Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Noções Topológicas
Limoeiro do Norte - CE
2019
Inacio Alan Barreto da Silva
Noções Topológicas
BANCA EXAMINADORA
Limoeiro do Norte - CE
2019
Ficha Catalográca
Folha de Aprovação
Agradecimentos
Em primeiro lugar os meus agradecimentos vão para Deus, que nos momentos difíceis mandou
pessoas que ajudaram a me reerguer e chegar até aqui neste ponto da minha vida, prestes a
Em segundo lugar agradeço aos próprios enviados de Deus dos quais destaco minha noiva
Vancleide, que me incentivou, ajudou e por muitas vezes me tirou de possíveis quadros
de depressão durante todo a nossa história juntos, além de se manter presente em todo o
quando ninguém mais conseguia. Também ao meu pai Itamar, minha mãe Maria e madrasta
Eunice a qual passei a chamar de mãe após o falecimento precoce da minha mãe biológica.
Eles que me deram a vida e ainda me educaram, sempre fornecendo o máximo que podiam.
Tenho orgulho de ser o homem que sou hoje e tudo isso eu devo a eles.
Às minhas avós Francisca e Maria, pois contribuiram também com a minha criação e nunca
À minha madrinha Tereza, ela que até o m me considerou como um neto e sempre esteve
Às minhas tias, com ênfase na Sônia, Suely e Lurdes que são exemplos de mulher e donas de
os professores Wanderley, Cristiane, Acácio e Flávio, este último me escolheu como bolsista
e assim contribuiu ainda mais com o conhecimento que obtive no decorrer da faculdade.
A todos meus amigos, especialmente ao, Alan, meus primos, Kennedy, Gecicleide e Lusia que
para sempre.
e observações importantes para aqueles que desejam uma leitura detalhada do assunto, ou
mesmo uma fonte de estudo, além de conter um Capítulo inteiramente dedicado a solução
baseados no Capítulo cinco do livro Análise Real, Volume 1, do autor Elon Lages Lima,
e tendo dito isso, pode surgir a seguinte pergunta: "por que lê uma monograa se posso
consultar o livro?"A resposta está justamente em um dos meus objetivos: apresentar o tema
livro, são imediatas e ainda solucionar os exercícios do Capítulo de Topologia de modo que
possa auxíliar futuros graduandos em matemática. Vale ressaltar que no corpo deste trabalho
conceitos, mas eu proponho que o leitor já tenha certa familiaridade com análise, equivalente
Agradecimentos 4
Resumo 6
Introdução 11
1 Resultados Preliminares 12
1.1 Conjunto Finitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2 Conjuntos Abertos 18
2.1 Ponto Interior e Interior de um Conjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
3 Conjuntos Fechados 23
3.1 Ponto Aderente e Fecho de um Conjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4 Ponto de Acumulação 30
4.1 Derivado de um Conjunto e Conjunto Discreto . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
6 O Conjunto de Cantor 39
6.1 Construção do Conjunto de Cantor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
7 Exercícios 44
7.1 Conjuntos Abertos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Conclusão 58
Bibliograa 61
Introdução
Capítulo cinco da referência [1] e nas anotações de aula do professor e orientador Flávio
do que a do livro, já que as demonstrações aqui desenvolvidas, têm como objetivo, elucidar
certas passagens que o autor omitiu, devido, o mesmo livro ser uma versão compacta de
uma outra publicação do mesmo autor: Curso de Análise Volume 1. Este último, também
e séries. Os cinco Capítulos posteriores retratam o tema principal deste TCC, em que vale
Lebesgue e Bolzano-Weierstrass. Por m, a parte dedicada aos exercícios, traz questões de
todos os cinco Capítulos anteriores, divididas em vários níveis de diculdade, mas, em sua
momento, são citadas as diculdades que enfrentei e tive que superar no decorrer da pesquisa,
Flávio, que teve inicio com os ex-alunos Antônio Eclésio Martins Gomes e Patrícia Renata
Pereira Regis.
11
Capı́tulo 1
Resultados Preliminares
exemplos dos Capítulos 1, 3 e 4 do livro Análise Real volume 1 do Elon. Esses resultados, bem
como a assimilação dos mesmos, são essenciais para provar e compreender partes importantes
da Topologia abordada no decorrer desse trabalho, além de serem úteis na resolução dos
exercícios no Capítulo 7. Cabe, ressaltar que o assunto aqui apresentado não necessariamente
irá seguir uma sequência didática, isto é, nem sempre, haverá uma ligação lógica entre a
transição de um assunto para outro, além de dispensar algumas demonstrações. Tal decisão
se dá pelo tamanho que este Capítulo poderia atingir e para não abandonar o verdadeiro
Denição 1.1. Um conjunto X diz-se nito quando é vazio ou então existem n∈N e uma
função bijetora f : In → X
Denição 1.1. Diz-se que X é enumerável quando é nito, ou quando existe uma bijeção
f : N → X.
rável.
n−1
Demonstração. Com efeito, a função f :N→Z que associa f (n) = para n ímpar e
2
n
f (n) = − para n par é uma bijeção (verique). Assim, por Denição Z é enumerável.
2
m
Demonstração. Armamos que a função f : Z × Z∗ → Q tal que f (m, n) = é sobrejetora.
nm o n
De fato, Q é denido como ; m, n ∈ Z, n 6= 0 . Logo, se k ∈ Q então existem p, q ∈
n
p p
Z, q 6= 0 tais que = k. Daí, segue que f (p, q) = = k, provando o desejado. Por outro
q q
∗
lado, temos pelo corolário 1.2.3 que Z × Z é enumerável e portanto pelo corolário 1.2.2 Q é
enumerável.
Exemplo 1.4. O conjunto S de todas sequências innitas formadas com 0 e 1 não é enu-
merável.
exemplo,
n 7−→ s(n) = 0
n 7−→ s(n) = 1
13
1 Resultados Preliminares 1.3 Sequências de Números Reais
É imediato que S é innito. Para provar que S não é enumerável, mostremos que não existe
sm (n) = snm
s12 = s2 (1), s34 = s4 (3), . . . , sn6 = s6 (n), . . . , smn = sn (m), smm = sm (m)
∗ 0, se snn = 1
s (n) =
1, se snn = 0
Ou seja,
0 = s∗ (m) = sm (m) = 1 ⇒ 0 = 1.
O que é uma contradição. Isto prova que X ( S, ou seja, sendo X um subconjunto enume-
14
1 Resultados Preliminares 1.3 Sequências de Números Reais
Denição 1.1. Uma sequência de números reais é uma função x : N → R, que associa a
cada número natural n um número real xn , que chamaremos de n-ésimo termo da sequência
(xn ).
Para denotar a subsequência de (xn ), escrevemos x0 = (xn )n∈N0 ou (xnk )k∈N . Note que esta
Denição 1.4. Diz-se que o número real a é limite da sequência (xn )n∈N quando, para todo
ε > 0, dado arbitrariamente, pode-se obter um índice n0 ∈ N tal que os termos xn com índice
Qunado existe a = lim(xn ) dizemos que (xn ) converge para a, ou simplesmente (xn ) é
Teorema 1.3.1. Se uma sequência converge para a, então todas as suas subsequências tam-
Demonstração. Seja (xn1 , xn2 , · · · , xnk , · · · ) uma subsequência de (xn ). Dado qualquer inter-
valo aberto I de centro a, existe n0 ∈ N tal que todos os termos xn , n > n0 , pertencem a I.
própria. Portanto, se toda subsequência de (xn ) converge, segue que (xn ) converge.
