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Métodos
e Técnicas de
Estudo e Pesquisa
UNIDADE 1
Luiza Angélica Paschoeto Guimarães
FERP, 2015
Expediente
Elaboração de Conteúdo
Luiza Angélica Paschoeto Guimarães
Projeto Gráfico
Foto capa
G963a
Guimarães, Luiza Angélica Paschoeto.
Métodos e Técnicas de Estudo e Pesquisa [recurso eletrônico] / Luiza
Angélica Paschoeto Guimarães. – Volta Redonda; RJ: FERP, 2015.
96 p. : il. ; grafs.
Atualmente, as instituições de ensino superior brasileiras vêm cada vez mais aliando o ensino, a
pesquisa e a extensão universitária, por meio de práticas pedagógicas que integram essas três modalidades
acadêmicas. Essa integração contribui com o desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo do
estudante, favorecendo o conhecimento da realidade e a percepção dos problemas da comunidade a sua
volta, ao mesmo tempo em que busca subsídios para minimizá-los.
Nesse contexto, cabe ao ensino buscar os meios adequados para a divulgação dos saberes
adquiridos, além de servir de elemento mediador entre a pesquisa e a extensão.
O Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB-FERP) acredita que a integração dessas três
modalidades acadêmicas dota o estudante de instrumentos apropriados para contribuir com a sociedade,
oferecendo a ela profissionais competentes e preparados para nela atuar.
Assim, fundamentou a disciplina de Métodos e Técnicas de Estudo e Pesquisa com uma ementa
que pudesse dar conta de oferecer ao universitário, os instrumentos e procedimentos próprios à pesquisa,
no intuito de torná-lo capaz de buscar o conhecimento utilizando as ferramentas adequadas para a realização
dessa tarefa.
Em diferentes disciplinas do currículo, o estudante será estimulado à prática da pesquisa e a
disciplina METEP, possibilitará que ele desempenhe seu trabalho com mais facilidade e competência.
Compreender e aplicar os princípios da metodologia científica em situações de apreensão, produção
e expressão do conhecimento em seu cotidiano, também dará ao estudante, melhores condições para
gerenciar sua própria aprendizagem.
Dentro do conteúdo, você poderá encontrar ícones que orientarão e facilitarão a compreensão de
seus estudos, são eles:
Bons estudos!
Luiza Angélica Paschoeto Guimarães
Professor Conteudista da Disciplina
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS – PROAC
PRIMEIRO BIMESTRE
CURSOS: LICENCIATURAS, BACHARELADOS E TECNOLÓGICOS
DISCIPLINA: MÉTODOS E TÉCNICAS DE ESTUDO E PESQUISA
PROFESSOR: LUIZA ANGÉLICA PASCHOETO GUIMARÃES
UNIDADE 1: MÉTODO DE ESTUDO, LEITURA E INTERPRETAÇÃO CARGA HORÁRIA TOTAL: 8 horas PERÍODO: de 18/02 a 28/02.
AULA: CARGA HORÁRIA:
TÓPICO: 1.1. Método de estudo
1, 2, 3 e 4 4 horas
AULA: CARGA HORÁRIA: TÓPICOS: 1.2. Leitura e Interpretação de Textos Acadêmicos
5, 6, 7 e 8 4 horas 1.2.1. A relação entre os elementos fundamentais no processo de leitura
1.2.2. Técnica de leitura e interpretação de textos
OBJETIVO ESPECÍFICO ATIVIDADES PARA FIXAÇÃO TAREFAS AVALIATIVAS DO BIMESTRE
• Utilizar técnicas de leitura e Atividade 1: Ler os textos relativos aos tópicos de cada aula Tarefa 1: Participação no Fórum
Mídia: Livro-texto (pdf) Valor: 1,0 pontos – Peso: 1.
interpretação de textos Prazo: De 19/02 a 28/02 – 10 dias
científicos e acadêmicos. Atividade 2: Realizar atividade escrita na Sala da Disciplina,
no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)
Mídia: Livro-texto (pdf)
Sala Virtual – AVA
Para o desenvolvimento deste item, tomaremos por base o material apresentado por
Salomon (2010), que nos apresentou um “método de estudo eficiente”.
Salomon assinala que quando duas pessoas aplicam o mesmo método, uma pode
conseguir cem por cento de resultado enquanto a outra, pode alcançar um resultado menor. Isto
porque o uso do método está relacionado às capacidades, habilidades, personalidade, estilo de
inteligência, experiências, hábitos de quem emprega e do tempo disponível de cada pessoa.
Outro ponto assinalado pelo autor é o aspecto objetivo do método. Explica que o método
em si é simples, o que o faz difícil e às vezes impraticável, são suas regras e técnicas. “A
estratégia é, quase sempre, simples e fácil. As táticas é que costumam ser numerosas, complexas
e difíceis” (SALOMON, 2010, p. 39).
De acordo com Salomon, o método de estudo eficiente reduz-se aos seguintes pontos
principais, que aqui serão transcritos na íntegra:
c) Processamento: ser global – parcial – global, seguindo assim o princípio geral que rege
a evolução biológica: o do desenvolvimento “difuso-analítico-sintético”.
