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a CENTRO DE CIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA
FORTALEZA
2018
JOSÉ ERIVAMBERTO LIMA OLIVEIRA
FORTALEZA
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
BANCA EXAMINADORA
A Deus por todo amor, saúde e sucesso que Ele está proporcionando em minha vida.
A minha forte e guerreira Mãe Teresinha, agraceço pela a educaçao que me propiciou,
além de todo carinho, amor, e a fé em suas orações para que eu conseguisse trilhar esse
caminho, mesmo quando a esperança estava a se dissipar, sua fé fortaleceu a minha.
A minha namorada Nailena, a quem compartilhei momentos difı́ceis nesse percurso, e
nesses, me apoiou e me ajudou a manter me firme e forte. Também te agradeço meu
amor, pelo seu carinho e paciênca. Te amo, beijinhos.
A meu irmão, Evamberto pelo apoio, confiança e fé.
A minha avó, pelo apoio e fé em suas orações.
A meu pai Erivan pelo apoio.
A meu querido tio Francisco de Assis Lima que hoje está ao lado de Deus. Em vida, foi
um grande homem, o qual me orgulho muito. O mesmo também me ajudou a iniciar essa
jornada.
A minha Tia Elenilda, pela solicitude e apoio.
A meu tio Eliosano, pelo apoio, confiança e apreço.
A senhora Gildelena, pelo apoio e fé.
Ao senhor Jaire Guimarães pelo apoio e confinça.
A senhora Selma pelo apoio.
Ao senhor Arnoldo pela paciência, confiaça e apoio.
Ao senhor João Evangelista pelo apoio e confiança.
Ao senhor Raimundo, pelas suas orações.
A meus amigos Felipe Aguiar, Leandro, Sandro e Michel pela força e fé na conclusão dessa
jornada e pela disponibilidade.
A meu amigo André Paiva, pela paciência.
A meu amigo Wanderley pela força em momentos difı́ceis, e por me ajudar nos primeiros
passos dessa jornada.
Aos amigos Silvio e Elzon, pelo companherismo e ajuda. Além das boas conversas des-
contraı́das acompanhadas com café no Alfa e Ômega. Também agradeço ao confrades
Emanuel, André e Felipe por se preocuparem e me ajudarem no primeiro semestre. Sou
grato também ao demais companheiros Pedro, Israel e Flaviano .
Ao professor Flávio Falcão, pois o pontapé inicial dessa jornada só foi possı́vel com suas
orientações em nossos seminários. E por ter me apresentado ainda na graduação o universo
da Análise.
Agradeço também a todos os professores do departamento de matemática da UFC que
contribuiram para constituição de minha formação, de maneira direta ou indireta.
Em especial, agradeço ao professores Edson Sampaio e Daniel Cibotaru, que no primeiro
semestre me avaliaram pelo meu esforço e confiaram em meu potencial.
Ao professor Diego Moreira, pelas aulas excelentes e seminários, além de suas orientações,
indicaçoes de livros e por ter me indicado professor Ederson como orientador.
Ao meu orientador professor Ederson Braga, pelo seu esforço, paciência, dedicação, atenção
e preocupação. Além de sua excelência quanto orientador. O compartilhar de sua ex-
periênia e saber em nossos encontros foram cruciais para minha formação. Muito obrigado
professor!
A Andreia e a Jéssica pela paciência e excelência nas soluções de questões burocráticas.
Ao CNPq pelo apoio financeiro.
Por fim, sou grato a todas as pessoas que diretamente ou indiretamente ajudaram nessa
jornada.
1
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2 RESULTADOS PRELIMINARES . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1 Teoria da medida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1.1 Funções mensuráveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1.2 Integrais e limites . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1.3 Espaços Lp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1.4 Produto de medidas, Teorema de Fubini . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.5 Medida de Lebesgue . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2 Teoremas de cobertura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2.1 Teorema da cobertura de Vitali . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2.2 Teorema da cobertura de Besicovitch . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.3 Diferenciação de medidas de Radon . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.4 Teorema da diferenciação de Lebesgue . . . . . . . . . . . . . . . 55
2.5 Limites aproximados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
2.6 Teorema da representação de Riesz . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
2.7 Convergência fraca e compacidade para medidas de Radon . . 78
2.8 Medida de Hausdorff . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
2.9 Fórmulas da área e coarea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
2.9.1 Aplicações lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
2.9.2 Jacobianos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
2.9.3 Fórmula da área . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
2.9.4 Fórmula da coarea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
2.10 Outros resultados preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
3 FUNÇÕES DE SOBOLEV W 1,p . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
3.1 Sobre densidade de funções suaves em W 1,p . . . . . . . . . . . . 97
3.1.1 O mollifier canônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
3.1.2 Resultados de aproximação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
3.2 Operações clássicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
3.3 W 1,∞ e as funções Lipschitzs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114
3.4 Operador do traço para funções W 1,p . . . . . . . . . . . . . . . . 117
3.5 Operador de extensão para funções W 1,p . . . . . . . . . . . . . . 121
3.6 Desigualdades de Sobolev . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
3.6.1 Desigualdade de Gagliardo-Nirenberg-Sobolev . . . . . . . . . . . . . . . 136
3.6.2 Desigualdade de Poincaré em bolas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
3.6.3 Desigualdade de Morrey . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
4 FUNÇÕES DE VARIAÇÃO LIMITADA BV . . . . . . . . . . . 153
4.1 Resultados de aproximação para funções BV . . . . . . . . . . . 158
12
1 INTRODUÇÃO
tada, tais resultados complementam os estudos realizados nos capı́tulos anteriores sobre
essas funções. Também provamos resultados de regularidade para funções convexas. Mos-
traremos que tais funções são localmente Lipschitz e que para quase todo ponto do domı́nio
de uma função convexa existem derivadas de segunda ordem. Este é o famoso Teorema
de Aleksandrov. Além disso, estabelecemos resultados de aproximação por funções C1
para Funções Lipschitz, de Sobolev e Variação Limitada onde temos o controle sobre a
exiguidade da medida de Lebesque do conjunto onde a função escolhida e seu gradiente
diferem, respectivamente, da função C1 e seu gradiente.
Gostariamos de ressaltar também que quando notação µ-q.t.p. aparecer, a
mesma significa: a menos de um conjunto de medida µ nula.
15
2 RESULTADOS PRELIMINARES
para todo B ⊂ X.
Definição 2.3. Um A ⊂ X é dito mensurável se para cada B ⊂ X,
∞ X
∞
!
[
µ Ak = µ(Ak ).
k=1 k=1
∞
!
[
lim µ(Ak ) = µ Ak .
k→∞
k=1
∞
!
\
lim µ(Ak ) = µ Ak .
k→∞
k=1
X é uma σ-álgebra
Definição 2.5. Um subconjuto A ⊂ X é σ-finito com respeito a µ se podemos escrever
A= ∞ k=1 Bk onde Bk é µ-mensurável e µ(Bk ) < ∞ para cada k.
S
∞
!
[
lim µ(Ak ) = µ Ak .
k→∞
k=1
Consequentemente, f = f+ − f− e |f| = f+ + f− .
18
Definição 2.13. Uma função g : X −→ [−∞, +∞] é uma função simples se a imagem
de g é enumerável, isto é, se podemos escrever g, como uma soma enumerável
X
g(x) = y χg−1 (y) (x).
−∞≤y≤+∞
Definição 2.14. Se g é uma função não negativa, simples e µ-mensurável então definimos
Z X
g dµ := y µ(g−1 (y))
X 0≤y≤+∞
R R
Definição 2.15. Se g é uma função simples e X g+ dµ < ∞ ou X g− dµ < ∞, dizemos
que g é uma função simples µ-integrável e defimos
Z Z Z
+
g dµ := g dµ − g− dµ.
X X X
L1 (X, µ)
Então, Z
lim |fk − f| dµ = 0.
k→∞ X
20
fkj −→ f
2.1.3 Espaços Lp
Ressaltamos que os espaços Lp (X, µ) são espaços de Banach com essa norma.
Denotamos por L∞ (X, µ) o espaço das funções f : X −→ [−∞, +∞] µ-mensuráveis
que
inf{α; µ({x ∈ X; |f(x)| > α}) = 0} < ∞.
Em particular, definimos o número acima como a norma de uma função de L∞ (X, µ).
Esse espaço também é Banach com essa norma.
Abaixo seguem três resultados clássicos extremamente importantes.
Teorema 2.15 (Desigualdade de Young). Sejam a, b > 0 e 1 < p, q < ∞ com p1 + q1 = 1.
Então,
1 1
ab ≤ ap + bq .
p q
Demonstração. Ver Wheeden e Zygmund (?), pág. 127.
Teorema 2.16 (Desigualdade de Hölder). Sejam 1 ≤ p, q ≤ ∞ tais que 1
p
+ 1
q
= 1 e
f ∈ Lp (X, µ) e g ∈ Lq (X, µ) então
Z
fg dµ ≤ ||f||Lp (X,µ) ||g||Lq (X,µ) .
X
g(x) ≤ p(x) ∀x ∈ G.
Nessas condições, existe um funcional linear f : E −→ R tal que f(x) = g(x) para todo
x∈Ge
f(x) ≤ p(x) ∀x ∈ E.
para toda f ∈ L1 .
Demonstração. Ver Brezis (?), pág. 99.
Sejam X e Y conjuntos.
Definição 2.21. Seja µ uma medida em X e ν uma medida em Y. Definimos a medida
µ × ν : 2X×Y −→ [0, ∞] definindo para cada S ⊂ X × Y,
∞
X ∞
[
(µ × ν)(S) := inf µ(Ai )ν(Bi ); Ai ⊂ X, Bi ⊂ Y, i = 1, 2, . . . , S ⊂ Ai × Bi .
i=1 i=1
22
é ν-integrável e a função Z
x 7−→ f(x, y) dν(y)
Y
é µ-integrável e
Z Z Z Z Z
f d(µ × ν) = f(x, y) dµ(x) dν(y) = f(x, y) dν(y) dµ(x).
X×Y Y X X Y
para todo A ⊂ R.
Definição 2.23. Definiremos indutivamente a medida n-dimensional de Lebesgue, Ln em
Rn , por
Ln := Ln−1 × L1 = L 1 1
| × L {z× · · · × L}1
n vezes
inf{diam(B); x ∈ B, B ∈ F} = 0.
sup{diam(B); B ∈ F} < ∞.
D = sup{diam(B); B ∈ F}.
Seja,
D D
Fj = B ∈ F; j < diamB ≤ j−1 , j = 1, 2, . . .
2 2
Primeiro, escolheremos coleções Gj ⊂ Fj de bolas fechadas e disjuntas. Em
particular, tomemos G1 ⊂ F1 com a coleção maximal de bolas fechadas e disjuntas. A
existência dessa coleção G1 maximal é garantida pelo Lema de Zorn.
Vejamos, defina F para ser a coleção de todas as famı́lias de bolas disjuntas de
F1 . Muniremos F com a seguinte relação de ordem: dados h1 , h2 ∈ F dizemos que
h1 < h2 ⇔ h1 ⊂ h2
{B ∈ F2 ; B ∩ B 0 = ∅, ∀B 0 ∈ G1 }
{B ∈ F2 ; B ∩ B 0 = ∅, ∀B 0 ∈ G1 ∪ G2 }.
G ? = Gj ∪ {B}.
Sj
Logo, podemos concluir que existe B 0 ∈ k=1 Gk tal que
B 0 ∩ B 6= ∅.
D D
diam(B 0 ) ≥ j
≥ j.
20 2
Então,
D
2diam(B 0 ) ≥ > diam(B), (2)
2j−1
uma vez que B ∈ Fj .
Por (2) temos que
4rB 0 ≥ 2rB (3)
Corolário 2.2. Assuma que F é uma cobertura fina de A por bolas fechadas e
sup{diam(B); B ∈ F} < ∞.
Então, existe uma fámilia enumerável G de bolas disjuntas em F tal que para
qualquer subconjuto finito {B1 , B2 , . . . , Bm } ⊂ F, temos
m
[ [
A− Bk ⊂ ^
B.
k=1 B∈G−{B1 ,B2 ,...,Bm }
inf{diam(B); x ∈ B, B ∈ F} = 0,
1
segue que dado 0 < ε < min{diam(B1 ), diam(B2 ), . . . , Bm } existe Bx ∈ F tal que
2
x ∈ Bx e diam(Bx ) < ε. Claramente, Bx ∩ Bk = ∅ para todo k = 1, 2, . . . , m. Com isso,
conseguimos uma cobertura para A − m k=1 Bk por bolas de F := F − {B1 , B2 , . . . , Bm }.
?
S
Corolário 2.3. Seja U ⊂ Rn aberto, δ > 0. Então existe uma famı́lia enumerável G de
bolas disjuntas em U tal que diam(B) ≤ δ, para toda B ∈ G e
!
[
Ln U− B =0
B∈G
1
1− <θ<1
5n
M1
!
[
Ln U − Bi ≤ θLn (U).
i=1
Assim,
X X
! !
[ [
Ln (U) ≤ Ln ^
B = ^ = 5n
Ln (B) Ln (B) = 5n Ln B .
B∈G1 B∈G1 B∈G1 B∈G1
Logo,
!
[ 1 n
Ln B ≥ L (U)
B∈G1
5n
!
[ 1 n
⇒ −L n
B ≤ − L (U). (4)
B∈G1
5n
Seja {Bi }∞
Sk S
i=1 uma enumeração de G1 então, Ak := i=1 Bi ”cresce”para B∈G1 B,
isto é, Ak % B∈G1 B. Por outro lado,
S
!
[
(U − Ak ) & U− B .
B∈G1
Ou seja, !
M1
[
Ln U − Bi ≤ θLn (U).
i=1
M1
[
U2 := U − Bi
i=1
e
F2 := {B; B ⊂ U2 , diam(B) < δ}.
M2
!
[
Ln U 2 − Bi ≤ θLn (U2 )
i=M1 +1
M2
! " M1
! M2
#
[ [ [
n n
L U− Bi = L U2 ∪ Bi − Bi
i=1 i=1 i=1
M2
!
[
= L n U2 − Bi
i=M1 +1
≤ θLn (U2 )
M1
!
[
n
= θL U− Bi
i=1
≤ θ2 Ln (U).
Note que repetindo esse processo obtemos para cada k, uma coleção de bolas
disjuntas tais que !
Mk
[
Ln U − Bi ≤ θk Ln (U).
i=1
Teorema 2.23 (Teorema da Cobertura de Besicovitch). Existe uma constante Nn , que só
depende de n, com a seguinte propriedade: se F é uma coleção qualquer de bolas fechadas
não degeneradas no Rn com
sup{diam(B); B ∈ F} < ∞
e A é o conjunto dos centros das bolas em F então existem, G1 , G2 , . . . , GNn ⊂ F tal que
cada Gi , i = 1, 2, . . . , Nn é uma coleção de bolas disjuntas de F e
Nn [
[
A⊂ B
i=1 B∈Gi
30
B1 = B(a1 , r1 )
3
onde a1 ∈ A e r1 ≥ D. Tome agora,
8
A2 = A − B1
3
e B2 = B(a2 , r2 ) tal que a2 ∈ A e r2 ≥ sup{r; B(a, r) ∈ F, a ∈ A2 }. Então, tome
4
A3 = A − B1 ∪ B2
3
e do mesmo modo tomemos B3 = B(a3 , r3 ) com a3 ∈ A3 e r3 ≥ sup{r; B(a, r) ∈ F, a ∈
4
A3 }. Mais geral, para j ≥ 2 definamos:
j−1
[
Aj = A − Bi
i=1
3
e Bj = B(aj , rj ) com aj ∈ Aj e rj ≥ sup{r; B(a, r) ∈ F, a ∈ Aj }.
4
Por outro lado, se para algum j, Aj = ∅ defina J := j − 1, mas se para todo j,
Aj 6= ∅ então defina J := ∞.
Observe que dadas Bi , Bj , com j > i então rj ≤ 43 ri . De fato, como j > i temos
que Aj ⊂ Ai . Em particular, o centro aj de Bj pertence a Ai . Logo,
rj ≤ sup{r; B(a, r) ∈ F, a ∈ Ai }.
Daı́,
3 3
ri ≥ sup{r; B(a, r) ∈ F, a ∈ Ai } ≥ rj .
4 4
Portanto,
4
rj ≤ ri . (6)
3
Adiante, mostraremos que as bolas {B(ai , r3i )}Ji=1 são disjuntas. Com efeito,
sejam Bi , Bj , com j > i, logo, Aj ⊂ Ai . Então, aj que é centro de Bj não pertence a Bi ,
ou seja,
ri 2ri ri 2 3 ri 1 ri rj
|ai − aj | > ri = + ≥ + rj = + rj > + . (7)
3 3 3 3 4 3 2 3 3
seja, existe um η > 0 tal que pra todo j, rj ≥ η. Por outro lado, como A é limitado,
^ ∈ R tal aik −→ a
então existe uma subsequência (aik )k de (ai )i e um número a ^ quando
k −→ ∞. Logo, (aik )k é de Cauchy. Em particular, para 0 < ε < 23 η, existe k0 ∈ N tal
que para todo j, s ≥ k0 temos daı́ e de (7) que
rij ris 2
ε > |aij − ais | > + > η.
3 3 3
Disso, A ⊂ Jj=1 Bj . Seja agora, J = ∞ e tomemos a ∈ A daı́ existe ra tal que B(a, ra ) ∈ F.
S
3 3
rj ≥ sup{r; B(a, r) ∈ F, a ∈ Aj } ≥ ra
4 4
3 3
ra > rj0 ≥ sup{r; B(a, r) ∈ F, a ∈ Aj0 }.
4 4
Dessa forma,
j0 −1
[
a∈ Bj . (8)
j=1
Logo, para cada a ∈ A existe um j0 tal que vale (8). Portanto, A ⊂ Jj=1 Bj .
S
r
Seja Bj tal que j ∈ K, então tome x ∈ B(aj , 3j ). Então,
32
rj 4 4.3.rk
|x − ak | ≤ |x − aj | + |aj − ak | ≤ + rj + rk = rj + rk < + rk = 5rk
3 3 3
rj
Logo, B aj , 3
⊂ B(ak , 5rk ) para cada j ∈ K. Disso temos que
Assim,
Card(K) ≤ 20n .
Agora iremos estimar a Card(I − K). A afirmação abaixo irá nos auxiliar.
e
|aj − ak | = |aj | > rj .
|ai − ak | = |ai | ≤ ri + rk
e
|aj − ak | = |aj | ≤ rj + rk .
Além disso, ri > 3rk e rj > 3rk . Consideremos |ai | ≤ |aj |. Em suma,
3rk < ri < |ai | ≤ ri + rk ,
3rk < rj < |aj | ≤ rj + rk , (9)
|ai | ≤ |aj |.
Logo,
Vemos com uma simples aplicação da desigualdade triangular, que 0 ≤ |ai −aj |+|ai |−|aj |.
Logo, (10) segue. Tal estimativa estabelece um controle entre os centros de Bi e Bj em
função de θ.
Por fim, do fato, de ai ∈ Bj e aj ∈
/ Bj , temos que
ri < |ai − aj | ≤ rj .
3
|ai − aj | + |ai | − |aj | ≥ ri + ri − (rj + rk ) = 2ri − rj − rk ≥ 2. rj − rj − rk
4
1
= r j − rk , (Por (9))
2 !
1 1 1 1 4 1 3 1 3 1
≥ r j − rj = = . rj = rj = . . 1 + rj
2 3 6 6 4 6 4 + 41 6 4 3
1 rj
= rj +
8 3
1 1
≥ (rj + rk ) ≥ |aj | (Por (9)).
8 8
36
Então,
√ p
|y − z| ≥ rk 2 1 − cos(θ0 ).
37
√ √
rk 2 1−cos(θ0 )
Assim, seja δ = 4
Portanto, tome para cada y ∈ AI−K , B(y, δ) ⊂
.
n
S
R . Por construção, y∈AI−K B(y, δ) é uma união de bolas disjuntas. Por outro lado, seja
S
λ = rk + δ e considere a bola B(0, λ). Claramente, y∈AI−K B(y, δ) ⊂ B(0, λ). Então,
= Card(AI−K )α(n)δn .
Logo,
λn
Card(AI−K ) ≤
δn
n
rk + δ
=
δ
n
rk δ
= +
δ δ
n
rk
= √√ + 1
rk 2 1−cos(θ0 )
4
!n
4
= √ p +1
2 1 − cos(θ0 )
n
4 61
= √ q + 1 , θ0 = arccos
61
2 1 − 64 64
n
4
= q + 1
3
32
√ !n
16 2
= √ +1
3
√ !n
16 6 + 3
= .
3
j √ n k
16 6+3
Portanto, tome L := 3
+ 1, donde segue a afirmação.
38
j √ n k
16 6+3
Com isso em mãos, seja Mn = 20n + 3
+ 2. Logo,
M
[n [
A⊂ B.
i=1 B∈Gi
Observe que para cada l, Al é limitado. Logo existem coleções Gil , i ∈ 1, 2, . . . , Mn , tais
que
M
[n [
Al ⊂ B.
i=1 B∈G l
i
S∞
Como A = l=1 Al , utilizaremos essas coleções Gil de Al para definir coleções
Gi para A. Em particular, não temos controle sobre a localização de Gil , logo não podemos
definir os Gi de qualquer maneira, pois poderiamos por em risco a propriedade de que cada
39
e ∞
[
Gi+Mn = Gi2l , i ∈ {1, 2, . . . , Mn }.
l=1
Dessa forma, teremos 2Mn coleções Gi de bolas disjuntas. Por fim, defina
Nn = 2Mn . O que prova o desejado.
Corolário 2.4. Seja µ uma medida de borel sobre o Rn e F uma coleção qualquer de
bolas fechadas não degeneradas do Rn . Seja A o conjunto dos centros das bolas de F, tal
que µ(A) < ∞ e para cada a ∈ A,
inf{r; B(a, r) ∈ F} = 0
Então, para cada aberto U ⊂ Rn , existe uma coleção G de bolas disjuntas de F tal que
[
B⊂U
B∈G
e !
[
µ (A ∩ U) − B = 0.
B∈G
1
Demonstração. Fixe θ ∈ R tal que 1 − < θ < 1, onde Nn é a constante do Teorema
Nn
da Cobertura de Besicovitch.
Afirmação: Existe uma coleção {B1 , B2 , . . . , BM1 } de bolas disjuntas e fechadas, em U
tal que !
M1
[
µ (A ∩ U) − Bi ≤ θµ(A ∩ U).
i=1
Nn [
[
A∩U⊂ B.
i=1 B∈Gi
40
Assim,
Nn
!
[ [
µ(A ∩ U) = µ (A ∩ U) ∩ B
i=1 B∈Gi
X
Nn
!
[
≤ µ (A ∩ U) ∩ B
i=1 B∈Gi
X
Nn [
≤ max µ (A ∩ U) ∩ B
1≤j≤Nn
i=1 B∈Gj
[
= Nn max µ (A ∩ U) ∩ B .
1≤j≤Nn
B∈Gj
Como 1 − 1
Nn
< θ < 1 ⇒ −1 + 1
Nn
> −θ > −1 ⇒ 1
Nn
> (1 − θ) > 0, temos que
[
µ (A ∩ U) ∩ B > (1 − θ)µ(A ∩ U). (11)
B∈Gj0
Por outro lado, suponhamos que Gj0 seja um conjunto infinito. Seja {Bj }∞
j=1 =
Gj0 e defina para cada k
k
[
Ak = Bi .
i=1
Claramente,
[
Ak ⊂ Ak+1 e Ak % B.
B∈Gj0
Portanto,
[
lim µ(Ak ) = µ B .
k→∞
B∈Gj0
41
M1
!
[
µ (A ∩ U) ∩ Bi > (1 − θ)µ(A ∩ U). (12)
i=1
em particular,
M1
! M1
!
[ [
µ(A ∩ U) = µ (A ∩ U) ∩ Bi + µ (A ∩ U) − Bi .
i=1 i=1
Daı́ e de (12),
M1
!
[
µ(A ∩ U) − µ (A ∩ U) − Bi > (1 − θ)µ(A ∩ U).
i=1
Assim, !
M1
[
µ (A ∩ U) − Bi ≤ θµ(A ∩ U).
i=1
M1
[
U2 = U − Bi e F2 = {B ∈ F; diam(B) ≤ 1, B ⊂ U2 }.
i=1
M2
!
[
µ (A ∩ U2 ) − Bi ≤ θµ(A ∩ U2 ).
i=M1 +1
42
Em particular,
M2
! M2
!
[ [
µ (A ∩ U) − Bi = µ (A ∩ U2 ) − Bi
i=1 i=M1 +1
≤ θµ(A ∩ U2 )
M1
!!
[
= θµ A ∩ U− Bi
i=1
M
!
[1
= θµ (A ∩ U) − Bi
i=1
≤ θ2 µ(A ∩ U).
Mk
!
[
µ (A ∩ U) − Bi ≤ θk µ(A ∩ U).
i=1
Daı́, quando k −→ ∞,
∞
!
[ [
µ (A ∩ U) − Bi = µ (A ∩ U) − B = 0
i=1 B∈Gj0
Definição 2.26. Se Dµ ν(x) = Dµ ν(x) < ∞, dizemos que ν é diferenciável com respeito
a µ no ponto x e escrevemos
ν com respeito a µ.
Mostremos que Dµ ν está bem definida. Para isso será necessário o Lema
abaixo. O mesmo é de fundamental importância para esse tópico.
Lema 2.1. Seja A ⊂ Rn qualquer e fixe 0 < α < ∞. Então,
(i) Se A ⊂ {x ∈ Rn ; Dµ ν ≤ α} temos que ν(A) ≤ αµ(A).
(ii) Se A ⊂ {x ∈ Rn ; Dµ ν ≥ α} temos que ν(A) ≥ αµ(A).
Demonstração. Começaremos por (i), considere a princı́pio que µ(Rn ) e ν(Rn ) sejam
finitos. Fixemos ε > 0. Seja U ⊂ Rn aberto tal que A ⊂ U. Defina,
Afirmação: Se A 6= ∅ então F 6= ∅.
Prova da Afirmação: Fixe a ∈ A. Por hipótese do lema, temos que Dµ ν(a) ≤ α. Ou
seja,
ν(B(a, r))
sup inf ≤ α. (13)
δ>0 r∈(0,δ) µ(B(a, r))
ν(B(a, r))
inf + ε ≤ α + ε.
r∈(0,δε ) µ(B(a, r))
Daı́,
ν(B(a, rε )) ≤ (α + ε)µ(B(a, rε )).
Por outro lado, seja r0 > 0 tal que B(a, r0 ) ⊂ U, tal bola existe pois U é aberto.
Se r0 ≥ rε , então a afirmação está provada, pois, B(a, rε ) ⊂ B(a, r0 ). Caso contrário se
r0 < rε , então temos que r0 < δε , daı́,
Em particular,
ν(B(a, r)) ν(B(a, r))
inf ≤ sup inf ≤ α.
r∈(0,δε ) µ(B(a, r)) δ>0 r∈(0,δ) µ(B(a, r))
44
ν(B(a, rε ))
≤ α + ε.
µ(B(a, rε ))
1
λ < rk < λ + .
k
Disso,
1
ν(B(a0 , λ)) ≤ ν(B(a0 , rk )) ≤ (α + ε)µ(B(a0 , rk )) ≤ (α + ε)µ B a0 , λ + .
k
45
e ! !
[ [
ν A∩U− B =ν A− B = 0.
B∈G B∈G
Em particular,
!
[ [
ν(A) = ν A − B∪ B
B∈G B∈G
! !
[ [
= ν A− B +ν B
B∈G B∈G
!
[
= ν B
B∈G
X
= ν(B)
B∈G
X
≤ (α + ε) µ(B)
B∈G
≤ (α + ε)µ(U).
Como U é um aberto qualquer que contém A e por µ ser ma medida de Radon temos que
Logo,
ν(A) ≤ (α + ε)µ(A).
Claramente, Rn = ∞
S
j=1 Ej e Ei ∩ Ej = ∅ se i 6= j. Com isso temos que para cada j,
νbEj (Rn ) < ∞, isto é estamos na situação anterior onde a medida do Rn era finita. O
mesmo vale para µ. Logo,
X
∞
ν(A) = ν(A ∩ Ej )
j=1
X∞
= νbEj (A)
j=1
X∞
≤ α µbEj (A), (por (15))
j=1
X
∞
= ν(A ∩ Ej )
j=1
= αµ(A).
f(xk ) ≥ a ∀ k ∈ N.
47
Assim, existe M ∈ R tal que f(x0 ) < M. Veja que, da maneira com que x0 foi
tomado existe {xk }∞ k=1 ⊂ U tal que xk −→ x0 . Por outro lado, por f não ser semi contı́nua
superiormente em x0 temos que para todo δ > 0, se x ∈ B(x0 , δ) então, f(x) ≥ M.
Portanto, fixemos δ0 > 0 e para esse δ0 existe k(δ0 ) ∈ N tal que para todo k > k(δ0 ),
xk ∈ B(x0 , δ0 ). Daı́,
f(xk ) ≥ M, ∀ k > k(δ0 ).
I = {x ∈ Rn ; Dµ ν(x) = ∞}.
