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Ideias principais : livro como se faz um processo (freancesco carnelutti)

CAPITULO 1 – O DRAMA

Analogia entre a corte d’ assises (tribunal italiano) e o teatro.

As atuações na corte são tao dramáticas que chegam a parecer inventadas,


mas diferentemente das artes cênicas, o que se esta em jogo são bens
jurídicos muito valiosos.

Traço comum a representação e ao processo.

Ambos possuem leis próprias, todavia se quem esta assistindo não as


conhecer, não compreenderá nada. Se as regras não forem justas corre o
risco de o resultado não ser justo, a decisão é que uma decisão injusto no
processo pode acarretar sérios prejuízos á vida do individuo, onde se põe em
jogo direitos como liberdade ou propriedade, por exemplo. Por isso é
necessário ter pelo menos uma ideia das regras.

O processo é o sub-rogado da guerra.

É um modo para domestica-la. Nos tribunais, o publico aprecia o espetáculo da


discórdia. As leis não são mais do que instrumentos pobres e inadequados
para dominar os homens.

CAPITULO 2 – O PROCESSO PENAL

Se faz para castigar os delitos, crimes e contravenções penais

Justiça rápida: clichê dos homens de estado que prometem em todo processo
celeridade, todavia se for rápida não sera segura, e se for segura não será
rápida, pois como a própria palavra sugere, o processo tem um
desenvolvimento gradual no tempo. (testemunhos, interrogatórios, acareações,
demandam tempo) o castigo não pode ser rápido como o é o delito. Pois
castigar é julgar. no delito não há juízo. Mas castigo sem juízo seria um novo
delito. Devagar no julgar pq é fácil equivocar-se.

O processo penla se desdobra em instrução e debate (duplo exame), duas


partes distintas que servem principalmente para saber o castigo é necessário.

A absolvição do acusado é a quebra do processo penal, um processo que


nesse caso não deveria ter sido feito. Por outro lado quando se pronuncia a
condenação de um acusado o drama no teatro da justiça esta apenas
começando, pois castigar não é so ordenar o castigo, mas que tbm deve ser
executado, o que poderá durar a vida toda. O processo continua seu caminho ,
do tribunal para a penitenciaria.
O processo penal é a cura do delito, que termina sem que ninguém se
preocupe em saber se o doente foi curado ou não, nem qual será o seu
destino. E mesmo depois de curado, não existe por parte da sociedade um
sentimento no sentido de trazer essas pessoas novamente para o seu seio, de
modo a não favorecer a ressocialização, nesse sentido observa-se o fracasso
do processo penal em seu objetivo.

Capitulo 3 – O PROCESSO CIVIL

O processo civil se diferencia do processo penal: por meio de uma


característica negativa: a não existência de um delito.

O delito é negação da civilidade, logo o processo penal pode ser entendido


como não cível, o contrario do processo civil que se realiza entre homens
dotados de civilidade.

Conceito de civilidade: modo de ser dos cidadãos e também da cidade, um


andar de acordo. Surgindo a falta de acordo, nasce a discórdia que tem por
condição elementar o conflito de interesses.

Ex: dois homens com fome e um pão, se forem civilizados dividem o pão de
acordo com suas necessidades, do contrario converte-se em luta onde apenas
o mais forte se sacia. Obs: pode haver tbm um estado onde há divergências
mas que não provocam como resultado uma luta, a guerra é iminente nessa
situação, por isso necessita da intervenção de algo ou alguém, no caso, do
processo civil. A situação diante da qual intervém se chama litigio. O litigio é
um desacordo onde vem sempre implícita uma injustiça, pois não é possível
que em um processo ambas as partes tenham razão.

O processo civil é o meio que busca a composição da lide de forma


pacifica. O processo civil opera para combater a lide assim como o direito
penal para o delito. Mas a reação do P.Civil é mais complexa, pois o direito
penal só sai da inercia quando existe pelo menos a aparência de um delito,
enquanto que o processo civil trabalha não só com a repressão mas tbm com a
prevenção do litigio utilizando duas formulas: o processo civil voluntario
(preventivo) e o contencioso (repressivo, se desenvolve na presença da lide).

Processo civil contencioso: se caracteriza pelo contraste entre duas pessoas


ou entre dois grupos, onde cada um pretende ter razão ou se queixa da
injustiça do outro. É especialmente bilateral

O processo civil não pode ser promovido de oficio: o juiz a fim de promovê-
lo deve ser provocado por quem tenha o interesse. (são raros os casos em que
a iniciativa pode partir do MP). O processo penal por sua vez, se realiza
mesmo quando aquele que cometeu um delito seja reconhecido culpado dele e
admite ser castigado.
CAPITULO 4 – O JUIZ

Distinção entre quem julga e quem é julgado;

O processo serve para fazer entrar em juízo aqueles que não o tem, pois se
presume que se tivessem não teriam ensejado um litigio.

Juiz: aquele que fornece aos outros aquilo de que necessitam, ou seja, seu
juízo. Dentro do processo o juiz dever ser mais que um homem comum,
comparando-se ao sacerdote que pede a deus uma capacidade superior à dos
homens.

Onde encontrar um homem que seja mais que um homem? A soluçaõ a partir
de um plano logico, depende de dois conceitos: qualidade e quantidade.

Do ponto de vista qualitativo, recorre-se a comparação entre juiz e sacerdote.


