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Aula 09

Português p/ PC-RN (Agente e Escrivão)


Pós-Edital

Autor:

Aula 09

27 de Novembro de 2020
Aula 09

SEMÂNTICA, COESÃO E
COERÊNCIA.

Sumário
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ........................................................................................................ 2
HOMONÍMIA X POLISSEMIA X AMBIGUIDADE........................................................................ 27
COESÃO E COERÊNCIA ........................................................................................................... 28
COESÃO SEQUENCIAL – CONTINUIDADE TEXTUAL .............................................................. 48
QUESTÕES FGV........................................................................................................................ 53
RESUMO ................................................................................................................................... 76
LISTA DE QUESTÕES ................................................................................................................ 87
GABARITO .............................................................................................................................. 118

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SEMÂNTICA, COESÃO E COERÊNCIA


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, pessoal! Parabéns a você que perseverou até aqui. Foi um longo caminho, muito conteúdo e centenas
de questões comentadas. Agora, vamos concluir nossa missão!
Semântica é o estudo do sentido de palavras ou de textos. É um assunto muito amplo. Para se entender
plenamente um texto, cada palavra é relevante.
Na prática, estamos estudando semântica desde o início, subjacente ao sentido de toda parte de morfologia
que vimos. O sentido dos conectores, dos tempos e modos verbais, das circunstâncias adverbiais, dos verbos
regidos por determinadas preposições, das regras de pontuação, tudo isso tem aspectos “semântica” e vai
ser fundamental na hora de ler e decifrar o que está sendo comunicado.
Agora vamos trabalhar algumas questões mais específicas, como vocabulário, sinônimos, antônimos, coesão,
coerência, ambiguidade, interpretação, bem como outros detalhes da gramática que vêm sendo cobrados
em prova.
Pessoal, muito carinho com esta aula! Destaco que o conteúdo dela também complementa muito o
conhecimento de interpretação de texto e de redação. Vamos seguir! Nessa aula praticaremos com mais de
80 questões comentadas!!! Estaremos prontos para tudo!!!

Campo semântico:
As palavras podem ter estreitas relações de sentido entre si, como de semelhança, equivalência, diferença,
oposição, pertinência. Palavras que se associam de uma forma direta e previsível, de modo que uma pessoa
consiga facilmente pensar nas outras quando pensa na primeira, formam um “campo semântico”.

Bola

Rede Chuteira

Futebol
Árbitro Trave

Goleiro Gramado

Em termos simples, podemos dizer que vocábulos como bola, chuteira, trave, rede, gol, artilheiro, goleiro,
campeonato, pênalti, formam o campo semântico de “Futebol”. Quando pensamos em um elemento desses,
geralmente há uma associação intuitiva aos outros elementos desse conjunto.
Evidentemente, as associações são infinitas e não existe um número definido de elementos que pertencem

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a um campo semântico fixo e previsível. Essas associações se formam no contexto e também dependem da
experiência e conhecimento de mundo de cada um. Nada impede que faça parte desse campo palavra como
Messi, juiz, ingresso, artilheiro, cartão, patrocínio, uniforme, luva ou outra que também se relacione de algum
modo à ideia geral sugerida por “futebol”.

Sentido Denotativo X Sentido Conotativo


As palavras geralmente tem um sentido mais direto, mais clássico, mais primário, que imediatamente se
manifesta quando ouvimos ou lemos aquela sequência de sons ou letras que formam tal palavra. Esse é o
sentido denotativo, o sentido direto, primário, principal do dicionário.
Cuidado que o dicionário também traz os possíveis sentidos figurados de um termo, mas o sentido
denotativo é aquele mais clássico, mais imediato, do mundo real, não figurado. Os sentidos figurados listados
geralmente são extensão semântica do primeiro sentido, do sentido real.
Ex: o leão é o animal mais visitado do zoológico.
Veja que “leão” está sendo usado em sua acepção mais clássica, como animal.
Por outro lado, num determinado contexto, a palavra pode assumir um novo sentido, figurado, metafórico,
especial, não óbvio.
Ex: Esse lutador batendo é um leão; apanhando, é um gatinho.
Agora a palavra “leão” deixou de designar o animal para indicar figuradamente uma pessoa que tem a
característica da ferocidade. Já o gatinho tem a característica de ser pequeno, inofensivo. Esse é um sentido
figurado, metafórico, conotativo.
Veja exemplos de sentido conotativo que uma palavra pode assumir:

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Observe que “devorando” tem sentido figurado. Não é possível “comer”o planeta. Mas esse uso se torna
perfeitamente coerente porque a matéria fala sobre o consumo “desenfreado” dos alimentos do mundo.
Veja mais um exemplo:

A palavra “frito” foi utilizada com sentido ambíguo de “ferrado” ou literalmente “frito numa frigideira”.

Linguagem figurada: metáfora


A metáfora nada mais é do que uma comparação entre dois elementos que têm uma característica em
comum. Nessa “intersecção” é que ocorre a imagem:
Nos exemplos acima, quando dissemos que fulano é um “leão”, estamos comparando o “fulano”, que tem a
característica da ferocidade, ao “animal”, que também tem essa característica. Dessa forma, formamos uma
imagem em que a ferocidade do animal ilustra como é a ferocidade do “fulano”. Se disséssemos apenas que
o fulano é “feroz”, perderíamos grande parte do sentido que foi emprestado do animal, ou seja, uma
ferocidade muito grande, arrebatadora.
Basicamente, é assim que funciona uma metáfora, é uma comparação sem um elemento formal (conectores
comparativos), que ilustra a qualidade de um ser com a característica comum de outro ser.
Quando usamos a expressão “tirar leite de pedra”, sabemos que isso é uma imagem metafórica porque pedra
não dá leite em sentido real, denotativo. A pedra tem a característica da dureza, então tirar leite da dureza
equivale a tirar um produto de uma situação dura, difícil. Veja mais alguns exemplos:
Ex: Fulana é uma bola (característica comum de ser “arredondado”)
Ex: Fulano é um palito (característica comum de ser “fino”)
Ex: Fulana é uma fofa (característica comum de ser “macio, suave”)
Ex: Este PDF é uma bíblia (característica comum de ter “muitas páginas”)

Linguagem figurada: metonímia/catacrese


A metonímia é um subtipo de metáfora, mas que traz uma relação específica de
continência/pertinência/inclusão/implicação, não de intersecção. Vejamos as mais comuns:

✓ Autor pela obra: Leio sempre Machado de Assis. (= Leio a obra literária de Machado de Assis.)
✓ Inventor pelo invento: Thomas Édson iluminou o planeta. (= As lâmpadas inventadas por
ele iluminam.)

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✓ Símbolo pela coisa simbolizada: Meu coração é verde-amarelo. (verde-amarelo representa,


simbolicamente, por serem as cores da nossa bandeira, brasileiro)

✓ Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)
✓ Efeito pela causa: Foi com suor que emagreci. (= o exercício fez emagrecer, o suor é o efeito do
exercício físico)

✓ Causa pelo efeito: Eu vivo do meu trabalho. (= vivo do meu salário, efeito do que eu trabalho.
Ninguém paga contas com o “trabalho em si”, mas com dinheiro)

✓ Continente pelo conteúdo: Bebeu 3 copos. (= Bebeu o líquido que estava nos copos.)
✓ Instrumento pela pessoa que utiliza: As câmeras foram atrás dos atletas. (= Os repórteres foram
atrás dos atletas.)

✓ Parte pelo todo: O Brasil se classificou para a Copa. (= Apenas a seleção brasileira, uma pequena
parte do “brasil”)

✓ Gênero pela espécie: Os mortais sofrem demais na terra. (= Os homens sofrem)


✓ Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres
foram chamadas, não apenas uma mulher.)

✓ Marca pelo produto: Minha filha adora danone, nutella e yakult. (= Minha filha adora o iogurte,
creme de avelã e leite fermentado dessas marcas.)

✓ Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.)
✓ Instrumento pela coisa ou entidade: nomeia-se ou indica-se uma coisa ou entidade por meio do
instrumento utilizado: A pena (educação) é mais poderosa do que a espada (força, armas).

✓ Abstrato pelo concreto: a 3ª idade vive muito tempo. A juventude morre cedo(= os idosos vivem muito
tempo e os “jovens” morrem cedo.)

✓ Associação entre funções: um termo é usado em lugar do outro por uma semelhança de funções: Ele
é um aviãozinho. (avião indica o pequeno traficante que sobe e desce o morro para buscar drogas, à
semelhança do que ocorre com os aviões)
Obs: As metonímias que substituem o todo pela parte e o plural pelo singular são também chamadas de
‘sinédoque’.
Existe um outro tipo de figura muito semelhante, que é a catacrese: metonímia/metáfora que foi
“cristalizada” pelo uso. Ou seja, é uma metáfora tão “batida” que ninguém mais enxerga como linguagem
figurada:
Ex: Pé da mesa, braço do violão, maçã do rosto...
Se você encontrar esses tipos de relação acima no texto da sua prova, pode confiar que teremos sentido

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figurado.
Outras figuras de linguagem importantes, que indicam também que o texto está utilizando linguagem mais
“simbólica”:
Sinestesia: transferência da experiência de um sentido (visão, audição, tato...) para o outro, fusão de
impressões sensoriais:
Ex: Sua voz é doce e suas palavras me abraçam com ternura.
Ex: Sentiu o sabor frio e amargo da rejeição.
Ex: “Sempre havia, ao amanhecer, uma cor estridente no horizonte.” (Giuliano Fratin)
Perífrase: designação de um ser por um de seus atributos.
Ex: O ouro negro é o tesouro dos países árabes. (petróleo)
Ex: O Rei da Selva é um animal preguiçoso (o Leão)
Eufemismo: suavização de um expressão.
Ex: Fazer a passagem/Partir desta para uma melhor. (morrer)
Hipérbole: expressão carregada de exagero:
Ex: Ele morre de medo, racha de rir depois chora um oceano de lágrimas.
Personificação ou Prosopopeia: Atribuição de características de seres animados a seres inanimados.
Ex: Os quadros da casa me olhavam com censura, condenando minha preguiça.
Ironia: Consiste em dizer algo com um sentido diferente, normalmente oposto ao sentido aparente literal.
Trata-se da materialização escrita do deboche, do descaso.
Ex: Parabéns, você conseguir se superar na arte da ignorância!

1. (CORE-SP–Contador – 2019) Em 2017, o setor de vendas diretas foi responsável pela comercialização de
1,9 milhões de itens (produtos e serviços) no Brasil, o que gerou um volume de negócios que ultrapassa os
R$ 45 bilhões. São mais de 4,1 milhões de pessoas trabalhando como consultores diretos das empresas.
O autor se utiliza, no parágrafo do texto, da função de linguagem:
a) Denotativa.
b) Expressiva.
c) Conativa.
d) Metalinguística.
e) Fática.
Comentários:
O texto é objetivo e a linguagem preza pela abordagem concreta e direta do tema, não há intenção de fazer

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metáforas ou tratar o tema de maneira simbólica. Então, temos a função denotativa, com as palavras
utilizadas no seu sentido mais intuitivo, próprio, direto. Gabarito letra A.
Só um breve esclarecimento sobre as demais opções, que não nos interessam neste momento:
Função fática: tem foco em testar o canal de comunição— Ex: Alô, tem alguém aí?
Função conativa: tem foco em apelar ao leitor, convencê-lo a fazer algo— Ex: Compre batom. É a função
típica das propagandas.
Função metalinguística: é a linguagem usada para falar da própria linguagem. Usamos esta função aqui o
tempo todo, porque uso o português para falar do português.
Função expressiva/emotiva: é a função com foco nas emoções do emissor. Como exemplo clássico temos os
poemas.
2. (IPHAN–Cargos de Nível Médio – 2018) Uma das grandes cousas que se veem hoje no mundo, e nós pelo
costume de cada dia não admiramos, é a transmigração imensa de gentes e nações etíopes, que da África
continuamente estão passando a esta América. Entra uma nau de Angola, e desova no mesmo dia
quinhentos, seiscentos e talvez mil escravos.
Na linha 3, o vocábulo “desova” foi empregado com um sentido pejorativo, revelando a desaprovação do
autor em relação à chegada de escravos ao Brasil.
Comentários:
Sim. Desova tem sentido figurativo de descarregamento de produtos, que, por extensão, assumiu acepção
pejorativa de descarte de corpos. Então, esse vocabulário mostra que o autor condena o tratamento
desumano dos escravos, como se fossem meros corpos, sem valor. Questão correta.
3. (INSTITUTO RIO BRANCO – 2018) A facilidade de comunicações acabou com esses tanques em que
floresciam as diferentes culturas. Quando antes se olhava o mapa-múndi e via-se cada país de um colorido
diferente, podia-se tomar isso ao pé da letra. É verdade que o mundo continuou a ser uma colcha de retalhos;
mas são todos da mesma cor.
As expressões “tomar isso ao pé da letra” e “colcha de retalhos” são exemplos da função denotativa da
linguagem.
Comentários:
Essas expressões são utilizadas em sentido figurado, então são exemplos da função “conotativa da
linguagem”. Questão incorreta.

Sinônimos:
São palavras que se aproximam semanticamente por uma relação de equivalência ou semelhança. Não
existem sinônimos perfeitos, mas, num dado contexto, palavras com sentido próximo, embora não idênticos,
podem ser utilizadas para se referir e retomar o mesmo ser no texto.
As questões de sinonímia dependem de um bom vocabulário e de uma boa captação do que a palavra
significa no contexto em que aparece.
Por exemplo, “marcar” e “agendar” são sinônimos, certo? Marcar uma consulta=Agendar uma consulta.
Certo?
Errado! Depende do contexto, veja que não é mais possível trocar um verbo pelo outro no exemplo abaixo:

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Ex: O jogador marcou um gol.


Ex: Aquele momento me marcou para sempre.
Então, nunca olhe as palavras isoladamente.
Outro detalhe. Muitas questões são de vocabulário puro, secas, ou você conhece a palavra ou não conhece.
Nesses casos, não há escapatória, você precisará tentar inferir o sentido da palavra pelo contexto, por
palavras semelhantes, por prefixos e claro, sempre tentar fortalecer seu vocabulário com leitura regular de
textos variados.

4. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto
muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com
bastante capricho.
A palavra “capricho” (L.2) está empregada no texto com o mesmo sentido de zelo.
Comentários:
Questão direta, são sinônimos no sentido de cuidado. Questão correta.
5. (PGE-PE–Conhec. Básicos 1, 2, 3 e 4 – 2019) ... por propostas que concebem um Estado que seja parco em
prestações sociais e no qual a própria sociedade se responsabilize pelos riscos de sua existência, só
recorrendo ao Poder Público subsidiariamente, na impossibilidade de autossatisfação de suas necessidades.
A palavra “subsidiariamente” foi empregada, no texto, com o mesmo sentido de compulsoriamente.
Comentários:
Subsidiariamente significa “alternativamente, como segunda opção...”
Compulsoriamente significa “obrigatoriamente”. Questão incorreta.
6. (CGE-CE–Conhec. Básicos – 2019) Ainda hoje, em muitos rincões do nosso país, são encontrados
administradores públicos cujas ações em muito se assemelham às de Nabucodonosor, rei do império
babilônico, que, buscando satisfazer sua rainha Meda, saudosa das colinas e florestas de sua pátria,
providenciou a construção de estupendos jardins suspensos. Essa excentricidade, que consumiu anos de
labor e gastos incalculáveis, culminou em uma das sete maravilhas do mundo antigo.
No texto CB1A1-II, a palavra “labor” (L.5) é sinônimo de
a) trabalho.
b) favor.
c) luta.
d) atenção.
e) sofrimento.
Comentários:

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Labor é sinônimo de trabalho, por isso direito laboral é o ramo que trata dos direitos dos trabalhadores.
Gabarito letra A.

Antônimos:
São palavras que se aproximam semanticamente por uma relação de antagonismo ou oposição.
Ex: Gosto de silêncio: não tolero barulho. (silêncio x barulho)
Em alguns casos, duas palavras podem não ser exatamente antônimos em seu sentido clássico, mas podem
aparecer como opostas no contexto em que se dá aquele contraste. A relação de antonímia se dá no
contexto.
Ex: Não fale nada, acalme-se e respire. (falar x se acalmar e respirar)

7. (DPE-RJ–Técnico Médio De Defensoria – 2019) Na tentativa de dar concisão, muitas orações adjetivas
podem ser substituídas por adjetivos; a opção abaixo em que essa substituição foi corretamente realizada é:
a) Não há bem que sempre dure / efêmero;
b) Nem tudo que reluz é ouro / iluminado;
c) Fatos que se repetem são cansativos / frequentes;
d) Sentimentos que duram pouco trazem dor / passageiros;
e) Muitas moedas que são guardadas perdem valor / resguardadas.
Comentários:
Vejamos:
a) “que sempre dure” sugere algo eterno; efêmero significa temporário, breve.
b) “que reluz” é igual a “reluzente”, é diferente de iluminado.
c) “que se repetem” são repetitivos ou repetidos, não se pode afirmar de quanto em quanto tempo se
repetem para dizer que são “frequentes”.
d) “que duram pouco” dá ideia de breve, efêmero, passageiro.
e) “que são guardadas” apenas traz ideia de armazenamento; “resguardar” possui sentido de proteger,
cuidar. Gabarito letra D.
8. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida com
entusiasmo e paixão, e a de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada.
A correção e os sentidos do texto 1A11-I seriam preservados se a palavra “enxovalhada” fosse substituída
por
a) desassistida.
b) desagravada.

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c) afamada.
d) aplaudida.
e) desdenhada.
Comentários:
“Enxovalhada” foi utilizado no sentido de “menosprezada”, “desdenhada”. Os espectadores desprezaram a
peça musical pensando que era de Pixis, músico considerado medíocre — não era de Beethoven. “Afamada”
e “Aplaudida”, pelo valor positivo, seriam “antônimos”. Gabarito letra E.

Hiperônimos:
São palavras de sentido amplo que indicam, em termo semânticos, um conjunto abrangente de elementos,
um “gênero”. Esse “gênero” tem unidades menores, “espécies”, que fazem parte daquele conjunto maior
(hipônimos).
Animal é um hiperônimo. Cachorro, macaco, jabuti são hipônimos, porque são espécies de animal. Então,
“Animal” é hiperônimo de “macaco”.
Atleta é um hiperônimo. Nadador, corredor e goleiro são hipônimos, porque são espécies de atleta. Logo,
“Atleta” é hiperônimo de “nadador”.

Hiperônimo:
Animais

Hipônimo:
Quadrúpede
s

Hipônimo:
Equinos

Hipônimo:
Cavalos

Hipônimos:
O conceito de hipônimo decorre da explicação acima. Trata-se de um elemento com sentido mais específico,
contido em um grupo maior, ou seja, de uma espécie contida em um gênero.
Gato é hipônimo do hiperônimo Felino. Cavalo é hipônimo do hiperônimo Equino. Deputado é hipônimo do

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hiperônimo Político.
Essas relações de inclusão e pertinência se constroem num contexto.

Mesmo antes de conhecer esses conceitos, sempre nos valemos de hiperônimos bem genéricos, como
“coisa”, “pessoa”, “ser”, “acontecimento”, “fato”, “evento”, “elemento” para retomar outro termo mais
específico. Às vezes fazemos o contrário, anunciamos o termo geral primeiro, depois o especificamos com
um hipônimo:
Ex: Tragédia: queda de avião mata 56 pessoas em Paris. A cidade organizou um evento de condolências.
Milhares de pessoas compareceram à solenidade.
Observe que tragédia é hiperônimo de “queda de avião”, pois a “queda” está dentro de um grupo maior de
“tragédias”. Paris é hipônimo de “cidade”. “Solenidade” é “hipônimo” de evento e por aí vai...

Homônimos:
Homônimos homógrafos: São palavras que têm a mesma grafia, mas trazem sentidos diferentes.
Homônimos homófonos: São palavras que têm a mesma pronúncia, mesmo som, mas trazem sentidos
diferentes.
Homônimos perfeitos: São palavras que têm som e grafia idênticos, diferenciando-se somente pelo sentido.
Quase sempre, são palavras de classes diferentes.

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9. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) É como se você tivesse baixado algum software e ele te
solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa
imediatamente para a última página, tica em “concordo” e esquece o assunto.
No trecho “tica em ‘concordo’” (L.3), o verbo ticar é sinônimo de clicar, mas difere deste por ser de uso
informal.
Comentários:
Sim, “ticar” vem do inglês “to tick”, que significa justamente clicar numa caixinha virtual para aceitar, ou
marcar um sinal de concordância, um “tique”, um x, um visto ou algo assim. No caso, “ticar” é clicar para
aceitar o contrato. Ticar é uma palavra oficial, não é considerada de uso informal. Questão incorreta.
10. (MPU–Analista – 2018) A impossibilidade de manter silêncio sobre um assunto é uma observação que
pode ser feita a respeito de muitos casos de patente injustiça que nos enfurecem de um modo até difícil de
ser capturado por nossa linguagem.
Na linha 2, o adjetivo patente tem um significado de impressionante.
Comentários:
Tem um significado de evidente, óbvio, flagrante. Questão incorreta.
11. (MPU–Analista – 2018) Se a cultura, no que tange a valores e visões de mundo, é fundamental para nossa
constituição enquanto indivíduos (servindo-nos como parâmetro para nosso comportamento moral, por
exemplo), limitarmo-nos a ela, desconhecendo ou depreciando as demais culturas de povos ou grupos dos
quais não fazemos parte, pode nos levar a uma visão estreita das dimensões da vida humana.

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No texto, a palavra “depreciando” (l.3) foi empregada com o sentido de desprezar.


Comentários:
Desprezar é diminuir, tratar como inferior, então é sinônimo de depreciar mesmo. Questão correta.

Parônimos:

São pares de palavras parecidas na pronúncia ou na grafia. Muitas vezes, essa semelhança conduz a erros
ortográficos. O conhecimento dessas palavras também é muito importante para interpretação de texto e
questões de vocabulário.
Veja exemplos clássicos de parônimos:

absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)

apóstrofe (figura de linguagem) apóstrofo (sinal gráfico)

aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar)

arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair)

ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo)

bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe)

cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)

comprimento (extensão) cumprimento (saudação)

deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)

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delatar (denunciar) dilatar (alargar)

descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)

descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)

despensa (local onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar)

docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)

emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)

eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente)

eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)

esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)

estada (permanência em um lugar) estadia (permanência temporária em um lugar)

flagrante (evidente) fragrante (perfumado)

fluir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar)

fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo)

imergir (afundar) emergir (vir à tona)

inflação (alta dos preços) infração (violação)

infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)

mandado (ordem judicial) mandato (procuração)

peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) pião (tipo de brinquedo)

precedente (que vem antes) procedente (proveniente; que tem fundamento)

ratificar (confirmar) retificar (corrigir)

recrear (divertir) recriar (criar novamente)

soar (produzir som) suar (transpirar)

sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)

sustar (suspender) suster (sustentar)

tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)

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vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)

(http://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman7.php)
A melhor forma de estudar esses pares é marcar a parte da palavra que se diferencia e anotar o sentido,
como exemplifico abaixo:
Cavaleiro (relativo à cavalaria)- Cavalheiro (homem gentil, polido)
Absorver (sorver, impregnar) – Absolver...
Comprimento-Cumprimento
Descriminar-Discriminar
Despercepido-desapercebido
Descrição- Discrição
Aprender- Apreender
Eminente- Iminente
Inflação-Infração
Flagrante- Fragrante

12. (DPE-RJ–Técnico Médio de Defensoria – 2019) Há uma série de palavras em língua portuguesa que
modificam o seu sentido em função de uma troca vocálica; esse fato só NÃO ocorre em:
a) deferir / diferir;
b) infarte / infarto;
c) emergir / imergir;
d) descrição / discrição;
e) eminente / iminente.
Comentários:
Vamos lá:
a) deferir (conceder) / diferir (divergir/adiar);
b) infarte / infarto (são variantes da mesma palavra, o sentido não muda)
c) emergir (subir à tona) / imergir (descer, submergir);
d) descrição (ato de descrever) / discrição (ser discreto, reservado);
e) eminente (excelso, destacado) / iminente (imediato, próximo no tempo, algo que está por ocorrer).
Gabarito letra B.