Portanto,
1
µ(I) ≤ ν(I).
α
Fazendo α −→ ∞ temos que µ(I) = 0.
Logo, Dµ ν é finito µ-q.t.p, em particular Dµ ν também o é. Pois, Dµ ν(x) ≤
Dµ ν(x), x ∈ Rn . Agora mostraremos que Dµ ν existe µ-q.t.p. Com efeito, para todo
48
Como b > a > 0 segue que µ(R(a, b)) = 0. Por outro lado observe que
[
R(a, b) = {x ∈ Rn ; Dµ ν(x) < Dµ ν(x)}.
0<a<b
a,b∈Q
Logo,
Assim,
Z
µ(B(x, 2r)) − µ(B(x, r)) = (χB(x,2r) − f)dµ
ZR
n
são semi contı́nuas superiormente. Portanto, são borelianas. Disso temos que para cada
r>0
ν(B(x, r)) , se µ(B(x, r)) > 0,
fr (x) := µ(B(x, r))
+∞ se µ(B(x, r)) = 0
é µ-mensurável. Logo, de
ν(B) = ν((B − A) ∪ A)
= ν(B − A) + ν(A)
= ν(A).
Portanto, A é ν-mensurável.
Agora, seja
Z := {x ∈ Rn ; Dµ ν = 0} e I := {x ∈ Rn ; Dµ ν = ∞}
e Z
Dµ ν dµ = 0 = ν(I).
I
Por outro lado, seja A ⊂ Rn , µ-mensurável e fixemos 1 < t < +∞. Definamos
para cada m ∈ Z
Am = A ∩ {x ∈ Rn ; tm ≤ Dµ ν(x) < tm+1 .}
+∞
!
[
A− Am ⊂ Z ∪ I ∪ {x ∈ Rn ; Dµ ν(x) 6= Dµ ν(x)} := M.
m=−∞
S+∞
Am = 0. Logo, ν A − +∞
S
Como µ(M) = 0 então, µ A − m=−∞ m=−∞ Am = 0.
Daı́,
+∞
!
[
ν(A) = ν Am
m=−∞
X
+∞
= ν(Am )
m=−∞
X
N
= lim ν(Am )
N→∞
m=−N
X
N
≤ lim tm+1 µ(Am ) (por (2.1)).
N→∞
m=−N
Então,
X
N
ν(A) ≤ t lim tm µ(Am )
N→∞
m=−N
N Z
X
= t lim tm dµ
N→∞
m=−N Am
N Z
X
≤ t lim Dµ ν dµ
N→∞
m=−N Am
Z
= t Dµ ν dµ.
A
52
+∞
!
[
ν(A) = ν Am
m=−∞
X
+∞
= ν(Am )
m=−∞
X
N
= lim ν(Am )
N→∞
m=−N
X
N
≥ lim tm µ(Am ), (por (2.1))
N→∞
m=−N
1 XN
= lim tm+1 µ(Am )
t N→∞ m=−N
XN Z
1
= lim tm+1 dµ
t N→∞ m=−N Am
XN Z
1
≥ lim Dµ ν dµ
t N→∞ m=−N Am
Z
1
= Dµ ν dµ.
t A
53
νac µ e νs ⊥ µ.
Em particular,
Dµ ν = Dµ νac e Dµ νs = 0, µ-q.t.p
e consequentemente, Z
ν(A) = Dµ νac dµ + νs (A)
A
E = {A ⊂ Rn ; A é boreliano, µ(Rn − A) = 0}
∞ ∞
!c ∞ ∞
\ \ [ [
n n
R −B=R − Bk = Bk = Bck = (Rn − Bk ).
i=1 i=1 i=1 i=1
Então
∞ X
∞
!
[
n n
µ(R − B) = µ (R − Bk ) ≤ µ(Rn − Bk ) = 0.
i=1 k=1
1 1
ν(B) ≤ ν(Bk ) ≤ inf ν(Bk ) + ≤ ν(B) + .
A∈E k k
Afirmação: νac µ.
Prova da Afirmação: Suponha por absurdo que exista A ⊂ B com µ(A) = 0 e ν(A) > 0.
Então,
µ(Rn − (B − A)) = µ((Rn − B) ∪ A) ≤ µ(Rn − B) + µ(A) = 0
Logo, (B − A) ∈ E e
ν(B − A) = ν(B) − ν(A) < ν(B).
Afirmação: νs ⊥ µ.
Prova da Afirmação: Se µ(Rn − B) = 0 temos por construção que
j
νs (B) = ν (B) = ν((Rn − B) ∩ B) = ν(∅) = 0 = µ(Rn − B).
(Rn −B)
Portanto, νs ⊥ µ.
Afirmação: Dµ νac = Dµ ν, µ-q.t.p..
Prova da Afirmação: Note que para cada x ∈ Rn .
ν(B(x, r))
Dµ ν(x) = lim
r→0 µ(B(x, r))
1
µ(Ck ) < ν(Ck ) ≤ ν(B) = 0.
k
∞
!
[
µ({x ∈ B; Dµ νs (x) > 0}) = µ Ck = 0.
k=1
e
ν− (A) = inf{ν− (B); A ⊂ B, B é boreliano}.
Claramente, ν+ e ν− são medidas de Radon. Além disso, temos que para todo
A ⊂ Rn , tal que µ(A) = 0 tem se que
Z
+
ν (A) = f+ dµ = 0,
A
e Z Z
− −
ν (A) = Dµ ν dµ = f− dµ.
A A
= Dµ ν+ (x) − Dµ ν− (x)
= f+ (x) − f− (x)
= f(x),
onde µ(Ai ) = 0.
Seja A = ∞ n
S
i=1 Ai , claramente, µ(A) = 0. Logo, dado x ∈ R − A, temos que
Z
lim − |f − ri |p dµ = |f(x) − ri |p , ∀ i ∈ N.
r→0 B(x,r)
ε
|f(x) − ri |p < .
2p
Assim,
Z Z
ε
lim sup − |f − f(x)| dµ < lim 2
p p−1
− |f − ri | dµ + p
p
< ε.
r→0 B(x,r) r→0 B(x,r) 2
R
Logo, lim supr→0 −B(x,r) |f − f(x)|p dµ = 0, uma vez que ε > 0 foi arbitrário.
R
Evidentemente, lim inf r→0 −B(x,r) |f − f(x)|p dµ ≥ 0. Daı́,
Z
lim − |f − f(x)|p dµ = 0.
r→0 B(x,r)
Definição 2.31. Os pontos para os quais valem (16) são chamados pontos de Lebesgue
de f com respeito a µ.
58
R
Certamente, lim inf k→∞ −Bk |f(y) − f(x0 )|dy ≥ 0. Dessa forma,
Z
lim − |f(y) − f(x0 )|dy = 0,
k→∞ Bk
E, se
Ln (B(x, r) ∩ E)
lim =1
r→0 Ln (B(x, r))
e é um ponto de densidade 0 para E se
Ln (B(x, r) ∩ E)
lim = 0.
r→0 Ln (B(x, r))
é a representação precisa de f.
Esta última definição, recupera a noção de valor pontual de uma função L1loc .
Em particular, ela é quem melhor representa a classe de equivalência f ∈ L1loc (Rn ).
|l1 −l2 |
Então, tome ε = 2
note que dado y ∈ B(x, r)
3ε ≤ |f(y) − l1 | + |f(y) − l2 |
≤ ε + |f(y) − l2 |.
Em particular
B(x, r) ⊂ {|f − l1 | ≥ ε} ∪ {|f − l2 | ≥ ε}.
Então,
e
Ln (B(x, r) ∩ {|g − M)| ≥ 2ε })
lim = 0.
r→0 Ln (B(x, r))
Tome y ∈ {|f + g − (L + M)| ≥ ε}. Então,
ε
Se |f(y) − L| < então,
2
ε
ε<+ |g(y) − M|.
2
Logo, |g(y) − M| > 2ε . Assim y ∈ {|g − M| ≥ 2ε }. De maneira análoga, vem que se
ε
|g(y) − M| < então y ∈ {|f − L| ≥ 2ε }. Portanto,
2
ε ε
{|f + g − (L + M)| ≥ ε} ⊂ {|f − L)| ≥ } ∪ {|g − M)| ≥ }.
2 2
Dessa forma,
ε
|f(y)| = |f(y) − L + L| ≤ + |L|,
2(|M| + 1)
em particular,
ε ≤ |f(y)||g(y) + M| + |M||f(y) − L|
|M|ε
ε
≤ + |L| |g(y) − M| + .
2(|M| + 1) 2(|M| + 1)
ε(|M| + 2)
|g(y) − M| ≥ .
ε + 2|L|(|M| + 1)
Daı́,
Ln (B(x, r) ∩ {|fg − LM| ≥ ε})
lim = 0.
r→0 Ln (B(x, r))
Por fim, mostraremos (iii). Suponha por absurdo que L > M então, tome
L−M
ε := 6
.Pela escolha do ε, temos que L − ε > M + ε. Agora, observe que x tem
densidade positiva em {|f − L| < ε} e o mesmo é verdade em {|g − M| < ε}. Assim, se
y ∈ {|f − L| < ε} temos que
em particular, f(y) > M + ε. E se y ∈ {|g − M| < ε}, de maneira análoga, vemos que
g(y) < M + ε. Então,
Absurdo! Logo, L ≤ M.
Gostariamos de ressaltar que em (iii) do teorema acima, poderı́amos enfra-
quecer as hipóteses, ao invés de pedirmos f ≤ g em Rn , poderı́amos pedir que a densidade
de x em {f > g} seja 0. A demonstração é identica a essa apresentada e o absurdo seria
63
que a densidade de x em {|f − L| < ε} ∪ {|g − M| < ε} iria ser nula. Contrariando as
hipóteses sobre f e g.
Definição 2.35. Seja f : Rn −→ R. Dizemos que l é o limite superior aproximado de f
quando y −→ x, escrevemos,
ap lim sup f(y) = l
y→x
De maneira similar,
∞
!
[
Ln Rn − Ki =0
i=1
m
! ! m+1
!
[ [ 1
Ln Bm+1 − Ki − Km+1 = Ln Bm+1 − Ki ≤ .
i=1 i=1
m+1
64
∞
!
[
Ln Rn − Ki = 0.
i=1
Logo,
Ln (B(x, r) ∩ {|f − f(x)| ≥ ε})
lim =0
r→0 Ln (B(x, r))
pela arbitrariedade do ε > 0
ap lim f(y) = f(x).
y→x
Com efeito, suponhamos primeiro que f−1 (W) é limitado. Dado ε > 0 para
cada x ∈ f−1 (W)
Ln (B(x, r) ∩ {|f − f(y)| ≥ ε})
lim = 0.
r→0 Ln (B(x, r))
65
Então, para cada x ∈ f−1 (W) existe 0 < rx < ε tal que
Dessa forma, a famiı́lia {B(x, rx )}x∈f−1 (W) é uma cobertura para f−1 (W). Seja
1 [
r0 = sup rx . Então, ∂f−1 (W) ⊂ B(x, r0 )). Dessa forma,
2 x∈f−1 (W)
x∈∂f−1 (W)
[ [
f−1 (W) ⊂ B(x, rx ) ∪ B(x, r0 ))
x∈f−1 (W) x∈∂f−1 (W)
pela compacidade de f−1 (W) existe uma famı́lia finita de bola {Bi }N
i=1 , Bi = B(xi , ri ) dessa
1
Claramente, {Bi }N −1
i=1 é uma cobertura para f (W). Então pelo Teorema da
1
{Bi }N
i=1 , de modo que
2
N1
[ N2
[
Bi ⊂ B(xi , 5ri ).
i=1 i=1
N1
[
Defina então Oε := B(xi , 5ri ). Como
i=1
N1
[
Bi ∩ {y ∈ W; |f(y) − f(x)| ≥ ε} ⊂ f−1 (W)
i=1
segue que
N1
[
−1
Oε − f (W) ⊂ Oε − Bi ∩ {y ∈ W; |f(y) − f(x)| ≥ ε}.
i=1
Dessa forma,
N1
!
[
Ln (Oε − f−1 (W)) ≤ Ln (Oε ) − Ln Bi ∩ {y ∈ W; |f(y) − f(x)| ≥ ε}
i=1
≤ Ln (Oε )
X
N2
≤ α(n)5n rni
i=1
< Cεn ,
é Ln -mensurável.
Proposição 2.1. Seja f ∈ L1loc (Rn ) então, todo ponto de Lebesgue de f é ponto de conti-
nuidade aproximada.
Demonstração. Seja x ∈ Rn ponto de Lebesgue de f e ε > 0,
Z
Ln (B(x, r) ∩ {|f − f(x)| ≥ ε}) 1
= 1 dy
Ln (B(x, r)) Ln (B(x, r)) B(x,r)∩{|f−f(x)|≥ε}
Z
1 1
≤ |f(y) − f(x)| dy
Ln (B(x, r)) ε B(x,r)∩{|f−f(x)|≥ε}
Z
1
≤ − |f(y) − f(x)| dy,
ε B(x,r)
é enumerável.
Demonstração. Defina para cada j ∈ N,
Afirmação: Aj é finito.
Prova da Afirmação: Fixe j ∈ N e suponha por absurdo que Card(Aj ) = ∞. Observe
67
que
∞ > µ(spt(f))
[
≥ µ µ(f−1 (x))
f−1 (x)∈Aj
X
= µ(f−1 (x)), (f−1 (x) ∩ f−1 (y) = ∅, ∀ x, y distintos)
f−1 (x)∈Aj
≥ Card(Aj )2−j+1 .
Contradição! Uma vez que µ é uma medida de Radon, a medida µ de qualquer compacto
é finita. Portanto, Aj é finito. Em particular, A é enumerável, pois,
∞
[
A= Aj .
j=1
Teorema 2.31. Seja L : Cc (Rn ; Rm ) −→ R um funcional linear tal que
para cada K ⊂ Rn compacto. Então existe uma medida de Radon µ sobre Rn e uma
função µ-mensurável, σ : Rn −→ Rm tal que
(i) |σ(x)| = 1 quase sempre com respeito a µ,
R
(ii) L(f) = Rn f · σ dµ, para toda f ∈ Cc (Rn ; Rm ).
Definição 2.37. Chamamos µ de medida de variação definida para qualquer aberto V ⊂
Rn
µ(V) = sup{L(f); f ∈ Cc (Rn ; Rm ), |f| ≤ 1, spt(f) ⊂ V}. (20)
de modo que
∞
[
V⊂ Vi .
i=1
Por outro lado, seja {ζi }ki=1 uma sequência finita de funções suaves tal que
P
spt(ζj ) ⊂ Vj , com 1 ≤ j ≤ k e kj=1 ζj = 1, em spt(g). Logo, podemos escrever g como
X
k
g= gζj
j=1
assim,
X
k X
k X
k
|L(g)| = |L( gζj )| = | L(gζj )| ≤ |L(gζj )|.
j=1 j=1 j=1
donde,
X
k X
k X
∞
|L(g)| ≤ |L(gζj )| ≤ µ(Vj ) < µ(Vj )
j=1 j=1 j=1
∞
[
A⊂ Aj .
j=1
ε
µ(Vj ) ≤ µAj + , para cada j,
2j
assim,
∞
[ ∞
[ X
∞ X
∞ X∞
ε X∞
µ(A) ≤ µ( Aj ) ≤ µ( Vj ) ≤ µ(Vj ) ≤ µ(Aj ) + = µ(Aj ) + ε.
i=1 i=1 i=1 i=1 j=1
2j i=1
Com efeito, sejam U1 , U2 ⊂ Rn abertos tais que dist(U1 , U2 ) > 0. Logo, tendo
em vista a medida definida em (20), pois U1 e U2 são abertos,
Assim,
µ(U1 ∪ U2 ) ≥ L(f) = L(fζ1 ) + L(fζ2 ) ≥ µ(U1 ) + µ(U2 ).
Mostraremos que vale a igualdade. Para isso, seja ε > 0, e V ⊂ Rn aberto, tal
que A1 ∪ A2 ⊂ V e
µ(A1 ∪ A2 ) ≤ µ(V) + ε.
Daı́ e de (24) a igualdade segue. Portanto, pelo Critério de Carathéodory µ é uma medida
de Borel. Além disso, por (21), µ é uma medida Borel regular. Pois, dado A ⊂ Rn existem
abertos Vk com A ⊂ Vk , de modo que Vk+1 ⊂ Vk e
1
µ(A) ≤ µ(Vk ) ≤ µ(Vk ) + .
k
70
Logo,
1
lim µ(A) ≤ lim µ(Vk ) ≤ lim µ(A) ≤ lim .
k→∞ k→∞ k→∞ k→∞ k
Então,
∞
\
µ(A) ≤ µ( Vk ) ≤ µ(A).
k=1
Assim,
∞
\
µ(A) = µ( Vk ).
k=1
Por hipótese, temos que para cada K ⊂ Rn compacto, µ(K) < ∞. Portanto, µ é uma
medida de Radon.
Nosso próximo passo, é introduzir um objeto que será necessário para a conti-
nuar a prova do teorema e provar umas propriedades do mesmo. Logo, considere
c (R ) = {f ∈ Cc (R ); f ≥ 0}
C+ n n
e para toda f ∈ C+ n
c (R ), definamos:
Observe que podemos considerar L(g1 ) e L(g2 ) não negativos. Pois, caso
contrário, tendo em vista a linearidade de L definiriamos, g1 = −g1 e g2 = −g2 e te-
riamos o desejado. Assim, olhando para (27), tomemos supremo com respeito as g1 e g2 ,
com g1 , g2 ∈ Cc (Rn ; Rm ) temos
Por outro lado, tome g ∈ Cc (Rn ; Rm ) tal que |g| ≤ f1 + f2 e defina para i = 1, 2
fi g
se f1 + f2 > 0,
gi = f1 + f2
0 se f1 + f2 = 0.
Não é dificil ver que gi ∈ Cc (Rn ; Rm ) e se f1 + f2 > 0 temos que
71
f1 g f2 g f1 + f2
g1 + g2 = + =g = g.
f1 + f2 f1 + f2 f1 + f2
Além disso, para i = 1, 2
fi g f1 + f2
|gi | =
≤ |fi |
= |fi |.
f1 + f2 f1 + f2
Desse modo,
Note que a existência de tais ti é garantida pelo Lema (2.3). Dessa forma, seja
Uj = f ((tj−1 , ji )), observe que Uj é aberto e µ(Uj ) < ∞. Como µ é uma medida de
−1
ε
µ(Uj − Kj ) < j = 1, 2, 3, . . . , N.
N
Além disso, existem funções gj ∈ Cc (Rn ; Rm ) com |gj | ≤ 1, spt(gj ) ⊂ Uj tal que
ε
|L(gj )| ≥ µ(Uj ) −
N
ε
λ(hj ) ≥ |L(gj )| ≥ µ(Uj ) − .
N
72
Como,
segue que,
ε
µ(Uj ) − ≤ λ(hj ) ≤ µ(Uj ).
N
Doravante, seja
X
N
!
A= x; f(x) 1 − hj (x) >0 .
j=1
X
N
f(x) − f(x) hj (x) > 0 se e somente se x ∈ A.
j=1
Logo,
X X
N N
!
f(x) − f(x) hj (x) = f(x) 1 − hj (x) ≤ ||f||L∞ χA .
j=1 j=1
Em particular,
X
N
g ∈ Cc (Rn ; Rm ); f − f hj ⊂ g ∈ Cc (Rn ; Rm )|g| ≤ ||f||L∞ χA .
j=1
Daı́,
X
N
!
λ f−f ≤ sup{|L(g)|; g ∈ Cc (Rn ; Rm ), |g| ≤ ||f||L∞ χA }
j=1
= λ(||f||L∞ χA )
= ||f||L∞ λ(χA )
= ||f||L∞ sup{|L(g)|; g ∈ Cc (Rn ; Rm ), |g| ≤ χA }
≤ ||f||L∞ sup{|L(g)|; g ∈ Cc (Rn ; Rm ), |g| ≤ 1 spt(g) ⊂ A}.
73
Logo,
X
N
!
λ f−f ≤ ||f||L∞ µ(A)
j=1
∞
!
[
≤ ||f||L∞ µ (Uj − spt(gj ) ∪ Kj )
j=1
X
∞
≤ ||f||L∞ µ(Uj − spt(gj ) ∪ Kj )
j=1
X
∞
≤ ||f||L∞ µ(Uj − ∪Kj )
j=1
X∞
ε
< ||f||L∞
j=1
N
= ||f||L∞ ε.
Desse modo,
X X
N N
!
λ(f) = λ f + f hj − f hj
j=1 j=1
X X
N
! N
!
= λ f−f hj +λ f hj
j=1 j=1
X
N
≤ ε||f||L∞ + λ(fhj ) (31)
j=1
X
N
≤ ε||f||L∞ + λ(tj hj )
j=1
X
N
= ε||f||L∞ + tj λ(hj )
j=1
X
N
≤ ε||f||L∞ + tj µ(Uj ).
j=1
X X
N
! N
!
λ f hj = λ(f) − λ f − f hj ≤ λ(f).
j=1 j=1
74
Logo,
X
N
λ(f) ≥ λ(fhj )
j=1
X
N
≥ λ(tj−1 hj )
j=1
X
N
= tj−1 λ(hj )
j=1
X
N ε
≥ tj−1 µ(Uj ) −
j=1
N
X
N X
N
ε
= tj−1 µ(Uj ) − tj−1
j=1 j=1
N
X
≥ tj−1 µ(Uj ) − tN ε.
j=1
X
N Z X
N
tj−1 µ(Uj ) ≤ fdµ ≤ tj µ(Uj ). (32)
j=1 Rn j=1
X
N Z X
N
− tj−1 µ(Uj ) ≥ − fdµ ≥ − tj µ(Uj ). (33)
j=1 Rn j=1
Além disso,
X
N X
N
tj−1 µ(Uj ) − tN ε ≤ λ(f) ≤ tj µ(Uj ) + ε||f||L∞ . (34)
j=1 j=1
X
N X
N Z X
N X
N
tj−1 µ(Uj ) − tj µ(Uj ) − tN ε ≤ λ(f) − fdµ ≤ tj µ(Uj ) − tj−1 µ(Uj ) + ε||f||L∞
j=1 j=1 Rn j=1 j=1
então,
X
N Z X
N
(tj−1 − tj )µ(Uj ) − tN ε ≤ λ(f) − fdµ ≤ (tj − tj−1 )µ(Uj ) + ε||f||L∞
j=1 Rn j=1
75
assim,
X
N
! Z X
N
− (tj − tj−1 )µ(Uj ) + tN ε + ε||f||L∞ ≤ λ(f) − fdµ ≤ (tj − tj−1 )µ(Uj )
j=1 Rn j=1
+ ε||f||L∞ + εtN
e daı́,
Z X
N
|λ(f) − fdµ| ≤ (tj − tj−1 )µ(Uj ) + tN ε + ε||f||L∞
Rn j=1
X
N
= (tj − tj−1 )µ(Uj ) + 3ε||f||L∞
j=1
X
N
≤ εµ(Uj ) + 3ε||f||L∞
j=1
≤ εµ(spt(f)) + 3||f||L∞ ).
λe : Cc (Rn ) −→ R
λe : L1µ (Rn ) −→ R
L∞ n
µ (R ), a denotemos por σe tal que
Z
λe (f) = fσe dµ, ∀f ∈ L1µ (Rn )(Rn ).
Rn
X
m
L(f) = L( < f, ej > ej )
j=1
X
m
= L((f · ej )ej )
j=1
X
m
= λej (f · ej )
j=1
Xm Z
= (f · ej )σej dµ
j=1 Rn
Z X
m
= (f · ej )σej dµ
Rn j=1
Z
= f · σdµ,
Rn
onde σ : Rn −→ Rm dada por σ(x) = (σe1 (x), σe2 (x), . . . , σem (x)).
Por fim, mostremos que |σ| = 1, quase sempre com respeito a µ. Com efeito,
seja U ⊂ Rn aberto e µ(U) < ∞. Por definição,
Z
µ(U) = sup f · σdµ; f ∈ Cc (R ; R ), |f| ≤ 1, spt(f) ⊂ U .
n m
Rn
k tal que
fk · σ −→ |σ|
Logo, Z
|σ|dµ ≤ µ(U). (35)
U
Assim, Z
µ(U) ≤ |σ|dµ. (36)
U
R
Como µ(U) = U
1dµ, temos de (35) e (36) que
Z Z
|σ|dµ = 1dµ
ZU U
⇔ |σ| − 1dµ = 0.
U
L(f) ≥ 0, ∀f ∈ C∞ n
c (R ), f ≥ 0.
Demonstração. Seja K ⊂ Rn compacto e seja ζ uma função suave com suporte compacto
em Rn com 0 ≤ ζ ≤ 1e ζ = 1 sobre K. Agora, dada f ∈ C∞ n
c (R ) com spt(f) ⊂ K,
definamos
g := ||f||∞ ζ − f ≥ 0.
Em particular, g ∈ C∞ n
c (R ). Logo, avaliando g em L, temos que
Portanto, L(f) ≤ C||f||∞ onde C = L(ζ). Dessa forma, pelo Teorema de Hahn-
78
L : Cc (Rn ) −→ R.
Logo,
sup{L(f); f ∈ C∞
c (R ), |f| ≤ 1, spt(f) ⊂ K} < ∞.
n
Z Z
(i) lim f dµk = f dµ para toda f ∈ Cc (Rn )
k→∞ Rn Rn
(ii) lim sup µk (K) ≤ µ(K) para cada compacto K ⊂ Rn e lim inf µk (U) ≥ µ(U) para cada
k→∞ k→∞
aberto U ⊂ Rn .
(iii) lim µk (B) = µ(B) para cada boreliano B ⊂ Rn com µ(∂B) = 0.
k→∞
Demonstração. Façamos (i) ⇒ (ii). Com efeito, dado ε > 0 seja U ⊂ Rn aberto e K ⊂ U
compacto. Seja f ∈ Cc (Rn ) tal que 0 ≤ f ≤ 1, spt(f) ⊂ U, e f = 1 em K. Logo,
Z Z Z Z Z
µ(K) = f dµ ≤ f dµ = lim f dµk = lim inf f dµk ≤ lim inf 1 dµk
K Rn k→∞ Rn k→∞ U k→∞ U
= lim inf µk (U).
k→∞
Pela regularidade de µ,
Z Z
Por outro lado, de µk (K) = 1 dµk ≤ f dµk segue que
K Rn
Z Z Z
lim sup µk (K) ≤ f dµ = f dµ ≤ 1 dµ = µ(U).
k→∞ Rn U U
Então,
lim sup µk (K) ≤ µ(K).
k→∞
µ(B) = µ(B◦ ) ≤ lim inf µk (B◦ ) ≤ lim inf µk (B) ≤ lim sup µk (B) ≤ µ(B) = µ(B∪∂B) ≤ µ(B).
k→∞ k→∞ k→∞
Daı́,
µ(B) = lim µk (B).
k→∞
Por fim, (iii) ⇒ (i). Dado ε > 0 seja f ∈ C+ (Rn ). Seja R > 0 tal que
spt(f) ⊂ B(0, R) e µ(∂B(0, R)). Podemos garantir a existência desse R > 0. Observe que
da compacidade do suporte de f, existe um R0 > 0 tal que, spt(f) ⊂ B(0, R0 ).
Afirmação: A = {R ≥ R0 ; µ(∂B(0, R)) > 0} é enumeravável.
Prova da Afirmação: Defina a priori, para cada q ∈ Q ∩ (R0 , ∞],
Assim, µ(B(0, q)) = ∞. Absurdo! Pois, µ é uma medida de Radon. Logo, te-
mos que Card(Aq,j ) < ∞. Dessa forma, como Aq = j∈N Aq,j vemos que Aq é enumerável.
S
Daı́,
Como f−1 [ti−1 , ti ] é fechado, segue que f−1 [ti−1 , ti ] = f−1 [ti−1 , ti ]. Então,
µ(Bi ) = µ(f−1 [ti−1 , ti ]). Pelas igualdades já estabelecidas,
µ(Bi ) = µ(Bi ),
X
N Z X
N
ti−1 µk (Bi ) ≤ f dµk ≤ ti µk (Bi ) + t1 µk (B1 )
i=1 Rn i=2
XN Z XN
⇒ ti−1 µk (Bi ) ≤ f dµk ≤ ti µk (Bi ) + t1 µk (B(0, R).
i=2 Rn i=2
X
N Z X
N
ti−1 µ(Bi ) ≤ f dµ ≤ ti µ(Bi ) + t1 µ(B(0, R).
i=2 Rn i=2
Então,
X
N Z Z X
N
ti−1 µk (Bi ) − ti µ(Bi ) − t1 µ(B(0, R) ≤ f dµk − f dµ ≤ ti µk (Bi )
i=2 Rn Rn i=2
− ti−1 µ(Bi )
+ t1 µk (B(0, R)
X
N
! Z Z XN
− ti µ(Bi ) − ti−1 µk (Bi ) + t1 µ(B(0, R) ≤ f dµk − f dµ ≤ ti µk (Bi )
i=2 Rn Rn i=2
− ti−1 µ(Bi )
+ t1 µk (B(0, R)
X X
N
! N
lim sup − ti µ(Bi ) − ti−1 µk (Bi ) + t1 µ(B(0, R) = − ti µ(Bi ) − ti−1 µ(Bi )
k→∞
i=2 i=2
+ t1 µ(B(0, R))
X
N X
N
lim sup ti µk (Bi ) − ti−1 µ(Bi ) + t1 µk (B(0, R) = ti µ(Bi ) − ti−1 µ(Bi ) + t1 µ(B(0, R).
k→∞
i=2 i=2
82
Logo,
Z Z
X
N
lim sup
k→∞ f dµk − f dµ ≤
ti µ(Bi ) − ti−1 µ(Bi ) + t1 µ(B(0, R)
Rn Rn i=2
XN
= (ti − ti−1 )µ(Bi ) + t1 µ(B(0, R)
i=2
XN
< εµ(Bi ) + t1 µ(B(0, R)
i=2
< εµ(B(0, R)) + εµ(B(0, R))
= 2εµ(B(0, R)).
