essa influência. Numa
situação de interacção, o comportamento gera comportamento.
Apresentadas que foram algumas definições, importa agora realçar a importância vital da
comunicação quer na vida das pessoas quer na vida das organizações. Depois da sobrevivência
física, a comunicação é a mais vital de todas as necessidades e cada vez mais imposta no nosso
tempo. Mas é preciso aprender a comunicar bem e com eficácia. Toda a comunicação tem um
efeito sobre nós e sobre os que nos rodeiam. Quem sabe utilizar bem a comunicação afecta a
forma de pensar, sentir e agir dos outros. A maneira como nos sentimos não é o resultado do
que está a acontecer na nossa vida, mas a nossa interpretação do que está a acontecer.
O que a pessoa sabe e pensa, a sua conversa, por si só, não são factores suficientes para se
efectuar uma boa comunicação. É preciso que a pessoa saiba transmitir as suas mensagens e
interpretar as mensagens dos outros, compreendendo o que se passa em termos de
pensamentos e de sentimentos.
Já foi salientado que a comunicação é vital em todas as áreas da vida organizacional, dado que,
ela representa o meio pelo qual as pessoas se relacionam entre si e se envolvem em interacções
sociais. A comunicação, na prespectiva da gestão, é o meio pelo qual os membros da
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organização recolhem e divulgam a informação de que necessitam e é também o procedimento
que permite conseguir a cooperação e a coordenação.
“As empresas, como outras organizações, são compostas por indivíduos que partilham o mesmo
projecto. O que por vezes acontece é que a tomada de consciência dessa partilha, desse
conjunto de relações que permitem, não só a existência da própria empresa, mas também a
indispensabilidade da mesma, não acompanha factores como a evolução da sociedade, as
mudanças operadas no espaço económico, o domínio das técnicas e a importância do factor
humano na visa das empresas.
Actualmente, para se adaptar a um ambiente cada vez mais complexo é preciso para a empresa,
pôr em funcionamento uma comunicação global.
“(...) uma coisa é certa: a comunicação é uma das condições de sobrevivência das empresas.
Um contexto incerto e em perpétua mutação, as rupturas técnicas e tecnológicas, a globalização
dos mercados, as aspirações profundas e irresistíveis do corpo social em direcção à
participação, transformaram a empresa num verdadeiro sistema de comunicação”.
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➢ A retenção de mensagens - impede ou dificulta a acção de indivíduos ou grupos, pela
falta de informações pertinentes, por exemplo, sobre produtos e serviços, procedimentos e
circuitos ou atribuição de funções dentro da instituição;
➢ Nível interpessoal;
➢ Nível intra-organizacional;
➢ Nível de comunicação com o exterior.
A comunicação interpessoal ocorre entre indivíduos, ou seja, diz respeito ao modo como a
comunicação se desenrola entre as pessoas e dentro de pequenos grupos. A qualidade e
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quantidade de informações que circulam entre colaboradores numa organização é bastante
influenciada pelas formas de organização do trabalho e pelos estilos de supervisão existentes.
➢ Tem de haver coerência entre a comunicação externa e interna, pois, caso esta
condição não se verifique, a eficácia da própria comunicação no seu todo ver-se-á reduzida;
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➢ A empresa que não consegue motivar/envolver a nível interno certamente não o
conseguirá fazer de forma eficiente ao nível externo.
É importante que as organizações tenham isto em consideração, já que uma postura deste tipo
assegura não só uma forte coerência de todas as actividades, como dá garantias de grande
eficácia na sua implementação.
Como já foi referido, os profissionais de atendimento no desempenho da sua função são sempre
agentes de comunicação. Portanto, é através deles, enquanto canais de comunicação que a
empresa comunica aos clientes os seus serviços e se pode informar sobre a aceitação dos
mesmos.
À que referir que no acto de comunicar é estabelecida uma relação em que as acções,
pensamentos, sentimentos e interacções de uma pessoa desencadeiam respostas de outra ou
outras pessoas.
Não importa só comunicar, importa comunicar bem, com eficiência. A comunicação eficiente
verifica-se num contexto onde a palavra, o tom de voz, os gestos, os próprios sentimentos,
estejam em sintonia no emissor e no receptor, estando ambos integrados na mensagem que é
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transmitida. Para uma pessoa estabelecer uma relação positiva com outros é necessário
sincronizar com eles, modelando comportamentos verbais e não verbais usando uma
comunicação analógica. Ora a comunicação sincronizada estabelece uma confiança mútua, em
virtude de “mexer” com os processos mentais que utilizamos nas nossas relações com os outros.
Não há dúvida que as palavras são importantes e têm um papel importante no processo de
comunicação. Contudo não é só por este meio que nós comunicamos. Os gestos que fazemos,
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os que os outros fazem, a maneira de estar, o que se sente, o que se faz, o nosso tom de voz , é
algo que vai além das palavras e traz revelações importantes à comunicação.
A importância da comunicação não verbal tem vindo a crescer, nos últimos anos, em termos de
formas consideradas como realmente importantes no processo de comunicação:
▪ Atitudes;
▪ Movimento do corpo;
▪ Postura corporal;
▪ Gestos;
▪ Olhar;
▪ Expressão do rosto;
▪ Tom de voz;
▪ Sensações do olfacto, tacto ou ouvido.
No caso do contacto telefónico, é frequente sentir este tipo de influência de comunicação não
verbal e detectar:
▪ Se o interlocutor é simpático;
▪ Se é uma pessoa calma;
▪ Se é muito activo;
▪ Se não é paciente.
Chagamos, mesmo a criar uma imagem mental da pessoa, de acordo com a descodificação que
fazemos dos sinais não verbais que recebemos. Isto é, a comunicação não verbal é muito mais
do que um sistema de sinais emocionais, e é impossível de separar da comunicação verbal, no
momento da interpretação.
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É através da comunicação não verbal que transmitimos muitas das nossas emoções e dos
nossos sentimentos. Muitas vezes, a linguagem não verbal, que acompanha a linguagem verbal,
oferece um significado mais profundo e verdadeiro que esta última.
Na linguagem não verbal, a pessoa emite informação em todos os momentos, sendo portanto
esta forma de comunicação um elemento chave em certas profissões. A necessidade de
concordância dos dois tipos de comunicação é essencial. O tom de voz por exemplo, revela o
modo como nos sentimos acerca da conversa, acerca do interlocutor ou da nossa disposição,
aborrecimento, cansaço ou dinamismo, confiança ou insegurança, etc. Só pela observação da
postura fisiológica de duas pessoas, podemos identificar como está a comunicação entre ambas.
A linguagem corporal “fala” e “diz” muito, na medida em que defina a maneira de sentir da
pessoa e interfere na sua expressão, no seu pensamento. Se o nosso estado de espírito é de
desânimo e nos sentimos “em baixo” por causa de problemas da vida, a nossa fisiologia ou
postura física, tende a ser de ombros caídos, curvados para a frente, revelando uma verdadeira
expressão de derrota. Se mudarmos de postura o nosso estado mental também mudará, o
mesmo sucedendo com a voz. Se a postura for de desânimo, derrota, o tom de voz não
consegue ser bom.
Em suma, quando duas pessoas se encontram, mesmo que não falem, não podem deixar de
comunicar, porque todo o seu comportamento tem uma dimensão comunicativa. Por isso a
capacidade para utilizar comportamentos verbais e não verbais flexíveis – à medida de cada
cliente – deve ser um requisito do perfil de todas as pessoas que, na organização, contactam
com o público.
Hoje em dia, os clientes estão a tornar-se cada vez mais importantes na vida das organizações à
medida que a concorrência aumenta. Em mercados abertos e competitivos, em que a oferta
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excede a procura, os clientes têm diversas opções ao seu dispor, mais possibilidade de escolha
que antes. Há quem diga que não basta satisfazer o cliente, mas sim surpreende-lo
Podemos definir o cliente como toda a pessoa, individual e/ou colectiva que se dirige à
organização pessoalmente, ou que a ela recorre através de um documento (uma carta, fax, etc.),
com o objectivo de encontrar solução para uma pretensão. O cliente não deve ser considerado
como um número estatístico, mas sim como uma pessoa ou conjunto de pessoas com
estratégias, interesses, valores e atitudes que interessa observar e conhecer. Esta definição é na
perspectiva do cliente externo.
No entanto e faca à sua importância para a imagem da organização convém referir a noção de
cliente interno da organização que diz respeito a todos os seus colaboradores.
Os clientes podem nem sempre ter razão. Mas as suas opiniões devem sempre ser auscultadas
e as suas sugestões, sempre que possível experimentadas. Reclamações e exigências dos
clientes devem ser sempre analisadas, já que, por vezes elas poderão estimular a inovação e o
aperfeiçoamento dos produtos e ou serviços.
Uma reclamação não pode ser vista como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade, pelo
que é de tirar partido da própria reclamação.
Com efeito, as organizações voltadas para o êxito, necessitam de clientes exigentes que as
obriguem a aperfeiçoar-se e a ir mais longe. Não é, portanto possível, estabelecer relações de
qualidade com clientes externos quando os atendedores não estão envolvidos e empenhados no
seu trabalho e quando são incapazes de estabelecer relações profissionais com colegas e
chefias – clientes internos.
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O atendimento e a venda
Vender, conseguir efectuar uma venda num estabelecimento aberto ao público, é uma maneira
de estar na vida. Tal atitude provém da disposição, da permanente vontade de vender. O Dr.
Knock vê, em cada pessoa com saúde, um doente potencial. Ver também com optimismo, em
cada pessoa que passa, um cliente que ignora sê-lo, é um hábito adquirido.
A qualidade do atendimento não tem como objectivo anular tal atitude vendedora, mas, pelo
contrário, ajudá-la a conseguir o acto de venda.
Objectivo: Vender
Se alguém o vem visitar num estabelecimento normalmente aberto ao público, lhe telefona ou
escreve, não é para ter notícias suas, nem para falar da chuva e do bom tempo... É para lhe
comprar qualquer coisa. Não o decepcione. Proponha-lhe vender qualquer coisa. Tenha um
comportamento de vendedor.
Ter uma atitude vendedora provém de ter sempre presente no espírito este único objectivo: «Vou
vender-lhe alguma coisa... Que poderei vender-lhe?... Isto ou algo de melhor? Que poderei
vender-lhe ainda mais caro?» Vender é ter vontade de vender.
Não se envergonhe desta atitude. Vender é viver. Todos comemos daquilo que vendemos. E
quem compra uma refeição é, noutro momento do dia, um vendedor de automóveis, de
formação, de educação, de taxas de juros... Comprar e vender é a primeira relação que une os
homens. Torna-se até, muitas vezes, fonte de amizade, confiança e convivência. Seja como for,
é indispensável à sobrevivência da empresa, portanto à nossa.
Vender é, primeiro de tudo, ouvir o outro, captar que necessidades tem, saber o que deseja.
Sem o deixar, porém, contar a vida toda. Rapidamente, perante aquela necessidade, aquele
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desejo, é preciso armar-se em especialista, dar indicações, fornecer informações,
provisoriamente gratuitas.
Seguidamente, ouvir é dar provas de ter entendido bem. Não hesite em repetir o pedido do seu
interlocutor, a fim de evitar qualquer mal-entendido.
«Portanto, senhor Martinho, deseja fazer desporto aquático?» Ouvir é pôr o outro à vontade.
Muitas vezes, o visitante vem a pensar com os seus botões: «Não vou deixar-me levar por
qualquer vendedor fala barato...» Começar por ouvi-lo é tirar-lhe essa ideia da cabeça, é
mostrar-se ouvinte simpático, não ter «ar» de vendedor.
Ouvir é definir o que tem importância para o cliente, obter informações a seu respeito: prefere
conforto ou segurança? Procura a aparência ou a qualidade? Ouvir, e depois repetir o desejo
expresso pelo cliente, para se assegurar de o ter compreendido, é tranquilizá-lo com a certeza
de ter sido bem entendido.
E, depois, convencer
Para convencer, é preciso, primeiramente, adoptar uma atitude de conselheiro, afirmar o seu
perfil de especialista, fazer perguntas precisas ao cliente e fornecer-lhe depois informações
concretas. Convencer não é dizer mal da concorrência, pelo contrário, é mostrar que se lhe
conhecem as propostas e evidenciar as propostas, comparando umas com as outras; é justificar
a escolha, evidenciar certas particularidades e certos pontos fortes do próprio produto; é explicar
a causa de ser menos/mais caro. Convencer é incitar a escolher a solução que corresponde às
necessidades do cliente.
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Mas não deixar abusar
Um cliente que vem um dia pedir informações, volta algum tempo depois para provar, acaba por
decidir num terceiro dia e pede modificações quando de uma quarta passagem, toma tanto
tempo como quatro clientes. Por isso, é preciso tentar limitar as vindas e, se possível, fazer uma
única transacção. E não se sujeitar aos abusos do cliente. Isso consegue-se facultando um
máximo de informações dentro do estabelecimento, mas não durante a conversa.
Recusando o que pode ser uma insistência abusiva por parte do cliente, este é levado, também,
a dar o salto, a decidir. Quem procura eternamente argumentos, razões suplementares para
hesitar, muitas vezes acaba por não comprar nada... E quando se sente que é um cliente
abusador, um possível contestatário, é preferível afastá-lo imediatamente e deixá-lo ir ter com
alguma firma congénere!
Se chegarem ao mesmo tempo mais clientes do que se podem atender, é preciso absolutamente
tentar gerir o melhor possível o tempo de espera de cada um, dando mostras de se ter visto o
visitante entrar e possibilitando-lhe aproveitar essa espera para se informar. Portanto, é
necessário aprender a fazer duas coisas ao mesmo tempo. Enquanto a pessoa que tem na
frente preenche o cheque, veja se pode ajudar a seguinte a organizar o tempo de espera.
Finalmente, dê prioridade absoluta ao visitante e não à chamada telefónica: primeiro, por
delicadeza para com aquele que se deslocou, e depois por ser uma maneira de ganhar tempo.
Riscos a evitar
Uma infinidade de pequenas dificuldades podem impedir uma atitude eficazmente vendedora.
Eis alguns riscos a evitar:
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➢ Copiar tabelas à mão, o que faz perder muito tempo. Também não as comunicar pelo
telefone. Propor enviar posteriormente uma brochura publicitária, se estiverem esgotadas de
momento.
Em resumo
➢ Vender é convencer;
➢ Convencer é ouvir, repetir, responder;
➢ Responder é conhecer o mercado e os seus produtos.
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QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO CLIENTE
O sucesso de uma organização está intimamente relacionada com a sua imagem externa. Deste
modo, a organização deve organizar o seu sistema de comunicação, de forma a que as
características que pretende valorizar sejam, de imediato, associadas pelo público ao seu nome.
Para clarificar melhor o conceito de imagem organizacional, é importante apresentar algumas
definições.
Nesta perspectiva, o atendimento pressupõe uma relação entre duas ou mais pessoas, neste
caso, a relação com os clientes é hoje em dia cada vez mais importante e contribui para marcar
a diferença entre as organizações.