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13. (CÂMARA DE SALVADOR–Analista Leg. – 2018) “tratados e declarações internacionais ratificadas pelos
países”; nesse segmento do texto 1 está sublinhada uma palavra denominada parônimo, por ter uma forma
semelhante no idioma (retificadas), com significado distinto.
A frase abaixo em que está correto o emprego da forma sublinhada é:
a) As organizações aguardam o diferimento de seus pedidos para que possam começar a atuar nos conflitos;
b) Alguns Estados cometem fragrantes delitos contra a segurança de seus cidadãos;
c) Devido a conflitos violentos, alguns cidadãos imigram para outros países em busca de segurança;
d) Houve um vultuoso comércio de mercadorias contrabandeadas no momento dos conflitos;
e) As organizações procedentes de países mais desenvolvidos são normalmente mais confiáveis.
Comentários:
a) “Diferimento” significa atraso, adiamento. “Deferimento” seria a palavra adequada, no sentido de
“anuência, aprovação, concordância”.
b) “Fragrante” significa é cheiroso, perfurmado. “Flagrante” significa evidente, visível, óbvio; esta deveria ter
sido a palavra utilizada.
c) Se você vai para outro país, você “emigra”. Imigrante é quem “entra” no país estrangeiro, do ponto de
vista de quem está dentro.
d) A ideia é de volume, vulto, então devemos usar “vultoso”, volumoso, abundante. “Vultuoso” é quem está
com a cara inchada e vermelha, com olhos salientes.
e) Esta é correta. Procedente significa “originário”. Precedente é aquilo que precede, que vem antes.
Gabarito letra E.
14. (POLÍCIA CIVIL-SP–Escrivão – 2018) A disputa latente entre política e tecnologia se tornou explícita. Da
utopia digital do Vale do Silício, emergiu a realidade dos monopólios corporativos, da manipulação política e
do tribalismo antidemocrático. O resultado do choque com as instituições é incerto.
São expressões sinônimas de latente e emergiu adequadas ao contexto, respectivamente,
a) encoberta e veio à tona.
b) potencial e submergiu.
c) oculta e introduziu-se.
d) gritante e veio à luz.
e) ilógica e despertou.
Comentários:
Latente é aquilo que ainda não está manifesto, aparente, algo que está encoberto. Emergir significa “vir à
tona”, ao passo que “imergir” significa afundar em líquido, afundar, submergir. Gabarito letra A.
15. (DPE-RJ–Técnico Médio de Defensoria – 2019) A frase em que está correto o emprego de um dos
parônimos mandado/mandato é:
a) O mandado de senador dura 8 anos;
b) Impetrou mandato de segurança com pedido de liminar;
c) Não tinha mandado de busca para entrar na casa;

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d) Todos desejavam que seu mandado de diretor acabasse;


e) O mandato de apreensão não havia sido expedido.
Comentários:
Mandato: período de uma concessão de poderes, incumbência de uma missão, por exemplo, o mandato de
um político.
Mandado: ordem judicial/administrativa, por exemplo, o mandato de prisão. Por isso, está correta a letra C
e as demais foram trocadas:
a) O mandaTo de senador dura 8 anos;
b) Impetrou mandaDo de segurança com pedido de liminar;
d) Todos desejavam que seu mandaTo de diretor acabasse;
e) O mandaDo de apreensão não havia sido expedido. Gabarito letra C.
16. (BANESTES–Téc. Bancário – 2018) Um ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte: “Defenda
a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto Mestrinho)
O vocábulo sublinhado, composto do radical-logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio
ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical, que tem seu significado corretamente indicado é:
a) Antropologia: estudo do homem como representante do sexo masculino;
b) Etimologia: estudo das raças humanas;
c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre a Terra;
d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das mulheres;
e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza.
Comentários:
Uma questão de vocabulário bem pesada. Muitas vezes, você vai precisar decifrar o sentido das palavras
pelos seus prefixos. A ginecologia é realmente a “parte da medicina que estuda a fisiologia e a patologia do
corpo feminino e trata das doenças específicas das mulheres, esp. as do aparelho genital.”
Vejamos as demais:
a) Antropologia: estudo do homem como raça humana, homens e mulheres.
b) Etimologia: estudo da origem das palavras.
c) Meteorologia: estudo dos fenômenos atmosféricos
e) Fisiologia: estudo das funções orgânicas e os processos vitais dos seres vivos. Gabarito letra D.
17. (BANESTES–Téc. Bancário – 2018) A frase abaixo em que o termo sublinhado tem um sinônimo indicado
corretamente é:
a) “A razão nos é dada para discernir o bem e o mal” / julgar;
b) “Quem decide praticar o mal, encontra sempre um pretexto” / castigo;
c) “Poucas vezes falta engenho à maldade” / trabalho;
d) “A educação seria a arte de parecer inofensivo” / inocente;
e) “Não pode haver educação onde não há discrição” / reserva.

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Comentários:
Podemos sim dizer que “ser discreto” pode equivaler a “ser reservado”, mas no contexto da letra E, com a
frase solta, não parece haver essa equivalência, porque “reserva” pode ter outros sentidos. Contudo,
novamente deveríamos tentar fazer por eliminação. Vou então marcar um possível sinônimo correto para as
demais alternativas:
Discernir – diferenciar, distinguir
Pretexto – motivo, alegação
Engenho – criação, inventividade
Aí, na letra D, temos “inofensivo” e “inocente”, que são palavras muito próximas do que “reserva” e
“discrição”:
Inclusive, segundo o consagrado dicionário Aulete, são sinônimas:
inofensivo
(i.no.fen.si.vo)
1. Que não ofende, que não escandaliza: Parece uma pessoa inofensiva.
2. Que não produz mau resultado, que não prejudica; INOCENTE; INÓCUO: A água é uma bebida
inofensiva.
3. Que não faz mal, que não tem qualquer fim malévolo: A chupeta é inofensiva quando usada só
para dormir.
O melhor gabarito seria a letra D; contudo, a banca entendeu “inocente” como “não culpado” e “inofensivo”
como “quem não ofende, não faz mal”. É uma leitura possível, mas a D também era razoável. O problema é
sempre a falta de um contexto maior. Gabarito definitivo letra E.

Polissemia:
Uma mesma palavra pode ter múltiplos sentidos. É diferente de um homônimo perfeito, pois a polissemia
se refere a vários sentidos de uma única palavra. Homônimos são palavras diferentes, geralmente de
classes diferentes, que têm sentidos diferentes. A palavra polissêmica é uma só, mas se reveste de novos
sentidos, muitas vezes por associações figuradas. A diferença na prática é bem sutil. Vejamos alguns
exemplos:
Quero um suco de laranja natural (feito da fruta)
Sou natural da Argentina (originário)
Água é um recurso natural (da natureza)
Pintou um retrato bastante natural (fiel, próximo)
Quero um vinho natural (temperatura ambiente)
Veja uma charge que explora os múltiplos sentidos da palavra “encalhar”:

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A palavra “encalhada” pode ser em seu sentido literal, que indicaria que a baleia ficou presa na parte rasa
da costa marítima. Por outro lado, pode ser entendida no sentido figurado, como “aquela que não consegue
um marido”.
Momento elucubração: Ah, professor! Então, qual a diferença entre “polissemia” e “homônimo perfeito”?
Não há uma resposta definitiva, a língua não é uma ciência exata. “A distinção entre homonímia e polissemia
é indeterminada e arbitrária” (Lyons). Então, sem querer resolver enigmas acadêmicos, temos que adotar
um critério prático: na homonímia temos “duas” palavras, quase sempre de classes diferentes, cada uma
com seu sentido, mas que apresentam uma “coincidência” de forma. Na polissemia, temos uma única
palavra, que apresenta dois ou mais sentidos, normalmente com alguma relação. Normalmente, a questão
apenas cobra o conceito: “Palavra com mais de um sentido” – Polissemia; “Palavras diferentes, com sentidos
diferentes, mas que apresentam mesma grafia e/ou pronúncia” – homônimos.

18. (MPE-SC–Promotor de Justiça – 2016) Está gramaticalmente correta esta frase: Não faço cessão dos
meus direitos!
Comentários:
Questão de parônimo: Cessão deriva do verbo ceder, com sentido de dar, transferir: cessão de bens, cessão
de direitos. Não confunda com “seSSão”, de cinema, de terapia; nem com o “seção”, com sentido de divisão,
departamento, Seção do mercado, Seção de marketing. Questão correta.
19. (PREFEITURA DE FRONTEIRA–Advogado – 2016) Nos enunciados abaixo, assinale aquele em que o
parônimo ou homônimo foi empregado ADEQUADAMENTE de acordo com o segundo citado entre

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parênteses.
a) As multas (infringidas – infligidas) aos motoristas que cometem (inflações – infrações) de trânsito não são
(vultuosas – vultosas)
b) O técnico estava na (iminência – eminência) de ser demitido, pois eram (fragrantes – flagrantes) as
divergências entre ele e a diretoria do clube.
c) Ele (ratificou – retificou) não mudando a data do pagamento da inscrição, sendo cobrada (taxa – tacha) de
juros para quem não cumprir o determinado.
d) Depois de algumas (sessões – seções) de treino, o jovem piloto, pela sua ousadia, foi (tachado – taxado)
de louco pelos adversários.
Comentários:
A banca quer aquela opção em que o segundo item do par de cada parêntese seja o correto. Logo na letra a
temos nosso gabarito.
As vultosas (volumosas, grandes, consideráveis) multas são infligidas (aplicadas) para quem comete infrações
(violações de regra).
Iminência é caráter do que está para acontecer, imediato. Eminente é ilustre, destacado.
Retificar é corrigir; ratificar é confirmar. São antônimos.
Sessão é um período de tempo, de um evento, como a sessão de cinema ou uma sessão de terapia. Seção é
uma subdivisão, um departamento.
Taxar com X remete a taxa, pagamento, tributo. Tachar, com CH, é rotular, classificar. Então vejamos as
opções:
b) O técnico estava na (iminência – eminência) de ser demitido, pois eram (fragrantes – flagrantes) as
divergências entre ele e a diretoria do clube.
c) Ele (ratificou – retificou) não mudando a data do pagamento da inscrição, sendo cobrada (taxa – tacha) de
juros para quem não cumprir o determinado.
d) Depois de algumas (sessões – seções) de treino, o jovem piloto, pela sua ousadia, foi (tachado – taxado)
de louco pelos adversários. Gabarito letra A.
20. (DPE-RO–Analista – 2015) A frase abaixo cuja lacuna deve ser preenchida pela primeira das palavras
colocadas entre parênteses é:
a) O senador declarou que respeitava muito o seu __________. (mandado/mandato);
b) Muitos detalhes do crime passaram __________ . (desapercebidos / despercebidos);
c) O __________ em computação fora trazido dos Estados Unidos. (esperto / experto);
d) Muitos dos acusados tinham receio de terem __________ os seus postos. (caçados / cassados);
e) O automóvel precisava de __________ urgente. (conserto / concerto).
Comentários:
Senador tem mandaTo, período em que ocupa aquela função pública. MandaDo é uma ordem judicial.
Os detalhes passaram “despercebidos”, pois não foram percebidos vistos. DesApercebido é desprovido,
desguarnecido.

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Experto vem de “expertise”, de experiência num campo, de especialidade. Esperto é inteligente, malandro,
maroto.
Caçado é quem é presa de um caçador. Cassar é cancelar, invalidar os efeitos.
ConSerto é reparo. ConCerto é orquestra, música. Lembre do C de Cantor. Gabarito letra E.
21. (CRM-SC–Assistente Administrativo – 2015)
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil para os carros e os pedestres.
Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de homônimos e parônimos.
a) I e III.
b) II e III.
c) II apenas.
d) Todas incorretas.
Comentários:
ASCender é subir. Acender é chama, atear fogo.
TráfICo é venda ilegal de coisas. TráfEGo é fluxo de pessoas, veículos.
Fluir (transcorrer, decorrer). Fruir (desfrutar).
Assim, somente II está correto. Gabarito letra C.
22. (PREFEITURA FRONTEIRA–Advogado – 2016)

A mensagem dessa tirinha apoia-se no duplo sentido de uma palavra através de um recurso:
a) Vida – homonímia;
b) Balanço – polissemia;
c) Balanço – sinonímia;
d) Vida – polissemia. -
Comentários:
A tira explora a polissemia do termo “balanço”, que pode indicar um brinquedo de balançar, mas também
pode indicar uma “ponderação” de elementos, numa balança, uma reflexão sobre o equilíbrio, sobre o peso
das coisas. Gabarito B.
23. (TJ-MT–Analista Judiciário – 2016) Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, seja no modo de
falar ou no de escrever. A palavra sessão, por exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada
uma apresenta sentido diferente. Esse caso, mesmo som, grafias diferentes, denomina-se homônimo

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homófono. Assinale a alternativa em que todas as palavras se encontram nesse caso.


a) taxa, cesta, assento
b) conserto, pleito, ótico
c) cheque, descrição, manga
d) serrar, ratificar, emergir
Comentários:
Homônimos homófonos são aquelas que tem o “som” igual, ainda que a grafia e o sentido sejam diferentes.
Então, tínhamos que pensar em quais palavras tem um par com exata mesma pronúncia: tacha (espécie de
prego), sesta (soneca), acento (marca gráfica de uma palavra).
Nas outras opções havia outros pares: ótico (referido ao olho) e óptico (relativo a luz); conserto (reparo) e
concerto (música, arranjo); descrição (descrever) e discrição (ser discreto); manga (fruta) e manga (roupa);
serrar (cortar com serra) e cerrar (fechar); retificar (corrigir) e ratificar (confirmar); emergir (subir à superfície
e imergir (descer em direção ao fundo). Gabarito letra A.

Ambiguidade:
Ambiguidade é a possibilidade de dupla leitura de um enunciado. É o bom e velho duplo sentido. Pode ser
estrutural ou polissêmica.
Nem sempre é um problema, pois pode ser proposital e está presente na literatura, nas piadas, nas
propagandas. Porém, deve ser evitada, porque é considerada vício de linguagem, porque prejudica a clareza.

Ambiguidade estrutural:
Veja a tira abaixo e observe como a posição do termo “com pouca gordura” causa dupla possibilidade de
leitura:

Essa é a ambiguidade estrutural. Ocorre quando a estrutura, a organização e a construção da frase dão
margem a mais de uma possibilidade de sentido. No exemplo da tira, se o autor tivesse mudado a posição

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do termo, “comida com pouca gordura para gato”, a ambiguidade se desfaria.


Vejamos alguns exemplos:
Ex: Peguei o ônibus correndo.
Sentido 1: Eu estava correndo quando peguei o ônibus.
Sentido 2: O ônibus estava correndo quando o peguei.
Ex: Pedro encontrou Maria e lhe disse que sua mãe foi ao cinema.
Sentido 1: A mãe de Pedro foi ao cinema.
Sentido 2: A mãe de Maria foi ao cinema.
Ex: O advogado viu o cliente entrando no tribunal.
Sentido 1: O advogado estava entrando no tribunal e viu seu cliente.
Sentido 2: O cliente estava entrando no tribunal.
Ex: João e Maria vão se casar.
Sentido 1: João vai se casar com uma pessoa e Maria, com outra.
Sentido 2: João vai se casar com Maria.
Ex: A venda das empresas foi positiva para os acionistas.
Sentido 1: As próprias empresas foram vendidas.
Sentido 2: As empresas venderam seus produtos.
Ex: Comprei a fruta e o legume que faz emagrecer.
Sentido 1: O legume faz emagrecer.
Sentido 2: O legume e a fruta fazem emagrecer.
Ex: O menino falou com a menina que mora em Ipanema.
Sentido 1: O menino mora em Ipanema e falou isso para a menina.
Sentido 2: A menina mora em Ipanema e o menino falou com ela.
Ex: Quero ir ao cinema hoje, mas ela não quer.
Sentido 1: Ela não quer ao cinema especificamente hoje.
Sentido 2: Ela não quer ao cinema, independente do dia.

Ambiguidade polissêmica:
Ambiguidade polissêmica é aquela inerente ao próprio vocábulo ou à expressão que traz múltiplos sentidos.

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O ator retratado nessa propaganda é famoso por ter tido envolvimento com “cocaína”. Então, observe que,
no exemplo acima, “coca” pode ser compreendida como o “refrigerante” rival da Pepsi, ou como “cocaína”,
em referência ao uso da substância. O humor da propaganda reside na polissemia da palavra “coca”.
Vejamos agora um exemplo que traz uma ambiguidade proposital derivada da polissemia de uma
“expressão”:

Essa propaganda brinca com o conceito de dicionário, conhecido como “pai dos burros”. “Bom para burro”
pode ser entendido como sinônimo de “bom para quem não sabe nada” e também como uma expressão de
intensidade: “bom demais”, “muito bom”, “bom pra caramba”.
24. (POLÍCIA CIVIL-SP–Escrivão – 2018)

É correto afirmar que o efeito de sentido da tira decorre


a) da possibilidade de atribuição de diferentes sentidos a uma mesma palavra.
b) da declaração pouco convincente do garoto, diante da resposta do tigre.
c) do não entendimento, pelo menino, da resposta correta dada pelo tigre.
d) do fato de o tigre dar uma resposta empregando termos de sentido obscuro.
e) da ambiguidade do enunciado de matemática, que usa termos inadequados.
Comentários:
Questão direta. “Nó” é uma medida náutica (1,852 km/h). No plural, a palavra fica “nós”, que se confunde
com o pronome pessoal “nós”, o que explica a ambiguidade da tira. Nesse caso, a ambiguidade é um “efeito”

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da polissemia, isto é, o uso de palavras polissêmicas pode gerar ambiguidade. Gabarito letra A.
25. (POLÍCIA CIVIL-SP–Investigador – 2018)
Leia a charge.

No plano da linguagem verbal, o efeito de humor decorre


a) do emprego ambíguo do termo “esquartejamento” no título.
b) do duplo sentido presente na expressão “por partes”.
c) da enumeração caótica das partes do corpo de Tiradentes.
d) da falta de referência explícita ao sujeito do verbo “fizeram”.
e) da alusão exortativa a Tiradentes, personagem da história do Brasil.
Comentários:
a) No título, o termo “esquartejamento” não foi empregado de modo ambíguo, ou seja, ele significa, no
contexto, apenas “cortar partes do corpo”. Incorreta.
b) De fato, a expressão “por partes” apresenta duplo sentido, ou seja, a professora está falando das partes
do corpo de Tiradentes ou do aspecto pausado, gradativo, paulatino da explicação (vamos por partes = vamos
aos poucos). Alternativa correta.
c) Como foi colocado no item anterior, o humor decorre da expressão “por partes”. A enumeração das partes
do corpo, de certa forma, complementa essa ideia. Incorreta.
d) Mesmo não sabendo quem é o sujeito do verbo “fizeram” (quem realizou o esquartejamento), o humor
da charge não depende desse detalhe gramatical. Incorreta.
e) Exortar é “estimular”, “animar”, “induzir”. Analisando os dois quadrinhos, não observamos uma alusão
exortativa a Tiradentes. Incorreta. Gabarito letra B.
26. (AL-RO–Assistente Legislativo – 2018) “O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua

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cabeça e a arrastava para a sua caverna.”


Assinale a opção que apresenta o problema de construção dessa frase do texto.
a) A polissemia do vocábulo “fêmea”.
b) A ambiguidade do possessivo “sua” em “sua caverna”.
c) A colocação do pronome pessoal “a”.
d) A seleção vocabular por “macho” em lugar de “homem”.
e) A predicação verbal do verbo “arrastava”.
Comentários:
O pronome “sua” causa ambiguidade, pois não sabemos se a caverna é do homem ou da mulher.
Gabarito letra B.
27. (CCV-UFC–Auxiliar em Administração – 2016) Assinale a alternativa em que a disposição sintática das
palavras torna a frase ambígua.
a) O programa exigia do programador uma senha.
b) O computador da empresa tem sérios problemas.
c) O jovem aluno escondeu o computador do irmão.
d) O estudante ganhou do tio um excelente computador.
e) A empresa fez a atualização dos dados no computador.
Comentários:
A ambiguidade está na letra c. Os pronomes possessivos podem causar ambiguidade. O jovem aluno
escondeu seu próprio computador do irmão ou escondeu o computador que pertencia ao irmão? Essa
organização dos termos dá margem a duas leituras. Gabarito letra C.
28. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Uma editora acaba de lançar o livro “Os Meninos da Caverna”,
que conta a dramática história do resgate de um time de futebol juvenil que ficou dezoito dias preso em uma
caverna na Tailândia.
A capa do livro traz o seguinte texto:
“O passeio de um sábado à tarde que durou dezoito dias preocupou o mundo e mobilizou mil pessoas em
um resgate quase impossível na Tailândia”.
O problema estrutural desse pequeno texto da capa é:
a) a má seleção vocabular do termo “passeio”;
b) a possível ambiguidade do termo “na Tailândia”;
c) a inclusão de exageros evidentes para atrair o leitor;
d) a presença de várias formas verbais com o mesmo sujeito;
e) a ausência de vírgula após “mil pessoas”.
Comentários:
Questão direta: na expressão “impossível na Tailândia”, temos a possibilidade de ler que aquele resgate é
impossível apenas na Tailândia, quando sentido original não era esse. Gabarito letra B.

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HOMONÍMIA X POLISSEMIA X AMBIGUIDADE


A diferença é sutil e controversa, objeto de muitas discussões acadêmicas. Contudo, nosso enfoque deve ser
prático.
A vela está acesa e a mãe vela o sono do filho.
Em relação à palavra “vela”, há polissemia, ambiguidade, homonímia, tudo ao mesmo tempo? Vamos tomar
como referência uma questão:

29. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) A Prefeitura de Salvador faz divulgação de seu Festival da
Virada em conhecidas revistas. O texto da publicidade diz o seguinte:
Festa que vira atração de 460 mil turistas,
Que vira 98% de ocupação hoteleira,
Que vira milhares de empregos,
Que vira 500 milhões de reais na economia.
Que virada!
Obrigado, Salvador!
A estruturação do texto só NÃO compreende:
a) paralelismo sintático entre as frases;
b) jogo de palavras virar/virada;
c) quantificação dos benefícios do festival;
d) ambiguidade do substantivo “virada”;
e) atribuição de voz à população de Salvador.
Comentários:
O temo “Salvador” é o vocativo, não é quem fala, quem tem voz, mas sim quem ouve.
Gabarito letra E.
a) Correto. O paralelismo sintático (uso de estruturas paralelas, semelhantes, de mesma forma ou estrutura)
entre as frases se mostra na estrutura fixa e repetida em quase todos os versos.
b) Correto. Há jogo de palavras entre virar (transformar-se) virada (mudança brusca de resultado)
c) Correto. Há quantificação dos benefícios do festival em “500 milhões”.
d) Correto. Como vimos na C, há ambiguidade do substantivo “virada”.
30. (INSS – 2016) Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos amigos, leu há dias a comédia em
casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que aplaudiu muito e profetizou no Sr. Oliveira

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um futuro Shakespeare.
Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro.
No texto, a palavra “fortuna” pode ser interpretada tanto como sucesso quanto como riqueza.
Comentários:
Temos uma questão de ambiguidade polissêmica. A palavra “fortuna” de fato pode assumir esses dois
sentidos. O texto constrói a expectativa de que a peça é muito boa, então será “sorte” do teatro que exibir
tal peça. Por ser tão boa, a peça também vai trazer muita audiência, o que pode render uma “fortuna” para
o teatro, no sentido financeiro.
Pela polissemia da palavra ‘fortuna’, temos como consequência uma possível ambiguidade:
O teatro terá sorte em recebê-lo, pois a peça é muito boa.
O teatro arrecadará muito, ficará rico, pois a peça é muito boa.
Então, podemos interpretar das duas formas e ambas são coerentes. Vejam que aqui temos no texto uma
ambiguidade causada pela polissemia da palavra “fortuna”, que traz inerentemente vários sentidos. Questão
correta.
31. (PREFEITURA FORTALEZA–Professor – 2019) Os textos publicitários apresentam recursos linguísticos
muito interessantes, por isso constituem um material bastante proveitoso para as atividades de
interpretação de texto, sobretudo quando, neles, se detecta o caráter polissêmico. O texto seguinte é bem
característico desse traço: “BANHO E TOSA – aqui seu cão sai um gato!”.
Com base na significação e no contexto de produção desse texto, o aluno deve concluir que:
a) o substantivo gato apresenta um significado conotativo.
b) a palavra cão estabelece uma antítese com a palavra gato.
c) o termo tosa propicia que se estabeleça a ambiguidade do texto.
d) o vocábulo cão foi empregado com base em seu sentido figurado.
Comentários:
Aqui temos um jogo de palavras, o “gato” está associado a ideia de criatura bonita: você está um gato/uma
gata. Então, não temos um gato literalmente considerado, mas sim uma figura de linguagem, uma
comparação simbólica, enfim, um emprego de linguagem conotativa. Gabarito letra A.
Antítese é uma oposição, não há oposição entre gato e cachorro. “Tosa” não traz ambiguidade alguma, a
ambiguidade está em “gato”, que foi utilizado num segundo sentido, um sentido figurado. “Cão”, por sua
vez, foi empregado em sentido denotativo, literal, próprio, direto.

COESÃO E COERÊNCIA
Coerência:
A coerência observa as relações de sentido e lógica que um texto oferece. O texto tem uma lógica própria,
arquitetada pelo autor. Você não tem que necessariamente concordar com aquele sentido, mas deve ser
capaz de ver a relação de lógica que se tenta construir ali.
A coerência se constrói pela manutenção da expectativa que o uso de certas palavras traz ao leitor. Nesse

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sentido, a contradição gera incoerência.


Ex: Nós temos que tomar medidas urgentes, imediatas e drásticas para resolver o problema da
educação. Portanto, é fundamental que paremos para pensar, sem pressa, e formemos comissões
para estudos e estratégias de longo prazo.
Observe que o texto se inicia com tom de “urgência” e “imediatismo” e prossegue com um tom de “calma”.
Há visível contradição entre “urgente” e “sem pressa” e “longo prazo”. Esse é um texto incoerente,
contraditório.
Veja outro exemplo:
Ex: Aquela menina sempre foi a mais dedicada da classe. Estudou com muito afinco e disciplina para
o concurso e, mesmo assim, foi aprovada.
Observe que a conjunção concessiva “mesmo assim” quebra a expectativa criada antes, pois, após a
conjunção, cria-se a expectativa de que ela não passou. É incoerente usar um sentido de concessão para algo
que seguiu o efeito esperado sem obstáculos. A conjunção coerente aqui seria uma “conclusiva”.
Ex: Todos me odeiam, mas ninguém gosta de mim.
Novamente, há incoerência, pois foi usada uma conjunção adversativa, que indica contraste e oposição, para
relacionar partes que tem o mesmo sentido. Se não há oposição, não é lógico usar uma conjunção
adversativa.
Dica final: qualquer tipo de contradição gera incoerência, seja temporal, argumentativa, espacial, de nível de
formalidade...Fique atento!

32. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) A oposição de termos construída com as preposições
com/sem gera um possível paradoxo em:
a) Com dinheiro ou sem dinheiro, vou passar o carnaval em Salvador;
b) Com amigos ou sem amigos, vou divertir-me nas férias;
c) Com bebida ou sem bebida, vou embebedar-me de felicidade;
d) Com motivo ou sem motivo, vou comprar roupas novas;
e) Com vontade ou sem vontade, vou viajar com a família.
Comentários:
O paradoxo é uma provocação à lógica por haver uma aparente impossibilidade entre seus componentes. O
paradoxo sugere uma contradição, uma incompatibilidade impossível, em suma UMA APARENTE
INCOERÊNCIA. Então, se não há bebida (sem bebida), é impossível embebedar-se: está aí o paradoxo da
questão. Gabarito letra C.
33. (DPE-RJ–Técnico Médio de Defensoria – 2019) “Em caso de morte no acidente, a vítima pode receber o
seguro no próprio escritório da seguradora”.
O problema de construção dessa frase está:

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a) na incoerência lógica dos termos;


b) na troca indevida entre “acidente” e “incidente”;
c) na utilização desnecessária de “próprio”;
d) no erro ortográfico em “seguradora” por “Seguradora”;
e) no erro de emprego de vírgula após “acidente”.
Comentários:
Se a vítima morreu, não há como receber seguro no escritório. Trata-se de notória incoerência.
Gabarito letra A.
34. (COMPESA–Assistente de TI – 2016) “O galo tem grande poder no galinheiro”.
Os vocábulos a seguir apresentam a mesma relação semântica que o par acima sublinhado, à exceção de um.
Assinale-o.
a) químico / laboratório
b) freira / convento
c) corredor / pista
d) escritor / livraria
e) policial / delegacia
Comentários:
Pessoal, isso é uma questão de coerência! Pois pede uma relação lógica e a manutenção dela nas opções.
Vejamos: a relação Galo/Galinheiro é de pertinência, onde o galo fica, onde exerce seu “ofício” de ser galo,
que é reproduzir, isso figurativamente falando, é claro.
Da mesma forma, o químico exerce seu ofício no laboratório; a freira, no convento; o corredor corre na pista;
o policial trabalha na delegacia — nem todos, eu sei; mas isso não nega a relação semântica! Não é
incoerente dizer que o policial trabalha na delegacia só porque alguns não trabalham lá...
Contrariamente, o escritor não trabalha na livraria. A livraria vende livros, mas a pessoa do escritor não
exerce seu ofício lá. Isso seria a mesma incoerência de ligar um pedreiro a uma imobiliária.
A comparação foi incoerente porque não manteve o mesmo critério em todas as opções. Gabarito letra D.
35. (IBGE–Analista – 2016) A frase abaixo que exemplifica uma incoerência é:
a) “O que vem fácil, vai fácil”. (Geoffrey Chaucer);
b) “Se você deseja atingir o ponto mais alto, comece pelo mais baixo”. (Ciro, o Jovem);
c) “Perseverança não é uma corrida longa, são muitas corridas curtas, uma após a outra”. (Walter Elliot);
d) “Nossa maior glória não é nunca cair, mas sim levantar toda vez que caímos”. (Oliver Goldsmith);
e) “Seja breve, não importa quanto tempo isto leve”. (Saul Gorn).
Comentários:
A incoerência está na letra e, pois o sentido da palavra “breve” tem sentido “pouco tempo”, que entra em
contradição com “não importa quanto tempo”, pois esse termo contempla situações demoradas, que levam
muito tempo. Importa sim e tem que ser rápido, ou não é considerado “breve”. Gabarito letra E.

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Coesão:
Quando ler a palavra coesão, pense essencialmente na “ligação” entre palavras e partes do texto,
recuperando e adiantanto informação. A coesão também se refere à retomada de elementos do texto por
meio de palavras coesivas ou artifícios textuais. Coesão é “referência” a partes do texto.
A coesão não garante a lógica de um texto, mas contribui grandemente para que enxerguemos a coerência
dele, pois guia o leitor adiante na leitura, ao mesmo tempo que recupera sentido já mencionado.
As ferramentas de coesão são utilizadas para “jogar” o leitor para trás no texto, retomando informações já
sugeridas, por via de reescrituras (paráfrases), pronomes, advérbios e outras palavras remissivas. Nesse caso,
dizemos que a coesão é recorrencial, porque trabalha na base da repetição e da retomada.
Por outro lado, também é necessário “jogar” o leitor para frente no texto, fazendo a leitura avançar num
fluxo lógico, que culmina numa “premissa consecutiva”, isto é, numa consequência, numa conclusão do que
foi mencionado. Isso ocorre por meio de conjunções, preposições, pronome relativos, que dão “sequência”
ao texto, permitindo estabelecer relações de antes e depois, causa e consequência. Assim, chamamos esse
tipo de coesão de sequencial, pois ela estabelece a “continuidade” lógica e estrutural de um texto.
Nesse contexto, vão ter um papel fundamental as classes de palavras que servem para “ligar”, “associar”,
“retomar” e “anunciar” frases e palavras, como as conjunções, preposições e as locuções que tenham valor
equivalente (locuções conjuntivas e prepositivas).
No entanto, qualquer classe gramatical pode ter um papel coesivo, se tiver no texto a função de ligar ou
retomar partes do texto. Vejamos exemplos mais sutis de coesão:

Ex: Fui ao supermercado comprar legumes. Não havia nada lá. Isso nunca tinha ocorrido antes.
Observe que o advérbio “lá” retoma “supermercado” e que o pronome “isso” retoma toda a parte “não havia
nada”, retoma o acontecimento.
Embora os elementos utilizados para a coesão sejam geralmente palavras, até mesmo a omissão de termos
pode ser utilizada como artifício de coesão:
Ex: Somos tão diferentes: não gosto de chuva; ela, de sol.
Ex: (nós) Somos tão diferentes: (eu) não gosto de chuva; ela (não gosta) de sol.
Veja que o verbo “gosto” tem um sujeito desinencial “EU”, que está elíptico. O mesmo ocorre com o verbo
“somos”. A vírgula, após “ela” retoma o verbo “gostar”, que também está omitido na oração, pela figura da
Zeugma. Como percebemos, há referência e retomada de informações do texto por via de recursos da
pontuação e da conjugação verbal. Essa é a chamada coesão por elipse.
Muitos instrumentos textuais podem servir como artifício coesão.
Ex: Um celular tocou! Foi o seu?
Ex: Um (telefone) celular tocou! Foi o seu (telefone celular)?
Observe que a palavra telefone está omitida. Claro que sua ausência não prejudica a compreensão, pois hoje
em dia a maioria dos falantes sabe que “celular” se refere a um telefone. Porém, a rigor, “celular” é um
adjetivo que poderia ser utilizado para outros substantivos. Observe que o próprio verbo “tocar” ajuda a
recuperar a ideia de telefone, embora a palavra não esteja ali escrita, por isso também tem uma carga
coesiva. Percebemos, então, que também pode ser recurso de coesão a substituição de um nome por um

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adjetivo que se refira a ele e o identifique.


Na segunda oração, há novamente a referência ao “telefone celular” por meio de um pronome substantivo,
que tem a função coesiva de retomar e substituir esse elemento.
OBS: COESÃO X COERÊNCIA X SENTIDO
Esses aspectos do texto são totalmente interligados, mas não são de forma alguma sinônimos. Coesão é a
relação das partes do texto, basicamente a referência que um termo faz a outro dentro do texto. Coerência
é a relação lógica, a ausência de contradição, a congruência do texto. O sentido é a informação original,
simplesmente. Então, uma mudança de sentido pode tornar o texto incoerente, uma alteração nos
elementos coesivos também pode deixar o texto incoerente, se o resultado for uma leitura confusa, sem
sentido, contraditória.

Coesão Anafórica x Coesão Catafórica:


A coesão faz relação entre partes do texto. Quando o mecanismo de coesão retoma um termo ou informação
que veio antes dele, diz-se que há coesão anafórica.
Quando “anuncia” um termo ou informação que aparecerá depois, diz-se que há coesão catafórica.
Isso tudo está detalhado na função referencial dos pronomes demonstrativos.

Ex: Estudo todo dia. Isso faz a diferença. (anafórico)

Ex: Desejo isto diariamente: ser aprovado logo. (catafórico)

Referências Fora do Texto: Exofórica/Dêitica


Quando os elementos coesivos se referem a elementos fora do texto, como tempo e espaço, a gramática diz
que eles têm função dêitica, ou exofórica (fora), nesse caso o valor semântica vai depender da situação de
produção do texto, de onde foi escrito, quando, por quem...
Ex: Esse texto foi escrito aqui (aqui onde? Esse sentido dependerá de onde foi escrito. Essa localização
é elemento externo ao texto, fora dele.)
Ex: Vamos almoçar amanhã (Que dia é amanhã? Depende de que dia é tomado como referência no
momento da escrita. Esse elemento está “fora” do texto.)
Ex: O Rio de Janeiro anda muito violento, quem poderá nos ajudar? ( “nos” se refere a “nós”, mas
quem é esse “nós”. Essa referência está fora do texto, na pessoa de quem fala e de quem ele deseja
incluir usando “nós”, a população do RJ)

36. (CRECI 1ª REGIÃO-RJ–Analista de TI – 2016)


Em ranking dos países mais inovadores, Brasil fica entre os 5 últimos

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Em levantamento que mediu o nível de inovação em 50 países, o Brasil ficou em 47° lugar. A Bloomberg,
portal americano especializado em economia, atribuiu uma nota para cada país. Essa nota levou em conta
vários indicadores, como número de patentes registradas, quantidade de estudantes cursando engenharia e
ciências, número de empresas de tecnologia, número de equipes de pesquisa, entre outros. Em 1° lugar no
ranking, aparece a Coreia do Sul. Completam o top 10 Japão, Alemanha, Finlândia, Israel, Estados Unidos,
Suécia, Singapura, França e Reino Unido. Na parte de baixo da tabela, os cinco piores são: Tailândia, Brasil,
Argentina, África do Sul e Marrocos.
No título “INOVAÇÃO? AQUI NÃO!”, o advérbio AQUI remete imediatamente a que lugar?
a) Na pesquisa realizada
b) Nesta imagem
c) No Brasil
d) Dentre as melhores posições ocupadas pelos 5 primeiros países.
Comentários:
Primeira coisa: a pergunta se refere ao título, não ao texto debaixo da figura. Ao interpretar a figura,
percebemos que essa referência está fora do texto, pois se refere ao Brasil, local onde o “texto” é escrito,
referência geográfica presumida na voz do autor. Posteriormente, ao ver a imagem e ler o texto, essa
referência se confirma, mas, inicialmente, é exofórica. Gabarito letra C.

Recursos de Coesão na estruturação do texto:


Parafraseando Agostinho Dias Carneiro, um bom texto se articula fundamentalmente com repetição de
ideias (coesão) e com apresentação de informação nova (progressão). Um texto que só repete é redundante;
um texto que só apresenta novidade, sem dialogar com o que já foi dito, é incoerente.
A repetição de ideias é muitas vezes necessária para o desenvolvimento linear de um texto. Porém, a
repetição excessiva de palavras pode tornar um texto problemático. Nesse sentido, os mecanismos de coesão
vão oferecer alternativas para a retomada de ideias sem a repetição viciosa das mesmas palavras.

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Veremos aqui algumas estratégias para evitar repetição viciosa. Fique alerta, pois essas técnicas são
fundamentais para identificar paráfrases em questões de interpretação e reescrituras. Também são
importantes para eventual prova discursiva.

Uso de Pronomes (pessoais, relativos, demonstrativos,


possessivos, indefinidos):
O pronome serve exatamente para isso: retomar e substituir um nome. Então, essa deve ser uma das técnicas
mais intuitivas para evitar repetição.
Ex: Meu pai era um gênio, mas nunca o reconheceram.
Ex: O leão foi sacrificado. Ele não teve a menor chance.
Ex: Ninguém vencia Silvério na sinuca quando ele estava inspirado.
Ex: O livro que comprei é esse.
Ex: Ninguém tem uma força de vontade maior que a sua.
Ex: Ela deve seu sucesso ao estudo.
Ex: Isto é o atalho para ser aprovado: estudar, revisar, fazer questões.
Ex: Entre as camisas, comprei a que era mais cara.
Ex: O menino, que era estrábico, tinha excelente pontaria.
Ex: A vida de concurseiro é difícil. Muitos desistem, alguns logo no início.
Obs: O artigo definido também pode ser usado como referência a termo citado. Nesse caso, o artigo
definido vai indicar que o termo mencionado já é conhecido, por ter já aparecido antes no texto:
Ex: Lá na praça, havia vários policiais. Os assaltantes, quando chegaram, não viram os policiais ali—o
artigo é definido porque os policiais são específicos—

37. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza,
o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades
que marcam época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as
grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no
século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações inteiras.
Na linha 6, o vocábulo “que” retoma o termo “saltos de época”.
Comentários:
Sim, pois são os “saltos de época” que desorietaram gerações inteiras:
o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram
gerações inteiras. O pronome relativo é usado justamente para evitar a repetição.

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o advento da sociedade industrial no século XIX, tudo isso representa saltos de época, saltos de época
desorientaram gerações inteiras. Questão correta.
38. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele
no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que morremos. Pouquíssimos entre nós são
capazes de rescindi-lo ou transcendê-lo.
As formas pronominais em “rescindi-lo” e “transcendê-lo”, referem-se, respectivamente, a “contrato” e a
“dia”.
Comentários:
Ambas referem-se a “contrato”. Questão incorreta.
39. (DPE-AM–Analista de Banco de Dados – 2018) Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de
terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de
frases e da linguagem da época. A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda
que possamos usá-la e interpretá-la de modos muito individuais.
Julgue o item a seguir:
O elemento “a” retoma “cultura” no segmento Nós a descobrimos
Comentários:
Incorreto. O pronome oblíquo “a” é um elemento coesivo anafórico que retoma “língua”.
40. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-
industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial anterior é representado pelo progresso científico e
tecnológico, pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e
pelos meios de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma
avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós, contemporâneos,
temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa.
Na linha 6, a expressão “na qual” refere-se ao termo antecedente “história humana”.
Comentários:
“história humana” faz parte de um termo explicativo intercalado, isolado entre travessões. Na verdade, “na
qual” retoma “uma avalanche ciclópica”. Leia ignorando a intercalação:
Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível
de toda a história humana — na qual nós, contemporâneos, temos o privilégio e a desventura de estar
envolvidos em primeira pessoa. Questão incorreta.
41. (PF–Agente da Polícia Federal – 2018) Este funcionário, porém, se enganou por completo, e a fonte
remota de seu fracasso reside na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu renome de poeta.
Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non
distributio medii [falácia lógica], ao inferir que todos os poetas são idiotas.
O pronome “ele”, no trecho “ele é apenas culpado de uma non distributio medii” (L.3-4), refere-se a “o
ministro” (L.2).
Comentários:
O pronome “ele” se refere ao delegado, pois é ele quem está raciocinando, supondo e chegando a uma
conclusão falaciosa. Questão incorreta.

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Coesão referencial com pronomes demonstrativos:


Por serem importantíssimos macanismos de coesão, relembro aqui os aspectos semânticos do uso
referencial dos pronomes demonstrativos.
Pronomes demonstrativos apontam, isto é, demonstram a posição dos elementos a que se referem no
tempo, no espaço e no texto.
Tempo:

✓ este(s), esta (s), isto: indicam tempo presente, período corrente:


Ex: Este domingo vai ter jogo do Barcelona.
Ex: Neste verão viajarei para o Caribe.

✓ esse(s), essa (s), isso: indicam passado recente ou futuro próximo:


Ex: Esse domingo haverá jogo do Barcelona.
Ex: Nesse verão sofri demais com o calor.

✓ aquele(s), aquela (s), aquilo: indicam passado ou futuro distante:


Ex: Aquela década de 70 foi completamente perdida.
Ex: Aquele intercâmbio que faremos em 10 anos será caríssimo.
Espaço:

✓ este(s), esta (s), isto: apontam para referente perto do falante:


Ex: Este violão aqui na minha mão é de madeira maçiça.
Ex: Estes meus cabelos estão uma verdadeira palha.

✓ esse(s), essa (s), isso: apontam para perto do ouvinte:


Ex: Esse violão aí na sua mão é de madeira maciça.
Ex: Isso é roupa que se vista num casamento? Troque-a já!

✓ aquele(s), aquela (s), aquilo: apontam para longe do falante/ouvinte:


Ex: Aquela pintura lá em cima é um afresco.
Ex: Aquilo não é um pássaro, nem um avião; é só um balão caindo.
Quando apontam para o espaço, o referente está fora do texto, então dizemos que o pronome tem uso
“dêitico”.

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42. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) O direito tributário brasileiro depara-se com grandes desafios,
principalmente em tempos de globalização e interdependência dos sistemas econômicos. Entre esses pontos
de atenção, destacam-se três. O primeiro é a guerra fiscal ocasionada pelo ICMS. O principal tributo em vigor,
atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados se debruçarem sobre vinte e sete diferentes
legislações no país para entendê-lo. Isso se tornou um atentado contra o princípio de simplificação,
contribuindo para o incremento de uma guerra fiscal entre os estados, que buscam alterar regras para
conceder benefícios e isenções, a fim de atrair e facilitar a instalação de novas empresas.
No texto 1A1-I, o pronome que inicia o trecho “Isso se tornou um atentado contra o princípio de
simplificação” (L. 5 e 6) remete
a) à oração “guerra fiscal ocasionada pelo ICMS” (L. 3).
b) à ideia de que o ICMS é “O principal tributo em vigor” (L.3-4).
c) ao argumento de que “O direito tributário brasileiro depara-se com grandes desafios” (L.1).
d) ao fato de “contribuintes e advogados se debruçarem sobre vinte e sete diferentes legislações no país” (L.
4-5) para entender o ICMS.
e) à crítica do autor à recorrência das mesmas regras tributárias em “vinte e sete diferentes legislações no
país” (L. 4-5).
Comentários:
O pronome “isso” retoma um grupo de informações anteriormente mencionado, não faz geralmente
retomada de um termo específico, mas sim de todo um grupo de ideias: o conteúdo de uma oração, de um
período, um parágrafo...
No caso, recupera a ideia contida em:
O principal tributo em vigor, atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados se debruçarem
sobre vinte e sete diferentes legislações (26 estados mais o DF) no país para entendê-lo.
Em suma, “isso” é a coexistência de muitas legislações, fato que dificulta a simplificação. Gabarito letra D.
43. (UNIFESP–Técnico Segurança – 2016)

Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas da fala da personagem, no primeiro


quadrinho, devem ser preenchidas, respectivamente, com:
a) algum ... me livrar
b) o ... livrar eu
c) esse ... me livrar
d) um ... livrar eu

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e) este ... me livrar


Comentários:
A questão era sobre referência espacial do pronome. O gato está próximo de quem fala (Hagar). Então o
pronome correto é “este”. Se estivesse perto de quem ouve, seria “esse”; se longe de ambos, seria “aquele”.
A segunda lacuna deve ser preenchida por “me livrar”. Como regra predominante, pronome reto não pode
ser objeto direto: Matei ela; comprei ele... Gabarito letra e.
Texto:

✓ este(s), esta (s), isto: apontam ao que será mencionado (anuncia):


Ex: Esta é sua nova senha: ynot.xp$%; memorize-a.
Ex: Isto era importante para ela: dinheiro, sucesso, prestígio.

✓ esse(s), essa (s), isso: apontam para o que já foi mencionado:


Ex: João passou em primeiro lugar, esse cara é bom.
Ex: Dinheiro, sucesso, prestígio, isso tudo é sim importante (resumitivo).

✓ aquele(s), aquela (s), aquilo: apontam para o antecedente mais distante, enquanto este aponta para
o mais próximo:
Ex: João e Maria são concursados, esta do Bacen, aquele do TCU.
Ex: Aquilo não é um pássaro, nem um avião; é só um balão caindo.
Vejam que este caso mostra o uso anafórico de “esta”.

Entre 3 seres mencionados no texto, este se refere ao mais próximo,


ao último; aquele se refere ao mais distante, ao primeiro. Caso haja
mais de dois referentes, recomenda-se o uso de numerais: o primeiro,
o segundo, o terceiro. Fique atento.
Ex: Xuxa, Pelé e Senna são famosos. Aquela é a rainha dos baixinhos,
este foi o maior piloto brasileiro (*e esse foi o rei do futebol).
Melhor seria: A primeira é a rainha dos baixinhos, o segundo é o rei
do futebol e o terceiro foi o maior piloto brasileiro.

44. (PRF–Policial – 2019) As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se intrinsecamente com a


satisfação das necessidades dos seres humanos — alimentar-se, proteger-se do frio e do calor, ter o que
calçar etc. Estas colocam os homens em uma relação de dependência com a natureza, pois no mundo natural
estão os elementos que serão utilizados para atendê-las.
As formas pronominais “Estas” (ℓ.3) e “las” (ℓ.4) referem-se a “necessidades dos seres humanos” (ℓ.2).

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Comentários:
Sim, “estas” foi usado anaforicamente para retomar “necessidades dos seres humanos”, pois são as
necessidades que colocamos homens....
“atende-las” = atender as necessidades dos seres humanos
Antes que alguém pergunte: “estas pode ser anafórico?”. Pode sim! Basta que esteja retomando algo que
apareceu antes. Ser anafórico quer dizer essencialmente “retomar informação anterior”. Questão correta.
45. (PC-SE–Delegado – 2018) A existência da polícia se justifica pela imprescindibilidade dessa agência de
segurança para a viabilidade do poder de coerção estatal. Em outras palavras, como atestam clássicos do
pensamento político, a sua ausência culminaria na impossibilidade de manutenção de relações pacificadas.
Devido a seu protagonismo e sua importância na organização e garantia da reprodução das normas legais,
o Estado democrático não pode abdicar dessa instituição.
A expressão “a polícia” presente em “da polícia” (ℓ.1) é retomada, ao longo do primeiro parágrafo do texto,
por meio das expressões “dessa agência de segurança” (ℓ.1), “sua” (ℓ.3), “seu” (ℓ.4), “sua” (ℓ.4) e “dessa
instituição” (ℓ.5).
Comentários:
Aqui temos uma série de elementos coesivos que possuem o mesmo referente:
...dessa agência de segurança: a agência é a polícia
... dessa instituição: a instituição é a polícia
“sua”, “seu” e “sua”= “da polícia” Questão correta.
46. (PF–Papiloscopista – 2018) Assim como nossos antepassados, estaremos sempre buscando compreender
o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim, compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre o
mundo a nossa volta.
Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa aventura, todos podemos compartilhar o êxtase que surge a
cada nova descoberta; se não por intermédio de nossas próprias atividades de pesquisa, ao menos ao
estudarmos as ideias daqueles que expandiram e expandem as fronteiras do conhecimento com sua
criatividade e coragem intelectual.
As expressões “dessa busca sem fim” (L.2) e “dessa aventura” (L.3) retomam, por coesão, o mesmo referente:
“compreender o novo” (L.1).
Comentários:
Sim, os termos anafóricos retomam a informação mencionada anteriormente:
Assim como nossos antepassados, estaremos sempre buscando compreender o novo. E, a cada passo
dessa busca sem fim (—qual busca? compreender o novo), compreenderemos um pouco mais sobre nós
mesmos e sobre o mundo a nossa volta.
Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa aventura (—qual aventura? compreender o novo), todos
podemos compartilhar o êxtase que surge a cada nova descoberta. Questão correta.
47. (TJ-AL–Analista Jud. – 2018) “A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas
durante a sessão de quarta feira e esclareceu que elas mostram dois ‘assessores de deputados’ trocando
figurinhas durante a sessão. ‘O comportamento não é justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os
assessores pertencem, já foram informados, e cabe aos parlamentares decidir como proceder’”.
Nesse segmento do texto 2, o componente sublinhado que NÃO se refere ou repete nenhum termo anterior

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é:
a) que;
b) elas;
c) sessão;
d) comportamento;
e) deputados.
Comentários:
a) que – trata-se de conjunção integrante, não retoma nenhum termo anterior, apenas funciona como
conectivo da oração substantiva.
b) elas – retoma “imagens”
c) sessão – refere-se à sessão dos deputados, à sessão parlamentar de quarta feira.
d) comportamento – refere-se a “trocar figurinhas”
e) deputados – repete e retoma os deputados que estavam trocando figurinhas. Gabarito letra A.
48. (BANESTES–Téc. Bancário – 2018) Todas as frases abaixo apresentam elementos sublinhados que
estabelecem coesão com elementos anteriores (anáfora); a frase em que o elemento sublinhado se refere a
um elemento futuro do texto (catáfora) é:
a) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais preciosos que a alma humana pode desejar”;
b) “Todo o problema da vida é este: como romper a própria solidão”;
c) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar”;
d) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a de uma vela que queima”;
e) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que produzem menos”.
Comentários:
Vejamos:
a) “que” é pronome relativo e retoma “bens”
b) “Este” é pronome demonstrativo catafórico e anuncia o que vem depois, uma explicação de “todo o
problema da vida”. Então, se refere a algo que ainda será dito futuramente no texto.
c) “que” é pronome relativo e retoma “alguém”.
d) “a” é pronome demonstrativo, equivalente a “aquela”, e se refere a “companhia”.
e) “aquelas” é pronome demonstrativo e retoma “pessoas”. Gabarito letra B.
49. (POLÍCIA CIVIL-PA–Escrivão – 2016) O pronome (em destaque) empregado para fazer referência a
elemento que se encontra, não no texto, mas fora dele é:
a) revela-NOS exatamente algo.
b) ISSO porque ha áreas.
c) de quem O praticou.
d) entendia o QUE fazia.

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e) ESSES dados.
Comentários:
Não precisamos do texto. Esse revela-NOS faz referência a própria pessoa que está falando, assim como EU.
Porém, esse “nós” inclui o locutor e outras pessoas, que não estão no texto. Por fazerem referência a pessoas
fora do texto, dizermos que há uma referência exofórica/dêitica. Gabarito letra A.

Uso de numerais:
Ex: Eu e minha esposa fomos lá. Nós dois detestamos a comida.
Nós “dois” retoma “eu” e “minha esposa”.
Ex: João e José foram ao shopping. O primeiro foi comprar charutos; o segundo foi comprar discos de
vinil.
O numeral “primeiro” se refere ao termo mais distante “João”; “segundo” se refere a quem apareceu por
último, “José”.
Ex: Comprei um fogão e uma geladeira. Ambos deram defeito.
Ambos é considerado numeral e retoma “fogão” e “geladeira”.
Ex: O primeiro me chegou, como quem vem do florista, trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche
de ametista...

50. (IF-PE–Clínica Geral – 2016 - Adaptada) Podemos estar certos de apenas umas poucas coisas. A primeira:
as disputas municipais não são um tipo de “eleição de meio período”, como existe nos Estados Unidos e em
outros países. Os eleitores não vão às urnas para “enviar sinais”, de apoio ou reprovação dos governadores
ou do presidente.
O que fazem, unicamente, é procurar identificar o melhor candidato a prefeito de sua cidade, que se ocupará
de questões tão mais relevantes quanto mais pobre for o eleitor.
A segunda é que, para a maioria do eleitorado, a eleição municipal é a escolha de um indivíduo. Apoios e
endossos contam, mas raramente são decisivos.
Em relação aos aspectos coesivos do TEXTO 01, assinale a alternativa VERDADEIRA.
As palavras “primeira”, “segunda”, estão estabelecendo uma relação de ideias, que vai da informação
primária à secundária.
Comentários:
Os numerais foram utilizados como estratégias coesivas, numa lista de aspectos que o autor anuncia que vai
tratar. No entanto, pelo contexto, não podemos dizer que uma informação é primária e a outra é secundária,
pois esta classificação se refere à origem da informação. A grosso modo, primária seria a informação original
e a secundária seria aquela que decorre da primária. No texto, não há essa relação de prioridade, apenas
uma mera ordenação. Questão incorreta.

