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Desenvolvimento de Programa Computacional para o Dimensioamento de Bases de Pilares de Aço PDF
Desenvolvimento de Programa Computacional para o Dimensioamento de Bases de Pilares de Aço PDF
Iza Piana
Profa. Dra. Adenilcia Fernanda Grobério Calenzani
Prof. Dr. Walnório Graça Ferreira
Prof. Dr. Macksuel Soares de Azevedo
piana.iza@gmail.com
afcalenzani@gmail.com
walgraf@npd.ufes.br
macksuel.azevedo@ufes.br
Universidade Federal do Espírito Santo
Centro Tecnológico - Departamento de Engenharia Civil
Av. Fernando Ferrari, 514, Campus Goiabeiras,
Vitória, ES. CEP 29.075-910. Brasil
CILAMCE 2013
Proceedings of the XXXIV Iberian Latin-American Congress on Computational Methods in Engineering
Z.J.G.N Del Prado (Editor), ABMEC, Pirenópolis, GO, Brazil, November 10-13, 2013
Desenvolvimento de Programa Computacional para o Dimensionamento de bases de Pilares de Aço
1 INTRODUÇÃO
As bases de pilares são utilizadas na interface aço-concreto entre pilares de aço e suas
fundações. Sua principal função é transmitir os esforços da estrutura à superfície do bloco de
concreto e fixar a extremidade inferior do pilar a fundação. Além da placa de base, as bases de
pilares são constituídas por chumbadores e dispositivos de resistência ao cisalhamento, como
por exemplo, barras de cisalhamento. A Figura 1 abaixo mostra os principais componentes de
bases de pilares.
Tradicionalmente, para bases rotuladas, dois chumbadores são usados na área limitada
pelas mesas do perfil do pilar. Segundo Fisher e Kloiber (2006), regulamentações recentes da
OSHA (2001) prescrevem o uso de no mínimo quatro chumbadores nas bases de pilares para
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onde:
fck é a resistência característica do concreto;
γn é um coeficiente de comportamento, igual a 1,40;
γc é o coeficiente de ponderação do concreto.
Segundo a ABNT NBR 8800:2008, o efeito do confinamento no concreto oferece um
aumento em sua resistência e é considerado quando a área superficial do bloco de concreto,
, é maior do que a área superficial da placa de base, (a área considerada deve ser
homotética à ), atingindo um valor máximo quando . Portanto, a Eq. (1) pode ser
multiplicada por √ ⁄ quando esse efeito for considerado, respeitando o limite máximo
estabelecido conforme Eq. (2).
√ (2)
(3)
A placa de base deve ter espessura suficiente para resistir à flexão nas suas seções
críticas, as linhas tracejadas da Fig. 2(a) e 2(b) nos casos de perfis I ou H. O momento
solicitante de cálculo para uma faixa de largura unitária da placa é dado pela Eq. (4):
(4)
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sendo , para pilares de perfil I ou H, o maior valor entre e , ilustrados na Fig. 2(a)
e 2(b) e calculados conforme Eq. (5) a (6):
(5)
(6)
(7)
(8)
Para pilares tubulares circulares, se a placa de base for retangular, é o maior valor
entre e , ilustrados na Fig. 2(d) e calculados pelas Eq. (9) e (10):
(9)
(10)
Para pilares tubulares circulares, se a placa de base for circular, é dado pela Eq.
(11):
(11)
⁄ (12)
√ ⁄
(13)
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(14)
⁄ (15)
(16)
Onde,
é a distância entre chumbadores na direção perpendicular à alma do perfil e é a espessura
da alma do perfil I ou H, conforme Fig. 5. A largura efetiva da placa de base, Bef, para resistir
ao momento solicitante é estimada usando uma distribuição de 45º para as forças nos
chumbadores, Eq. (17).
(17)
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√ ⁄
(18)
√ (19)
⁄
( )
√ ⁄
(20)
(21)
(22)
(23)
(24)
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⁄ (25)
A distância da resultante das tensões de contato entre a placa e o bloco de concreto ao
centro da placa é definida pela variável , dada pela Eq. (26).