Assim, Z Z
lim sup f dµk − f dµ = 0.
k→∞ Rn Rn
Note que (iii) garante essa mesma estimativa para o “lim inf”, isto é,
Z Z
lim inf f dµk − f dµ = 0.
k→∞ Rn Rn
Então, Z Z
lim f dµk = f dµ.
k→∞ Rn Rn
Daı́, Z Z
lim sup f dµk − f dµ = 0.
k→∞ Rn Rn
Como Z Z
lim inf f dµk − f dµ ≥ 0.
k→∞ Rn Rn
83
Temos que Z Z
lim f dµk = f dµ.
k→∞ Rn Rn
µkj µ.
R
Defina para cada j, xj = Rn
f1 dµj . Então fixado j
Z Z
|xj | = |f1 | dµj ≤ ||f1 ||L∞ (Rn ) µj (Rn ) ≤ ||f1 ||L∞ (Rn ) sup µj (Rn ) < ∞.
f1 dµj ≤ (37)
n
R Rn j
Logo, {xj }∞
j=1 é uma sequência de números reais limitada. Logo, existem a1 ∈ R
e uma subsequência de {xj }∞ 1 ∞
j=1 a qual denotaremos por {xj }j=1 . De modo que xj −→ a1 .
1
Evidentemente, {x1j }∞ ∞
k=1 está induzida por uma subsequência de {µj }j=1 a qual denotaremos
por {µ1j }∞
j=1 .
Se ao invés de considerarmos f1 na construção de xj , considerarmos f2 e no lugar
de {µj }j=1 considerarmos a subsequência {µ1j }∞
∞
j=1 obteremos seguindo o mesmo raciocı́nio,
2 ∞
uma subsequência {µj }j=1 e um número real a2 tal que
Z
f2 dµ2j −→ a2
Rn
quando j −→ ∞.
Observe que, por construção
Z
f1 dµkj −→ a1
Rn
84
quando j −→ ∞.
Assim, construimos uma candidata a subsequência desejada. Caminharemos
para mostrar que {νj }∞
j=1 é de fato tal subsequência.
Definamos, C := {fk }∞ k=1 e o funcional linear L : C −→ R onde fk 7−→ L(fk ) = ak .
Vemos, de maneira similar a (37), que
Z Z
|fk | dµkj ≤ ||fk ||L∞ (Rn ) µkj (Rn ) ≤ sup µj (Rn )||fk ||L∞ (Rn ) .
fk dµkj ≤
Rn Rn j
Pela desigualdade acima, isto é, |L(fk )| ≤ C||fk ||L∞ (Rn ) , temos que L está bem
definido. Além disso,
Então, pelo Teorema da Representação de Riez existe uma medida µ de Radon e uma
função σ : Rn −→ R tal que |σ(x)| = 1 para quase todo x ∈ Rn com respeito a µ, e
Z Z
L(f) = fσ dµ = f dµ,
Rn Rn
para toda f ∈ Cc (Rn ) onde µ := µ σ .
Afirmação: νj µ.
Prova da Afirmação: Com efeito, seja f ∈ Cc (Rn ), por densidade de {fk }∞
k=1 existe uma
subsequência {fki }∞
i=1 tal que fki −→ f uniformemente. Em particular, dado ε > 0 existe
i0 ∈ N, tal que ∀i ≥ i0 ,
Como f ∈ Cc (Rn ) foi qualquer. Segue a afirmação. Para o caso geral temos que nem
86
sempre é verdade a restrição que fizemos inicialmente. Contudo, temos por hipótese que
µlk := µk
B(0,l)
Lp (U) escrevemos fk f se
Z Z
lim fk g dx = fg dx
k→∞ U U
µk := Ln
fk
Daı́,
sup µk (K) < ∞
k
µkj µ
87
quando j −→ ∞.
Afirmação: µ Ln .
Prova da Afirmação: De fato, seja A ⊂ Rn limitado tal que Ln (A) = 0. Fixemos ε > 0
e tomemos, V ⊂ Rn aberto limitado tal que A ⊂ V e Ln (V) < ε. Pela regularidade de
{µkj }∞
j=1 segue que Z
µ(A) ≤ µ(V) ≤ lim inf (V) = lim inf fkj dx
j→∞ j→∞ V
Z Z Z Z
ϕf dx = ϕ dµ = lim ϕ dµkj = lim ϕfkj dx
Rn Rn j→∞ Rn j→∞ Rn
Ou seja, Z
ϕf dx ≤ sup ||fk ||Lp (Rn ) ||ϕ||Lq (Rn )
Rn k
onde, 1
p
+ 1
q
= 1 e 1 < q < ∞.
Assim,
Z
||f||Lp (Rn ) = sup fϕ dx; ϕ ∈ Cc (R ), ||ϕ||Lq (Rn )≤1
n
< ∞.
Rn
Z Z
fkj ϕ dx −→ fϕ dx
Rn Rn
Então, Z Z
lim fkj g dx = fg dx.
j→∞ Rn Rn
∞
X
diam(Cj )
s ∞
[
Hδs (A) := inf α(s) ; A⊂ Cj , diam(Cj ) ≤ δ
j=1
2 j=1
89
R
s
π2
onde α(s) := s . Com Γ : (0, +∞) −→ R dada por, Γ (s) := 0∞ exp(−x)xs−1 dx.
Γ +1
2
Assim, para A e s como acima, defina
Teorema 2.37. Hn = Ln em Rn .
Demonstração. Ver Evans e Gariepy (?), pág. 70.
|f(x) − f(y)|
Lip(f) := sup .
x,y∈A |x − y|
x6=y
|f(x) − f(y)| ≤ CK |x − y|
para todo x, y ∈ K.
Teorema 2.38 (Extensão de funções Lipschitz). Seja A ⊂ Rn e f : A −→ Rm Lipschitz.
Então existe uma função f : Rn −→ Rm tal que
(i) f = f em A,
√
(ii) Lip(f) ≤ m Lip(f).
Demonstração. Inicialmente seja m = 1. Então, f : A −→ R é Lipschitz. Defina,
f : Rn −→ R dada por
f(x) := inf {f(a) + Lip(f)|x − a|}.
a∈A
Se b ∈ A, temos que
f(b) = inf {f(a) + Lip(f)|b − a|}.
a∈A
Note que
f(b) ≤ f(x) + Lip(f)|b − x|
f(b) = f(b).
Então,
f(x) − f(y) ≤ Lip(f)|x − y|.
Logo,
f(x) − f(y) ≥ − Lip(f)|x − y|.
Portanto,
|f(x) − f(y)| ≤ Lip(f)|x − y|.
Sejam x, y ∈ Rn , então,
X
m
|f(x) − f(y)|2
= |fi (x) − fi (y)|2
i=1
Xm
≤ ( Lip(f))2 |xi − yi |2
i=1
Xm
≤ ( Lip(f))2 |x − y|2
i=1
= m( Lip(f))2 |x − y|2 .
Logo,
√
|f(x) − f(y)| ≤ m Lip(f)|x − y|.
Definição 2.43.
92
[L] = | det(S)|.
[L] = | det(S)|.
(ii) Se n ≥ m então
[L]2 = det(L ◦ L? ).
2.9.2 Jacobianos
Z Z
X
g(x)Jf(x) dx = g(x) dHn (y).
Rn Rm
x∈f−1 (y)
g|−1
f (y)
Em particular, Z Z
d
g(x) dx = g dHn−1
dr B(0,r) ∂B(0,r)
onde i = 1, 2, . . . , n.
Demonstração. Aplique o teorema anterior pra ϕ := fgei onde ei é um vetor da base
canônica do Rn .
96
Definição 3.1. Sejam U ⊂ Rn aberto, f ∈ L1loc (U) e i ∈ {1, 2, . . . , n}. Dizemos que
gi ∈ L1loc (U) é uma derivada parcial fraca de f com respeito a xi em U se,
Z Z
∂ϕ
f dx = − gi ϕ dx (38)
U ∂xi U
é o gradiente fraco da f.
Definição 3.2. Seja 1 ≤ p ≤ ∞.
(i) Uma função f está no espaço de Sobolev, o denotaremos por W 1,p (U) se f ∈ Lp (U)
∂f
e as derivadas parciais fracas de f, isto é, , existem e são funções Lp (U), para
∂xi
cada i ∈ {1, 2, . . . , n}.
1,p
(ii) Uma função f pertence a Wloc (U) se f ∈ W 1,p (V) para cada V ⊂⊂ U.
(iii) Dizemos que f é de Sobolev se f ∈ Wloc 1,p
(U) para algum 1 ≤ p ≤ ∞.
1,p
Muniremos W (U) com a seguinte norma
Z
p1
||f||W 1,p (U) = (|f| + |Df| ) dx
p p
, se 1≤p<∞
U
||f||W 1,∞ (U) = ess sup(|f| + |Df|), se p = ∞.
U
97
Z −1
onde c = η(x) dx . Em particular, seja para x ∈ Rn e ε > 0
Rn
1 x
ηε (x) := η .
εn ε
Nos referiremos a {ηε }ε>0 como o Mollifier Canônico. Se f ∈ L1loc (U), defina
sobre Uε , fε := ηε ∗ f, ou seja,
Z
ε
f (x) = ηε (x − y)f(y) dy.
Rn
Teorema 3.1 (Propriedades da Convolução com ηε ). Seja {ηε }ε>0 definida com acima
então:
(i) Para cada ε > 0, fε ∈ C∞ (Uε ).
(ii) Se f ∈ C(U) então, fε −→ f uniformemente, sobre cada compacto contido em U.
(iii) Se f ∈ Lploc (U) para algum 1 ≤ p < ∞ então, fε −→ f em Lploc (U).
(iv) Além disso, fε (x) −→ f se x é ponto de Lebesgue de f, em particular, fε −→ f a
menos de um conjunto de medida Ln nula.
(v) Se f ∈ Wloc 1,p
(U) para algum 1 ≤ p < ∞ então para cada i ∈ {1, 2, . . . , n},
ε
∂f ∂f
= ηε ∗ sobre Uε .
∂xi ∂xi
(vi) Em particular, se f ∈ Wloc 1,p
(U) para algum 1 ≤ p < ∞, segue que fε −→ f em
1,p
Wloc (U).
Demonstração. Fixe x ∈ Uε e escolha i ∈ {1, 2, . . . , n}. Seja ei um vetor da base canônica
do Rn e h ∈ R, com |h| << 1 de modo que x + hei ∈ Uε . Logo,
Z
fε (x + hei ) − fε (x)
1 1 x + hei − y x−y
= n η −η f(y) dy
h ε Uh ε ε
Z
1 1 x + hei − y x−y
= n η −η f(y) dy (39)
ε Vh ε ε
98
para cada y ∈ V.
Agora, olhando para o integrando em (39), temos que
1 x + he i − y x − y n ∂ηε
|f(y)| = ε |f(y)|
h η − η (x − y + θe i )
ε ε ∂xi
n 1 ∂η x − y + θei
= ε n
|f(y)|
ε ∂xi ε
≤ ||Dη||L∞ (U) |f(y)|
para algum θ ∈ (0, 1). Logo, o integrando em questão é controlado por uma função L1 (V).
Portanto, pelo Teorema da Convergência Dominada
Z
fε (x + hei ) − fε (x)
1 1 x + hei − y x−y
lim = lim n η −η f(y) dy
h→0 h h→0 ε V h ε ε
Z
1 1 x + hei − y x−y
= lim n η −η f(y) dy
V h→0 ε h ε ε
Z
1 n ∂ηε
= ε (x − y)f(y) dy
εn ∂xi
ZV
∂ηε
= (x − y)f(y) dy.
V ∂xi
Ou seja, Z
∂ηε ∂ηε
(x) = (x − y)f(y) dy.
∂xi V ∂xi
Observe que esse argumento pode ser reproduzido para derivadas parciais de
ε
f de qualquer ordem. Portanto, isso prova (i).
Para provar (ii), tome V ⊂⊂ U e W ⊂⊂ U tal que V ⊂⊂ W ⊂⊂ U. Seja
x ∈ V, então,
Z
ε 1 x−y
f (x) = n η f(y) dy
ε Rn ε
Z
1 x−y
= n η f(y) dy.
ε B(x,ε) ε
99
x−y
Fazendo z = , temos que
ε
1
dz = εn dy,
y = x − εz,
|z| ≤ 1.
Assim,
Z
ε
f (x) = η (z) f(x − εz) dz.
B(0,1)
R
Dessa forma, usando o fato que B(0,1)
η(x) dx = 1, segue que
Z
|f (x) − f(x)| =
ε
η (z) f(x − εz) dz − f(x)
ZB(0,1) Z
= η (z) f(x − εz) dz − η(z)f(x) dz
Z B(0,1) B(0,1)
= |f(y)|p dy.
W
Por outro lado, dado δ > 0 existe uma função g ∈ Cc (W) tal que ||f−g||Lp (W) <
δ. Observe que ηε ∗ (f − g) = (ηε ∗ f) − (ηε ∗ g) = fε − gε , portanto da estimativa anterior,
Z p1
||f − g||Lp (V) = |f (x) − g (x)| dx
ε ε p
V
Z p1
≤ |f(y) − g(y)| dy
p
W
= ||f − g||Lp (W)
< δ.
Logo,
lim sup |fε (x) − f(x)| ≤ 0.
ε→0
o que prova (v). Note que da regularidade da f, (iii) e (v), segue (vi).
Teorema 3.2 (Aproximação Local por Funções Suaves). Seja f ∈ W 1,p (U) para algum
1 ≤ p < ∞. Então, existe uma sequência de funções, {fk }∞
k=1 ⊂ W
1,p
(U) ∩ C∞ (U) tal que
fk −→ f em W1,p (U).
Demonstração. Fixemos ε > 0 e para cada k defina
U = x ∈ U; dist(x, ∂U) > 1 ∩ B(0, k),
k
k
U0 = ∅.
Seja então, para cada k, Vk = Uk+1 − Uk−1 e tomemos {ζk }∞k=1 uma sequência de funções
suaves tais que
∞
ζk ∈ Cc (Vk ), 0 ≤ ζk ≤ 1, k = 1, 2, 3, . . .
X
∞
ζk = 1 em U.
k=1
Observe que fixado k, fζk ∈ W 1,p (U), uma vez que, dada ϕ ∈ C1c (U), e i ∈ {1, 2, 3, . . . , n}
102
temos
Z Z
∂ϕ ∂ϕ
fζk dx = fζk dx
∂xi ∂xi
U
Z
U
∂(ζk ϕ) ∂ζk
= f − ϕ dx
∂xi ∂xi
Z U
Z
∂(ζk ϕ) ∂ζk
= f dx − f ϕ dx
∂xi U ∂xi
U
Z Z
∂f ∂ζk
= − ζk ϕ dx − f ϕ dx
U ∂xi U ∂xi
Z
∂f ∂ζk
= − ζk + f ϕ dx.
U ∂xi ∂xi
∂fζk ∂f ∂ζk
Daı́, = ζk +f pertence a Lp (U), tendo em vista, a regularidade de f e ζk . Além
∂xi ∂xi ∂xi P
disso, temos evidentemente que spt(fζk ) ⊂ Vk para k = 1, 2, 3, . . . e que f = ∞ k=1 fζk em
U.
Por outro lado, seja {ηε }ε>0 o Mollifier Canônico. Em virtude das propriedades
da convolução com ηε , segue que existe εk > 0 tal que
spt(ηεk ∗ (fζk )) ⊂ Vk ,
Z
p1
ε
|ηεk ∗ (fζk ) − fζk | dx
p
< k, (40)
2
ZU p1
ε
|ηεk ∗ D(fζk ) − D(fζk )|p dx < k.
U 2
P∞
Portanto, defina fε = k=1 ηεk ∗ (fζk ), por contrução fε está bem definida e fε ∈ C∞ (U).
Logo, por (40),
X
N
||fε − f||Lp (U) = lim ηεk ∗ (fζk ) − fζk
N→∞
k=1 Lp (U)
X
N
≤ lim ||ηεk ∗ (fζk ) − fζk ||Lp (U)
N→∞
k=1
XN Z p1
= lim |ηεk ∗ (fζk ) − fζk | dx
p
N→∞ U
k=1
XN
ε
< lim
N→∞
k=1
2k
= ε.
Dada uma f ∈ W 1,p (U) sendo U ⊂ Rn aberto e limitado. Quando existe uma
famı́lia de funções suaves até o fecho de U que converge para f em W 1,p (U)? O exemplo
abaixo nos mostra que não é em todo domı́nio que podemos ter tal aproximação.
∂u ∂u
Segue então, que (x1 , x2 ) = 0 e de maneira análoga, (x1 , x2 ) = 0. Então, u ∈
∂x1 ∂x2
W 1,p (Ω), para todo 1 ≤ p < ∞ e Du = (0, 0).
Agora, suponha que dado ε > 0 exista ψ ∈ C∞ (Ω) tal que
Doravante, seja
L = {(x1 , x2 ); −1 ≤ x ≤ 0, 0 ≤ y ≤ 1} e R = {(x1 , x2 ); − ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1}
De maneira similar,
Z Z Z
|1 − ψ| dx ≤ |1 − u| dx + |u − ψ| dx
R
| R
{z } R
=0
p−1
≤ [L (R)] 2 p ||u − ψ||Lp (R)
= ||u − ψ||Lp (R)
< ε. (42)
Então,
Z
|ψ| dx > L2 (R) − ε
R
= 1 − ε.
Note que existe a ∈ [−1, 0] tal que φ(a) < ε. Pois caso contrário se para todo x1 ∈ [−1, 0],
φ(x1 ) ≥ ε. Então,
Z0 Z0 Z0 Z1 Z
ε= ε dx1 ≤ φ(x1 ) dx1 = ψ(x1 , x2 ) dx2 dx1 ≤ |ψ| dx
−1 −1 −1 0 L
Daı́, Z Z
ε≤ 1 − ψ(x) dx ≤ |1 − ψ(x)| dx
R R
1
Por fim, tome 0 < ε < . Logo, 0 < 1 − 2ε, e
2
p−1 1
Portanto, 1 − 2ε < 2 p ε, o que implica em ε > p−1 . Ferindo a arbitra-
2+2 p
riedade do ε > 0.
106
Teorema 3.3 (Aproximação global por funções suaves). Seja U ⊂ Rn aberto limitado
com ∂U Lipschitz. Então, se f ∈ W 1,p (U), para algum 1 ≤ p < ∞, existe uma sequência
{fk }∞
k=1 ⊂ W
1,p
(U) ∩ C∞ (U) tal que fk −→ f em W 1,p (U).
Demonstração. Tomemos x ∈ ∂U, como ∂U é Lipschitz existem r > 0 e γ : Rn−1 −→ R
Lipschitz tais que
U ∩ Q(x, r) = {y ∈ U; γ(y 0 ) < yn } ∩ Q(x, r)
e
∂U ∩ Q(x, r) = {y ∈ ∂U; y = y 0 + γ(y 0 )en } ∩ Q(x, r).
r
Façamos Q := Q(x, r) e Q 0 := Q x, . Seja f ∈ W 1,p (U), a priori estudaremos f em
2
U ∩ Q(x, r). Em particular, suponhamos que f se anula numa vizinhação de ∂Q 0 ∩ U.
Agora, para y ∈ U ∩ Q 0 , ε > 0 e α > 0. Definamos
yε := y + εαen .
Afirmação: Existem ε << 1 e α >> 1 que só dependem da geometria de U tal que
B(yε , ε) ⊂ U ∩ Q.
107
dist(yε , ∂U ∩ Q) = |x0 − yε |.
r
Por outro lado, para obtermos yε ∈ U ∩ Q é necessário que αε < isto é,
r
r 2
ε < . Em particular tomemos ε < min r, . Observe que com essa restrição
2α 2α
estabelecida segue que
√
ε2 ≤ εr ≤ rε n.
√
Daı́ e do fato de |yε − x0 | < r n, temos que
Então,
√ √
2α2 εr n > 2αε(γ(x00 ) − yn ) − 2αεr n.
Portanto,
γ(x00 ) − yn
α> √ − 1.
r n
108
r
i i
Defina, f := fζi para i = 0, 1, 2, . . . , N. Claramente, spt(fi ) ⊂ U ∩ Q xi . Fixemos
2
i i ∞ i
δ > 0 tomemos g := (f )εi ∈ C (U) onde (f )εi é definida como anteriormente, de modo
que r
spt(gi ) ⊂ U ∩ Q xi i ,
2
||gi − fi || 1,p δ
W (U∩Q(xi 2i )) <
r .
2N
Para i = 0, considere g0 := f0 ∗ ηε note que como no teorema anterior podemos tomar
ε << 1, de modo que g0 ∈ Cc (U) e
δ
||g0 − f0 ||W 1,p (U) < .
2
PN
Por fim, seja g := i=0 gi que por construção pertence a C∞ (U). Agora
observe que
X
N
||g − f||W 1,p (U) i i
= (g − f )
i=0 W 1,p (U)
X
N
≤ ||gi − fi ||W 1,p (U)
i=0
X
N
= ||g − f ||W 1,p (U) +
0 0
||gi − fi ||W 1,p (U)
i=1
δ δ
< +N
2 2N
= δ.
Assim,
Z Z
∂ϕ ∂ϕ
fg dx = fg dx
∂xi ∂x
U V
Z i
∂ϕ
= lim fε gε dx
ε→0 V ∂xi
Z
∂(fε gε )
= − lim ϕ dx
ε→0 V ∂xi
Z ε ε
∂f ε ε ∂g
= − lim g +f ϕ dx..
ε→0 V ∂xi ∂xi
∂fε ε ∂f
Agora observe que g ϕ −→ gϕ, Ln -q.t.p. quando ε −→ 0+ . Como para ε << 1
∂xi ∂xi ε
∂f ε
temos que |g | ≤ ||g||∞ , a menos de um conjunto de medida nula, então,
ε
g ϕ ≤
∂xi
∂fε
||g||∞ ||ϕ||∞ . Portanto, pelo Teorema da Convergência Dominada Generalizado,
∂xi
Z Z
∂fε ε ∂f
g ϕ dx −→ gϕ dx.
V ∂xi V ∂xi
Por fim,
Z Z ε ε
∂ϕ ∂f ε ε ∂g
fg dx = − lim g +f ϕ dx
∂xi ε→0 V ∂xi ∂xi
U
Z
∂f ∂g
= − g+f ϕ dx
∂xi ∂xi
Z
V
∂f ∂g
= − g+f ϕ dx.
U ∂xi ∂xi
111
∂f ∂g
Agora resta nos mostrar que g+f pertence a Lp (U). De fato,
∂xi ∂xi
Z Z
∂f p
p
dx ≤ (||g||L∞ )p
∂f dx < ∞,
g
U ∂xi U ∂xi
∂g
e de maneira análoga mostra se f pertence a Lp (U). Então segue o desejado.
∂xi
Teorema 3.5 (Regra da cadeia). Se f ∈ W 1,p (U) e F ∈ C1 (R) com F 0 ∈ L∞ (R), F(0) = 0
então F(f) ∈ W 1,p (U) e
∂F(f) ∂f
= F 0 (f) i = 1, 2, . . . , n
∂xi ∂xi
Note que F(fε ) −→ F(f) pontualmente, pela continuidade da F. Além disso, como F ∈
C1 (R) temos que
Z fε
ε ∂ϕ
= |F(fε ) − F(0)| ∂ϕ = F 0 (t) dt ∂ϕ ≤ ||F 0 ||L∞ (R) fε ∂ϕ .
F(f ) (44)
∂xi ∂xi
0
∂xi ∂xi
Observe que
0 ε ∂fε
ε
≤ ||F 0 ||L∞ (R) ||ϕ||L∞ (R) ∂f .
F (f ) ϕ
∂xi ∂xi
0 em {f ≥ 0} Ln -q.t.p.
Df− =
−Df em {f < 0} Ln -q.t.p.
Df em {f > 0} Ln -q.t.p.
D|f| = 0 em {f = 0} Ln -q.t.p.
−Df em {f < 0} Ln -q.t.p.
Demonstração. Fixemos ε > 0 e definamos
1
(r2 + ε2 ) 2 − ε, se r ≥ 0.
Fε (r) =
0, se r < 0.
r
Fε0 (r) = 1 .
(r2 + ε2 ) 2
Logo, Fε0 (0) = 0 além de que Fε (0) = 0 e ||Fε0 ||L∞ (R) ≤ 1. Portanto, Fε é nas condições da
Regra da Cadeia. Assim, para toda ϕ ∈ C1c (U).
Z Z
∂ϕ ∂f
Fε (f) dx = − Fε0 (f) ϕ dx.
U ∂xi U ∂xi
Então, Z Z
1
∂ϕ f ∂f
2 2
(f + ε ) − ε 2 dx = − 1 ϕ dx.
U∩{f>0} ∂xi U∩{f>0} (f2 + ε2 ) ∂xi
2
Fazendo ε −→ 0+ , Z Z
+ ∂ϕ ∂f
f dx = − ϕ dx. (45)
U∩{f>0} ∂xi U∩{f>0} ∂xi
Definindo, g := −f temos que
Z Z
+ ∂ϕ ∂g
g dx = − ϕ dx.
U∩{g>0} ∂xi U∩{g>0} ∂xi
113
Então, Z Z
− ∂ϕ ∂f
f dx = − − ϕ dx. (46)
U∩{f<0} ∂xi U∩{f<0} ∂xi
De (45) e (46), temos respectivamente que
Df em {f > 0} Ln -q.t.p.
Df+ =
0 em {f ≤ 0} Ln -q.t.p.
− 0 em {f ≥ 0} Ln -q.t.p.
Df =
−Df em {f < 0} Ln -q.t.p.
Corolário 3.1. Se f ∈ W 1,p (U), então Df = 0, Ln -q.t.p. sobre {f = 0}.
Demonstração. Do teorema anterior temos que
Z Z Z
∂ϕ + ∂ϕ ∂ϕ
f dx = f dx − f− dx
U ∂xi ∂xi ∂xi
U
Z U
Z
∂f ∂f
= − ϕ dx + − ϕ dx .
U∩{f>0} ∂xi U∩{f<0} ∂xi
Daı́, Df = Df+ − Df− , então Df = 0 se, e somente se, Df+ = Df− . Contudo, Df+ = Df−
ocorre em U ∩ {f = 0}. Logo o resultado segue.
114
Logo, ghi ∈ L∞ (V) para todo h, e como Ln (V) < ∞ temos que ghi ∈ Lp (V) para todo
1 ≤ p ≤ ∞. Em particular,
Z p1
1
|ghi |p dx ≤ Lip(f|W )(Ln (V)) p < ∞.
V
Logo,
sup ||ghi ||Lp (V) < ∞.
h>0
para todo h > 0. Em particular, fazendo h −→ 0 temos, uma vez que Cc (V) ⊂ Lp (V)
para todo 1 ≤ p ≤ ∞, que Z
(gpi − gqi )ϕ dx = 0
V
Z Z
gi ϕ dx = lim ghi ϕ dx ≤ ||ϕ||L1 (V) Lip(f|W ) < ∞.
V h→0 V
Então, Z
||gi ||L∞ (V) = sup gi ϕ dx; ϕ ∈ Cc (V), ||ϕ||L1 (V) ≤ 1 < ∞.
V
Como a integral de Lebesgue é invariante por translação temos que a segunda parcela da
última igualdade é zero. Portanto,
Z Z
ϕ(x + hei ) − ϕ(x) 1
f(x) (x) dx = (f(x) − f(x + hei ))ϕ(x) dx
h h
V ZV
= − ghi (x)ϕ(x) dx.
V
Dessa forma,
sup |Dfε | ≤ ||Df||L∞ (B) < ∞.
0<ε<ε0
Daı́,
Z 1
|f (x) − f (y)| =
ε ε
Dfε (y + t(x − y)) dt · (x − y)
Z01
Dfε (y + t(x − y)) dt |x − y|
≤
0
Z1
≤ |Dfε (y + t(x − y))| dt|x − y|
0
Z1
≤ sup ||Dfε ||L∞ (B) dt|x − y|
0 0<ε<ε0
= C|x − y|
ε −→ 0 em B. Seja x ∈ B, então,
Z
n η(w)f(x + wε) dw − f(x)
Z R
=
n η(w)(f(x + wε) − f(x)) dw
Z R
Então,
sup |fε (x) − f(x)| < ε.
B
tal que
Tf = f em ∂U
∂U ∩ Q = Q ∩ {F = 0}.
