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OS NOVOS MOVIMENTOS SOCIAIS E A PLURALIDADE DO SOCIAL (1983) - workshop promovido

pelo CEDLA (Centro de Documentação Latino-Americano) de Amsterdã, Holanda

Ernesto Laclau (1935/2014 - 78 anos) - teórico político argentino, filosofo, sociólogo

- Conceitos tradicionais de movimentos sociais – 3 características: identidade dos agentes feita


pela sua categoria na estrutura social; tipo de conflito – significado de cada luta, pluralidade
reduzida, espaço unificado; presença dos agentes concebida como uma "representação de
interesses"  o que caracteriza os novos movimentos sociais é que através deles rompeu-se a
unidade destes três aspectos do paradigma  mais difícil especificar o grupo, categoria
(autonomia e tipo de articulação); politização da vida social (cada vez menos concebido como
representação de interesses).

- São características típicas de sociedades industriais avançadas, ao passo que a realidade social
do Terceiro Mundo, com seu nível menor de diferenciação, pode ainda ser apreendida em
termos das categorias mais clássicas de análises sociológicas e de classes? Mito. Evitar este tipo
de universalismo eurocêntrico. Considerar as entidades do tipo "classes", "níveis" do social etc.,
enquanto complexos, resultantes da articulação contingente de entidades menores.

Posições de sujeitos, articulação, hegemonia – fls 2

- Ruptura com o sujeito enquanto racional, central (outros níveis da personalidade, ação) –
inversão da noção clássica de subjetividade. O sujeito não é fonte do mundo, mas ocupa uma
posição no interior de uma estrutura  DISCURSO = essa estrutura, conjunto de posições. Não
há uma relação prévia necessária entre os discursos.

- Agente social como pluralidade – várias formações discursivas.

- Peculiaridade dos novos movimentos sociais: a característica central deles é que um conjunto
de posições de sujeito [a nível de local de residência, aparatos institucionais, várias formas de
subordinação cultural, racial e sexual] tornaram-se pontos de conflito e mobilização política.

- POSIÇÕES DE SUJEITO - Em outros contextos históricos, as posições do nível das relações de


produção irão se articular com as outras de formas diferentes, sem que seja possível a priori
garantir a centralidade de nenhuma delas. Um problema, porém, permanece insolúvel: o que é
que garante a separação entre as diferentes posições de sujeito. A resposta é: nada.

- Mas a impossibilidade de se estabelecer uma conexão necessária e prévia entre elas não
significa a inexistência de esforços constantes para estabelecer entre elas conexões variáveis e
historicamente contingentes. A este tipo de conexão, estabelecendo entre várias posições uma
relação contingente e sem predeterminação, é que chamamos de articulação. Não há nenhuma
identidade social integralmente adquirida que não esteja sujeita, em maior ou menor escala, à
ação de práticas articulatórias.

- Movimentos sociais não são necessariamente progressistas, mas, potenciais.


- {O social, em última instância, não tem fundamento. As formas de racionalidade que ele
apresenta são somente aquelas resultantes das conexões contingentes e precárias estabelecidas
pelas práticas articulatórias. A "Sociedade", portanto, enquanto entidade racional e inteligível,
torna-se impossível. O social não pode nunca ser inteiramente constituído como positividade.}
 NÃO ENTENDI ISSO (fls 4).

- Por um lado, há uma tendência no sentido de autonomia, da parte de posições separadas de


sujeito; de outro lado, existe a tendência oposta em fixá-las, através de práticas articulatórias,
como momentos de uma estrutura discursiva unificada. Surge então a pergunta inevitável:
"estes dois momentos são contraditórios?"  Quando práticas articulatórias operam num
campo sucessivamente cruzado por projetos articulatórios antagonistas, nós as denominamos
práticas hegemônicas. O conceito de hegemonia supõe o conceito de antagonismo.