(SALOMON, 2010, p. 39-40
Para Salomon, o processo é a razão de ser do método e foi por esse motivo que o autor
procurou demonstrar suas três fases a partir de um quadro esquemático, contendo em cada fase,
as atitudes e as técnicas a serem empregadas.
Seu método pode parecer complexo e demandar um tempo maior de concentração do
estudante, entretanto, sua eficácia vem sendo comprovada por diversos estudantes que o
utilizam. Salomon ressalta ainda que “o estudante que adquirir o hábito de estudar com tal
método pode estar tranquilo de que obterá grandes vantagens”. Além disso, Salomon ressalta
que o estudante ou o pesquisador “conseguirá maior produção ideativa e racional. Sua memória
racional aumentará sensivelmente. Obterá maior capacidade de análise e de síntese. Terá mais
facilidade na comunicação” (SALOMON, 2010, p. 42).
Trata-se, portanto, de um método que traz um conjunto de procedimentos e técnicas que
garante uma leitura saudável e vantajosa para o estudante, tendo em vista que não basta apenas
ler o texto, mas compreendê-lo e extrair dele o que irá favorecer seu estudo e a futura utilização
em um trabalho de pesquisa acadêmica. O método idealizado por Salomon está organizado no
quadro a seguir, elaborado pelo próprio autor.
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ATITUDE E
FASES TÉCNICAS BÁSICAS DO ESTUDO PELA LEITURA
COMPORTAMENTO
Curiosidade 1. Perguntar-se antes do estudo-leitura:
Interesses • qual é o assunto?
Propósito definido • o que eu sei sobre isso?
• que acho que vai tratar-se aqui?
2. Pausa para responder-se mentalmente a essas perguntas.
3. Leitura rápida sobre o livro (quando é o primeiro contato com ele):
• tentar obter o plano da obra.
GLOBAL
• procurar respostas
2.
Persistência alguém
• treinar-se para que tal “comunicação” tenha clareza e sequência lógica
Adaptação às situações • testar a memória para assegurar-se de que não esqueceu algo
reais, fora do contexto lido importante. Não decorar, mas assimilar.
Resumindo
• Um método de estudo eficiente precisa ter uma finalidade, ser
abrangente e processual (sistemático).
• Um método que traz um conjunto de procedimentos e técnicas que
garante uma leitura saudável e vantajosa para o estudante.
Sugestão de Atividades
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1.2
Leitura e Interpretação de Textos Acadêmicos
A boa leitura é a garantia de êxito nos estudos. O estudante quando lê, e principalmente,
quando lê bem, terá mais facilidade em apreender os conteúdos e as mensagens que o autor
pretende com seu texto. A boa leitura abrange tanto os textos de ficção (textos literários) quanto
os textos de não-ficção (textos referenciais). Esses textos permitem que tenhamos dois tipos
diferentes de leitura: a leitura emocional e a leitura racional.
A leitura emocional é aquela que alimenta nossa subjetividade, nos empolgando,
liberando nossas emoções, permitindo que nossas fantasias venham à tona, enfim, a leitura
emocional é aquela que nos permitimos “sentir”. A leitura emocional envolve, principalmente,
os textos narrativos como os romances, os contos, as novelas etc.
A leitura racional, ao contrário, envolve aspectos ligados à racionalidade e à lógica,
exigindo do leitor o emprego de suas capacidades racionais, de compreensão, de análise, de
estabelecer analogias e de realizar sínteses de ideias. A leitura racional envolve, principalmente,
os textos descritivos e dissertativos como os textos científicos (de ciências e de filosofia) e
acadêmicos (teses, dissertações, monografias, artigos etc.).
Em nosso estudo trataremos da leitura racional, considerando que, em nossa disciplina,
é esse tipo de leitura com a qual estaremos sempre em contato.
No processo de leitura precisamos considerar três elementos fundamentais: quem
escreve, a ideia e quem lê. Para compreendermos a função de cada um, nos reportaremos a
alguns aspetos ligados à teoria da comunicação.
1.2.1
A relação entre os elementos fundamentais no
processo de leitura
Em todo texto existem três elementos: quem escreve, a mensagem e quem lê. Quem
escreve é o autor, ou seja, o emissor da ideia. A ideia é a mensagem que se pretende transmitir
e quem lê é o receptor, que em nosso caso, é o leitor ou o estudante.
Ao escrever um texto, o emissor codifica uma mensagem contendo suas ideias,
pensamentos e reflexões que deverá ser compreendida pelo receptor que a lê e decifra,
decodifica. Quando o receptor consegue assimilar a mensagem, ele é capaz de pensar sobre ela,
compreendê-la, explicá-la e, inclusive, personalizá-la, isto é, dar a ela a sua própria maneira de
transmiti-la (falar ou escrever sobre ela).
Vejamos o esquema:
1.2.2.