Em particular,
DF(y 0 , yn ) (Dγ(y 0 ), −1)
ν(y) = = 1 .
|DF(y 0 , yn )| (1 + |Dγ|2 ) 2
Dessa forma,
!
−1 1 1
−en · ν(y) = − 1 = 1 ≥ 1 .
(1 + |Dγ|2 ) 2 (1 + |Dγ|2 ) 2 (1 + ( Lip(γ))2 ) 2
Então
1
1 ≤ (1 + ( Lip(γ))2 ) 2 (−en · ν(y)) (47)
1
βε (t) := (t2 + ε2 ) 2 − ε.
= −C βε (f)en · ν dHn−1
∂U∩Q
1
onde C := (1 + ( Lip(γ))2 ) 2 . Note que pelo Teorema da Divergência
Z Z
n−1 ∂βε (f)
βε (f)en · ν dH = dy
∂xi
∂U∩Q
Z U∩Q
∂f
= βε0 (f) dy.
U∩Q ∂xi
119
Diminuindo as restrições sobre f, isto é, pedindo apenas que f ∈ C1 (U). Segue
da compacidade da fronteira de U que existe uma famı́lia finita {Qi }N
i=1 de cubos centrados
N
[
em ∂U, tais que ∂U ⊂ Qi . Dessa forma, seja {ζi }N i=0 tais que
i=1
0 ≤ ζi ≤ 1, spt(ζi ) ⊂ U ∩ Qi , i = 1, 2, . . . , N.
0 ≤ ζ ≤ 1, spt(ζ ) ⊂ U.
0 0
XN
ζi = 1 em U.
i=0
X
N
Defina, fi := fζi , i = 0, 1, 2, . . . , N. Então f = fi em U. Neste caso, pelo
i=0
que foi visto,
Z N Z
X
|f| dH n−1
≤ |fi | dHn−1
∂U i=0 ∂U
XN Z
≤ Ci |Dfi | dy
i=0 U
XN Z
= Ci |Dfζi + fDζi | dy
i=0 U
XN Z X
N Z
≤ Ci |Df|ζi dy + Ci |f||Dζi | dy
i=0 U i=0 U
XN Z X
N Z
≤ Ci |Df| dy + Ci |f|||Dζi ||L∞ (U∩Qi ) dy
U U
i=0
Z i=0
≤ C1 |Df| + |f| dy
U
N
X X
N
onde C1 := max Ci , Ci ||Dζi ||L∞ (U∩Qi ) .
i=0 i=0
120
Agora suponhamos que 1 < p < ∞ e apliquemos a estimativa acima para |f|p . Então,
tenha em vista a desigualdade de Young
Z Z
|f| dH
p n−1
≤ C1 p|f|p−1 |Df| + |f|p dy
∂U
ZU
p − 1 p−1 p−1
p 1
≤ C1 p (|f| ) + p |Df|p + |f|p dy
p p
ZU
≤ C1 (p − 1)|f|p + |Df|p + |f|p dy
ZU
= C1 |Df|p + p|f|p dy
ZU
≤ C2 |Df|p + |f|p dy
U
onde Tf := f|∂U .
Note que T é linear, pois sejam f, g ∈ C1 (U) e α ∈ R então,
Com isso, por (48), T é contı́nuo. Usando (48) estenderemos T para W 1,p (U) tendo em
vista a densidade de C1 (U). Logo, dada f ∈ W 1,p (U) existe {fk }∞ k=1 ⊂ W
1,p
(U) ∩ C1 (U)
tal que fk converge para f em W 1,p (U). Logo, {fk }∞ k=1 é de cauchy em W
1,p
(U), assim, por
(48),
||fm − fl ||Lp (∂U; Hn−1 ) ≤ C3 ||fm − fl ||W 1,p (U) .
convergem para f em W 1,p (U). Seja Tf1 o traço dado por {fk }∞ ∞
k=1 e Tf2 o dado por {gk }k=1 .
Então,
||Tf1 − Tf2 ||Lp (∂U; Hn−1 ) = lim ||fk − gk ||Lp (∂U; Hn−1 ) ≤ C3 lim ||fk − gk ||W 1,p (U) = 0.
k→∞ k→∞
está bem definido. Além disso, segue da densidade de C1 (U), da estimativa em (48) que
T é linear e limitado.
Por fim, dada f ∈ W 1,p (U) seja para ε > 0, fε := ηε ∗ f onde ηe é o Mollifier
Canônico. Logo, seja ϕ ∈ C1 (Rn ; Rm ), então usando integração por partes,
Z n Z
X
ε ∂ϕ
f divϕ dx = fε dx
U i=1 U
∂xi
Xn Z Z
∂fε
ε n−1
= − ϕi dx + f ϕi · νi dH
U ∂xi ∂U
Z
i=1
Z
ε
= − Df · ϕ dx + fε ϕ · ν dHn−1
U ∂U
Definição 3.5. A função Tf é única a menos de conjuntos de medida Hn−1 ∂U é chamado
o traço de f em ∂U. Interpretamos Tf como os valores de fronteira de f em ∂U.
1 √
Se a metade da diagonal do cubo Q(x0 , r0 ), isto é, r0 n é maior do que d
2
então, tome r1 > 0 tal que √
r1 n d
< .
2 2
Então
r0
r1 < √ .
n
√
r0 n r0
Se r0 já satisfaz < d então, tome r1 = .
2 2
Note que Q(x0 , r1 ) ⊂⊂ V, em paricular, (Q(x0 , r1 ) − U) ⊂ V. Dessa forma,
defina h = r1 que irá ser a “altura” do cilindro. Determinaremos a r > 0 que será o raio
da bola na base de modo que
h
max |γ(x00 ) − y 0 | < .
|x0 −y|≤r 4
Então,
U ∩ C(x0 , r, h) = {y ∈ U; |x00 − y 0 | < r, γ(y 0 ) < yn < x0,n + h}.
Teorema 3.9 (Teorema de Extensão). Seja U ⊂ Rn aberto limitado com fronteira Lips-
chitz, 1 ≤ p < ∞ Seja V ⊂ Rn tal que U ⊂⊂ V. Então, existe um operador linear
limitado,
E : W 1,p (U) −→ W 1,p (Rn )
Denotemos então,
0 r h
C := C(x, r, h) e C := C x, ,
2 2
U+ := C 0 ∩ U e U− := C 0 − U.
−
Suponha por absurdo que existe z ∈ U tal que
h < 2γ(z 0 ) − zn − xn
= γ(z 0 ) − xn + γ(z 0 ) − zn
≤ |γ(z 0 ) − xn + γ(z 0 ) − zn |
≤ |γ(z 0 ) − xn | + |γ(z 0 ) − zn |
h
< + |γ(z 0 ) − zn |
4
h
= + |γ(z 0 ) − xn + xn − zn |
4
h
≤ + |γ(z 0 ) − xn | + |xn − zn |
4
h h
< + + |xn − zn |
4 4
h h h
< + +
4 4 2
= h.
Então, h < h, absurdo! E de γ(z 0 ) > 2γ(z 0 ) − zn , vem que zn > γ(z 0 ).
−
Absurdo, pois z ∈ U . Portanto, a afirmação segue.
−
Como essa afirmação vemos que f− está bem definida em U .
125
C∞ tal que
γk ≥ γ,
γk −→ γ uniformemente,
Dγk −→ Dγ quase sempre,
sup ||Dγk ||L∞ < ∞.
k
γk (y 0 ) := sup ψj (y 0 ).
j≥k
Como {γk }∞
k=1 é uma subsequência o mesmo segue para ela. Logo, sup ||Dγk ||L∞ < ∞.
k
126
∂f(y 0 , 2γ(y 0 ) − yn ) ∂f 0 ∂f 0 ∂γ
= (y , 2γ(y 0 ) − yn ) + 2 (y , 2γ(y 0 ) − yn )
∂yi ∂yi ∂xn ∂yi
Portanto,
∂f(y 0 , 2γ(y 0 ) − yn ) ∂f 0
=− (y , 2γ(y 0 ) − yn )
∂yn ∂xn
que pela regularidade da f e da γ pertence a Lp (U− ). Assim, f− ∈ W 1,p (U− ).
127
−
Agora, seja T : U −→ U tal que y 7−→ T (y) = (y 0 , 2γ(y 0 ) − yn ). Note que
T é Lipschitz. Então, a matriz jacobiana de T existe a menos de um conjunto de medida
Ln nula. Logo,
∂γ
1 0 0 ... 0 (y 0 )
∂y1
∂γ
0 1 0 ... 0 (y 0 )
∂y2
∂γ
0 0 1 ... 0 (y 0 )
∂y3
JT (y) = det . .
.. .. .. . . . ..
. ..
. .
∂γ
0 0 0 ... 1 (y 0 )
∂yn−1
0 0 0 ... 0 −1
n×n
X
n−1
∂γ 0 n+j 2n
JT (y) = (y )(−1) det(Aj ) + (−1) (−1) det(In−1 ) ,
j=1
∂yj
∂γ 0
onde Aj é a matriz que resta ao omitirmos a linha e a coluna no qual (y ) pertence.
∂yj
Note ainda que para cada j = 1, 2, . . . , n − 1, a matriz Aj possui uma coluna nula, dessa
forma,
det(Aj ) = 0, j = 1, 2, . . . , n − 1.
Com isso,
JT (y) = |(−1)2n (−1)| = 1.
Xn X !p
n−1 ∂γ 0
∂f ∂f
≤ ∂yi (T (y)) + 2 ∂yn (T (y))
∂yi (y )
i=1 i=1
!p
X ∂f
n X ∂f
n
X ∂γ 0
n−1
≤ ∂yi (T (y)) + 2
∂yi (T (y))
∂yi (y )
i=1 i=1 i=1
≤ np (1 + 2n|Dγ(y 0 )|))p |Df(T (y))|p
≤ np (1 + 2n Lip(γ)))p
= C|Df(T (y))|p
Agora veja que para cada A ⊂ Rn Ln -mensurável com Ln (A) < ∞, temos
pela Fórmula da Área que,
Z Z Z Z
0 −1
H (A ∩ T (y)) dy = JT (y) dy = 1 dy = χA (y) dy.
Rn A A Rn
Dessa forma, Z
H0 (A ∩ T −1 (y)) − χA (y) dy = 0.
Rn
Portanto, Z Z
|Df (y)| dy ≤ C
− p
|Df(z)|p dz.
U− U
Logo, Z Z
|Df (y)| + |f (y)| dy ≤ C
− p − p
|Df(z)|p + |f(z)|p dz.
U− U
1
de onde vem que ||f− ||W 1,p (U− ) ≤ C1 ||f||W 1,p (U) , C1 := C p . Provando então a afirmação.
Doravante, seja
+
f
+
em U .
−
f := f− em U .
+ −
0 em Rn − (U ∪ U ).
129
Observe que
f = f+ χU+ + f− χU− − fχ∂U∩C 0 .
∂ϕ
= (f+ χU+ + f− χU− − fχ∂U∩C 0 ) dy
∂yi
Z C0
Z Z
+ ∂ϕ − ∂ϕ ∂ϕ
= f dy + − f dy − f dy
+ ∂yi ∂yi ∂U∩C 0 ∂yi
ZU ZU
+ ∂ϕ − ∂ϕ
= f dy + f dy.
U
+ ∂yi U
− ∂yi
Então,
Z Z Z Z
∂ϕ ∂f+ + n−1 ∂f−
f dy = − ϕ dy + Tf ϕνi dH − ϕ dy
Rn ∂yi ∂yi ∂yi
+ −
Z U ∂U+ U
X
n
∂f+ ∂f−
Df := χU+ + χ − ei
i=1
∂yi ∂yi U
= p p−1
n 2 (1 + C) |Df|p dy
Z U∩C 0
= C2 |Df|p dy,
U∩C 0
≤ 2 2(p−1)
|f+ χU+ |p + |f− χU− |p dy
n
RZ Z
= 2 2(p−1)
+
|f | dy + − |f | dy )
+p −p
Z U
Z U
≤ 2 2(p−1)
|f| dy + |f| dy
p p
ZU U
Portanto,
Z Z Z
|Df| + |f| dy ≤ C2
p p
|Df| dy +
|f|p dy
p
Rn Z U∩C 0 Z Rn
≤ C2 |Df| dy + 2
p 2(p−1)+1
|f|p dy
ZU U
N
[
∂U ⊂ Ci0
i=1
0 ≤ ζi ≤ 1, spt(ζi ) ⊂ Ci0 , i = 1, 2, . . . , N.
0 ≤ ζ ≤ 1, spt(ζ ) ⊂ U.
0 0
XN N
[
ζi = 1 em U ∪ Ci0 .
i=0 i=1
Definamos então
0 0
U+
i := Ci ∩ U e C−
i := C − U.
onde γi := γxi .
Neste caso, tome para i = 1, 2, . . . , N
+
+
fi em U .
−
fi := f− em U .
i
+ −
0 em Rn − (U ∪ U ).
fi = f+ −
i χU+ + fi χU− − fi χ∂Ui ∩C 0
i i
e
f0 (y) se y ∈ U.
f0 (y) := f0 χU (y) =
0 se y ∈ Rn − U.
Tome então,
X
N X
N
f := fi = f+ −
i χU+ + fi χU− − fi χ∂Ui ∩C 0 + f0 χU .
i i
i=0 i=1
Note que f está bem definida é contı́nua e estende f. Por construção, f ∈ W 1,p (Rn ) e
X
N
Df = Df+ −
i χU+ + Dfi χU− + Df0 χU .
i i
i=1
133
XN Z Z Z !
≤ 2(N+1)(p−1) |Dfi |p dy + Ci |Dfi |p dy + |Df0 |p dy
i=1 U U U
XN Z Z !
= 2(N+1)(p−1) (1 + Ci ) |Dfi |p dy + |Df0 |p dy
i=1 U U
XN Z Z !
= 2(N+1)(p−1) (1 + Ci ) |Dfi |p dy + (1 + 0) |Df0 |p dy
i=1 U U
X
N Z
= 2 (N+1)(p−1)
(1 + Ci ) |Dfi |p dy, tomando C0 = 0
i=0 U
X
N Z
≤ 2 (N+1)(p−1)
(1 + Ci ) |Dfζi + Dζi f|p dy
i=0 U
XN Z
≤ 2(N+1)(p−1) (1 + Ci ) (|Dfζi | + |Dζi f|)p dy
i=0 U
XN Z
≤ 2 (N+2)(p−1)
(1 + Ci ) |Dfζi |p + |Dζi f|p dy
i=0 U
XN Z
≤ 2 (N+2)(p−1)
(1 + Ci ) |Df|p + ||Dζi ||pL∞ (C 0 ) |f|p dy
i
i=0 U
XN
Z
≤ 2 (N+2)(p−1)
(1 + Ci ) max 1, ||Dζi ||L∞ (C 0 )
p
|Df|p + |f|p dy
i
U
Z i=0
= C4 |Df|p + |f|p dy
U
X
N
onde C4 := 2 (N+2)(p−1)
(1 + Ci ) max 1, ||Dζi ||pL∞ (C 0 ) .
i
i=0
135
|fi |p = |f+
i χU+ + fi χU− − fi χ∂Ui ∩C 0 |
− p
i i
≤ (|f+
i χU+ + f−
i χU− | + |fi χ∂Ui ∩C 0 |)p
i i
i |χU+ |f−
i |χU− + |fi |p χ∂Ui ∩C 0 )
p−1
≤ 2 ((|f+ + )p
i i
i | χU+ |f−
i | χU− + |fi |p χ∂Ui ∩C 0 ).
2(p−1)
≤ 2 (|f+ p
+ p
i i
≤ 2 2(p−1)+1
|f|p dy.
U
Então,
Z Z X
N
p
|f|p dy ≤ fi + f0 dy
Rn Rn i=1
Z X
N !p
≤ fi + |f0 | dy
Rn
i=1
Z X N
p
≤ 2p−1 fi + |f0 |p dy
Rn
i=1
Z XN
!p Z
≤ 2 p−1
|fi | dy + 2 p−1
|f|p dy
Rn i=1 U
N Z
X Z
≤ 2 N(p−1)
|fi | dy + 2
p p−1
|f|p dy
i=1 Rn U
XN Z Z
≤ 2 N(p−1)
2 2(p−1)+1
|f| dy + 2
p p−1
|f|p dy
U U
i=1
Z Z
≤ N2N(p−1) 22(p−1)+1 |f|p dy + 2p−1 |f|p dy
Z
U ZU
= 2N2 N(p−1) 2(p−1)+1
2 |f| dy = C5
p
|f|p dy
U U
136
ZU Z
U
ZU U
≤ C6 |Df|p + |f|p dy
U
onde C6 := C4 + C5 .
Dessa forma,
||Df||W 1,p (Rn ) ≤ C7 ||Df||W 1,p (U)
1
com C7 := C6p .
Por fim, defina
E : C1 (U) −→ W 1,p (Rn )
dada por Ef := f.
Mostraremos que E é linear, em particular, pela estimativa acima E é um
operador linear limitado. De fato, sejam f, g ∈ C1 (U) e α ∈ R então,
E(αf + g) = αf + g
XN
= (αf + g)+ −
i χU+ + (αf + g)i χU− − (αf + g)i χ∂Ui ∩C 0 + (αf + g)0 χU
i i
i=1
= αf + g
= αEf + Eg
np
p? :=
n−p
137
Então,
Z xi
∂f
|f(x1 , . . . , xi , . . . , xn )| ≤
∂xi (x1 , . . . , ti , . . . , xn ) dti
Z xi
−∞
= |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn ) · ei | dti
Z xi
−∞
≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti
−∞
Z +∞
≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti .
−∞
Logo, para i = 1, 2, . . . , n
Z +∞
|f(x)| ≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti .1
−∞
1
Elevando ambos os lados a n−1
vem que
Z +∞ 1
n−1
1
|f(x)| n−1 ≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti , i = 1, 2 . . . , n.
−∞
138
Em particular,
Z +∞ 1
n−1
1
|f(x)| n−1 ≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dt1
−∞
Z +∞ 1
n−1
2
⇒ |f(x)| n−1 ≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dt1 |f(x)|
−∞
Z +∞ 1
n−1
2
⇒ |f(x)| n−1 ≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dt1
−∞
Z +∞ 1
n−1
. |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dt2
−∞
..
.
n Z +∞
Y
1
n−1
n
⇒ |f(x)| n−1 ≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti (49)
i=1 −∞
Z +∞ n Z +∞
Z +∞ Y 1
n−1
n
|f(x)| n−1 dx1 ≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti dx1
−∞ −∞ i=1 −∞
Z +∞ 1
n−1
= |Df(t1 , x2 , . . . , xn )| dt1
−∞
n Z +∞
Z +∞ Y 1
n−1
. |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti dx1 . (50)
−∞ i=2 −∞
Z +∞ 1
n−1 Y
n
gi (x1 ) := |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti e g := gi .
−∞ i=2
ou seja,
Y
n Z +∞ Z +∞ 1
n−1 (n−1)
1
! n−1
||g||L1 (R) ≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti dx1
i=2 −∞ −∞
n Z +∞ Z +∞
Y 1
n−1
= |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti dx1
i=2 −∞ −∞
n Z +∞ Z +∞
Y
1
n−1
= |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dx1 dti .
i=2 −∞ −∞
Portanto,
Z +∞ Z +∞ Y
n Z +∞ 1
n−1
n
|f(x)| n−1 dx1 ≤ |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti dx1
−∞ −∞ i=1 −∞
Z +∞ 1
n−1
= |Df(t1 , x2 , . . . , xn )| dt1
−∞
n Z +∞
Z +∞ Y 1
n−1
. |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dti dx1
−∞ i=2 −∞
Z +∞ 1
n−1
≤ |Df(t1 , x2 , . . . , xn )| dt1
−∞
n Z +∞ Z +∞
Y
1
n−1
. |Df(x1 , . . . , ti , . . . , xn )| dx1 dti .
i=2 −∞ −∞
Dessa forma,
Z 11? Z
1?
|f(x)| dx ≤ |Df(x)| dx.
Rn Rn
140
n p
γ = (γ − 1) .
n−1 p−1
Assim,
p(n − 1)
γ = (γ − 1)
n(p − 1)
γp(n − 1) p(n − 1)
= −
n(p − 1) n(p − 1)
γp(n − 1) p(n − 1)
⇒0 = − −γ
n(p − 1) n(p − 1)
p(n − 1) p(n − 1)
0 = γ −1 −
n(p − 1) n(p − 1)
p(n−1)
n(p−1)
⇒γ =
p(n−1)
n(p−1)
−1
p(n − 1)
=
p(n − 1) − n(p − 1)
p(n − 1)
= .
n−p
n p(n − 1) n
γ =
n−1 n−p n−1
np
= = p? .
n−p
141
e
p p(n − 1) p
(γ − 1) = −1
p−1 n−p p−1
n(p − 1) p
=
n−p p−1
np
= = p? .
n−p
p(n−1)
Portanto, defina γ := n−p
então,
Z n−1 (p−1)
− p Z p1
p?
n p(n − 1)
|f(x)| dx ≤ |Df(x)| dx
p
Rn n−p Rn
Z p1? Z p1
? p(n − 1)
⇒ |f(x)|p dx ≤ |Df(x)|p dx .
Rn n−p Rn
p(n−1)
Tome C := n−p
. Portanto, o resultado segue.
Lema 3.1. Para cada 1 ≤ p < ∞ existe uma constante C = C(n, p) tal que
Z Z
|f(y) − f(z)| dy ≤ Cr
p n+p−1
|Df(y)|p |y − z|1−n dy
B(x,r) B(x,r)
Z
|f(y) − f(z)|p dHn−1 (y)
B(x,r)∩∂B(z,s)
Z Z1
≤ |y − z| p
|Df(z + t(y − z))|p dt dHn−1 (y)
B(x,r)∩∂B(z,s) 0
Z Z1
≤ sp |Df(z + t(y − z))|p dt dHn−1 (y)
B(x,r)∩∂B(z,s) 0
Z1 Z
= s p
|Df(z + t(y − z))|p dHn−1 (y) dt.
0 B(x,r)∩∂B(z,s)
Fazendo w = z + ty − tz então, dHn−1 (w) = tn−1 dHn−1 (y). Note também que, |z − w| =
t|y − z| ≤ ts. Logo,
Z
|f(y) − f(z)|p dHn−1 (y)
B(x,r)∩∂B(z,s)
Z1 Z
1
≤ s p
n−1
|Df(w))|p dHn−1 (w) dt
0 t B(x,r)∩∂B(z,ts)
Z1 Z
1
= s p+n−1
n−1
|Df(w))|p dHn−1 (w) dt
0 (ts) B(x,r)∩∂B(z,ts)
Z1 Z
= s p+n−1
|Df(w))| (ts)
p 1−n n−1
dH (w) dt
0 B(x,r)∩∂B(z,ts)
Z1 Z
= sp+n−1 |Df(w))|p |w − z|1−n dHn−1 (w) dt.
0 B(x,r)∩∂B(z,ts)
[0, 3r], uma vez que ∂B(z, s) ∩ B(x, r) = ∅ para todo 2r < s ≤ 3r. Então,
Z Z 3r Z
|f(y) − f(z)| dy =
p
|f(y) − f(z)|p dHn−1 (y) ds
B(x,r) 0 B(x,r)∩∂B(z,s)
Z 3r Z
≤ sp+n−2
|Df(w))|p |w − z|1−n dw ds
0 B(x,r)∩B(z,s)
Z 3r Z
≤ sp+n−2 |Df(w))|p |w − z|1−n dw ds
0 B(x,r)
Z 3r Z
= sp+n−2
ds |Df(w))|p |w − z|1−n dw
0 B(x,r)
p+n−1 Z
3
= r p+n−1
|Df(w))|p |w − z|1−n dw
p+n−1 B(x,r)
Z
= Crp+n−1 |Df(w))|p |w − z|1−n dw,
B(x,r)
3p+n−1
onde C := .
p+n−1
Teorema 3.11 (Desigualdade de Poincaré). Para cada 1 ≤ p < n existe uma constante
C = C(n, p) tal que
Z p1? Z p1
p?
− |f − (f)x,r | dy ≤ Cr − |Df| dy
p
B(x,r) B(x,r)
R
para todo B(x, r) ⊂ Rn , f ∈ W 1,p (B(x, r)) e (f)x,r := −B(x,r) f(y) dy.
Demonstração. Por densidade, podemos assumir f ∈ C1 (B(x, r)). Assim,
Z Z Z p
|f(y) − (f)x,r | dy =
p
− − −
(f(y) − f(z)) dz dy
B(x,r)
ZB(x,r) Z B(x,r)
≤ − − |f(y) − f(z)|p dz dy
B(x,r) B(x,r)
Z Z
1
= − n
|f(y) − f(z)|p dz dy
B(x,r) α(n)r B(x,r)
Z n+p−1 Z
Cr
≤ − n
|Df(z)|p |y − z|1−n dz dy
B(x,r) α(n)r B(x,r)
Z p−1 Z
Cr
= − |Df(z)| p
|y − z|1−n dy dz.
B(x,r) α(n) B(x,r)
144
onde C1 := 2nC.
Afirmação: Existe uma constante C5 = C5 (n, p) tal que
Z p1? Z Z p1
p?
− |g| dy ≤ C5 − |Dg| dy + −
p
|g| dy
p
B(x,r) B(x,r) B(x,r)
Assim,
Z p1? Z p1?
p? p?
|g| dy ≤ |g| dy
B(0,1) Rn
Z p1
≤ C3 |Dg| dy p
Rn
Z p1
≤ C3 |Dg| + |g| dy
p p
B(0,r)
Z p1
≤ C3 C2 |Dg| + |g| dy
p p
B(0,1)
Z p1
= C4 |Dg| + |g| dy
p p
,
B(0,1)
145
onde C4 := C3 C2 .
Suponha agora que g ∈ W 1,p (B(x, r)). Então, defina h : B(0, 1) −→ R dada
por h(y) = g(x + ry) e para ε > 0 gε := ηε ∗ g onde ηε é o Mollifier Canônico. Seja
ϕ ∈ C1c B(0, 1) e i = 1, 2, . . . , n. Note que dado y ∈ B(0, 1) e t > 0. Temos pelo Teorema
do Valor Médio que existe θ ∈ (0, 1)
h(y) ϕ(y + tei ) − ϕ(y) = h(y) ∂ϕ (y + θei ) ≤ |h(y)|||Dϕ||L∞ (B(0,1)) .
t ∂yi
ϕ(y + tei ) − ϕ(y) ∂ϕ
Como |h|||Dϕ||L∞ (B(0,1)) ∈ L (B(0, 1)) e h(y)
1
−→ h(y) quando
t ∂yi
t −→ 0 temos pelo Teorema da Convergência Dominada que
Z Z
∂ϕ ϕ(y + tei ) − ϕ(y)
h(y) dy = lim g(x + ry) dy
B(0,1) ∂yi t→0 B(0,1) t
Z !
ϕ z−x z−x
1 r
+ te i − ϕ r
= lim g(z) dz
t→0 B(x,r) rn t
Z
1 1 ∂ϕ z − x
= g(z) dz
r B(x,r) rn ∂zi r
Z
1 1 ∂g z−x
= − (z)ϕ dz
r B(x,r) rn ∂zi r
Z
1 1 ∂gε z−x
= − lim (z)ϕ dz
ε→0 r B(x,r) rn ∂zi r
Z
1 1 gε (z + tei ) − gε (z) z−x
= − lim lim ϕ dz.
ε→0 r B(x,r) rn t→0 t r
Então, h ∈ W 1,p (B(0, 1)). Aplicando a desigualdade obtida anteriormente, temos que
Z p1? Z p1
p?
|h| dy ≤ C4 |Dh|p + |h|p dy .
B(0,1) B(0,1)
| {z } | {z }
(i) (ii)
Portanto,
Z p1? 1 Z p1
p? (α(n)) p
− |g(z)| dz ≤ 1 r |Dg(z)| + |g(z)| dz
C4 − p p p
B(x,r) (α(n)) p? B(x,r)
Z p1
≤ C5 − r |Dg(z)| + |g(z)| dz
p p p
.
B(x,r)
1 1 1
onde C5 := (α(n)) p − p? C4 = (α(n)) n C4 . O que prova a afirmação.