15
1 Resultados Preliminares 1.3 Sequências de Números Reais
A = {x1 , · · · , xn , a − 1, a + 1}.
onde todos termos de (xn ) estão em A. Isso prova que (xn ) é limitado inferiormente por c e
superiormente por d.
Denição 1.5. Uma sequência (xn ) chama-se monótona quando xn+1 ≤ xn ou xn+1 ≥ xn
para todo n ∈ N. No primeiro caso, chamamos (xn ) de monótona não-crescente, enquanto que
o outro caso, chamamos de monótona não-decrescente. Se tivermos xn+1 > xn ou xn+1 < xn ,
a sequência (xn ) também é monótona, contudo diremos que (xn ) é monótona crescente, ou
monótona decrescente.
O fato de dizermos que o resultado acima é um Corolário, se deve ao argumento usado para
prova-lo, pois toda a demonstração é construída na armação de que toda sequência possui
uma subsequência monótona. Daí sendo esta subsequência monótona e limitada, pois é
convergente.
n > n1 ⇒ |xn − a| < ε ⇔ a − ε < xn < a + ε e n > n2 ⇒ |zn − a| < ε ⇔ a − ε < zn < a + ε.
16
1 Resultados Preliminares 1.4 Séries Numéricas
confronto.
Denição 1.6. Um número a chama-se valor de aderência de uma sequência (xn ) quando é
proposto do Capítulo 3 do livro Análise Real, enunciamos aqui porque utilizaremos ela
Proposição 1.7. A m de que um real b não seja valor de aderência da sequência (xn ) é
Denição 1.1.
P
Uma série é uma soma an = a1 + a2 + · · · + an + · · · com um número
innito de parcelas.
Para a Denição fazer sentido, iremos por lim (a1 + a2 + · · · + an ). Como todo limite, este
n→∞
pode existir ou não e daí surgem as séries convergentes e divergentes.
Denição 1.2. Denimos que os seguintes números são as reduzidas ou somas parciais da
P
série an .
s1 = a1 , s2 = a1 + a2 , · · · , sn = a1 + a2 + · · · + an .
Exemplo 1.3. an
P
Quando |a| < 1 a série geométrica é convergente com soma igual a
1
.
1−a
17
Capı́tulo 2
Conjuntos Abertos
Capítulo 5 do livro Análise Real volume 1, do autor Elon Lages Lima. Conceitos importantes,
aqui são denidos, como o de conjunto aberto, vizinhança e interior de um conjunto, além
abertos.
Denição 2.1. Diremos que um ponto a é interior ao conjunto X ⊂ R se existir pelo menos
Observação 2.2. Pode-se ainda dizer que a ∈ X ⊂ R é interior a X se, e somente se,
Neste momento cabe lembrar que a bola aberta de centro a e raio r é denida
da seguinte maneira:
B(a; r) = {x ∈ R, |x − a| < r} = (a − r, a + r).
Denição 2.3. O conjunto dos pontos interiores a X⊂R chama-se o interior do conjunto
Note, que para provar que um conjunto A é aberto, é suciente concluir A ⊂ intA, já que a
18
2 Conjuntos Abertos 2.1 Ponto Interior e Interior de um Conjunto
Demonstração. Seja (a, b) ⊂ R com a 6= b. Devemos mostrar, que int(a, b) ⊃ (a, b), ou seja,
que para todo c ∈ (a, b) existe ε > 0 tal que (c − ε, c + ε) ⊂ (a, b).
Se ε = b − c então
(c − ε, c + ε) = (c − b + c, c + b − c) = (2c − b, b).
Se ε = c − a, tem-se
(c − ε, c + ε) = (c − c + a, c + c − a) = (a, 2c − a).
Em que c − a < b − c ⇒ 2c − a < b, ou seja, (a, 2c − a) ⊂ (a, b). Isto, conclui a demonstração.
Proposição 2.7. Os pontos a, b do intervalo [a, b] não são interiores a [a, b].
a ≤ b − ε < b + ε ≤ b ⇒ b + ε ≤ b ⇒ ε ≤ 0.
Demonstração. Supondo que intQ 6= ∅, temos que existe um racional a, de modo que pode-
mos denir um bola aberta de centro a e raio r, donde B(a; r) ⊂ Q. Mas B(a; r) = (a−r, a+r)
e como todo intervalo não degenerado contém racionais e irracionais, segue que, (a − r, a + r)
19
2 Conjuntos Abertos 2.2 União e Interseção de Conjutos Abertos
Demonstração. Com base na Proposição 2.6, é suciente mostrar que (a, +∞), (−∞, b) e
Por outro lado, tomemos c ∈ (a, +∞). Disto, segue que c > a.
Fazendo ε = c − a, temos:
Proposição 2.13. Com base na Denição de conjuntos abertos, podemos reformular o con-
Diz-se que a é limite de uma sequência (xn ) em reais se, e somente se, para todo conjunto
n > n0 ⇒ xn ∈ A.
A demonstração desta Proposição é imedita, uma vez que o conjunto aberto A nada
mais é que um intervalo aberto que contém a e portanto teremos denições equivalentes se
tomarmos A = (a − ε, a + ε).
20
2 Conjuntos Abertos 2.2 União e Interseção de Conjutos Abertos
Teorema 2.2.1.
(a) Se A1 e A2 são conjuntos abertos, então a interseção A1 ∩ A2 é um conjunto aberto.
[
(b) Se (Aλ )λ∈L é uma família qualquer de conjuntos abertos, então a reunião A= Aλ é
λ∈L
um conjunto aberto.
(b) Se x ∈ A, temos que existe um λ ∈ L tal que x ∈ Aλ . Como Aλ é aberto, segue que existe
É possível notar no item (b), do fato de (Aλ )λ∈L ser uma família qualquer, que tal
conjunto possui uma innidade de conjuntos abertos, isto é, a reunião innita de conjuntos
abertos é aberto. No entanto no item (a) o resultado só é válido para uma quantidade nita
de conjuntos abertos.
De fato, se A1 , A2 , ..., An são conjuntos abertos com x ∈ A1 ∩A2 ∩...∩An , então x ∈ A1 , ..., An .
Disto vem que existem ε1 , ..., εn com εi > 0; i = 1, .., n tais que:
(x − ε1 , x + ε1 ) ⊂ A1 , ..., (x − εn , x + εn ) ⊂ An .
(x − ε, x + ε) ⊂ (x − ε1 , x + ε1 ), ..., (x − ε, x + ε) ⊂ (x − εn , x + εn ).
conjunto aberto.
Por outro lado utilizemos um exemplo para mostrar que o resultado de (a) não é válido para
21
2 Conjuntos Abertos 2.2 União e Interseção de Conjutos Abertos
1
Assim, existe k∈N tal que 0< < |x|.
k
1 1 1 1
Portanto x < − ou x > , isto é, x ∈
/ − , .
k k k k
\∞ ∞
\
Logo x ∈
/ An , o que nos leva a concluir An = {0}.
n=1 n=1
∞
\
Como, 0 não é interior a {0}, segue portanto que An não é aberto.
n=1
22
Capı́tulo 3
Conjuntos Fechados
Dando continuidade, aqui são denidos fecho de um conjunto e conjunto fechado, além da re-
lação entre tais conceitos. Um Teorema que podemos dizer ser uma consequência do Teorema
aderente a X.