Antagonismo e a multiplicação dos espaços políticos – fls 4

- Antagonismo – pressupõe negatividade?


“A divisão do espaço político em dois campos impede a ambos de serem constituídos através de
determinação, diferença e positividade, já que a identidade de cada um é definida como
negação da outra”.

- Uma certa ordem social somente pode ser constituída com base numa fronteira que a separe
do que seja radicalmente "o outro", oposto a esta ordem. Exs: militarismo, Welfare State. [?]
Nos movimentos de deslocamento desta fronteira política interna é que devemos buscar as
características marcantes das lutas sociais contemporâneas.

- Séc. XIX - deslocamentos e transformações desta fronteira interna, desta linha que constitui a
negatividade social. No período 1789-1848, a linha divisora foi traçada pela oposição
"povo/Antigos Regimes". Essa fronteira social interna foi ficando cada vez menos eficaz (política
sem articulação e hegemonia).

- A transição para esta nova forma de política implica numa mudança decisiva: a transformação
do papel do imaginário político. Assim denominamos o conjunto de significados que, no âmbito
de um determinado complexo ideológico-discursivo, operem como um horizonte, ou seja, como
o momento de totalização equivalente de várias confrontações e lutas parciais.  O social
somente pode ser vivenciado e concebido como uma totalidade.

- No século XIX, as lutas sociais permitiam o acesso destes antagonismos a um espaço político
relativamente unificado. A presença dessas áreas de emergência nessa área de construção tinha
de assumir a forma de uma relação de representação. Os momentos de crise no sistema político
foram momentos em que os novos antagonismos sociais entraram em choque direto com os
espaços políticos tradicionais (1830, 1848, 1871); mas, em qualquer caso, estas crises sempre
foram crises de um modelo total de sociedade ─ o que denominamos de imaginário político
unificado.

- Nas últimas décadas, a dimensão do horizonte do imaginário político, não é mais constituído
como um "modelo total" da sociedade, mas se restringe a certas exigências e certas relações
sociais específicas  cada arranjo social "global" representa somente o resultado contingente
de operações de barganha entre uma pluralidade de espaços, e não uma categoria básica, a qual
determinaria o significado e os limites de cada um destes espaços.

Espaços políticos e movimentos sociais na América Latina – fls 6

- O campo político na América Latina foi construído, no último século, ao redor de duas matrizes
sucessivas, básicas e totalizantes: liberalismo e populismo.

- Imaginário político liberal: Todas as reformas políticas, inovações técnicas, transformações


econômicas seriam interpretadas ─ à luz da ideologia positivista de progresso ─como um passo
adiante, no sentido de um tipo de sociedade que existia completa e explicitamente somente na
Europa capitalista liberal. A divisão fundamental estava entre "civilização" e "barbárie". Dois
sistemas simetricamente opostos de equivalência dividiam o espaço político em dois.
Deixou de ser produtiva quando perdeu-se a esperança na possibilidade de sua expansão
ilimitada, em sua capacidade de expandir suas fronteiras e absorver todos os antagonismos no
interior de um sistema homogêneo de diferenças.

- Quando esta dimensão capaz de expansão entrou em crise, a função da fronteira sofreu uma
transformação: o que eram fronteiras tornaram-se limites.  Populismo: A dimensão
totalizante do social é instituída através de oposições básicas do tipo: "povo/oligarquia",
"nação/imperialismo" etc. Campo popular x campo de dominação.

- Durante os últimos vinte anos é que ─ talvez pela primeira vez ─ este momento totalizante se
encontre ausente ou, pelo menos, seriamente questionado. (1960/1980?)  Não há mais foco
numa sociedade totalizante, mas numa pluralidade de exigências concretas, conduzindo a uma
proliferação de espaços políticos.