⁄ ⁄ (26)
O menor comprimento de contato, , para que não haja esmagamento do concreto é dado
pela Eq. (27):
⁄ (27)
que fornece um valor de , dado pela Eq. (28), a partir do qual, chumbadores tornam-se
necessários para o equilíbrio da placa de base. Enquanto a excentricidade não atinge seu valor
máximo ( ), a placa é considerada com momento de pequena excentricidade, Fig.
6(a). Entretanto, quando , a placa é considerada com momento de grande
excentricidade, Fig. 6(b), e os chumbadores tornam-se indispensáveis para garantir a
estabilidade da base.
⁄ ⁄ (28)
(29)
O valor da tensão solicitante de cálculo do concreto para essas placas é calculado pela
Eq. (30).
⁄ (30)
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√ ⁄
(31)
⁄
√ ⁄
(32)
( ) √( ) (33)
(34)
√ (35)
⁄
( )
√ ⁄
(36)
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(38)
onde
⁄ (39)
e é o coeficiente de atrito entre a placa de base e a fundação, podendo ser tomado igual a
0,55.
A tensão solicitante do concreto de projeto deve ser calculada pela Eq. (30) para
placas de base puramente comprimida ou com momento de pequena excentricidade (sendo
neste último caso) e igual à tensão resistente do concreto de projeto para placas com
momento de grande excentricidade (tanto de tração, como de compressão).
Quando não há contato entre a placa de base e a fundação, ou seja, bases sujeitas à
tração e tração com momento de pequena excentricidade, pode-se utilizar barras de
cisalhamento na transferência do cisalhamento, que se dá pela pressão de contato da força
horizontal sob a área da barra perpendicular a esta força. A força de cisalhamento resistente
de projeto na barra de cisalhamento é calculada pela Eq. (40).
(40)
(41)
⁄ (42)
( )( ) (43)
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( )
√ (44)
⁄
(45)
A força de cisalhamento resistente de projeto por chumbador é dada pela Eq. (46).
(46)
√ ⁄
(47)
√ ⁄
(48)
( ) ( ) (49)
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3 IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL
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compressão e tração com grande excentricidade. O 7º fluxograma diz respeito ao cálculo dos
dispositivos de resistência ao cisalhamento. A título de ilustração, é mostrado na Fig. 9 o
fluxograma 3 de cálculo de base à compressão pura.
4 VALIDAÇÃO DO PROGRAMA
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permitido para o diâmetro do chumbador, uma vez que a não há solicitação de tração ou
cisalhamento nos chumbadores.
O exemplo de base do tipo 1 solicitada à tração pura de Fisher e Kloiber (2006) se
refere a um pilar de perfil W10x45 (d = 257 mm , bf = 204 mm , tf = 15,75 cm, tw = 8,89 mm),
um bloco de fundação com concreto de resistência característica 27,58 MPa, limite de ruptura
do aço da placa igual a 400 MPa e esforço solicitante de cálculo de 310,49 kN. Neste
exemplo, o valor calculado para a espessura mínima da placa de base é de 26,42 mm e são
utilizados quatro chumbadores de diâmetro igual a 22,23 mm.
O exemplo de base do tipo 1 sujeita à compressão com momento fletor de pequena
excentricidade de Fisher e Kloiber (2006) é de um pilar de perfil W12x96, com bloco de
fundação cujo concreto tem resistência característica à compressão de 27,58 MPa, o aço da
placa de base tem limite de escoamento de 250 MPa, esforço de compressão solicitante de
cálculo de 1672,53 kN e momento fletor solicitante de cálculo de 106,21 kN.m. O valor
determinado para a espessura mínima da placa de base é de 34,80 mm e, é recomendado usar
o menor valor permitido para o diâmetro do chumbador, uma vez que não há solicitação de
tração ou cisalhamento nos chumbadores.