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51. (INSTITUTO RIO BRANCO–Diplomata – 2013)


Se houve cinco grandes livros sobre o Brasil escritos no Século XX, um deles é Raízes do Brasil. Publicado
originalmente em 1936, foi segundo, pela ordem de publicação. Como Casa Grande & Senzala, é um ensaio
de grande valor não apenas científico mas literário, que vai buscar as origens do Brasil em Portugal e no
latifúndio escravocrata ou na família patriarcal rural. Igualmente usa de um método dialético para exprimir
com riqueza as contradições do objeto que está analisando. Como Freyre, mas com menos ênfase, reconhece
o caráter mestiço da formação social brasileira, produto de ampla miscegenação com o índio e o negro. Mas
as semelhanças param aí. Enquanto Freyre faz o elogio da colonização portuguesa e do latifúndio
escravocrata, e celebra o seu grande êxito, Sérgio Buarque faz a crítica dessa colonização e das sua natureza
aventureira e patriarcal; enquanto o primeiro vê no senhor de engenho o grande herói, o segundo o percebe
de maneira muito menos lisonjeira; enquanto o sociólogo pernambucano identifica as plantações de cana-
de açúcar com as de café, o paulista aceita a identificação para as fazendas do Vale do Paraíba, mas não do
Oeste Paulista.
As expressões “o primeiro” (l.14) e “sociólogo pernambucano” (l.16-17) referem-se a Freyre e as expressões
“o segundo” (l.15) e “o paulista” (l.18) a Sérgio Buarque de Holanda.
Comentários:
Essa questão explora dois mecanismos de coesão, a retomada com substituição por numerais e por
antonomásia. A própria estrutura revela a referência a cada um, pois o texto menciona os sociólogos
paralelamente: o primeiro isso, o segundo aquilo; o pernambucano isso, o paulista aquilo. Tudo na mesma
ordem da primeira referência 1º Freyre; 2º Sérgio. Questão correta.

Uso de advérbios:
Ex: Estamos no Brasil; muita gente considera fraude esperteza aqui.
“Aqui” faz coesão anafórica com lugar que apareceu antes: “Brasil”.
Ex: Sinto saudades de lá; a Califórnia é muito bela!
“Lá” faz coesão catafórica com o lugar que aparecerá depois: “Califórnia”.

52. (PREFEITURA MATOZINHOS–Advogado – 2016)

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O advérbio “Aqui” tem referência:


a) anafórica
b) catafórica.
c) dêitica.
d) elíptica.
Comentários:
Aqui = casa. A referência é catafórica, pois o termo que “aqui” retoma vem depois dele, não antes: aqui em
casa... Gabarito letra B.

Termos resumitivos e sintéticos:


Algumas palavras, como pronomes indefinidos, tem o poder de sintetizar e resumir um grupo de elementos.
Ex: Estudar, revisar, fazer questões: tudo isso é indispensável.
Tudo isso retoma “Estudar, revisar, fazer questões”.
Ex: João, Jose, Manoel e Joaquim vieram. Os outros faltaram.
Os outros de refere a quem não veio, pessoas não mencionadas por nome.
Ex: Acordo às 6h, vou para a faculdade, depois para a natação. Ao final do dia, pego as crianças no
colégio, antes de ir para o curso de inglês. No dia seguinte, repito a rotina.
O termo a rotina sintetiza toda a sequência de ações habituais mencionada.

53. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza,
o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades
que marcam época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as
grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no
século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações inteiras.
A expressão “tudo isso” (L.6) retoma, por coesão, todos os termos que a precedem no período.
Comentários:
Sim. Esse é um termo “resumitivo”, sintetiza toda a lista anterior: A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as
grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial
no século XIX. Questão correta.
54. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na
região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro
de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu,

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Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da minha infância, às
gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho.
O termo “lá” remete à fazenda da Jureia, onde a personagem vivenciou as experiências relatadas no texto.
Comentários:
“Lá” é um advérbio com natureza pronominal, isso porque tem a capacidade que o pronome tem de retomar
um termo anterior. Lá retoma o lugar onde se passam as ações: a fazenda onde a personagem passava férias.
Questão correta.

Sinônimos, Hiperônimos e Hipônimos:


Já sabemos que hipônimos estão contidos no sentido amplo de seus hiperônimos. Essa relação de
continência torna intuitivo o uso de um para retomar o outro.
Ex: Meu cão era bipolar. O animal às vezes atacava sem razão.
Animal é hiperônimo de cão, pois o cão pertence ao conjunto “animais”.
Ex: Tive um carro a Diesel e achava barato o combustível.
Combustível é hiperônimo de Diesel, pois Diesel pertence ao conjunto “combustíveis”.
Uma outra técnica muito utilizada é a substituição de um nome próprio por um comum ou vice-versa.
Geralmente consiste em aludir uma pessoa por uma característica que a distinga. Esta técnica se chama
substituição por antonomásia. Calma, o nome é feio, mas é o “treco” é simples. Veja:
Ex: Bono Vox e Ivete Sangalo estão namorando. O roqueiro foi visto saindo de um restaurante com a
beldade. Indagada, a baiana negou estar em um relacionamento com o Irlandês. No entanto, os
artistas foram vistos juntos muitas outras vezes.
Bono Vox é um nome próprio e foi retomado várias vezes por nomes comuns, como “roqueiro”, “irlandês”,
“artista”. Já Ivete foi aludida como “beldade”, “baiana”, “artista”. Não precisa gravar o nome, mas a técnica
é fundamental!!!

55. (INSS – 2016 - Adaptada)

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Acerca de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto acima, julgue o item que se segue. A expressão “essas
coleções” (l.5) retoma, por coesão, o termo “Bibliotecas” (l.1).
Comentários:
O pronome demonstrativo “esse” é um mecanismo de coesão textual para retomar um item que já foi
mencionado. Além disso, o termo “coleções” foi usado como hiperônimo de “biblioteca”, já que a biblioteca
é uma espécie de coleção— uma coleção de livros. Questão correta.
56. (TJ-RS–Assessor – 2016 - Adaptada)

A expressão o pontífice (l. 17) faz referência ao vinho que Stela costumava tomar.
Comentários:
Pontífice é uma autoridade eclesiástica. No texto, foi usado como sinônimo de “Papa”. Logo, não faz
referência ao vinho. Questão incorreta.
57. (UFCG–Técnico Administração – 2016) Segundo a vice-presidente da Ebserh, Jeanne Michel, a rede
também vai atender casos mais complexos das doenças, contribuir em pesquisas nos hospitais universitários
e buscar qualificar ainda mais a rede de atenção à saúde. Os hospitais filiados à Ebserh já vêm atuando
diariamente na identificação de casos suspeitos de microcefalias e na prestação de assistência às gestantes
e bebês acometidos pela doença.
O termo doença, no fragmento do texto na prestação de assistência às gestantes e bebês acometidos pela
doença, é sinônimo de:
a) Dengue.
b) Zika vírus.
c) Febre chikungunya.
d) Microcefalia
e) Aedes aegypti.
Comentários:
O termo “a doença”, no caso em tela, faz a retomada a “microcefalia”, doença que apareceu antes. Observe
que o artigo definido “a” também reforça a coesão.
Contudo, para ser mais específico, a técnica de coesão utilizada foi a do hipônimo-hiperônimo, já que
“microcefalia” é uma espécie (hipônimo) do termo geral (hiperônimo) “doença”. Gabarito letra D.

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Simbolização:
Consiste em substituir uma entidade por um símbolo que a represente.
Ex: O Rei era autoridade máxima. A verdade da Coroa sempre prevalecia.
Ex: A Cruz de Malta cobriu as arquibancadas. Torcedores vascaínos ocuparam 80% dos assentos.

Nominalização:
Basicamente, é substituir um adjetivo ou verbo por substantivo ou uma forma nominal.
Ex: Recolheram os impostos. Esse recolhimento foi menor que o ano passado.
Ex: As provas são difíceis hoje em dia. Essa dificuldade também envolve o fator tempo.
Ex: Muito se discutiu sobre a polêmica. Esse constante debater do tema é cansativo para os
envolvidos.

Redução e Ampliação:
Uma técnica muito utilizada é a redução, que basicamente consiste em usar uma forma mais longa do termo
e alternar com formas mais curtas.
Ex: O compositor Paul McCartney virá ao Brasil em 2017.
Paul McCartney já esteve no país em outras ocasiões.
O compositor ama o público Brasileiro.
McCartney tem inclusive diversos amigos aqui.
Paul ainda não informou a data de sua passagem.
Também poderia ser chamado de “o ex-beatle”, “o músico”, “o artista”, “o cantor”...

Sigla:
Técnica muito importante em discursivas. Primeiro se usa o nome por extenso, seguido pela sigla entre
parênteses. A partir daí, pode-se usar a sigla no lugar do nome completo. Não se deve usar a sigla antes de
o nome completo aparecer no texto.
Ex: A Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) divulgou hoje o resultado provisório da prova discursiva.
Milhares visitaram o site da ANAC hoje.

Coesão por justaposição de orações


Como vimos, pode haver “coesão” mesmo sem palavra ou conector “explícito”, quando há uma relação clara
entre partes do texto, ainda que não tenham sido “materializadas” por uma palavra. Destaco que essa ligação
coesa também opera por simples justaposição (inserção de unidades juntas, uma do lado da outra) de
sentenças. Então, no lugar de um conector poderá vir apenas um sinal de pontuação (: ; , .)
Ex: Tenho que sair agora : estou atrasado.
Ex: tenho que sair agora, porque estou atrasado
Poderíamos trocar os dois-pontos por uma conjunção que retomasse a relação de explicação que existe

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entre as sentenças. Nesses casos, cabe ao leitor interpretar a relação de sentido e pensar na conjunção
adequada.
Ex: Estudou tanto; não passou.
Ex: Estudou tanto, mas não passou.
Novamente, como a relação lógica entre as orações justapostas é de oposição, podemos substituir por um
elemento coesivo “adversativo”.

58. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de glória no distante
ano de 1837.
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido compositor, junto com outra,
do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos aqui podem ser verdadeiros, mas —
como se verá — relativos). A plateia, formada por um público refinado, culto e um pouco bovino, como são,
sempre, os homens em ajuntamentos, esperava com impaciência.
No segundo parágrafo do texto 1A11-I, o termo “adjetivos” remete às palavras
a) “verdadeiros” e “relativos”.
b) “refinado”, “culto” e “bovino”.
c) “admirável”, “maravilhoso” e “extraordinário”.
d) “desconhecido” e “compositor”.
e) “hoje” e “sempre”.
Comentários:
Questão direta. O termo geral “adjetivos” inclui todas as qualidades atribuídas a Beethoven. Temos um
termo geral “adjetivos”, que inclui: admirável, maravilhoso, extraordinário...
Esses adjetivos atribuídos a ele são chamados de “relativos” justamente porque a peça tocada, na verdade,
era de um outro compositor, considerado “medíocre”. Gabarito letra C.
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido compositor, junto com outra,
do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos aqui podem ser verdadeiros, mas —
como se verá — relativos). A plateia, formada por um público refinado, culto e um pouco bovino, como são,
sempre, os homens em ajuntamentos, esperava com impaciência.
59. (EBSERH–Advogado – 2017) Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o
que achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao longe que tampinha
é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e qual a força que devo empregar
no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável
a ideia de que para acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.

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Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, metido a sensato.
Noivo...
No trecho “Ele, a camisa; eu, o avesso.”, foi empregado um recurso coesivo que confere expressividade ao
texto. Trata-se da:
a) elipse.
b) anáfora.
c) catáfora.
d) repetição.
e) sinonímia.
Comentários:
O recurso coesivo utilizado foi a “elipse”, que permite fazer uma referência no texto mesmo sem utilizar
expressamente uma palavra. Veja: Ele, a camisa; eu, o avesso
(é) (sou)
As vírgulas, nesse caso, marcam justamente a “ausência”, a “omissão”, a “elipse” de um termo, sem que esse
termo deixe de exercer uma função de retomada no texto. Gabarito letra A.
60. (PREFEITURA CASCAVEL – 2016 - Adaptada) “É fácil entender os motivos que levam os mais jovens a
serem frequentadores assíduos desses canais: estão isolados, sem espaços públicos para encontrar outras
crianças e para brincar.”
No trecho destacado, os dois-pontos foram utilizados para indicar as causas de um resultado anunciado
anteriormente.
Comentários:
Um forte mecanismo de coesão é o sinal de dois-pontos, pois uma de suas utilidades é anunciar um
esclarecimento de um termo anterior. O resultado mencionado anteriormente é “os jovens serem
frequentadores assíduos desses canais”. O uso dos dois-pontos então anuncia uma explicação, que virá
depois dele.
Esse foi mais um exemplo de coesão entre orações, sem o uso de conector, apenas de pontuação. Questão
correta.

COESÃO SEQUENCIAL – CONTINUIDADE TEXTUAL


Conforme estudamos, a coesão estabelece o fluxo de leitura do texto. Vamos ver aqui, nesse momento, as
estratégias utilizadas para dar “sequência” a um texto, adicionando novas orações, novos trechos,
ordenando logicamente a estrutura de suas partes, de modo que haja “continuidade” coesa e coerente, isto
é, que haja “progressão textual”.
O maior instrumento desse tipo de coesão é o “conector”, especialmente a conjunção. Por exemplo, se uma
oração se inicia por “mas”, já se subentende uma continuidade de algo que foi dito antes, em outra oração,
e que vai sofrer uma oposição agora.
Ex: Eu gosto de esportes, mas não pratico nenhum.
Esse, “mas” tanto dá sequência ao texto quanto retoma uma informação anterior para quebrar a expectativa
gerada por ela. Esse “movimento” do texto é que dá continuidade coesa a ele.

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Da mesma forma, se iniciarmos uma oração por “portanto”, vamos dar continuidade ao texto anunciando
que o que será dito decorre das informações anteriores, isto é, é conclusão do que foi apresentado.
Pessoal, o que eu quero dizer aqui é que certas palavras, especialmente as conjunções, fazem o texto avançar
em relação ao que foi dito. Esse conhecimento é essencial para a interpretação de texto, pois essas relações
de “progressão” e “retomada” não são gratuitas: elas são propositais e servem ao propósito do autor de
transmitir sua mensagem, sua tese, sua informação.
Se um parágrafo se inicia com “por outro lado”, sabemos que há outro com “o primeiro lado”. Se se inicia
com um pronome anafórico como “esse”, “desse”, “isso”, sabemos que há informação antes dele. Se se inicia
com um aposto “isto:”, sabemos que há anúncio de informação nova que se segue. Por aí vai...rs...
A melhor maneira de entender isso, é vendo na prática, numa questão que cobra essa percepção de
“continuidade” e “sequência coesa”. Nem todas as bancas cobram dessa forma, mas esse tipo de exercício
é perfeito para aprender a identificar a progressão de um texto.

61. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me
esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte.
A substituição do conectivo “porque” por pois manteria os sentidos originais do texto.
Comentários:
Sim, o “pois” assume valor causal, sendo equivalente a “porque”. Questão correta. Então, saber os
conectivos equivalentes é também uma questão de semântica.
62. (IFF–Conhecimentos Gerais – 2018) Volto aos “Cangaceiros” e desde logo tudo o que vi e senti se refugia
no fundo da sensibilidade, para que a narrativa corra, como em leito de rio que a estiagem secara, mas que
as águas novas enchem, outra vez, de correntezas.
A respeito dos recursos coesivos e da coerência do texto, julgue o item a seguir.
A locução conjuntiva “para que” introduz uma consequência do trecho “desde logo tudo o que vi e senti se
refugia no fundo da sensibilidade”.
Comentários:
A locução “para que” expressa finalidade. Questão incorreta.
63. (FUNAI – 2016) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os de forma
a comporem um texto coeso e coerente. A seguir, assinale a opção correta.
( ) Com esse objetivo, uma equipe do ISA, composta de 50 integrantes, presta assessoria aos índios sobre
questões burocráticas, trabalhos de vigilância e geração de renda, defesa e segurança do território, visando,
entre outras coisas, a apoiá-los no desenvolvimento de atividades sustentáveis.
( ) Meio século depois da criação do Parque Indígena do Xingu, os índios provam diariamente sua autonomia.
Várias aldeias e etnias se organizaram em associações, que desenvolvem projetos e levantam recursos para
resolver questões internas e externas.

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( ) O coordenador adjunto do Programa Xingu do Instituto Socioambiental (ISA) informa que o eixo principal
de atuação desse Instituto é contribuir para a solução dessas questões e para a efetiva apropriação do parque
pelos índios, de modo a evitar que o assédio do mundo externo os induza a práticas prejudiciais ao meio
ambiente, como venda de peixes, madeira e areia, em condições ambientais inadequadas.
( ) De 2007 até hoje, já foram vendidas 150 toneladas dessas sementes, empregadas no reflorestamento ao
longo dos rios da bacia do Xingu. Além da atuação positiva em favor do meio ambiente, os índios agem de
modo cada vez mais eficaz na defesa e segurança do seu território.
( ) Como resultado dessa assessoria e da atitude afirmativa dos xinguanos, estes passaram a comercializar
diferentes tipos de pimenta, mel e sementes florestais, com resultados expressivos de geração de renda. Isso
é importante, já que, nesse processo, os índios incorporaram bens de consumo ao seu dia a dia e querem
dinheiro para comprar, entre outras coisas, roupas, sabão em pó, panela, barco motorizado.
a) 3 – 1 – 2 – 5 – 4
b) 4 – 3 – 1 – 5 – 2
c) 5 – 4 – 2 – 3 – 1
d) 2 – 4 – 1 – 3 – 5
e) 3 – 5 – 4 – 2 – 1
Comentários:
Para sermos práticos, temos que focar no número “1”, que trará um parágrafo introdutório, inicial do texto.
Por lógica, ele não pode começar “retomando”, “continuando” ou “concluindo” nada. Não é verdade. Então
vejamos:
( ) Como resultado dessa assessoria e da atitude afirmativa dos xinguanos...
Aqui, temos um anafórico “dessa”, se referindo a uma “assessoria” já mencionada. Não pode ser o parágrafo
inicial, numerado por “1”. Dessa forma, eliminamos as letras C e E.
( ) O coordenador adjunto do Programa Xingu do Instituto Socioambiental (ISA) informa que o eixo principal
de atuação desse Instituto é contribuir para a solução dessas questões
Esse parágrafo nas letras B e D está sendo marcado como parágrafo inicial. Porém, ele traz referência
anafórica: “dessas questões”. Quais questões? Isso foi mencionado antes; mas como mencionado antes, se
esse é o primeiro parágrafo? Logicamente, não pode ser o parágrafo inicial. Assim, riscamos também B e D.
Já sabemos a resposta. Agora, vejamos o verdadeiro parágrafo inicial:
( ) Meio século depois da criação do Parque Indígena do Xingu, os índios provam diariamente sua autonomia.
Várias aldeias e etnias se organizaram em associações, que desenvolvem projetos e levantam recursos para
resolver questões internas e externas.
Observe que não há referência a informação anterior, termos coesivos de retomada. Ele apenas faz uma
declaração inicial, que será tônica do desenvolvimento do texto: Meio século depois da criação do Parque,
os índios se organizaram em associações para resolver questões internas e internas.
No parágrafo seguinte, por coesão, faz-se referência a essas questões:
( ) O coordenador adjunto do Programa Xingu do Instituto Socioambiental (ISA) informa que o eixo principal
de atuação desse Instituto é contribuir para a solução dessas questões
Dessa forma, poderíamos analisar que, pela lógica sequencial de um texto, esse parágrafo seria
imediatamente subsequente àquele logo acima, e teríamos que procurar na numeração das opções.

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Outra análise que nos ajudaria muito é pensar o seguinte: a retomada tem que vir logo depois da menção
inicial. Veja o parágrafo abaixo, com “retomada”:
( ) De 2007 até hoje, já foram vendidas 150 toneladas dessas sementes
Esse parágrafo fala de sementes, então ele tem que ser posterior ao parágrafo que apresenta inicialmente
essas sementes. Então, ele teria que estar após este:
( ) Como resultado dessa assessoria e da atitude afirmativa dos xinguanos, estes passaram a comercializar
diferentes tipos de pimenta, mel e sementes florestais
A única opção em que eles são subsequentes é a letra a (5) e (4). Gabarito A.
64. (ANAC–Especialista em Aviação Civil – 2016) Leia os trechos a seguir e ordene-os nos parênteses de
modo que preservem a coerência e a coesão textual.
( ) Assim surgiu a Panair do Brasil, que possuía 100% do capital americano. O capital nacional só começou a
entrar na empresa a partir de 1942.
( ) Inicialmente o coronel veio conversar com o governo brasileiro para entrar na concorrência do transporte
de malas postais na América do Sul.
( ) A Panair teve origem na empresa Nyrba ─ New York Rio Buenos Aires Lines Inc ─, que chegou ao Brasil
através do Coronel Ralph O' Neil, da Marinha Americana.
( ) O vôo inaugural se deu em 24 de janeiro de 1930, entre Rio de Janeiro e Fortaleza, com escalas em Campos,
Vitória, Caravelas, Ilhéus, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife e Natal incluindo o pernoite em Salvador. No
total, a viagem durava 34h50 em cada sentido da rota.
( ) Somente em 1930 O' Neil conseguiu autorização para operar linhas aéreas no Brasil. A crise da bolsa de
New York atrapalhou os negócios da Nyrba, que terminou por ser incorporada pela Pan American, um gigante
da aviação americana.
A sequência correta obtida é
a) 4, 2, 1, 5, 3
b) 2, 1, 3, 4, 5
c) 1, 3, 5, 2, 4
d) 5, 1, 2, 3, 4
e) 5, 4, 2, 3, 1
Comentários:
Vamos aplicar aqui algumas análises para podermos resolver por eliminação. É assim que você deve proceder
na prova, ou essa questão vai tomar muito tempo.
Como vimos, temos que partir do parágrafo numerado como “1” e ver se ele pode mesmo ser o parágrafo
inicial. Se começar por conectivos que remetam a informação anterior, isso indica que é um parágrafo de
continuidade, não inicial. Observe que estamos “chamando o parágrafo” de 1, não significa que seja de fato
o primeiro. Temos que checar cada um que seja numerado como 1 na alternativa e verificar se poderia ser,
de fato, o primeiro parágrafo.
( ) Assim surgiu a Panair do Brasil, que possuía 100% do capital americano. O capital nacional só começou a
entrar na empresa a partir de 1942.
Esse não pode ser o “1”, pois se inicia por “assim”, conjunção conclusiva que faz referência ao modo que

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empresa surgiu. Se esse modo já foi citado, não pode ser esse o parágrafo inicial. As conjunções conclusivas,
quase sempre iniciam o parágrafo final, por trazer uma conclusão. Riscamos a letra c.
( ) Inicialmente o coronel veio conversar com o governo brasileiro para entrar na concorrência do transporte
de malas postais na América do Sul.
Sabemos que o artigo definido é elemento coesivo, pois indica que o referente é familiar, definido, já
conhecido, já mencionado. Isso não ocorre aqui, não sabemos quem é “O coronel”. Então, esse não pode ser
inicial. Riscamos B e D.
Vejamos outro parágrafo que foi numerado como “1”:
( ) A Panair teve origem na empresa Nyrba ─ New York Rio Buenos Aires Lines Inc ─, que chegou ao Brasil
através do Coronel Ralph O' Neil, da Marinha Americana.
O parágrafo acima não faz referência anafórica a nada e tem muita “cara” de introdução, pois faz uma
declaração inicial como tônica para o desenvolvimento. Essa letra A é forte candidata a ser a resposta. Para
ter certeza, vamos ver qual parágrafo a outra alternativa, letra e, traz como inicial, numerado como “1”:
( ) Somente em 1930 O' Neil conseguiu autorização para operar linhas aéreas no Brasil. A crise da bolsa de
New York atrapalhou os negócios da Nyrba, que terminou por ser incorporada pela Pan American, um
gigante da aviação americana.
Mencionar uma pessoa por parte do nome quando o nome todo já apareceu é uma técnica coesiva de
retomada. Logo, esse não pode ser o parágrafo inicial porque menciona uma pessoa pelo sobrenome “O'
Neil”, como se retomasse referência anterior.
Além disso, menciona com artigo definido a “Nyrba”, sinal que essa empresa já foi mencionada. Se olharmos,
veremos que ela é mencionada no parágrafo abaixo, que também traz a referência inicial ao tal do “O' Neil”.
Então, este parágrafo abaixo tem que ser necessariamente anterior ao de cima.
( ) A Panair teve origem na empresa Nyrba ─ New York Rio Buenos Aires Lines Inc ─, que chegou ao Brasil
através do Coronel Ralph O' Neil, da Marinha Americana.
Dessa forma, riscamos a letra e, que trouxe a retomada antes da referência original. Por todos esses critérios,
confirmamos o gabarito letra A.
65. (PREFEITURA TERESINA–Professor – 2016)

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Aula 09

O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias. Esse
recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma
a) coesão referencial.
b) coerência argumentativa.
c) coesão sequencial.
d) coerência narrativa.
e) contiguidade.
Comentários:
Aprendemos que a coesão “sequencial” está diretamente ligada ao uso de conectores, conjunções. Nosso
gabarito é letra c.
Como essa prova era para professor, pediu entre as opções conceitos que não são nosso foco aqui, mas que
eram simples e não afetariam a resposta.
Coerência argumentativa, como o próprio nome diz, é não contradizer argumentos numa linha de raciocínio.
Se o autor passa o texto todo argumentando que as drogas são nocivas, não pode concluir seu texto
incentivando as pessoas a usarem drogas. Isso geraria incoerência argumentativa. Contiguidade é uma coisa
seguida da outra, duas casas contíguas são casas uma do lado da outra numa rua, vizinhas. Eventos contíguos
são os que ocorreram um logo em seguida do outro.
A coerência narrativa é a não contradição entre fatos narrados. Por exemplo, o autor inicia sua narração
dizendo que um menino era magro, desnutrido e nunca tinha visto o mar. Não faria sentido logo em seguida
narrar que ele levantou um carro e sabia surfar.
A coesão referencial se refere à retomada de referentes, mencionar seres e fatos que aparecem no texto por
via de outras palavras e recursos, como os termos anafóricos, catafóricos, as elipses. É o que viemos
estudando nesta aula.