Por fim, apliquemos a estimativa da afirmação provada anteriormente, em
147
1
onde C6 := C5 (1 + C1 ) p .
|f(x) − f(y)|
[f]C0,α (U) := sup < ∞.
x,y∈Rn |x − y|α
x6=y
Denotamos por C0,α (U), 0 < α ≤ 1 o espaço das funções Hölder contı́nua em
Rn . Muniremos C0,α com a seguinte norma,
lim(f)x,r = f? (x)
r→0
n
existe para todo x ∈ Rn e f? é Hölder contı́nua com expoente 1 − .
p
148
Z Z p−1
C 1 (1−n)p 1 (1−n)p p
|f(y) − f(z)| ≤ 2 p−1 |ξ1 | p−1 dξ1 + 2 p−1 |ξ2 | p−1 dξ2
α(n) B(0,2r) B(0,2r)
Z p1
. |Df(w)|p dw
B(x,r)
Z 2r Z
C 1 (1−n)p
= 2 p−1 |ξ1 | p−1 dHn−1 (ξ1 )
α(n) 0 ∂B(0,t)
Z p−1 p
Z p1
(1−n)p
+ |ξ2 | p−1 n−1
dH (ξ2 ) dt |Df(w)| dw
p
∂B(0,t) B(x,r)
Z 2r p−1
p
Z p1
C 1 (1−n)p
= 2 p−1
+1
nα(n) n−1
t t p−1 dt |Df(w)| dw
p
α(n) 0 B(x,r)
Z 2r p−1
p
Z p1
C p (1−n)p
= 2 nα(n)
p−1 t p−1
+n−1
dt |Df(w)| dw
p
α(n) 0 B(x,r)
p Z
(1−n)p ! p−1 p1
+n
C p (2r) p−1
= 2 nα(n) (1−n)p
p−1 |Df(w)| dwp
α(n) +n B(x,r)
p−1
(1−n)p ! p−1
p
+n
C p 2 p−1 (1−n)p+n(p−1)
) p−1
= 2 p−1 nα(n) (1−n)p r( p−1 p
α(n) +n
p−1
Z p1
. |Df(w)| dw p
B(x,r)
Z p1
1− n
= C1 r p |Df(w)| dwp
,
B(x,r)
(1−n)p ! p−1
p
+n
C p 2 p−1
onde C1 := 2 p−1 .
nα(n) (1−n)p
α(n) + n
p−1
Agora seja f ∈ W 1,p (B(x, r)) e fε := ηε ∗ f. Tome y, z ∈ B(x, r) pontos de
Lebesgue de f. Então,
Z p1
1− n
|f (y) − f (z)| ≤ C1 r
ε ε p |Df (w)| dw
ε p
.
B(x,r)
1
onde C2 := C1 (α(n)) p .
Afirmação: Seja n < p < ∞ e f ∈ C0,α (Rn ) ∩ W 1,p (Rn ), α := 1 − np , então, existe uma
constante C > 0 tal que
||f||C0,α (Rn ) ≤ C||f||W 1,p (Rn ) .
|f(x) − f(y)|
[f]C0,α(Rn ) = sup n ≤ C3 < ∞.
x,y∈Rn |x − y|1− p
x6=y
Assim,
(1−n)p ! p−1
p
+n
2 p−1 n p−1
|f(x)| ≤ C||Df||Lp (Rn ) nα(n) (1−n)p r1− p + (α(n)rn ) p ||f||Lp (Rn )
p−1
+n
(1−n)p ! p−1
p
+n
2 p−1
1− n p−1
||f||W 1,p (Rn )
≤ C nα(n) (1−n)p r p + (α(n)rn ) p
p−1
+n
≤ C4 ||f||W 1,p (Rn ) ,
(1−n)p ! p−1
p
+n
2 p−1 n p−1
onde C4 := C nα(n) (1−n)p r1− p + (α(n)rn ) p .
p−1
+n
Tomando r = 1, vem que para todo x ∈ Rn , |f(x)| ≤ C5 ||f||W 1,p (Rn ) onde
(1−n)p ! p−1
p
+n
2 p−1 p−1
C5 := C nα(n) (1−n)p + (α(n)) p . Então,
p−1
+n
Dai,
para todo k. Dessa forma, fazendo k −→ ∞ vem que ||f − f||Lp (Rn ) = 0. Então, f = f a
menos de um conjunto de medida Ln nula.
Note também que, f? = f em quase todo ponto. Ou seja,
152
limr→0 (f)x,r = f(x), se o limite existe.
f? (x) =
0, caso contrário.
Usaremos a notação BVloc (U) para denotar o espaço das funções f ∈ L1loc que
safisfazem essa propriedade.
Definição 4.4. Um conjunto E ⊂ Rn , Ln -mensurável possui localmente Perı́metro Finito
em U se χE ∈ BVloc (U).
Teorema 4.1 (Teorema de Estrutura para funções BVloc ). Seja f ∈ BVloc (U). Então
existe uma medida de Radon µ sobre U e uma função σ : U −→ Rn µ-mensurável tal que,
(i) |σ(x)|
Z =1 µ-q.t.p.Z
(ii) f divϕ dx = − ϕ · σ dµ
U U
para toda ϕ ∈ C1c (U; Rn ).
R
Demonstração. Defina L : C1c (U; Rn ) −→ R onde ϕ 7−→ − U
f divϕ dx. Como f ∈
BVloc (U) temos que
Z
C(V) := sup f divϕdx; ϕ ∈ C1c (V; Rn ), |ϕ| ≤ 1 <∞
V
Queremos estender o funcional L para um L definido sobre Cc (U, Rn ). Por (52), temos
que o Teorema de Hahn-Banach garante a existência dessa extensão. Enfim, seja ϕ ∈
Cc (V; Rn ) com spt(ϕ) ⊂ K e {ϕk }∞ 1 n
k=1 uma sequência de funções Cc (U; R ) que converge
uniformemente para ϕ. Portanto, defina
Observe que (52) garante que L(ϕ) não depende da escolha da sequência. Em
particular, L está bem definido e
Dessa forma,
sup L(ϕ); ϕ ∈ Cc (U; Rn ), |ϕ| ≤ 1, spt(ϕ) ⊂ K < ∞.
para todo V ⊂⊂ U. Além disso, se f ∈ BVloc (U) ∩ L1 (U) então f ∈ L1 (U) se, e somente
155
se, ||Df||(U) < ∞. Neste caso munimos BV(U) com a seguinte norma,
µi = ||Df|| σi , i ∈ {1, 2, . . . , n}
Em particular,
µiac (B(x, r))
fi (x) = lim = DLn µiac (x).
r→0 α(n)rn
Com isso em mãos definimos
∂f
:= fi , i ∈ {1, 2, . . . , n},
∂xi
∂f ∂f ∂f
Df := , ..., ,
∂x1 ∂x2 ∂xn
[Df]ac := µ1ac , µ2ac , . . . , µnac = Ln Df ,
[Df]s := µ1s , µ2s , . . . , µns .
1,1
Daı́ segue toda função de Wloc (U) é de variação limitada.
Mostraremos que Z
||Df||(V) = |∇f| dx.
V
1,1
onde a primeira igualdade decorre do fato de f ∈ Wloc (U) e a segunda da definição de
função variação limitada uma vez que a mesma também o é. Portanto,
Z Z
fxi dx = dµi ,
K K
logo, Ln fx (K) = µi (K). Como V é aberto, tomando o supremos nos K ⊂ V compacto
i
segue que
Ln fx (V) = µi (V).
i
Daı́ temos que se Z ⊂ Rn é tal que Ln (A) = 0 então µi (A) = 0. Portanto, µi Ln segue
então pelo Teorema da Diferenciação de Medidas de Radon que
Z
i
µ (A) = DLn µi dx
A
R
para todo A µi -mensurável. Dessa forma temos que A fxi − DLn µi dx = 0 para todo
A µi -mensurável. Portanto, fxi = DLn µi , Ln -q.t.p.. Com isso, temos que Df = ∇f,
Ln -q.t.p.
Por outro lado, fixe ε > 0. Defina para cada k
1
V^k = x ∈ V; dist(x, ∂V) > e V0 = ∅.
k
P
Observe que fxi ζk ∈ L1 (V), em particular, fxi = k=1i n xi ζk e spt(fxi ζk ) ⊂ Vk .
Agora considere η o mollifier canônico e definamos
X
∞
fεxi = ηε ∗ (fxi ζk ).
k=1
Por construção ϕεN,i converge para fεxi quando N −→ ∞. Por fim, seja
ϕεN
ϕεN := (ϕεN,1 , ϕεN,2 , . . . , ϕεN,n ) e ψεN := .
|ϕεN |
Note que, por construção, segue que ψεN ∈ C1c (V; Rn ), |ψεN | ≤ 1 e fazendo
N −→ ∞ e ε −→ 0,
∇f
ψεN −→ .
|∇f|
Veja também que
Z Z
∇f · ψεN dx = − ψεN · σ d||Df|| ≤ ||Df||(V)
V V
R
Com isso, v |∇f| dx = ||Df||(V). Portanto, Ln |∇f| (V) = ||Df||(V). Assim, temos que para
Daı́, defina
∇f , se |∇f| 6= 0.
σ := |∇f|
0, se |∇f| = 0.
Exemplo: Seja E aberto no Rn e com fronteira suave tal que para cada K ⊂ U compacto,
Hn−1 (∂E ∩ U) < ∞. Sejam V e ϕ como no exemplo anterior. Em particular pelo Teorema
Da Divergência Z Z
divϕ dx = ϕ · ν dHn−1
E ∂E
158
Disso temos que χE ∈ BVloc (U). Logo, E possui Perı́metro finito. Em particu-
lar, da estimativa acima, segue que
Por outro lado, como no exemplo anterior pode se mostrar que ||∂E||(V) =
Hn−1 (∂E ∩ V). A idéia é similar, ou seja, construir uma famı́lia de funções suaves com
suporte compacto em V com valores em Rn e norma euclidiana menor ou igual a um,
de tal sorte que tenhamos a desigualdade contrária para cada uma delas. Neste caso, as
mesma são construı́das a partir do vetor ν.
Por fim, temos que para toda ϕ ∈ C1c (V; Rn ) com |ϕ| ≤ 1,
Z Z Z
n−1
ϕ · ν dH = ϕ · νE d||∂E|| = (ϕ · νE )χ∂E dHn−1 .
∂E∩V V V
Portanto, Z Z
n−1
ϕ · ν dH = ϕ · νE dHn−1 ,
∂E∩V ∂E∩V
n−1
donde segue que ϕ · (ν − νE ) = 0, H -q.t.p. para toda ϕ. Logo, ν = νE em todo ponto
a menos de um conjunto de medida Hn−1 nula.
Agora basta tomar o supremo sobre as ϕ ∈ C1c (U; Rn ) com |ϕ| ≤ 1 donde segue que
Teorema 4.3 (Aproximação Local por funções suaves). Seja f ∈ BV(U). Então existem
{fk }∞ ∞
k=1 ⊂ BV(U) ∩ C (U) tal que
(i) fk −→ f em L1 (U),
(ii) ||Dfk || −→ ||Df|| quando k −→ ∞.
Demonstração. Fixe ε > 0. A priori tomemos m ∈ Z+ e definamos os abertos
1
Uk = x ∈ U; dist(x, ∂U) > ∩ B(0, k + m1 ).
m+k
Note que Uk % U. Então limk→∞ ||Df||(Uk ) = ||Df||(U). Assim, para o ε fixado, existe um
ko ∈ N tal que para todo k ≥ k0 tem se ||Df||(U) − ||Df||(Uk ) < ε. Como ||Df||(Uk ) < ∞
temos que
||Df||(U − Uk ) < ε. (53)
{ζk }∞
k=1 uma sequência de funções suaves tais que
spt(ζk ) ⊂ Vk , k = 1, 2, . . . ,
0 ≤ ζ ≤ 1, k = 1, 2, . . . ,
k
X∞
ζk = 1 em U.
k=1
Claramente,
X
∞
f= fζk .
k=1
Por outro lado, considere o mollifier canônico ηε . Então para cada k tome 0 < εk << 1
tal que
spt(η εk ∗ (fζk ) ⊂ Vk , k = 1, 2, . . . ,
Z
ε
|ηεk ∗ (fζk ) − fζk | dx < k , (54)
ZU 2
ε
|ηεk ∗ (fDζk ) − fDζk | dx < k .
U 2
onde
∂ζk ∂ζk ∂ζk
ηεk ∗ (fDζk ) = ηεk ∗ f , ηεk ∗ f , . . . , η εk ∗ f .
∂x1 ∂x2 ∂xn
Defina
X
∞
fε = ηεk ∗ (fζk ).
k=1
uma vez que pelo Teorema da Converência Monótona podemos permutar o limite com a
integral. Pela arbitrariedade do ε > 0, temos (i).
Agora iremos provar (ii). Com efeito, por (i), temos do Teorema anterior que
Z Z X
N
fε divϕ dx = lim ηεk ∗ (fζk ) divϕ dx. (56)
U U N→∞ k=1
N Z
X
fε (x) = lim ηεk (x − y)f(y)ζk (y) dy
N→∞ Vk
k=1
XN Z
= lim ηεk (x − y)gk (y) dy
N→∞ n
k=1 R
XN Z
1 x−y
= lim η gk (y) dy.
N→∞
k=1 Rn εnk εk
x−y 1
Logo, fazendo w = , então, dw = − n dy e y = x − εk w, segue que
εk εk
N Z
X
fε (x) = − lim η (w) gk (x − wεk ) dw.
N→∞ Rn
k=1
162
Dái,
XN Z
|fε (x)| = lim η (w) gk (x − wεk ) dw
N→∞ n
k=1 R
N Z
X
≤ lim |η (w) gk (x − wεk )| dw
N→∞ n
k=1 R
XN Z
≤ lim |gk (x − wεk )| dw
N→∞ Rn
k=1
XN Z
= lim |f(x − wεk )ζ((x − wεk ))χVk (x − wεk )| dw
N→∞ Rn
k=1
XN Z
≤ lim |f(x − wεk )| dw
N→∞
k=1 Vk
XN Z
= lim |f(w)| dw
N→∞ Vk
k=1
= ||f||L1 (U)
para todo ε > 0. Portanto em (56) podemos usar o Teorema da Convergência Dominada,
163
logo,
Z Z X
N
fε (x) divϕ(x) dx = lim ηεk ∗ (fζk )(x) divϕ(x) dx
U U N→∞ k=1
N Z
X
= lim ηεk ∗ (fζk )(x) divϕ(x) dx
N→∞
k=1 U
XN Z Z X
n
∂ϕ(x)
= lim ηεk (x − y)f(y)ζk (y) dy dx
N→∞
k=1 U U i=1
∂xi
XN Z n Z
X
∂ϕ(x)
= lim ηεk (x − y)f(y)ζk (y) dy dx
N→∞
k=1 U i=1 U ∂x i
XXZ
N n Z
∂ϕ(x)
= lim f(y)ζk (y) ηεk (x − y) dx dy
N→∞
k=1 i=1 U U ∂xi
XN X n Z
∂ϕ
= lim f(y)ζk (y) ηεk ∗ (y) dy
N→∞
k=1 i=1 U
∂xi
XN X n Z
= lim f(y)ζk (y) (ηεk ∗ ϕ(y))yi dy
N→∞ U
k=1 i=1
XN Z X
n
= lim f(y)ζk (y) (ηεk ∗ ϕ(y))yi dy
N→∞ U
k=1 i=1
XN Z
= lim f(y)ζk (y) div (ηεk ∗ ϕ(y)) dy.
N→∞ U
k=1
Veja que ζk div (ηεk ∗ ϕ) = div(ζk (ηεk ∗ ϕ)) − Dζk · (ηεk ∗ ϕ), então a igualdade da esti-
mativa anterior segue como
N Z
X
= lim f(y)ζk (y) div (ηεk ∗ ϕ(y)) dy
N→∞
k=1 U
XN Z
= lim f(y)[ div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) − Dζk (y) · (ηεk ∗ ϕ) (y)] dy
N→∞ U
k=1
XN Z Z
= lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy − f(y)Dζk (y) · (ηεk ∗ ϕ) (y) dy
N→∞ U U
k=1
XN Z
= lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy
N→∞ U
k=1
Z X
n
! #
∂ζk
− f(y) (y)ηεk ∗ ϕi (y) dy .
U i=1
∂yi
164
N Z
X
= lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy
N→∞ U
k=1
Z X
n Z ! #
∂ζk
− f(y) (y) ηεk (x − y)ϕi (x) dx dy
U i=1
∂yi U
N Z
X
= lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy
N→∞ U
k=1
Z X
n Z #
∂ζk
− ηεk (x − y)f(y) (y)ϕi (x) dx dy
U i=1 U ∂yi
X N Z
= lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy
N→∞ U
k=1
n Z
Z X #
∂ζk
− ηεk (x − y)f(y) (y) dy ϕi (x) dx
U i=1 U ∂yi
X N Z
= lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy
N→∞ U
k=1
Z X
n #
∂ζk
− ϕi (x) ηεk ∗ f (x) dx
U i=1 ∂yi
X N Z
= lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy
N→∞
k=1 U
XN Z
− lim ϕ(x) · ηεk ∗ (fDζk ) (x) − ϕ(x) · fDζk (x) dx
N→∞ U
k=1
N Z
X
= lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy
N→∞ U
| k=1
{z }
I1,ε
N Z
X
− lim ϕ(x) · [ηεk ∗ (fDζk ) (x) − fDζk (x)] dx .
N→∞ U
| k=1
{z }
I2,ε
P∞
Note que a adição de −fDζk em I2,ε não pertuba a igualdade, uma vez que k=1 Dζk = 0
sobre U. Ainda olhando para I2,ε , temos de (54) que
N Z
X
|I2,ε | ≤ lim |ϕ(x) · [ηεk ∗ (fDζk ) (x) − fDζk (x)]| dx
N→∞
k=1 U
XN Z XN
ε
≤ lim |ηεk ∗ (fDζk ) (x) − fDζk (x)| dx < lim = ε.
N→∞
k=1 U N→∞
k=1
2k
165
Agora voltando nossa antenção para I1,ε temos que para cada k,
|ζk (y)(ηεk ∗ ϕ)(y)| ≤ |(ηεk ∗ ϕ)(y)| ≤ ||ϕ||L∞ (U) ||ηεk ||L1 (U)≤1 .
Então,
XN Z
|I1,ε | = lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy
N→∞
k=1 U
Z N Z
X
= f(y) div(ζ1 (y) (ηε1 ∗ ϕ) (y)) dy + lim f(y) div(ζk (y) (ηεk ∗ ϕ) (y)) dy
U N→∞
k=2 U
Z N Z
X
≤ f(y) div(ζ1 (y) (ηε1 ∗ ϕ) (y)) dy + lim f(y) div(ζk (y) (ηε ∗ ϕ) (y)) dy
k
U
N→∞ U
k=2
X
N
≤ ||Df||(U) + lim ||Df||(Vk ).
N→∞
k=2
Observe que
X
N X
N
||Df||(Vk ) = ||Df||(Uk+1 − Ūk−1 )
k=2 k=2
XN
= (||Df||(Uk+1 ) − ||Df||(Ūk−1 ))
k=2
= (||Df||(U3 ) − ||Df||(Ū1 )) + (||Df||(U4 ) − ||Df||(Ū2 ))
+ · · · + (||Df||(UN ) − ||Df||(ŪN−1 )) + (||Df||(UN+1 ) − ||Df||(ŪN−1 ))
= ||Df||(UN ) + ||Df||(UN+1 ) − ||Df||(Ū1 ) − ||Df||(Ū2 )
≤ ||Df||(UN ) + ||Df||(UN+1 ) − ||Df||(Ū1 ) − ||Df||(Ū1 ), (U1 ⊂ U2 )
= ||Df||(UN − Ū1 ) + ||Df||(UN+1 ) − ||Df||(Ū1 )
= ||Df||(UN − Ū1 ) + ||Df||((UN+1 − UN ) ∪ UN ) − ||Df||(Ū1 )
= ||Df||(UN − Ū1 ) + ||Df||(UN ) + ||Df||(UN+1 − UN ) − ||Df||(Ū1 )
= ||Df||(UN − Ū1 ) + ||Df||(UN − Ū1 ) + ||Df||(UN+1 − UN )
= 2||Df||(UN − Ū1 ) + ||Df||(UN+1 − UN )
≤ 2||Df||(UN − Ū1 ) + ||Df||(U − Ū1 ).
166
Logo,
X
∞ X
N
||Df||(Vk ) = lim ||Df||(Vk )
N→∞
k=2 k=2
≤ lim 2||Df||(UN − Ū1 ) + ||Df||(U − Ū1 )
N→∞
= 3||Df||(U − Ū1 )
< 3ε.
Portanto,
|I1,ε | ≤ ||Df||(U) + 3ε.
Em particular,
lim sup ||Dfε ||(U) ≤ ||Df||(U).
ε→0
fk −→ f, em L1 (U),
||Dfk ||(U) −→ ||Df||(U) quando k −→ ∞.
Defina para cada B ⊂ Rn boreliano as medidas vetoriais de Radon
Z
µk (B) := Dfk dx
U∩B
e Z
µ(B) := d[Df].
U∩B
Então,
µk µ
quando k −→ ∞.
Demonstração. Tome ϕ ∈ C1c (Rn ; Rn ) com ε > 0. Seja U1 ⊂⊂ U, e como no teorema
167
e ||Df||(U − U1 ) < ε.
Seja ζ uma função suave tal que
0 ≤ ζ ≤ 1, spt(ζ) ⊂ U,
ζ = 1, em U1 .
Então,
Z Z
ϕ dµk = ϕ · Dfk dx
Rn ZU
= (1 − ζ + ζ)ϕ · Dfk dx
ZU Z
= (1 − ζ)ϕ · Dfk dx + ζϕ · Dfk dx
UZ Z U
= − div(ζϕ)fk dx + (1 − ζ)ϕ · Dfk dx .
| U {z } |U {z }
(i) (ii)
= ϕ · σ d||Df||
Z U−U1
≤ |ϕ| d||Df||
U−U1
≤ ||ϕ||L∞ (Rn ) ||Df||(U − U1 )
< ||ϕ||L∞ (Rn ) ε.
≤ |ϕ||Dfk | dx
U−U1
≤ ||ϕ||L∞ (Rn ) ||Dfk ||(U − U1 ).
Portanto, Z Z
lim ϕ dµk = ϕ dµ
k→∞ Rn Rn
para toda ϕ ∈ C1c (Rn ), uma vez que, “lim inf” é não negativo.
Por fim, seja ϕ ∈ Cc (Rn ), e defina para ε > 0, ϕε := ηε ∗ ϕ, por construção,
ϕε ∈ C1c (Rn ) e converge uniformemente para ϕ quando ε tende a 0. Em particular, pela
Desigualdade de Hölder
Z Z
|ϕε (x)| = |ηε (x − y)ϕ(y)| dy ≤ ||ϕ||L∞ (Rn ) .
ηε (x − y)ϕ(y) dy ≤
n
R Rn
Portanto, µk µ.
Teorema 4.5 (Operador do Traço (BV)). Seja U ⊂ Rn aberto limitado com ∂U Lipschitz.
Então, existe um operador linear contı́nuo, tal que
h
Escreva C := C(x, r, h) e fixemos 0 < ε < e para cada ∂U ∩ C defina,
2
Note que fε , está bem definida. Com efeito, é suficiente mostrar que,
(y 0 , γ(y 0 ) + ε) ∈ U ∩ C.
h h
γ(y 0 ) < γ(y 0 ) + ε < γ(y 0 ) + = xn + (γ(y 0 ) − xn ) +
2 2
h
≤ xn + |γ(y 0 ) − xn | +
2
h h
< xn + +
4 2
3h
= xn +
4
< xn + h.
Agora seja
Z Z Zε
|fδ (y) − fε (y)| dH n−1
(y) ≤ |Df(y 0 , γ(y 0 ) + t)| dt dHn−1 (y)
∂U∩C
Z∂U∩C
εZ
δ
Iremos usar a Mudança de Variáveis para estimar esta última igualdade. Para
isso, defina T : Rn −→ Rn , dada por T (y) := (y 0 , γ(y 0 ) + t). Claramente, T é Lipschitz.
Note que a matriz jacobiana de T
1 0 ... 0 0
0 1 ... 0 0
∂T1 ∂Tn−1
∂y1
... ∂yn−1
0
.. ... .. .. 0 0 ... 0 0
= .
. . . .. .. .. .. ..
∂Tn−1 ∂Tn−1
. . . . .
∂y1
... ∂yn−1
0
n×n 0 0 ... 1 0
Dγ 0 n×n
Agora observe que para todo A ⊂ Rn , Hn−1 -mensurável temos pela Fórmula
da Área que
Z Z p
0 −1
H (A ∩ T (z)) dH n−1
(z) = 1 + |Dγ(z)|2 dHn−1 (z).
Rn A
Daı́,
Z Z
1 + |Dγ(z)|2 dHn−1 (z)
0 −1 n−1
p
H ((∂U ∩ C) ∩ T (z)) dH (z) =
Rn Z∂U∩C
χ∂U∩C 1 + |Dγ(z)|2 dHn−1 (z).
p
=
Rn
Z ∂U∩C
p
onde C1 := 1 + Lip(γ)2 .
Com isso, vem que
173
Z Zε Z
|fδ (y) − fε (y)| dH n−1
(y) ≤ |Df(y 0 , γ(y 0 ) + t)| dHn−1 (y) dt
∂U∩C δ
εZ
Z∂U∩C
≤ C1 |Df(z)| dHn−1 (z) dt
Zδ ∂U∩C
= C1 |Df(z)| dz
Cδ,ε
= C1 ||Df||(Cδ,ε ).
tal que
lim ||fε − f||L1 (∂U∩C;Hn−1 ) = 0.
ε→0
Fazendo δ −→ 0 Z
|Tf − fε | dHn−1 ≤ C1 ||Df||(C0,ε ). (57)
∂U∩C
onde ν é o vetor unitário normal exterior a ∂Cε . Relembre que Cε = (U ∩ C) − C0,ε , logo,
se y ∈ ∂Cε , então, y = (y 0 , γ(y 0 ) + ε). Ou seja,
Z Z Z
f divϕ dy = − ϕ · Df dy + f(y 0 , γ(y 0 ) + ε)ϕ(y 0 , γ(y 0 ) + ε) · ν dHn−1 (y 0 ).
Cε Cε ∂U∩C
h
onde Cx := C(x, rx , hx ), e max |γ(y 0 ) − xn | <
.
x|x 0 −y 0 |<r 4
Claramente a famı́lia {Cx }x∈∂U é uma cobertura para ∂U. Então, da compaci-
dade de ∂U, existe uma cobertura finita {Ci }Ni=1 tal que
N
[
∂U ⊂ Ci ,
i=1
0 ≤ ζi ≤ 1, spt(ζi ) ⊂ Ci , i = 1, 2, . . . , N,
0 ≤ ζ ≤ 1, spt(ζ ) ⊂ U,
0 0
XN N
[
ζi = 1 em U ∪ Ci .
i=0 i=1
Z Z
X
N
|fδ − fε | dHn−1 = (fδi (y) − fεi (y)) dHn−1
∂U ∂U i=1
N Z
X δ
≤ fi (y) − fεi (y) dHn−1
i=1 ∂U
XN
≤ Ci ||Dfi ||(Ciδ,ε ).
i=1
Observe que dada ϕi ∈ C1c (Ciδ,ε ; Rn ), com |ϕi | ≤ 1, para i = 1, 2, . . . , N, temos que
N Z
X N Z
X
fi divϕi dy = − (Dfζi + fDζi ) · ϕi dy
i=1 Ciδ,ε i=1 Cδ,ε
i
XN Z
= − Df · ϕi dy
i=1 Ciδ,ε
XZ
N
= f divϕi dy.
i=1 Ciδ,ε
Em particular,
Z X
N
|fδ − fε | dH n−1
≤ Ci ||Df||(Ciδ,ε ).
∂U i=1
Z X
N
|Tf − fε | dH n−1
≤ Ci ||Df||(Ci0,ε ).
∂U i=1
176
SN
Agora seja Cεi := U ∩ Ci − Ci0,ε e Cε := i=1 Cεi . Tome ϕ ∈ C1 (Rn Rn ), então,
Z N Z
X
f divϕ dy = fi divϕ dy
Cε i=0 Cεi
N Z
X N Z
X
= − Dfi · ϕ dy + fi ϕ · ν dHn−1
i=0 Cεi i=0 ∂Cεi
XN Z N Z
X
= − (Dfζi + fDζi ) · ϕ dy + fεi ϕ(y 0 , γi (y 0 ) + ε) · ν dHn−1
i=0 Cεi i=0 ∂U∩Ci
Z N Z
X
= − Df · ϕ dy + fεi ϕ(y 0 , γi (y 0 ) + ε) · ν dHn−1 ,
Cε i=0 ∂U∩Ci
onde ν é o vetor normal unitário exterior a ∂U. Logo, quando ε −→ 0 segue que
Z Z Z
f divϕ dy = − ϕ · Df dy + Tfϕ · ν dHn−1
U ZU Z ∂U
= − ϕ · d[Df] + Tfϕ · ν dHn−1 .
U ∂U
X
N
(αf + g)ε (y) = (αf + g)ζi (y 0 , γxj (y 0 ) + ε)
i=1
X
N X
N
0 0
= α fζi (y , γxj (y ) + ε) + gζi (y 0 , γxj (y 0 ) + ε)
i=1 i=1
= αfε (y) + gε (y).
Como {(αf+g)ε }ε>0 , {fε }ε>0 l e {gε }ε>0 convergem, respectivamente, para T (αf+
177
hxi
para todo 0 < ε < min . Em particular, fazendo ε −→ 0, vem que
1≤i≤N 2
Z
|T (αf + g) − (αTf + Tg)| dHn−1 = 0.
∂U
Portanto, T (αf + g) = αTf + Tg a menos de um conjunto de medida Hn−1 ∂U nula.
Agora trabalharemos para estender esse operador linear para o espaço BV(U),
após buscaremos mostrar que esse operador é linear e contı́nuo.