Técnica de leitura e interpretação de textos
Para ler precisamos tomar algumas medidas que são básicas e que se constituem em
etapas de leitura:
a) Verificar se o material a ser lido é relevante para o trabalho a ser realizado. Ou seja,
se o texto trata do tema que é seu objeto de estudo. Para isso o leitor pode observar
alguns aspectos tais como o título da obra, o resumo, a introdução. Esses elementos
direcionarão o leitor para o que vai ser abordado na produção do autor.
b) Delimitar a unidade de leitura. Nem sempre tudo o que está no material a ser lido será
necessário, principalmente quando se trata da leitura de um livro. Por esse motivo, o
leitor poderá selecionar o capítulo, a unidade ou o setor do livro que interessará ao
trabalho a ser realizado.
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c) Preparar para a leitura. Antes de iniciar a leitura do material para a realização de
análise, o leitor precisa familiarizar-se com o texto. Ele poderá fazer isso buscando
algumas informações relevantes, tais como: quem é o autor, como é seu estilo de escrita,
quando o texto foi elaborado e em qual contexto. Vejamos o exemplo:
Essas informações sobre a produção do livro estariam situando o leitor para que a sua
motivação fosse despertada, ao mesmo tempo que estaria facilitando a compreensão sobre a
mensagem a ser transmitida pelo autor.
d) Analisar o texto. Cabe ao leitor realizar a análise do texto realizando diferentes leituras.
Na primeira, faz-se uma leitura atenta, mas “corrida”, isto é leia, o texto sem se
preocupar em compreendê-lo. Nesse momento assinale a lápis as palavras
desconhecidas para conhecer seus significados. Antes de realizar uma segunda leitura,
vá ao dicionário buscar o significado das palavras assinaladas, registrando-as em um
caderno de anotações (se possível, faça um glossário). Durante a segunda leitura deve-
se ir assinalando no texto, as ideias principais e mais importantes que poderão ser
utilizadas posteriormente. Ao final, tudo o que foi assinalado poderá se transformar em
um fichamento ou esquema. Não se trata de um resumo, mas sim, de anotar frases e
parágrafos que poderão ser revistos posteriormente, e até mesmo utilizados como
citação na ocasião em que o leitor estiver produzindo seu próprio texto. É importante
destacar que a cada anotação deve ser seguida pelo número da página onde a informação
está localizada. Isso permitirá que o leitor retorne ao texto caso necessite de
compreender melhor o fragmento que destacou.
1) Do que trata o texto? Qual é sua ideia central? A resposta a essas questões dará
ao leitor o tema ou assunto do texto.
2) O que provocou o autor para que ele escrevesse o texto? A resposta leva o leitor
a encontrar o “problema” do texto, ou seja, a problemática que gerou seu desejo
de escrever aquele texto. Outras perguntas levarão a mesma resposta: “Como o
assunto está problematizado? Qual a dificuldade a ser resolvida? Qual o
problema a ser solucionado?” (SEVERINO, 1991, p. 50).
g) Criticar a leitura. A crítica não pode estar baseada em nossas opiniões individuais ou
em nossos gostos. A crítica se refere ao modo como o autor organizou seu trabalho, ou
seja, se ele conseguiu em seu texto, explicitar as suas ideias e consiste em levantar os
pontos positivos e negativos de um texto. Para realizarmos a crítica precisamos
responder as seguintes perguntas: O autor atingiu seus objetivos? Utilizou linguagem
clara e objetiva? Sua abordagem é original? O texto trouxe contribuições ao tema
discutido? As respostas darão ao leitor a possibilidade de discutir o tema proposto pelo
texto, considerando, contudo, os aspectos relacionados ao próprio texto e ao modo como
ele foi escrito.
h) Problematizar sobre o tema do texto. É possível que após realizar todas as etapas
anteriores surjam algumas indagações, abrindo novas possibilidades de leitura. Neste
momento, as perguntas referem-se ao que deixou de ser explicado no texto lido ou o que
ele provocou, despertando a curiosidade e o desejo de aprofundar os conhecimentos ou
ampliá-los. São elas: O que mais desejo conhecer? Há outros textos que tratam do
assunto?
Assim, ao realizar essas etapas, o leitor estará pronto para elaborar seu próprio trabalho
que pode ser um resumo, uma resenha ou um texto dissertativo com suas próprias ideias, mas
utilizando e citando o trabalho do autor para justificar seus próprios argumentos.
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Resumindo
• O estudante quando lê, e principalmente, quando lê bem, terá
mais facilidade em apreender os conteúdos e as mensagens
que o autor pretende com seu texto.
• Há dois tipos de leitura: a leitura emocional e a leitura
racional.
• Existem três elementos de comunicação: quem escreve
(emissor), a mensagem e quem lê (receptor).
• A interpretação da mensagem dependerá do sujeito, suas
vivências, experiências e modos de perceber e sentir o
mundo.
Sugestão de Atividades
a) Emissor
b) Receptor
c) Mensagem
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
SALOMON, Décio Vieira. Como fazer uma monografia. 12. ed. São Paulo:
WMF Martins Fontes, 2010.
SOUZA, Girlene Santos de; SANTOS, Anacleto Ranulfo dos; DIAS, Viviane
Borges. Metodologia de Pesquisa Científica: a construção do conhecimento e do
pensamento científico no processo de aprendizagem. Porto Alegre: Animal, 2013.
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