- Em que medida as novas mobilizações rompem com um imaginário totalizante ou, ao contrário,
em que medida elas permanecem aprisionadas nele? Será que a experiência de abertura dos
sistemas políticos, após a crise das ditaduras, leva a uma reprodução dos espaços políticos
tradicionais, com base numa dicotomia que reduza toda a prática política a uma relação de
representação? Ou será que a radicalização de várias lutas baseadas numa pluralidade de
posições de sujeitos leva a uma proliferação de espaços, reduzindo a distância entre
representante e representado?

COMENTÁRIOS:

Conceitos – discurso, posições de sujeito, articulação, hegemonia (antagonismo), imaginário


político (horizonte), relação de representação (totalidade, sociedade totalizante), pluralidade,
movimentos ‘clássicos’ x novos movimentos.
AÇÃO COLETIVA, CULTURA E SOCIEDADE CIVIL - Secularização, atualização, inversão, revisão
e deslocamento do modelo clássico dos movimentos sociais (1998)

Jeffrey C. Alexander (1947 - 72 anos) – sociólogo estadunidense – considera que cultura e


sociedade formam um binômio indissolúvel e por isso criou um novo modelo de análise
sociológica: a Sociologia Cultural (The Meanings of Social Life – A Cultural Sociology - 2003)

Movimentos sociais = processos não institucionalizados e grupos que os desencadeiam, lutas


políticas, organizações e discursos dos líderes e seguidores  finalidade de mudar a distribuição
vigente das recompensas e sanções sociais, as formas de interação individual e os grandes ideais
culturais.

O modelo clássico – fls 1

- Revolução – mobilização das massas para tomar o Estado. Substituir uma forma opressora de
poder estatal por outra voltada para um fim distinto, mas que se utiliza de meios semelhantes
 coerção e violência.

- materialismo ontológico e realismo epistemológico

- Materialismo - qualquer mudança social significativa teria de "coincidir com o campo das
relações econômicas".

- Marx – primeiro transformações morais dos militantes, depois estruturais. Somente depois que
Marx absorveu integralmente a lógica teórica da economia política é que essa visão da revolução
se modificou - toda liderança eficaz em um sentido prático, teria de abandonar o humanismo e
a subjetividade. Marx distinguiu o socialismo, que agora acreditava representar a primeira etapa
"realista" da sociedade pós capitalista, do comunismo, visto como a segunda etapa
comprometida com a moral e a ordem normativa – futuras lutas poderiam evitar a violência das
barricadas.

A análise sociológica dos movimentos sociais – fls 2

A secularização do modelo clássico

- Teóricos secularizam o modelo clássico – teoria explicativa racional (despojada do teor


revolucionário). Movimentos sociais como respostas práticas e coerentes à distribuição desigual
das privações sociais criada pela mudança institucional. Caráter micro ignora dimensões morais
da ação coletiva, macro - ótica pragmática.
Organização – recursos (externos) – fábrica de descontentamento e movimentos para alcançar
um objetivo.
Violência como meio; ideologia como estratégia.
Fatores subjetivos como puramente funcionais, reduzidos a estratégias inconscientes.
Cultura do movimento determinada por condições exteriores.
A inversão do modelo clássico – fls 5

- Pequena rede de autores analisaram como o entendimento cognitivo e moral das questões
exerce um papel importante na produção do descontentamento que alimenta os movimentos
sociais. Mesmo assim, esses autores raramente focalizaram de modo sistemático os
movimentos políticos de massa que lutam pela mudança social, e quando o fazem, é de modo
pejorativo e pessimista.

EUA – republicanos e democratas – caráter subjetivo – ênfase na ação individual, micro. No


entanto, as referências institucionais e culturais desses processos são tomadas como
parâmetros, não como variáveis.

O interacionismo [indivíduo – cultura] constitui mais uma inversão do instrumentalismo e


determinismo do modelo clássico do que uma genuína alternativa a ele.

