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Universidade Federal de Minas Gerais

Escola de Arquitetura e Design


Departamento de Projetos
PRJ068 - Estruturas Metálicas
Professor Lucas Grilo

Relatório final - Visita ao Museu das Minas e do Metal: MM Gerdau


Aline Maracahipe Rocha
Gleisson Gurgel de Vasconcelos
Thalía Marques Gomes

Belo Horizonte
2018
1. Introdução
A construção escolhida para a visita foi o Museu das Minas e do Metal, localizado
na Praça da Liberdade, no bairro Funcionários, em Belo Horizonte, Minas Gerais. O
museu é um prédio histórico do século XIX que abrigou a Secretaria da Educação
antes da transferência da administração pública de Belo Horizonte para a Cidade
Administrativa. Em função do seu novo programa como um museu, recebeu, entre
2006 e 2010, uma intervenção dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Pedro
Mendes da Rocha que consistiu na criação de blocos de vidro em estrutura
metálica, contendo elevador e escada externos à edificação original.

Figura 1: Vista dos blocos envidraçados. Fonte: Jomar Bragança (2010).


Figura 2: Vista interna do bloco da caixa de escada. Fonte: Aline Maracahipe (2018).

2. Estrutura metálica
a. Tipos e perfis utilizados
Em formato de pilares quadrados, deduz-se que pilares e vigas surgiram de uma
única chapa dobrada que permitiu somente uma solda de sentido linear. Assim,
evitam-se desperdícios, porém encarece a obra visto que a peça não teria sido
fabricada de acordo com medidas e tamanhos pré-definidos pelas indústrias do
setor.

b. Dimensões
Os pilares possuem dimensões de vinte e cinco centímetros nas duas dimensões e
as vigas vinte e cinco centímetros de largura por trinta centímetros de altura. Não foi
possível identificar a espessura da chapa de aço que deu origem aos pilares e
vigas.
c. Tipos de ligações
Foi identificada, quanto à classificação das ligações, uma ligação rígida. Quanto à
classificação em relação ao meio de ligação, foi identificada a soldagem das peças
metálicas, conforme observa-se na imagem a seguir:

Figura 3: Solda em pila​r e viga. Fonte: Thalía Marques (2018).

Figura 4: D​etalhe da solda em pilar e viga. Fonte: Aline Maracahipe (2018).

Esta solda, feita in loco,​ permite observar como os elementos são grosseiros, de
arremates interligados e sobrepostos.
d. Sistemas de estabilização horizontal, vertical e de cobertura
Por ser uma instituição de caráter público, realizar a visita na cobertura não foi
possível sem uma prévia autorização por parte da administração do Museu. Mesmo
com a visita impossibilitada, a partir de fotos das intervenções disponibilizadas no
site da instituição MM Gerdau, e que a cobertura é feita de laje com concreto.

Figura 5:​ Vista externa: Cobertura. Fonte: Jomar Bragança, MM Gerdau.

Porém, foi identificado a ligação entre fim da construção existente com a inserção
de viga de aço para o acréscimo de mais um andar, neste local, as mudanças de
materiais são aparentes, visto também a cor em que foram instaladas.
Figura 6:​ Detalhe transição entre construção existente e novo andar. Fonte: Aline Maracahipe (2018).

e. Outros elementos e observações


Por se tratar de uma intervenção em um edifício histórico de relevância, há de se
questionar se a ligação entre a estrutura metálica do bloco envidraçado e o edifício
existente é realizada superficialmente ou se a peça de aço está apoiada
estruturalmente em outra estrutura já existente do edifício. Essa informação só
pode ser aferida analisando com mais profundidade os projetos da estrutura.

Figura 7:​ Detalhe da viga de encontro com a parede de alvenaria existente.


Fonte: Aline Maracahipe (2018).
Além das estruturas, em outros elementos foram utilizados o aço para compor a
forma e definir a escada e seus componentes. Seja em formato de chapa ou seções
tubulares. Da mesma maneira se aplica às paredes laterais, estas delimitam o
espaço, proporcionando também uma área para instalar mensagens e a
programação do museu.

Figura 8:​ Detalhe do corrimão e guarda corpo da escada. Fonte: Aline Maracahipe (2018).

Figura 9:​ Detalhe da parede com revestimento em chapa de aço. Fonte: Aline Maracahipe (2018).
Composto principalmente por aço e vidro, este novo elemento produz uma câmara
de acesso que permite tanto uma visão do prédio para o lado externo, quanto do
contrário.

Figura 10:​ Estrutura do edifício vista pelo lado externo. Fonte: Gleisson Gurgel (2018).

3. Conclusão
A partir da visita de campo realizada no Museu das Minas e do Metal foi
possível concluir que é altamente viável e vantajoso o uso de estruturas metálicas
como intervenções em edificações históricas. No caso específico do Museu,
tratou-se de utilizar uma estrutura modular, industrializada, leve e de fácil adaptação
levando em consideração o princípio da reversibilidade da intervenção, respeitando
assim o contexto pré-existente. Além disso, o uso da estrutura metálica foi pensado
para ser o menos invasiva possível. Quanto a materialidade arquitetônica, o aspecto
tecnológico mais avançado da estrutura de aço contrasta harmonicamente com a
arquitetura eclética do século XIX e não cria um de falso-histórico.
4. Grupo
Este grupo de trabalho foi composto pelos seguintes alunos (as) do curso de
Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais: Aline Maracahipe Rocha,
Gleisson Gurgel de Vasconcelos e Thalía Marques Gomes.

Da esquerda para direita: Aline, Gleisson e Thalia.

5. Referências bibliográficas
➢ EM EDIFÍCIO HISTÓRICO, VIDRO E METAL CRIAM ESPAÇO PARA AS
MINAS. ARCOWEB. Disponível em:
<​http://www.arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/paulo-mendes-rocha-pedro-m
endes-rocha-museu-belo-horizonte-13-10-2010​>. Acesso em 12 set 2018.
➢ FERREIRA, Franciele Maria Costa. Intervenção em edificações de interesse
histórico com elementos metálicos [manuscrito] : estudo de caso : Museu das Minas
e do Metal, Belo Horizonte, MG, 2012.

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