Com efeito, dada f ∈ BV(U) existe uma sequência de funções, {fk }∞ k=1 ⊂
BV(U) ∩ C∞ (U) tal que,
1
fk −→ f em L (U),
||Dfk ||(U) −→ ||Df||(U),
µk µ.
onde {µk }∞
k=1 e µ são definidas como no teorema anterior. Pelo que fizemos antes para
cada k, existe Tfk ∈ L1 (∂U; Hn−1 ).
Afirmação: A sequência {Tfk }∞ 1
k=1 é de Cauchy em L (∂U; H
n−1
).
Prova da Afirmação: Primeiro, mostraremos localmente, após faremos globalmente.
Dado x ∈ ∂U existem r, h > 0 e γ : Rn−1 −→ R Lipschitz tal que a menos de uma rotação
ou reordenação dos eixos,
Assim,
Z Z Zε
|Tfk − fεk | dHn−1 Tfk − 1 (fk )(y, t) dt dHn−1
= ε 0
∂U∩C
Z∂U∩C Z ε
1 n−1
= ε Tfk − (fk )(y, t) dt dH
Z∂U∩C Z ε0
1
≤ |Tfk − (fk )(y, t)| dt dHn−1
ε
Z Z 0
∂U∩C
1 ε
= |Tfk − fk (y 0 , γ(y 0 ) + t)| dHn−1 dt
ε 0 ∂U∩C
Z
1 ε
≤ C||Dfk ||(C0,t ) dt por (57)
ε 0
Z
1 ε
≤ C||Dfk ||(C0,ε ) dt (t < ε)
ε 0
= C||Dfk ||(C0,ε ).
Z Z Z
|Tfk − Tfl | dH n−1
≤ |Tfk − fεk | dHn−1 + |fεk − fεl | dHn−1
∂U∩C Z∂U∩C ∂U∩C
Então,
Z
|Tfk − Tfl | dHn−1 ≤ C(||Dfk || + ||Dfl ||)(C0,ε )
∂U∩C
Z Zε
1 n−1
+ ε (fk )(y, t) − (fl )(y, t) dt dH
∂U∩C 0
≤ C(||Dfk || + ||Dfl ||)(C0,ε )
Z Z
1 ε
+ |(fk )(y, t) − (fl )(y, t)| dt dHn−1
∂U∩C ε 0
= C(||Dfk || + ||Dfl ||)(C0,ε )
Z Z
1 ε
+ |fk (y 0 , γ(y 0 ) + t) − fl (y 0 , γ(y 0 ) + t)| dt dHn−1
ε
∂U∩C 0
Z
1
= C(||Dfk || + ||Dfl ||)(C0,ε ) + |fk − fl | dy.
ε C0,ε
Logo,
Z Z
1
lim sup |Tfk − Tfl | dH n−1
≤ lim sup C(||Dfk || + ||Dfl ||)(C0,ε ) + |fk − fl | dy
k,l→∞ ∂U∩C k,l→∞ ε C0,ε
≤ C lim sup ||Dfk ||(C0,ε ) + C lim sup ||Dfl ||(C0,ε )
k,l→∞ k,l→∞
≤ C lim sup ||Dfk ||(C0,ε ) + C lim sup ||Dfl ||(C0,ε )
k,l→∞ k,l→∞
≤ 2C||Df||(C0,ε ∩ U) (pois, µk µ).
0 ≤ ζi ≤ 1, spt(ζi ) ⊂ Ci , i = 1, 2, . . . , N,
0 ≤ ζ ≤ 1, spt(ζ ) ⊂ U.,
0 0
XN N
[
ζi = 1 em U ∪ Ci .
i=0 i=1
180
X
N X
N
e fk,0 := fk ζ0 . Por construção, para cada k, fk = fk,i em U e Tfk = Tfk,i em ∂U.
k=0 k=1
hi
Tome 0 < ε < min e observe que se y ∈ ∂U então, y ∈ ∂U ∩ Cj para
1≤i≤N 2
algum j, então defina
X
N Z
1 ε
fεk (y) := fk,i (y 0 , γj (y 0 ) + t) dt.
i=1
ε 0
Assim,
Z N Z
X Z
1 ε
|Tfk − fεk | dHn−1 ≤ |Tfk,i − fk,i (y 0 , γ(y 0 ) + t)| dt dHn−1
∂U i=1 ∂U
ε 0
XN Z Z
1 ε
= |Tfk,i − fk,i (y 0 , γ(y 0 ) + t)| dHn−1 dt
i=1
ε 0 ∂U∩C i
X
N
≤ Ci ||Dfk,i ||(Ci0,ε ),
i=1
onde Ci0,ε := {y ∈ U; |xi0 − y| < ri , γ(y 0 ) < yn < γ(y 0 ) + ε}. Como anteriormente, seja
ϕi ∈ C1c (Ci0,ε ; Rn ), i = 1, 2, . . . , N, então,
N Z
X N Z
X
fk,i divϕi dy = − (Dfk ζi + fDζi ) · ϕi dy
i=1 Ci0,ε i=1 C0,ε
i
XN Z
= − Dfk · ϕi dy
i=1 Ci0,ε
N Z
X
= fk divϕi dy.
i=1 Ci0,ε
X
N X
N
||Dfk,i ||(Ci0,ε ) = ||Dfk ||(Ci0,ε ).
i=1 i=1
181
Em particular,
Z X
N
|Tfk − fεk | dHn−1 ≤ Ci ||Dfk ||(Ci0,ε ).
∂U i=1
Logo,
Z Z Z Z
|Tfk − Tfl | dH n−1
≤ |Tfk − fεk | dHn−1 + |fεk − fεl | dHn−1 + |Tfl − fεl | dHn−1
∂U ∂U ∂U ∂U
X
N Z
≤ Ci (||Dfk || + ||Dfl ||)(Ci0,ε ) + |fεk − fεl | dHn−1
i=1 ∂U
XN
≤ Ci (||Dfk || + ||Dfl ||)(Ci0,ε )
i=1
N Z
X Zε
1
+ |fk,i (y 0 , γ(y 0 ) + t) − fl,i (y 0 , γ(y 0 ) + t)| dt dHn−1
i=1 ∂U∩Ci
ε 0
XN
≤ Ci (||Dfk || + ||Dfl ||)(Ci0,ε )
i=1
XN Z Zε
1
+ |fk (y 0 , γ(y 0 ) + t) − fl (y 0 , γ(y 0 ) + t)| dt dHn−1
i=1 ∂U∩Ci
ε 0
XN X
N Z
1
≤ Ci (||Dfk || + ||Dfl ||)(Ci0,ε ) + |fk − fl | dy
i=1 i=1
ε Ci0,ε
XN Z
N
≤ Ci (||Dfk || + ||Dfl ||)(Ci0,ε ) + |fk − fl | dy.
i=1
ε U
Dessa forma,
Z X
N Z !
N
lim sup |Tfk − Tfl | dHn−1 ≤ lim sup Ci (||Dfk || + ||Dfl ||)(Ci0,ε ) + |fk − fl | dy
k,l→∞ ∂U k,l→∞
i=1
ε U
X
N
≤ lim sup Ci (||Dfk || + ||Dfl ||)(Ci0,ε )
k,l→∞
i=1
X
N
i
≤ lim sup Ci (||Dfk || + ||Dfl ||)(C0,ε )
k,l→∞
i=1
X N
i
≤ 2 Ci ||Df||(C0,ε ∩ U)
i=1
i
≤ 2N max Ci ||Df||(C0,ε ∩ U).
1≤i≤N
Portanto, {Tfk }∞
k=1 é de Cauchy em L (∂U; H
1 n−1
). Logo existe uma função f
1 n−1
em L (∂U; H ) tal que
lim ||Tfk − f||L1 (∂U; Hn−1 ) = 0.
k→∞
Então, defina Tf = f.
Afirmação: Tf independe da escolha da sequência {fk }∞
k=1 .
fk , gk −→ f em L1 (U),
||Dfk ||(U), ||Dgk ||(U) −→ ||Df||(U).
para todo k ∈ N. Em particular passando o “lim sup“ com k −→ ∞, note que fazendo
isso, (i) e (iii) se anulam, então,
Z Z
|T1 f − T2 f| dH n−1
≤ lim sup |Tfk − Tgk | dHn−1 .
∂U k→∞ ∂U
Logo, Z
lim sup |Tfk − Tgk | dHn−1 ≤ 0.
k→∞ ∂U
Então, Z
|T1 f − T2 f| dHn−1 = 0.
∂U
Portanto, T1 f = T2 f, a menos de um conjunto de medida Hn−1 ∂U nula.
Afirmação: O operador T : BV(U) −→ L1 (∂U; Hn−1 ) dado por f 7−→ Tf é linear e
contı́nuo.
Prova da Afirmação: Sejam f, g ∈ BV(U) e α ∈ R. Claramente, existem {fk }∞ ∞
k=1 , {gk }k=1 ⊂
183
Portanto, T (αf + g) = αTf + Tg a menos de um conjunto de medida Hn−1 ∂U nula.
Isso mostra a linearidade. Verificaremos a continuidade do operador T . Com efeito, seja
f ∈ BV(U) como acima. Logo, fixe 0 < ε < min1≤i≤N h2i , então
Z Z Z
|Tfk | dH n−1
≤ |Tfk − fεk | dHn−1 + |fεk | dHn−1
∂U ∂U ∂U
X
N X
N Z
1
≤ Ci ||Dfk ||(Ci0,ε ) + |fk | dy
i=1 i=1
ε Ci0,ε
X
N Z
N
≤ Ci ||Dfk ||(U) + |fk | dy
i=1
ε U
Z
≤ C1 ||Dfk ||(U) + |fk | dy ,
U
184
N
X N
onde C1 := max Ci , . Fazendo k −→ ∞ vem que
i=1
ε
Z Z
|Tf| dH n−1
≤ C1 ||Df||(U) + |f| dy .
∂U U
Então,
Z n−1
b n−1 b
ϕ(x) dx = bα(n − 1) − a α(n − 2)
Rn−1 a n a
n
b n−1
= α(n − 1) − α(n − 2) .
an−1 n
Teorema 4.6. Seja U ⊂ Rn aberto limitado com ∂U Lipschitz. Suponha que f ∈ BV(U).
Então, para quase todo x ∈ ∂U, com respeito a Hn−1 ,
Z
lim − |f − Tf(x)| dy = 0
r→0 B(x,r)∩U)
e então, Z
Tf(x) = lim − f dy.
r→0 B(x,r)∩U
||Df||(U ∩ B(x, r))
Aβ := x ∈ ∂U; lim sup >β .
r→0 rn−1
Mostraremos que Hn−1 (Aβ ) = 0. Dado x ∈ A note que existe r ∈ (0, ε) tal que
Então,
||Df||(U ∩ B(x, r))
sup ≤ β.
r∈(0,ε) rn−1
Dessa forma,
Mas x ∈ Aβ . Logo, temos uma contradição. Portanto, para cada x ∈ ∂U existe rx ∈ (0, ε)
tal que
||Df||(U ∩ B(x, rx ))
≥ β. (58)
rn−1
x
Logo, pelo Teorema da Cobertura de Vitali existe uma coleção enumerável de bolas dis-
juntas de {B(x, rx )}x∈Aβ , a qual denotamos por, {B(xi , ri )}∞
i=1 tal que
[ ∞
[
A⊂ B(x, rx ) ⊂ B(xi , 5ri ).
x∈Aβ i=1
X
∞
n−1
H10δ (Aβ ) ≤ α(n − 1)(5ri )n−1
i=1
X
N
= lim α(n − 1)(5ri )n−1
N→∞
i=1
X
N
= α(n − 1)5n−1 lim rn−1
i
N→∞
i=1
α(n − 1)5n−1 XN
≤ lim ||Df||(U ∩ B(xi , ri )), por (58).
β N→∞
i=1
S∞
Note que i=1 B(xi , ri ) ⊂ {x ∈ U; dist(x, ∂U) > ε} := Uε . Então,
n−1
H10δ (Aβ ) ≤ C||Df||(Uε ),
∞
!
||Df||(U ∩ B(x, r))
[
n−1
H x ∈ ∂U; lim sup n−1
>0 = Hn−1 A1 = 0.
r→0 r k=1
k
anterior. Tal ponto existe, pois, do contrário, se a interseção entre o conjunto dos pontos
de Lebesgue de Tf e os que safisfazem a afimação for vazia, segue que ambos teriam medida
nula, absurdo. Logo, tal x existe. Portanto para esse x
||Df||(B(x, r) ∩ U)
lim = 0,
r→0 Z rn−1 (59)
lim − |Tf − Tf(x)| dHn−1 = 0.
r→0 B(x,r)∩∂U
Por outro lado, para esse mesmo x ∈ ∂U existem r0 > 0 e uma função Lipschitz
γ : Rn−1 −→ R tais que
hx
max |γ(y 0 ) − xn | < ,
|x 0 −y 0 |<r
x 4
U ∩ C(x, rx , hx ) = {y ∈ U; |x 0 − y 0 | < rx , γ(y 0 ) < yn < xn + hx }.
hx
|γ(y 0 ) − xn | ≤ Lip(γ)|x 0 − y 0 | < rx Lip(γ) ≤ . (60)
4
Então, 4rx Lip(γ) ≤ hx . Isso nos sugere que tomar h(r) ≥ 4r Lip(γ) é uma
boa escolha. Dessa forma, considere h(r) = 2 max{1, 4 Lip(γ)}r. Ora,
h(r) ≤ hx
hx
⇔ r≤
2 max{1, 4 Lip(γ)}
hx
⇔ r≤ .
8 Lip(γ)
rx hx rx
De (60) temos que < . Então para h(r) = 2 max{1, 4 Lip(γ)}r, e r < , o
2 8 Lip(γ) 2
cilindro C(x, r, h(r)) ⊂ C(x, rx , hx ) e contém B(x, r). Defina então, C(r) := C(x, r, h(r)).
188
h(r) rx
Agora seja 0 < ε < e r < . Defina para cada y ∈ ∂U ∩ C(r)
2 2
e
C0,ε (r) := {y ∈ U; γ(y 0 ) < yn < γ(y 0 ) + ε}.
sequência,
fk −→ f em L1 (U),
1 n−1
Tfk −→ Tf em L (∂U; H ),
fk −→ f Ln -q.t.p.,
Tfk −→ Tf Hn−1 -q.t.p.,
||Dfk ||(U) −→ ||Df||(U).
Pelo Lema de Fatou, podemos concluir que
Z Z
|Tf − fε | dH n−1
= lim inf |Tfk − fk (y 0 , γ(y 0 ) + ε)| dHn−1
∂U∩C(r) ∂U∩C(r) k→∞
Z
≤ lim inf |Tfk − fk (y 0 , γ(y 0 ) + ε)| dHn−1
k→∞ ∂U∩C(r)
≤ lim inf C||Dfk ||(C0,ε (r)) por (57)
k→∞
≤ lim C||Dfk ||(U ∩ C(r))
k→∞
= C||Df||(U ∩ C(r)),
Dessa forma
∂γ
1 0 ··· 0 ∂x1
∂γ
0 1 ··· 0 ∂x1
.. .. .. ..
Dϕ ◦ Dϕt = ..
.
. . . .
∂γ
0 0 ··· 1 ∂xn−1
∂γ ∂γ ∂γ
∂x1 ∂x2
··· ∂xn−1
0
(n×n)
X
n
det(Dϕ ◦ Dϕt ) = (−1)1+j anj det(Mj ),
j=1
onde {anj }nj=1 são os elementos da última linha da matriz Dϕ ◦ Dϕt . É de fácil verificação
∂ϕ
que det(Mj ) = (−1)1+j se j = 1, 2, . . . , n − 1 e det(Mn ) = 1. Logo,
∂xj
X
n−1
∂γ ∂γ
t
det(Dϕ ◦ Dϕ ) = (−1)1+j (−1)1+j
j=1
∂xj ∂xj
X
n−1
∂γ
2
2(1+j)
= (−1)
j=1
∂xj
= |Dγ|2 .
Daı́,
|Dγ(y)|2 = |Dγ(y)|.
p
Jϕ(y) =
Então,
λ = [Tf(y 0 , γ(y 0 )) − f(y)](Jϕ(y) − 1).
Dessa forma,
Z Z Z
|Tf(y , γ(y )) − f(y)| dy =
0 0
|Tf(y , γ(y )) − f(y) + λ| dy +
0 0
|λ| dy
B(x,r)∩U B(x,r)∩U B(x,r)∩U
Z
= |Tf(y 0 , γ(y 0 )) − f(y)||Jϕ(y)| dy
ZB(x,r)∩U
+ |Tf(y 0 , γ(y 0 )) − f(y)||Jϕ(y) − 1| dy
ZB(x,r)∩U
≤ |Tf(y 0 , γ(y 0 )) − f(y)||Jϕ(y)| dy
ZB(x,r)∩U
+ |Tf(y 0 , γ(y 0 )) − f(y)||Jϕ(y)| dy
B(x,r)∩U
Z
= 2 |Tf(y 0 , γ(y 0 )) − f(y)||Jϕ(y)| dy.
B(x,r)∩U
Por fim,
Z Z
− |f(y) − Tf(x)| dy ≤ − |Tf(y 0 , γ(y 0 )) − f(y)| dy
B(x,r)∩U B(x,r)∩U
| {z }
(i)
Z
+ − |Tf(y 0 , γ(y 0 )) − Tf(x)| dy
B(x,r)∩U
| {z }
(ii)
q
onde C2 := (2 max{1, 4 Lip(γ)})2 + 4. Então, C(r) ⊂ B(x, rC2 ). Logo,
Z
C1 r||Df||(U ∩ B(x, rC2 ))
− |Tf(y 0 , γ(y 0 )) − f(y)| dy ≤ .
B(x,r)∩U Ln (B(x, r) ∩ U)
bn
n n−1
L (K) = α(n − 1) − α(n − 2)
an−1 n
(r sin(θ0 ))n
n−1
= α(n − 1) − α(n − 2)
( Lip(γ))n−1 n
= rn C 4 ,
1 1
≤ .
Ln (B(x, r) ∩ U) Ln (K)
Portanto,
Z
C1 r||Df||(U ∩ B(x, rC2 ))
− |f(y) − Tf(x)| dy ≤
B(x,r)∩∂U Ln (B(x, r) ∩ U)
Z
rC3
+ |Tf(y) − Tf(x)|dHn−1
L (B(x, r) ∩ U) ∂U∩B(x,r)
n
Portanto, Z
lim − |f(y) − Tf(x)| dy = 0,
r→0 B(x,r)∩∂U
e consequentemente Z
Tf(x) = lim − f(y) dy
r→0 B(x,r)∩∂U
Teorema 4.7. Seja U ⊂ Rn aberto limitado, com fronteira Lipschitz. Seja f1 ∈ BV(U) e
f2 ∈ BV(Rn − U). Defina
f1 (x) se x ∈ U,
f(x) =
f2 (x) se x ∈ Rn − U.
Então, f ∈ BV(Rn ) e
Z
||Df||(R ) = ||Df1 ||(U) + ||Df2 ||(R − U) +
n n
|Tf1 − Tf2 | dHn−1 .
∂U
Assim,
Z Z Z Z
n−1
f divϕ dx ≤ ϕ · d[Df1 ] +
n ϕ · d[Df 2 ] + (Tf1 − Tf2 )ϕ · ν dH
Rn
ZU Z
R −U ∂U
ϕ · σ1 d||Df1 || + ||
= n ϕ · σ 2 d||Df 2
ZU R −U
+ (Tf1 − Tf2 )ϕ · ν dHn−1
∂U
Z
= ||Df1 ||(U) + ||Df2 ||(R − U) +
n
|Tf1 − Tf2 | dHn−1 ,
∂U
onde ν é o vetor normal unitário exterior a ∂U. Daı́ tomando o supremo sobre as ϕ ∈
C1c (Rn ; Rn ) vem que
Z
||Df||(R ) ≤ ||Df1 ||(U) + ||Df2 ||(R − U) +
n n
|Tf1 − Tf2 | dHn−1 .
∂U
Portanto,
[Df1 ] em U,
[Df] =
[Df2 ] em Rn − U.
Em particular,
||Df||(U) = ||Df1 ||(U),
||Df||(Rn − U) = ||Df2 ||(Rn − U).
Dessa forma,
vem que
Z Z
n−1
(Tf1 − Tf2 )ϕ · ν dH = f divϕ dx
ZR Z Z
∂U n
= − ϕ · d[Df].
∂U
Por um lado,
Z Z Z Z
|Tf1 −Tf2 | dHn−1 .
n−1
n−1
ϕ·d[Df] = (Tf1 −Tf2 )ϕ·ν dH ≤ (Tf1 − Tf2 )ϕ · ν dH ≤
∂U ∂U ∂U ∂U
Z
Tal fato pode ser verificado, utilizando se de que ||g||L1 = sup gψ dy e
ψ∈L∞ Rn
||ψ||L∞ ≤1
da densidade das funções simples em Lp para todo 1 ≤ p ≤ ∞.
Portanto, Z
||Df||(∂U) = |Tf1 − Tf2 | dHn−1 .
∂U
196
Logo, Z
||Df||(R ) = ||Df2 ||(U) + ||Df2 ||(R − U) +
n n
|Tf1 − Tf2 | dHn−1 ,
∂U
fk −→ f Ln -q.t.p.,
||Dfk ||(Rn ) −→ ||Df||(Rn ).
Ora, pelo Lema de Fatou,
Z n−1
n
Z n−1
n
n n
|f| n−1 dx = lim inf |fk | n−1 dx
Rn Rn k→∞
Z n−1
n
n
≤ lim inf |f| n−1 dx
k→∞ Rn
" Z n−1 n
n n−1
# n−1
n
n
= lim inf |f| n−1 dx
k→∞ Rn
" Z n
n−1 # n−1
n
Corolário 4.1 (Desigualdade Isoperimetrica). Seja E ⊂ Rn um conjunto de perimetro
finito, então
1
(Ln (E))1− n ≤ C1 ||∂E||(Rn ).
Basta definir C2 := C1
Teorema 4.10. Para cada 0 < α ≤ 1, existe uma constante C3 > 0 tal que C3 = C3 (α),
||f||L n−1
n
(B(x,r))
≤ C3 ||Df||(B(x, r)),
Ln (B(x, r) ∩ {f = 0})
≥ α.
Ln (B(x, r))
198
Demonstração. Seja f ∈ BVloc (Rn ), suponha que exista 0 < α ≤ 1 tal que
Ln (B(x, r) ∩ {f = 0})
≥ α.
Ln (B(x, r))
||f||L n−1
n
(B(x,r))
≤ ||f − (f)x,r ||L n−1
n
(B(x,r))
||(f)x,r ||L n−1
n
(B(x,r))
≤ C2 ||Df||(B(x, r)) + ||(f)x,r ||L n−1
n
(B(x,r))
.
| {z }
(i)
1
||f||L n−1
n
(B(x,r))
≤ C2 ||Df||(B(x, r)) + (1 − α) n ||f||L n−1
n
(B(x,r))
h 1
i
⇒ ||f||L n−1
n
(B(x,r))
1 − (1 − α) n ≤ C2 ||Df||(B(x, r))
C2
⇒ ||f||L n−1
n
(B(x,r))
≤ 1 ||Df||(B(x, r))
1 − (1 − α) n
⇒ ||f||L n−1
n
(B(x,r))
≤ C3 ||Df||(B(x, r)),
C2
onde C3 := 1 .
1 − (1 − α) n
199
?
5.1 Diferenciabilidade Lp
?
5.1.1 Diferenciabilidade L1 para funções BV
Relembre que se f ∈ BVloc (Rn ) então associada está uma medida vetorial de
Radon,
[Df] = [Df]ac + [Df]s ,
[Df] = Ln
Df
+ [Df]s ,
quando r → 0.
Demonstração. Dada f ∈ BVloc (Rn ), observe que pelo que já fizemos para x ∈ Rn ,
Ln -q.t.p. Z
lim − |f(y) − f(x)| dy = 0 (por (2.27)) ,
Z
r→0 B(x,r)
Logo,
Z1
ε ε
f (y) = f (0) + Dfε (sy) · y ds
0
Z1
= f (0) + Df(0) · y + (Dfε (sy) − Df(0)) · y ds.
ε
0
Então, Z1
ε ε
f (y) − f (0) − Df(0) · y = (Dfε (sy) − Df(0)) · y ds.
0
Seja ϕ ∈ C1c (B(0, r)) com |ϕ| ≤ 1. Então multiplique a igualdade acima por
ϕ e tome a média com respeito a y em B(0, r). Logo,
Z Z Z1
ε ε
− ϕ(y)[f (y) − f (0) − Df(0) · y] dy = − ϕ(y) (Dfε (sy) − Df(0)) · y ds dy
B(0,r) B(0,r) 0
Z1 Z
= − ϕ(y)(Dfε (sy) − Df(0)) · y dy ds.
0 B(0,r)
Assim,
Z Z1 Z
ε ε
− ϕ(y)[f (y) − f (0) − Df(0) · y] dy = − ϕ(y)(Dfε (sy) − Df(0)) · y dy ds
B(0,r) 0 B(0,r)
Z1 Z
1 z
ε
= − ϕ (Df (z) − Df(0)) · z dz ds
0 s B(0,rs) s
Z1 Z
1 z
= − ϕ Dfε (z) · z dz
0 s B(0,rs) s
Z z
− − ϕ Df(0)) · z dz ds
B(0,rs) s
Z1
1 hε (s)
=
s L (B(0, rs))
n
Z0 z
− − ϕ Df(0)) · z dz ds,
B(0,rs) s
Z z
onde hε (s) := ϕ Dfε (z) · z dz. Temos a intenção de utilizar o Teorema da
B(0,rs) s
201
Assim,
Z Z
nrs z−y
|hε (s)| ≤ η d||Df||(y) dz
εn B(0,rs) B(0,rs+ε) ε
Z Z
nrs z−y
≤ η dz d||Df||(y)
εn B(0,rs+ε) B(0,rs)∩B(y,ε) ε
Z Z
nrs
≤ dz d||Df||(y)
εn B(0,rs+ε) B(0,rs)∩B(y,ε)
Z
nrs
= n
Ln (B(0, rs) ∩ B(y, ε)) d||Df||(y)
ε B(0,rs+ε)
Z
nrs2n min{(rs)n , εn }
≤ d||Df||(y)
εn B(0,rs+ε)
nrs2n min{(rs)n , εn }
≤ ||Df||(B(0, rs + ε)).
εn
Observe que para r, ε > 0 suficientemente pequenos, existe uma constante C > 0 tal que
Pois,
||Df||(B(0, rs + ε))
lim = β ≥ 0.
r,ε→0 (rs + ε)n
Em particular, para δ = 1 existe r0 , ε0 tais que para todo r < r0 e ε < ε0 ,
||Df||(B(0, rs + ε))
n
− β < 1.
(rs + ε)
Então,
||Df||(B(0, rs + ε))(rs + ε)n < (1 + β)(rs + ε)n
nrs2n min{(rs)n , εn }C
|hε (s)| ≤ (rs + ε)n onde C := 1 + β e r, ε << 1
εn
C1 rs min{(rs)n , εn }
= (rs + ε)n ,
εn
onde C2 := 2n C1 .
|hε (s)|
Logo, n+1 é controlado por uma função integrável com respeito s em [0, 1].
s
Portanto, passando o limite com ε −→ 0 temos pelo Teorema da Convergência Dominada
que
Z
− ϕ(y)[f(y) − f(0) − Df(0) · y] dy
B(0,r)
Z1 Z
= lim − ϕ(y)(Dfε (sy) − Df(0)) · y dy ds
ε→0 0 B(0,r)
Z1 Z
1 hε (s) z
= lim −− ϕ Df(0)) · z dz ds
ε→0 0 s Ln (B(0, rs)) B(0,rs) s
Z1 Z
1 h(s) z
= −− ϕ Df(0)) · z dz ds
0 s L (B(0, rs))
n s
B(0,rs)
Z1 Z
1 z
= − ϕ (Df(z) − Df(0)) · zdz
0 s B(0,rs) s
Z z
+ − ϕ z · d[Df]s ds
B(0,rs) s
Z 1 Z
1 z
≤
s − ϕ (Df(z) − Df(0)) · zdz ds
0 B(0,rs) s
Z1 Z
1 z
+ − ϕ z · d[Df]s ds
0 s B(0,rs) s
Z1 Z Z
1
≤ − |Df(z) − Df(0)||z|dz + − |z|d|[Df]s | ds
0 s B(0,rs) B(0,rs)
Z1 Z
|[Df]s |(B(0, rs))
≤ r − |Df(z) − Df(0)| dz + ds
0 B(0,rs) α(n)(rs)n
Zr Z Zr
|[Df]s |(B(0, t))
= − |Df(z) − Df(0)| dz dt + dt.
α(n)tn
0 B(0,t)
| {z }
0
| {z }
(i) (ii)
Olhando para (i) e (ii) como funções de t, temos por (61), ambas são contı́nuas
em t = 0. Logo, pelo Teorema da Diferenciação de Lebesgue-Besicovitch, segue que
Zr Z Zr
|[Df]s |(B(0, t))
− |Df(z) − Df(0)| dz dt + dt = o(r)
0 B(0,t) 0 α(n)tn
quando r −→ 0. Portanto,
Z
− ϕ(y)[f(y) − f(0) − Df(0) · y] dy = o(r)
B(0,r)
quando r −→ 0, para toda ϕ ∈ C1c (B(0, r)) com |ϕ| ≤ 1. Então, tomando o supremo nas
204
quando r −→ 0.