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As mudanças sociais e os acontecimentos políticos nestes últimos anos vieram reforçar esta
tendência para a importância da imagem, seja ela individual, organizacional, nacional ou
transaccional.
Para uma organização, para além do valor que possa ter a sua dimensão, as pessoas que lá
trabalham, os produtos que fabrica ou os serviços que presta é importante, de facto, a projecção
da sua imagem junto do público, pois esta influência a sua existência.
A imagem que temos de uma determinada realidade pode ser positiva ou negativa. Porém, todas
as organizações desejam que a sua imagem, o modo como são vistas pelo público seja positiva.
Mas, mais que um desejo, é um dever das organizações projectar esse tipo de imagem,
adoptando s medidas necessárias para a sua continuidade, de modo a que os resultados sejam
efectivos e satisfatórios.
A construção de uma imagem positiva proporciona à organização uma maior receptividade por
parte do público. Contrariamente, uma imagem negativa cria um clima de desconfiança, que
dificulta a adesão do público às iniciativas organizacionais. Mas não basta que a imagem da
organização seja positiva, é necessário, também que ela seja verdadeira. Muitas vezes acontece
que uma imagem muito favorável é por vezes desvirtualizada e invertida perante um serviço
menos eficiente.
Antes de identificar alguns factores que convergem para a imagem de um serviço, importa referir
que o comportamento que nós manifestamos no nosso dia a dia é em grande parte determinado
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pelo modo como percebemos e interpretamos as situações, o que nos remete para o conceito de
percepção.
Para melhor compreendermos como se forma a imagem que se pode ter de uma organização ou
serviço, importa registar um conjunto de factores fundamentais que contribuem para essa
mesma imagem.
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Para além dos factores mencionados há que ter em atenção que não basta ter um edifício muito
bonito e bem arranjado, se o tipo de actuação, por exemplo, de atendimento ao público, for
medíocre ou se não se oferecer ao público um serviço válido coerente e útil. Isto é, uma
instituição tem que conjugar todos os factores, a fim de projectar uma imagem consistente,
duradoura e influenciadora do seu cliente, promovendo a sua própria aceitação e tornando o
cliente num aliado.
Nos organismos do sector público, a imagem que estes projectam decorre das expectativas, das
necessidades e dos problemas que o público tem. O cliente é o destinatário principal dos
serviços públicos. Ele é o elemento mais importante da sua actividade, por esta razão, ao cliente
é devida uma prestação de serviços de qualidade, desde o atendimento amável e personalizado
até à situação célebre das solicitações legítimas ou decorrentes do cumprimento de obrigações.
Nesta perspectiva, cada serviço público, gestor, técnico ou outro profissional da administração
pública deverá sempre encarar a sua actividade numa óptica de prestar serviços à comunidade,
contribuindo para a criação de uma cultura de prestação de serviços em que o utente tenha um
tratamento privilegiado.
Os factores que compõem a imagem da organização junto do público podem desde logo ser
divididos em duas categorias, considerando, por um lado, os factores de posse e, por outro, os
factores dinâmicos.
Os factores de posse abrangem todos os elementos que qualquer organização, quer queira quer
não, possui à partida e eu lhe serão favoráveis ou desfavoráveis em termos de notoriedade,
conforme os casos. Consideram-se como factores de posse: o elemento humano, o elemento
físico, o elemento organizacional e o elemento fim. Estes factores, constituem de certo modo o
património - imagem da empresa.
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Para além do que a organização tem, haverá a considerar o que ela faz (ou pode fazer) e que
são os factores de acção, também chamados dinâmicos, não no sentido de produzir um bem ou
um serviço (aspecto englobado no elemento fim), mas sim no que diz respeito às actividades
ligadas à política organizacional, á sua filosofia e à sua própria cultura. Estão englobados neste
grupo, principalmente:
▪ A sua identidade visual (nome, logotipo, slogan);
▪ As campanhas de comunicação (relações públicas, publicidade);
▪ Actividades institucionais (protecção do ambiente, do património);
▪ A sua inovação tecnológica (pesquisa e desenvolvimento).
Estes factores não têm obrigatoriamente de estar associados aos anteriores, podendo fazer-se
sentir de forma autónoma.
Factores de Posse
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ser definida como “o padrão estabelecido de relações entre as componentes ou partes
de uma organização”;
▪ O elemento fim – refere-se aos bens ou serviços produzidos/prestados pela
organização, dotados de certas características de qualidade/preço. Os elementos
acabados de referir são básicos e servirão para alicerçar a “boa imagem” de uma
organização e que serão utilizados nas campanhas de comunicação. Se todos estes
elementos são importantes para a composição da imagem que se quer dar de uma
organização, pois deles são todavia, fundamentais: o elemento humano e o elemento
fim.
Qualquer acto por parte do pessoal, seja ele no atendimento de chamadas telefónicas,
correspondência que se envia, visita comercial, cobrança, pesquisa ou venda, causa no público
impressões pessoais que ajudarão ou prejudicarão a imagem da organização. Quanto à
importância do elemento fim, esta é óbvia. Bastará dizer que uma organização que produza bens
ou serviços de má qualidade nunca conseguirá manter uma boa imagem de si junto do público
por muito tempo. Poderá, eventualmente e devido a certos artifícios, conseguir criar essa boa
imagem, nomeadamente através das campanhas de comunicação. Mas por melhor que sejam
as suas instalações e equipamentos, a sua organização e o seu pessoal, se os seus produtos
não correspondem ao que preconiza, mais cedo ou mais tarde acabará por perder a confiança
do público com todas as consequências daí decorrentes.
Factores Dinâmicos
Para construção, projecção e manutenção de uma boa imagem organizacional, outros factores
devem ser considerados para além dos factores de posse. Com efeito, quantas vezes não
formamos inconscientemente uma boa imagem de uma organização sem nunca a termos visto
ou experimentado os seus produtos, nem nunca termos falado ou conhecido alguém ligado a ela,
apenas e somente porque vimos uma aliciante campanha de publicidade na televisão, ou até um
simples cartaz, ou um anúncio de prestígio numa revista. Num caso destes, não interferiu
nenhum dos quatro elementos básicos atrás citados, mas unicamente a sua identidade visual e a
própria campanha promocional. Registemos então os factores dinâmicos:
▪ A identidade visual: a identidade de qualquer organização começa, em termos
de comunicação, pelo seu nome, pelo seu logotipo e também pelo seu slogan, que são
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os elementos primários para a identificação e reconhecimento da própria organização
junto do público. Para alguns peritos, a identidade visual deverá fazer parte do elemento
organizacional por estar relacionada de perto com a estrutura da organização; outros
consideram-na um factor dinâmico, dado eu o slogan, o logotipo e até o nome podem ser
alterados em qualquer altura. A personalidade de uma organização é edificada, em
termos de comunicação, por um conjunto de sinais, dos quais o logotipo é uma pedra
fundamental. Daí a sua importância, pois se for banal desaparecerá e se for
excessivamente complexo não conseguirá ser memorizado.
Ele deve ‘falar por si’ e ter um efeito evocador da organização, sem que seja necessário evocá-la
de outra forma ou através de outros meios complementares.
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em contacto, a organização, os elementos da imagem visual e as acções de comunicação e os
meios de comunicação. Estes factores, associados aos produtos e ou serviços da empresa
contribuem para a imagem global da organização junto dos seus públicos, sendo vital para
assegurar a longevidade e sucesso da própria organização.
As tarefas que são normalmente exigidas ao funcionário administrativo são tão variadas, que
mesmo a própria definição na lei sobre a natureza do conteúdo funcional do pessoal
administrativo, não só não distingue as várias categorias como descreve uma gama de funções
que vão desde o tratamento do expediente à dactilografia, ao arquivo, ao atendimento, à ida ao
correio.
Contrariamente à ideia que muitos possam ter, o pessoal administrativo existe e é indispensável
em todos os sectores, sejam eles de carácter financeiro, pessoal, economato, apoio às direcções
de serviço.
Por outro lado, a diversidade de tarefas que lhes são atribuídas permite, umas vezes com
vantagens, outras com inconvenientes, uma certa rotatividade, tendo sempre em mente o
assegurar o funcionamento dos serviços. O trabalho administrativo é, pois tão importante para o
funcionamento dos serviços que, cada vez mais, se assiste a técnicos e mesmo dirigentes a
fazerem trabalho nesse campo. Grande parte dos directores já têm o seu computador e fazem os
seus documentos
Essa importância advém também do facto de que o trabalho administrativo tem grandes
repercussões no exterior, quer seja em organizações privadas, quer seja, especialmente, em
organizações públicas, em que é relevante uma resposta atempada. Quer pessoalmente, em
contacto directo, quer por telefone, a pessoa que exerça alguma função administrativa tem
forçosamente presente e indissociável a função atendimento, quer para o cliente interno quer
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para o externo. Isso leva a que o seu perfil tenha que ser, por um lado, diversificado, tal como as
variadas funções que desempenha e, por outro, coerente com a necessidade e a
responsabilidade de criar, manter e reforçar a boa imagem da instituição para a qual trabalha.
➢ Característica pessoais: ser simpática, saber ouvir, interessar-se pelo problema, ser
cordial, saber comunicar, respeitar o cliente;
➢ Características profissionais: conhecer bem a instituição, seus serviços objectivos e
produtos, conhecer bem a sua função, salvaguardar os interesses da organização, sentir que
pertence à organização, ser eficiente e eficaz, ter noção da sua responsabilidade na construção
da imagem da organização.
Deste modo, torna-se necessário que os colaboradores, enquanto atendedores, pautem o seu
comportamento pelo profissionalismo, que implica a capacidade de aplicar os conhecimentos, as
informações e as técnicas específicas da actividade que se exerce. Ser profissional de
atendimento é, também, dominar as técnicas ligadas às relações interpessoais e à comunicação,
de forma a apresentar os produtos e serviços da organização, de acordo com as características
de cada cliente. O profissional eficaz é aquele que consegue alcançar os resultados que foram
estabelecidos para o seu trabalho, ou seja, aquele que consegue que a organização e o cliente
concretizem os seus objectivos, quer no que diz respeito à prestação de serviços, quer no que
diz respeito à satisfação com a relação de atendimento.
Para além das qualidades que definem o perfil dos funcionários com funções de atendimento
apresentadas, estas necessitam também de:
➢ Conhecer a empresa que representam – história e cultura, estrutura e funcionamento,
objectivos e estratégias, produtos e serviços;
➢ Conhecer a sua função – objectivos, actividades, procedimentos e técnicas, situações
de interface com outras funções;
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➢ Conhecer as suas características pessoais;
➢ Conhecer os clientes e saber respeitá-los.
De facto não basta ter um perfil adequado à função atendimento, é necessário também que o
funcionário tenha um conhecimento adequado da própria organização, incluindo os
conhecimentos atrás referidos para desempenhar eficazmente a sua função.
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A forma como as chamadas telefónicas são conduzidas suporta, promove ou arruína a imagem
de uma organização e determina o sucesso ou o fracasso dos indivíduos.
Hoje um dia, a aposta das organizações vira-se para o atendimento mais personalizado, por
forma a humanizar e simplificar cada vez mais os serviços que prestam. Assim sendo o telefone
e o balcão de atendimento são os meios actualmente mais utilizados para colocar questões,
solicitações, problemas, tornando a telefonista e a recepcionista o primeiro contacto da
organização com o interlocutor.
Quando alguém, e neste caso o cliente, coloca um problema, um pedido, é evidente que este
espera ou deseja ser atendido com rapidez, simpatia, amabilidade, interesse pelo seu problema,
eficácia do serviço, respostas rápidas claras e precisas e resolução rápida do problema. A
capacidade em ir de encontro a estas exigências condiciona a imagem da organização. Por isso,
as telefonistas e as recepcionistas devem ser diligentes no atendimento, pondo em prática as
seguintes regras: atender com rapidez, saber encaminhar, usar o máximo de diplomacia no
atendimento de clientes difíceis.
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A escolha é sua
Na Qualidade do Serviço a Clientes
Profissionais Competentes
Profissionais Incompetentes
• Pessoas que parecem deprimidas ou mal dispostas;
• Pessoas que são isolacionistas e gostam de trabalhar com «coisas»;
• Pessoas que têm necessidade de ser o centro de atenção;
• Pessoas que trabalham com o mesmo andamento do seu passo lento;
• Pessoas que consideram os aspectos técnicos mais importantes do que a satisfação
dos clientes;
• Pessoas que procuram que as coisas aconteçam de forma rígida e conforme a
previsão;
• Pessoas que têm necessidade de impor a sua razão.
Não basta cumprir apenas as obrigações do seu posto de trabalho. É NECESSÁRIO TAMBÉM
EXECUTÁ-LAS DE FORMA ADEQUADA.
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Os clientes querem mais do que o produto ou serviço que lhe oferecem. Querem também, ser
bem servidos!
Diagrama B:
Representa uma metodologia de serviço eficiente mas débil na dimensão humana. Esta forma
mecânica de prestar serviços transmite ao cliente a ideia de “O senhor é um número. Estamos
aqui para o processar.” – MÁQUINA
Diagrama C:
Esta forma amistosa de prestar serviços caracteriza-se por ter um atendimento esforçado mas
falha em termos de metodologia. Transmite ao cliente a ideia de “ Fazemos todo o possível mas
não sabemos rigorosamente o quê.” – CLUBE DA SIMPATIA
Diagrama D:
Representa o SERVIÇO AO CLIENTE, caracteriza-se pelo facto de ter bom método e bom
atendimento. Transmite ao cliente a ideia “Empenhamo-nos no que fazemos e fazemos bem.” –
QSC
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Razões da Importância da Qualidade do Serviço
2. Aumento da concorrência
A competitividade é rainha; quer se trate da bomba de gasolina da esquina, do canalizador,
do hipermercado ou de um banco internacional. A sobrevivência das empresas depende da
sua competitividade o serviço ao cliente confere capacidade competitiva a milhares de
empresas.
As atitudes no atendimento
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Há muita gente que falha no serviço ao cliente por uma questão de atitude. Se no
relacionamento com o cliente não for atingido o primeiro objectivo (atitude positiva) o jogo acaba,
antes de começar.
No serviço ao cliente não há nada melhor do que transmitir uma atitude positiva. A atitude
depende da forma como encaramos o serviço.
A sua aparência
Nunca voltará a ter uma segunda oportunidade de criar uma primeira impressão positiva. A
primeira é fundamental porque poderá não haver oportunidade para uma segunda impressão.
Exactamente como um actor ou uma actriz, a interacção com outras pessoas exige de si que
esteja sempre em cena. Criar uma primeira impressão boa é essencial. É igualmente importante
entender que existe uma conecção directa entre aquilo que você pensa que é e a sua atitude.
Quanto melhor for a imagem que tem de si próprio ao confrontar-se com os clientes, mais
positivo será.