O exemplo de Fisher e Kloiber (2006) de base do tipo 2 sujeita à compressão com
grande excentricidade possui os mesmos dados do exemplo anterior, exceto o valor do
momento solicitante de cálculo que é tomado igual a 406,75 kNm. O valor da espessura
mínima da placa de base calculada é de 57,66 mm e são utilizados quatro chumbadores de
diâmetro igual a 38,1 mm.
Pimenta et. al. (2012) apresenta um exemplo de base do tipo 3 sujeita à compressão
com momento de grande excentricidade com pilar de perfil tubular retangular 400 x 200 mm,
bloco de fundação de concreto com resistência característica à compressão de 20,0 MPa,
limite de escoamento do aço da placa de base igual a 350 MPa. Os esforços solicitantes de
cálculo são: compressão de 300 kN, momento fletor de 195 kNm e cisalhamento de 180 kN.
Foram adotados seis chumbadores de diâmetro igual a 31,75 mm. O valor da espessura
mínima da placa de base é de 35,4 mm.
O segundo exemplo de Pimenta et. al. (2012) utilizado para a validação, trata-se de
uma base do tipo 5, pilar de perfil tubular circular com diâmetro igual a 350 mm, sujeita à
compressão com momento de grande excentricidade. Os mesmos valores de resistência
característica do concreto e limite de escoamento são adotados. Os esforços solicitantes de
cálculo são: compressão de 200 kN, de momento de 160 kNm e de cisalhamento de 300 kN.
Foram adotados oito chumbadores de diâmetro de 25,4 . O valor da espessura mínima da
placa de base é de 27,2 mm.
Não foram validados os casos de tração com momento fletor de pequena
excentricidade e tração com momento fletor de grande excentricidade devido à escassez de
exemplos literários que tratem de bases de pilares sujeitas a essas solicitações. No entanto,
tais procedimentos foram analisados com auxílio da bibliografia de Pimenta et al. (2012) e
apresentam uma formulação bastante aceitável. Além disso, esses dois casos de solicitações
são menos prováveis de ocorrer na prática.
A validação foi feita comparando-se as dimensões da placa calculadas pelo programa
com os valores obtidos nos exemplos da literatura supracitados. Um resumo da validação é
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Espessura da placa
% da
Tipo de Base / Solicitação diferença
Literatura Programa
5 DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
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AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço), ao Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
REFERÊNCIAS
ABNT NBR 8800 Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de
Edifícios. ABNT, Rio de Janeiro, 2008.
ANSI/AISC 360-05 Specification for structural steel building, American Institute of Steel
Construction, Inc., Chicago, 2005.
Blodgett, O. W. Design of Welded Structures. Cleveland, Ohio, 3.3:1-32, 1966.
Baião Filho & Silva. Ligações para Estruturas de Aço. Guia Prático para Estruturas com
Perfis Laminados. 3ª Ed. São Paulo: GERDAU Açominas, 2006.
Bellei, I. Hélio. Interfaces Aço-Concreto. Rio de Janeiro: IBS/CBCA, 2006. 93p. (Manual de
Construção em Aço). ISBN 85-89819-10-8.
Dewolf, J. T. & Richer, D. T. Column Base Plates. Steel Design Guides Series 1).American
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Fisher, J. M. & Kloiber, L. A. (2006). Base plate and anchor rod design. Steel Design Guide
1, 2a. edição,American Institute of Steel Construction, Chicago.
Martins, M. Melo. Estudo de Bases de Pilares Metálicos pelo Método dos Elementos Finitos.
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Fakury, R. H., Requena, J. A. V., Batista, E. M., Freitas, A. M. S., Pimenta, R. J., Araújo, A.
H. M. Sobre a recente norma brasileira de projeto de estruturas em aço e estruturas mistas de
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OSHA. Safety Standards for Steel Erection, Subpart R of 29 CFR Part 1926, Occupacional
Safety and Health Administration, Washington, D.C, 2001.
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