Por fim, defina f(y) := f(y) − f(0) − Df(0) · y, então,
Z 11? Z 11? Z 11?
1? 1? 1?
− |f(y)| dy ≤ − |f(y) − (f)0,r | dy + − |(f)0,r | dy
B(0,r) B(0,r) B(0,r)
1
≤ (Ln (B(0, r)))− 1? C2 ||Df||(B(0, r)) + |(f)0,r |
n−1
1 n
≤ C2 ||Df||(B(0, r)) + o(r) por (62)
α(n)rn
1
= C3 n−1 ||Df||(B(0, r)) +o(r),
r | {z }
(iii)
n−1
n
1
onde C3 := C2 .
α(n)
Agora trabalharemos para obter uma estimativa para (iii). Com efeito, seja
ϕ ∈ Cc (B(0, r)) e |ϕ| ≤ 1, então,
1
Z Z Z
f divϕ dy = (f(y) − f(0)) divϕ dy − (Df(0) · y) divϕ dy
B(0,r) B(0,r) B(0,r)
Z Z
= − ϕ · d[Df] − (Df(0) · y) divϕ dy
B(0,r) B(0,r)
Z Z Xn
∂f ∂ϕi
= − ϕ · d[Df] − (0)yi dy
B(0,r) B(0,r) i=1 ∂yi ∂yi
Z Z
= − ϕ · d[Df] + Df(0) · ϕ dy
B(0,r) B(0,r)
Z Z Z
= − ϕ · Df(y) dy − ϕ · d[Df]s + Df(0) · ϕ dy
B(0,r) B(0,r) B(0,r)
Z Z Z
≤ −
ϕ · Df(y) dy − ϕ · d[Df]s + Df(0) · ϕ dy
B(0,r) B(0,r) B(0,r)
Z Z
|ϕ||Df(y) − Df(0)| dy +
≤ ϕ · d[Df]s
ZB(0,r) B(0,r)
Portanto,
Z 11? Z
1? 1 |[Df]s |(B(0, r))
− |f(y)| dy ≤ C3 |Df(y) − Df(0)| dy + C3 + o(r).
B(0,r) rn−1 B(0,r) rn−1
?
5.1.2 Diferenciabilidade Lp para funções W 1,p , (1 ≤ p < n)
1,p
Teorema 5.2. Seja f ∈ Wloc (Rn ), para algum 1 ≤ p < n. Então, a menos de um
conjunto de medida Ln nula.
Z p1?
p?
− |f(y) − f(x) − Df(x) · (y − x)| dx = o(r)
B(x,r)
quando r → 0.
1,p
Demonstração. Dada f ∈ Wloc (Rn ) observe que para x ∈ Rn , Ln -q.t.p. tem se
Z
|f(y) − f(x)|p dy = 0 (por (2.27)) ,
lim −
Z
r→0 B(x,r)
(63)
|Df(y) − Df(x)|p dy = 0 (por (2.27)) .
lim −
r→0 B(x,r)
Seja x ∈ Rn tal que (63) seja safisfeito. A menos de uma isometria podemos
assumir que x = 0. Tome ϕ ∈ C1c (B(0, r)) tal que ||ϕ||Lp 0 (B(0,r)) ≤ 1, onde p1 + p10 = 1. Tal
0
ϕ existe pois dada ψ ∈ C1c (B(0, r)), claramente, ψ ∈ Lp (B(0, r)) então, defina ϕ := Cψ
onde C = (||ψ||Lp 0 (B(0,r)) )−1 . Por contrução, ||ϕ||Lp 0 (B(0,r))=1 . Tome y ∈ B(0, r) e tome
fε := ηε ∗f onde {ηε }ε>0 é o Mollifier canônico. Seja g : [0, 1] −→ R dada por g(t) = fε (yt).
Claramente, Z 1
g(1) = g(0) + g 0 (s) ds.
0
Então, Z1
fε (y) = fε (0) + Dfε (sy) · y ds.
0
Daı́, Z1
fε (y) − fε (0) − Df(0) · y = (Dfε (sy) − Df(0)) · y ds.
0
206
Multiplicando por ϕ e tomando a média com respeito a y em B(0, r), vem que
Z Z1 Z
− ϕ(y)(fε (y) − fε (0) − Df(0) · y) dy = − ϕ(y)(Dfε (sy) − Df(0)) · y dy ds.
B(0,r) 0 B(0,r)
Então,
Z
− ϕ(y)(fε (y) − fε (0) − Df(0) · y) dy
B(0,r)
Z1 Z
1 z
= − ϕ (Dfε (z) − Df(0)) · z dz ds
0 s B(0,r) s
Z1 Z
1 hε (s) z
= −− ϕ Df(0) · z dz ds,
0 s L (B(0, rs))
n s
B(0,r)
Z z
onde hε (s) := Dfε (z) · z dz. Assim, como no teorema anterior queremos
ϕ
s
B(0,r)
utilizar o Teorema da Convergência Dominada. Pelas propriedades da convolução com o
Mollifier canônico, temos que
Z z Z z
lim hε (s) = lim ϕ Dfε (z) · z dz = ϕ Df(z) · z dz.
ε→0 ε→0 B(0,r) s B(0,r) s
Assim,
Z
2n rs min{(rs)n , εn }
|hε (s)| ≤ |Df(y)| dy
εn B(0,rs+ε)
2n rs min{(rs)n , εn }
= ||Df||(B(0, rs + ε)), 1,p
(pois Wloc (Rn ) ⊂ Wloc
1,1
(Rn ))
εn
2n rs min{(rs)n , εn }
≤ C(rs + ε)n
εn
C1 rs min{(rs)n , εn }
= n
(rs + ε)n ,
ε
onde C1 := 2n C. Assim,
Zr Z p1
− pn0 1− n
r − |(Df(z) − Df(0))| dz p
dt = o(r p 0 )
0 B(0,t)
quando r −→ 0. Em particular,
Z
1− pn0
− ϕ(y)f(y) dy = o(r )
B(0,r)
quando r −→ 0, para toda ϕ ∈ C1c (B(0, r)) com ||ϕ||Lp 0 (B(0,r)) ≤ 1. Tomando o supremo
209
Portanto,
Z p1
− |f(y)| dy
p
= o(r)
B(0,r)
quando r −→ 0.
Por fim,
Z p1? Z p1? Z p1?
p? p? p?
− |f(y)| dy ≤ − |f(y) − (f)0,r | dy + − |(f)0,r | dy
B(0,r) B(0,r) B(0,r)
Z p1 Z
≤ Cr − |Df(y)| dy p
+− |f(z)| dz
B(0,r) B(0,r)
Z p1 Z p1
≤ Cr − |Df(y)| dy p
+ − |f(z)| dz)p
B(0,r) B(0,r)
Z p1
≤ Cr − |Df(y)| dy
p
+o(r).
B(0,r)
| {z }
(ii)
Iremos melhorar a estimativa para (ii). Seja ϕ ∈ C1c (B(0, r)) e fixe i ∈
{1, 2, . . . , n}. Então,
Z Z Z
∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
f(y) (y) dy = (f(y) − f(0)) (y) dy − Df(0) · y (y) dy
B(0,r) ∂yi B(0,r) ∂yi B(0,r) ∂yi
Z Z
∂f ∂f
= − (y)ϕ(y) dy + (0)ϕ(y) dy
B(0,r) ∂yi B(0,r) ∂yi
Z
∂f ∂f
= − (y) − (0) ϕ(y) dy.
B(0,r) ∂yi ∂yi
quando r −→ 0.
e
|f(y) − f(x) − L 0 (y − x)|
ap lim = 0.
y→x |y − x|
Note que
Dai,
|L(y − x) − L 0 (y − x)|
ap lim = 0.
y→x |y − x|
Doravante, seja T := L − L 0 pelo que já fizemos
|T (v)| |T (y − x)|
ap lim = ap lim = 0.
v→0 |v| y→x |y − x|
Então, para r0 ,
Ln (B(0, r0 ) ∩ {|T (v)| > ε|v|}) < εn α(n)rn0 .
Seja y ∈ Rn tal que |y| = r0 − εr0 , note que dado x ∈ B(y, εr0 ) então,
|x| ≤ |x − y| + |y| ≤ r0 ε + r0 − r0 ε = r0 .
Assim, B(y, r0 ε) ⊂ B(0, r). Em particular, existe z ∈ B(y r0 ε) tal que |T (z)| ≤ ε|z|. Do
contrário, isto é, se para todo z ∈ B(y, εr0 ), |T (v)| > ε|v|. Então,
Com isso,
α(n)rn0 εn = Ln (B(0, r0 ) ∩ {|T (v)| > ε|v|}) < α(n)rn0 εn .
Absurdo! Logo, seja z ∈ B(y, r0 ε), tal que |T (z)| ≤ ε|z|. Portanto,
Dessa forma,
T y ≤ (||T || + 1) ε ,
|y| 1−ε
para todo y ∈ ∂B(0, r0 − εr0 ). Temos que ∂B(0, 1) e ∂B(0, r0 − εr0 ) são homeomorfas.
Como existe x0 ∈ ∂B(0, 1) tal que |T (x0 )| = ||T ||, temos pelo homeomorfismo que existe
y0
um y0 ∈ ∂B(0, r0 − r0 ε) tal que x0 = . Então,
|y0 |
ε
||T || = |T (x0 )| ≤ (||T || + 1) ,
1−ε
|r(v)|
ap lim = 0.
v→0 |v|
Em particular,
|r(v)| |r(v)|
ap lim |r(v)| = ap lim |v| = ap lim ap lim |v| = 0.
v→0 v→0 |v| v→0 |v| v→0
Assim,
ap lim |f(x + v) − f(x)| ≤ ap lim |r(v)| + ap lim |apDf(x) · v| = 0.
v→0 v→0 v→0
|apDf(x) · (y − x)|
ap lim = 0.
y→x |y − x|
Fazendo r −→ 0 temos que (i) tende a zero, pela definição de derivada apro-
213
|apDf(x) · (y − x)|
ap lim = 0.
y→x |y − x|
Teorema 5.4. Seja f ∈ BVloc (Rn ). Então, f é aproximadamente diferenciável e apDf =
Df, a menos de um conjunto de medida Ln nula.
Demonstração. Seja x ∈ Rn tal que
Z
− |f(y) − f(x) − Df(x) · (y − x)| dy = o(r)
B(x,r)
Seja {rj }∞
j=1 ⊂ R tal que rj −→ 0, e a menos de uma subsequência podemos
pedir que para cada j = 1, 2, . . .
Ora,
Assim, r
γ
0<σ< n 1− .
4
Por outro lado, temos que
está contido em
Então,
quando y −→ x.
Teorema 5.5. Seja f ∈ Wloc 1,p
(Rn ) para algum n < p ≤ ∞. Então, f é diferenciável em
Rn a menos de um conjunto de medida Ln nula. Em particular, a derivada fraca é igual
a derivada clássica, Ln -q.t.p..
Demonstração. Note que podemos assumir que n < p < ∞. Pois, Wloc 1,∞ 1,p
(Rn ) ⊂ Wloc (Rn )
para todo 1 ≤ p ≤ ∞. Sabemos que dada f ∈ Wloc
1,p
(Rn ) para quase todo x ∈ Rn , a menos
de um conjunto de medida Ln nula, tem se
Z
lim − |Df(z) − Df(x)|p dz = 0.
r→0 B(x,r)
1,p
Note que g ∈ Wloc (Rn ), pois f também pertence e Df(x) é linear. Como
n < p < ∞, podemos utilizar a Desigualdade de Morrey. Com efeito, sejam x, y ∈ Rn ,
com x 6= y, então,
Z p1
1− n
|g(y) − g(x)| ≤ Cr p |Dg| dz
p
.
B(x,r)
com r := |y − x|
Como g(x) = 0 e Dg = Df − Df(x) temos que
Z p1
1− n
|f(y) − f(x) − Df(x) · (y − x)| ≤ Cr p |Df(z) − Df(x)| dz
p
.
B(x,r)
Então,
Z p1
|f(y) − f(x) − Df(x) · (y − x)| −n
≤ Cr p |Df(z) − Df(x)| dz
p
|y − x| B(x,r)
Z p1
= C1 − |Df(z) − Df(x)| dz
p
,
B(x,r)
e Z
C
ess sup |Df| ≤ − |f| dy.
B(x, 2r ) r B(x,r)
(ii) Se f ∈ C2 (Rn ) e é convexa então D2 f ≥ 0, isto é, matriz hessiana de f é não negativa
definida.
Demonstração. Primeiro mostraremos que f é localmente Lipschitz.
Afirmação: f é localmente limitada
Prova da Afirmação: Seja L > 0 e Q := [−L, L]n um cubo e {vk }2k=1 os vértices de Q.
n
Daı́,
sup f(x) ≤ maxn f(vk ).
Q 1≤k≤2
Então,
1 1
f(0) ≤ f(x) + f(−x)
2 2
1 1
≤ f(x) + max f(vk ).
2 2 1≤k≤2n
Logo,
f(x) ≥ 2f(0) − maxn f(vk ).
1≤k≤2
Portanto,
inf f(x) ≥ 2f(0) − maxn f(vk ).
Q 1≤k≤2
z := x + λ0 (y − x) ∈ ∂B(0, r),
em particular, z − x = λ0 (y − x) então,
|z − x|
λ0 = .
|y − x|
Dessa forma,
f(y) − f(x) ≤ C|y − x|,
Então,
f(x + λ(y − x)) − f(x)
≤ f(y) − f(x).
λ
Fazendo λ −→ 0
Df(x) · (y − x) ≤ f(y) − f(x).
Logo,
f(y) ≥ f(x) + Df(x) · (y − x), para todos x, y ∈ Rn . (65)
Agora seja B(x, r) ⊂ Rn , fixe z ∈ B(x, 2r . Note que B(z, 2r ) ⊂ B(x, r), de (65)
com C1 := 2n . Uma vez que Df(z) · (y − z) é harmônica. Por outro lado, seja ζ ∈ C∞ n
c (R ),
tal que spt(ζ) ⊂ B(x, r) e
0 ≤ ζ ≤ 1,
|Dζ| ≤ C ,
r
ζ = 1 em B(x, 2r ),
ζ = 0 em Rn − B(x, r).
ζ := ηε ∗ χB(x,ar) .
Por construção,
Dζ = Dηε ∗ χB(x,ar) .
e
1 x
Dηε = Dη .
εn+1 ε
Observe que
Z
|Dζ| ≤ |Dηε (x − y)| χB(x,ar) dy
Rn
Z
1 1 x − y
≤ Dη dy
ε Rn εn ε
Z
1
= |Dη (z)| dz
ε B(0,1)
C2
= ,
ε
R
onde C2 := |Dη (z)| dz.
B(0,1)
Agora trabalharemos para determinar a > 0. Para os nossos fins é necessário
impor que a < 1 e ε < r. Como spt(ζ) ⊂ B(0, e) + B(x, ar) = B(x, ar + ε). Sabemos
que ζ|B(x,ar−ε) = 1, uma vez que ε < r. Então, queremos que ar − ε = 2r . Daı́, vem que
220
ζ := η 6r ∗ χB(x 2r ) .
3
Em particular,
C3
|Dζ| ≤ .
r
onde C3 := 6C2 . E o spt(ζ) ⊂ B(x, 5r6 ) ⊂ B(x, r).
Sabendo disso, temos por (65) que
Note que
Z Z Xn
∂f
Df(y) · (z − y)ζ(y) dy = (zi − yi )ζ(y) dy
B(x,r) B(x,r) i=1 ∂yi
Xn Z
∂f
= (y)(zi − yi )ζ(y) dy
i=1 B(x,r) ∂y i
X n Z
∂ζ
= − f(y) (y)(zi − yi ) − ζ(y) dy
i=1 B(x,r) ∂y i
Z X n
∂ζ
= − f(y) (y)(zi − yi ) − nf(y)ζ(y) dy.
B(x,r) i=1 ∂yi
Z Z Z X
n
∂ζ
f(z)ζ(y) dy ≥ f(y)ζ(y) dy − f(y) (y)(zi − yi ) − nf(y)ζ(y) dy
B(x,r) B(x,r) B(x,r) i=1 ∂yi
Z X
n
∂ζ
= f(y)ζ(y) − (y)(zi − yi ) + nf(y)ζ(y) dy
f(y)
B(x,r) i=1
∂y i
Z "
Xn
#
∂ζ
= f(y) ζ(y) − (y)(zi − yi ) + nζ(y) dy
B(x,r) ∂y i
Z " n i=1
X ∂ζ
#
= f(y) − (y)(zi − yi ) + (n + 1)ζ(y) dy
B(x,r) i=1
∂yi
Z X ∂ζ
" n #
= − f(y) (y)(zi − yi ) − (n + 1)ζ(y) dy.
B(x,r) i=1
∂yi
onde C4 := C3 + n + 1. Então,
Z Z
f(z)ζ(y) dy ≥ −C4 |f(y)| dy.
B(x,r) B(x,r)
Logo, Z
f(z) ≥ −C4 − |f(y)| dy.
B(x,r)
Daı́ Z
f(z) ≥ −2 C4 − n
|f(y)| dy.
B(x,r)
222
Portanto, Z
sup |f(z)| ≤ C5 − |f(y)| dy.
B(x, 2r ) B(x,r)
n n ( r sin(θ)
2
)n ( 4r )n
L (K2 ) − L (K1 ) = C 6 − C6
(π − 2θ)n−1 (π − 2θ)n−1
sin(θ) n
!
r n
( ) − ( )
= rn C6 2 4
(π − 2θ)n−1
= rn C7 ,
sin(θ) n
n−1
( ) −( 4r )n
onde C6 := α(n − 1) − n
α(n − 2) e C7 := C6 2
(π−2θ)n−1
. Então,
Ln (Sz ) ≥ rn C7 .
Logo,
8
|D(z)| ≤ (f(y) − f(z))
r
8
≤ |f(y) − f(z)|.
r
Então,
ηε (z)f(z − (λx + (1 − λ)y) ≤ ληε f(z − x) + (1 − λ)ηε f(z − y).
224
Em particular,
Z Z Z
ηε (z)f(z − (λx + (1 − λ)y) dz ≤ λ ηε (z)f(z − x) dz + (1 − λ) ηε (z)f(z − y) dz,
Rn Rn Rn
ou seja,
fε (λx + (1 − λ)y) ≤ λfε (x) + (1 − λ)fε (y).
sup (|fε (y)| + r|Dfε (y)|) ≤ sup |fε (y)| + r sup |Dfε (y)|
B(x, 2r ) B(x, 2r ) B(x, 2r )
Z
≤ C10 − |fε (y)| dy,
B(x,r)
onde C10 := C5 + C9 .
Pelo fato de f ser localmente Lipschitz temos que sobre compactos fε converge
uniformemente para f quando fazemos ε −→ 0. Portanto, as mesmas estimativas valem
para f convexa. Isso prova (i).
Agora iremos provar (ii). Para isso, seja f ∈ C2 (Rn ) convexa, então, tome
x, y ∈ Rn distintos e defina β : [0, 1] −→ R, dado por β(t) = f(ty + (1 − t)y). Claramente
β ∈ C2 ([0, 1]). Então pelo Teorema Fundamental do Cálculo,
Z1
β(1) = β(0) + β 0 (t) dt
0
Z1
1
= β(0) + tβ (t) 0 − tβ 00 (t) dt (Integração por partes)
0
0
Z1
= β(0) + β 0 (1) − tβ 00 (t) dt
0
Z1 Z1
= β(0) + β (0) + β (y) dt − tβ 00 (t) dt
0 00
0 0
Z1
= β(0) + β 0 (0) + (1 − t)β 00 (t) dt.
0
Ora,
β(1) = f(y), β(0) = f(x),
β 0 (0) = Df(x) · (y − x),
00
β (t) = (y − x)T · D2 f(x + t(y − x)) · (y − x).
Então,
Z1
T
f(y) = f(x) + Df(x) · (y − x) + (y − x) · (1 − t)D2 f(x + t(y − x)) dt · (y − x).
0
225
Daı́
Z1
T
f(y) − f(x) − Df(x) · (y − x) = (y − x) · (1 − t)D2 f(x + t(y − x)) dt · (y − x).
0
para todo x, y ∈ Rn .
Assim, seja ξ ∈ Rn qualquer e escreva y = x + sξ onde s > 0. Então,
Z1
T
(sξ) · (1 − t)D2 f(x + tsξ) dt · sξ ≥ 0.
0
Então, Z1
T
ξ · D2 f(x + tsξ) dt · ξ ≥ 0.
0
para toda ϕ ∈ C2c (Rn ). Além disso, as medidas µii são não negativas, i = 1, 2, . . . .
Demonstração. Tome ξ ∈ Rn com |ξ| = 1. Seja f convexa e defina fε := f ∗ ηε . Pelo
teorema anterior fε é convexa e D2 fε ≥ 0.
Seja ϕ ∈ C2c (Rn ) com ϕ ≥ 0, então
n Z
X X n Z
∂2 ϕ
ε ∂2 fε
f ξi ξj dx = ϕ ξi ξj dx ≥ 0.
i,j=1 Rn ∂xi ∂xj i,j=1 Rn ∂x i ∂xj
Então,
n Z
X ∂2 ϕ
fε ξi ξj dx ≥ 0,
i,j=1 R
n ∂xi ∂xj
226
para todo ε > 0. Fazendo ε −→ 0 como f é localmente Lipschitz temos que fε converge
uniformemente para f então,
n Z
X ∂2 ϕ
f ξi ξj dx ≥ 0.
i,j=1 R
n ∂xi ∂xj
Logo, pelo Corolário do Teorema da Representação de Riesz temos que existe uma medida
µξ de Radon tal que Z
L(ϕ) = ϕ dµξ ,
Rn
X n
∂2 ϕ 1 ∂2 ϕ 1 ∂2 ϕ 1 ∂2 ϕ 1 ∂2 ϕ
ξk ξl = + + +
k,l=1
∂xk ∂xl 2 ∂xi ∂xi 2 ∂xi ∂xj 2 ∂xj ∂xi 2 ∂xj ∂xj
1 ∂2 ϕ ∂2 ϕ 1 ∂2 ϕ
= + +
2 ∂xi ∂xi ∂xi ∂xj 2 ∂xj ∂xj
1 ∂2 ϕ ∂2 ϕ ∂2 ϕ
= +2 + .
2 ∂xi ∂xi ∂xi ∂xj ∂xj ∂xj
Logo,
∂2 ϕ Xn
∂2 ϕ 1 ∂2 ϕ 1 ∂2 ϕ
= ξk ξl − − .
∂xi ∂xj k,l=1 ∂xk ∂xl 2 ∂xi ∂xi 2 ∂xj ∂xj
= ϕ dµij ,
Rn
∂f ∂f
,..., ∈ BVloc (Rn ).
∂x1 ∂xn
X n Z
∂2 ϕ i
= − f dx
i=1 R
n ∂xk ∂xi
Xn Z
= ϕi dµik
n
i=1 R
Xn
≤ ik
µ (V) < ∞.
i=1
Z
L(ϕ) = ϕ · Σ d||D2 f||.
Rn
||D2 f|| Σ ||D2 f|| Σ
...
11 1n
2
.. ... ..
[D f] =
. .
.
||D f|| Σ ||D f|| Σnn
2
2
...
n1 n×n
= ψ · Σ d||D2 f||
ZR
n
Então, Z Z Z
ij 2
ϕ d||D2 f|| Σ ,
ϕ dµ = ϕΣij d||D f|| =
ij
Rn Rn Rn
para toda ϕ ∈ C2c (Rn ). Portanto, µij = d||D2 f|| Σ .
ij
Por outro lado, dado V ⊂ Rn aberto, definimos
n Z
X ∂f 2
||D2 f||(V) = sup divϕi dx; ϕ ∈ C2c (V; Rn ), |ϕ| ≤ 1
i=1 V
∂xi
∂2 f
= µij i, j = 1, 2, . . . , n.
∂xi ∂xj
Então pelo Teorema da Decomposição de Lebesgue,
µijac = Ln
fij
,
e
µ11 ... µ1n
.ac ...
ac
..
[D2 f]ac =
.
. .
µn1
ac ... µnn
ac n×n
e
µ11
s ... µ1n
s
2
.. .. ..
[D f]s = .
. .
.
µn1
s ... nn
µs
n×n
2
Assim, [D2 f] = [D2 f]ac + [D2 f]s = L n
D2 f
+ [D2 f]s onde D2 f ∈ L1loc (Rn ; Rn ) é
a densidade com respeito a Ln .
Exemplo: Para ilustrar, seja f : R −→ R dada por
x2 , se x > 0
f(x) =
0, se x ≤ 0.
e
2, se x > 0
f 00 (x) =
0, se x ≤ 0.
Então, seja ϕ ∈ C1c (R), dessa forma, usando a integração por partes
Z Z∞ Z∞
0 0 0
f (x)ϕ (x) dx = 2xϕ (x) dx = − 2ϕ(x) dx
R 0 0
e
2 ... 0
2
. .. ..
D f(x) = ..
. .
,
0 ... 0
n×n
e para i = 2, 3 . . . , n,
Z
∂f
divϕ dx = 0.
Rn ∂xi
||D2 f|| = Ln
D2 f
.
231
1
|f(y) − f(x) − Df(x) · (y − x) − (y − x)T · D2 f(x) · (y − x)| = o(|y − x|2 )
2
Então,
Z1
1
f (y) − f (0) − Df (0) · y − yT · D2 f(0) · y = yT ·
ε ε ε
(1 − s)(D2 fε (sy) − D2 f(0)) ds · y.
2 0
Tome ϕ ∈ C2c (B(0, r)) com |ϕ| ≤ 1. Multiplique a estimativa acima por ϕ e
232
hε (s)
Agora precisamos mostrar que é limitado. Com efeito,
sn+2
Z z
|hε (s)| =
T 2 ε
ϕ z · D f (z) · z dz
B(0,rs) s
Z
T
≤ z · D2 fε (z) · z dz
B(0,rs)
Z X ∂2 fε
n
≤ (z)zi zj dz
B(0,rs) i,j=1 ∂zi ∂zj
Z
2 ε
≤ (rs)2 D f (z) dz
B(0,rs)
Z Z
= (rs)2
D 2
η ε (z − y)f(y) dy dz
B(0,rs) B(0,rs+ε)
Z Z
(rs)2
z−y 2
= η d[D f] dz
εn B(0,rs) B(0,rs+ε) ε
Z X
n Z
(rs)2
z−y 2
= η Σij d||D f||(y)eij dz
ε n ε
B(0,rs) i,j=1 B(0,rs+ε)
Z Z
(rsn)2
z−y
≤ n
η d||D2 f||(y) dz
ε B(0,rs) B(0,rs+ε) ε
2 Z Z
(rsn) z−y
= η dz d||D2 f||(y)
εn B(0,rs+ε) B(0,rs)∩B(y,ε) ε
2 Z
(rsn)
≤ Ln (B(0, rs) ∩ B(y, ε)) d||D2 f||(y)
εn B(0,rs+ε)
2n (rsn)2
≤ n
min{εn , (rs)n }||D2 f||(B(0, rs + ε)).
ε
(rs)2 C
|hε (s)| ≤ min{εn , (rs)n }(rs + ε)n , C := (1 + β)2n n2 .
εn
234
Dessa forma,
Note que por (67), (i) e (ii) são contı́nuas em t = 0. Ainda por (67) vem que
ambas integrais são o(r2 ) quando r −→ 0. Então,
Z
1 T
− ϕ(y) f(y) − f(0) − Df(0) · y − y · D f(0) · y dy = o(r2 )
2
B(0,r) 2
quando r −→ 0, para toda ϕ ∈ C2c (B(0, r)) e |ϕ| ≤ 1. Então, tomando o supremo sobre
essas ϕ, vem que
Z
1
f(y) − f(0) − Df(0) · y − y · D f(0) · y dy = o(r2 )
T 2
−
B(0,r)
2
quando r −→ 0.
Defina f : Rn −→ R dada por
1
f(y) := f(y) − f(0) − Df(0) · y − yT · D2 f(0) · y.
2
Z
C
sup |Df| ≤ − |f| dy + Cr
B(0, 2r ) r B(0,r)
com r > 0.
Prova da Afirmação: Seja Λ := |D2 f(0)| e defina g : Rn −→ R dada por g(y) =
f(y) + Λ2 |y|2 . Claramente, g é convexa. Então pelo primeiro teorema dessa seção,
Z
C1
sup |Dg| ≤ − |g| dy.
B(0, 2r ) r B(0,r)
Λ
Como 2
≥ 0, temos que
sup |Df| ≤ sup |Dg|.