SENDO ACTIVO
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3. Atender muitos clientes durante muito tempo pode ser muito cansativo. Quando as
reservas de energia emocional estão consumidas, atinge-se o SINDROMA SE
SOBRECARGA DE CONTACTO. E quando o síndroma se instalar ficará: Cansado;
Esgotado; Deprimido; Impaciente e Sem Graça.
1. O relacionamento com o cliente é parte integrante do seu trabalho – não é uma extensão
dele.
Para a sua empresa nada é mais importante que os clientes, sem eles, a empresa não
existia.
OCLIENTE
OS
TODOS DA SUA EMPRESA
TRABALHADORES
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É importante para si conhecer ou saber:
▪ Os anseios dos seus clientes;
▪ As necessidades dos seus clientes;
▪ As opiniões dos seus clientes;
▪ Os sentimentos dos seus clientes;
▪ Se os seus clientes estão satisfeitos;
▪ Se os seus clientes se mantêm fiéis.
Estar atento é a capacidade de perceber aquilo que os clientes podem querer ou de que podem
necessitar. Está para além da oportunidade e da antecipação porque exige de si que esteja
SINTONIZADO com as NECESSDADES HUMANAS dos seus clientes.
4. A necessidade de conforto
Os clientes precisam de conforto físico: um lugar para esperar, descansar, falar ou negociar.
Também precisam de conforto psicológico: a garantia de que serão bem tratados e a
confiança de que satisfará as suas necessidades.
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Dez características de serviços
REAL
FÍSICA 6º COMPEXIDADE
MATERIAL
1º ORIENTAÇÃO 3º INTERACÇÃO APARENTE
MENTAL
PESSOAL PESSOAL
7º ADAPTAÇÃO
EMOCIONAL
AVANÇADA
2º TECNOLOGIA 8º COBERTURA
4º LONGEVIDADE
MENOSAVANÇADA
9º FORMAÇÃO
5º LOCALIZAÇÃO
10º SUPERVISÃO
AS VENDAS
O volume de facturação da sua empresa depende, antes de mais, da equipa de vendas. Mas os
vendedores eram considerados até há pouco tempo, os "parentes pobres" do marketing. Na sua
organização isso deve ser diferente. Eis como organizar a sua força de vendas de forma e
estruturar um departamento imparável.
Antes o pessoal comercial vendia sem considerar de forma séria as necessidades dos clientes:
usavam-se apresentações decoradas e técnicas desgastadas que já não funcionam.
Se um vendedor traz constantemente dinheiro para a empresa, ele é necessário. Se ele traz
mais dinheiro do que os outros, é indispensável. O que se espera do novo vendedor é que saiba
negociar parcerias e que seja capaz de, com o cliente, fazer as contas de quanto é que ele vai
lucrar ao comprar o seu produto, ideia ou serviço.
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De que depende a organização da força de vendas
Dimensão da empresa:
Especificidade
Grau tecnológico
Clientes:
Clientes - alvo
É com base nas características da PME acima descritas que se opta por uma das seguintes
formas básicas de organização, planeamento e projecção da equipa de vendas:
Especialização geográfica
Distribua os elementos da sua equipa pelas zonas geográficas que considera mais relevantes.
Cada vendedor tem uma área de trabalho e vende todos os produtos da empresa.
Cada vendedor é responsável por um produto ou por uma gama de produtos da empresa.
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• Vantagem: No caso de comercializar produtos que exigem conhecimentos técnicos
muito específicos, só tem a ganhar com esta organização da equipa de vendas. Os clientes
têm que ser bem informados e o vendedor não pode demonstrar ignorância sobre o que está
a vender.
• Desvantagem: Obriga a que o vendedor percorra o país todo, ou toda a área coberta
pela empresa; pode causar saturação nos clientes que recebem a visita de vários vendedores
da mesma firma, por isso é recomendável que haja rotação entre os vendedores e uma boa
coordenação no escalonamento das visitas.
No caso da empresa ter clientes com uma diferenciação que obrigue a abordagens diferentes
por parte do departamento, é benéfico que os vendedores se especializem nos ramos de cada
um deles. Por exemplo, pode ter pessoas que se dediquem apenas às grandes superfícies e
outras só ao retalho.
Sistema mistos
Se a sua empresa já atingiu uma dimensão considerável, pode optar pela distribuição complexa
por zona/produto, zona/cliente ou zona/produto/cliente.
Uma boa organização só existe com rigor, mas para ter os empregados motivados deve haver
alguma flexibilidade. Assim, deve haver rigor no circuito a visitar pelos vendedores e deve fazer-
se uma análise cuidada a cada cliente, verificando as compras médias e a última compra de
cada um deles. Para além de uma equipa de vendas organizada, ela deve estar motivada.
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TÉCNICAS PARA VENDER MAIS E MELHOR
Cerca de 80 % do sucesso de um vendedor são devidos à sua atitude e só os restantes 20% são
relativos à sua aptidão técnica. Os vendedores de sucesso são pessoas confiantes. Sabem
como provocar uma compra de modo firme, mas amigável. Têm uma atitude positiva perante a
vida. É essa mentalidade vencedora que faz a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma
venda.
Adquira autoconfiança
Como já foi referido os vendedores que vendem mais 100% do que os outros não são 100%
melhores, acima de tudo eles têm uma melhor atitude. Mas como adquirir essa mentalidade
vencedora? A primeira barreira a vencer é a psicológica. Um bom vendedor tem de começar a
mudar a forma como se vê a si próprio. Essa auto- avaliação deve ser baseada no conjunto de
ideias, medos, opiniões, dúvidas e valores adquiridos ao longo da vida e que afectam tudo o que
nós fazemos e sentimos. Pode ser dividida em três partes:
Se quer ser um vendedor de sucesso veja-se a si próprio como alguém que desempenha os
seguintes papéis:
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• Empresário - Você é o seu patrão. Se algo lhe corre mal cabe-lhe a si resolver o
problema;
• Consultor - O seu papel não é vender, mas, sim, detectar e solucionar os problemas
dos seus clientes;
• Médico - Você actua nos melhores interesses do paciente. Examina o problema, faz um
diagnóstico e apresenta a prescrição que é o seu produto ou serviço;
• Estratego - Você tem objectivos semanais, mensais ou anuais para cumprir e procura
fazer tudo para os atingir;
• Gestor - Você é alguém orientado para os resultados. Raramente perde tempo. Escolhe
as acções adequadas que conduzem ao cumprimento de objectivos.
• Atleta olímpico - Você sabe que é o melhor porque faz tudo para o ser. Só o primeiro
lugar lhe serve.
• Sacerdote - Você vende aos outros da mesma forma que gostava que lhe vendessem a
si. Ou seja, de forma honesta, ética, compreensiva e ponderada.
• Operário - Você tem de trabalhar mais do que os outros. O esforço diário e a tenacidade
são a melhor forma de obter resultados.
A maior causa do falhanço nas vendas é o medo da rejeição que, muitas vezes, representa um
sinal da falta de confiança nas suas capacidades. Quem não tem uma atitude de vitória tende a
encarar a rejeição do lado pessoal. Elimine este sentimento. O cliente que declina uma proposta
está a rejeitar a transacção e não a pessoa. Estar consciente desse facto ajuda o vendedor a
manter-se calmo, paciente e persistente: três dos principais requisitos para uma boa venda.
Por outro lado os clientes com uma atitude negativa, cuja negociação causa frustração pessoal,
devem ser evitados. Quem compra um produto ou serviço deseja melhorar a sua situação,
resolver um problema, ou poupar dinheiro. Os pessimistas não crêem que algo possa ser
melhorado, logo raramente compram. Não perca o seu precioso tempo com este tipo de clientes.
Agora que conhece os segredos da autoconfiança resta-lhe partir à conquista dos clientes. A
prospecção da venda é uma das partes mais importantes do processo. Antes de marcar a
37
primeira entrevista com um potencial cliente é necessário estar devidamente preparado para
esse objectivo e antecipar a melhor forma de responder às suas perguntas.
• O que estou a vender? Os clientes não procuram produtos e serviços, mas sim,
melhoramentos ou soluções para os seus problemas específicos;
• Quem é o seu cliente ideal? Compare-o com os seus clientes habituais através de
critérios como sexo, habilitações literárias, profissão e idade;
• Por que compram? Saiba quais são as vantagens tangíveis e intangíveis que os
consumidores procuram;
• Onde estão os clientes potenciais? Veja se poderão pertencer, por exemplo, a uma dada
área geográfica ou a um grupo específico de consumidores;
• Quando é que eles compram? Conheça a frequência e os hábitos de compra (por
exemplo, no início do mês quando recebem o salário);
• Quem são os rivais? Veja quais os seus pontos fortes e fracos, e que necessidades
satisfazem;
• Quem ainda não é seu cliente? Saiba quem poderá beneficiar do seu produto e que
neste momento ainda não o conheça ou não o esteja a comprar.
Se existe uma situação para a qual o vendedor tem de estar sempre bem preparado nesta fase
de prospecção é a da argumentação junto do cliente. Para o fazer responda às seguintes
questões:
• Liste três razões por que um cliente compra um determinado produto, ou serviço quer
seja comercializado por si, quer pela concorrência;
• Apresente três razões para que uma pessoa, que já decidiu comprar o produto ou
serviço, prefere a sua oferta à da concorrência;
• Descreva três razões porque lhe compram o produto ou serviço a si e não a outro
vendedor da sua empresa.
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Como marcar a reunião
Quando tenta marcar uma reunião é provável que o seu cliente a tente evitar. Nesse caso será
mais importante do que nunca preparar-se para responder às suas objecções típicas. Vejamos
alguns exemplos:
• Se está ao telefone e o cliente pergunta por que deve recebê-lo, apresente de forma
clara e rápida as vantagens do que quer vender. Diga, por exemplo, que se trata de uma ideia
que o vai fazer poupar muito dinheiro.
• Se o cliente lhe perguntar directamente quanto custa o produto antes de o conhecer ou
se demonstrar um manifesto desinteresse pelo assunto, talvez seja altura de desistir. Mas se
o cliente lhe pedir mais informações sobre o produto diga que precisa de apenas dez minutos
para a apresentar pessoalmente e ele julgará se é ou não interessante. Desta forma estará a
transmitir que a reunião será rápida e que não existe um compromisso de compra.
• Caso o cliente insista em conhecer o produto pelo telefone ou lhe peça para lhe enviar
informações pelo correio ou fax, mostre relutância. É sempre mais fácil vender cara a cara do
que indirectamente.
Em qualquer dos casos procure ser cortês, delicado, mas decidido. Mas há uma regra de ouro
neste processo: não confunda persistência com insistência.
O medo é uma presença constante do acto da venda. Já vimos que os vendedores têm de
ultrapassar o medo da rejeição. Mas não nos devemos esquecer de que os clientes também
receiam falhar. Eles têm medo de se enganar, de comprar em demasia, de estarem a pagar mais
do que a concorrência ou de apostar num produto sem terem provas do seu sucesso. A compra
é, em suma, um acto de risco. Para vender terá de convencer o cliente de que esse risco é
mínimo. Logo, quando estiver frente -a- frente com o cliente não procure apenas vender
imediatamente, mas sim criar uma relação duradoura de confiança.
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Reforce a sua credibilidade
Para estabelecer essa relação de confiança com os clientes é necessário inspirar credibilidade.
Eis algumas técnicas para a conquistar:
Um último conselho: saiba ouvir. Falar muito e ouvir pouco, irrita o cliente e mina a sua
credibilidade. Os bons ouvintes demonstram estar genuinamente interessados nas necessidades
e aspirações dos clientes.
Identifique problemas
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• Questões de significado. Visam detectar qual a atitude actual do cliente face ao seu tipo
de produto ou serviço. Pergunte, por exemplo: Que tipo de produtos usa actualmente? Está
satisfeito com eles?
• Questões de substância. Visam detectar a forma como esses problemas afectam os
clientes. Pergunte, por exemplo: O produto que usa é ineficaz? Está disposto a experimentar
um novo produto?
Apresente soluções
Se já tem um bom conhecimento das carências, necessidades e problemas do seu cliente está
na altura de lhe propor uma solução. A apresentação deve ser totalmente direccionada para a
resolução dos seus problemas. A melhor forma de o fazer resume-se a três palavras:
Uma outra técnica a utilizar nesta fase de apresentação é a de mencionar a excelência dos seus
serviços pós venda. Último conselho nesta fase: não se esqueça que a compra é, em grande
medida, uma decisão emocional. Logo, ao apresentar soluções, esteja atento aos sinais
emocionais do cliente como o grau de atenção, os gestos; a expressão facial ou o tom de voz.
Qualidade, valor, serviço e preço são os quatro elementos necessários à venda. Só que são
insuficientes. Por melhor que seja a sua proposta há sempre o risco de o cliente levantar
objecções. Mas ao contrário do que se pensa, as objecções até podem ser positivas já que
demonstram interesse na compra. O pior cliente é o que assiste silencioso e quieto à
apresentação de um produto. Por outro lado, as objecções podem ser úteis pois revelam as
áreas em que os clientes são mais sensíveis. Logo, em vez de reagir emocionalmente a uma
eventual objecção procure antecipar quais são e qual será a sua estratégia de resposta. Eis
algumas dicas:
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Antecipe as razões da recusa
Em regra, as objecções podem ser agrupadas em cerca de seis categorias: qualidade, preço,
competidores, eficiência e durabilidade, serviços pós-venda e garantias. Determine quais são
estes seis critérios para o seu produto ou serviço. Prepare antecipadamente argumentos sólidos
para cada uma delas.
Em suma, trate sempre as objecções como pedidos para mais informações. Ouça com atenção e
procure contrariá-las. Aceite as recusas com gratidão e siga em frente. Não se esqueça de que
muitos problemas, não têm, de facto, solução.
Esta questão é a mais importante pois pode ser levantada desde cedo nas questões de vendas.
É habitual o cliente perguntar o preço mesmo antes de ouvir a proposta comercial. Mais habitual
ainda é afirmar que é caro, qualquer que seja o preço a que nos referimos. Eis algumas dicas
úteis:
A fase da conclusão de uma venda é geralmente acompanhada de uma reunião final com o
cliente. Este é um momento difícil e decisivo. Redobre, por isso, as cautelas. Não seja
manipulador. Procure reduzir a pressão associada à venda e evite usar técnicas que possam
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destruir um relacionamento futuro. Mas se está confiante do sucesso da venda siga um dos
procedimentos seguintes:
Se no final da reunião, o cliente lhe disser que quer pensar no assunto, estas palavras significam
que a recusa é provável. Nesse caso arrume as coisas, dirija-se para a porta e ao despedir-se
pergunte-lhe qual é a razão que o leva a querer pensar no assunto. Pergunte, por exemplo, se é
o preço de venda. Se o cliente responder afirmativamente ou se lhe indicar uma outra objecção,
considere essa informação preciosa. Ela pode ser útil nessa e noutras vendas futuras.
Toda a gente negoceia alguma coisa todos os dias, mesmo quando não se apercebe que o está
a fazer. As negociações não devem ser feitas pelos lucros, pelos ganhos pessoais ou pelo poder
de mandar, mas antes pela produção e pela cooperação.