Denição 3.3. Denominamos fecho do conjunto X⊂R ao conjunto X formado por todos
os pontos aderentes a X.
Proposição 3.4. X ⊂ X.
Demonstração. Decorre imediatamente da Proposição anterior.
23
3 Conjuntos Fechados 3.1 Ponto Aderente e Fecho de um Conjunto
a ∈ Y . Assim, X ⊂ Y .
Denição 3.6. Um conjunto X diz-se fechado quando X = X, ou seja, quando todo ponto
aderente a X pertence a X.
Teorema 3.1.1. Um ponto aé aderente ao conjunto X se, e somente se, toda vizinhança
Demonstração. Se a é aderente a X, então existe uma sequência (xn ) com xn ∈ X tal que
lim xn = a. Da Denição de limite de uma sequência, temos que para ε > 0 existe n0 ∈ N tal
que:
Logo se V é uma vizinhança qualquer de a, então a ∈ intV, ou seja, existe ε1 > 0 tal que
(a − ε1 , a + ε1 ) ⊂ V. Assim, tomando ε = ε1 resulta que para n sucientemente grande
xn ∈ (a − ε1 , a + ε1 ) e (a − ε1 , a + ε1 ) ⊂ V. Como xn ∈ X, obtemos V ∩ X 6= ∅.
Recíprocamente, se toda vizinhança V de a contém pontos de X, podemos escolher em cada
1 1
intervalo (a − , a + ), n ∈ N um ponto xn ∈ X. Disso, concluimos que:
n n
1 1 1 1
a− < xn < a + ⇒ − < xn − a < .
n n n n
1 1
Onde lim − = lim = 0. Portanto, pelo Teorema do confronto
n n
lim(xn − a) = 0 ⇒ lim xn = a ⇒ a ∈ X.
A negação do Teorema acima é bastante utilizada para mostrar que um ponto a não
X , isto é, se existe uma vizinhança V de a tal que V ∩X = ∅, então
é aderente a um conjunto
a∈
/ X. Pode-se melhorar tal armação percebendo que V pode ser um conjunto aberto, uma
vez que as menores vizinhanças de um ponto são conjuntos abertos.
24
3 Conjuntos Fechados 3.2 União e Interseção de Conjuntos Fechados
Demonstração. Pela Proposição 3.4 da seção 3.1, segue que X ⊂ X. Por outro lado, se a ∈ X,
então toda vizinhança de a X. Seja V um conjunto aberto que contém
contém pontos de
A=R−F é aberto.
equivalentemente, F é fechado
Teorema 3.2.1.
(a) Se F1 e F2 são conjuntos fechados, então F1 ∪ F2 é um conjunto fechado.
Teorema 2.2.1 item (a), temos que A∩B = R−(F1 ∪F2 ) é aberto e portanto, seu complementar
F1 ∪ F2 é fechado.
(b) Para cada λ ∈ L, Aλ = R − Fλ é aberto. Portanto, pelo Teorema 2.2.1 item (b), segue-se
[
que A = Aλ é aberto. Assim:
λ∈L
\ \ [
F = Fλ = (R − Aλ ) = R − Aλ .
λ∈L λ∈L λ∈L
25
3 Conjuntos Fechados 3.2 União e Interseção de Conjuntos Fechados
Vimos no Capítulo anterior que os pontos a, b não são interiores a [a, b]. O próximo
Exemplo 3.1. Seja X⊂R limitado não vazio. Então a= infX e b= supX são aderentes
a X.
Demonstração. Temos por Denição de ínmo que para todo ε > 0 existe x ∈ X tal que
Existe ainda uma outra demonstração para tal resultado. Como um dos objetivos
segue abaixo a outra demonstração e a maneira mais fácil, ou mais didática ca a critério do
leitor.
1
Demonstração. Para cada n∈N xn ∈ X, onde a ≤ xn < a + , logo, pelo
podemos escolher
n
1
teorema do confronto lim xn = a, pois lim a = lim a + = a. De modo análogo podemos
n
ver que b = lim yn ; yn ∈ X. Portanto, a e b são aderentes a X.
Proposição 3.2. O fecho dos intervalos (a, b), [a, b) e (a, b] é o intervalo [a, b].
Demonstração. Mostremos somente o primeiro caso, já que as outras armações são análogas.
b = sup(a, b), segue do exemplo anterior que a, b ∈ (a, b), provando o desejado.
Por outro lado seja d ∈ (a, b), ou seja, (d − ε, d + ε) ∩ (a, b) 6= ∅ para todo ε > 0. Suponhamos
d∈/ [a, b] isto é, d < a, ou d > b. Para d < a façamos ε = a−d e para d > b tomemos ε = d−b,
em ambos os casos (d − ε, d + ε) ∩ (a, b) = ∅, contradição. Portanto, d ∈ [a, b] ⇒ (a, b) ⊂ [a, b]
Proposição 3.4. Uma reunião innita de conjuntos fechados pode não ser um conjunto
fechado.
26
3 Conjuntos Fechados 3.2 União e Interseção de Conjuntos Fechados
3.2 da seção 3.2, podemos armar que os conjuntos unitários são fechados, já que esses
conjuntos nada mais são do que intervalos do tipo [a, a]; a ∈ R. Portanto, se tomarmos o
conjunto aberto (b, c); b, c ∈ R e b 6= c, temos que este conjunto é a reunião innita dos
conjuntos unitários formados por seus pontos, que por sua vez são todos fechados.
Denição 3.5. Uma cisão de um conjunto X⊂R é uma decomposição X =A∪B tal que
a > 0 e para todo ε > 0, (a − ε, a + ε) ∩ R− 6= ∅. Mostremos que a segunda opção não pode
ocorrer. De fato, seja ε = a, logo (a − ε, a + ε) = (0, 2a) ⊂ R+ e portanto (0, 2a) não contém
pontos de R− .
(α, 2b − α) ∩ A = ∅ ⇒ b ∈
/ A ⇒ B ∩ A = ∅.
Isso nos leva a concluir que a decomposição Q=A∪B é uma cisão dos racionais.
27
3 Conjuntos Fechados 3.2 União e Interseção de Conjuntos Fechados
Exemplo 3.9. Se a < c < b, então [a, b] = [a, c] ∪ (c, b] não é uma cisão.
[a, b] ∩ (c, b] 6= ∅.
De fato, pela Proposição 3.2 da seção de união e interseção de conjuntos fechados, temos
[a, b] ⊂ A ∪ B ⇒ [a, b] ⊂ I ⇒ c ∈ A, ou c ∈ B.
encaixados:
com an ∈ A e bn ∈ B para todo n ∈ N. Assim, pelo Teorema dos intervalos encaixados segue
an < d < bn , ∀n ∈ N.