QUESTÕES FGV

66. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)


Uma editora paulista mostra o seguinte texto publicitário na agenda que entrega a clientes e amigos:
DA SEMENTE AO LIVRO
Sustentabilidade por todo o caminho
Plantar florestas – A madeira que serve de matéria-prima para nosso papel vem de plantio renovável, ou
seja, não é fruto de desmatamento. Essa prática gera milhares de empregos para agricultores e recupera
áreas ambientais degradadas.
Sobre esse pequeno texto, é correto afirmar que:
(A) o “caminho” presente no título é o que vai “da semente ao livro”;
(B) o segmento “Plantar florestas” mostra a finalidade da editora;

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(C) a expressão “ou seja” corrige um possível erro de interpretação;


(D) o termo “Essa prática” se refere ao “desmatamento”;
(E) a editora mostra preocupação com a poluição e o desemprego.
Comentários:
Temos um “caminho” figurado: a semente vira árvore e a árvore dá o papel que serve de matéria para o
livro, então temos o ponto inicial do caminho no plantio da árvore e o ponto final da confecção do livro dessa
árvore fruto de plantio renovável. Gabarito letra A.
b) Não é a finalidade, é algo já feito pela editora, o tópico do parágrafo.
c) Não corrige, traz uma informação equivalente, desenvolve, explica.
d) Refere-se ao plantio renovável.
e) Não há qualquer referência a poluição ou desemprego, só se pode concluir que haja preocupação com o
reflorestamento, nada mais.
67. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
Na orelha do livro “A Bíblia: uma biografia” (Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 2007), aparece o seguinte texto:
“A principal função da Bíblia, no entanto, ao longo de sua demorada gestação, não foi apoiar doutrinas e
crenças particulares [....]. A produção de uma escritura sagrada consistiu antes em atividade contínua, um
processo que buscava introduzir milhares de pessoas à transcendência”.
A informação abaixo que NÃO pode ser depreendida da leitura desse texto é:
(A) o termo “no entanto” indica que esse segmento não é a parte inicial do texto;
(B) o texto contraria a ideia de ser a Bíblia a base de apoio a doutrinas e crenças;
(C) o termo “antes” indica um momento anterior de produção da Bíblia;
(D) o termo “processo” retoma “atividade contínua”;
(E) o verbo “introduzir” se refere a uma nova atividade para as pessoas.
Comentários:
Questão difícil de interpretação de texto, exigindo a inferência de informações implícitas:
a) Correto. “No entanto” introduz uma oposição em relação a algo que foi dito antes, então conclui-se que
há outras partes do texto.
b) Correto. Está literal no texto: não foi apoiar doutrinas e crenças particulares
c) Incorreto. Esse “antes” não tem nada a ver com tempo, foi usado com sentido de “na verdade”.
d) Correto. O substantivo “processo” traz ideia de algo duradouro, repetitivo, composto de etapas; por isso,
foi usado como elemento coesivo para retomar “atividade contínua”: a escritura da bíblia.
e) Correto. Se a pessoa será “introduzida” a uma atividade, infere-se que seja uma novidade para ela.
Gabarito letra C.
68. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
O jornal O Globo de 10.3.2019 trazia como uma de suas manchetes:
Pouso forçado. Rio perde 25% dos voos domésticos e internacionais em seis anos.

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Sobre a relação semântica entre o título – Pouso forçado – e o restante da manchete, é correto afirmar que:
(A) o título tem relação lógica com o conteúdo expresso na sequência do texto;
(B) a expressão do título se refere ao fato de os aviões estarem parados no Rio;
(C) a expressão do título se refere vagamente às dificuldades com os voos citados;
(D) no título, o adjetivo forçado se liga semanticamente a obrigações legais;
(E) no título, o substantivo pouso é uma metáfora para interrupção dos voos.
Comentários:
Questão direta. “Pouso forçado” é figura de linguagem com sentido de “pausa indevida, não ideal”. Essa
figura refere-se à interrupção dos voos no Rio, que foi apresentado como um evento negativo. Gabarito letra
E.
OBS: Não vejo erro algum na letra A, é difícil entender a FGV, pois sempre força alguns gabaritos absurdos e
nunca publica nenhum tipo de justificativa. Inclusive acho a letra A melhor que a letra E, já que “perder” não
é exatamente sinônimo de “interromper”, pois os voos, ao que tudo indica, não foram reestabelecidos.
Talvez o examinador tenha dado como erro o termo “lógico”, pois a relação é figurativa, abstrata, metafórica.
69. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
A Prefeitura de Salvador faz divulgação de seu Festival da Virada em conhecidas revistas. O texto da
publicidade diz o seguinte:
Festa que vira atração de 460 mil turistas,
Que vira 98% de ocupação hoteleira,
Que vira milhares de empregos,
Que vira 500 milhões de reais na economia.
Que virada!
Obrigado, Salvador!
A estruturação do texto só NÃO compreende:
(A) paralelismo sintático entre as frases;
(B) jogo de palavras virar/virada;
(C) quantificação dos benefícios do festival;
(D) ambiguidade do substantivo “virada”;
(E) atribuição de voz à população de Salvador.
Comentários:
O temo “Salvador” é o vocativo, não é quem fala, quem tem voz, mas sim quem ouve.
Gabarito letra E.
(A) Correto. O paralelismo sintático entre as frases se mostra na estrutura fixa e repetida em quase todos os
versos.
(B) Correto. Há jogo de palavras entre virar (transformar-se) virada (mudança brusca de resultado)
(C) Correto. Há quantificação dos benefícios do festival em “500 milhões”.

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(D) Correto. Como vimos na C, há ambiguidade do substantivo “virada”.


70. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
Uma editora acaba de lançar o livro “Os Meninos da Caverna”, que conta a dramática história do resgate de
um time de futebol juvenil que ficou dezoito dias preso em uma caverna na Tailândia.
A capa do livro traz o seguinte texto:
“O passeio de um sábado à tarde que durou dezoito dias preocupou o mundo e mobilizou mil pessoas em um
resgate quase impossível na Tailândia”.
O problema estrutural desse pequeno texto da capa é:
(A) a má seleção vocabular do termo “passeio”;
(B) a possível ambiguidade do termo “na Tailândia”;
(C) a inclusão de exageros evidentes para atrair o leitor;
(D) a presença de várias formas verbais com o mesmo sujeito;
(E) a ausência de vírgula após “mil pessoas”.
Comentários:
Questão direta: na expressão “impossível na Tailândia”, temos a possibilidade de ler que aquele resgate é
impossível apenas na Tailândia, quando sentido original não era esse. Gabarito letra B.
71. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
A oposição de termos construída com as preposições com/sem gera um possível paradoxo em:
(A) Com dinheiro ou sem dinheiro, vou passar o carnaval em Salvador;
(B) Com amigos ou sem amigos, vou divertir-me nas férias;
(C) Com bebida ou sem bebida, vou embebedar-me de felicidade;
(D) Com motivo ou sem motivo, vou comprar roupas novas;
(E) Com vontade ou sem vontade, vou viajar com a família.
Comentários:
O paradoxo é uma provocação à lógica por haver uma aparente impossibilidade entre seus componentes. O
paradoxo sugere uma contradição, uma incompatibilidade impossível. Então, se não há bebida (sem bebida),
é impossível embebedar-se: está aí o paradoxo da questão.
Gabarito letra C.
72. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA / 2019)
“Em caso de morte no acidente, a vítima pode receber o seguro no próprio escritório da seguradora”.
O problema de construção dessa frase está:
(A) na incoerência lógica dos termos;
(B) na troca indevida entre “acidente” e “incidente”;
(C) na utilização desnecessária de “próprio”;
(D) no erro ortográfico em “seguradora” por “Seguradora”;

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(E) no erro de emprego de vírgula após “acidente”.


Comentários:
Se a vítima morreu, não há como receber seguro no escritório. Trata-se de notória incoerência.
Gabarito letra A.
73. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA / 2019)
A frase em que está correto o emprego de um dos parônimos mandado/mandato é:
(A) O mandado de senador dura 8 anos;
(B) Impetrou mandato de segurança com pedido de liminar;
(C) Não tinha mandado de busca para entrar na casa;
(D) Todos desejavam que seu mandado de diretor acabasse;
(E) O mandato de apreensão não havia sido expedido.
Comentários:
Mandato: período de uma concessão de poderes, incumbência de uma missão, por exemplo, o mandato de
um político.
Mandado: ordem judicial/administrativa, por exemplo, o mandato de prisão. Por isso, está correta a letra C
e as demais foram trocadas:
(A) O mandaTo de senador dura 8 anos;
(B) Impetrou mandaDo de segurança com pedido de liminar;
(D) Todos desejavam que seu mandaTo de diretor acabasse;
(E) O mandaDo de apreensão não havia sido expedido. Gabarito letra C.
74. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA / 2019)
Há uma série de palavras em língua portuguesa que modificam o seu sentido em função de uma troca
vocálica; esse fato só NÃO ocorre em:
(A) deferir / diferir;
(B) infarte / infarto;
(C) emergir / imergir;
(D) descrição / discrição;
(E) eminente / iminente.
Comentários:
(A) deferir (conceder) / diferir (divergir/adiar);
(B) infarte / infarto (são variantes da mesma palavra, o sentido não muda)
(C) emergir (subir à tona) / imergir (descer, submergir);
(D) descrição (ato de descrever) / discrição (ser discreto, reservado);
(E) eminente (excelso, destacado) / iminente (imediato, próximo no tempo, algo que está por ocorrer).
Gabarito letra B.

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75. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA / 2019)


Na tentativa de dar concisão, muitas orações adjetivas podem ser substituídas por adjetivos; a opção abaixo
em que essa substituição foi corretamente realizada é:
(A) Não há bem que sempre dure / efêmero;
(B) Nem tudo que reluz é ouro / iluminado;
(C) Fatos que se repetem são cansativos / frequentes;
(D) Sentimentos que duram pouco trazem dor / passageiros;
(E) Muitas moedas que são guardadas perdem valor / resguardadas.
Comentários:
Vejamos:
A) “que sempre dure” sugere algo eterno; efêmero significa temporário, breve.
B) “que reluz” é igual a “reluzente”, é diferente de iluminado.
C) “que se repetem” são repetitivos ou repetidos, não se pode afirmar de quanto em quanto tempo se
repetem para dizer que são “frequentes”.
D) “que duram pouco” dá ideia de breve, efêmero, passageiro.
E) “que são guardadas” apenas traz ideia de armazenamento; “resguardar” possui sentido de proteger,
cuidar. Gabarito letra D.
76. (FGV / CÂMARA DE SALVADOR / ANALISTA LEG. / 2018)
“tratados e declarações internacionais ratificadas pelos países”; nesse segmento do texto 1 está sublinhada
uma palavra denominada parônimo, por ter uma forma semelhante no idioma (retificadas), com significado
distinto.
A frase abaixo em que está correto o emprego da forma sublinhada é:
a) As organizações aguardam o diferimento de seus pedidos para que possam começar a atuar nos conflitos;
b) Alguns Estados cometem fragrantes delitos contra a segurança de seus cidadãos;
c) Devido a conflitos violentos, alguns cidadãos imigram para outros países em busca de segurança;
d) Houve um vultuoso comércio de mercadorias contrabandeadas no momento dos conflitos;
e) As organizações procedentes de países mais desenvolvidos são normalmente mais confiáveis.
Comentários:
a) “Diferimento” significa atraso, adiamento. “Deferimento” seria a palavra adequada, no sentido de
“anuência, aprovação, concordância”.
b) “Fragrante” significa é cheiroso, perfurmado. “Flagrante” significa evidente, visível, óbvio; esta deveria ter
sido a palavra utilizada.
c) Se você vai para outro país, você “emigra”. Imigrante é quem “entra” no país estrangeiro, do ponto de
vista de quem está dentro.
d) A ideia é de volume, vulto, então devemos usar “vultoso”, volumoso, abundante. “Vultuoso” é quem está
com a cara inchada e vermelha, com olhos salientes.

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e) Esta é correta. Procedente significa “originário”. Precedente é aquilo que precede, que vem antes.
Gabarito letra E.
77. (FGV / TJ-AL / ANALISTA JUD. / 2018)
“A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas durante a sessão de quarta feira e
esclareceu que elas mostram dois ‘assessores de deputados’ trocando figurinhas durante a sessão. ‘O
comportamento não é justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os assessores pertencem, já foram
informados, e cabe aos parlamentares decidir como proceder’”.
Nesse segmento do texto 2, o componente sublinhado que NÃO se refere ou repete nenhum termo anterior
é:
a) que; b) elas; c) sessão; d) comportamento; e) deputados.
Comentários:
a) que – trata-se de conjunção integrante, não retoma nenhum termo anterior, apenas funciona como
conectivo da oração substantiva.
b) elas – retoma “imagens”
c) sessão – refere-se à sessão dos deputados, à sessão parlamentar de quarta-feira.
d) comportamento – refere-se a “trocar figurinhas”
e) deputados – repete e retoma os deputados que estavam trocando figurinhas. Gabarito letra A.
78. (FGV / BANESTES / TÉC. BANCÁRIO / 2018)
Todas as frases abaixo apresentam elementos sublinhados que estabelecem coesão com elementos
anteriores (anáfora); a frase em que o elemento sublinhado se refere a um elemento futuro do texto
(catáfora) é:
a) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais preciosos que a alma humana pode desejar”;
b) “Todo o problema da vida é este: como romper a própria solidão”;
c) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar”;
d) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a de uma vela que queima”;
e) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que produzem menos”.
Comentários:
Vejamos:
a) “que” é pronome relativo e retoma “bens”
b) “Este” é pronome demonstrativo cafórico e anuncia o que vem depois, uma explicação de “todo o
problema da vida”. Então, se refere a algo que ainda será dito futuramente no texto.
c) “que” é pronome relativo e retoma “alguém”.
d) “a” é pronome demonstrativo, equivalente a “aquela”, e se refere a “companhia”.
e) “aquelas” é pronome demonstrativo e retoma “pessoas”. Gabarito letra B.
79. (FGV / BANESTES / TÉC. BANCÁRIO / 2018)
A frase abaixo em que houve troca indevida entre parônimos ou homônimos é:

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(A) “A evolução da técnica chegou ao ponto de tornar-nos inermes diante da técnica” / inertes;
(B) “Quem aspira a grandes coisas também deve sofrer muito” / expira;
(C) “Aquele que não deixa nada ao acaso raramente fará coisas de modo errado, mas fará pouquíssimas
coisas” / ocaso;
(D) “Fala como sábio a um ignorante e este te dirá que tens pouco bom senso” / censo;
(E) “Ao entrar em um restaurante, todo cliente espera satisfazer desejos de ordem física e emocional. Os
cardápios devem vir de encontro a essas necessidades” / ao encontro de.
Comentários:
Essa questão tem sérios problemas de elaboração na minha opinião. Entendo que a banca queria saber em
qual opção o termo usado está equivocado e deveria ser trocado pela expressão que está sublinhada.
No entanto, as expressões “de encontro A” ou “ao encontro DE”, nosso gabarito, não são parônimos, não se
encaixam na definição de parônimo:
Veja a definição:
(pa.rô.ni.mo)
a. Gram. Ling.Diz-se da palavra que tem pronúncia e/ou grafia semelhante à de outra palavra (p.ex.: recriar
e recrear). [Us. tb. como adj.]
Então, um parônimo é uma palavra parecida com outra, como os exemplos clássicos que menciono abaixo e
constam em quase todas as gramáticas:
avaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)
comprimento (extensão) cumprimento (saudação)
deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)
delatar (denunciar) dilatar (alargar)
descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)
descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)
despensa (local onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar)
docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)
emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)
eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente)
eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)
Vejam a definição de Cegalla:
Parônimos
Registramos alguns parônimos (palavras parecidas na pronúncia e na escrita) que se diferenciam pela
oposição das vogais /e/ e li/, /oi e /ui.
As expressões “de encontro A” (ideia de choque, oposição, ir contra, discordar) e “Ao encontro DE” (ideia de
ir no mesmo sentido, concordar) são apenas combinações diferentes de palavras, cujo núcleo é uma mesma
palavra (encontro). Não se encaixa na definição de parônimo que vejo nas gramáticas. A FGV não vai anular
por causa disso, mas não deixa de ser um defeito da questão.

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Gabarito letra E.
Vejamos as demais palavras:
Inerme – desarmado, indefeso.
Inerte – que não se movimenta, estático.
Ocaso – Lado ou momento em que o sol se põe. Em sentido figurado, significa “ruína, decadência”.
Senso – sentido, faculdade mental, razão.
Censo – contagem estatística.
80. (FGV / BANESTES / TÉC. BANCÁRIO / 2018)
Um ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte: “Defenda a ecologia, mas não encha o saco”.
(Gilberto Mestrinho)
O vocábulo sublinhado, composto do radical-logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio
ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical, que tem seu significado corretamente indicado é:
(A) Antropologia: estudo do homem como representante do sexo masculino;
(B) Etimologia: estudo das raças humanas;
(C) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre a Terra;
(D) Ginecologia: estudo das doenças privativas das mulheres;
(E) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza.
Comentários:
Uma questão de vocabulário bem pesada. A ginecologia é realmente a “parte da medicina que estuda a
fisiologia e a patologia do corpo feminino e trata das doenças específicas das mulheres, esp. as do aparelho
genital.”
Entendo que essa alternativa limita demais o escopo da Ginecologia, quando o sentido também inclui a
fisiologia feminina, o funcionamento do corpo feminino, não só ligado a doenças, mas também está cada vez
mais ligado à aspectos de reprodução também. Contudo, a banca quer o sentido literal e, sinceramente, as
demais opções eram visivelmente equivocadas. Gabarito letra D.
Vejamos as demais:
(A) Antropologia: estudo do homem como raça humana, homens e mulheres.
(B) Etimologia: estudo da origem das palavras.
(C) Meteorologia: estudo dos fenômenos atmosféricos
(E) Fisiologia: estudo das funções orgânicas e os processos vitais dos seres vivos. Gabarito letra D.
81. (FGV / BANESTES / TÉC. BANCÁRIO / 2018)
A frase abaixo em que o termo sublinhado tem um sinônimo indicado corretamente é:
(A) “A razão nos é dada para discernir o bem e o mal” / julgar;
(B) “Quem decide praticar o mal, encontra sempre um pretexto” / castigo;
(C) “Poucas vezes falta engenho à maldade” / trabalho;
(D) “A educação seria a arte de parecer inofensivo” / inocente;

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(E) “Não pode haver educação onde não há discrição” / reserva.


Comentários:
Podemos sim dizer que “ser discreto” pode equivaler a “ser reservado”, mas no contexto da letra E, com a
frase solta, não parece haver essa equivalência, porque “reserva” pode ter outros sentidos. Contudo,
novamente deveríamos tentar fazer por eliminação. Vou então marcar um possível sinônimo correto para as
demais alternativas:
Discernir – diferenciar, distinguir
Pretexto – motivo, alegação
Engenho – criação, inventividade
Aí, na letra D, temos “inofensivo” e “inocente”, que são palavras muito próximas do que “reserva” e
“discrição”:
Inclusive, segundo o consagrado dicionário Aulete, são sinônimas:
inofensivo
(i.no.fen.si.vo)
1. Que não ofende, que não escandaliza: Parece uma pessoa inofensiva.
2. Que não produz mau resultado, que não prejudica; INOCENTE; INÓCUO: A água é uma bebida inofensiva.
3. Que não faz mal, que não tem qualquer fim malévolo: A chupeta é inofensiva quando usada só para dormir.
O melhor gabarito seria a letra D; contudo, a banca entendeu “inocente” como “não culpado” e “inofensivo”
como “quem não ofende, não faz mal”. É uma leitura possível, mas a D também era razoável. O problema é
sempre a falta de um contexto maior. Gabarito definitivo letra E.
82. (FGV / ALERJ / Especialista Legislativo / 2017)
“Além de cada uma dessas votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando
simplesmente sim ou não) sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam
alguns tópicos especiais dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre
o referendum, que permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa
popular, e 50.000, no caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a
preocupa”.
O termo sublinhado no segmento acima que mostra seu antecedente textual de forma INADEQUADA é:
a) suas / cidadãos;
b) aos quais / problemas;
c) esse sistema / votações, opiniões e tópicos especiais;
d) que / o;
e) a / iniciativa popular.
Comentários:
O pronome oblíquo átono “a” retoma “minoria”, no sentido de “pequena parte da população”. As demais
referências estão corretamente indicadas nas alternativas. Gabarito letra E.

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83. (FGV / ALERJ / Especialista Legislativo / 2017)


O texto abaixo que carece de coerência é:
a) “Democracia é como nadar. Aprende-se praticando”. (Abdel-Hadi)
b) “Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”. (Sanguinetti)
c) “A maior contribuição que alguns políticos podem dar ao país é perder as eleições”. (Ciro Pellicano)
d) “A ânsia de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para a ânsia de governá-la”. (Mencken)
e) “Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”. (Simon Cameron).
Comentários:
Muito cuidado com essa questão!
Na verdade, todas as orações têm alguma espécie de coerência, mas aquela que é o gabarito tem uma
aparente incoerência, pois só é considerada coerente com uma leitura metafórica. Não adianta brigar com a
banca, a percepção do real objetivo do enunciado faz parte da dificuldade da questão.
O gabarito é a letra E:
“Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”.
Observe que há uma incoerência no sentido da palavra “honesto”, pois se é “honesto”, o político não pode
ser comprado, pois isso faria dele “desonesto” e haveria uma contradição no texto, uma incoerência. Era
assim que o candidato deveria pensar, certo?
Agora, analisando profundamente, percebemos que há uma coerência figurada, no sentido conotativo, pois
o sentido real da sentença é que o político é “honesto” porque permanece leal a quem o comprou e não trai
ao seu corruptor. Nessa análise, ele seria desonesto se “não permanecesse” comprado, isto é, se fosse
comprado novamente por outras pessoas, de modo que traísse os primeiros que o compraram. Entendido
pessoal?
Esse é o tipo de questão que faz um candidato se destacar. Gabarito letra E.
84. (FGV / Advogado Senado/2008)
"Tal atitude implicou a busca de maior transparência. Era preciso assegurar ao cidadão amplo acesso a
informações sobre o desempenho da Justiça. Essas informações, lamentavelmente, não existiam ou eram
imprecisas e defasadas. O Judiciário, na verdade, não se conhecia."
A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:
I. Seria igualmente correto, na primeira frase, escrever "implicou na busca".
II. O sujeito do primeiro verbo do segundo período é oracional.
III. Tal e Essas exercem papel anafórico.
Assinale:
a) se somente os itens I e II estiverem corretos.
b) se somente os itens II e III estiverem corretos.
c) se nenhum item estiver correto.
d) se todos os itens estiverem corretos.
e) se somente os itens I e III estiverem corretos.

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Comentários:
O verbo implicar não pede preposição “em”, pois é transitivo direto.
No segundo período, o sujeito é a oração inteira:
assegurar ao cidadão amplo acesso a informações sobre o desempenho da Justiça era preciso.
Tal retoma uma atitude anteriormente mencionada no texto. Essas retoma informações sobre o
desempenho da Justiça. Portanto, ambos os termos recuperam partes anteriores do texto, isto é, são
anafóricos. Gabarito letra B.
85. (FGV / ALERJ / Procurador / 2017)
“Sou dos que acham que as cidades são territórios em disputa. O jogo que envolve essa disputa se estabelece
em teias tecidas pela construção de lugares de memória, confrontos de narrativas, permanências, rupturas,
ressignificações, práticas cotidianas, estratégias de afirmação, vozes amplificadas e outras
tantas silenciadas. A história de uma cidade, afinal de contas, também pode ser entendida por aquilo
que ela já não é”. (Luiz Antonio Simas, na orelha do livro O Rio antes do Rio, de Rafael Freitas da Silva)
Um texto progride por encadeamento de ideias que se vão materializando por meio de ligações linguísticas.
A ligação entre termos desse segmento de texto que está corretamente indicada é:
a) o vocábulo “que” sublinhado se refere ao termo anterior “os que”;
b) o termo “essa disputa” se refere ao que é dito a seguir;
c) o segmento “outras tantas” se liga semanticamente a “estratégias”;
d) o elemento “uma cidade” se prende à cidade citada anteriormente;
e) o pronome “ela” repete o termo “cidade”.
Comentários:
a) o vocábulo “que” é conjunção integrante, não retoma nenhum termo.
b) o termo “essa disputa” se refere ao que é dito anteriormente, isto é, “territórios em disputa”;
c) o segmento “outras tantas” se liga semanticamente a “vozes”;
d) o elemento “uma cidade” se prende à cidade citada posteriormente, somente no título do livro entre
parênteses (Rio);
e) De fato, o pronome “ela” repete o termo “cidade”. Gabarito letra E.
86. (FGV / ALERJ / Procurador / 2017)
Nas frases abaixo – todas de Millôr Fernandes -, aquela em que o vocábulo sublinhado está empregado em
sentido conotativo é:
a) “O povo é sempre ingrato. Como é que tem coragem de fazer greve num governo que lhe dá o direito de
greve?”
b) “A macumba é uma teóloga estudada na senzala de uma universidade”.
c) “A malandragem é a arte de disfarçar a ociosidade”.
d) “Eu sou totalmente a favor da mãe solteira – porque também sou frontalmente contra o pai casado”.
e) “Nostalgia é querermos voltar para um lugar que nunca existiu”..