Já no aspecto quantitativo, trata-se de acrescentar a idoneidade do homem,
colocando vários homens ao mesmo tempo, este é o principio do colegiado
judicial ou do juiz colegiado, onde originalmente juiz nos processos era todo o
povo.

A separação entre direito e religião fez com que o processo perdesse sua
característica sagrada, passando a ser um problema a escolha do juiz em seu
aspecto qualitativo.

Hoje em regra o juiz é escolhido pelo estado, ou seja, por determinados orgaõs
do estado, de acordo com dispositivos considerados idôneos para fazer a
eleição.

Uma forma de investidura eletiva pode ser comtemplada na arbitragem


onde se aceita que dentro de determinados limites, onde se provê ao processo
civil um juiz escolhido pelas partes, isso não quer dizer que seja um justiça
particular, porque tanto o litigio quanto o delito interessam a ordem social e o
Estado não pode ser indiferente quanto a isso.

Considera-se que o juiz colegiado(construção de uma espécie de super-


homem) possui uma maior garantia do cumprimento do seu oficio, no entanto
em razão do maior custo para os processos civis ou penais de menor
importância, prefere-se o juiz singular.

Colégio heterogêneo: nem todos os juízes reunidos no colegiado tem uma


mesma preparação técnica. Compõe-se de juízes tecnicos do direito e “juízes
leigos( que possuem um tipo especifico de cultura), necessitando tanto da mais
diversa experiência de vida como do conhecimento do direito para julgar bem.
Nesse sentidoos juízes populares e os juízes de direito concorrem com igual
poderes tanto na comprovação da culpabilidade quanto no castigo do culpado.
Resolver problemas técnicos distintos dos que se referem ao direito, e também
fornecer um critério de justiça imediato e independente dos esquemas da lei, os
quais frequentemente se adaptam de um modo ruim a natureza do caso.

Figura do secretario e do oficial de justiça.

Capitulo 5 – As partes

No processo civil, aqueles sobre os quais se deve julgar são sempre dois, não
pode o juiz dar razão a um deles sem que essa seja negada ao outro, já no
processo penal pelo contrario, o juízo toca apenas ao imputado.

Obs: existe também um processo misto onde se misturam penal e cível,


quando além do imputado houver também a parte civil.

A estrutura do processo contencioso que é especialmente bilateral, permite


identificar porque os que devem ser julgados chama-se partes. A parte é o
resultado de uma divisão, que por sua vez esta vinculada a discórdia.

Quando se trata de delitos as partes se diferenciam por uma razão substancial:


uma é que atua, e a outra é a que sofre a ação; uma é o ofensor e a outra é o
ofendido. A parte no processo penal leva o nome de imputado. O processo
penal portanto nasce com a imputação, onde o juiz afirma que é provável que
tal pessoa tenha cometido um delito. todavia antes de formular a imputação,
realizam-se certos atos probatórios.

Quando se trata de litigio, a distinção se funda na iniciativa: uma das partes


pretende e a outra resiste a pretensão.

A qualidade de autor ou demandado depende da iniciativa das partes. Autor é


propriamente aquela parte que pede ao juiz o juízo. Demandado é aquele que
se pede, convida ou demanda comparecer em juízo.

O conceito de parte no processo civil se estende a todos os homens ainda que


não sejam pessoas ou vice-versa, enquanto encarnar nele um dos interesses
comprometidos no litigio.

O juízo do juiz tal qual se forma não tem o simples valor de um conselho, pelo
contrario, tem força de um mandato. O juízo do juiz transforma o mandato
genérico da lei (por ex: quem roubar devera ser castigado) em um mandato
específico dirigido a parte.

Os juristas dixem que o juízo tem juiz tem força executiva, pois msmo se as
partes não se prestem a executa-lo, alguém intervem para fazê-lo executar à
força.
Capitulo 6 – As provas

Chamam-se provas os fatos que o juiz olha ou escuta. São fatos presentes
sobre os quais se constrói uma probabilidade da existência ou inexistência de
um fato passado. Um juízo não se pode fazer sem provas. Todo modo de ser
do mundo exterior pode constituir uma prova.

Provas pessoais: consistem no modo de ser do homem. Provas reais:


consistem no modo de ser de uma coisa. Esse modo de ser está sujeito a uma
continua mutação.

Responsabilidades principais da policia judiciaria: tomada e conservação das


provas do delito.

Representação indireta: que é mais antiga e constitui ainda a regra do


processo, se faz através da mente do homem, o qual descreve o que percebeu.
Ex: narração d uma testemunha.

Representação direta: se obtém por meio de coisas capazes de registrar os


aspectos opticos e acústicos dos fatos e reproduzi-los. Ex:disco fonográfico ou
uma fotografia.

A disponibilidade de provas representativas se limitam comumente à


representação indireta.

Provas indicativas naturais: indícios.

Provas indicativas artificiais: sinais

A necessidade e o esforço para extrair das partes e das testemunhas a


verdade determinam um costume que é a pratica da tortura.

A experiência no processo mostra que as provas não são frequentemente


suficientes para que o juiz possa reconstruir com certeza os fatos da causa.

Principio do favor rei: a parte tem o ônus de fornecer as provas dos fatos dos
quais depende o efeito jurídico que pede ao juiz que constitua ou certifique.

Capitulo 7 – As razões

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