Como d ∈ I
lim an = d = lim bn , pois (bn ) é monótona decrescente de inf= d e (an ) é
e
são ∅ e R.
cisão. Como A = intA, vem que para todo a ∈ A, existe ε > 0 tal que (a − ε, a + ε) ⊂ A, isto
28
3 Conjuntos Fechados 3.2 União e Interseção de Conjuntos Fechados
pelo Teorema 3.1.2 que R − A é aberto. Assim, existe δ > 0 tal que (b − δ, b + δ) ⊂ (R − A),
donde (b − δ, b + δ) ∩ A = ∅ uma vez que (R − a) ∩ A = ∅. Portanto b ∈ / A, ou ainda,
R = A ∪ (R − A) é uma cisão.
Do resultado acima e como R é um intervalo da reta, (R = (−∞, +∞)) segue do Teorema
∅, ou R − A = R e A = ∅.
29
Capı́tulo 4
Ponto de Acumulação
O assunto aqui tratado, é um dos mais importantes deste trabalho, já que, o conceito de
discente tem seu primeiro encontro nas disciplinas de Cálculo e se aprofunda no nal do curso
(a − ε, a + ε) ∩ (X − {a}) 6= ∅
derivado de um conjunto.
Denição 4.4. Diz-se que X⊂R é um conjunto discreto quando X 0 = ∅, ou ainda, quando
30
4 Ponto de Acumulação 4.1 Derivado de um Conjunto e Conjunto Discreto
0
• Suponhamos
(1) e mostremos (2): De fato, se a ∈ X , então
para cada intervalo
1 1
a − ,a + escolhamos xn ∈ X − {a} deste intervalo, isto é,
n n
1 1 1 1
< x < a + ⇒ − < xn − a < .
a−
n n n n
1 1
Note que lim − = 0 = lim , portanto, pelo Teorema do sanduíche
n n
lim(xn − a) = 0 ⇒ lim(xn ) = a.
• Suponhamos (2) e mostremos (3): Se lim(xn ) = a, então para todo ε > 0 existe n0 ∈ N
tal que:
Note que o conjunto {xn ; n > n0 } é innito, pois do contrário existiria um termo xn
que se repetiria innitas vezes, onde xn 6= a, pois xn ∈ X − {a}, logo a sequência seria
• Por m, a implicação (3) ⇒ (1) é imediata, já que se todo intervalo aberto de centro a
0
contém innitos pontos de X, obviamente existe pontos diferentes de a. Logo a ∈ X .
sária, porém não suciente para que este não seja discreto.
31
4 Ponto de Acumulação 4.2 Teorema de Bolzano-Weierstass
Proposição 4.7. Q0 = R.
Demonstração. De imdeiato, temos Q0 ⊂ R. Por outro lado, sejam a ∈ R e ε um valor
qualquer maior que zero. Note que (a−ε, a+ε)∩(Q−{a}) 6= ∅, pois (a, a+ε) ⊂ (a−ε, a+ε),
0
onde (a, a + ε) possui racionais e por sua vez, são todos diferentes de a. Assim, a ∈ Q , isto
0 0
é, R ⊂ Q . Portanto, pela dupla inclusão resulta Q = R.
Demonstração. Da Proposição 3.2, da seção 3.2 vem que X = (a, b) = [a, b] e da Proposição
0 0
4.2 que X ⊂ X. Por outro lado, seja c ∈ [a, b]. Se c ∈ (a, b), tem-se de imediato que c ∈ X .
Se c = b = sup(a, b), então para todo ε > 0, segue que existe pelo menos um d ∈ (a, b) tal
Teorema 4.2.1. Todo conjunto innito limitado de números reais admite pelo menos um
ponto de acumulação.
uma sequência limitada, uma vez que X é limitado. Portanto pelo Teorema de Bolzano-
Weierstrass, (xn ) possui uma subsequência convergente. Seja (xnk ) tal subsequência e a =
32
4 Ponto de Acumulação 4.2 Teorema de Bolzano-Weierstass
lim(xnk ). Como (xn ) é uma sequência de termos distintos, segue que (xnk ) também é, com
no máximo um termo igual a a. Se não existe este termo, então de imediato, conclui-se que
(xnk ), ou seja, lim(xnk+i ) = a e novamente obtemos uma sequência que converge para a e de
termos pertencentes a X − {a}. Assim, para ambos os casos, pelo Teorema 4.1.1, a é ponto
de acumulação de X.
1 1
Exemplo 4.1. Se X = 1, , · · · , , · · · , então X 0 = {0}, isto é, 0 é o único ponto de
2 n
acumulação de X.
Teorema anterior
que X tem pelo menos um ponto de acumulação.
1
Note que lim = 0 e 0 ∈
/ X, então 0 ∈ X 0. Como 0 é limite da sequência de todos os
n
1
termos de X, segue do Teorema 1.3.1, que toda subsequência de converge para 0. Para
n
provar a unicidade de X 0 , suponhamos que existe uma outra
sequência de termos de X − {a},
1
que converge para a 6= 0 e que não seja subsequência de . Seja (yn ) tal sequência. Sabe-
n
mos que existe uma sua subsequência monótona. Sendo (ynk ) essa subsequência, mostremos
que esta não pode ser crescente ou não decrescente. De fato, se (ynk ) for crescente então
1
existe um natural p para o qual = yn1 e assim a subsequência teria no máximo p termos,
p
que é um número nito, contrariando a Denição de sequência. O caso em que (ynk ) é não
decrescente, o absurdo é análogo, basta notar que cada termo se repete um número nito de
vezes, ou do contrário se um termo yni se repetisse innitas vezes, então teríamos a = yni e
assim a não seria ponto de acumulação de X. Assim, ca provado que (ynk ) é decrescente,
ou não crescente.
Se for decrescente, é evidente que esta subsequêcia também é uma sub-
1
sequência de , logo lim(ynk ) = 0 ⇒ lim(yn ) = 0 ⇒ a = 0. Contradição. Se (ynk ) for não
n
crescente,
tomemos a sua subsequência decrescente que mais uma vez é uma subsequência de
1
e portanto também converge para 0, isto é, a = 0, que novamente é uma contradição.
n
Daí resulta que não existe outro ponto de acumulação de X, provando a unicidade de X 0.
33
Capı́tulo 5
Conjuntos Compactos.
Neste ponto do T.C.C. será exposta a Denição de conjunto compacto. Tal conteúdo é
importante, já que serve de base para generalização do princípio dos intervalos encaixados e
para formulação do Teorema de Borel-Lebesgue que por sua vez, é indispensável no estudo
de integral de Riemann.
Demonstração. Com efeito, [a, b] é limitado e como R − [a, b] = (−∞, a) ∪ (b, +∞) é aberto,
A custo de exemplo de um conjunto que não é compacto, temos (a, b), já que por
mais que seja limitado, (a, b) não é fechado. A seguir, mostro um exemplo que não é tão
34
5 Conjuntos Compactos. 5.1 Princípio dos Intervalos Encaixados
Teorema 5.1.1. Um conjunto X ⊂ R é compacto se, e somente se, toda sequência de pontos
em X possui uma subsequência que converge para um ponto de X.
Demonstração. Se X ⊂ R é compacto, temos diretamente da Denição que X é limitado
sequência possui uma subsequência que converge para um ponto de X, pois X é fechado.