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Comentários:
O termo “senzala” foi o único usado em sentido figurado, pois não há uma senzala real na universidade,
cheia de escravos reais, em grilhões e em regime de trabalho forçado.
Esse uso é metafórico, para fazer uma comparação do ambiente da senzala, onde havia os escravos adeptos
da religião africana do candomblé, com o estudo dessa religião no ambiente do curso de teologia numa
faculdade. Pode se entender que há uma comparação de ambientes, somente. Gabarito letra B.
87. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Todos os pensamentos a seguir foram reescritos de forma que os segmentos que os compõem fossem
trocados de posição.
Assinale a opção em que a troca se revela adequada, já que conserva o sentido original do pensamento.
a) “O fim justifica os meios”. / Os meios justificam o fim.
b) "Entender tudo é perdoar tudo”. / Perdoar tudo é entender tudo.
c) “Não dê o peixe, ensine a pescar”. / Não ensine a pescar, dê o peixe.
d) “É mais fácil construir um menino que consertar um homem” / É mais fácil consertar um homem que
construir um menino.
e) “O trabalho de um educador é irrigar o deserto, não derrubar a floresta”. / O trabalho de um educador é
derrubar a floresta, não irrigar o deserto..
Comentários:
Essa é uma questão de coerência. Observe que a inversão dos termos modifica ou reverte o sentido original.
Gabarito letra B.
Contudo, na oração “Perdoar tudo é entender tudo.” não há mudança de sentido, pela própria estrutura da
frase, em forma de sujeito e predicativo. Então, nesse caso, A=B e B=A.
88. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Em todas as frases a seguir há um pronome pessoal sublinhado em função anafórica, ou seja, estabelecendo
uma relação de coesão com um referente anterior.
Assinale a opção que indica a frase em que a identificação do referente foi feita adequadamente.
a) “Hipótese é uma coisa que não é, mas a gente faz de conta que é, para ver como seria se ela fosse”. /
coisa
b) “A última função da razão é reconhecer que há uma infinidade de coisas que a ultrapassam”. / infinidade
c) “Uma pessoa inteligente resolve um problema, um sábio o previne”. / uma pessoa inteligente
d) “Fatos são o ar dos cientistas. Sem eles o cientista nunca poderia voar”. / o ar
e) “Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los”. /
problemas.
Comentários:
Na letra A, o referente é “hipótese”.
Na letra B, o referente é “razão”
Na letra C, o referente é “problema”

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Na letra D, o referente é “fatos”.


Resolver os problemas=resolvê-los. Gabarito letra E.
89. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Todos os pensamentos a seguir mostram pronomes sublinhados que estabelecem coesão com elementos
anteriores.
Assinale a opção que indica a frase em que esse referente anterior é uma oração.
a) “Quão maravilhosas são as pessoas que não conhecemos bem”.
b) “O que mais impede que sejamos naturais é o desejo de assim parecermos”.
c) “Você não se preocuparia com o que as pessoas pensam de você, se soubesse como é raro elas fazerem
isso”.
d) “Tato é a capacidade de acender fogo nas pessoas, sem fazer seu sangue ferver”.
e) “Ninguém é mais escravo do que aquele que se acha livre sem sê-lo”..
Comentários:
Na oração “Você não se preocuparia com o que as pessoas pensam de você, se soubesse como é raro elas
fazerem isso”, o pronome retoma a oração inteira, isto é “as pessoas pensam de você”.
Organizando: você não deveria se preocupar com o que as pessoas pensam de você porque raramente
pensam em você.
Na letra A, “que” retoma “as pessoas”.
Na letra B, “assim” retoma “naturais”.
Na letra D, “seu” retoma “pessoas”.
Na letra E, “-lo” retoma “livre”. Gabarito letra C.
90. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Há pessoas que preferem enfrentar as gélidas noites paulistanas na rua a buscar acolhimento nos abrigos
municipais. As razões para tal atitude, mesmo em meio a uma onda de frio que assola São Paulo, são várias:
de inadequação às regras dos albergues a condições supostamente insalubres de alguns desses locais.
Mesmo quem busca uma vaga tem reclamações a fazer sobre os abrigos municipais: eles dizem que os
banheiros e as roupas de cama estão em más condições e se queixam de tratamento desrespeitoso por parte
de alguns funcionários.
(UOL Cotidiano, Notícias, junho de 2016)
As razões para tal atitude, mesmo em meio a uma onda de frio que assola São Paulo, são várias: de
inadequação às regras dos albergues a condições supostamente insalubres de alguns desses locais.

Assinale a opção que apresenta o comentário correto sobre um dos elementos sublinhados.
a) O termo tal atitude se refere à busca de acolhimento nos abrigos.
b) O termo em meio a uma onda de frio reitera gélidas noites paulistanas.
c) O termo várias indica obrigatoriamente grande quantidade.

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d) O termo supostamente mostra confiança no que foi informado.


e) O termo desses locais se refere às ruas de São Paulo..
Comentários:
a) O termo tal atitude se refere à recusa a ficar nos abrigos.
b) De fato, o termo em meio a uma onda de frio se refere às gélidas noites paulistanas, mencionadas
anteriormente.
c) O termo várias indica apenas que temos mais de uma razão, não necessariamente uma quantidade
grande.
d) O termo supostamente mostra incerteza no que foi informado.
e) O termo desses locais se refere aos abrigos. Gabarito letra B.
91. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
No primeiro parágrafo do texto há dois períodos. Em relação ao primeiro, o segundo período desempenha
o seguinte papel:
a) justificar a preferência de alguns moradores de rua.
b) reiterar as más condições climáticas no momento da elaboração do texto.
c) enumerar os problemas dos abrigos municipais de São Paulo.
d) destacar os motivos de os abrigos serem recusados por um morador de rua.
e) criticar as preferências de algumas pessoas por continuarem nas ruas.
Comentários:
Observe que a banca apenas chamou as “razões” de justificativas.
As razões para tal atitude, mesmo em meio a uma onda de frio que assola São Paulo, são várias: de
inadequação às regras dos albergues a condições supostamente insalubres de alguns desses locais.
Então, o segundo período traz razões, justificativas, motivos para a recusa dos albergues. Gabarito letra A.
92. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Sobre os vocábulos do texto 1, assinale a afirmativa correta.
a) paulistanas é o mesmo que paulistas.
b) gélidas mostra menos intensidade que frias.
c) insalubres significa algo fora dos padrões legais.
d) municipais são instituições de responsabilidade do estado.
e) desrespeitoso indica falta de respeito aos cidadãos.
Comentários:
a) Paulistano é quem nasce na cidade de São Paulo. Paulista é quem nasce no estado de São Paulo. Então
temos que todo paulistano é paulista, mas nem todo paulista é paulistano, pois pode ter nascido em qualquer
outra cidade do estado de São Paulo.
b) gélidas mostra muito mais intensidade que frias.

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c) insalubres significa algo que não é saudável, que é nocivo saúde.


d) municipais são instituições de responsabilidade do município.
e) desrespeitoso indica exatamente isto: ausência, falta de respeito aos cidadãos. Gabarito letra E.
93. (FGV / Agente de Fiscalização / Pref. Paulínia / 2016)
“Porém, vieram as chuvas, as enchentes e os rios urbanos voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando,
de certa forma, o enorme volume de esgoto que muitos desses corpos de água recebem diariamente”.
Sobre os componentes desse segmento do texto, julgue o item a seguir:
O termo “corpos de água” se refere a chuvas e enchentes.
Comentários:
O termo “corpos de água” se refere a “rios urbanos”, pois são eles que recebem grande volume de esgoto.
Questão incorreta.
94. (FGV / Agente de Fiscalização / Pref. Paulínia / 2016)
“Porém, vieram as chuvas, as enchentes e os rios urbanos voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando,
de certa forma, o enorme volume de esgoto que muitos desses corpos de água recebem diariamente”.
Sobre os componentes desse segmento do texto, julgue o item a seguir:
O particípio “tomados” se refere exclusivamente a “rios”.
Comentários:
Os rios é que ficaram tomados de lixo por causa das chuvas e das enchentes. Então, a referência é somente
a “rios urbanos”. Questão correta.
95. (FGV / Assessoramento Orçamentos Senado / 2008)
O STF e a estabilidade das instituições

Em 5 de outubro de 1988, com meridiana clareza, ao ser outorgada uma nova carta política à nação,
o constituinte determinou que seu guardião seria o Supremo Tribunal Federal (artigo 102, caput).
A Constituição, que rege os destinos do Estado democrático de Direito, portanto, sedia no pretório
excelso seu elemento de estabilização.
Compreende-se, pois, que, entre os constitucionalistas, tenha-se por assentado que, no capítulo
destinado ao Poder Judiciário em sua competência de atribuições (artigos 92 a 126), caiba aos juízos
monocráticos e aos tribunais de segundo grau a missão de administrar a Justiça e, aos tribunais superiores
(STF, STJ, TST, TSE e STM), dar estabilidade às instituições, exercendo o papel mais relevante, entre eles, a
Suprema Corte.
É exatamente isso o que tem ocorrido, nos últimos tempos, no que diz respeito ao direito de maior
importância em uma democracia, que é o direito de defesa, inexistente nos Estados totalitários.
Todos os cidadãos dignos, que constituem a esmagadora maioria da nação, são contra a impunidade,
a corrupção, o peculato. Há de convir, todavia, que, na busca dos fins legítimos de combate à impunidade,
não se pode admitir a utilização de meios ilegítimos, risco de se nivelarem os bons e os maus no desrespeito
à ordem jurídica e à lei suprema.
Ora, o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 409.000 interceptações telefônicas

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autorizadas pela Justiça, em 2007, seguido de declarações do ministro da Justiça de que todos devem admitir
que podem estar sendo grampeados, ou do ministro chefe do serviço de inteligência de que a melhor forma
de não ser grampeado é fechar a boca, está a demonstrar a existência de excessos, com a conseqüente
violação desse direito, o que se tornou mais claro na operação da Polícia Federal de maior visibilidade
(Satiagraha).
Nada mais natural, portanto, que a Suprema Corte, por imposição constitucional, interviesse - como,
efetivamente, interveio - para recolocar em seus devidos termos o direito de investigar e acusar, assim como
o direito de defesa, cabendo ao Poder Judiciário julgar, sem preferências ou preconceitos, as questões que
lhe são submetidas.
No instante em que foram diagnosticados abusos reais, a corte máxima, de imediato, deflagrou um
saudável processo de conscientização de cidadãos e governantes de que tanto os crimes quanto os abusos
devem ser coibidos, dando início a processo que desaguará em adequada legislação, necessária ao equilíbrio
do contencioso, além, naturalmente, à busca da verdade, com a intervenção judiciária, isenta e justa, dentro
da lei.
E, por força dessa tomada de consciência, não só o Conselho Nacional de Justiça impôs regras às
autorizações judiciais como o Poder Legislativo examina projeto de lei objetivando evitar tais desvios. Essas
medidas permitirão que as águas, que saíram do leito do rio, para ele voltem, com firmeza e serenidade.
Há de realçar, todavia, nos episódios que levaram, novamente, o país a conviver com o primado do
Direito - especialmente com a valorização do direito de defesa, garantidor, numa democracia, da certeza de
que o cidadão não sofrerá arbítrios -, a figura do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar
Mendes, hoje, indiscutivelmente, um dos maiores constitucionalistas do país, com merecido
reconhecimento internacional (é doutor em direito pela Universidade de Münster, na Alemanha, com tese
sobre o controle concentrado de constitucionalidade).
Graças à firmeza com que agiu, foi possível não só diagnosticar as violações como deflagrar todo o
processo que está levando ao aperfeiçoamento das instituições, em que o combate à corrupção, legítimo,
deve, todavia, ser realizado dentro da lei.
Conhecendo e admirando o eminente magistrado há quase 30 anos, a firmeza na condução de
assuntos polêmicos, na procura das soluções adequadas e jurídicas, seu perfil de admirável jurista e sua
preocupação com a "Justiça justa", tenho a certeza de que não poderia ter sido melhor para o país do que
vê-lo dirigir o pretório excelso nesta quadra delicada.
Prova inequívoca da correção de sua atuação é ter contado com o apoio incondicional dos demais
ministros, quanto às medidas que tomou, durante a crise.
Parodiando a lenda do moleiro - que não quis ceder suas terras a Frederico da Prússia, dizendo que as
defenderia, porque "ainda havia juízes em Berlim" -, posso afirmar: há juízes em Brasília, e dos bons!
(Ives Gandra da Silva Martins. Folha de São Paulo, 16 de setembro de 2008.)
Assinale a alternativa em que o termo indicado não exerça papel anafórico.
a) isso b) seu c) (d)essa d) tais e) (n)esta
Comentários:
Lembrem-se: de modo geral, o pronome “esse” e variantes tem função anafórica, isto é de retomar
elementos anteriores. Já o pronome “este” e variantes, tem função catafórica, isto é, de se referir a
elementos que ainda virão no texto.
“Isso” retoma um conjunto de informações apresentado nos parágrafos anteriores, como:

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caiba aos juízos monocráticos e aos tribunais de segundo grau a missão de administrar a Justiça e, aos
tribunais superiores (STF, STJ, TST, TSE e STM), dar estabilidade às instituições, exercendo o papel mais
relevante, entre eles, a Suprema Corte.
O pronome “seu” retoma “nova carta política à nação”.
O pronome demonstrativo “dessa” retoma: saudável processo de conscientização de cidadãos e governantes
de que tanto os crimes quanto os abusos devem ser coibidos
“Tais” retoma “tanto os crimes quanto os abusos”.
Por outro lado, o pronome “nesta” não tem função anafórica, pois não retoma um termo anterior, mas se
refere a algo que vai aparecer após o pronome “quadra delicada”. Gabarito letra E.
96. (FGV / Agente de Fiscalização / Pref. Paulínia / 2016)
“...revelaram que 36,3% dos pontos de coleta analisados apresentam qualidade ruim ou péssima.”
A relação semântica entre “ruim ou péssima” se repete em
a) distante ou longe.
b) perto ou próximo.
c) amado ou adorado.
d) variado ou diversificado.
e) fácil ou difícil.
Comentários:
Perceba que “ruim” e “péssimo” dividem o mesmo sentido: algo que não é bom. Contudo, a diferença está
na gradação, na intensidade. Então temos que péssimo é pior do que ruim.
Essa mesma relação semântica de graus de intensidade está em “amado” e “adorado”, pois ambos tem
sentido de “objeto de amor”, mas o grau é diferente. Gabarito letra C.
97. (FGV / Polícia Legislativa Senado / 2012)
Como as abelhas exercem a democracia
Apesar de terem uma rainha, as abelhas tomam decisões usando um processo democrático, que envolve a
formação de opiniões individuais e a construção de um consenso coletivo. Agora foi descoberto um novo
mecanismo que atua nesse processo. Um sofisticado processo de inibição é capaz de transformar os
proponentes da proposta perdedora em defensores da proposta vencedora. Esse mecanismo permite à
colmeia atuar unida após o término da eleição.
O processo de formação de uma nova colmeia é bem conhecido. Uma jovem rainha e um grupo de operárias
saem da colmeia original e se agrupam em um local próximo. Sua primeira tarefa é decidir onde vão construir
a nova colmeia. É uma decisão importante, uma vez que a escolha de um local ruim pode levar a colmeia
incipiente à extinção.
Na primeira etapa, o grupo envia as operárias mais experientes para sondar as redondezas. Cada uma delas
escolhe o local que acha melhor e defende a sua escolha. Isso ocorre por meio de uma espécie de dança.
Essa dança tem duas partes: a primeira consiste em caminhar rebolando em linha reta; a segunda, numa
curva sem rebolado, que faz com que a abelha volte para onde iniciou seu rebolado.
O comprimento do percurso em que a abelha caminha rebolando indica a distância até o local proposto; o
ângulo da curva indica a direção em que as abelhas têm de voar para chegar ao local. E o número de vezes

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que ela repete a dança indica a avaliação que ela faz do local. Normalmente, diversas abelhas visitam cada
local e fazem a propaganda dele para as colegas. Os diversos partidos políticos (cada um defendendo seu
local) dançam até convencer a maioria. Quando isso ocorre, termina a eleição e todas as abelhas, mesmo a
rainha, partem para o local escolhido e começam a construir a nova colmeia.
Quando estudaram a maneira como as abelhas analisam as diversas propostas e tomam a decisão (apuração
dos votos e declaração da proposta vencedora), cientistas observaram que durante a dança ocorria algo
estranho. Enquanto uma abelha dançava, várias outras davam cabeçadas na dançarina – e, dependendo do
número de cabeçadas, parecia que ela resolvia parar de repetir a sua dança. Aí eles se perguntaram quem
eram as abelhas que davam as cabeçadas.
Para identificá‐las, soltaram grupos de abelhas que procuravam um local para fazer uma colmeia em uma
ilha deserta, sem locais adequados. Nessa ilha, colocaram duas caixas de madeira adequadas para a nova
colmeia. Mas essas caixas continham pequenas quantidades de tinta; assim, as operárias que visitavam as
caixas ficavam com as costas marcadas de amarelo (caixa 1) ou rosa (caixa 2). Assim, os cientistas puderam
filmar as danças das operárias, identificar as que estavam propondo a caixa 1 ou a 2 (rosa) e contar os votos.
Intriga da oposição. A observação mais interessante foi a identidade das abelhas que davam as cabeçadas.
Se uma abelha “amarela” estava dançando, as cabeçadas inibitórias eram sempre das “rosas” e vice‐versa.
Eles também demonstraram que o número de cabeçadas inibia a quantidade de dança e, portanto, o poder
de convencimento das abelhas.
Como as abelhas que possuem maioria têm mais possibilidades de dançar sem levar cabeçadas – e ao mesmo
tempo têm a possibilidade de dar mais cabeçadas nas defensoras da proposta adversária –, esse mecanismo
leva a uma convergência mais rápida para o consenso. Os cientistas fizeram modelos matemáticos que
simulam esse mecanismo de inibição e eles confirmam que a presença de um mecanismo de inibição leva a
uma decisão mais rápida, convertendo os perdedores em adeptos da proposta vencedora, garantindo que
as abelhas fiquem alinhadas com a proposta vencedora e juntem forças para construir a colmeia no local
escolhido.
Nas democracias humanas, não temos um modelo semelhante. Mesmo depois de conhecida a vontade da
maioria, é normal os perdedores sabotarem a vontade da maioria. É verdade que muitas vezes ouvimos
discursos nos quais o candidato derrotado decreta que “decidido o pleito, vamos trabalhar juntos pela
proposta vencedora”, mas na maioria das vezes isso não passa de retórica.
É interessante observar como as abelhas, mesmo com um cérebro minúsculo e comportamentos
relativamente simples, implementam um processo democrático eficiente, que resulta na execução rápida e
eficaz da vontade da maioria. É uma evidência de que o ego dos políticos humanos é um dos componentes
que prejudicam os processos democráticos. Abelhas, afinal, que se saiba, não possuem ego ou orgulho
exacerbado nem pecam pela falta de humildade.
(Fernando Reinach. O Estado de S.Paulo, 12 de janeiro de 2012.)
Assinale a palavra que, no texto, NÃO tenha valor anafórico.
a) Sua b) nesse c) eles d) delas e) Agora
Comentários:
O advérbio agora apenas traz uma referência de tempo, não tem função de retomar nenhum termo anterior.
Veja a referência anafórica dos demais elementos coesivos:
a) Sua - rainha
b) nesse – processo democrático

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c) eles - cientistas
d) delas – abelhas Gabarito letra E.
98. (FGV / Advogado / Senado Federal / 2008)
"Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo de processos, a construção da jurisprudência,
que é seu papel maior, ficou em segundo plano." Assinale a alternativa que apresente redação igualmente
possível para o trecho acima, sem provocar alteração de sentido.
a) Por julgar número excessivo de processos, chegou-se ao paradoxo em que a construção da jurisprudência,
que é seu papel maior, ficou em segundo plano.
b) Chegou-se ao paradoxo em que a construção da jurisprudência, que é seu papel maior, por julgar número
excessivo de processos, ficou em segundo plano.
c) Chegou-se ao paradoxo em que a construção da jurisprudência, por julgar número excessivo de processos,
que é seu papel maior, ficou em segundo plano.
d) Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo de processos, que é seu papel maior, a
construção da jurisprudência ficou em segundo plano.
e) Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo de processos, ficou em segundo plano, que
é seu papel maior, a construção da jurisprudência.
Comentários:
A manutenção de sentido numa rescritura também está no campo da análise de coerência, pois a reescritura
não pode contradizer o texto original. Observe que a reescritura da letra B apenas troca de posição a oração
adverbial de causa “por julgar número excessivo de processos”:
"Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo de processos, a construção da jurisprudência,
que é seu papel maior, ficou em segundo plano."
b) Chegou-se ao paradoxo em que a construção da jurisprudência, que é seu papel maior, por julgar número
excessivo de processos, ficou em segundo plano.
Então, esse mero deslocamento da oração causal não afeta o sentido do texto, pois é mantida a relação
semântica de causa-efeito original: julgar processos demais fez a prioridade (jurisprudência) virar algo em
segundo plano. Gabarito letra B.
99. (FGV / Consultor de orçamento / Senado / 2008)
O STF e a estabilidade das instituições
Em 5 de outubro de 1988, com meridiana clareza, ao ser outorgada uma nova carta política à nação,
o constituinte determinou que seu guardião seria o Supremo Tribunal Federal (artigo 102, caput).
A Constituição, que rege os destinos do Estado democrático de Direito, portanto, sedia no pretório
excelso seu elemento de estabilização.
Compreende-se, pois, que, entre os constitucionalistas, tenha-se por assentado que, no capítulo
destinado ao Poder Judiciário em sua competência de atribuições (artigos 92 a 126), caiba aos juízos
monocráticos e aos tribunais de segundo grau a missão de administrar a Justiça e, aos tribunais superiores
(STF, STJ, TST, TSE e STM), dar estabilidade às instituições, exercendo o papel mais relevante, entre eles, a
Suprema Corte.
É exatamente isso o que tem ocorrido, nos últimos tempos, no que diz respeito ao direito de maior
importância em uma democracia, que é o direito de defesa, inexistente nos Estados totalitários.

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Todos os cidadãos dignos, que constituem a esmagadora maioria da nação, são contra a impunidade,
a corrupção, o peculato. Há de convir, todavia, que, na busca dos fins legítimos de combate à impunidade,
não se pode admitir a utilização de meios ilegítimos, risco de se nivelarem os bons e os maus no desrespeito
à ordem jurídica e à lei suprema.
Ora, o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 409.000 interceptações telefônicas
autorizadas pela Justiça, em 2007, seguido de declarações do ministro da Justiça de que todos devem admitir
que podem estar sendo grampeados, ou do ministro chefe do serviço de inteligência de que a melhor forma
de não ser grampeado é fechar a boca, está a demonstrar a existência de excessos, com a conseqüente
violação desse direito, o que se tornou mais claro na operação da Polícia Federal de maior visibilidade
(Satiagraha).
Nada mais natural, portanto, que a Suprema Corte, por imposição constitucional, interviesse - como,
efetivamente, interveio - para recolocar em seus devidos termos o direito de investigar e acusar, assim como
o direito de defesa, cabendo ao Poder Judiciário julgar, sem preferências ou preconceitos, as questões que
lhe são submetidas.
No instante em que foram diagnosticados abusos reais, a corte máxima, de imediato, deflagrou um
saudável processo de conscientização de cidadãos e governantes de que tanto os crimes quanto os abusos
devem ser coibidos, dando início a processo que desaguará em adequada legislação, necessária ao equilíbrio
do contencioso, além, naturalmente, à busca da verdade, com a intervenção judiciária, isenta e justa, dentro
da lei.
E, por força dessa tomada de consciência, não só o Conselho Nacional de Justiça impôs regras às
autorizações judiciais como o Poder Legislativo examina projeto de lei objetivando evitar tais desvios. Essas
medidas permitirão que as águas, que saíram do leito do rio, para ele voltem, com firmeza e serenidade.
Há de realçar, todavia, nos episódios que levaram, novamente, o país a conviver com o primado do
Direito - especialmente com a valorização do direito de defesa, garantidor, numa democracia, da certeza de
que o cidadão não sofrerá arbítrios -, a figura do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar
Mendes, hoje, indiscutivelmente, um dos maiores constitucionalistas do país, com merecido
reconhecimento internacional (é doutor em direito pela Universidade de Münster, na Alemanha, com tese
sobre o controle concentrado de constitucionalidade).
Graças à firmeza com que agiu, foi possível não só diagnosticar as violações como deflagrar todo o
processo que está levando ao aperfeiçoamento das instituições, em que o combate à corrupção, legítimo,
deve, todavia, ser realizado dentro da lei.
Conhecendo e admirando o eminente magistrado há quase 30 anos, a firmeza na condução de
assuntos polêmicos, na procura das soluções adequadas e jurídicas, seu perfil de admirável jurista e sua
preocupação com a "Justiça justa", tenho a certeza de que não poderia ter sido melhor para o país do que
vê-lo dirigir o pretório excelso nesta quadra delicada.
Prova inequívoca da correção de sua atuação é ter contado com o apoio incondicional dos demais
ministros, quanto às medidas que tomou, durante a crise.
Parodiando a lenda do moleiro - que não quis ceder suas terras a Frederico da Prússia, dizendo que as
defenderia, porque "ainda havia juízes em Berlim" -, posso afirmar: há juízes em Brasília, e dos bons!
(Ives Gandra da Silva Martins. Folha de São Paulo, 16 de setembro de 2008.)
Assinale a alternativa em que não se tenha feito correta correspondência entre os termos.
a) carta política (L.2) – Constituição (L.5)

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b) lei suprema (L.25) – Constituição (L.5)


c) corte máxima (L.43) – STJ (L.13)
d) pretório excelso (L.76) – Supremo Tribunal Federal (L.60-61)
e) Suprema Corte (L.36) – Supremo Tribunal Federal (L.60-61)
Comentários:
O termo “corte máxima” se refere ao Supremo Tribunal Federal. Gabarito Letra C.
100. (FGV / Ministério Público do Rio de Janeiro / 2016)
“...O crescimento dos índices de violência e a dramática transformação do crime manifestados nas grandes
metrópoles são alarmantes, sobretudo, na cidade do Rio de Janeiro”.
O termo “sobretudo” só NÃO pode ser substituído adequadamente por:
a) principalmente;
b) geralmente;
c) especialmente;
d) destacadamente;
e) particularmente.
Comentários:
A palavra “sobretudo” tem sentido de prioridade, preponderância, algo que é mais importante, acima dos
outros em relevância. Portanto, apenas a palavra “geralmente” não compartilha esse campo semântico.
Gabarito letra B.
101. (FGV / Pol. Leg. Federal / Senado / 2012)
Apesar de terem uma rainha, as abelhas tomam decisões usando um processo democrático, que envolve a
formação de opiniões individuais e a construção de um consenso coletivo.
A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:
I. É correto depreender que, caso não tivessem uma rainha, as abelhas tomariam decisões usando um
processo democrático.
II. É correto depreender que, tendo uma rainha, o esperado seria não usarem um processo democrático.
III. Para não se entender "consenso coletivo" como redundância, a palavra "consenso" adquire o sentido de
"anuência".
Assinale
a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
c) se nenhuma afirmativa estiver correta.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
Comentários:

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A expressão “apesar de terem uma rainha” indica uma concessão, um resultado contrário à expectativa.
Então, o sentido é de que o esperado era não haver processo democrático na presença de uma rainha, figura
representativa de uma decisão unitária, não democrática. Então, não podemos depreender que na ausência
da rainha, as abelhas tomariam decisões usando um processo democrático, já que elas já fazem isso na
presença de uma rainha.
A palavra “consenso” já sugere um sentido coletivo. Então, entendemos que a palavra então tem sentido de
“permissão coletiva”, isto é, “anuência”. Gabarito letra B.
102. (FGV / Téc. Legislativo / Senado / 2008)
“Mas é, sobretudo, o entendimento pleno de como funciona, como atende, e como beneficia o cidadão.”
Assinale a alternativa que não poderia substituir a palavra grifada no período acima, sob pena de alteração
de sentido.
a) especialmente b) mormente c) acima de tudo d) principalmente e) sobejamente
Comentários:
Sobejamente significa “excessivamente, em demasia, exageradamente”. Então, não poderia substituir
“sobretudo”, que apenas traz um sentido de prevalência, prioridade, maior relevância, acima dos demais
aspectos.
Gabarito letra E.