B(0, 2r ) B(0, 2r )
Então,
Z
C1
sup |Df| ≤ − |g| dy
B(0, 2r ) r B(0,r)
Z Z
C1 C1 Λ 2
≤ − |f| dy + − |y| dy
r B(0,r) r B(0,r) 2
Z Z
C1 C1 Λ 2
≤ − |f| dy + − r dy
r B(0,r) r B(0,r) 2
Z
C1 Λ
≤ − |f| dy + C1 r
r B(0,r) 2
Z
C2
≤ − |f| dy + C2 r,
r B(0,r)
Z
L ({z ∈ B(0, r); |f(z)| ≥ εr |}) =
n 2
1 dz
B(0,r)∩{|f|≥εr2 }
Z
1
≤ |f| dz
εr2 B(0,r)∩{|f|≥εr2 }
Z
1
≤ |f| dz
εr2 B(0,r)
Z
Ln (B(0, r))
= − |f| dz.
εr2 B(0,r)
R
Pelo que já fizemos 1−
r2 B(0,r)
|f| dz −→ 0, quando r −→ 0, dessa forma, para η existe um
237
Agora note que para 0 < r < r0 vem que para cada y ∈ B(0, 2r ) existe z ∈ B(0, r) tal que
e
1
|y − z| ≤ η n r.
Suponha por absurdo que exista y0 ∈ B(0, 2r ) tal que para todo z ∈ B(0, r), |f(z)| ≥ εr2 e
1
|y0 − z| ≤ η n r então,
1
B y0 , η n r ⊂ B(0, r) ∩ {|f| ≥ εr2 }.
Logo,
1
1 n
Ln ({z ∈ B(0, r); |f(z)| ≥ εr2 |}) ≥ Ln B y0 , η n r = α(n) η n r = ηLn (B(0, r)).
Absurdo!
1
Assim, tomemos y ∈ B(0, 2r ) e z ∈ B(0, r) tal que |f(z)| < εr2 e |y − z| ≤ η n r.
Então,
1
Escolhendo η de modo que η n 4C2 = ε, então,
ρK (δ) −→ 0
1
r(x) = min{1, dist(x, C)}
20
239
Pelo Teorema da Cobertura de Vitali, existe uma famı́lia de bolas disjuntas {B(xj , r(xj ))}∞
j=1
tal que
∞
[
U⊂ B(xj , 5r(xj )).
j=1
5
|x − xj0 | ≤min{1, dist(xj0 , C)}
20
1
≤ dist(xj0 , C)
4
1
< dist(xj0 , C)
2
1
≤ |x − xj0 |.
2
∞
[
U= B(xj , 5r(xj )).
j=1
1 r(x)
Afirmação: Card(Sx ) ≤ (129)n e ≤ ≤ 3 se xj ∈ Sx .
3 r(xj )
Prova da Afirmação: Fixe x ∈ U e tome xj ∈ Sx então,
Como a função t 7−→ min{a, t} para t ∈ R e a uma constante real, é Lipschitz com
240
1
|r(x) − r(xj )| = | min{1, dist(x, C)} − min{1, dist(xj , C)}|
20
1
≤ | dist(xj , C) − dist(x, C)|
20
1
≤ |xj − x|
20
1
≤ (|xj − y| + |y − x|), onde y ∈ B(x, 10r(x)) ∩ B(xj , 10r(xj ))
20
1
≤ (r(x) + r(xj ))
2
1 1
= r(x) + r(xj ).
2 2
Então,
1 1
r(x) − r(xj ) ≤r(x) + r(xj )
2 2
1 1
⇒ r(x) − r(x) ≤ r(xj ) + r(xj )
2 2
1 3
⇒ r(x) ≤ r(xj )
2 2
⇒ r(x) ≤ 3r(xj ) (68)
1 1
r(xj ) − r(x) ≤ r(x) + r(xj )
2 2
1 1
⇒ r(xj ) − r(xj ) ≤ r(x) + r(xj )
2 2
1 3
⇒ r(xj ) ≤ r(x)
2 2
⇒ r(xj ) ≤ 3r(x). (69)
r(x) 3r(xj )
≤ =3
r(xj ) r(xj )
e
r(x) r(x) 1
≥ = .
r(xj ) 3r(x) 3
Portanto,
1 r(x)
≤ ≤ 3,
3 r(xj )
para xj ∈ Sx .
241
Por outro lado, seja y ∈ B(xj , r(xj )) e z ∈ B(x, 10r(x)) ∩ B(xj , 10r(xj )),
|x − y| ≤ |x − xj | + |xj − y|
≤ |x − xj | + r(xj )
≤ |x − z| + |z − xj | + r(xj )
≤ 10r(x) + 10r(xj ) + r(xj )
= 10r(x) + 11r(xj )
≤ 10r(x) + 11(3r(x)) (por (69))
= 43r(x).
Então,
B(xj , r(xj )) ⊂ B(x, 43r(x))
Assim,
Card(Sx ) ≤ (43)n 3n = (129)n .
fato, sabemos que spt(ηε ) ⊂ (−(a + ε), a + ε) e pela escolha do ε, µ|(−a+ε,a−ε) = 1. Como
queremos a − ε = 1 vem que ε = a − 1 > 0. Daı́, a > 1, por outro lado queremos a < 2.
Então tomemos a = 23 e então, ε = 12 . Assim, temos que spt(µ) ⊂ (−2, 2), portanto,
defina
1 em (−∞, 1].
µ := η 1 ∗ χ(− 3 , 3 ) em (1, 2).
2 2 2
0 em [2, ∞).
Agora defina para cada j = 1, 2, . . . e x ∈ Rn
|x − xj |
uj (x) = µ .
5r(xj )
|x − xj |
∂uj 1 (x − xj ) · ei
(x) = µ 0 .
∂xi 5r(xj ) 5r(xj ) |x − xj |
O problema que poderia haver é quando x −→ xj , contudo não ocorre pois, a derivada de
µ se anula, uma vez que µ = 1 em (−∞, 1]. Além disso, 0 ≤ uj ≤ 1, para cada j. Observe
também que se x ∈ B(xj , 5r(xj)) então,
|x − 5xj | 5r(xj )
≤ = 1.
5r(xj ) 5r(xj )
Então, para todo x ∈ B(xj , 5r(xj )) uj (x) = 1. De maneira similar, vem que se x ∈
Rn − B(xj , 10r(xj )) então,
|x − xj | 10r(xj )
≥ = 2.
5r(xj ) 5r(xj )
Logo, para todo x ∈ Rn − B(xj , 10r(xj )), uj (x) = 0. Então, temos para cada j,
∞
uj ∈ C , 0 ≤ uj ≤ 1,
uj = 1 em B(xj , 5r(xj )),
uj = 0 em Rn − B(xj ), 10r(xj ).
Xn
|x − xj |
1 (x − xj ) · ei
0
Duj (x) = µ ei .
i=1
5r(xj ) 5r(xj ) |x − xj |
Xn
0 |x − xj |
1 (x − xj ) · ei n||µ 0 ||L∞ (R)
3n||µ 0 ||L∞ (R) C
|Duj (x)| ≤ µ ≤ ≤ = ,
i=1
5r(x j) 5r(x j) |x − x j|
5r(x j) 5r(x) r(x)
243
X
∞
σ(x) := uj (x).
j=1
|y − xj | 10r(xj )
> = 2.
5r(xj ) 5r(xj )
X ∞
(129)n C C1
|Dσ(x)| = uj (x) ≤ = ,
j=1
r(x) r(x)
com C1 := (129)n C.
Seja νj : U −→ R, j = 1, 2, . . . , dada por,
uj (x)
νj (x) := .
σ(x)
244
X
∞ X
∞
uj (x)
νj (x) = =1
j=1 j=1
σ(x)
e
Duj Dσ
Dvj = − uj 2 .
σ σ
Então,
Duj (x) Dσ(x)
|Dvj (x)| = ≤ |Duj (x)| + |Dσ(x)| ≤ C2 ,
+ uj (x)
σ(x) (σ(x))2 r(x)
com C2 := C + C1 . Logo, ∞
X
νj = 1 em U,
Xi=1
∞
Dνj = 0 em U,
i=1
C
|Dvj (x)| ≤ 2 .
r(x)
Ressaltamos ainda que spt(νj ) ⊂ B(xj , 10r(xj )) e 0 ≤ ν ≤ 1, portanto, a famı́lia {νj }∞
j=1 é
uma partição da unidade de U.
Doravante, seja para cada j, sj ∈ C tal que
quando δ −→ 0.
Por outro lado, se x ∈ K, então,
Em particular,
|f(x) − f(a) − d(a) · (x − a)| = o(|x − a|),
quando x −→ a em C.
246
1 1 1
r(x) = min{1, dist(xj , C)} = dist(x, C) ≤ |x − a|.
20 20 20
Logo, para xj ∈ Sx
|a − sj | ≤ |a − xj | + |xj − sj |
= |a − xj | + dist(xj , C)
≤ 2|a − xj |
≤ 2(|a − x| + |x − xj |)
≤ 2(|x − a| + 10(r(x) + r(xj ))
≤ 2(|x − a| + 10(r(x) + 3r(x)), (r(xj ) ≤ 3r(x))
≤ 2(|x − a| + 40r(x)
1
≤ 2(|x − a| + 40 |x − a|) = 6|x − a|.
20
247
Como,
|b − a| ≤ |b − x| + |x − a|
≤ dist(x, C) + |x − a|
≤ 2|x − a|.
Temos que
|Df(x) − Df(a)| ≤ |Df(x) − d(b)| + ϕ(2|x − a|).
248
|Df(x) − d(b)|
X
=
Dν j (x)[f(s j ) + d(s j ) · (x − sj )] + ν j (x)d(s j ) − d(b)
xj ∈Sx
X
=
Dν j (x)[f(s j ) + d(s j ) · (x − sj )] + ν j (x)[d(s j ) − d(b)]
xj ∈Sx
X X X
=
Dνj (x)[f(sj ) + d(sj ) · (x − sj )] − Dνj (x)f(b) + νj (x)[d(sj ) − d(b)]
xj ∈Sx xj ∈Sx xj ∈Sx
X X
≤
Dνj (x)[f(sj ) + d(sj ) · (x − sj ) − f(b)] + νj (x)[d(sj ) − d(b)]
xj ∈Sx xj ∈Sx
X X
=
Dν j (x)[f(s j ) + d(sj ) · (x − b + b − s j ) − f(b)] +
ν j (x)[d(s j ) − d(b)]
xj ∈Sx xj ∈Sx
X
=
Dν j (x)[f(s j ) − f(b) + d(s j ) · (x − b) + d(s j ) · (b − s j )]
xj ∈Sx
X
+
νj (x)[d(sj ) − d(b)]
xj ∈Sx
X X
≤
Dνj (x)[f(sj ) − f(b) + d(sj ) · (b − sj )] + Dνj (x)d(sj ) · (x − b)
xj ∈Sx xj ∈Sx
X
+
ν j (x)[d(s j ) − d(b)]
xj ∈Sx
X
=
Dν j (x)[f(s j ) − f(b) + d(s j ) · (b − s j )]
xj ∈Sx
X
+
Dνj (x)[d(sj ) · (x − b) − d(b)(x − b)]
xj ∈Sx
X
+
νj (x)[d(sj ) − d(b)] .
xj ∈Sx
249
Logo,
|Df(x) − d(b)|
X X
≤ Dνj (x)[f(sj ) − f(b) + d(sj ) · (b − sj )] + Dνj (x)[(d(sj ) − d(b))(x − b)]
xj ∈Sx xj ∈Sx
X
+ νj (x)[d(sj ) − d(b)]
xj ∈Sx
X X
≤ |Dνj (x)[f(sj ) − f(b) + d(sj ) · (b − sj )]| + |Dνj (x)[(d(sj ) − d(b))(x − b)]|
xj ∈Sx xj ∈Sx
X
+ |νj (x)[d(sj ) − d(b)]|
xj ∈Sx
C2 X X
≤ |[f(sj ) − f(b) + d(sj ) · (b − sj )]| + |d(sj ) − d(b)||x − b|
r(x) x ∈S xj ∈Sx
j x
X
+ |d(sj ) − d(b)|
xj ∈Sx
C2 X X X
≤ ϕ(|b − sj |)|b − sj | + ϕ(|b − sj |)|x − b| + ϕ(|b − sj |).
r(x) x ∈S x ∈S x ∈S
j x j x j x
1 1 ε
r(x) = min{1, dist(x, C)} = |b − a| ≤
20 20 20
3ε 3ε
r(xj ) ≤ 3r(x) ≤ < .
20 10
Como
1 3ε
r(xj ) = min{1, dist(xj , C)} < < 1.
20 10
Então, r(xj ) = 1
20
dist(xj , C) = 1
|x
20 j
− sj |. Dessa forma,
|b − sj | ≤ |b − x| + |x − sj |
≤ |b − x| + |x − xj | + |xj − sj |
≤ 20r(x) + 10(r(x) + r(xj )) + 20r(xj )
≤ 20r(x) + 10r(x) + 30r(x) + 60r(x)
= 120r(x)
1
= 120 |b − x| = 6 dist(x, C) ≤ 6|x − a|.
20
250
Portanto,
|Df(x) − d(b)|
C2 X X X
≤ ϕ(|b − sj |)|b − sj | + ϕ(|b − sj |)|x − b| + ϕ(|b − sj |)
r(x) x ∈S x ∈S x ∈S
j x j x j x
C2 X X
= (|b − sj | + |x − b|) ϕ(|b − sj |) + ϕ(|b − sj |)
r(x) x ∈S x ∈S
j x j x
C2 X X
≤ 7|x − b| ϕ(|b − sj |) + ϕ(|b − sj |)
r(x) xj ∈Sx xj ∈Sx
X
C2
= 7|x − b| + 1) ϕ(|b − sj |)
r(x) xj ∈Sx
X
C2
≤ 7ε + 1) ϕ(|b − sj |) (|x − b| ≤ |x − a| ≤ ε)
r(x) xj ∈Sx
X
20C2 ε
≤ 7ε + 1) ϕ(|b − sj |) (r(x) ≤)
ε xj ∈Sx
20
X
= (20C2 7 + 1)) ϕ(|b − sj |) (70)
xj ∈Sx
onde C4 := C3 + 1. Então,
|Df(x) − Df(a)| = o(1)
Teorema 5.11. Seja f : Rn −→ R Lipschitz. Então para cada ε > 0 existe uma função
C1 , f : Rn −→ R tal que
e
sup |Df| ≤ C Lip(f),
Rn
∞
[ X
∞
n n
L (A − B) = L ( Aj − Kj ) ≤ Ln (Aj − Kj ) ≤ ε,
j=1 j=1
e
f(y) − f(x) − d(x) · (y − x)
R(y, x) :=
|y − x|
e definamos também,
1
ηk (x) := sup |R(y, x)|; y ∈ B, 0 < |x − y| ≤ .
k
ηk (x) −→ 0
quando k −→ ∞.
Por construção ηk é mensurável. Então usando o Teorema de Lusin como
anteriormente existe um conjuto C ⊂ B fechado tal que ηk |C é contı́nua e Ln (B − C) ≤ ε.
Em particular,
ηk (x) −→ 0 uniformemente em cada compacto K ⊂ C. Então, seja
1
ρK := sup ηk (x).
j K
252
Assim, tenha em vista f|C e d|C , pelo que foi visto, estamos nas hipóteses do
Teorema da extensão de Whitney. Então, existe uma função C1 , f : Rn −→ R, tal que
f = f em C e Df(a) = d(a) = Df(a) para todo a ∈ C. Note que
Rn − C = B − C ∪ Rn − B = B − C ∪ A − B ∪ Rn − A.
ϕK (δ) ≤ 3 Lip(f)
Daı́,
sup |Df| ≤ C4 Lip(f).
Rn
253
Teorema 5.12. Seja f ∈ BV(Rn ). Então, para cada ε > 0 existe uma função Lipschitz
f : Rn −→ R, tal que
Ln ({x ∈ Rn ; f(x) 6= f(x)}) ≤ ε.
α(n)5n
Afirmação: Ln (Rn − Rλ ) ≤ ||Df||(Rn ).
λ
Prova da Afirmação: Note que para cada x ∈ Rn − Rλ existe rx > 0 tal que
||Df||(B(x, rx ))
> λ.
rnx
Então,
sup rx < +∞.
x∈Rn −Rλ
Dessa forma, pelo Teorema da Cobertura de Vitali existe uma famı́lia de bolas {B(xi , rxi )}∞
i=1
disjuntas de {B(x, rx )}x∈Rn −Rλ tais que
∞
[
Rn − Rλ ⊂ B(xi , 5rxi ).
i=1
254
Assim,
X
∞
n n λ n
L (R − R ) ≤ 5 α(n) rnxi
i=1
X ∞
||Df||(B(xi , rxi ))
n
≤ 5 α(n)
i=1
λ
∞
!
5n α(n) [
= ||Df|| B(xi , rxi )
λ i=1
5n α(n)
= ||Df|| (Rn ) .
λ
1
onde C := n−1 .
(α(n)) n
Em particular, para cada k
Z
(f)x, 2k+1 − (f)x, rk = − f(y) dy − (f)x, rk
r
2 r
B(x, k+1 2
)
Z 2
≤ − f(y) − (f)x, rk dy
r 2
B(x, )
2k+1
Z
1
≤ f(y) − (f)x, 2k dy
r
r n
α(n) (2k+1 r
)n B(x, 2k )
Z
n
= 2 − f(y) − (f)x, 2k dy
r
r
B(x, )
2k
r
≤ C1 λ ,
2k
255
onde C1 := 2n C
Agora observe que para quase todo x ∈ Rλ , temos pelo Teorema da Diferen-
ciação de Lebesgue-Besicovitch, que
lim(f)x,r = f(x).
r→0
Com isso, seja x ∈ Rλ de modo que o limite acima seja safisfeito, então,
X
∞
C1 rλ X
∞
C1 rλ = ≥ |(f)x, r − (f) rk |
j=0
2k j=0
2k+1 2
X
N
= lim |(f)x, r − (f) rk |
N→∞ 2k+1 2
k=0
X
N
≥ lim ((f)x, k+1 − (f) k )
r r
N→∞ 2 2
k=0
= lim (f)x, 2r − (f)x,r + (f)x, r2 − (f)x, 2r + · · · + (f)x, N+1 − (f)x, rN
r
N→∞ 2 2 2
= lim (f)x, N+1 − (f)x,r
r
N→∞ 2
= |f(x) − (f)x,r | .
Portanto,
X
∞
|f(x) − (f)x,r | ≤ |(f)x, r − (f)x, rk | ≤ C1 λr.
2k+1 2
k=0
Note que existe um cubo Q contido em B(y, r) ∩ B(x, r) de diagonal r, em particular, seja
256
√
t o comprimento de sua aresta. Logo, r = nt, portanto, t = √r . Assim,
n
rn
√ n ≤ Ln (B(x, r) ∩ B(y, r)).
( n)
Então,
Z Z
1
|(f)x,r − (f)y,r | ≤ |f(z) − (f)x,r | dz + |f(z) − (f)y,r | dz
Ln (B(y, r) ∩ B(x, r)) B(x,r) B(y,r)
√ 1 Z Z
( n) n
≤ |f(z) − (f)x,r | dz + |f(z) − (f)y,r | dz
rn B(x,r) B(y,r)
Z Z
√ 1
= ( n) n α(n) − |f(z) − (f)x,r | dz + − |f(z) − (f)y,r | dz
B(x,r) B(y,r)
√ 1
≤ 2( n) α(n)Cλr
n
= C2 λr,
√ 1
onde C2 := 2( n) n α(n)C.
Dessa forma pelo que já estimamos
onde C3 = 2C + C2 .
Logo, para todos x, y ∈ Rλ , a menos de um conjunto de medida Ln nula, temos
que
|f(y) − f(x)| ≤ C3 λ|x − y|.
Ln (Z) ≤ Ln (Rn − A)
= Ln (Rλ − A ∪ Rn − Rλ )
≤ Ln (Rλ − A) + Ln (Rn − Rλ )
5n α(n)
≤ ||Df||(Rn ).
λ
5n α(n)||Df||(Rn )
Seja ε > 0 e defina λ := . Então, existe f : Rn −→ R Lipschitz tal que
ε
5n α(n)
Ln ({x ∈ Rn ; f(x) 6= f(x)}) ≤ ||Df||(Rn ) = ε.
λ
257
Corolário 5.2. Seja f ∈ BV(Rn ). Então, para cada ε > 0, existe f : Rn −→ R C1 tal que
Demonstração. Pelo teorema anterior segue que dado ε > 0, existe uma função f1 : Rn −→
R Lipschitz tal que
ε
Ln ({x ∈ Rn ; f(x) 6= f1 (x)}) ≤ .
2
Defina g := f − f1 então, note que {f = f1 } = {g = 0}. Então, para quase todo x ∈ {g = 0}
tem se que
apDg(x) = 0.
Daı́,
apDf(x) = apDf1 (x.)
ε
Ln ({x ∈ Rn ; f(x) 6= f1 (x) ou Df(x) 6= Df1 (x)}) ≤ Ln {x ∈ Rn ; f(x) 6= f(x)} ≤ .
| {z } 2
Z1
ε
Ln ({x ∈ Rn ; f1 (x) 6= f2 (x) ou Df1 (x) 6= Df2 (x)}) ≤ .
| {z } 2
Z2
Em particular,
logo,
Ln ({x ∈ Rn ; f(x) 6= f2 (x) ou Df(x) 6= Df2 (x)}) ≤ ε.
Tome f := f2 .
Teorema 5.13. Seja f ∈ W 1,p (Rn ) para algum 1 ≤ p < ∞. Então para cada ε > 0,
existe uma função Lipschitz f : Rn −→ R tal que
e
||f − f||W 1,p (Rn ) ≤ ε.
1
quando λ −→ ∞.
Afirmação: Ln (Rn − Rλ ) = o λp
∞
[
n λ
R −R ⊂ B(xi , 5rxi )
i=1
e para cada i Z
− g dy > λ.
B(xi ,rxi )
Daı́,
Z
λ < − g dy
B(xi ,rxi )
Z Z !
1
= g dy + g dy
L (B(xi , rxi )
n
B(xi ,rxi )∩{g> λ2 } B(xi ,rxi )∩{g≤ λ2 }
Z Z
1 1 λ
≤ g dy + n dy
L (B(xi , rxi )
n
B(xi ,rxi )∩{g> 2 }
λ L (B(xi , rxi ) B(xi ,rxi )∩{g≤ λ2 } 2
Z
1 λ
≤ g dy + .
L (B(xi , rxi )
n
B(xi ,rxi )∩{g> λ2 } 2
X
∞
n n λ
L (R − R ) ≤ α(n)5n rnxi
i=1
X
∞ Z
n 2
≤ 5 g dy
λ B(xi ,rxi )∩{g> λ2 }
Z
i=1
5n 2
≤ g dy
λ {g> λ2 }
n Z ! p1
1− p1
5 2 p n λ
≤ g dy L g> .
λ {g> λ2 } 2
Veja que
Z
n λ
L g> = dy
2 {g> λ2 }
Z
2p λp
= p dy
λ {g> λ2 } 2p
Z
2p
≤ p gp dy.
λ {g> λ2 }
Logo,
1− p1 Z !1− p1
2p−1
n λ
L g> ≤ p−1 gp dy .
2 λ {g> λ2 }
Assim,
Z ! p1 Z !1− p1
5n 2 2p−1
Ln (Rn − Rλ ) ≤ gp dy gp dy
λ {g> λ2 } λp−1 {g> λ2 }
Z
2p 5 n
= (|f| + |Df|)p dy
λp {|f|+|Df|> λ2 }
Z
22p−1 5n
≤ |f|p + |Df|p dy
λp {|f|+|Df|> 2 }
λ
1
= o .
λp
Então, dado x ∈ Rλ de modo que o limite acima seja safisfeito e r > 0 temos que
|f(x)| ≤ λ.
Daı́, para x ∈ Rλ
Z
|(f)x, r − (f)x, rk | ≤ − |f − (f)x, rk | dy
2k+1 2 r 2
B(x, )
Z 2k+1
n
≤ 2 − |f − (f)x, rk | dy
r 2
B(x, )
2k
r
≤ 2n C2 k λ
2
r
= C3 k λ,
2
X
∞ X∞
r
|f(x) − (f)x,r | ≤ |(f)x, r − (f)x, rk | ≤ C3 λ k
= C3 λr.
j=1
2k+1 2
i=1
2
tenha em vista o cubo Q de aresta √r que está contido em B(x, r) ∩ B(y, r). Então,
n
Z Z
|(f)x,r − (f)y,r | ≤ − |f(z) − (f)x,r | dz + − |f(z) − (f)y,r | dz
B(x,r)∩B(y,r) B(x,r)∩B(y,r)
√ Z Z
( n)n
≤ |f(z) − (f)x,r | dz + |f(z) − (f)y,r | dz
rn B(x,r) B(y,r)
Z Z
√ n
= α(n)( n) − |f(z) − (f)x,r | dz + − |f(z) − (f)y,r | dz
B(x,r) B(y,r)
√
≤ 2C2 α(n)( n)n rλ
= C4 rλ,
√
onde C4 := 2C2 α(n)( n)n . Logo,
Daı́, Z
22p−1 5n
α(n) ≤ |f|p + |Df|p dy,
δλp {|f|+|Df|> λ2 }
262
1
então, α(n) = o . Absurdo! Logo, |f(x)| ≤ λ para todo x ∈ Rn . Então,
δn λp
|f| ≤ λ em Rn ,
Lip(f) ≤ C5 λ em Rn ,
f=f em Rλ , Ln -q.t.p..
≤ 2 p−1
|f|p dy + 2p−1 λp Ln (Rn − Rλ )
Rn −Rλ
= o(1),
quando λ −→ ∞. Pela primeira afirmação desse teorema. Do mesmo modo, temos que
Df = Df em Rλ a menos de um conjunto de medida Ln nula. Então,
Z Z
|Df − Df| dy ≤p
|Df − Df|p dy
Rn Rn −Rλ
Z Z
≤ 2 p−1
|Df| dy + 2
p p−1
|Df|p dy
ZR
n −Rλ Rn −Rλ
Corolário 5.3. Seja f ∈ W 1,p (Rn ) para algum 1 ≤ p < ∞. Então, para cada ε > 0 existe
uma função f ∈ C1 (Rn ) tal que
e
||f − f||W 1,p (Rn ) ≤ ε.
ε
Ln ({x ∈ Rn ; f(x) 6= f1 (x)}) ≤ e ||f − f1 ||W 1,p (Rn ) ≤ ε.
2
ε
Ln ({x ∈ Rn ; f(x) 6= f1 (x) ou Df(x) 6= Df1 (x)}) ≤ Ln ({x ∈ Rn ; f(x) 6= f1 (x)}) ≤ .
| {z } 2
Z1
Por outro lado, do fato de f1 ser Lipschitz existe uma função f2 ∈ C1 (Rn ) tal que
ε
Ln ({x ∈ Rn ; f2 (x) 6= f1 (x) ou Df2 (x) 6= Df1 (x)}) ≤ .
| {z } 2
Z2
Logo,
εp . Então,
Z Z Z
|f − f2 | dy ≤ 2
p p−1
|f − f1 | dy + 2 p
|f1 − f2 |p dy
p−1
Rn RnZ Rn
6 CONCLUSÃO
Apesar de estimativas mais densas, no final vemos que vale a pena o esforço de
lidar com funções menos regulares, uma vez que podemos obter resultados fortes e alguns
deles permanecem válidos quando a função tem mais regularidade ou até mesmo melhor.
Ou ainda, termos informações sobre a regularidade da função em questão de maneira mais
elegante utilizando apenas dimensão do espaço euclidiano em questão, além do impacto
de aplicações de tais resultados.
A tı́tulo de exemplo, podemos elencar as funções de Sobolev, digamos f ∈
W 1,p (Rn ), dependendo da relação de ordem (usal da R) entre p e n, sabemos aferir sobre
a regularidade dessa função em termos de diferenciabilidade e sobre em que sentido o
gradiente está próximo a esta função.
Outro exemplo interessante é o segundo Teorema do Traço para funções BV,
onde conseguimos estabelecer os valores pontuais de fronteira de uma função BV atráves
de uma média, similar ao Teorema da Diferenciação de Lebesgue-Besicovitch, esse mesmo
teorema se propaga para as Funções de Sobolev. Além de ainda termos pelo primeiro
Teorema do Traço para funções BV, a veracidade da integração por partes para essas
funções.
Por fim, vemos como uma poderosa aplicação da teoria desenvolvida, a de-
monstração do Teorema de Aleksandrov para funções convexas, e os resultados que a pre-
cedem. Tal teorema garante a existência de uma matriz hessiana em quase todo ponto,
para funções convexas. A priori a matriz “hessiana” tinha em suas entradas Medidas
de Radon, que a posteriori, nos forneceram como candidata a matriz hessiana clássica, a
matriz constituida pelas funções que são a densidade da parte absolutamente contı́nua da
medida de variação do gradiente de uma função convexa pela medida de Lebesgue.
266
REFEÊNCIAS
ADAMS, R.A.; FOURNIER, J.J.F. Sobolev spaces, v. 140. New york, NY: Academic
press, 2003.
EVANS, L.C.; GARIEPY, R.F. Measure theory and fine properties of functions.
Boca Raton, FL: CRC press, 1992.
FOLLAND, Gerald B. Real analysis: modern techniques and their applications. New
york, NY: John Wiley & Sons, 1999.
WHEEDEN, R.L.; ZYGMUND, A. Measure and integration. 1.ed. Boca Raton, FL:
CRC press, 1977.