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A negociação depende da comunicação. Ocorre entre indivíduos que agem, por si próprios ou
como representantes de grupos organizados e, por isso, pode ser considerada um elemento do
comportamento humano.
Preparar a negociação
Com muita frequência, é necessário aprender através da experiência e do erro. Mas um dos
conselhos básicos na negociação é ter um conhecimento aprofundado das circunstâncias que a
rodeiam.
Preparar uma negociação é algo que pode durar um ano inteiro, sobretudo porque o trabalho
não acaba ou começa quando um contrato expira. Além de fazer os "trabalhos de casa", o
negociador deve tentar analisar os elementos do ponto de vista do opositor.
• Estabelecer objectivos: estes podem ser definidos como o encontro de uma ou mais
necessidades dos participantes envolvidos e não devem ser rígidos.
• Optar por um indivíduo ou uma equipa negocial: o grau de preparação, o número e
tipo de pessoas que podem compor uma equipa de negociação dependem da importância do
negócio, da sua dificuldade e do tempo disponível.
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• Escolher o local de encontro: conduzir a negociação em "território" do negociador tem
vantagens práticas e psicológicas porque obriga o outro lado a deslocar-se. Em contrapartida,
o negociador deslocar-se a território "inimigo" também tem benefícios porque o negociador
pode devotar todo o seu tempo à negociação sem distracções ou interrupções inerentes a
estar no seu próprio escritório.
• Preparar o encontro: caso seja o interlocutor que se desloca até ao negociador, este
deve ter o cuidado de lhe prestar assistência aos planos de viagem. São pormenores que
ajudam a definir o clima do encontro. Os arranjos físicos do espaço da negociação também
podem ter um efeito potencial.
• Definir a agenda: uma agenda geral, que consiste no documento que será apresentado
ao interlocutor, e uma agenda pormenorizada, para uso próprio.
• Escolher a abertura do encontro: há negociadores que preferem começar com um
tema irrelevante, outros optam por contar uma história humorística para aliviar a tensão e
outros ainda começam com alguns dos princípios gerais da negociação.
Cuidar a apresentação
Para além de ter em atenção os aspectos físicos do espaço onde vai decorrer a negociação, tal
como a iluminação, cor, assentos confortáveis, ar condicionado, telefones para comunicações
com o exterior, há que ter em conta a apresentação dos negociadores propriamente ditos.
O negociador deve tentar adequar o seu estilo - clássico, casual, arrojado, inovador - ao
interlocutor. Negociar um contrato com uma banda de hard rock é certamente diferente de
negociar com uma instituição bancária. Mas o estilo não se refere exclusivamente à roupa ou
penteados, é uma preocupação que se deve estender também à apresentação das ideias.
Recorrer a projecções em Power Point ou qualquer outro sistema informático e entregar dossiers
personalizados a cada um dos intervenientes são pormenores que ajudam a conquistar pontos.
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Escolher o método de negociação
Uma negociação decorre a dois níveis, o do conteúdo e o das regras utilizadas para negociar
esse conteúdo. Cabe ao negociador escolher a estratégia mais adequada. Existem três:
negociação branda, agressiva ou com princípios.
Qualquer método de negociação pode ser avaliado tendo em conta três critérios:
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Relembrar as regras da argumentação verbal
Para tomar as rédeas de uma conversa é necessário fazer perguntas diferenciadas e estruturá-
las de forma a conduzir o diálogo para os objectivos a alcançar. Uma das estratégias é utilizar
uma pergunta matriz através da qual é possível dirigir uma negociação, tendo em atenção os
gestos e movimentos do interlocutor.
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o "Fait accompli": ("Agora já não há nada a fazer") Esta é uma estratégia
arriscada, mas há muita tentação para utilizá-la. Neste caso o negociador alcança o seu
objectivo contra a oposição e depois espera para ver o que o outro lado fará.
o Retirada discreta: ("Quem, eu?").
o Retirada aparente: esta estratégia é constituída por uma mistura de
indulgência, autodisciplina e uma pequena decepção. O objectivo é convencer o outro de
que se retirou, mas, sem ele saber disso, o negociador ainda continua a controlar a
situação.
o Inversão: o negociador actua em oposição ao que pode ser considerado o
objectivo ou a orientação popular.
o Limites: os limites podem ser de muitos tipos como de comunicação, fixados
pelos membros da equipa de negociação, de tempo, geográficos. Quando uma parte
define um limite não é obrigatório que a outra fique restringida por ele a não ser que sirva
os seus propósitos.
o Dissimulação: envolve um movimento aparente numa direcção para desviar a
atenção do objectivo real. Também pode envolver uma situação em que o negociador dá à
outra parte uma falsa impressão de que tem mais informações ou conhecimentos do que
realmente possui. Esta estratégia tem sido usada com êxito em julgamentos de crimes.
• Estratégia "Como e Onde": Envolve o método de aplicação e a área de aplicação.
Muitas vezes é vantajoso usar duas ou mais análises estratégicas na mesma negociação. A
este nível existem outras estratégias:
o Participação: o negociador procura captar a ajuda das outras partes a seu
favor, quer actuem directa ou indirectamente. Perante um impasse à mesa das
negociações é muitas vezes útil sugerir que ambos os lados designem dois membros da
equipa para participarem separadamente na tentativa de resolver o diferendo e depois
regressarem à negociação.
o Associação: esta estratégia é muito utilizada no domínio da publicidade, onde
se associa um produto a uma determinada pessoa famosa, por exemplo.
o Dissociação: esta estratégia é o inverso da anterior, ou seja, um produto ou
uma causa são desacreditados pela exibição dos aspectos desagradáveis que lhe estão
associados.
o Encruzilhadas: o negociador pode introduzir vários temas na discussão, o que
lhe permite fazer concessões por um lado e ganhar por outro.
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o Encobrimento: esta estratégia tenta cobrir uma área tão vasta quanto possível
para alcançar uma abertura num ou mais lugares. Na ordem inversa, para impedir uma
abertura por parte do opositor, o negociador pode cobrir um largo segmento com mais
força e mais pressão do que seria necessário. Outro dos aspectos desta estratégia
acontece quando o negociador tenta evitar que a outra parte saiba onde residem as suas
fraquezas, inundando-a de informações, numa tentativa de ocultar a área em que
considera situar-se o seu ponto fraco.
o Jogar com o acaso: o negociador pode usar a lei do acaso para derrotar a
"vantagem do bluff".
o Amostra ao acaso: consiste em pegar num exemplo e presumir que o exemplo
escolhido representará o todo.
o Salami: ("Uma fatia de cada vez") implica apanhar algo a pouco e pouco, de
forma a ficar-se eventualmente na posse de tudo. O negociador deve ter a habilidade de
nunca fazer parecer que está a tirar alguma coisa à outra parte.
o Agência: a técnica de dar ao agente da negociação apenas autoridade limitada
ou de ligá-lo a instruções específicas além das quais não pode assumir compromissos
provou ser vantajosa. A outra parte compreendendo que o agente se acha preso às
instruções restringe mais as suas exigências.
o Níveis de expediente: o negociador altera o seu envolvimento no problema
para um nível mais alto ou mais baixo. Também pode consistir em dividir o problema em
diferentes partes, redefinindo a situação ou reapreciando-a.
o Outras estratégias: optar por dar ao agente da negociação autoridade limitada,
dar ajuda, ou tentar captar a ajuda da outra parte, nomeadamente através da escolha de
dois membros de cada equipa negocial para se reunirem separadamente, para tentarem
resolver o diferendo e depois regressar à mesa das negociações.
Estas estratégias são sugestões do que fazer ou não fazer. Um bom negociador deve saber o
"que, como, quando" e seleccionar as estratégias baseadas na totalidade dos resultados
desejados.
Quando sentir que a negociação está quase terminada e que poderá haver acordo, deve ser
dada à outra parte algo que para ela tem valor, mas que seja coerente com a base lógica da
proposta apresentada. Deve ficar bem claro que se trata de um gesto final, para não criar
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expectativas de eventuais concessões adicionais. Uma oferta deste tipo pode ajudar a dissipar
dúvidas ainda existentes e a desbloquear o acordo.
Desta forma a outra parte abandona a negociação satisfeita e com a sensação de ter sido
tratada com justiça. Sentimentos como este podem representar uma mais valia no momento da
aplicação do acordo assim como em futuras negociações.
A NEGOCIAÇÃO
Em rigor, temos agora um negociador activo, que procura os seus interlocutores, realiza esforços
para os contactar, enfrenta a sua indiferença ou rejeição, expõe os seus argumentos, pressiona
decisões, faz novas propostas, propõe compromissos.
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Por outro lado, temos o negociador passivo, que observa, analisa, compara, resiste, objecta,
rejeita ou aceita e, em última análise, decide.
Qualquer um destes dois tipos pode estar do lado cliente, além de que os papéis podem alternar-
se durante as fases de uma negociação.Reconhecer este facto é compreender a subtileza e
complexidade da nova perspectiva de NEGOCIAÇÃO COMERCIAL. Esta, envolve múltiplas
vertentes de competência, necessárias ao seu exercício eficaz:
Assim, com a nova abordagem, querem-se criar novas competências ao nível da negociação
comercial. Para tal passo a falar no novo modelo comercial.
x y
Entidade
x y Entidade
Negociador Negociador
Problemas Problemas
Necessidades Necessidades
MODELO RCV
A observação cuidada do modelo que apresentamos revela de imediato uma vertente simétrica:
as partes unidas na negociação (x) e (y) reportam-se em equivalência, o que manifesta o poder
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equalizador das duas partes que negoceiam. À partida, terão o mesmo poder negocial e une-os
a situação de possuírem problemas, necessidades e um objecto de troca.
A situação de negociação assim representada demonstra a importância de cada uma das partes
em atingir um acordo, motivadas pela procura da solução de problemas e necessidades, que
apresentam ser divergentes mas, pela negociação, convergirão com vista à melhor solução
possível, ou seja, aquela em que ambas as partes ganham o máximo possível.
No entanto, os objectos serão trocados apenas na condição de serem cumpridos três requisitos:
1. É necessário estabelecer-se um processo de comunicação que crie
uma relação entre as partes, não só entre as Organização mas também entre os
representantes responsáveis pela Negociação;
2. As partes deverão considerar-se mutuamente credíveis como parceiros
da negociação em causa;
3. O valor dos objectos de troca deve ser estabelecido em equilíbrio pelas
partes, em perspectiva cruzada, isto é, ambos considerarem que entregam menor valor
do que o que recebem, traduzindo-se na percepção de ganho para ambas as partes.
Uma vez satisfeitas estas condições determinantes do modelo: Relação, Credibilidade e Valor,
poderemos falar num acordo, solução entendida como vantajosa por ambas as partes envolvidas
na negociação.
PROBLEMA E NECESSIDADE
Estes conceitos estão na base de muitas explicações de processos de compra por parte de
clientes, quando se pretende averiguar o porquê de uma pessoa adquirir algo.
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Problema é um estado de insatisfação, desconforto, limitação ou ameaça, relacionada com a
situação presente ou próxima futura, da qual se poderá ter ou não consciência.
Muitos problemas têm implicações directa na nossa vivência, no nosso bem estar quotidiano e
pode tornar-se premente a sua resolução. Estamos, assim, na perspectiva activa de
necessidade.
No estado de problema, o cliente acha que não precisa de nada e tenta suportar o problema. No
estado de necessidade, o cliente procura activamente uma solução para o seu problema, com o
qual já não consegue conviver.
Pode, portanto, definir-se Necessidade como a expressão de uma solução que o cliente acredita
poder resolver o seu problema. Sucede, por vezes, que não temos consciência directa dos
problemas, até que alguém nos questiona acerca de uma dada situação.
Ou então, uma das partes pretende dissimular as suas necessidades por detrás de uma máscara
de “não quero e nem preciso de nada...” ou “a situação é suportável...”, pelo receio de perder
poder negocial para a outra parte. É o bluff que muitos NEGOCIADORES usam como modo de
se defenderem da pressão contrária.
CARACTERÍSTICA
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O que define um produto são as suas características. Percebemos que um produto ou serviço é
definido pelas suas qualidades visíveis e/ou verificáveis, que são evidentes: físicas, de materiais,
de cor, até o próprio preço.
E não são as características que vendem um produto. As características, quando são muito
técnicas e específicas da tecnologia de determinado produto ou serviço, podem até confundir um
cliente afugentá-lo.
O problema nasce quando alguns profissionais da acção comercial consideram que a melhor
forma de conseguirem gerar o interesse no seu produto é pela descrição das características do
produto ou serviço que vendem. E nada existe de mais errado, porque o cliente, ou não entende
as características ou, pior ainda, não vislumbra o que pode ganhar com um produto com essas
características. Essa postura poderá condenar uma situação de venda ao fracasso, sem que o
profissional compreenda porquê.
O cliente compra, sim, e aprova, as condições de negociação que lhe são colocadas quando
compreender, a partir das características, que vantagens poderá usufruir e que benefícios esse
poderá trazer para ele.
O primeiro passo para o sucesso da negociação é compreender que as características não são
argumentos de venda, mas sim as vantagens e benefícios que daí resultam para o cliente.
VANTAGEM
Claramente, não são as características que vendem mas as vantagens que emanam destas.
A vantagem retira-se de uma simples pergunta, que podemos enunciar, quando expressamos
um determinado tipo de características: “E daí?”, “O que ganhamos com isso?”, “Que utilidade
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terá para nós?”, “Como vai ajudar-nos a realizar os nossos objectivos?”. Muitas vezes será
exigido que o profissional de negociação faça ele próprio esse processo mental de passagem de
características a vantagens, auxiliando o cliente a pensar na utilidade concreta do produto.
No entanto, o cliente poderá não estar ainda completamente convencido, porque as vantagens
são enunciadas para a generalidade das pessoas e não contemplam ainda a situação particular
dele. O próximo passo: fornecer benefícios.
BENEFÍCIO
Como é óbvio, nem todas as vantagens são fundamentais para todos os potenciais clientes.
Conforme as necessidades, assim as consideram mais ou menos importantes.
A questão fulcral é perceber no cliente a que argumentos ele é sensível. Se uma Vantagem
corresponde às necessidades particulares de um dado cliente, então a essa Vantagem especial
chama-se Benefício.
Uma das questões fundamentais deste processo: levar o cliente a perceber que a maioria das
pessoas poderá gostar de determinado produto ma que este é especialmente adequado a ELE –
cliente, e ás suas necessidades particulares. Uma vez compreendidos os benefícios para
determinado indivíduo, a sua predisposição a aceitar a sua proposta será maior.
A RELAÇÃO NA NEGOCIAÇÃO
O sucesso continuado de uma relação de negócios passa pela sua capacidade em transformar-
se no aliado do cliente a longo prazo, gerindo os aspectos comunicacionais de modo a ser visto
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como alguém que está disponível para ajudar o cliente e não apenas para se servir dele, ou para
ganhar com ele.
