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DIREITO

INTERNACIONAL
PÚBLICO
FUNDAMENTO DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Teoria Voluntarista: obrigatoriedade das fontes internacionais decorreria do consenso dos


estados em torno de determinadas normas

(a) consenso criativo: regulamentação de matérias prescindíveis à sociedade


internacional

(b) consenso perceptivo: reconhecimento de normas imprescindíveis a manutenção da


sociedade internacional

Teoria Objetivista: a obrigatoriedade das normas internacionais independeria da adesão


voluntária dos estados, sendo um imperativo ético indispensável a conservação comunidade
internacional (s.g. proscrição da escravidão, do genocídio, da tortura)

Concepção Moderna: reconhece importância ao consentimento, mas não abre mão da


observância do jus cogens

RELAÇÃO ENTRE DIREITO INTERNACIONAL E NACIONAL

Teoria Monista: existência de uma única ordem jurídica

(a) monismo internacionalista: prevalência das normas internacionais sobre as nacionais em


caso de conflito

(b) monismo nacionalista: prevalência das normas nacionais sobre as normas internacionais
em caso de conflito

(c) monismo moderado: identidade de status entre as normas nacionais e as normas


internacionais, com conflitos superados pelos critérios clássicos de solução das antinomias.
Teoria Dualista: existência de dois sistemas jurídicos independentes, um na órbita nacional e
outro na órbita internacional; inexistência de conflitos.

(a) dualismo radical: internalização das fontes internacionais por meio da lei em sentido estrito

(b) dualismo moderado: internalização dos tratados não necessariamente pela lei

STF: sistema dualista moderado

Convenção de Viena: monismo internacionalista

CONFLITO ENTRE O DIREITO NACIONAL E O DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS


HUMANOS

(a) STF: critério formalista (CF sempre prevalece, TDH prevalece sobre lei infraconstitucional
nacional)

(b) Doutrina: aplicação da norma mais favorável ao indivíduo (in dubio pro homine) - Monismo
Internacionalista Dialógico (diálogo entre as fontes)

FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL

Fontes extra-estatutárias: soft law, jus cogens, normas erga omnes, atos unilaterais dos
Estados e deliberações das organizações internacionais

Fontes estatutárias:

(a) fonte subsidiária: equidade (exige manifestação das partes)


(b) fontes auxiliares: doutrina e jurisprudência

obs1: a jurisprudência engloba tanto decisões de tribunais nacionais como de tribunais


internacionais

obs2: há críticas doutrinárias a inserção da doutrina e da jurisprudência como fontes, uma vez
que não criariam normas

(c) fontes principais: tratados, costumes e princípios gerais DE direito

c.1. Tratados:

# Acordos escritos, sendo indiferente a denominação

# Celebrados por pessoas com personalidade jurídica internacional (Estados, Organizações


Internacionais, Santa Sé, Insurgentes, Beligerantes)

# Caráter Vinculante

# Aptidão para produção de efeitos na órbita internacional

c.2. Costume:

#práticas reiteradas na órbita internacional conforme o direito

# elemento objetivo (reiteração generalizada da conduta) + elemento subjetivo (percepção de


obrigatoriedade)

# o costume pode ser mundial ou regional e não exige adesão universal


# se não houver percepção de obrigatoriedade, mas mera reiteração, se estará diante de um
USO

# teoria do objetor persistente: exceção utilizada por Estado que sempre se opôs ao costume
(mitigação pela objetivização do Direito Internacional)

c.3. Princípios DE direito:

# normas com baixa densidade normativa adotada de maneira generalizada pelos Estados:
pacta sunt servanda, coisa julgada

# diferenciam-se dos princípios gerais DO direito internacional: autodeterminação dos povos,


solução pacífica dos conflitos, etc.

