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Carreira nos Estados Unidos[editar | editar código-fonte]

No Exército[editar | editar código-fonte]

Wernher von Braun num encontro do comitê especial de tecnologia espacial da NACA.

A família de von Braun.

Em 20 de junho de 1945, o Secretário de Estado dos Estados Unidos aprovou a


transferência de von Braun e seus especialistas para a América, no entanto, isso não foi
tornado público até 1 de outubro de 1945.[30] Von Braun estava entre os cientistas para os
quais a Joint Intelligence Objectives Agency (JIOA) criou históricos falsos e excluiu
qualquer registro de envolvimento com o Partido Nazista, concedendo a eles total
liberdade para trabalhar nos Estados Unidos.
Os primeiros sete técnicos alemães chegaram aos Estados Unidos no campo da Força
Aérea de New Castle ao Sul de Wilmington, no Delaware em 20 de setembro de 1945. De
lá eles voaram para Boston onde foram alojados no posto de serviço de inteligência do
Exército de Fort Strong na ilha Long Island. Mais tarde, com exceção de von Braun, foram
transferidos para o campo de provas de Aberdeen em Maryland, para separar e catalogar
os documentos salvos de Peenemünde, permitindo que os cientistas dessem continuidade
aos trabalhos com foguetes.
Depois disso, von Braun e mais de cem membros remanescentes da sua equipe de
Peenemünde, incluindo seu irmão Magnus, foram transferidos para o seu "novo lar",
em Fort Bliss, uma grande instalação do Exército, ao Norte de El Paso, no Texas. Nesse
período, principalmente durante o ano de 1946, ocorreram várias expressões de
descontentamento com as condições de trabalho, das acomodações, da falta de
adaptação às condições locais, e até quanto às restrições de orçamento.[31]
Durante essa estadia, von Braun e sua equipe treinaram pessoal militar, universitário e da
indústria privada nas complexidades relativas aos foguetes e mísseis guiados. Como parte
do projeto Hermes, ajudaram na reconstrução, montagem e lançamento de um
considerável número de foguetes V-2 que haviam sido trazidos da Alemanha. Também
deram continuidade aos estudos do potencial dos foguetes para aplicações militares e de
pesquisa. Como os alemães não tinham permissão de deixar Fort Bliss sem escolta militar,
eles começaram a se auto intitular "Prisoners of Peace" (PoPs), "Prisioneiros da Paz".
Nesse período, von Braun enviou uma proposta de casamento à sua prima por parte de
mãe, então com 18 anos de idade, Maria Luise von Quistorp (nascida em 10 de junho de
1928). Em 1 de março de 1947, tendo recebido permissão para voltar à Alemanha e de lá
trazer sua esposa, eles se casaram numa igreja Luterana em Landshut. Ele, sua esposa e
seus pais retornaram a Nova Iorque em 26 de março de 1947. Em 9 de dezembro de
1948, a primeira filha de von Braun, Iris Careen, nasceu num hospital do Exército em Fort
Bliss.[32]
Em 1950, no início da Guerra da Coreia, von Braun e sua equipe foram transferidos
para Huntsville, no Alabama, seu lar pelos próximos 20 anos. Entre 1950 e 1956, von
Braun liderou a equipe de desenvolvimento de foguetes do Exército no Redstone Arsenal,
resultando no foguete Redstone, que foi utilizado no primeiro teste real de míssil balístico
nuclear conduzido pelos Estados unidos. Isto levou também, ao desenvolvimento do
primeiro sistema de controle de navegação inercial de alta precisão, usado nesse
foguete.[33] Em 1952, nasceu a segunda filha de von Braun, Margrit Cécile.
Como diretor da divisão de operação e desenvolvimento da Army Ballistic Missile
Agency (ABMA), von Braun, liderou a sua equipe no desenvolvimento do foguete Jupiter-
C, um Redstone modificado.[32] O Jupiter-C foi o foguete utilizado no lançamento do
primeiro satélite Norte americano, o Explorer I, em 31 de janeiro de 1958, evento que pode
ser considerado como o nascimento do programa espacial dos Estados Unidos. Apesar do
trabalho bem sucedido no foguete Redstone, os doze anos entre 1945 e 1957 foram
provavelmente alguns dos mais frustrantes para von Braun e seus colegas. Na União
Soviética, Sergei Korolev e sua equipe de cientistas e engenheiros, sempre estiveram à
frente, com muitos projetos de foguetes inovadores e o programa Sputnik, enquanto o
governo norte-americano não demonstrava interesse no trabalho de von Braun ou o
considerava apenas um programa de construção de foguetes modesto. Ao mesmo tempo,
a imprensa insistia em denunciar o passado de von Braun e o seu envolvimento com o
regime nazista, as SS e o trabalho escravo utilizado na construção da V-2.

Popularizando o conceito[editar | editar código-fonte]

Walt Disney e von Braun, em 1954 com um modelo de sua espaçonave, trabalharam em conjunto
numa série de três filmes educacionais.

Repetindo o padrão estabelecido no início de sua carreira, von Braun, enquanto dirigia
programas de desenvolvimento de mísseis no mundo real, continuava envolvido no
processo de divulgar seus sonhos de um futuro onde os foguetes fossem usados para
viagens espaciais. Desde 1950, publicando artigos no "The Huntsville Times", esse esforço
resultou numa onda de publicidade ao redor de voos à Lua, impulsionada por dois filmes
de ficção científica: "Destination Moon" e "Rocketship X-M". Em 1952, von Braun publicou
pela primeira vez o seu conceito de uma estação espacial tripulada numa série de artigos
intitulados "Man Will Conquer Space Soon!", na revista Collier's Weekly. Esses artigos
eram ilustrados pelo artista Chesley Bonestell ajudando a divulgar suas ideias.
Frequentemente, von Braun trabalhou em conjunto com seu amigo Willy Ley para publicar
seus conceitos, os quais não por acaso, tinham um forte embasamento científico,
antecipando muitos aspectos técnicos que mais tarde se tornaram realidade. Nesse
mesmo período foram publicados trabalhos sobre viagens tripuladas à Marte, usando a
estação espacial

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