É fundamental que o cliente perceba, na ligação com o negociador, uma situação em que ambos
ganham, e que ele pode usufruir de uma situação de responsabilização do outro em cumprir a
sua parte, em desenvolver esforços para cimentar a relação, que implica confiança e dedicação.
O negociador deverá precaver a sua postura profissional, porque uma relação será mais
responsabilizadora do que uma simples situação de negócio e de troca de interesses.
Consciencialize-se de que a partir do momento em que cria uma relação com o seu cliente, ele
será mais exigente consigo. No entanto, você conquistou a confiança deste, até para questões
do negócio dele ou pessoais, o que requer alguma diplomacia e sigilo.
Convença-se, no entanto, que criará com o cliente uma relação em que este o verá a si como a
sua entidade – empresa que representa; é a si que contactará para a resolução de problemas e
é consigo que pretenderá falar.
À medida que a sua relação se consolida, o cliente conceder-lhe-á o que denominamos créditos
de satisfação, que compensam eventuais problemas ou reclamações. O cliente estará preparado
para “lhe” perdoar quase tudo, porque é fiel a si.
CREDIBILIDADE
No entanto, por muito boa que seja a sua relação com o interlocutor, dificilmente ela se
transformará em negócios, rentáveis e continuados, se a sua oferta não merecer credibilidade.
Se a relação é fundamental para as transacções comerciais com o cliente, de nada servirá se
este entender que a situação de benefício não é manifesta.
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A credibilidade da sua organização e do seu produto é tão importante como a Relação, e
uma não pode prejudicar a outra.
Pelo contrário, a relação deverá estar ao serviço da credibilidade. Servirá de cartão de visita para
o que a sua empresa é. Em muitos casos, o cliente vê a sua organização através dos seus
olhos. Acreditará se você acreditar, se o seu comportamento demonstrar satisfação com a sua
empresa.
Se, pelo contrário, lhe deixarmos transparecer aspectos de crítica e falhas da nossa Empresa, é
muito provável e natural que o cliente comece a não nos dar encomendas, por falta de confiança
na nossa organização. A relação e a credibilidade da empresa complementam-se e ditam o
sucesso comercial das negociações.
O VALOR
No entanto, o ciclo não está concluído. Há que olhar para a restante vertente que condiciona a
escolha dos clientes e que recai sobre o próprio produto e serviço, na selecção daquele e não de
um outro qualquer.
Obviamente que a sensibilidade à dicotomia qualidade - preço é uma das perspectivas mais
evidentes. Qualquer cliente quer qualidade ao mais baixo preço. Verdadeiramente, as pessoas
tentam comprar o mais alto valor possível com a quantidade de dinheiro de que decidiram dispor
para determinada aquisição.
A noção de valor que cada pessoa define para um determinado produto condiciona-se por
variados factores. Se o preço é aquilo que estamos predispostos a pagar, esta é uma noção
diferente do que é o valor. O VALOR refere-se àquilo que o cliente recebe por adquirir
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determinado produto. É a consequência final do conjunto de benefícios que o produto ou serviço
proporciona a esse cliente.
Chegamos então à conclusão que os clientes não querem comprar preço, mas valor, isto é,
estão dispostos a pagar o preço solicitado se aperceberem e valorizarem os benefícios que o
produto lhes trará.
COMO NEGOCIAR?
Para melhor negociarmos iremos desenvolver 7 ferramentas, que permitiram concluir uma
negociar com eficácia e sucesso. Neste sentido passaremos a apresentar cada uma das
ferramentas da forma mais sucinta e fácil de compreensão.
1. PESQUISA
Pesquisar é a técnica de fazer perguntas, com o objectivo de melhorar o processo negocial. Não
visa satisfazer a mera curiosidade de quem pergunta ou simplesmente passar o tempo.
Efectivamente, fazer perguntas consiste numa ferramenta profissional para possibilitar melhores
negócios, em menos tempo, criando melhores relações com clientes mais satisfeitos.
As pessoas gostam de emitir opiniões, revelando dessa forma as suas atitudes em relação ao
tema em negociação. Pelo contrário, gostam pouco de proporcionar dados concretos ou de
escolher claramente entre dois caminhos possíveis. A escola é sempre um momento de angústia
e o decidir é um dos momentos mais penosos para o cliente. Habitualmente, este não pronuncia
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livremente as suas necessidades e prefere evadir-se com expressões como “Pois, mas eu não
preciso de nada...”. É a comum reacção perante a ameaça de um aborrecido negociador, que
eventualmente o fará comprar algo de que não necessita, se não tiver cuidado.
Assim, pesquisando, é mais provável que falem livremente, proporcionando muita informação, se
lhes forem colocadas perguntas, de tal modo que a resposta possa ser ampla.
Acima de tudo, a pesquisa como técnica de conversação com o cliente, tem um mesmo
propósito – obter informações do cliente e maneira a fazer a sua abordagem mais efectiva. Esta
ideia reflecte a nova noção do indivíduo que já não se limita a desembrulhar um rolo de
argumentos que, mesmo muito válidos, são arremessados o cliente, sem que este seja
questionado sobre os seus interesses.
CARACTERIZAÇÃO de PESQUISAS
59
PESQUISA INDIRECTA: é a que confere ao interlocutor a possibilidade de não
responder ou de escolher o tipo de resposta que pretende dar. Realiza-se usando o verbo no
condicional, ou incluindo na pergunta o inverso do que se pretende saber.
MOVIMENTOS
RESUMO
60
Deve-se, pelo contrário, informar sobre as características e sobre as vantagens de determinado
produto, pedindo a opinião do cliente. Na sua resposta., o cliente não deixará de dar também
factos, em conjunto com as suas próprias opiniões; teremos assim, sem fazer pesquisa fechada,
o material necessário para trabalhar.
No entanto, poderá aperceber-se de que existem outras formas em que a pesquisa poderá ser
extremamente útil, consoante o seu objectivo.
EXEMPLOS
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• Disse-me que os seus colaboradores não gostam de .... isto traz-lhe problemas?
• Como vai então resolver quando .... ?
• A situação que me descreveu, costuma arrastar problemas de ... É assim no seu
caso?
2. ESCUTAR
A arte de comunicar está relacionada não só com a capacidade de exprimir os nossos próprios
pensamentos, mas igualmente na aptidão de escutar os outros.
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Está em causa, numa relação de comunicação, a capacidade de emitir palavras mas também a
aptidão para ouvir o interlocutor e compreender o que ele disse ou quis dizer. Desenvolver uma
escuta real, activa, é uma das condições para a comunicação, e é mais do que simplesmente
ouvir: requer atenção, prática e é uma participação na comunicação, porque quem escuta
demonstra atenção, paciência e interesse e um espírito aberto e tudo isso é comunicado na
forma como escutamos os outros.
Provar que estamos atentos ao que o cliente nos diz gera empatia e cria uma relação mais
favorável à negociação. Se falamos, depois de ouvir, as palavras devem aludir ao que
escutámos, resumindo o que ouvimos, ou demonstrando compreensão. O feedback é a única
forma de ficar seguro que se compreendeu perfeitamente. Emitir feedback é restituir ao outro o
significado da suas palavras, tal como o apreendemos, solicitando-lhe confirmação ou correcção.
CARACTERIZAÇÃO de ESCUTAS
MOVIMENTOS
1. Quando lhe parecer que o cliente fez uma afirmação favorável mas que a
“embrulhou” noutras, faça COMPROVAR COMPREENSÃO. Para isso, basta repetir
a afirmação favorável e pedir confirmação. Ignore o resto da observação do cliente.
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2. Após algum tempo, é natural que hajam muitas afirmações já produzidas pelos
vários intervenientes na negociação. Faça um resumo, curto, dividido em partes,
usando pequenas frases de conteúdo muito claro. Ganhará assim ascendentes
sobre o seu interlocutor pela capacidade de condução da negociação.
3. Se notar que a negociação se encaminha para um certo desacordo, faça um resumo
dos pontos em que estão de acordo, antes de abordar a divergência.
4. Inicie e termine as sucessivas reuniões de um processo negocial com um resumo do
que já concordaram e dos pontos em aberto.
5. Antes de discordar de algum ponto importante faça Comprovar Compreensão. Dá-
lhe tempo para preparar a resposta e faz o cliente pensar se mantém a sua posição
nos mesmos termos.
RESUMO
As palavras contêm vários significados. A imprecisão do que se diz cresce com o número de
palavras de uma dada mensagem. É normal que o emissor pretenda dizer algo e que o receptor
compreenda uma mensagem de significado um pouco diferente. Como é óbvio, ao longo de uma
conversa, este fenómeno vai-se repetindo, criando muitas nuvens de imperfeita compreensão.
Nas interacções verbais fora do contexto de negociação, todo um outro conjunto de sinais
portadores de informação vêm complementar e esclarecer o significado do que se disse. Desse
conjunto de sinais fazem parte os sinais gestuais, as expressões faciais, os códigos privados e o
calão.
Muito destes sinais complementares podem não ser possíveis no contexto negocial, por
constrangimento, por não serem comuns, logo, não poderem ser compreendidos, ou mesmo
porque os negociadores pura e simplesmente não os emitem. Na realidade, muitos negociadores
estão convencidos que se devem reduzir a uma linguagem, não só puramente verbal como, o
que é pior, puramente lógico e racional.
64
A negociação é uma situação comunicacional complexa, em que os negociadores se envolvem
na sua plenitude como seres humanos, não só com a razão mas também com as emoções.
Para que a compreensão mútua seja máxima, é muito importante pontuar o decurso da conversa
com instrumentos verbais clarificadores, que permitam aos intervenientes verificar se o
significado do que foi dito é claramente o mesmo para ambos os negociadores e se o rumo de
interacção negocial que pretendem seguir é aceite e assumido por ambas as partes.
Daí a força estruturante desta ferramenta que, quando bem utilizada, permitirá a fluidez negocial
e a chegada mais fácil a uma conclusão, não importa se positiva ou negativa. Na verdade,
muitas vezes é mais importante que o clima da negociação seja agradável e que os
negociadores retenham boa impressão u do outro do que fechar um negócio, deixando atrás um
cliente irritado e ansioso por vingança.
É muito natural que o cliente esteja pouco interessado, ou mesmo indiferente às características
favoráveis do seu produto, uma vez que não tem, por vezes de imediato, consciência clara das
vantagens que elas proporcionam. Não adianta portanto fazer uma apresentação detalhada e
extremamente técnica do seu produto se o cliente ou não percebe um terço, ou não está
interessado.
O cliente deverá tomar conhecimento que, tal como ele, outros em situações iguais têm
problemas semelhantes e que, provavelmente, alguns já os resolveram com o seu produto ou
com um produto similar.
Assim, mais facilmente aceitará que lhe seja referida uma situação geral, integrando-o nela, e
mostrando que no dele o produto apresentado responde a essa necessidade. Esta técnica
respeita a lei de passagem do geral ao particular.
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concentra é nos seus problemas e na necessidade que tem de os resolver. Só essa linguagem
lhe interessará.
A escolha de determinado produto deve ser vista como uma reacção a uma situação que
angustia ou causa desconforto ao cliente e não porque este procedeu à descoberta de algo
maravilhoso que pode mudar a sua vida, embora muitos negociadores procurem exercitar esta
filosofia, ludibriados pela ideia que só deles depende o facto de vender ou não. O cliente deverá
ser comprador, e não será induzido a isso pela argumentação convincente do negociador.
Convença-se que o cliente raramente se deixa enganar porque desenvolveu defesas e um
espírito crítico que rastreia muitas dessas situações.
Referir uma necessidade existente no mercado, relacionada com uma característica do seu
produto, e como outros se satisfizeram com ela. Detalhar a vantagem associada, explicando
como o seu produto satisfaz essa necessidade no caso específico do cliente.
MOVIMENTOS
66
6. Se o cliente for conservador e gostar de integrar a corrente principal, sublinhe que
muitas outras pessoas já fizeram a opção que lhe propõe.
RESUMO
Não obedecer a esta regra é ceder o papel de negociador activo, que passará para o lado do
cliente. Este assume o papel de negociador activo porque é ele que está a receber informações
e a colocar perguntas, decidindo o rumo da entrevista e os aspectos que aprofunda ou rejeita. O
negociador fico com o papel de fornecedor de informações, sem conhecer o que vai no espírito
do seu interlocutor, condenado assim ao exercício de adivinhação.
O fornecedor do produto tem que decidir se essa estratégica lhe interessa. Como a liderança da
negociação é sempre do negociador activo (pela própria definição de liderança), ceder o papel e
esperar pela atitude do outro é ceder a liderança. Poderá ser uma estratégia aceitável se
claramente o cliente está muito interessado ou se a sua personalidade for de molde e não aceitar
outra alternativa.
Propor o produto não é mais que a natural consequência da necessidade do cliente, e surgirá
aos olhos do cliente como a solução para o seu problema.
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Qualquer que seja a necessidade do cliente, que estará provavelmente incluída numa destas
categorias, para a relacionar com a sua oferta, terá de conhecer o seu produto muito bem e estar
em condições de adoptar uma estratégia de pesquisas abertas .
Aquilo que pretende é conhecer o que o cliente precisa e as pesquisas abertas terão como
objectivo encontrar essas áreas de descontentamento. Este será o ponto de partida para a sua
apresentação e para o sucesso da negociação. É uma fase que o negociador não poderá
descurar, sob pena de estar a propor um produto de forma pouco apelativa porque não vai de
encontro àquilo que o cliente quer, ainda que este lhe admita valor.
4. APOIO
É difícil imaginar como se pode chegar a acordo através de uma guerra de opiniões, em que
cada um procura obrigar o outro a ceder aos seus pontos de vista. Isto, se mantivermos a
perspectiva de negociação como alguém que (con)vence alguém a algo.
Essa é a estratégia de negociação mais geralmente adoptada, pelo menos por negociadores não
treinados. Normalmente, termina por um armistício ou desistência e raramente por um
gratificante acordo entre as partes.
A negociação será bem sucedida se no final houver acordo suficiente para que se concretize a
troca. O melhor caminho para o acordo final é através de concordâncias parcelares, construindo
assim uma espécie de escada de acordos que conduz ao fecho.
É natural pensar que a venda nascerá sem estranheza se foram sendo conquistadas bases de
concordância entre os negociadores, se for conquistando algumas aprovações da parte do
cliente de que realmente o seu produto resolve os problemas dele.
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Pretende-se a criação de uma ambiente: o chamado clima de apoio em que se consegue levar o
cliente a admitir e reconhecer no produto benefícios directos para ele. Com esta ferramenta,
seguindo os passos apresentados como movimentos, o pretendido é:
• Procurar oportunidades para manifestar acordo com o cliente;
• Manifestar acordo de forma clara e explícita;
• Referir vantagens do produto associadas ao acordo em causa.
MOVIMENTOS
1. Deverá usar a Pesquisa para levar o cliente a fazer comentários com que possa
concordar.