Recíprocamente, seja X ⊂ R tal que toda sequência (xn ) de X possui uma subsequência
que converge para um ponto de X. Note que, X é limitado. De fato, digamos que X não é
limitado, isto é, para todo k>0 existe xn ∈ X com |xn | > k. Assim, nenhuma subsequência
de (xn ) é limitada e portanto todas divergem. Absurdo, pois tal fato contraria a hipótese, ou
seja, X é limitado. Por outro lado, armamos que X é fechado, pois do contrário existiria
a, b ∈ X.
Demonstração. Decorre imediatamente do Exemplo 3.1 que a= infX e b= supX são ade-
compactos não-vazios, existe pelo menos um número real que pertence a todos os Xn .
Demonstração. Seja (xn ) uma sequência, onde xn ∈ Xn . Como X1 ⊃ Xn para todo n natural,
segue que (xn ) é uma sequência de pontos de X1 , donde sendo X1 compacto, temos pelo
Teorema 5.1.1, que (xn ) possui uma subsequência (xnk ) convergindo para a ∈ X1 . Mostremos
por m que a ∈ Xn para todo n natural. De fato, para nk sucientemente grande, (xnk ) é
uma sequência de Xn . Com efeito, basta tomar nk > n, ou seja, (xnk +n ) é uma sequência de
lim(xnk +n ) = lim(xnk ) = a ⇒ a ∈ Xn = Xn .
35
5 Conjuntos Compactos. 5.2 Cobertura e Teorema de Borel-Lebesgue
C.
λ∈L
um λ∈L tal que x∈ λ
Denição 5.3. Se C λ é aberto para todo λ ∈ L, diz-se que C é uma cobertura aberta de
X.
C
λ∈L
dizemos que é uma cobertura nita de X.
C C C
λ0 ∈L0
' =( λ0 )λ0 ∈L0 é uma subcobertura de .
Todas essas denições consecutivas são indispensáveis para o último assunto e último
Demonstração. Seja
[
C = (A ) λ λ∈L uma cobertura aberta do intervalo [a, b], isto é,
[a, b] ⊂ Aλ . Suponhamos por absurdo que [a, b] não admita subcobertura nita. Note que,
λ∈L
a+b a+b
o intervalo a, , ou , b também não admite cobertura nita de conjuntos Aλ .
2 2
b−a
Tal intervalo, digamos [a1 , b1 ] de comprimento , também tem um subintervalo [a2 , b2 ]
2
b−a
de comprimento , que não admite cobertura nita de conjuntos Aλ . Prosseguindo de
22
maneira semelhante, obtem-se a seguinte sequência de intervalos:
b−a
Tais que bn − an = e nenhum [an , bn ] está contido numa reunião nita de Aλ . Pelo Te-
2n
orema dos intervalos encaixados, segue que existe c ∈ [an , bn ] para todo n ∈ N, em particular
c ∈ [a, b] e da Denição de cobertura, existe λ ∈ L tal que c ∈ Aλ , em que Aλ é aberto e
36
5 Conjuntos Compactos. 5.2 Cobertura e Teorema de Borel-Lebesgue
Teorema 3.1.2, Aλ0 = R − X é aberto e portanto = (Aλ )λ∈(L∪{λ0 }) é uma cobertura aberta
de [a, b]. Pelo já provado, podemos extrair uma subcobertura nita
1
Exemplo 5.6. Os intervalos An = , 2 , n ∈ N, constituem uma subcobertura aberta do
n
conjunto X = (0, 1].
[
Demonstração. Suponhamos que X não está contido em An , isto é, existe x ∈ X com
n∈N
[ 1
x∈
/ An . Logo x∈
/ An para todo n natural. Note que, 0<x≤1 e como lim =0
n∈N
n
temos que para ε=x existe n0 ∈ N tal que:
1 1
n > n0 ⇒ − 0 < ε ⇒ < x.
n n
Ou seja, existem uma innidade de naturais, particularmente para n0 + 1, tal que:
1 [
< x ≤ 1 < 2 ⇒ x ∈ An0 +1 ⊂ An .
n0 + 1 n∈N
[
Absurdo e assim X⊂ An .
n∈N
1
Como provado, a reunião dos intervalos ,2 é uma cobertura de (0, 1], contudo
n
[ 1
não podemos garantir que existe uma subcobertura nita de ,2 uma vez que (0, 1]
n∈N
n
37
5 Conjuntos Compactos. 5.2 Cobertura e Teorema de Borel-Lebesgue
não é compacto. De fato, não existe, pois A1 ⊃ A2 ⊃ · · · ⊃ An ⊃ · · · segue que toda reunião
(0, 1].
38
Capı́tulo 6
O Conjunto de Cantor
utilizando a gama de resultados obtidos até agora, aqui é denido o conjunto de Cantor, bem
como é apresentada a sua construção, além da representação dos seus pontos na base 3.
Denição 6.1. O conjunto de Cantor, que descreveremos agora, tem as seguintes caracte-
rísticas:
1. É compacto.
4. É não-enuumerável.
de Cantor.
39
6 O Conjunto de Cantor 6.1 Construção do Conjunto de Cantor
∞
[
são os terços médios retirados de cada intervalo obtido de [0, 1]. Temos que In é aberto e
n=1
∞
[
portanto, F =R− In é fechado. Como K = [0, 1] ∩ F e [0, 1], F são fechados, segue que
n=1
K é fechado. Daí, resulta que K é compacto.
dos intervalos omitidos nas diversas etapas da construção de K, é enumarável e sem pontos
isolados. Imediatamente tem-se E ⊂ K. De fato, em cada etapa são retirados apenas pontos
interiores aos intervalos que restaram da etapa anterior. Assim sendo, seja c ∈ K extremidade
de algum intervalo, digamos (c, b), omitido de [0, 1] para formar K. Quando (c, b) foi retirado,
sobrou uma terça parte do tipo [a, c]. Nas seguintes etapas, restarão sempre terços nais de
intervalo, do tipo [an , c], com an ∈ E. Como já mostrado, os comprimentos da n-ésima etapa
1 1
são
n
, donde lim n = 0, isto é, a medida que n aumenta, c − an tende para zero, logo
3 3
an tende para c, que é ponto de acumulação de E e portanto de K. A enumerabilidade de E
decorre imediatamente do fato de E ⊂ Q. Com efeito, denamos f : E → Q com f (x) = x,
interior de um intervalo [xn , yn ] que restou depois da n-ésima etapa, logo xn < c < yn , com
1
xn , yn ∈ K e yn − xn = n , ou seja, lim(yn − xn ) = 0. Como (xn ) é uma sequência monótona
3
crescente, (yn ) é decrescente e ambas limitadas, segue que (xn ) e (yn ) convergem e assim:
40
6 O Conjunto de Cantor 6.2 Representação de K na Base 3
Ou seja, lim(xn ) = lim(yn ) = c. Assim, exibimos não só uma, mas duas sequências de termos
pertencentes a K − {c} que convergem para c, que novamente pelo Teorema 4.1.1, c é ponto
Por m, porém não mais simples, provaremos que K é não-enumerável. Dado qualquer
para todo n ∈ N, ou seja, nenhum subconjunto enumerável de K pode ser K. Para isso, com
1 1 1
|yn − c| < ⇒ c − ≤ yn ≤ c + .
n n n
1 1
Onde lim c− = lim c + = c, ou seja, pelo Teorema do sanduíche lim(yn ) = c.
n n
Como K é fechado, segue-se que c pertence a K . Por outro lado, para todo n natural, temos
de Cantor.
x1 x2 xn
x= + 2 + ··· + n + ···
3 3 3
Exemplo 6.1. Escreva 0, 5 na base 3.
onária, no caso o próprio 0, 5 e multiplicar pela base que se quer passar, no caso o 3. Deste
produto, toma-se novamente a parte fracionária e repete-se o processo até que o produto
41
6 O Conjunto de Cantor 6.2 Representação de K na Base 3
seja um inteiro. O número na nova basse será os algarismos inteiros de cada multiplicação
3 × 0, 5 = 1, 5 3 × 0, 5 = 1, 5 3 × 0, 5 = 1, 5 ···
2 0 2 2 1
x= + 2 + 3 + 4 + 5.
