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Walter Dornberger , Herbert Axter, Wernher von Braun (com o braço quebrado) e Hans Lindenberg,
em 3 de maio de 1945, logo depois da rendição.
O uso da V-2 como arma teve início em setembro de 1944, com um lançamento sobre
Paris.[25] Pouco mais de 3200 V-2 foram lançadas. Os principais alvos foram Londres
(1358) e Antuérpia (1610). Surpreendentemente, a força explosiva de todas essas V-2 em
conjunto era pouco maior que a capacidade de um bombardeiro médio da época. O seu
trunfo era psicológico, porque contra essa arma inédita não havia defesas nem avisos,
mas a sua importância militar estratégica era baixa. Os lançamentos continuaram até 27
de março de 1945, quando os dois últimos foguetes foram lançados contra Londres.
Em janeiro de 1945, os principais membros da equipe de Peenemünde, liderada por von
Braun, decidiram por uma retirada para a região central da Alemanha, de forma a ter mais
chances de se renderem aos norte-americanos, temendo a conhecida crueldade dos
soviéticos para com os prisioneiros de guerra. Tirando proveito de ordens e documentos
conflitantes, von Braun forjou alguns documentos e com eles conseguiu evacuar e
transportar cerca de 500 técnicos, engenheiros e cientistas para a região onde ficava a
fábrica das V-2, conhecida como Mittelwerk, onde continuaram trabalhando. Poucas
semanas depois da evacuação, souberam que Peenemünde fora capturada pelas tropas
soviéticas. Temendo que os seus importantes documentos fossem destruídos pelo pessoal
da SS, von Braun ordenou que os documentos fossem escondidos numa mina
abandonada nos campos da região de Harz.[26]
Logo que chegaram à fábrica das V-2, o general Kammler ordenou que von Braun e 500
dos principais cientistas fossem separados de suas famílias e aprisionados num campo de
prisioneiros perto da vila de Oberammergau. Usando seu poder de convencimento e
argumentações, von Braun conseguiu que os cientistas ficassem fora do campo desde que
permanecessem na vila e usando trajes civis.
Em 15 de março de 1945, numa viagem curta entre Bleicherode e Naumburg, von Braun
sofreu um acidente quando o seu motorista dormiu ao volante. Esse acidente rendeu a von
Braun fraturas no ombro e no braço. Apesar de desaconselhado pelos médicos, ele insistiu
em ser engessado para que pudesse se locomover e sair do hospital. Por conta disso, um
mês depois ele precisou ser novamente hospitalizado para que seus ossos fossem
novamente quebrados e realinhados.[26]
Em 11 de abril de 1945, as tropas norte-americanas tomaram a cidade de Bleicherode, na
região de Kohnstein, onde ficava a fábrica das V-2. De lá cerca de 100 V-2 completas e
milhares de partes e equipamentos foram "capturados" como espólio de guerra e
transferidos para os Estados Unidos, onde formaram a base de estudos práticos do
programa de mísseis de defesa.
Em 2 de maio de 1945, o irmão mais novo de von Braun, Magnus von Braun, teve êxito em
encontrar soldados norte-americanos da 44a divisão de infantaria e, mesmo com um inglês
limitado, conseguiu explicar que havia um grupo de cientistas ligados ao desenvolvimento
da V-2 disposto a se render a eles.[27] O alto comando americano já tinha ciência da
existência desses cientistas e o nome de von Braun estava no topo da lista. Em 19 de
junho de 1945, apenas dois dias antes de entregar a área da fábrica aos soviéticos,
conforme os acordos vigentes, von Braun e seus principais colegas foram transferidos
para Nordhausen e em seguida para a pequena cidade de Witzenhausen, distante de 64
km, na zona de ocupação americana.[28]
Von Braun foi interrogado no centro de detenção de "Dustbin" no castelo de Kransberg,
onde a elite econômica, científica e tecnológica do terceiro Reich era interrogada por
oficiais de inteligência britânicos e norte-americanos.[29] Inicialmente, von Braun foi
recrutado pelos Estados Unidos, sob um programa chamado "Operação Overcast", mais
tarde designado Operação Paperclip.
Wernher von Braun num encontro do comitê especial de tecnologia espacial da NACA.