JUS COGEN, OBRIGAÇÕES ERGA OMNES E SOFT LAW (FONTES EXTRAESTATUTÁRIAS)

É comum a afirmação de que as fontes do Direito Internacional não têm hierarquia, todavia, o
JUS COGENS e a CARTA DA ONU (autodeterminação dos povos, não intervenção, igualdade
entre os Estados) gozam de SUPREMACIA

Jus Cogens: normas que OBRIGAM INDEPENDENTE DO CONSENTIMENTO DOS ESTADOS,


dotadas SUPERIORIDADE HIERÁRQUICA, apenas de passíveis de DERROGAÇÃO POR NORMAS
DA MESMA NATUREZA

Jus cogens não é fonte do Direito Internacional, mas uma qualidade atribuída a certas normas
(reconhecidas pela comunidade internacional, superiores, inderrogáveis e apenas modificáveis
por normas de igual natureza)

Tratado superveniente incompatível com jus cogens: ELIMINAÇÃO e ADAPTAÇÃO à norma


imperativa
Tratado anterior incompatível com jus cogens: LIBERAÇÃO das partes, CONSERVAÇÃO dos
direitos adequados à norma imperativa

Jus cogens: vedação à TORTURA e à ESCRAVIDÃO, criminalização do GENOCÍDIO, DIREITO


HUMANITÁRIO (Tratados de Genebra e Haia), CRIMES CONTRA HUMANIDADE (ataque
indiscriminado contra a população civil - insuscetíveis de anistia e prescrição)

Obrigações Erga Omnes: normas obrigatórias para todos os sujeitos internacionais, s.g. direito
de servidão internacional, passagem inocente (deslocamento rápido e contínuo no mar
territorial de outro Estado em tempo de paz)

Toda norma do Jus Cogens é Obrigação Erga Omnes, mas nem toda Obrigação Erga Omnes
integra o Jus Cogens

Soft Law: normas com baixo teor de imperatividade: não geram responsabilidade
internacional; decorrem da incompatibilidade do dinamismo das relações internacionais com a
rigidez inerente a formação dos tratados; direito internacional ambiental e econômico; s.g.
agendas, acordos de cavalheiros

CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS

#Regulamentação:

* Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados celebrados pelos Estados

* Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados Celebrados por Estados e Organismos
Internacionais ou entre Organizações Internacionais (Sem vigência)

Obs: a ausência de vigência da última convenção não impede as Organizações Internacionais


de celebrar tratados

#Conceito:
ACORDO DE VONTADE + CELEBRADO ENTRE SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL + FORMA
ESCRITA + CARÁTER VINCULANTE

Obs: o conceito de tratado fornecido pela COVIDTE é criticado: limita a celebração dos acordos
aos Estados e veicula elementos desnecessários ("independente da denominação"; "um ou
mais instrumentos")

Obs: podem celebrar tratados: ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS, SANTA SÉ, BELIGERANTES,


INSURGENTES E MOVIMENTOS DE LIBERTAÇÃO NACIONAL

Obs: a capacidade das Organizações Internacionais é LIMITADA (exige pertinência temática


com o objeto regulamentado) e DERIVADA (decorre da capacidade dos Estados)

Obs: Estados e Municípios podem celebrar contratos internacionais, com autorização do


Senado, mas não tratados

#Classificação

(a) número de partes: BILATERAIS e MULTILATERAIS

Obs.: Os tratados multilaterais se subdividem em MUTALIZÁVEIS, quando o descumprimento


não importa extinção, em NÃO MUTALIZÁVEIS, quando a inobservância acarretar extinção.

(b) possibilidade de adesão: ABERTO e FECHADO

(c) conteúdo: TRATADO-CONTRATO (obrigações recíprocas) e TRATADO-LEI (regimes jurídicos)

Obs: a competência da JF para apreciar causas relativas a tratados se restringe aos TRATADOS-
CONTRATOS
(d) procedimento: TRATADOS DE FORMA SIMPLIFICADA (assinatura e ratificação no mesmo
ato) e TRATADOS DE FORMA SOLENE (assinatura e ratificação em momentos distintos)

Obs.: os tratados de forma simplificada não dispensam a manifestação do Congresso Nacional,


diversamente dos acordos executivos

(e) execução: ESTÁTICOS (produção de todos os seus efeitos no momento da vigência, ainda
que sua eficácia se perpetue no tempo; impossibilidade de denúncia, s.g. tratado de fronteiras)
ou DINÂMICOS (eficácia dilatada no tempo, regularam relações jurídicas que se desenvolvem
ao longo do tempo)