3 3 3 3 3
2
1 36 2 2 2
No entanto, = = + 7 + 8 + ··· .
35 1 36 3 3
1−
3
42
6 O Conjunto de Cantor 6.2 Representação de K na Base 3
2 0 2 2 0 2 2 2
+ 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + ··· .
3 3 3 3 3 3 3 3
Portanto x também tem a seguinte representação na base 3, com somente algarismos 0 e 2:
0, 202202222...
x1 x2 xn 1 x1 x2 xn 0 2 2
+ 2 + · · · + n + n+1 = + 2 + · · · + n + n+1 + n+2 + n+3 + · · · .
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
Com esta convenção, pode-se armar, sem excessões, que os elementos do conjunto de Cantor
43
Capı́tulo 7
Exercícios
Finalmente, o útimo Capítulo é dedicado à solução dos exercícios do livro que é referência
principal deste trabalho. Todas as demonstrações apresentadas a seguir, foram feitas por
mim, com auxílio do orientador e do livro. Minha meta neste Capítulo, é fornecer uma fonte
de ajuda para os alunos que não obtiveram êxito na solução, ao se deparararem com algumas
1. Prove que, para todo X ⊂ R tem-se int(intX) = intX e conclua que intX é um conjunto
aberto.
2. Seja A ⊂ R um conjunto com a seguinte propriedade: "toda sequência (xn ) que converge
para um ponto a ∈ A tem seus termos xn pertencentes a A para todo n sucientemente
44
7 Exercícios 7.1 Conjuntos Abertos
1 1
A, isto é, existe xn ∈ a − , a + , com xn ∈
/ A. Assim, denimos a sequência (xn )
n n
1 1 1 1
com a − < xn < a + e xn ∈ / A, onde lim a − = lim a + = a e portanto,
n n n n
pelo Teorema do sanduíche lim(xn ) = a. Tal sequência contraria a propriedade, o que
3. Prove que int(A ∪ B) ⊃ intA ∪ intB e int(A ∩ B) = intA ∩ intB quaisquer que sejam
(b − δ, b + δ) ⊂ (a − ε, a + ε) ⊂ A ⊂ A ∪ B ⇒ b ∈ int(A ∪ B).
int(A ∪ B)⊃ intA ∪ intB. De modo análogo provamos o mesmo se a ∈ intB. Mostremos
agora X = int(A ∩ B) e Y = intA ∩ intB são iguais. De fato, se x ∈ X, então existe
(y − ε, y + ε) ⊂ A ∩ B ⇒ y ∈ X.
Assim, Y ⊂ X e pela dupla inclusão Y = X. Por m, se A = (0, 1] e B = [1, 2), temos
intA = (0, 1), intB = (1, 2) e int(A ∪ B) = (0, 2). Assim, intA ∪ intB = (0, 1) ∪ (1, 2)
45
7 Exercícios 7.1 Conjuntos Abertos
Por outro lado, se A é aberto, então para algum x ∈ A, existe r > 0 tal que (x −
Contradição, pois (x−r, x+r) ⊂ A, logo possui somente pontos de A. Assim x ∈ / frA que
equivale a A ∩ frA = ∅. Recíprocamente, suponhamos que A não é aberto e mostremos
que A ∩ frA 6= ∅. Com efeito, como A não é aberto, segue que existe pelo menos um
5. Para cada um dos conjuntos seguintes, determine sua fronteira: X = [0, 1], Y = (0, 1) ∪
(1, 2), Z = Q, W = Z
pode ser deduzido para 0. Suponhamos que 1 ∈/ frX, logo existe r > 0 tal que (1−r, 1+r)
não contém pontos de [0, 1] ou de R − [0, 1] = (−∞, 0) ∪ (1, +∞). Absurdo, pois se
1 − r < 0, então:
(1 − r, 1 + r) = (1 − r, 1] ∪ (1, 1 + r).
46
7 Exercícios 7.1 Conjuntos Abertos
isto é, frZ = R. Por m, para W = Z armamos que frW = W. Com efeito, para b ∈ Z
b, logo b ∈ frW e portanto Z ⊂ frW. Já para c ∈ frW, tem-se para todo ε > 0 que
(c − ε, c + ε) contém pontos de Z e de R − Z. Devemos provar que c ∈ Z. Note que
se c ∈/ Z, então c ∈ R − Z e daí concluimos que c ∈ (d, d + 1) com d ∈ Z. Tomando
ε = min{d + 1 − c, c − d}, vem que (c − ε, c + ε) ⊂ (d, d + 1) que contém somente pontos
irracionais, racionais e nenhum inteiro, o que nos leva ao resultado c ∈ / frW. Absurdo,
logo:
c ∈ Z ⇒ frW ⊂ Z.
Da dupla inclusão comprovamos o armado.
a1 ≤ a2 ≤ · · · ≤ an < bn ≤ · · · ≤ b2 ≤ b1 .
47
7 Exercícios 7.2 Conjuntos Fechados
Note que an < b1 e bn > a1 para todo n ∈ N. Como R é um corpo completo, segue
∞
\
que existem α = sup(an ) e β = inf(bn ). Se α = β, então I = In = {α}, já que
i=1
an ≤ α ≤ b n I=6 ∅, donde {α}, de imediato não é aberto. Por outro lado, se α < β,
e
então para todo α < x < β, segue que an < x < bn , ou seja, (α, β) ⊂ I. Por outro lado,
c∈
/ Iq ⇒ c ∈
/ I.
Assim, (α, β) ⊂ I ⊂ [α, β], o que garante que os extremos de I são α e β. Como
os intervalos In são distintos dois a dois, segue que (an ) ou (bn ) têm uma innidade
Assim provamos que um dos extremos de I pertence a I. Note ainda que a ∈ frI e
1. Sejam I um intervalo não degenerado e k > 1 um número natural. Prove que o conjunto
m
dos números racionais pertencentes a I, cujos denominadores são potências de k com
kn
expoente n ∈ N, é denso em I
n m o
Demonstração. Seja A = x ∈ I; x = /m, n, k ∈ Z e k > 1 . Devemos mostrar que
kn
I ⊂ A. Como A ⊂ I é possível notar pelo Teorema 3.1.1 que A é denso em I se, e
somente se, para todo ε > 0, tem-se que (x − ε, x + ε) contém pontos de A com x ∈ A.
n
Portanto, sabendo que lim(k ) = +∞, temos para n sucientemente grande que:
1 1
kn > ⇒ n < ε.
