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nvolvimento com o regime Nazista[editar | editar código-fonte]

Wernher von Braun em Peenemünde, na primavera de 1941.

Wernher von Braun teve um relacionamento complexo e ambivalente com o regime do


terceiro Reich. Quando já nos Estados Unidos, ele sempre negou qualquer envolvimento
político com o regime da época, alegando que a sua filiação ao Partido Nazista teve a
intenção apenas de permitir que ele continuasse no "trabalho de sua vida". A sua filiação
ao Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, foi registrada em 1 de
dezembro de 1938, sob o número 5738692.[17] Em 1 de maio de 1940, ele se tornou
membro da Allgemeine SS (SS-Nr. 185068), uma unidade desarmada daquela força. Von
Braun também alegou mais tarde que sua associação a esta força foi para se proteger de
caçadas anticomunistas, dizendo que vestiu aquele uniforme apenas uma vez, havendo
controvérsias quanto a essa afirmação.[17] Na SS, ele começou com a patente de segundo
tenente, tendo sido promovido três vezes por Himmler, a última delas em 1943 para major.
Von Braun argumentou que essas promoções eram técnicas, recebidas todo ano pelo
correio.[8]
Com o desenvolvimento do A-4, ele criou uma arma sem precedentes em termos de
alcance e velocidade, capaz de transportar uma tonelada de explosivos até o alvo. A
precisão em relação ao alvo final, no entanto, era pequena, fazendo desta uma arma de
terror contra a população civil, o que resultou em mais acusações contra von Braun.
Naquela época no entanto, ele prosseguiu não só trabalhando na arma, como também
fazendo campanhas e visitas as autoridades a favor do potencial dos foguetes. Em 22 de
dezembro de 1942, Hitler assinou a aprovação para a produção do A-4. Numa das visitas
de von Braun ao quartel general de Hitler em 7 de julho de 1943, ele exibiu um filme
colorido mostrando a decolagem de um A-4. Hitler ficou tão entusiasmado que concedeu
pessoalmente a von Braun o título de Professor. Na Alemanha da época, este era um título
excepcional para um engenheiro de apenas 31 anos de idade.[18]
Naquela época, as inteligências britânica e soviética já tinham ciência do programa de
foguetes e do trabalho da equipe de Von Braun em Peenemünde. Durante as noites de 17
e 18 de agosto de 1943, a operação Hydra do comando de bombardeiros da RAF enviou
missões de bombardeio sobre a ilha, compostas por 596 aviões que despejaram 1 800
toneladas de explosivos.[19] Por um conjunto de fatores, boa parte do centro de pesquisa
ficou intacto, e a maior parte da equipe permaneceu a salvo. No entanto, o projetista de
motores Walter Thiel e o engenheiro chefe Walther foram mortos e o programa sofreu
atrasos.[20][21]
Em março de 1944, von Braun foi pivô de uma conspiração de Heinrich Himmler para obter
o controle de todos os programas de armamento alemães, inclusive o de foguetes. Com
isso, von Braun foi detido em 15 de março de 1944,[22] e levado para uma cela da Gestapo
na Polônia, onde ficou detido por duas semanas, até que Dornberger conseguiu a sua
"liberdade condicional". O primeiro A-4 de combate, rebatizado como V-2
(Vergeltungswaffe 2, "Arma de Vingança 2"), para fins de propaganda, foi lançado contra a
Inglaterra em 7 de setembro de 1944, apenas 21 meses depois de o projeto ter sido
aprovado oficialmente. Em 29 de outubro daquele mesmo ano, Wernher von Braun e
Walter Dornberger foram condecorados com a Cruz do Cavaleiro de mérito de guerra,
pelos resultados das operações com a V-2.

Trabalho escravo[editar | editar código-fonte]


Prisioneiros mortos no campo Mittelbau-Dora em 11 de abril de 1945, após a libertação.

Um dos episódios mais bárbaros da Segunda Guerra esteve diretamente ligado ao


programa de foguetes V-2 e consequentemente a von Braun, que mais tarde negou
veementemente seu envolvimento com qualquer atividade nesse campo de concentração.
No entanto, documentos da época mostram que em pelo menos uma ocasião ele
selecionou pessoalmente os escravos que trabalhariam no projeto.[23]
Logo depois do bombardeio sofrido pelo Centro de pesquisa e produção em Peenemünde,
o alto comando resolveu transferir a produção dos mísseis para uma instalação
subterrânea. Com essa finalidade, foi criado um subcampo do campo de Buchenwald,
chamado Mittelbau-Dora, lugar ao qual Von Braun negou terminantemente ter
comparecido.[24] Com a expansão do campo Dora e a subsequente produção do foguete V-
2 e outras armas, estimou-se inicialmente que cerca de 12 mil prisioneiros morreram. De
acordo com estimativas mais recentes, mais de 20 mil prisioneiros morreram.[12] Devido ao
uso da V-2, estima-se que tenham ocorrido cerca de 8 mil vítimas, fazendo da V-2 a única
arma cuja produção gerou mais vítimas que o seu uso.

Uso da V-2 e final da guerra

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