2. Observar intervenções do cliente, de modo a exprimir acordo com o que ele disse.
3. O acordo deve ser manifestado de forma explícita, mas sem as vontades de
terceiros, nem repetição frequente.
4. Realce o facto de o acordo estar directamente relacionado com as vantagens do
produto.
5. Perante comentários com que não possa concordar, use a Pesquisa em vez de
discordar abertamente com o cliente.
RESUMO
Ouvir alguém concordar connosco dá-nos prazer. Tranquiliza-nos, pois traduz da parte do nosso
interlocutor a intenção de se colocar do nosso lado, de nos apoiar.
Se, pelo contrário, outro não manifesta concordância com algo que dissemos, e sabemos
claramente que o poderia fazer, então essa atitude é interpretada como de agressividade latente
ou ataque iminente, gerando uma atitude de defesa e preparação de contra-ataque.
Um simples aceno de cabeça será compreendido como um sinal amistoso. Um simples “tem
razão” é o suficiente para descongelar uma atitude desconfiada da parte do cliente.
As afirmações que o cliente produza contêm seguramente muita matéria com a qual estamos de
acordo. Devemos, antes de mais, concordar com essa parte. Em seguida, exprimir a nossa
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opinião, ainda que diferente, sobre o resto. Será entendido como alguém eu está do lado dele,
cliente, e que, lealmente, lhe exprime as suas divergências.
É um grave erro fazer o inverso, isto é, manifestar opinião contrária e depois condescender na
concordância parcial. Soará não a uma conquista por parte do cliente mas como um brinde ou
uma anuência por parte do negociador. Esta concordância já não será ouvida pelo cliente da
mesma forma. Surgirá como a cedência de um adversário e não como o apoio de um amigo.
Mas esta atitude não é extensível a todas as declarações do cliente. Serão de concordar todas
as afirmações deste, que pode reforçar, levando o cliente à aceitação do seu produto, mas é
óbvio que não concordará com o cliente se este fizer alusões à sua empresa ou ao seu produto,
pois esta atitude será “ um tiro no pé”. E abstenha-se de concordar com afirmações
desfavoráveis à concorrência: poderá tratar-se de um teste do cliente, mas seguramente não
será por denegrir a imagem da concorrência que o seu produto brilhará.
Apoiar não se reserva apenas a enunciados verbais. Pode também usar concordâncias não
verbais, gestuais e faciais, de modo a transmitir sintonia e apoio sem usar palavras. Neste
domínio é particularmente importante o contacto visual, que se deve manter directo, olhos nos
olhos. O ditado popular olhos não mentem é uma profunda convicção da maioria das pessoas.
Quem foge com os olhos é, pois, visto como estando a mentir, a ocultar algo ou a preparar-se
para o fazer.
Deixe o seu corpo demonstrar a sua sinceridade e convicção naquilo que diz, pois o cliente
valorizará a sua honestidade, embora a ponha à prova sempre que lhe aprouver. Cabe-lhe a si,
negociador assertivo e de espírito aberto, estar atento ao que ouve do cliente, descobrir pontos
que podem favorecer a sua argumentação, concordando com estes, gerando um clima de apoio
progressivo e o fecho da negociação surgirá como o único passo natural.
5. SUPORTE
A crença em algo que afirma poderá formar-se por si, ou necessitará de algum auxílio, por forma
a levar o cliente a acreditar naquilo que diz. Claramente, as opiniões por si só não convencem e
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no mundo de hoje o comprovativo, a prova segura de uma afirmação, é uma condição
necessária.
Por isso, o que fazer se o cliente reage com dúvida ao que lhe diz? Como provar-lhe a
veracidade de algo?
Assentar a sua argumentação em declarações poderá não ser suficiente para um cliente mais
desconfiado ou amedrontado em tomar uma decisão que, por hipótese, terá até de justificar a
outros. E outra limitação reside ainda no facto de após ter referido os benefícios da sua oferta,
ainda assim o cliente parece resistente ou ao benefício ou às capacidades efectivas da sua
oferta realmente satisfazer as necessidades dele.
Não acreditar, será tão prejudicial a uma negociação como desconfiar da veracidade do
benefício do produto, se pensarmos que a negociação assenta, sobretudo, na credibilidade e no
valor da sua oferta.
Esta ferramenta pretende superar essa barreira, a técnica reside em superar os seus
argumentos com factos ou referências que demonstrem a veracidade das suas afirmações. A
única forma de criar um benefício num facto assumido por todos, de incontestável importância,
exige uma situação de prova, que serve de suporte à legitimidade da sua negociação.
MOVIMENTOS
71
5. Prepare cuidadosamente as demonstrações do produto. Tal como uma boa
demonstração convence à compra, uma demonstração desastrada causa má
impressão e pode arruinar o negócio.
RESUMO
Qualquer negócio tem um certo grau de subjectividade, associado às impressões que se formam
no espírito do cliente, quer sobre o produto em si, quer sobre o outro negociador e a entidade
que representa. Não há como eliminar este desconforto, em confiar, justificado pelo medo
psicológico do desconhecido, mas é uma situação que poderá ser atenuada pela atitude do
negociador e a sua aptidão em transmitir confiança e credibilidade. Esta projecção psicológica
exige um trabalho real do negociador e alguma insistência, pois não acreditar poderá tornar-se
sinónimo de não vender: a ideia e depois o produto.
Seguramente, o que fará a mudança de atitude do cliente para um terreno de alguma confiança
reside muito na percepção que este faz da própria crença do negociador. O cliente não hesitará
em avaliar a atitude do negociador, o grau de entusiasmo que este projecta, o tom de
envolvimento e o seu fervor quando se refere ao produto e aos benefícios deste. Parece-nos
evidente que se o negociador não acreditar, o cliente não acreditará.
Quando o cliente manifesta uma duvida, explícita ou implícita nos seus silêncios ou omissões,
estamos perante um momento de especial importância para a formação de uma boa impressão.
Na realidade, a segurança, a prontidão, a delicadeza e compreensão que o negociador puser na
demonstração do seu argumento, poderão ser um contributo para captar a confiança do cliente e
facilitar a sua decisão, talvez mais significativo do que este ou aquele factor material ou de
preço.
Quanto mais importante e irreversível for o negócio, mais provável será a dúvida. A compra de
alto envolvimento, como é designada pelos marketeers, requer do cliente uma reflexão mais
ponderada. E seremos igualmente retratados nesta conclusão se pensarmos que o nosso
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processo de decisão entre dois detergentes de roupa não ocorre da mesma forma que a
aquisição de uma casa. O que está em jogo, os prós e contras de determinada decisão, são bem
mais reflectidos e não há, propriamente, lugar para uma compra por impulso, nesta situação.
Por forma a segurar determinada posição perante o cliente, duas estratégias se assumem como
eficazes: a DEMONSTRAÇÃO ou a REFERÊNCIA.
A DEMONSTRAÇÃO consiste na prova pelo produto e sucede sempre que é dada ao cliente a
oportunidade de verificar por si próprio o que o produto é ou parece ser. A demonstração pode
implicar um funcionamento, como é o caso de uma peça de software, invisível em si mesma mas
cujo funcionamento in loco poderá facultar maior segurança aos benefícios apresentados, ou
uma exibição, como no caso de um terreno, um imóvel ou uma jóia.
Um outro método, a REFERÊNCIA, consiste na prova pelo testemunho de uma fonte credível,
que confirma os nosso argumentos, com a autoridade de, por exemplo, já ser utilizador ou haver
testado o produto. A fonte pode ser uma pessoa, uma organização ou publicação respeitada na
matéria em causa.
A referência é a citação de um facto concreto, verificável pelo cliente, num folheto do produto,
publicação, entidade oficial, entre outras....
Apresentar uma referência implica descobrir que citações, nomes ou empresas terão valor ou
credibilidade para o cliente, pois poderá suceder que determinada referência citada em nada lhe
pareça favorecer o seu produto. Fornecer uma referência implica uma acção anterior de
descobrir algo sobre a área de negócio do cliente que funcione como passaporte de
credibilidade.
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6. COMPROMISSO
Pretende-se que o fim da negociação seja tomado como definição de um acordo, satisfatório
para ambas, que seja tomado por estes como um compromisso de honra, a ser cumprido.
Quando há acordo, global ou sobre uma parte da negociação, é do maior interesse consolidar
esse acordo, estabelecendo um compromisso de acção subsequente. De nada serve assumir
um acordo se o que é concertado não é posto em prática, se não existir uma acção decorrente e
se não se seguir uma atitude de informar as outras entidades interessadas do resultado da sua
negociação.
Entende-se o acordo global como o fecho do negócio, o que vulgarmente o negociador assume
como o pedido e a celebração da encomenda. A questão é que existem outras formas de
assumir um acordo. Poderão celebrar-se acordos parciais, quanto a ficar combinado uma nova
reunião, uma demonstração de produto, etc.
Não devemos assumir que uma negociação apenas termina positivamente se o cliente compra,
mas que estes compromissos parcelares podem ser momentos anteriores a uma situação
contratual. Por isso, estes não devem ser menosprezados porque permitem estruturar sequência
da negociação.
Outra questão a realçar nesta ferramenta é que esta deve ser assumida como um momento
seguinte e decorrente da conversa, não um fosso demarcado do percurso da conversação.
Um dos erros mais comuns consiste em assumir que o pedido de um compromisso é um dos
momentos mais tenebrosos da negociação, que o cliente irá irritar-se se lhe pedirmos a sua
decisão.... Esta situação cria quase um bloqueio psicológico que transparece na atitude do
negociador.... começam os suores frios, a expressão torna-se tensa e o tom de voz
demonstração desconforto.
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O momento do compromisso é o culminar natural de uma negociação, apenas mais um
momento, justificado pelo crescente ambiente de concordância que o cliente manifestou em
relação aos benefícios do produto.
MOVIMENTOS
2. Se considerar que o cliente já possui razões suficientes para adoptar a sua oferta
resuma os aspectos positivos concordados, e apenas esses, sem fazer qualquer
referência a outros aspectos, quer positivos mas não concordados, quer objecções
não resolvidas.
3. Não refira nada de novo. Qualquer palavra a mais, nesta fase, pode significar o
recuo do negócio à discussão.
4. Proponha uma acção que seja a continuação lógica do acordo obtido, mas cuja
realização implique a aceitação tácita desse acordo. É a esta acção, e não ao
acordo, que o cliente vai dar o seu assentimento.
5. Aguarde em silêncio a resposta do cliente, demore o tempo que demorar. Com o seu
silêncio, obrigará o cliente a manifestar explicitamente a sua decisão.
RESUMO
75
Não há a recear. O negociador deve ter presente, na sua convicção que nem todas as
entrevistas terminam com uma encomenda, mas que todas terminam com um compromisso. O
objectivo da entrevista deve ser decidido antes dela começar.
O bom negociador lutará com persistência pelo seu objectivo primário, mas saberá retirar para o
objectivo alternativo e conseguir assim algum acordo.
Mais do que pretender ganhar a discussão, cabe ao negociador a missão de procurar pontos de
acordo com o cliente, protagonizar o papel de aliado que lhe pertence perante os seus clientes,
ou potenciais clientes e, se possível, conseguir uma posição em que ambas as partes não se
sintam lesadas ou humilhadas mas, pelo contrário, que ambas abandonem a negociação com a
sensação de que conseguiram algo mais do que aquilo que á partida esperariam.
Decepcionar o cliente, deixá-lo com a sensação de conquistado, fará com que este
provavelmente adopte uma posição futura que não seja de compreensão ou cooperante, mas de
luta e de discussão de trivialidades, fazendo cavalos de batalha com alguns tostões...
O negociador deverá manter uma atenção constante ao longo da negociação, lendo nos sinais
não verbais de que este está apto ou não a ser comprador. O negociador tem de decidir se o
prospecto já “comprou” os benefícios do produto e, portanto, se já deseja possuí-lo.
Esse momento dependerá, também, da forma como o negociador dá a mão para salto
angustiante da decisão: a sua linguagem deverá positiva, sem hesitações ou expressões
condicionais, reforçando a confiança que foi conquistando ao longo da negociação. Também a
atitude física, a expressão facial e corporal, têm de exprimir a mesma convicção e segurança.
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Não existindo propriamente um receituário infalível e completo que ensine alguém a solicitar,
com êxito, um compromisso negocial, existem porém abordagens possíveis, que emanam da
percepção da natureza humana e de forma como, psicologicamente, as pessoas lidarão com o
momento da colha e, decorrente disso, a forma que podemos induzi-las ou conduzi-las a este.
Apelar a essa vertente inconsciente poderá demonstrar-se compensatória, mas ter sucesso com
uma das técnicas não dita, por si só, a sua infalibilidade, se pensarmos que as circunstâncias
envolventes igualmente determinarão o acordo.
Apresento, de seguida, algumas dessas estratégias de acção. Cumpre registar que algumas
dessas linhas de acção farão muito sentido, se estiverem em harmonia com os negociadores em
questão: a sua personalidade e a situação em causa.
TÉCNICA RESUMO
Ao apresentar o compromisso, poderá começar por resumir os benefícios discutidos e aceites.
As suas palavras e atitudes devem ter a convicção de demonstrar ao outro negociador, que no
seu entender, ele já comprou esses benefícios.
Segundo esta técnica de resumo dos benefícios, imediatamente antes do pedido de encomenda,
esta permite ao seu interlocutor recordar-se deles. Por outro lado, aumenta a sua própria
convicção, o que é muito importante, pois o prospecto decide na medida em que o veja a si
convencido e seguro do negócio que propõe.
TÉCNICA ALTERNATIVA
Uma segunda forma do argumento de compromisso é a escolha alternativa. O pedido de
encomenda pode colocar-se de modo a que decisão não seja sobre comprar, mas sobre
alternativas quanto a:
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¥ Prazo de Entrega;
¥ Formas de Pagamento;
¥ Quantidade;
¥ Local de Instalação;
¥ Outro Produto;
¥ Assistência Técnica;
¥ Etc.
Isso desviará o bloqueio que o decidir pode acarretar, levando a que o cliente decida sobre
coisas mais fáceis, como condições específicas, que lhe sejam mais favoráveis, assumindo
claramente que a compra é uma realidade assente.
Decidirá por esta forma quando se sentir seguro de que o cliente tem razões para adquirir o seu
produto e o deseja. A barreira psicológica, relativamente ao compromisso, estará superada
porque o que está em causa são as especificidades do negócio, porque este é dado como
assumido.
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A eficácia deste tipo de argumento encontra ainda uma justificação quando fornece ao cliente
uma sensação de conquista ou, pelo menos, e obter do negociador algo mais do que
aparentemente este estaria disposto a dar-lhe, o que aumentará a satisfação do cliente.
Esta técnica deverá ser reservada para situações ditas de recuperação difícil, já que, ao mesmo
tempo que encurralam o cliente, esgotam igualmente a sua possibilidade de reforçar outros
aspectos da sua argumentação.
A técnica da Concessão Final parte da premissa que o que cliente contesta não é verdade:
alguma lacuna que o cliente aponta e que é uma objecção ao acordo não corresponde à
verdade; resulta de incompreensão ou de algum aspecto que não foi claramente explicado ao
cliente.