ε k
m m+1 m+1
Assim, para , , onde m+1 é o menor inteiro tal que x+ε ≤ ,
kn kn kn
m m m+1
certamente ∈ (x − ε, x + ε). De fato, pelo armado <x+ε< e como o
kn k n kn
48
7 Exercícios 7.2 Conjuntos Fechados
m m+1 1
comprimento do intervalo
n
, n
é igual a que por sua vez é menor que ε e o
k k kn
m
comprimento de (x − ε, x + ε) é 2ε, segue que x − ε < , ou seja:
kn
m m+1 m
x − ε, < x + ε ≤ ⇒ ∈ (x − ε, x + ε).
kn kn kn
m
Assim, sendo ∈ A, ca provado o desejado.
kn
2. Prove que, para todo X ⊂ R vale X = X ∪ frX. Conclua que X é fechado se, e somente
se, X ⊃ frX.
complementar para todo ε > 0, ou seja x ∈ frX. Por outro lado, se x ∈ / frX, segue que
existe um εi > 0 tal que (x − εi , x + εi ) não contém pontos de R − X, logo:
(x − εi , x + εi ) ⊂ X ⇒ x ∈ X.
isto é, o segundo caso arma que y ∈ X. Assim, concluimos X ∪ frX ⊂ X e pela dupla
inclusão X ∪ frX = X. Resta-nos concluir que X é fechado se, e somente se, frX ⊂ X.
Demonstração. Seja x∈
/ x ∈ R − intX. Note que para todo ε > 0 vem
intX, ou seja,
por conta de intX ser aberto que R − intX é fechado, portanto R − intX = R − intX.
Como intX ⊂ X, segue que R − X ⊂ R − intX e pela Observação 3.5 da seção 3.1,
temos:
49
7 Exercícios 7.2 Conjuntos Fechados
(y − ε1 , y + ε1 ) ⊂ R − X ⇒ y ∈ int(R − Y ).
int(R − X) ⊂ R − X = R − intX ⊂ R − X.
outro lado, digmos que X é fechado. Devemos provar que A e B são fechados, isto é,
conjuntos abertos, X é aberto. Por outro lado X ⊃ ∅ = frX e portanto, pela questão
X, Y ⊂ R. Prove
6. Seja que X ∪Y = X ∪Y e que X ∩Y ⊂ X ∩Y. Dê exemplo em que
X ∩ Y ⊂ X 6= Y .
50
7 Exercícios 7.3 Ponto de Acumulação
(X ∩ Y ) ⊂ (X ∩ Y ) ⇒ (X ∩ Y ) ⊂ (X ∩ Y ).
X ∩ Y = {1} =
6 ∅=X ∩Y.
7. Dada uma sequência (xn ), prove que o fecho do conjunto X = {xn ; n ∈ N} é X = X ∪A,
onde A é o conjunto dos valores de aderência de (xn ).
um termo da sequência (xn ). Seja n1 o menor natural n para o qual xn ∈ (a−1, a+1). De
1 1
modo análogo obtemos que a − ,a + contém pelo menos um termo de (xn ). Seja
2 2
1 1
n2 6= n1 o menor natural n para o qual xn ∈ a − , a + . Note que n1 < n2 , pois se
2 2
n1 > n2 então n2 seria o menor n natural para o qual xn ∈ (a − 1, a + 1), contrariando
a minimalidade de n1 . Prosseguindo desta maneira, denimos a subsequência (xnk )
1 1 1 1
de (xn ) com xnk ∈ a − ,a + , ou seja, a − < xnk < a + , donde pelo
k k k k
Teorema do sanduíche lim(xnk ) = a e da Denição de valor de aderência, concluimos
temos X = X ∪ A.
51
7 Exercícios 7.3 Ponto de Acumulação
X = X 0 ⇔ X 0 ⊂ X.
2. Prove que toda coleção de intervalos não-degenerados dois a dois disjuntos é enumerável.
3. Prove que se todos os pontos do conjunto X⊂R são isolados então pode-se escolher,
ε1 ε2 ε1 ε1
|y−x| ≤ |y−z|+|z −x| < + < + = ε1 ⇒ |y−x| < ε1 ⇒ y ∈ (x − ε1 , x + ε1 ) .
2 2 2 2
52
7 Exercícios 7.3 Ponto de Acumulação
ε1 ε2 ε1 ε2 ε2 ε2
|z −x| = |x−z| < e |z −y| < ⇒ |x−y| ≤ |x−z|+|z −y| < + < + = ε2 .
2 2 2 2 2 2
Como |x−y| < ε2 , então x ∈ (y−ε2 , y+ε2 ), donde novamente obtemos uma contradição.
Portanto Ix ∩ Iy = ∅.
a ∈ X.
Assim, pela questão 2 vem que a coleção desses intervalos é enumerável. Sendo P tal
então para todo ε > 0, segue que (b − ε, b + ε) ∩ X − {b} = 6 ∅. Absurdo, pois b > a então
tomamos ε2 = min{b − a, a + ε1 − b} e se b < a tomamos ε2 = min{a − b, b − (a − ε1 )}.
0
Nos dois casos (b − ε2 , b + ε2 ) ∩ X − {b} = ∅. Assim (a − ε1 , a + ε1 ) ⊂ R − X e da
0 0
arbitrariedade de a resulta que R − X é aberto e portanto seu complementar X é
fechado.
6. Seja a um ponto de acumulação do conjunto X. Prove que existe uma sequência cres-
Demonstração. É imediato do Teorema 4.1.1 que a é limite de uma sequência (xn ) com xn ∈
X − {a}. Como X − {a} ⊂ X. Fica evidente que (xn ) é uma sequência de termos de
X. Sabendo que toda sequência possui uma subsequência monótona e que toda sub-
sequência de (xn ) converge para a, segue que existe (xnk ) monótona com lim(xnk ) = a.
53
7 Exercícios 7.4 Conjuntos Compactos
Se (xnk ) for crescente ou decrescente, nada temos a provar. Por outro lado, se (xnk )
for não-crescente ou não-decrescente, basta tomar a subsequência de (xnk ) que é res-
1. Prove que o conjunto A dos valores de aderência de uma sequência (xn ) é fechado. Se
n > n0 ⇒ |xn − a| ≥ ε0 ⇒ xn ∈
/ (a − ε0 , a + ε0 ).
Por m, se |xn | ≤ k; k > 0, então toda subsequência de (xn ) é limitada por k, incluindo
as que convergem. Como A é o conjuntos desses limites, que por sua vez são menores
ou iguais a k, segue que A é limitado por k. Isso é suciente para mostrar que A é
compacto.
2. Prove que uma reunião nita e uma interseção arbitrária de conjuntos compactos é um
conjunto compacto.
n
[
Demonstração. Provemos inicialmente que A= An é compacto, em que A1 , · · · , An
i=1
são conjuntos compactos. Pelo Teorema 3.2.1, é imediato que A é fechado. Por outro
54
7 Exercícios 7.4 Conjuntos Compactos
An , n ∈ {1, · · · , n}.
Tomando k = k1 + · · · + kn , armamos que A é limitado por k. De
fato, suponhamos por absurdo que existe a ∈ A tal que |a| > k, isto é, a > k ou a < −k.
Note que existe i ∈ {1, · · · , n} onde a ∈ Ai e portanto |a| ≤ ki < k, logo −k < a < k.