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RESUMO
Antônimos:
São palavras que se aproximam semanticamente por uma relação de antagonismo ou oposição. Ex: Gosto
de silêncio: não tolero barulho. (silêncio x barulho)
Em alguns casos, duas palavras podem não ser exatamente antônimos em seu sentido clássico, mas podem
aparecer como opostas no contexto em que se dá aquele contraste. A relação de antonímia se dá no
contexto.
Ex: Não fale nada, acalme-se e respire. (falar x se acalmar e respirar)

Hiperônimos
São palavras de sentido amplo que indicam, em termo semânticos, um conjunto abrangente de elementos,
um “gênero”. Esse “gênero” tem unidades menores, “espécies”, que fazem parte daquele conjunto maior
(hipônimos).
Animal é um hiperônimo. Cachorro, macaco, jabuti são hipônimos, porque são espécies de animal. Então,
“Animal” é hiperônimo de “macaco”.
Atleta é um hiperônimo. Nadador, corredor e goleiro são hipônimos, porque são espécies de atleta. Logo,
“Atleta” é hiperônimo de “nadador”.

Hipônimos:
O conceito de hipônimo decorre da explicação acima. Trata-se de um elemento com sentido mais específico,
contido em um grupo maior, ou seja, de uma espécie contida em um gênero.
Gato é hipônimo do hiperônimo Felino. Cavalo é hipônimo do hiperônimo Equino. Deputado é hipônimo do
hiperônimo Político.

Homônimos:
Homônimos homógrafos: São palavras que têm a mesma grafia, mas trazem sentidos diferentes.
Homônimos homófonos: São palavras que têm a mesma pronúncia, mesmo som, mas trazem sentidos
diferentes.
Homônimos perfeitos: São palavras que têm som e grafia idênticos, diferenciando-se somente pelo sentido.
No dicionário, cada homônimo perfeito tem entrada diferente, numeradas. Veja:

Parônimos:
São pares de palavras parecidas na pronúncia ou na grafia. Muitas vezes, essa semelhança conduz a erros
ortográficos.
Veja exemplos clássicos de parônimos:

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absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)

apóstrofe (figura de linguagem) apóstrofo (sinal gráfico)

aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar)

arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair)

ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo)

bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe)

cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)

comprimento (extensão) cumprimento (saudação)

deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)

delatar (denunciar) dilatar (alargar)

descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)

descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)

despensa (local onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar)

docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)

emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)

eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente)

eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)

esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)

estada (permanência em um lugar) estadia (permanência temporária em um lugar)

flagrante (evidente) fragrante (perfumado)

fluir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar)

fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo)

imergir (afundar) emergir (vir à tona)

inflação (alta dos preços) infração (violação)

infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)

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mandado (ordem judicial) mandato (procuração)

peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) pião (tipo de brinquedo)

precedente (que vem antes) procedente (proveniente; que tem fundamento)

ratificar (confirmar) retificar (corrigir)

recrear (divertir) recriar (criar novamente)

soar (produzir som) suar (transpirar)

sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)

sustar (suspender) suster (sustentar)

tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)

vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)

(http://www.soportugues.com.br/secoes/seman/seman7.php)
A melhor forma de estudar esses pares é marcar a parte da palavra que se diferencia e anotar o sentido,
como exemplifico abaixo:
Cavaleiro (relativo à cavalaria)- Cavalheiro (homem gentil, polido)
Absorver (sorver, impregnar) – Absolver...
Comprimento-Cumprimento
Descriminar-Discriminar
Despercepido-desapercebido
Descrição- Discrição
Aprender- Apreender
Eminente- Iminente
Inflação-Infração
Flagrante- Fragrante

Sentido Denotativo x Sentido Conotativo


Denotativo - é o sentido denotativo, o sentido direto, primário, principal do dicionário.
Ex: o leão é o animal mais visitado do zoológico.
Conotativo - é um sentido figurado, metafórico, conotativo.
Ex: Esse lutador batendo é um leão; apanhando, é um gatinho.

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Linguagem figurada: metáfora


A metáfora nada mais é do que uma comparação implícita entre dois elementos que têm uma característica
em comum. Nessa “intersecção” é que ocorre a imagem:
Ex: Fulana é uma bola (característica comum de ser “arredondado”)
Ex: Fulano é um palito (característica comum de ser “fino”)
Ex: Fulana é uma fofa (característica comum de ser “macio, suave”)
Ex: Este PDF é uma bíblia (característica comum de ter “muitas páginas”)

Linguagem figurada: metonímia/catacrese


A metonímia é um subtipo de metáfora, mas que traz uma relação específica de
continência/pertinência/inclusão/implicação, não de intersecção. Vejamos as mais comuns:

✓ Autor pela obra: Leio sempre Machado de Assis. (= Leio a obra literária de Machado de Assis.)
✓ Inventor pelo invento: Thomas Édson iluminou o planeta. (= As lâmpadas inventadas por
ele iluminam.)

✓ Símbolo pela coisa simbolizada: Meu coração é verde-amarelo. (verde-amarelo representa,


simbolicamente, por serem as cores da nossa bandeira, brasileiro)

✓ Lugar pelo produto do lugar: Fumei um saboroso havana. (= Fumei um saboroso charuto.)
✓ Efeito pela causa: Foi com suor que emagreci. (= o exercício fez emagrecer, o suor é o efeito do
exercício físico)

✓ Causa pelo efeito: Eu vivo do meu trabalho. (= vivo do meu salário, efeito do que eu trabalho.
Ninguém paga contas com o “trabalho em si”, mas com dinheiro)

✓ Continente pelo conteúdo: Bebeu 3 copos. (= Bebeu o líquido que estava nos copos.)
✓ Instrumento pela pessoa que utiliza: As câmeras foram atrás dos atletas. (= Os repórteres foram
atrás dos atletas.)

✓ Parte pelo todo: O Brasil se classificou para a Copa. (= Apenas a seleção brasileira, uma pequena
parte do “brasil”)

✓ Gênero pela espécie: Os mortais sofrem demais na terra. (= Os homens sofrem)


✓ Singular pelo plural: A mulher foi chamada para ir às ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres
foram chamadas, não apenas uma mulher.)

✓ Marca pelo produto: Minha filha adora danone, nutella e yakult. (= Minha filha adora o iogurte,
creme de avelã e leite fermentado dessas marcas.)

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✓ Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.)
✓ Instrumento pela coisa ou entidade – nomeia-se ou indica-se uma coisa ou entidade por meio do
instrumento utilizado: A pena (educação) é mais poderosa do que a espada (força, armas).

✓ Abstrato pelo concreto: a 3ª idade vive muito tempo. A juventude morre cedo(= os idosos vivem muito
tempo e os “jovens” morrem cedo.)

✓ Associação entre funções – um termo é usado em lugar do outro por uma semelhança de funções:
Ele é um aviãozinho. (avião indica o pequeno traficante que sobe e desce o morro para buscar
drogas, à semelhança do que ocorre com os aviões)
Obs: As metonímias que substituem o todo pela parte e o plural pelo singular são também chamadas de
‘sinédoque’.
Existe um outro tipo de figura muito semelhante, que é a catacrese: metonímia/metáfora que foi
“cristalizada” pelo uso. Ou seja, é uma metáfora tão “batida” que ninguém mais enxerga como linguagem
figurada:
Ex: Pé da mesa, braço do violão, maçã do rosto...
Se você encontrar esses tipos de relação acima no texto da sua prova, pode confiar que teremos sentido
figurado.

Outras figuras de linguagem importantes:


Sinestesia: transferência da experiência de um sentido (visão, audição, tato...) para o outro, fusão de
impressões sensoriais:
Ex: Sua voz é doce e suas palavras me abraçam com ternura.
Ex: Sentiu o sabor frio e amargo da rejeição.
Ex: “Sempre havia, ao amanhecer, uma cor estridente no horizonte.” (Giuliano Fratin)
Perífrase: designação de um ser por um de seus atributos.
Ex: O ouro negro é o tesouro dos países árabes. (petróleo)
Ex: O Rei da Selva é um animal preguiçoso (o Leão)
Eufemismo: suavização de um expressão.
Ex: Fazer a passagem/Partir desta para uma melhor. (morrer)
Hipérbole: expressão carregada de exagero:
Ex: Ele morre de medo, racha de rir depois chora um oceano de lágrimas.
Personificação ou Prosopopeia: Atribuição de características de seres animados a seres inanimados.
Ex: Os quadros da casa me olhavam com censura, condenando minha preguiça.
Ironia: Consiste em dizer algo com um sentido diferente, normalmente oposto ao sentido aparente literal.
Trata-se da materialização escrita do deboche, do descaso.
Ex: Parabéns, você conseguir se superar na arte da ignorância!

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Polissemia:
Uma mesma palavra pode ter múltiplos sentidos. É diferente de um homônimo perfeito, pois a polissemia
se refere a vários sentidos de uma única palavra. Homônimos são palavras diferentes, geralmente de
classes diferentes, que têm sentidos diferentes. A palavra polissêmica é uma só, mas se reveste de novos
sentidos, muitas vezes por associações figuradas. A diferença na prática é bem sutil. Vejamos alguns
exemplos:
Quero um suco de laranja natural (feito da fruta)
Sou natural da Argentina (originário)
Água é um recurso natural (da natureza)
Pintou um retrato bastante natural (fiel, próximo)
Quero um vinho natural (temperatura ambiente)

Ambiguidade:
Ambiguidade é a possibilidade de dupla leitura de um enunciado. É o bom e velho duplo sentido. Pode ser
estrutural ou polissêmica.
Nem sempre é um problema, pois pode ser proposital e está presente na literatura, nas piadas, nas
propagandas. Porém, deve ser evitada, porque é considerada vício de linguagem, porque prejudica a clareza.
Ambiguidade estrutural:
Veja a tira abaixo e observe como a posição do termo “com pouca gordura” causa dupla possibilidade de
leitura:
Ex: Peguei o ônibus correndo.
Sentido 1: Eu estava correndo quando peguei o ônibus.
Sentido 2: O ônibus estava correndo quando o peguei.
Ex: Pedro encontrou Maria e lhe disse que sua mãe foi ao cinema.
Sentido 1: A mãe de Pedro foi ao cinema.
Sentido 2: A mãe de Maria foi ao cinema.
Ex: O advogado viu o cliente entrando no tribunal.
Sentido 1: O advogado estava entrando no tribunal e viu seu cliente.
Sentido 2: O cliente estava entrando no tribunal.
Ex: João e Maria vão se casar.
Sentido 1: João vai se casar com uma pessoa e Maria, com outra.
Sentido 2: João vai se casar com Maria.
Ex: A venda das empresas foi positiva para os acionistas.
Sentido 1: As próprias empresas foram vendidas.
Sentido 2: As empresas venderam seus produtos.

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Ex: O menino falou com a menina que mora em Ipanema.


Sentido 1: O menino mora em Ipanema e falou isso para a menina.
Sentido 2: A menina mora em Ipanema e o menino falou com ela.
Ambiguidade polissêmica:
Ambiguidade polissêmica é aquela inerente ao próprio vocábulo ou à expressão que traz múltiplos sentidos.
Ex: Dirigir bêbado não é legal.
(Legal pode ser entendido como algo permitido pela lei, o algo admirável, interessante, agradável.)

Coesão e Coerência
Coerência:
A coerência observa as relações de sentido e lógica que um texto oferece. O texto tem uma lógica própria,
arquitetada pelo autor. Você não tem que necessariamente concordar com aquele sentido, mas deve ser
capaz de ver a relação de lógica que se tenta construir ali.
A coerência se constrói pela manutenção da expectativa que o uso de certas palavras traz ao leitor. Nesse
sentido, a contradição gera incoerência.
Ex: Nós temos que tomar medidas urgentes, imediatas e drásticas para resolver o problema da
educação. Portanto, é fundamental que paremos para pensar, sem pressa, e formemos comissões
para estudos e estratégias de longo prazo.
Ex: Todos me odeiam, mas ninguém gosta de mim.
Coesão:
Quando ler a palavra coesão, pense essencialmente na “ligação” entre palavras e partes do texto,
recuperando e adiantanto informação. A coesão também se refere à retomada de elementos do texto por
meio de palavras coesivas ou artifícios textuais. Coesão é “referência” a partes do texto.
Isso ocorre normalmente por meio de conjunções, preposições, pronomes, advérbios.
No entanto, qualquer classe gramatical pode ter um papel coesivo, se tiver no texto a função de ligar ou
retomar partes do texto. Vejamos exemplos mais sutis de coesão:

Ex: Fui ao supermercado comprar legumes. Não havia nada lá. Isso nunca tinha ocorrido antes.
Observe que o advérbio “lá” retoma “supermercado” e que o pronome “isso” retoma toda a parte “não havia
nada”, retoma o acontecimento.
Coesão Anafórica x Coesão Catafórica:
A coesão faz relação entre partes do texto. Quando o mecanismo de coesão retoma um termo ou informação
que veio antes dele, diz-se que há coesão anafórica.
Quando “anuncia” um termo ou informação que aparecerá depois, diz-se que há coesão catafórica.
Isso tudo está detalhado na função referencial dos pronomes demonstrativos.

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Ex: Estudo todo dia. Isso faz a diferença. (anafórico)

Ex: Desejo isto diariamente: ser aprovado logo. (catafórico)


Referências Fora do Texto: Exofórica/Dêitica
Quando os elementos coesivos se referem a elementos fora do texto, como tempo e espaço, a gramática diz
que eles têm função dêitica, ou exofórica (fora), nesse caso o valor semântica vai depender da situação de
produção do texto, de onde foi escrito, quando, por quem...
Ex: Esse texto foi escrito aqui (aqui onde? Esse sentido dependerá de onde foi escrito. Essa localização
é elemento externo ao texto, fora dele.)
Ex: Vamos almoçar amanhã (Que dia é amanhã? Depende de que dia é tomado como referência no
momento da escrita. Esse elemento está “fora” do texto.)
Ex: O Rio de Janeiro anda muito violento, quem poderá nos ajudar? ( “nos” se refere a “nós”, mas
quem é esse “nós”. Essa referência está fora do texto, na pessoa de quem fala e de quem ele deseja
incluir usando “nós”, a população do RJ)
Uso de Pronomes (pessoais, relativos, demonstrativos, possessivos,
indefinidos):
O pronome serve exatamente para isso: retomar e substituir um nome. Então, essa deve ser uma das técnicas
mais intuitivas para evitar repetição.
Ex: Meu pai era um gênio, mas nunca o reconheceram.
Ex: O leão foi sacrificado. Ele não teve a menor chance.
Ex: Ninguém vencia Silvério na sinuca quando ele estava inspirado.
Ex: O livro que comprei é esse.
Ex: Ninguém tem uma força de vontade maior que a sua.
Ex: Ela deve seu sucesso ao estudo.
Ex: Isso é o atalho para ser aprovado: estudar, revisar, fazer questões.
Ex: Entre as camisas, comprei a que era mais cara.
Ex: O menino, que era estrábico, tinha excelente pontaria.
Ex: A vida de concurseiro é difícil. Muitos desistem, alguns logo no início.
Obs: O artigo definido também pode ser usado como referência a termo citado. Nesse caso, o artigo
definido vai indicar que o termo mencionado já é conhecido, por ter já aparecido antes no texto:
Ex: Lá na praça, havia vários policiais. Os assaltantes, quando chegaram, não viram os policiais ali. (o
artigo é definido porque os policiais são específicos.).
Coesão referencial com pronomes demonstrativos:
Pronomes demonstrativos apontam, isto é, demonstram a posição dos elementos a que se referem no
tempo, no espaço e no texto.

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Tempo:

✓ este(s), esta (s), isto: indicam tempo presente:


Ex: Este domingo vai ter jogo do Barcelona.
Ex: Neste verão viajarei para o Caribe.

✓ esse(s), essa (s), isso: indicam passado recente ou futuro próximo:


Ex: Esse domingo houve/haverá jogo do Barcelona.
Ex: Nesse verão sofri demais com o calor.

✓ aquele(s), aquela (s), aquilo: indicam passado ou futuro distante:


Ex: Aquela década de 70 foi completamente perdida.
Ex: Aquele intercâmbio que faremos em 10 anos será caríssimo.
Espaço:

✓ este(s), esta (s), isto: apontam para referente perto do falante:


Ex: Este violão aqui na minha mão é de madeira maçiça.
Ex: Estes meus cabelos estão uma verdadeira palha.

✓ esse(s), essa (s), isso: apontam para perto do ouvinte:


Ex: Esse violão aí na sua mão é de madeira maciça.
Ex: Isso é roupa que se vista num casamento? Troque-a já!

✓ aquele(s), aquela (s), aquilo: apontam para longe do falante/ouvinte:


Ex: Aquela pintura lá em cima é um afresco.
Ex: Aquilo não é um pássaro, nem um avião; é só um balão caindo.
Texto:

✓ este(s), esta (s), isto: apontam ao que será mencionado (anuncia):


Ex: Esta é sua nova senha: ynot.xp$%; memorize-a.
Ex: Isto era importante para ela: dinheiro, sucesso, prestígio.

✓ esse(s), essa (s), isso: apontam para o que já foi mencionado:


Ex: João passou em primeiro lugar, esse cara é bom.
Ex: Dinheiro, sucesso, prestígio, isso tudo é sim importante (resumitivo).

✓ aquele(s), aquela (s), aquilo: apontam para o antecedente mais distante, enquanto este aponta para
o mais próximo:
Ex: João e Maria são concursados, esta do Bacen, aquele do TCU.

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Uso de numerais:
Ex: Eu e minha esposa fomos lá. Nós dois detestamos a comida.
Nós “dois” retoma “eu” e “minha esposa”.
Ex: João e José foram ao shopping. O primeiro foi comprar charutos; o segundo foi comprar discos de
vinil.
O numeral “primeiro” se refere ao termo mais distante “João”; “segundo” se refere a quem apareceu por
último, “José”.
Ex: Comprei um fogão e uma geladeira. Ambos deram defeito.
Ambos é considerado numeral e retoma “fogão” e “geladeira”.
Ex: O primeiro me chegou, como quem vem do florista, trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche
de ametista...
Uso de advérbios:
Ex: Estamos no Brasil; muita gente considera fraude esperteza aqui.
“Aqui” faz coesão anafórica com lugar que apareceu antes: “Brasil”.
Ex: Sinto saudades de lá; a Califórnia é muito bela!
“Lá” faz coesão catafórica com o lugar que aparecerá depois: “Califórnia”.
Termos resumitivos e sintéticos:
Algumas palavras, como pronomes indefinidos, tem o poder de sintetizar e resumir um grupo de elementos.
Ex: Estudar, revisar, fazer questões: tudo isso é indispensável.
Tudo isso retoma “Estudar, revisar, fazer questões”.
Ex: João, Jose, Manoel e Joaquim vieram. Os outros faltaram.
Os outros de refere a quem não veio, pessoas não mencionadas por nome.
Ex: Acordo às 6h, vou para a faculdade, depois para a natação. Ao final do dia, pego as crianças no
colégio, antes de ir para o curso de inglês. No dia seguinte, repito a rotina.
O termo a rotina sintetiza toda a sequência de ações habituais mencionada.
Sinônimos, Hiperônimos e Hipônimos:
Já sabemos que hipônimos estão contidos no sentido amplo de seus hiperônimos. Essa relação de
continência torna intuitivo o uso de um para retomar o outro.
Ex: Meu cão era bipolar. O animal às vezes atacava sem razão.
Animal é hiperônimo de cão, pois o cão pertence ao conjunto “animais”.
Ex: Tive um carro a Diesel e achava barato o combustível.
Combustível é hiperônimo de Diesel, pois Diesel pertence ao conjunto “combustíveis”.
Simbolização:
Consiste em substituir uma entidade por um símbolo que a represente.
Ex: O Rei era autoridade máxima. A verdade da Coroa sempre prevalecia.

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Ex: A Cruz de Malta cobriu as arquibancadas. Torcedores vascaínos ocuparam 80% dos assentos.
Nominalização:
Basicamente, é substituir um adjetivo ou verbo por substantivo ou uma forma nominal.
Ex: Recolheram os impostos. Esse recolhimento foi menor que o ano passado.
Ex: As provas são difíceis hoje em dia. Essa dificuldade também envolve o fator tempo.
Ex: Muito se discutiu sobre a polêmica. Esse constante debater do tema é cansativo para os
envolvidos.
Redução e Ampliação:
Uma técnica muito utilizada é a redução, que basicamente consiste em usar uma forma mais longa do termo
e alternar com formas mais curtas.
Ex: O compositor Paul McCartney virá ao Brasil em 2017.
Paul McCartney já esteve no país em outras ocasiões.
O compositor ama o público Brasileiro.
McCartney tem inclusive diversos amigos aqui.
Paul ainda não informou a data de sua passagem.
Também poderia ser chamado de “o ex-beatle”, “o músico”, “o artista”, “o cantor”...
Sigla:
Técnica muito importante em discursivas. Primeiro se usa o nome por extenso, seguido pela sigla entre
parênteses. A partir daí, pode-se usar a sigla no lugar do nome completo. Não se deve usar a sigla antes de
o nome completo aparecer no texto.
Ex: A Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC) divulgou hoje o resultado provisório da prova discursiva.
Milhares visitaram o site da ANAC hoje.

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LISTA DE QUESTÕES

1. (CORE-SP–Contador – 2019) Em 2017, o setor de vendas diretas foi responsável pela comercialização de
1,9 milhões de itens (produtos e serviços) no Brasil, o que gerou um volume de negócios que ultrapassa os
R$ 45 bilhões. São mais de 4,1 milhões de pessoas trabalhando como consultores diretos das empresas.
O autor se utiliza, no parágrafo do texto, da função de linguagem:
a) Denotativa.
b) Expressiva.
c) Conativa.
d) Metalinguística.
e) Fática.
2. (IPHAN–Cargos de Nível Médio – 2018) Uma das grandes cousas que se veem hoje no mundo, e nós pelo
costume de cada dia não admiramos, é a transmigração imensa de gentes e nações etíopes, que da África
continuamente estão passando a esta América. Entra uma nau de Angola, e desova no mesmo dia
quinhentos, seiscentos e talvez mil escravos.
Na linha 3, o vocábulo “desova” foi empregado com um sentido pejorativo, revelando a desaprovação do
autor em relação à chegada de escravos ao Brasil.
3. (INSTITUTO RIO BRANCO – 2018) A facilidade de comunicações acabou com esses tanques em que
floresciam as diferentes culturas. Quando antes se olhava o mapa-múndi e via-se cada país de um colorido
diferente, podia-se tomar isso ao pé da letra. É verdade que o mundo continuou a ser uma colcha de retalhos;
mas são todos da mesma cor.
As expressões “tomar isso ao pé da letra” e “colcha de retalhos” são exemplos da função denotativa da
linguagem.
4. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto
muito, da minha infância, às gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com
bastante capricho.
A palavra “capricho” (L.2) está empregada no texto com o mesmo sentido de zelo.
5. (PGE-PE–Conhec. Básicos 1, 2, 3 e 4 – 2019) ... por propostas que concebem um Estado que seja parco em
prestações sociais e no qual a própria sociedade se responsabilize pelos riscos de sua existência, só
recorrendo ao Poder Público subsidiariamente, na impossibilidade de autossatisfação de suas necessidades.
A palavra “subsidiariamente” foi empregada, no texto, com o mesmo sentido de compulsoriamente.
6. (CGE-CE–Conhec. Básicos – 2019) Ainda hoje, em muitos rincões do nosso país, são encontrados
administradores públicos cujas ações em muito se assemelham às de Nabucodonosor, rei do império
babilônico, que, buscando satisfazer sua rainha Meda, saudosa das colinas e florestas de sua pátria,
providenciou a construção de estupendos jardins suspensos. Essa excentricidade, que consumiu anos de
labor e gastos incalculáveis, culminou em uma das sete maravilhas do mundo antigo.
No texto CB1A1-II, a palavra “labor” (L.5) é sinônimo de
a) trabalho.