(f) duração: DETERMINADOS (vigência definida no tempo) ou INDETERMINADOS (vigência sem


previsão de exaurimento)

#Espécies

TRATADOS ou CONVENÇÕES (regulamento internacional geral);

ACORDOS DE CAVALHEIROS (compromisso entre estadistas, soft law);

PROTOCOLOS (tratados complementares);

CARTA (constituição de Organismos Internacionais),

ESTATUTOS (constituição de tribunais internacionais),

MEMORANDO (tratados de menor importância);

ACORDOS EXECUTIVOS (tratados que dispensam manifestação do parlamento, detalham a


execução de outras convenções)
CONVÊNIOS (tratado de cooperação)

MODOS VIVENDI (tratado temporário até regulamentação definitiva da matéria)

#CONDIÇÕES DE VALIDADE

a) Competência: Estados, Organizações (limitada e derivada), Insurgentes, Beligerantes,


Movimentos de Libertação Nacional, Santa Sé

b) Habilitação: Chefes de Estado e de Governo, Ministro das Relações Exteriores, Agente


Diplomático no país em que desenvolva suas funções e Plenipotenciário

c) Objeto Lícito e Possível: observância do jus cogens

d) Consentimento livre: erro essencial, dolo, corrupção do celebrante, coação sobre o Estado
ou sobre seu representante

Ratificação imperfeita: celebração de tratado com inobservância das normas internas


referentes à competência, não desonera o Estado do cumprimento, salvo se violada norma
fundamental e a ausência de atribuição do agente fosse manifesta (evidente a todos)
ELABORAÇÃO DOS TRATADOS NA ÓRBITA INTERNACIONAL

1. CINCO FASES DE ELABORAÇÃO DOS TRATADOS

* NEGOCIAÇÃO: ENTENDIMENTOS E DISCUSSÕES

- ADOÇÃO E AUTENTICAÇÃO DO TEXTO OFICIAL (2/3 DOS ESTADOS PRESENTES NA


CONFERÊNCIA EM CASO DE TRATADO MULTILATERAL)

* ASSINATURA: MANIFESTAÇÃO PROVISÓRIA DE CONSENTIMENTO

- IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO UNILATERAL E IMPOSSIBILIDADE DE ATOS QUE


FRUSTREM O OBJETO DO TRATADO

* RATIFICAÇÃO: MANIFESTAÇÃO DEFINITIVA DO CONSENTIMENTO

- CARACTERÍSTICAS: ATO DISCRICIONÁRIO (OIT?!!?), EXPRESSO, IRRETRATÁVEL DO


EXECUTIVO

- ESPÉCIE: TROCA DE NOTAS OU DEPÓSITOS

- RATIFICAÇÕES IMPERFEITAS: DESRESPEITO A NORMA INTERNA DE IMPORTÂNCIA


FUNDAMENTAL EM MATÉRIA DE COMPETÊNCIA + VIOLAÇÃO MANIFESTA DO DIREITO
INTERNO (EVIDENTE PARA QUALQUER PARTE) -> AFASTAMENTO DO TRATADO A
PARTE

* VIGÊNCIA INTERNACIONAL:
- CONTEMPORÂNEA (APÓS DETERMINADO NÚMERO DE RATIFICAÇÕES) OU DIFERIDA
(VACATIO LEGIS: PRAZO DEPOIS DAS RATIFICAÇÕES MÍNIMAS) OU CONDICIONADA
(S.G. DEPOIS DO REGISTRO NA ONU, NA OEA, ETC)

- APLICAÇÃO PROVISÓRIA: NÃO ADMITIDA NO BRASIL (RESERVA A CONVENÇÃO DE


VIENA SOBRE DIREITO DOS TRATADOS)

* REGISTRO E PUBLICAÇÃO:

- NÃO SE ADMITE DIPLOMACIA SECRETA

- CARTA DAS NAÇÕES: REGISTRO NA SECRETARIA, SOB PENA DE NÃO SE PODER


INVOCAR NA ONU

-HÁ SISTEMAS REGIONALIZADOS DE REGISTRO (S.G. OIT, OEA)

2. ADESÃO: INGRESSO DE QUEM NÃO PARTICIPOU DA FORMAÇÃO

* TRATADOS MULTILATERAIS ABERTOS

3. RESERVAS: MANIFESTAÇÕES UNILATERAIS DA PARTE: EXCLUEM OU MODIFICAM CLÁUSULA


(EXCLUSIVAS OU INTERPRETATIVAS)

* NA ASSINATURA OU NA RATIFICAÇÃO OU NA ADESÃO

* HIPÓTESES QUE NÃO ADMITEM RESERVAS: PROIBIÇÃO TOTAL OU PARCIAL NO


TRATADO; TRATADOS BILATERAIS; OBJEÇÕES INCOMPATÍVEIS COM O OBJETO
TRATADO.
* AS RESERVAS ABREM UMA RODADA DE APRECIAÇÃO DAS OBJEÇÕES

4. EMENDAS: SISTEMA DO DUPLO REGIME

5. EFICÁCIA DO TRATADOS: RESTRITA AOS ESTADOS PARTES

OBS: TRATADOS PODEM CRIAR OBRIGAÇÃO OU DIREITO PARA ESTADO NÃO


PARTICIPANTE, SE ESTE ESSE CONSENTIR.

6. DURAÇÃO: EFICÁCIA DINÂMICA (INDETERMINADA OU DETERMINADA) OU ESTÁTICA


(INCIDÊNCIA IMEDIATA COM EFEITOS PERMANENTES)

7. INTERPRETAÇÃO: BOA-FÉ: SENTIDO COMUM: TEXTO, PREÂMBULO E ANEXOS.

OBS: MEIOS SUPLEMENTARES: TRABALHOS PREPARATÓRIOS

8. SUSPENSÃO

-SUSPENSÃO POR PREVISÃO NO TRATADO, POR TRATADO POSTERIOR, POR ACORDO,


POR VIOLAÇÃO SUBSTANCIAL, POR FATO SUPERVENIENTE IMPREVISÍVEL.

- PARTES PODEM PREVER A SUSTAÇÃO DO TRATADO EM SUAS RELAÇÕES, SEM


PREJUÍZO DA INCIDÊNCIA DA CONVENÇÃO PARA AS DEMAIS PARTES.

- SUSPENSÃO DAS RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS NÃO IMPLICA SUSPENSÃO DO TRATADO,


SALVO SE FOREM INDISPENSÁVEIS AO SEU CUMPRIMENTO

9. EXTINÇÃO
- POR PREVISÃO NO TRATADO, POR TRATADO POSTERIOR, POR ACORDO, POR
VIOLAÇÃO SUBSTANCIAL, FATO SUPERVENIENTE IMPREVISÍVEL, JUS COGENS, POR
DENÚNCIA.

REGRAS REFERENTES A DENÚNCIA: (ANTECEDÊNCIA DE 12 MESES + NÃO INCIDA


SOBRE JUS COGENS, TRATADOS ESTÁTICOS, TRATADOS SEM AUTORIZAÇÃO PARA
DENÚNCIA).
TRATADOS NO DIREITO BRASILEIRO

1. INCORPORAÇÃO

- SISTEMA DUALISTA MODERADO: ORDENS SEPARADAS + INTERNALIZAÇÃO

- ASSINATURA + EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES AO


PRESIDENTE + MENSAGEM DO PRESIDENTE AO CONGRESSO NACIONAL + VOTAÇÃO NA
CÂMARA E NO SENADO (COMPROMISSO GRAVOSO: DECRETO LEGISLATIVO) + RATIFICAÇÃO
PELO PRESIDENTE (DISCRICIONÁRIO - OIT?!! -, EXPRESSO, IRRETRATÁVEL) + PUBLICAÇÃO PELO
PRESIDENTE (DECRETO EXECUTIVO)

OBS: DISPENSAM APROVAÇÃO DO PARLAMENTO ACORDOS EXECUTIVOS: INTERPRETATIVOS E


COMPLEMENTARES, MODOS VIVENDI, PACTO DE CONTRAENDO.