Dimensões criativas e subjetivas dos movimentos sociais ainda vistas como meios para um fim.
Necessidade de por de fato em xeque o modelo clássico - esclarecer a importância das práticas
interpretativas e do meio cultural e que, ao mesmo tempo, mostrar como estes aspectos se
inter-relacionam com fatores institucionais e históricos.

A atualização do modelo clássico – fls 8

- Centralidade da subjetividade nos movimentos sociais.


Mudanças empíricas ocorridas no plano da macroestrutura, à passagem de uma sociedade
industrial para uma sociedade pós-industrial.

- A teorização sobre os novos movimentos sociais serviu de ponte legitimadora entre o modelo
clássico de movimentos sociais e a compreensão empírica de determinadas tendências
inevitáveis na vida social contemporânea. Permitiu manter intacta a antiga estrutura teórica. 
mudanças históricas...

- Não basta atualizar o modelo clássico, assim como não é suficiente secularizá-lo ou invertê-lo.
É preciso fazer uma profunda revisão da teoria na sua maneira de entender o que é a mudança
social, inclusive nas formas mais radicais.

O deslocamento do modelo clássico – fls 10

Importância e ambiguidade de Alain Touraine

Alain Touraine (1925 - 94 anos) - sociólogo francês - pai da expressão "sociedade pós-industrial";
trabalho baseado na "sociologia de ação" - a sociedade molda o seu futuro através de
mecanismos estruturais e das suas próprias lutas sociais.

- critica o modelo clássico por sua miopia em relação às instituições.


No entanto, em vez de relacionar essa falha com o aparato conceitual do modelo clássico,
Touraine faz a observação empírica de que "os novos movimentos sociais [estão] muito
distantes do modelo revolucionário".
- base historicista torna particularmente vulnerável sua concepção da "ação".
Porém, trata a sociedade moderna muito diferente do historicismo com o qual ele costuma ser
associado.

- A fim de conceituar essa ordem coletiva externa à política e as relações antiestratégicas que
ela inspira, Touraine recorre à idéia de sistema cultural. Nega categoricamente que uma situação
social possa ser reduzida à lógica interna da dominação. Atores influenciados por cultura e
conflitos. Conflitos e dominação pautados num contexto cultural.

- Nova definição do problema parsoniano da institucionalização - Para Parsons, as normas


determinam formas de organização historicamente específicas centradas não nos valores gerais,
mas na distribuição de recompensas e sanções.
Parsons cometeu o erro idealista de derivar as normas dos valores. Com isso, anulou a tensão
entre possibilidade e realidade, que a diferenciação entre a cultura e o sistema social.
Touraine, ao contrário, insiste em defender a autonomia relativa entre normas e valores.

- O que Touraine viu e Parsons não entendeu é que a institucionalização é um processo


historicamente contingente e de fim indeterminado; depende das ideias, energias e
experiências culturais acumuladas das vitórias e das derrotas dos movimentos sociais. "A
sociologia da ação deixou de acreditar que o modo de conduzir-se deve ser uma resposta a uma
situação; em vez disso, afirma que a situação é simplesmente o resultado mutável e instável das
relações entre atores, os quais, por intermédio de seus conflitos sociais e orientações culturais,
produzem a sociedade".

- Ambiguidade na concepção de Touraine sobre a natureza das sociedades contemporâneas. Em


grande parte, essa ambiguidade é um reflexo das contradições subjacentes aos pressupostos do
seu pensamento. A "cultura industrial" não chega a esgotar os poderosos sistemas de valores
do século XIX.

- Contradição disseminada e fundamental entre as orientações daqueles que controlam as


indústrias da informação e daqueles que são dominados por elas - as afirmações sobre
"individualidade"," subjetividade", "identidade" e "libertação do controle" dão muito mais a
impressão de ser um verniz abstrato de intenção cultural do que reconstruções hermenêuticas.

- A sociedade civil é que resulta dos movimentos sociais, não o contrário.