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Sabemos que o cliente fará este balanço das vantagens e desvantagens de qualquer forma, por
isso será preferível que controlemos essa etapa. Estrategicamente, este técnica dita que deve
começar-se por dividir ao meio verticalmente, uma folha de papel, iniciando a apreciação pelos
aspectos negativos, como uma balança.
Depois listaremos os aspectos positivos, relembrando o quanto estes são importantes para ele.
A terminar pedir-lhe-emos uma opinião franca e sincera sobre o balanço que foi feito.
Não deve ser o negociador a extrair a conclusão, portanto confie na sua capacidade de
raciocínio lógico e não se precipite em argumentos que farão o cliente sentir que está a ser
induzido à conclusão que lhe convém a si!
TÉCNICA SE QUANDO
Trata-se de uma forma de recuperação de um compromisso falhado. Isto é, tentou atingir um
compromisso e, por qualquer razão que até desconhece, o cliente recua e recusa-se a assumir
consigo um compromisso.
Acima de tudo o que não deve é assumir-se como derrotado ou que realmente “se o cliente não
quer, não nada a fazer!”. Certifique-se primeiro que o cliente não está disposto a negociar
consigo um compromisso antes de desistir de negociar e tentar atingir um acordo.
“Neste momento, a sua dúvida é sobre Se nos compra ou Quando nos Compra?”
Se a resposta que obtiver for SE, pergunte novamente “E o que o levará a decidir-se?”. Mas
se a resposta for QUANDO, pergunte “E porque não agora?”
TÉCNICA DESPREZO
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Em situações é bem sucedida esta forma de concluir, que se processa através da manifestação
de pouco interesse por parte do negociador, ou pelo menos alguma demonstração de pouco
interesse por parte do negociador, ou pelo menos alguma demonstração de que o negociador
não está propriamente preocupado em fazer pressão por um acordo, sobre o cliente.
Este fingirá não estar nada preocupado com o negócio nem interessado particularmente em
concluí-lo, por ter muitos outros e pouco tempo para cuidar desse cliente em particular.
O negociador telefonará para saber notícias mas abster-se-á de falar de imediato no negócio. E
se o cliente telefonar, responder-lhe-á só no dia seguinte, manifestando-se penalizado por não
ter tido tempo antes e falando dos negócios que fez entretanto. Esta estratégia poderá ter o
efeito de criação de interesse por despeito, no cliente.
Acima de tudo, o que é necessário é dar uma imagem do negociador como um vencedor,
alguém cujo o sucesso é evidente, graças ao produto que representa e à sua eficácia como
negociador.
7. OBJECÇÃO
Todos os produtos são compostos por uma variedade de características, tal que inevitavelmente
contêm aspectos e que o cliente não gosta, mesmo quando adere à maioria dos seus atributos,
numa prova máxima que não se pode agradar a todos.
Esses aspectos negativos, materiais ou não, como a cor, preço, prazo de entrega, condições de
pagamento, podem tornar-se obstáculos sérios à concretização do negócio sem impeditivo reais
à negociação. Se, do ponto de vista do ciente, algum desses aspectos é fundamento suficiente
para não realizar o negócio, então esse aspecto toma o nome de OBJECÇÃO VERDADEIRA, e
verdadeira porque resulta de uma situação de lacuna o produto, justificando o cliente que não
compra porque o produto não cumpre determinado requisito.
No entanto, por vezes, as objecções poderão formar-se no espírito do cliente sem que
correspondam a um real aspecto negativo. O cliente pode referir não aceitar o acordo que lhe
propomos sem apresentar uma razão válida ou real. Isso pode resultar de vários factores, como
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má informação, compreensão incompleta, errada percepção de necessidades, preconceitos, ou
ainda experiências passadas que deixaram má memória.
Nestes casos, a objecção, sendo FALSA, assume no entanto a mesma importância para o
cliente que uma concreta limitação do produto em causa. Isto é, para ele, é condição suficiente
haver uma limitação que este percebe na nossa argumentação, quer corresponda à realidade ou
não.
Nesta situação, tratar esta atitude de resistência à aceitação do acordo na negociação é tão
importante como conhecer as necessidades do cliente e dar resposta a elas através do nosso
produto. Se o cliente objecta e resiste ao compromisso é porque não comprou a ideia, os
benefícios não são suficientes para que este decida a compra e a negociação estará, assim,
condenada a adiamentos ou votada ao fracasso.
MOVIMENTOS
2. Quando o aspecto negativo referido pelo cliente é apresentado como não sendo
uma relevante limitação ao negócio, evitar cuidadosamente discutir com o cliente e,
pelo contrário, permitir-lhe que ganhe esse ponto.
82
4. Se a OBJECÇÃO é FALSA, ou seja, não corresponde a real limitação mas a errada
percepção, deverá ter o maior cuidado para não implicar na sua resposta a ideia que
o cliente é pouco inteligente. Nesse caso, vencerá a objecção mas perderá o cliente.
A OBJECÇÃO FALSA deve ser tratada com o fornecimento de informação e com o
uso da Pesquisa e Comprovar Compreensão, de modo a levar o cliente a aperceber-
se, por si próprio, que a objecção não é válida. Se isso não chegar a suceder tratará
a objecção falsa como se de uma verdadeira se tratasse.
RESUMO
Entenda-se uma objecção como uma razão apontada pelo cliente para não comprar. Se,
aparentemente, a negociação decorreu num clima de acordo, o que leva um cliente a negar o
acordo no seu final e a apresentar novas razões impeditivas?
Preveja ainda que, quando um cliente coloca uma surpreendente barreira à decisão final, poderá
estar a testar o negociador, a fazer-se caro ou, simplesmente, a tentar ganhar mais do cliente do
que o cliente dele. Mantenha-se atento e não subestime as estratégias, por vezes ardilosas do
cliente. Não se esqueça que este é também um negociador experimentado.
Pode suceder que a objecção não corresponde a uma limitação real do seu produto, resultando
de desconhecimento ou mal entendido. Eventualmente, era importante para o cliente, que
determinado produto prestasse determinada função, e por isso afirme “A negociação não é
aceitável”.
Aparentemente, esta é das objecções mais fáceis de rebater, uma vez que, numa visão
simplista, basta desfazer o mal entendido. O problema é que esta atitude parecerá ao cliente
forçada; este poderá não admitir que percebeu mal, passando um atestado de incompetência ao
negociador que não soube elucidá-lo convenientemente, ou, pior, duvidar da credibilidade do
negociador, por este tomar uma atitude pós – critica, que lhe soa a desculpa ou o faz desconfiar
dessa nova verdade.
83
A forma de tratar este tipo de objecção falsa exige que esta seja rebatida directamente,
sucedendo-se, se necessário, a apresentação de uma referência, que constitui prova objectiva
do que afirmamos como nos refere a ferramenta n.º 5 Suporte, desfazendo a ideia de desculpa à
última hora.
A objecção verdadeira é a mais temida. Quando a objecção resulta de uma real limitação que o
seu produto tem para o cliente, então tem de ser tratada de forma diferente.
Na realidade, essa objecção pode ser mais que uma forma de disfarçar um interesse real pelo
produto, cm a intenção de levar o negociador a ceder mais na sua posição, oferecendo mais
descontos ou outro tipo de vantagens para o cliente. Ou pode ainda ser uma forma de o cliente
ocultar a sua dificuldade de comprar, preservando seu orgulho. É o caso da raposa da fábula
que dizia “estão verdes, nem cães as podem tragar”, referindo-se a uvas que não poderia
alcançar.
Este tipo de objecções designam-se CORTINA DE FUMO. Atribuímos esta designação a todas
as objecções que o cliente se arma, ardilosamente, por forma a conquistar mais na negociação...
não são reais objecções mas manobras de diversão, perante uma verdadeira questão que este
não verbaliza.
Estas objecções por norma são desconexas com o curso da negociação, quer por surgirem fora
do tempo, quer por serem colocadas pelo cliente desligadas do assunto que se discute. Não
deve perder tempo a responder a objecções deste tipo, até porque isso enfraquecerá a sua
posição negocial. Contorne-as, remetendo-as para o momento próprio em que a resposta será
dada. Prossiga firmemente a negociação como se o cliente não tivesse colocado a objecção.
84
Mais tarde, ou a objecção desaparece por si própria ou se converte numa objecção real,
verdadeira ou falsa, aplicando então o tratamento discutido.
Com o uso apropriado das técnicas e ferramentas expostas não vencerá todas as situações mas
aumentará muito probabilidade de ser bem sucedido como negociador, quer seja em contexto
profissional quer em diversas situações da vida, em que a negociação é a melhor forma de
proporcionar e obter satisfação e tranquilidade.
COMERCIAL E MARKETING
Cada vez mais, fruto da crescente concorrência que enfrentam, as empresas têm que centrar a
sua atenção no cliente. Torna-se, pois, imperativo colocar no mercado produtos que os
satisfaçam. Para que tal suceda, a orientação ao cliente tem que estar presente desde a
concepção do produto ao pós-venda.
Todas as empresas devem procurar conhecer o perfil dos seus clientes, o modo como com eles
se relacionam, em que medida os satisfazem e o que deverão fazer no futuro para os satisfazer
mais e melhor. O objectivo deste capítulo é precisamente fornecer um conjunto de ideias- chave
para que qualquer empresa consiga internamente realizar um diagnóstico sobre a sua situação
comercial e de marketing.
Deixamos ainda alguns conselhos sobre como trabalhar para e com os clientes, como planear e
controlar a actividade de vendas, assim como organizar, avaliar e remunerar a força de vendas.A
actividade de vendas constitui um dos principais motores da empresa, num mercado em que a
oferta é superior à procura. Logo, sem a venda a empresa não terá actividade, nem sobreviverá.
85
modelo de vendas orientado para o cliente. A conquista da confiança do cliente, o diagnóstico
das suas necessidades e motivações e a oferta de soluções em vez da mera venda de produtos
e serviços é a chave.
A actividade desenvolvida pela empresa, bem como os produtos que comercializa vão definir o
mercado em que a empresa actua ou pretende actuar, e condicionar a política de produto, preço,
distribuição e comunicação da empresa.
Está análise deve ser feita em termos dinâmicos, ou seja procurando traçar uma evolução ao
longo do tempo. Não basta, no entanto, apresentar essa evolução. É também necessário
encontrar as razões que a ela conduziram.
Vendas Quais as vendas totais nos últimos anos? Qual a evolução do peso de
cada produto no total?
2. Mercado Alvo
O mercado alvo de uma empresa pode ser definido, de um modo muito simples, como sendo o
conjunto de clientes a que empresa vende e/ou pretende vender o seu produto.
86
Tal significa que o mercado de uma empresa é constituído pelo conjunto de clientes reais e
potenciais que não só desejam o produto, mas também têm capacidade para o adquirir. No
sentido de organizar de forma mais eficaz e eficiente a sua oferta, a empresa pode identificar
segmentos de mercado. A segmentação caracteriza-se pela agregação de clientes em grupos
homogéneos. A empresa deve elaborar para cada um uma oferta comercial diferenciada.
Quando uma empresa estuda os seus clientes não deve proceder a uma análise conjunta de
diferentes segmentos de clientes (exemplo: particulares e revendedores). Deve sim fazer uma
abordagem separada para cada um deles, devido à diferença de potencial de negócio que existe
entre eles.
Durabilidade dos clientes As relações com os clientes são duradouras? Qual o número e a
importância de clientes que se mantém na empresa há x/y anos?
Número e características dos A empresa tem perdido clientes? Porquê? Existe alguma hipótese e
clientes perdidos interesse em os recuperar?
Distribuição geográfica dos Onde estão localizados os clientes? Estão dispersos ou existe
clientes concentração territorial?
Distribuição geográfica das As vendas da empresa estão distribuídas de um modo uniforme pelos
vendas diferentes mercados geográficos? Existem zonas onde o escoamento
dos produtos é maior e outras onde é menor?
Identificação dos clientes mais Quais os clientes mais rentáveis para a empresa? Em que se baseia a
rentáveis relação com estes? São clientes estáveis?
Valor médio de compras/ano dos Qual o valor médio das compras por ano dos diferentes clientes?
clientes
Valor médio de cada encomenda Qual o valor médio de cada encomenda?
Frequência da compra Com que periodicidade são efectuadas compras pelos clientes da
empresa? As compras dos clientes mais importantes são regulares?
Processos de fidelização de Os clientes da empresa são-lhe fiéis? Que medidas têm sido
clientes adoptadas para os manter? Têm sido alcançados os resultados
desejados?
87
Para completar o estudo do mercado alvo, deve ser ainda realizada uma análise ABC dos
clientes. Esta análise, de fácil construção, permite conhecer o modo como as vendas estão
distribuídas pelos clientes, e qual o peso de um certo numero de clientes sobre o total das
vendas da empresa.
Para ilustrar a forma como esta análise se processa e as conclusões que permite retirar,
apresenta-se de seguida um pequeno exemplo.
Pode facilmente verificar-se que cerca 76% das vendas da empresa são efectuadas para dois
clientes, o que evidencia que a empresa está fortemente dependente de um número muito
reduzido de clientes. Tal facto pode ser prejudicial para a empresa, sobretudo:
88
Se um destes clientes deixar de comprar à empresa, as suas vendas
diminuirão de forma muito significativa;
Se a empresa tiver pouco poder negocial face a esses clientes, tendo de se
submeter às condições definidas por estes. Isto será tanto mais grave, quanto maior a
dimensão desses clientes e quanto maior a consciência que tiverem da sua importância
nas vendas da empresa.
3. Eficiência do Marketing-Mix
Se a empresa servir vários segmentos de mercado, deve aplicar a cada um deles um Marketing-
Mix diferenciado. Se não existir esta necessidade é porque os segmentos traçados não são
pertinentes, e logo se devem abolir.
Җ Política de Produto
Җ Política de Preço
Җ Política de Distribuição
Җ Política de Comunicação
➔ Política de Produto
O produto é aquilo que a empresa vende aos seus clientes. Pode ser um bem físico, um serviço,
ou uma combinação dos dois.
Qualquer produto é composto por um conjunto de características que lhe são intrínsecas. Estas
incluem a definição técnica do produto, a sua performance e o seu aspecto exterior, isto é o seu
design. As características intrínsecas do produto são objectivas e observáveis.
Um elemento que está muito ligado ao produto é a embalagem. Esta refere-se ao que é vendido
juntamente com o produto com o intuito de o proteger, transportar, armazenar, utilizar,...
Naturalmente, a importância da embalagem depende do tipo de produto em questão.
89
Todo o produto tem um ciclo de vida composto basicamente por quatro fases: lançamento,
desenvolvimento, maturidade e declínio. Apesar de poder não ser fácil identificar a fase em que
o produto se encontra e prever a sua passagem para a fase seguinte, a empresa deve tentar,
quanto mais não seja de forma aproximada, conhecer o ciclo de vida do seu produto. Os
produtos que vão morrendo têm que ser substituídos por novos produtos.