OBS: O CONGRESSO PODE FAZER RESERVAS, MAS NÃO EMENDAR O TEXTO DO TRATADO.

OBS: TRATADOS NÃO TEM APLICABILIDADE IMEDIATA: SÓ SÃO EXIGÍVEIS APÓS O DECRETO
EXECUTIVO. PARA PIOVESAN, OS TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS NÃO DEPENDEM DO
DECRETO EXECUTIVO: APLICABILIDADE IMEDIATA, CF NÃO EXCLUI DIREITOS DECORRENTES
DOS TRATADOS.

OBS: NO ÂMBITO INTERNACIONAL, A UNIÃO FALA PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E


O PRESIDENTE FALA PELA UNIÃO, POR ESSE MOTIVO OS ESTADOS, O DF E OS MUNICÍPIOS SÓ
PODEM CELEBRAR CONTRATOS INTERNACIONAIS E COM AUTORIZAÇÃO DO SENADO.

2. HIERARQUIA

TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS: SUPRALEGAL OU EQUIVALENTE A EMENDA


CONSTITUCIONAL (CONVENÇÃO DE DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E PROTOCOLO
FACULTATIVO + TRATADO DE MARRAQUECHE)
TRATADOS COMUNS: LEI ORDINÁRIA (NÃO PODEM VERSAR SOBRE MATÉRIAS RESERVADAS À
LEI COMPLEMENTAR)

TRATADOS TRIBUTÁRIOS: STATUS LEGAL: REVOGAÇÃO FUNCIONAL: CASUÍSTICA (STJ) X


STATUS SUPRALEGAL (GILMAR MENDES - STF)

OBS: A norma interna perde a sua aplicabilidade naquele caso especifico, mas não perde a sua
existência ou validade em relação ao sistema normativo interno. Ocorre uma "revogação
funcional", na expressão cunhada por HELENO TORRES, o que torna as normas internas
relativamente inaplicáveis àquelas situações previstas no tratado internacional, envolvendo
determinadas pessoas, situações e relações jurídicas específicas, mas não acarreta a
revogação, stricto sensu, da norma para as demais situações jurídicas a envolver elementos
não relacionadas aos Estados contratantes.

TRATADOS DE TRANSPORTE INTERNACIONAL PREVALECEM SOBRE A LEGISLAÇÃO INTERNA


SOBRE A MATÉRIA (MONTREAL E VARSÓVIA PREVALECEM SOBRE CDC)

3. DENÚNCIA: PARTICIPAÇÃO DO CN? JULGAMENTO EM ANDAMENTO NO STF: NECESSIDADE


DE CHANCELA DO PARLAMENTO PARA DENÚNCIA.
ELEMENTOS DO ESTADO

1. SUJEITOS DO DIREITO INTERNACIONAL

A) Estados

B) Organizações Internacionais

C) Beligerantes: domínio de território; movimentos voltados a modificação da ordem


vigente; exoneração da responsabilidade dos estados, direito humanitário

D) Insurgentes: ausência de domínio de território; movimento voltados a modificação


da ordem vigente; exoneração da responsabilidade dos estados, direito humanitário

E) Movimentos de Libertação Nacional: movimentos voltados a consecução de


independência

F) Santa Sé e Estado do Vaticano

G) Pessoas e Multinacionais: controvérsia; destinatários de tratados; acesso a tribunais


(Corte Europeia, Comissão Interamerciana, Corte do Mercosul); ausência de
capacidade para celebrar tratados

2. ESTADOS

2.1. Elementos: povo, território e soberania

Obs: Tratado de Montevidéu acrescenta a capacidade jurídica internacional


como elemento do estado.
A) TERRITÓRIO

- teoria do DOMÍNIO (relação de direito real) X teoria do IMPÉRIO


(controle territorial decorrente do poder sobre os proprietários).