Reivindicando o autocontrole e a autogestão em seu próprio nome, os movimentos sociais criam
as bases para uma sociedade civil reflexiva, antiessencialista, contingente e totalmente voltada
para o ator.

- A julgar pelos textos mais recentes de Touraine (por exemplo, 1992b e 1994) - sociologia do
seu "período revolucionário" estaria chegando ao fim - declínio do espírito revolucionário.
Foco: Democracia - permitir que indivíduos, grupos e coletividades se tornem sujeitos livres.
(liberdade oposta àquelas lutas de classes).
Uma nova historicidade do contexto institucional e cultural dos movimentos sociais – fls 18

- Para que se possa finalmente superar o modelo clássico dos movimentos sociais, é preciso
acompanhar a abordagem do conflito que Touraine aplica à análise da ação, da cultura, das
normas e das instituições – e dar o devido reconhecimento ao papel que as obrigações morais e
políticas, e as instituições, desempenham na formação e regulação dos próprios conflitos.
Isso porque o modelo clássico dos movimentos sociais não só fracassa na compreensão da
especificidade das tentativas contemporâneas de realizar mudanças radicais; faz também uma
descrição extremamente distorcida dos próprios movimentos revolucionários.

- Questão da legitimidade torna-se preponderante dos movimentos sociais - compromisso


subjetivo com a lealdade e a solidariedade – compromissos só podem ser estabelecidos quando
os movimentos criam e sustentam novas formas de significado e novas identidades pessoais e
grupais mais atraentes.

Os movimentos sociais como traduções da sociedade civil – fls 19

- Somente depois dessa revisão da historicidade do contexto cultural e institucional dos


movimentos sociais dos séculos XVIII e XIX é possível elaborar uma alternativa coerente ao
modelo clássico.

- Movimentos surgem e lutam no interior dessas esferas (de diferenças) para obter justiça de
modo descontínuo, pluralista e auto-regulador, independente de sua posição estrutural -
incentiva o exercício da ação em face das limitações institucionais implícitas na própria
existência de um movimento social.

- Visto que esse discurso da sociedade civil institucionalizou-se em épocas diferentes e de


maneiras distintas, parece importante assinalar que, em termos históricos, ele se estende muito
além das "historicidades" um tanto estreitas e economicamente delimitadas definidas por
Touraine e pela teoria dos novos movimentos sociais.

- Os movimentos sociais alimentam-se de um senso de comunidade total.


Devem ser entendidos como respostas à possibilidade de construir "problemas" convincentes
nesta ou naquela esfera, e de transmitir essa "realidade" ao conjunto da sociedade.

- A ação coletiva pode ser entendida como uma luta por posições ante os antagonismos das
categorias da vida civil, como uma luta para representar outros atores definidos por categorias
negativas e impuras e para representar a si mesmo como sagrado.

- ideal regulador

- Passar de um problema relativo a uma esfera específica da sociedade a um problema da


sociedade toda exige que os líderes dos movimentos sociais ajam com criatividade e imaginação.
Problema da tradução.  os movimentos "iniciam uma conversação" com a sociedade. 
processo inverso de estigmatização.

- Os movimentos sociais podem ser vistos como mecanismos sociais que constroem traduções
entre o discurso da sociedade civil e os processos institucionais específicos de tipo mais
particularista. São movimentos de natureza prática e histórica, mas que apenas podem ter êxito
se forem capazes de empregar a metalinguagem civil para relacionar esses problemas práticos
ao centro simbólico da sociedade e suas premissas utópicas.

- Touraine sugere um ponto de vista muito diferente. Designa os movimentos sociais como
respostas idealizadas à tensão entre orientações culturais utópicas e gerais e a posição
institucional limitada que caracteriza a contestação na vida cotidiana. A única maneira de
desenvolver essa idéia seminal é relacionar os movimentos sociais à cultura e às estruturas da
sociedade civil.

- rupturas do tempo histórico – categorias antigas e consolidadas.

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