Características que o diferenciam dos Como é que o cliente percepciona os produtos da empresa face aos da
concorrentes do ponto de vista do concorrência (como superiores ou inferiores)? Quais as razões?
cliente
Linhas de produtos Quantas linhas de produto a empresa produz e comercializa? São completas? Têm
a mesma dimensão? Quais os nomes?
Adaptação dos produtos às exigências O produto satisfaz as necessidades do cliente? É funcional? Como é avaliada a
dos clientes adaptação do produto ao cliente?
Ciclo de vida Em que fase do ciclo de vida cada um dos produtos da empresa se encontra?
Ritmo de inovação A empresa desenvolve e lança produtos inovadores no mercado? Fá-lo de modo
regular ou esporádico? O desenvolvimento dos novos produtos é realizado por
técnicos especializados? As inovações são incrementadas no interior da empresa?
Marca utilizada Com que marca são comercializados os produtos? Têm a mesma marca da
empresa ou cada um tem a sua própria marca? Existem marcas diferentes por
grupos de produto?
Produtos com design próprio Os produtos são desenhados pela empresa? Esta tem um designer exclusivo? São
criados design novos, únicos e inovadores para os produtos? Ou são o resultado
da adaptação daquilo que é visto (em feiras ou exposições dos concorrentes)?
Rotação de produtos O produto é vendido rapidamente após ser produzido, ou permanece algum tempo
em stock? A rotação média dos produtos está de acordo com o planeado?
➔ Política de Preço
A fixação do preço é uma decisão estratégica, uma vez que daí vai depender em grande parte o
posicionamento e a imagem da empresa.
90
Por outro lado, e regra geral, grandes alterações no preço quer no sentido do aumento ou da
diminuição não são bem percebidos pelo cliente, que pode penalizar a empresa por tal facto.
A empresa tem também que atender ao facto de que o cliente cria expectativas quanto ao preço
que o produto terá. Assim, um preço que se afasta muito do valor esperado pelo cliente pode ser
prejudicial. Se o preço for demasiado baixo, o cliente pode associar o produto a má qualidade
e/ou a segmentos mais baixos. Se o preço for demasiado alto, o cliente pode considerá-lo
excessivo face às necessidades que satisfaz.
Margens de comercialização Qual a margem de comercialização que a empresa aplica? Como é definida? É
alterada frequentemente ou é relativamente estável?
Condições de venda Qual o prazo de pagamento? A empresa pratica descontos ou oferece facilidades
de pagamento?
Sistema de crédito ao consumo A empresa vende a crédito? Desenvolveu internamente algum sistema de crédito?
disponíveis Está associada a alguma empresa especializada em concessão de crédito ao
consumo?
Relação qualidade/preço O cliente considera que o preço praticado está adequado ou desadequado à
percepcionada pelo cliente qualidade do produto? 91
colocar as questões apresentadas no quadro abaixo relativamente a cada um deles.
➔ Política de Distribuição
Toda a empresa deve procurar fazer chegar o seu produto em quantidades suficientes e em
tempo útil ao cliente. Os produtos podem ser distribuídos pela própria empresa, ou com recurso
a intermediários.
Vendedores próprios A empresa tem vendedores? São exclusivos ou comissionistas? Como estão
distribuídos? As vendas são satisfatórias quando comparadas?
Frota própria A empresa possui frota própria ou recorre a uma transportadora? Quem suporta o
custo? Para fazer o transporte, a empresa impõe condições?
Distribuição geográfica dos Como é que os distribuidores da empresa estão colocados geograficamente? Os
distribuidores locais com maior potencial são os que têm presença mais forte?
Distribuição geográfica das vendas Como estão distribuídas geograficamente as vendas? As zonas com vendas
superiores são aquelas com presença mais forte?
Pontos de venda próprios A empresa tem pontos de venda próprios? Quem está responsável por estes?
Nestes só se encontram produtos da empresa?
Pontos de venda dos distribuidores Qual o destaque que é dado aos produtos da empresa no ponto de venda do
distribuidor? O responsável por este interessa-se pelas vendas desse produto?
Existem contrapartidas para obter posições favoráveis?
Imagem dos distribuidores nos seus Os distribuidores dos produtos da empresa têm uma imagem
mercados favorável/desfavorável nos mercados em que operam? Essa imagem influencia
positivamente/negativamente os produtos da empresa?
Imagem dos distribuidores nos seus Os distribuidores dos produtos da empresa têm uma imagem
mercados favorável/desfavorável nos mercados em que operam? Essa imagem influencia os
produtos da empresa?
Sistema de franchising A empresa vende os seus produtos via algum sistema de franchising?
Comércio electrónico A empresa já vende via Internet? Considera vir a fazê-lo no futuro? Porquê?
Caracterização dos canais de Os canais de distribuição usados no exterior são os mesmo que usados
distribuição em mercados externos internamente? Qual o canal mais importante no exterior?
92
➔ Política de Comunicação
É através da comunicação que a empresa se dá a conhecer a si e aos seus produtos. A
comunicação processa-se através da transmissão de um conjunto de sinais.
Pode suceder que aquilo que a empresa procurou comunicar, não tenha sido entendido pelo
mercado da forma desejada. Por tal motivo, torna-se necessário ter em atenção as
características do mercado alvo, de modo a formular uma mensagem e seleccionar os meios de
comunicação mais adequados para que a recepção da mensagem esteja, o mais possível, de
acordo com o que se procurou emitir.
Linha gráfica e identidade visual Existe homogeneização da imagem usada em todo o material comunicacional da
empresa? Está esse de acordo com os princípios e ideologias da empresa?
Marca e sua utilização A empresa promove a sua marca? É essa marca utilizada na comunicação interior
e exterior da empresa? Está essa marca registada?
Notoriedade da empresa e/ou da A empresa é conhecida? Consegue-se associar a empresa ao seu ramo de
marca actividade? A marca dos produtos, se diferente da empresa, é conhecida? É
facilmente associada à empresa?
Decoração dos pontos de venda e de A decoração dos pontos de venda e dos showrooms está em concordância com o
showrooms material comunicacional da empresa? Existe um protótipo de decoração que se
procura sempre respeitar?
Presença em feiras e exposições A empresa participa em feiras nacionais e internacionais? Nessas feiras expõe os
seus produtos? Para além das feiras, participa em outras exposição?
Técnicas de comunicação e meios Como comunica a empresa? Através de que meios se dá a conhecer?
utilizados
Argumentos da força de venda De que modo é que a força de vendas dá a conhecer o produto da empresa? Que
argumentos utiliza a seu favor? No caso de também integrar produtos da
concorrência, como é que posiciona os produtos da empresa face a estes últimos
aos olhos do cliente?
Presença na Internet A empresa dispõe de uma página na Internet? Tenciona vir a criá-la? Porquê?
Comunicação interna A empresa está consciente da importância da forma como comunica internamente?
Que meios usa para o fazer?
Comunicação e envolvimento com a Como se relaciona a empresa com a comunidade local? Como comunica com ela?
comunidade local Tem alguma ligação específica a esta, através de associações, por exemplo? A
empresa tem um papel social activo com a comunidade local?
93
A empresa tem que ter em mente que, em última instância, o significado da comunicação
depende da interpretação que lhe é dada pelo seu receptor. O comportamento da empresa com
os seus trabalhadores, com a sociedade com o meio ambiente,... também são formas da
empresa comunicar, ainda que nem sempre de uma forma premeditada.
Com estas acções obterá uma atitude receptiva por parte dos seus clientes, uma vez que
estes têm necessidades de segurança e garantia de confiança.
➔ Angariar clientes
Pesquisar sobre os clientes e potenciais clientes aumenta a probabilidade da venda, já que fazer
a proposta ao cliente certo na altura certa pode ser decisivo.
Não esquecer que, muitas vezes, são os clientes já existentes que oferecem as melhores
oportunidades de venda.
Para evitar perdas de tempo é também importante identificar e estabelecer contacto com quem
toma as decisões, para não correr o risco de negociar com quem não tem poder ou autoridade
para realizar a compra.
1.
Elabore lista de potenciais clientes
2.
Confirme nome e cargo de com quem
quer fazer negócio
3.
94
Inicie o contacto: telefone, carta ou
ambos
4.
Confirme propostas por escrito e hora
das reuniões
➔ Conhecer os clientes
Torna-se também essencial fazer um resumo da empresa, oferta e concorrência (sua e dos seus
clientes).
Questões a colocar
É relevante oferecer:
Җ Melhor desempenho e resultados
Җ Maior valor por menos dinheiro
Җ Produto novo com benefícios consideráveis
Җ Soluções a problemas ou dificuldades
Җ O mesmo ou mais do que a concorrência
Җ Oportunidade de fortalecer posição do cliente
95
Җ O que cliente quer e o que se pretende vender
Җ O valor actual e potencial do negócio do cliente
É preferível tratar as vendas e serviço a clientes como um só. O serviço de cliente não termina
com a venda.
➔ Satisfazer os Clientes
É necessário procurar saber quais as necessidades dos clientes e se estas foram satisfeitas.
96
Avalie as prioridades do cliente (nem sempre é o preço, pode ser o prazo de entrega ou a
assistência);
Peça a opinião dos seus clientes, pergunte se estão satisfeitos e deixe claro que os seus
comentários são preciosos.
Informações O cliente sabe o que precisa sobre o produto e/ou serviço que
está a comprar?
Pergunte se os clientes:
1.
Voltariam a comprar-lhe
2.
Recomendariam-no a outros
3.
Classificariam seu produto ou serviço
como excelente
97
Por fim avalie as reacções e proceda às alterações.
Apesar do objectivo de agradar ao cliente, cada acto de comunicação deve ter uma razão clara,
para não correr o risco de aborrecê-lo com demasiados telefonemas. Contudo, não se deve
deixar de aceitar ou responder um telefonema de um cliente, ou responder a qualquer tipo de
correspondência.
Tome nota!
Há que equacionar:
Җ Definição de Objectivos
Җ Planeamento da Actividade
98
Җ O desenrolar periódico da desempenho dos vendedores
➔ A Definição de Objectivos
1. A direcção-geral indica o valor global das vendas a atingir num certo período, por área
de negócio ou linha de produtos, com base na orientação estratégica da empresa. As
grandes linhas do plano, como timing de lançamento de novos produtos ou orçamento
global de marketing podem ser indicados;
2. A direcção de vendas discute esse valor com a direcção-geral, reparte pelas chefias e
essas pelas suas equipas de vendedores;
3. As chefias de vendas repartem os objectivos por vendedor de acordo com: vendas do
sector, grupo de clientes ou tipo de produtos da sua área de intervenção. Isto implica
conhecer as vendas da concorrência e as especificidades das zonas de actuação de
cada vendedor.
➔ O Planeamento da Actividade
Planear, fazer um esforço ao nível das actividades a montante da venda é determinante para
alcançar resultados.
99
• Elaboração de propostas
• Calendarização dos acompanhamentos a vendedores
Deve-se estabelecer padrões de performance, para que cada vendedor saiba o que a empresa
espera dele.
➔ As Actividade de vendas
Devem ser apoiadas por um sistema de informação que permita ao vendedor auto- avaliar a sua
actividade e permita ao responsável de vendas acompanhar a evolução da actividade diária,
além de possibilitar uma análise do desempenho da equipa e tomar medidas para incrementar
resultados.
Deve integrar:
• Roteiro diário
• Ficha de cliente
• Check- list de preparação de entrevista
• Folha de levantamento de informações sobre a concorrência
• Relatório diário da actividade
• Folha de planeamento semanal da actividade
➔ As Campanhas de Incentivos
Geralmente são concursos que dão acesso a diferentes prémios (pecuniários, carros, viagens,
dias de férias, lugar de estacionamento, acções da empresa, medalhas, reconhecimento).
100
Quaisquer que sejam os objectivos ou prémios, os concursos nunca deverão incutir os
vendedores a competir isoladamente contra os outros. A competição deverá ser no sentido de
cada um se superar a si próprio ou alcançar um objectivo ambicioso.
Regras
1. Os objectivos devem ser claros e precisos
2. Os prémios devem corresponder às expectativas dos vendedores (para isso interpretar
os factores de motivação)
3. As regras devem ser claras (orientar actividade para meta e dissuadir práticas que visem
atingir o fim via qualquer meio)
4. Todos os vendedores devem ter oportunidade de ganhar, não só os melhores (senão
desmotiva a equipa)
5. Divulgação com suficiente intensidade e criatividade na fase de arranque como no seu
decurso
6. O acesso à evolução dos resultados deve ser facultado com regularidade a todos os
participantes
7. Entrega de prémios efectuada logo após conclusão da campanha e apoiada com forte
divulgação
8. A organização logística (datas, divulgação, controlo de resultados, compra de prémios,
etc.) deve obedecer a critérios de rigor
9. Concluída a campanha deve-se fazer um balanço dos resultados globais de forma a
extrair ilações para futuras iniciativas similares
➔ As reuniões de Vendas
101
De forma a maximizar tempo e eficácia das reuniões é essencial planificar matérias a tratar e
estabelecer objectivos claros quanto aos resultados a obter.
Tome nota!
Planear as actividades de venda é uma das funções críticas do gestor de vendas e para tal
deve equacionar a definição de objectivos, o planeamento da actividade e o desenrolar do
desempenho.
102
▪ Relações com os clientes
▪ Organização pessoal e administrativa
▪ Qualidades na prospecção de novos clientes
▪ Recolha de informações no mercado
▪ Aplicação da formação ministrada
Os resultados (carácter quantitativo), obtidos através da verificação de:
▪ Cumprimento de objectivos (vendas e/ou margem)
▪ N.º de visitas:
o Realizadas
o Para concretizar um negócio
▪ N.º e valor médio de encomendas/negócios efectuados
▪ N.º de clientes perdidos e efectivos
▪ Tempo consagrado a cada cliente e este vs. o tempo passado em deslocações
▪ N.º de quilómetros percorridos
Como?
A informação serve para melhorar a eficácia dos vendedores e a estrutura de rede de vendas.
Da análise das informações são tomadas decisões que pretendem contribuir para alcançar os
objectivos, aumentar a eficácia e produtividade dos vendedores.
Só assim estes sentirão que estão a ser observados com sentido construtivo.
103
▪ Autocontrolo: efectuado pelo próprio vendedor
o Vantagens:
▪ Aumentar sentido de responsabilidade
▪ Introduzir maior eficácia de controlo sobre actividade/tempo de cada
vendedor
▪ Elevar motivação dos vendedores
o Pressupostos:
▪ Reduzir-se à análise das tarefas e resultados simples para não
sobrecarregar o vendedor com tarefas administrativas
▪ Apenas delegado a vendedores com sentido de responsabilidade e
maturidade.
O sistema de controlo global permite a elaboração de inúmeras grelhas, por vendedor, por região
de vendas, por produto e finalmente por equipa de vendas, conforme a organização da força de
vendas de cada empresa, reunindo as informações pelos processos descritos.
104