Contradição. Daí resulta que A é limitado e como é fechado, segue que A é compacto.
+∞
\
Mostremos agora que B = é compacto com B1 , · · · , Bn , · · · conjuntos compactos.
i=1
Novamente pelo Teorema 3.2.1, B é fechado. Sendo p1 , p2 , · · · , pn , · · · maiores que zero,
tais que |x| ≤ pn ; ∀x ∈ Bn , temos para p = min{p1 , p2 , · · · , pn , · · · } que |x| ≤ p; ∀x ∈ B.
Com efeito, se existe b ∈ B com |b| > p, onde p = pi e b ∈ Bi , então |b| ≤ pi . Absurdo,
Demonstração. Tomemos F1 = [1, +∞), [2, +∞), · · · , ou seja, Fn = [n, +∞). Arma-
T T
mos que Fn = ∅, ou então existiria f ∈ Fn para todo n natural e daí n ≤ f.
Contradição,
pois o conjunto N não é limitado superiormente. Por outro lado, tome-
1 T T
mos Ln = 0, e daí resulta Ln = ∅. Com efeito, do contrário existiria l ∈ Ln ,
n
ou seja:
1 1
0<l< ⇒ n < ; ∀n ∈ N.
n l
Novamente, obtemos uma contradição, provando o armado.
isolados.
55
7 Exercícios 7.5 Conjunto de Cantor
que |x| ≤ k e |y| ≤ k. Somando membro a membro, temos |x| + |y| ≤ 2k donde pela
for nito, temos de imediato que S é fechado e pelo provado anteriormente, vem que
qualquer. Note que, por Bolzano-Weierstrass existe uma subsequência (xnk + ynk )
lim(ynk )k∈N0 = lim[xnk +ynk −xnk ]k∈N0 = lim(xnk +ynk )k∈N0 − lim(xnk )k∈N0 = z −x0 = y0 .
a X e novamente pelo Teorema 5.1.1, uma subsequência de (ynk )k∈N0 converge para
um ponto de X, donde toda subsequência de (ynk )k∈N0 converge para y0 . Isso prova o
armado. Logo:
5.1.1, resulta que S é compacto, já que (xnk + ynk )k∈N0 também é subsequência de
(xn + yn ).
56
7 Exercícios 7.5 Conjunto de Cantor
1 1
Demonstração. Sabemos do Capítulo 5, que , ∈ K.
3 9
1
Note ainda que = 0, 253 = 0, 02020202...
4 3
1 1 1
Ou seja, tem somente algarismos 0 e 2, logo, ∈ K. Por m, ∈ K, já que
4 3 4 10
1
= 0, 13 = 0, 0022002200...
10
1
Armamos que, para m ∈ {2, 5, 6, 7, 8} temos ∈
/ K.
m
De fato:
1
= 0, 1111....
2
3
1
= 0, 121212...
5
3
1
= 0, 01111...
6
3
1
= 0, 010212010212...
7
3
1
= 0, 010101...
8 3
2. Prove que a soma da série cujos termos são os comprimentos dos intervalos omitidos
X 1 1 1 1 1 1 1 1 1
an = + 2 + 2 + 3 + 3 + 3 + 3 + ··· + n + ··· n +··· .
3 3 3 3 3 3 3 |3 {z 3 }
2n−1 vezes
n−1
1 2 2
= + 2 + ··· + n + ··· .
3 3 3
57
7 Exercícios 7.5 Conjunto de Cantor
n−1 n−1
P P 2n−1 P 1 2 1P 2
Ou seja, an = = · = .
3n 3 3 3 3
P 2 n−1
2
Considerando somente a série , façamos = a e como a < 1, segue que tal
3 3
1
série é geométrica e converge para , isto é:
1−a
1 1 1
limsn = = = = 3.
1−a 2 1
1−
3 3
P 1
Assim, a série an converge para · 3 = 1.
3
Demonstração. Sabemos que os extremos dos intervalos retirados são frações cujos
denominadores são potências de base 3. Note ainda que esses mesmos denominadores
são maiores ou iguas que seus respectivos numeradores, ou do contrário teríamos frações
p
do tipo com p>q e daí, este quociente seria maior que 1 que vai de encontro com
q
p m
o fato de ∈ [0, 1]. Feito isso, podemos armar que os extremos são do tipo n com
q 3
m, n ∈ Z e m ≤ 3n , portanto têm suas representações na base 3, uma quantidade
nita de algarismos iguais a 0 e 2, uma vez que já foi observado no Capítulo 6 que
de domínio In e contradomínio igual a {0, 2}, podemos estabelecer uma função injetiva
58
Conclusão
Num primeiro momento, enquanto cursava a disciplina optativa, de Topologia, em
2018.2, pude notar, que em mim surgiu o interesse por fazer a monograa naquele assunto.
Sabia que era um conteúdo extenso e que tinha aplicações em diversas áreas da matemática,
ainda mais que até certo ponto do período letivo, as aulas eram sobre Topologia Geral, logo,
este que já era meu orientador em uma bolsa de monitoria, fui ao seu encontro buscando
auxílio na escolha do tema e este me sugeriu pesquisar sobre a Topologia na reta, assunto
esse, raramente visto na matéria de análise da FAFIDAM, dado o curto tempo dedicado à
experiência com o programa, mas a ajuda do orientador e de alguns arquivos em PDF que ele
me indicou, deram um suporte inestimável. Procurei sempre utilizar uma linguagem didática,
que pudesse propocionar uma maior assimilação por parte do leitor e ainda referenciar cada
passagem lógica no decorrer das provas, que muitas vezes eram omitidas pelo autor do livro.
que para cada questão, existem variadas soluções que não foram exibidas aqui, e cabe a cada
Com relação aos TCC's que o professor Flávio me mostrou, destaco o de Antonio
Eclésio Martins Gomes e Patrícia Renata Pereira Regis, visto que, um dos meus objetivos
principais é o mesmo que eles tiveram em seus respectivos trabalhos: proporcionar uma fonte
DAM. Vejo ainda meu TCC como uma continuação do que eles zeram, já que desenvolvemos
todas nossas pesquisas no mesmo livro, com as mesmas intenções, mas em Capítulos dife-
rentes. Posso armar ainda que minha dedicação e considerações aqui depositadas, fazem
parte de um projeto muito grande que o docente Flávio vem desenvolvendo no decorrer de
sua carreira: criar um material extenso e bem explicado na área de análise para aqueles que
se interessarem a aprofundar seus estudos e também para despertar o interesse pela pesquisa
em matemática pura. Tenho convicção que ele continuará com o que vem fazendo e espero
59
7 Exercícios 7.5 Conjunto de Cantor
que o meu objetivo a longo prazo possa ser atingido: ajudar na inspiração de futuros temas
de monograas, assim, como o Antonio Eclésio e Patrícia Renata ajudaram a inspirar o meu.
60
Bibliograa
[1] LIMA. Elon Lages, Análise Real - Vol. 1 - Funções de Uma Variável, Coleção
Matemática Universitária. 1
a ed. Rio de Janeiro: IMPA, 2014.
[2] , Curso de Análise - Vol. 1. Coleção Projeto Euclides. 14a ed. Rio de Janeiro:
Associação Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada, 2013.
61