- sentido ESTRITO: solo e subsolo X sentido AMPLO: espaço aéreo, rios


internos e fronteiriços.

- MAR TERRITORIAL (12 milhas): soberania; ZONA CONTÍGUA (12 a 24


milhas): fiscalização sanitária, aduaneira; ZEE (12 a 200 milhas):
exploração econômica exclusiva, vedadas pesquisas e manobras
militares sem autorização, livre passagem de cabos com
consentimento; PLATAFORMA CONTINENTAL (12 até 200 milhas):
leito, exploração econômica exclusiva.

Obs: o espaço aéreo é limitado pelo mar territorial

- aquisição: descoberta seguida de ocupação; cessão; acessão;


adjudicação (por organização internacional) e conquista (vedada)

obs: a ocupação prevalece sobre a simples descoberta.

obs: consulados e embaixadas: território nacional; dever de proteção;


inviolabilidade; prerrogativa das funções e não extraterritorialidade;
citação penal por carta rogatória

obs: MICROESTADOS (s.g. Mônaco): pequenos territórios, assento na


ONU

b) POVO: conjunto de nacionais: vínculo jurídico e político com um ente estatal

- população: conceito demográfico


c) SOBERANIA: igualdade na órbita internacional e supremacia no âmbito
interno

- Reconhecimento de Estado: ato declaratório, discricionário,


incondicional, irretratável, expresso ou tácito. (Estado existe
independente de reconhecimento)

#PASSAGEM INOCENTE

- Convenção de Chicago sobre aviação civil: soberania exclusiva e absoluta sobre o


espaço aéreo, não havendo previsão do direito de passagem inocente.

- A passagem será considerada inocente se não seja prejudicial à paz e à segurança,


devendo ser contínua e rápida, poderá compreender paradas por incidentes comuns
de navegação ou por dificuldade grave, ou auxílio a pessoas a navios ou aeronaves em
perigo.

# MAR TERRITORIAL

- A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar prevê a possibilidade de


expansão da plataforma continental brasileira além das 200 milhas, afirmando que a
plataforma não deve exceder 350 milhas marítimas.
IMUNIDADES DO ESTADO

DIREITO COSTUMEIRO: ENTRE IGUAIS NÃO HÁ JURISDIÇÃO

OBS: HÁ UM TRATADO SOBRE IMUNIDADES QUE AINDA NÃO ENTROU EM VIGOR POR
FALTA DE RATIFICAÇÕES MÍNIMAS

IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO RELATIVA (AOS ATOS NEGOCIAIS)

OBS: A IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO E DE EXECUÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES


INTERNACIONAIS É ABSOLUTA, POUCO IMPORTANDO A DIFERENÇA ENTRE ATOS DE
IMPÉRIO E DE GESTÃO.

OBS: NÃO HÁ IMUNIDADE EM FACE DE RECONVENÇÃO, UMA VEZ QUE O ESTADO


ESTRANGEITO TENHA PROPOSTO UMA AÇÃO.

OBS: NÃO HÁ IMUNIDADE EM CASO DE DANO NUCLEAR.

IMUNIDADE DE EXECUÇÃO ABSOLUTA

AMBAS AS IMUNIDADES SÃO PASSÍVEIS DE RENÚNCIA: NECESSIDADE DE CIÊNCIA AO ESTADO


ESTRANGEIRA

OBS: A RENÚNCIA A IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO NÃO IMPLICA RENÚNCIA A


IMUNIDADE DE EXECUÇÃO

VIOLAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS NÃO AFASTAM IMUNIDADES DE JURISDIÇÃO E DE


EXECUÇÃO
ORGANISMOS OU ESTADOS ESTRANGEIROS VERSUS PARTICULAR OU MUNICÍPIO: JUSTIÇA
FEDERAL, COM RECURSO ORDINÁRIO AO STJ, OBSERVADA A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO
TRABALHO

ORGANISMOS OU ESTADOS ESTRANGEIROS VERSUS UNIÃO, ESTADOS, DF OU TERRITÓRIOS:


STF

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