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É interessante notar que nesse caso, o voto do ministro Pedro Lessa procura uma
tentativa de esclarecimento acerca do instrumento jurídico do habeas corpus. Para o ministro,
“o habeas corpus tem por função exclusiva garantir a liberdade individual, e não investir quem
quer que seja em funções políticas e administrativas”. Esse era, por exemplo, o motivo pela
qual a mesma matéria havia sido negada em sessão anterior. Na sessão em questão, no entanto,
o ministro entendia o processo em questão diferenciava-se do anterior por acreditar que “o
direito de locomoção é uma condição sine qua non do exercício de uma infinidade de direitos”.
Dessa forma, os oito diplomados não poderiam ser fisicamente impedidos de cumprirem suas
respectivas funções.
B. Em que difere o uso do habeas corpus retratado neste caso daquele que hoje predomina
em sua prática? Que ferramentas o direito atual possui que podem desempenhar o papel
que o impetrante buscava obter por meio do habeas corpus naquela época?
(Resposta B - PARTE I) O Habeas corpus que predomina hoje, na sociedade brasileira,
é utilizado para proteger o cidadão brasileiro, à liberdade de ir e vir no país. Podendo ser
requisitado quando há a ocorrência de abuso de poder, responsável por privar o indivíduo de
sua liberdade.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
No caso retratado, o habeas corpus era estendido à outras situações, não se limitava
apenas à liberdade de locomoção. Esse uso extensivo deu origem a chamada “doutrina brasileira
do habeas corpus”. Tal instrumento processual foi requisitado pelos intendentes diplomados
para garantir o direito de exercerem os poderes inerentes às suas funções, de modo que
pudessem adentrar no edifício do conselho municipal sem que houvesse qualquer tipo de coação
por parte das autoridades municipais e federais que os impedissem. Durante a República velha,
promulgado pela constituição de 1891, o Habeas corpus era um artifício utilizado para assegurar
qualquer direito líquido, evitando o abuso de poder, este também era aplicado nos termos em
que hoje é utilizado o mandado de segurança.
o Art. 1 Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
o
amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso
de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções
que exerça.
o Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada
limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
o Art. 3º No caso de annullação da eleição, ou em qualquer outro de força maior que prive
o Conselho Municipal de se compor ou de se reunir, o Prefeito administrará e governará
o districto, de accordo com as leis municipaes em vigor.
Ainda que baseada no artigo exposto acima, a ação de impedir a entrada dos referidos
intendentes eleitos é arbitrária, visto que não se adequa a situação enunciada pelo mesmo; não
há qualquer motivo ou previsão de anulação da eleição. Evidencia-se, portanto, que há de ambas
as partes uma disputa política vigente, da qual emergiu tanto a tentativa de adentrar no Conselho
Municipal do Distrito Federal, quanto o impedimento por parte do Poder Executivo. A
fundamentação do mandado de segurança, poder-se-á basear nos seguintes artigos da LEI
ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL de 08 de junho de 1993:
Parágrafo único. A autoridade ou servidor que negar ou retardar o disposto neste artigo
incorrerá em pena de responsabilidade, excetuados os casos de comprovada impossibilidade.
o Art. 58. Cabe à Câmara Legislativa, com a sanção do Governador, não exigida esta para
o especificado no art. 60 desta Lei Orgânica, dispor sobre todas as matérias de
competência do Distrito Federal, especialmente sobre:
I – matéria tributária, observado o disposto nos arts. 145, 147, 150, 152, 155, 156 e 162
da Constituição Federal;
VIII – uso do solo rural, observado o disposto nos arts. 184 a 191 da Constituição
Federal;
o Art. 59. Compete à Câmara Legislativa autorizar, nos limites estabelecidos pelo Senado
Federal, a celebração de operações de crédito, a realização de operações externas de
natureza financeira, bem como a concessão de qualquer garantia pelo Distrito Federal
ou por suas autarquias.
o Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
REFERÊNCIAS
Componentes do Grupo: Miriã Sanchini, Daniella dos Santos, Caio Ragazzi, Maria Eduarda
Holthausen, Rafael Medeiros, Lucas Rovaris Cidade, Rodrigo Carlos Junges, Rafael Reis,
Renato Chagas, Christian Santana e Vitor Mello.