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b) favor.
c) luta.
d) atenção.
e) sofrimento.
7. (DPE-RJ–Técnico Médio De Defensoria – 2019) Na tentativa de dar concisão, muitas orações adjetivas
podem ser substituídas por adjetivos; a opção abaixo em que essa substituição foi corretamente realizada é:
a) Não há bem que sempre dure / efêmero;
b) Nem tudo que reluz é ouro / iluminado;
c) Fatos que se repetem são cansativos / frequentes;
d) Sentimentos que duram pouco trazem dor / passageiros;
e) Muitas moedas que são guardadas perdem valor / resguardadas.
8. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) A música de Pixis, ouvida como sendo de Beethoven, foi recebida com
entusiasmo e paixão, e a de Beethoven, ouvida como sendo de Pixis, foi enxovalhada.
A correção e os sentidos do texto 1A11-I seriam preservados se a palavra “enxovalhada” fosse substituída
por
a) desassistida.
b) desagravada.
c) afamada.
d) aplaudida.
e) desdenhada.
9. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) É como se você tivesse baixado algum software e ele te
solicitasse assinar um contrato com dezenas de páginas em “juridiquês”; você dá uma olhada nele, passa
imediatamente para a última página, tica em “concordo” e esquece o assunto.
No trecho “tica em ‘concordo’” (L.3), o verbo ticar é sinônimo de clicar, mas difere deste por ser de uso
informal.
10. (MPU–Analista – 2018) A impossibilidade de manter silêncio sobre um assunto é uma observação que
pode ser feita a respeito de muitos casos de patente injustiça que nos enfurecem de um modo até difícil de
ser capturado por nossa linguagem.
Na linha 2, o adjetivo patente tem um significado de impressionante.
11. (MPU–Analista – 2018) Se a cultura, no que tange a valores e visões de mundo, é fundamental para nossa
constituição enquanto indivíduos (servindo-nos como parâmetro para nosso comportamento moral, por
exemplo), limitarmo-nos a ela, desconhecendo ou depreciando as demais culturas de povos ou grupos dos
quais não fazemos parte, pode nos levar a uma visão estreita das dimensões da vida humana.
No texto, a palavra “depreciando” (l.3) foi empregada com o sentido de desprezar.
12. (DPE-RJ–Técnico Médio de Defensoria – 2019) Há uma série de palavras em língua portuguesa que
modificam o seu sentido em função de uma troca vocálica; esse fato só NÃO ocorre em:
a) deferir / diferir;

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b) infarte / infarto;
c) emergir / imergir;
d) descrição / discrição;
e) eminente / iminente.
13. (CÂMARA DE SALVADOR–Analista Leg. – 2018) “tratados e declarações internacionais ratificadas pelos
países”; nesse segmento do texto 1 está sublinhada uma palavra denominada parônimo, por ter uma forma
semelhante no idioma (retificadas), com significado distinto.
A frase abaixo em que está correto o emprego da forma sublinhada é:
a) As organizações aguardam o diferimento de seus pedidos para que possam começar a atuar nos conflitos;
b) Alguns Estados cometem fragrantes delitos contra a segurança de seus cidadãos;
c) Devido a conflitos violentos, alguns cidadãos imigram para outros países em busca de segurança;
d) Houve um vultuoso comércio de mercadorias contrabandeadas no momento dos conflitos;
e) As organizações procedentes de países mais desenvolvidos são normalmente mais confiáveis.
14. (POLÍCIA CIVIL-SP–Escrivão – 2018) A disputa latente entre política e tecnologia se tornou explícita. Da
utopia digital do Vale do Silício, emergiu a realidade dos monopólios corporativos, da manipulação política e
do tribalismo antidemocrático. O resultado do choque com as instituições é incerto.
São expressões sinônimas de latente e emergiu adequadas ao contexto, respectivamente,
a) encoberta e veio à tona.
b) potencial e submergiu.
c) oculta e introduziu-se.
d) gritante e veio à luz.
e) ilógica e despertou.
15. (DPE-RJ–Técnico Médio de Defensoria – 2019) A frase em que está correto o emprego de um dos
parônimos mandado/mandato é:
a) O mandado de senador dura 8 anos;
b) Impetrou mandato de segurança com pedido de liminar;
c) Não tinha mandado de busca para entrar na casa;
d) Todos desejavam que seu mandado de diretor acabasse;
e) O mandato de apreensão não havia sido expedido.
16. (BANESTES–Téc. Bancário – 2018) Um ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte: “Defenda
a ecologia, mas não encha o saco”. (Gilberto Mestrinho)
O vocábulo sublinhado, composto do radical-logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio
ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical, que tem seu significado corretamente indicado é:
a) Antropologia: estudo do homem como representante do sexo masculino;
b) Etimologia: estudo das raças humanas;
c) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre a Terra;

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d) Ginecologia: estudo das doenças privativas das mulheres;


e) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza.
17. (BANESTES–Téc. Bancário – 2018) A frase abaixo em que o termo sublinhado tem um sinônimo indicado
corretamente é:
a) “A razão nos é dada para discernir o bem e o mal” / julgar;
b) “Quem decide praticar o mal, encontra sempre um pretexto” / castigo;
c) “Poucas vezes falta engenho à maldade” / trabalho;
d) “A educação seria a arte de parecer inofensivo” / inocente;
e) “Não pode haver educação onde não há discrição” / reserva.
18. (MPE-SC–Promotor de Justiça – 2016) Está gramaticalmente correta esta frase: Não faço cessão dos
meus direitos!
19. (PREFEITURA DE FRONTEIRA–Advogado – 2016) Nos enunciados abaixo, assinale aquele em que o
parônimo ou homônimo foi empregado ADEQUADAMENTE de acordo com o segundo citado entre
parênteses.
a) As multas (infringidas – infligidas) aos motoristas que cometem (inflações – infrações) de trânsito não são
(vultuosas – vultosas)
b) O técnico estava na (iminência – eminência) de ser demitido, pois eram (fragrantes – flagrantes) as
divergências entre ele e a diretoria do clube.
c) Ele (ratificou – retificou) não mudando a data do pagamento da inscrição, sendo cobrada (taxa – tacha) de
juros para quem não cumprir o determinado.
d) Depois de algumas (sessões – seções) de treino, o jovem piloto, pela sua ousadia, foi (tachado – taxado)
de louco pelos adversários.
20. (DPE-RO–Analista – 2015) A frase abaixo cuja lacuna deve ser preenchida pela primeira das palavras
colocadas entre parênteses é:
a) O senador declarou que respeitava muito o seu __________. (mandado/mandato);
b) Muitos detalhes do crime passaram __________ . (desapercebidos / despercebidos);
c) O __________ em computação fora trazido dos Estados Unidos. (esperto / experto);
d) Muitos dos acusados tinham receio de terem __________ os seus postos. (caçados / cassados);
e) O automóvel precisava de __________ urgente. (conserto / concerto).
21. (CRM-SC–Assistente Administrativo – 2015)
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz.
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo.
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil para os carros e os pedestres.
Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de homônimos e parônimos.
a) I e III.
b) II e III.

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c) II apenas.
d) Todas incorretas.
22. (PREFEITURA FRONTEIRA–Advogado – 2016)

A mensagem dessa tirinha apoia-se no duplo sentido de uma palavra através de um recurso:
a) Vida – homonímia;
b) Balanço – polissemia;
c) Balanço – sinonímia;
d) Vida – polissemia. -
23. (TJ-MT–Analista Judiciário – 2016) Na língua portuguesa, há muitas palavras parecidas, seja no modo de
falar ou no de escrever. A palavra sessão, por exemplo, assemelha-se às palavras cessão e seção, mas cada
uma apresenta sentido diferente. Esse caso, mesmo som, grafias diferentes, denomina-se homônimo
homófono. Assinale a alternativa em que todas as palavras se encontram nesse caso.
a) taxa, cesta, assento
b) conserto, pleito, ótico
c) cheque, descrição, manga
d) serrar, ratificar, emergir
24. (POLÍCIA CIVIL-SP–Escrivão – 2018)

É correto afirmar que o efeito de sentido da tira decorre


a) da possibilidade de atribuição de diferentes sentidos a uma mesma palavra.
b) da declaração pouco convincente do garoto, diante da resposta do tigre.

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c) do não entendimento, pelo menino, da resposta correta dada pelo tigre.


d) do fato de o tigre dar uma resposta empregando termos de sentido obscuro.
e) da ambiguidade do enunciado de matemática, que usa termos inadequados.
25. (POLÍCIA CIVIL-SP–Investigador – 2018)
Leia a charge.

No plano da linguagem verbal, o efeito de humor decorre


a) do emprego ambíguo do termo “esquartejamento” no título.
b) do duplo sentido presente na expressão “por partes”.
c) da enumeração caótica das partes do corpo de Tiradentes.
d) da falta de referência explícita ao sujeito do verbo “fizeram”.
e) da alusão exortativa a Tiradentes, personagem da história do Brasil.
26. (AL-RO–Assistente Legislativo – 2018) “O macho escolhia uma fêmea, batia com um tacape na sua
cabeça e a arrastava para a sua caverna.”
Assinale a opção que apresenta o problema de construção dessa frase do texto.
a) A polissemia do vocábulo “fêmea”.
b) A ambiguidade do possessivo “sua” em “sua caverna”.
c) A colocação do pronome pessoal “a”.
d) A seleção vocabular por “macho” em lugar de “homem”.
e) A predicação verbal do verbo “arrastava”.
27. (CCV-UFC–Auxiliar em Administração – 2016) Assinale a alternativa em que a disposição sintática das
palavras torna a frase ambígua.

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a) O programa exigia do programador uma senha.


b) O computador da empresa tem sérios problemas.
c) O jovem aluno escondeu o computador do irmão.
d) O estudante ganhou do tio um excelente computador.
e) A empresa fez a atualização dos dados no computador.
28. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) Uma editora acaba de lançar o livro “Os Meninos da Caverna”,
que conta a dramática história do resgate de um time de futebol juvenil que ficou dezoito dias preso em uma
caverna na Tailândia.
A capa do livro traz o seguinte texto:
“O passeio de um sábado à tarde que durou dezoito dias preocupou o mundo e mobilizou mil pessoas em
um resgate quase impossível na Tailândia”.
O problema estrutural desse pequeno texto da capa é:
a) a má seleção vocabular do termo “passeio”;
b) a possível ambiguidade do termo “na Tailândia”;
c) a inclusão de exageros evidentes para atrair o leitor;
d) a presença de várias formas verbais com o mesmo sujeito;
e) a ausência de vírgula após “mil pessoas”.
29. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) A Prefeitura de Salvador faz divulgação de seu Festival da
Virada em conhecidas revistas. O texto da publicidade diz o seguinte:
Festa que vira atração de 460 mil turistas,
Que vira 98% de ocupação hoteleira,
Que vira milhares de empregos,
Que vira 500 milhões de reais na economia.
Que virada!
Obrigado, Salvador!
A estruturação do texto só NÃO compreende:
a) paralelismo sintático entre as frases;
b) jogo de palavras virar/virada;
c) quantificação dos benefícios do festival;
d) ambiguidade do substantivo “virada”;
e) atribuição de voz à população de Salvador.
30. (INSS – 2016) Consta-nos que o autor, solicitado por seus numerosos amigos, leu há dias a comédia em
casa do Sr. Dr. Estêvão Soares, diante de um luzido auditório, que aplaudiu muito e profetizou no Sr. Oliveira
um futuro Shakespeare.
Estamos ansiosos por ler a peça do Sr. Oliveira, e ficamos certos de que ela fará a fortuna de qualquer teatro.

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No texto, a palavra “fortuna” pode ser interpretada tanto como sucesso quanto como riqueza.
31. (PREFEITURA FORTALEZA–Professor – 2019) Os textos publicitários apresentam recursos linguísticos
muito interessantes, por isso constituem um material bastante proveitoso para as atividades de
interpretação de texto, sobretudo quando, neles, se detecta o caráter polissêmico. O texto seguinte é bem
característico desse traço: “BANHO E TOSA – aqui seu cão sai um gato!”.
Com base na significação e no contexto de produção desse texto, o aluno deve concluir que:
a) o substantivo gato apresenta um significado conotativo.
b) a palavra cão estabelece uma antítese com a palavra gato.
c) o termo tosa propicia que se estabeleça a ambiguidade do texto.
d) o vocábulo cão foi empregado com base em seu sentido figurado.
32. (DPE-RJ–Técnico Superior Jurídico – 2019) A oposição de termos construída com as preposições
com/sem gera um possível paradoxo em:
a) Com dinheiro ou sem dinheiro, vou passar o carnaval em Salvador;
b) Com amigos ou sem amigos, vou divertir-me nas férias;
c) Com bebida ou sem bebida, vou embebedar-me de felicidade;
d) Com motivo ou sem motivo, vou comprar roupas novas;
e) Com vontade ou sem vontade, vou viajar com a família.
33. (DPE-RJ–Técnico Médio de Defensoria – 2019) “Em caso de morte no acidente, a vítima pode receber o
seguro no próprio escritório da seguradora”.
O problema de construção dessa frase está:
a) na incoerência lógica dos termos;
b) na troca indevida entre “acidente” e “incidente”;
c) na utilização desnecessária de “próprio”;
d) no erro ortográfico em “seguradora” por “Seguradora”;
e) no erro de emprego de vírgula após “acidente”.
34. (COMPESA–Assistente de TI – 2016) “O galo tem grande poder no galinheiro”.
Os vocábulos a seguir apresentam a mesma relação semântica que o par acima sublinhado, à exceção de um.
Assinale-o.
a) químico / laboratório
b) freira / convento
c) corredor / pista
d) escritor / livraria
e) policial / delegacia
35. (IBGE–Analista – 2016) A frase abaixo que exemplifica uma incoerência é:
a) “O que vem fácil, vai fácil”. (Geoffrey Chaucer);

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b) “Se você deseja atingir o ponto mais alto, comece pelo mais baixo”. (Ciro, o Jovem);
c) “Perseverança não é uma corrida longa, são muitas corridas curtas, uma após a outra”. (Walter Elliot);
d) “Nossa maior glória não é nunca cair, mas sim levantar toda vez que caímos”. (Oliver Goldsmith);
e) “Seja breve, não importa quanto tempo isto leve”. (Saul Gorn).
36. (CRECI 1ª REGIÃO-RJ–Analista de TI – 2016)
Em ranking dos países mais inovadores, Brasil fica entre os 5 últimos

Em levantamento que mediu o nível de inovação em 50 países, o Brasil ficou em 47° lugar. A Bloomberg,
portal americano especializado em economia, atribuiu uma nota para cada país. Essa nota levou em conta
vários indicadores, como número de patentes registradas, quantidade de estudantes cursando engenharia e
ciências, número de empresas de tecnologia, número de equipes de pesquisa, entre outros. Em 1° lugar no
ranking, aparece a Coreia do Sul. Completam o top 10 Japão, Alemanha, Finlândia, Israel, Estados Unidos,
Suécia, Singapura, França e Reino Unido. Na parte de baixo da tabela, os cinco piores são: Tailândia, Brasil,
Argentina, África do Sul e Marrocos.
No título “INOVAÇÃO? AQUI NÃO!”, o advérbio AQUI remete imediatamente a que lugar?
a) Na pesquisa realizada
b) Nesta imagem
c) No Brasil
d) Dentre as melhores posições ocupadas pelos 5 primeiros países.
37. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza,
o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades
que marcam época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as
grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no
século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações inteiras.

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Na linha 6, o vocábulo “que” retoma o termo “saltos de época”.


38. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) A modernidade é um contrato. Todos nós aderimos a ele
no dia em que nascemos, e ele regula nossa vida até o dia em que morremos. Pouquíssimos entre nós são
capazes de rescindi-lo ou transcendê-lo.
As formas pronominais em “rescindi-lo” e “transcendê-lo”, referem-se, respectivamente, a “contrato” e a
“dia”.
39. (DPE-AM–Analista de Banco de Dados – 2018) Todos nós, em algum grau, fazemos empréstimos de
terceiros, da cultura à nossa volta. As ideias estão no ar, e nos apropriamos, muitas vezes sem perceber, de
frases e da linguagem da época. A própria língua é emprestada: não a inventamos. Nós a descobrimos, ainda
que possamos usá-la e interpretá-la de modos muito individuais.
Julgue o item a seguir:
O elemento “a” retoma “cultura” no segmento Nós a descobrimos
40. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) O fórceps com o qual a recém-nascida sociedade pós-
industrial foi extraída do ventre da sociedade industrial anterior é representado pelo progresso científico e
tecnológico, pela globalização, pelas guerras mundiais, pelas revoluções proletárias, pelo ensino universal e
pelos meios de comunicação de massa. Agindo simultaneamente, esses fenômenos produziram uma
avalanche ciclópica — talvez a mais irresistível de toda a história humana — na qual nós, contemporâneos,
temos o privilégio e a desventura de estar envolvidos em primeira pessoa.
Na linha 6, a expressão “na qual” refere-se ao termo antecedente “história humana”.
41. (PF–Agente da Polícia Federal – 2018) Este funcionário, porém, se enganou por completo, e a fonte
remota de seu fracasso reside na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu renome de poeta.
Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas — e, neste caso, ele é apenas culpado de uma non
distributio medii [falácia lógica], ao inferir que todos os poetas são idiotas.
O pronome “ele”, no trecho “ele é apenas culpado de uma non distributio medii” (L.3-4), refere-se a “o
ministro” (L.2).
42. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) O direito tributário brasileiro depara-se com grandes desafios,
principalmente em tempos de globalização e interdependência dos sistemas econômicos. Entre esses pontos
de atenção, destacam-se três. O primeiro é a guerra fiscal ocasionada pelo ICMS. O principal tributo em vigor,
atualmente, é estadual, o que faz contribuintes e advogados se debruçarem sobre vinte e sete diferentes
legislações no país para entendê-lo. Isso se tornou um atentado contra o princípio de simplificação,
contribuindo para o incremento de uma guerra fiscal entre os estados, que buscam alterar regras para
conceder benefícios e isenções, a fim de atrair e facilitar a instalação de novas empresas.
No texto 1A1-I, o pronome que inicia o trecho “Isso se tornou um atentado contra o princípio de
simplificação” (L. 5 e 6) remete
a) à oração “guerra fiscal ocasionada pelo ICMS” (L. 3).
b) à ideia de que o ICMS é “O principal tributo em vigor” (L.3-4).
c) ao argumento de que “O direito tributário brasileiro depara-se com grandes desafios” (L.1).
d) ao fato de “contribuintes e advogados se debruçarem sobre vinte e sete diferentes legislações no país” (L.
4-5) para entender o ICMS.
e) à crítica do autor à recorrência das mesmas regras tributárias em “vinte e sete diferentes legislações no
país” (L. 4-5).

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43. (UNIFESP–Técnico Segurança – 2016)

Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas da fala da personagem, no primeiro


quadrinho, devem ser preenchidas, respectivamente, com:
a) algum ... me livrar
b) o ... livrar eu
c) esse ... me livrar
d) um ... livrar eu
e) este ... me livrar
44. (PRF–Policial – 2019) As atividades pertinentes ao trabalho relacionam-se intrinsecamente com a
satisfação das necessidades dos seres humanos — alimentar-se, proteger-se do frio e do calor, ter o que
calçar etc. Estas colocam os homens em uma relação de dependência com a natureza, pois no mundo natural
estão os elementos que serão utilizados para atendê-las.
As formas pronominais “Estas” (ℓ.3) e “las” (ℓ.4) referem-se a “necessidades dos seres humanos” (ℓ.2).
45. (PC-SE–Delegado – 2018) A existência da polícia se justifica pela imprescindibilidade dessa agência de
segurança para a viabilidade do poder de coerção estatal. Em outras palavras, como atestam clássicos do
pensamento político, a sua ausência culminaria na impossibilidade de manutenção de relações pacificadas.
Devido a seu protagonismo e sua importância na organização e garantia da reprodução das normas legais,
o Estado democrático não pode abdicar dessa instituição.
A expressão “a polícia” presente em “da polícia” (ℓ.1) é retomada, ao longo do primeiro parágrafo do texto,
por meio das expressões “dessa agência de segurança” (ℓ.1), “sua” (ℓ.3), “seu” (ℓ.4), “sua” (ℓ.4) e “dessa
instituição” (ℓ.5).
46. (PF–Papiloscopista – 2018) Assim como nossos antepassados, estaremos sempre buscando compreender
o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim, compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre o
mundo a nossa volta.
Em graus diferentes, todos fazemos parte dessa aventura, todos podemos compartilhar o êxtase que surge a
cada nova descoberta; se não por intermédio de nossas próprias atividades de pesquisa, ao menos ao
estudarmos as ideias daqueles que expandiram e expandem as fronteiras do conhecimento com sua
criatividade e coragem intelectual.
As expressões “dessa busca sem fim” (L.2) e “dessa aventura” (L.3) retomam, por coesão, o mesmo referente:
“compreender o novo” (L.1).
47. (TJ-AL–Analista Jud. – 2018) “A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas
durante a sessão de quarta feira e esclareceu que elas mostram dois ‘assessores de deputados’ trocando
figurinhas durante a sessão. ‘O comportamento não é justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os

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assessores pertencem, já foram informados, e cabe aos parlamentares decidir como proceder’”.
Nesse segmento do texto 2, o componente sublinhado que NÃO se refere ou repete nenhum termo anterior
é:
a) que;
b) elas;
c) sessão;
d) comportamento;
e) deputados.
48. (BANESTES–Téc. Bancário – 2018) Todas as frases abaixo apresentam elementos sublinhados que
estabelecem coesão com elementos anteriores (anáfora); a frase em que o elemento sublinhado se refere a
um elemento futuro do texto (catáfora) é:
a) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais preciosos que a alma humana pode desejar”;
b) “Todo o problema da vida é este: como romper a própria solidão”;
c) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar”;
d) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a de uma vela que queima”;
e) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que produzem menos”.
49. (POLÍCIA CIVIL-PA–Escrivão – 2016) O pronome (em destaque) empregado para fazer referência a
elemento que se encontra, não no texto, mas fora dele é:
a) revela-NOS exatamente algo.
b) ISSO porque ha áreas.
c) de quem O praticou.
d) entendia o QUE fazia.
e) ESSES dados.
50. (IF-PE–Clínica Geral – 2016 - Adaptada) Podemos estar certos de apenas umas poucas coisas. A primeira:
as disputas municipais não são um tipo de “eleição de meio período”, como existe nos Estados Unidos e em
outros países. Os eleitores não vão às urnas para “enviar sinais”, de apoio ou reprovação dos governadores
ou do presidente.
O que fazem, unicamente, é procurar identificar o melhor candidato a prefeito de sua cidade, que se ocupará
de questões tão mais relevantes quanto mais pobre for o eleitor.
A segunda é que, para a maioria do eleitorado, a eleição municipal é a escolha de um indivíduo. Apoios e
endossos contam, mas raramente são decisivos.
Em relação aos aspectos coesivos do TEXTO 01, assinale a alternativa VERDADEIRA.
As palavras “primeira”, “segunda”, estão estabelecendo uma relação de ideias, que vai da informação
primária à secundária.
51. (INSTITUTO RIO BRANCO–Diplomata – 2013)
Se houve cinco grandes livros sobre o Brasil escritos no Século XX, um deles é Raízes do Brasil. Publicado
originalmente em 1936, foi segundo, pela ordem de publicação. Como Casa Grande & Senzala, é um ensaio

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de grande valor não apenas científico mas literário, que vai buscar as origens do Brasil em Portugal e no
latifúndio escravocrata ou na família patriarcal rural. Igualmente usa de um método dialético para exprimir
com riqueza as contradições do objeto que está analisando. Como Freyre, mas com menos ênfase, reconhece
o caráter mestiço da formação social brasileira, produto de ampla miscegenação com o índio e o negro. Mas
as semelhanças param aí. Enquanto Freyre faz o elogio da colonização portuguesa e do latifúndio
escravocrata, e celebra o seu grande êxito, Sérgio Buarque faz a crítica dessa colonização e das sua natureza
aventureira e patriarcal; enquanto o primeiro vê no senhor de engenho o grande herói, o segundo o percebe
de maneira muito menos lisonjeira; enquanto o sociólogo pernambucano identifica as plantações de cana-
de açúcar com as de café, o paulista aceita a identificação para as fazendas do Vale do Paraíba, mas não do
Oeste Paulista.
As expressões “o primeiro” (l.14) e “sociólogo pernambucano” (l.16-17) referem-se a Freyre e as expressões
“o segundo” (l.15) e “o paulista” (l.18) a Sérgio Buarque de Holanda.
52. (PREFEITURA MATOZINHOS–Advogado – 2016)

O advérbio “Aqui” tem referência:


a) anafórica
b) catafórica.
c) dêitica.
d) elíptica.
53. (PGE-PE–Ana. Judiciário de Procuradoria – 2019) Raras vezes na história humana, o trabalho, a riqueza,
o poder e o saber mudaram simultaneamente. Quando isso ocorre, sobrevêm verdadeiras descontinuidades
que marcam época, pedras miliares no caminho da humanidade. A invenção das técnicas para controlar o
fogo, o início da agricultura e do pastoreio na Mesopotâmia, a organização da democracia na Grécia, as
grandes descobertas científicas e geográficas entre os séculos XII e XVI, o advento da sociedade industrial no
século XIX, tudo isso representa saltos de época, que desorientaram gerações inteiras.
A expressão “tudo isso” (L.6) retoma, por coesão, todos os termos que a precedem no período.
54. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) Passávamos férias na fazenda da Jureia, que ficava na
região de lindas propriedades cafeeiras. Íamos de automóvel até Barra do Piraí, onde pegávamos um carro
de boi. Lembro-me do aboio do condutor, a pé, ao lado dos animais, com uma vara: “Xô, Marinheiro! Vâmu,
Teimoso!”. Tenho ótimas recordações de lá e uma foto da qual gosto muito, da minha infância, às
gargalhadas, vestindo um macacão que minha própria mãe costurava, com bastante capricho.

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O termo “lá” remete à fazenda da Jureia, onde a personagem vivenciou as experiências relatadas no texto.
55. (INSS – 2016 - Adaptada)

Acerca de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto acima, julgue o item que se segue. A expressão “essas
coleções” (l.5) retoma, por coesão, o termo “Bibliotecas” (l.1).
56. (TJ-RS–Assessor – 2016 - Adaptada)

A expressão o pontífice (l. 17) faz referência ao vinho que Stela costumava tomar.
57. (UFCG–Técnico Administração – 2016) Segundo a vice-presidente da Ebserh, Jeanne Michel, a rede
também vai atender casos mais complexos das doenças, contribuir em pesquisas nos hospitais universitários
e buscar qualificar ainda mais a rede de atenção à saúde. Os hospitais filiados à Ebserh já vêm atuando
diariamente na identificação de casos suspeitos de microcefalias e na prestação de assistência às gestantes
e bebês acometidos pela doença.
O termo doença, no fragmento do texto na prestação de assistência às gestantes e bebês acometidos pela
doença, é sinônimo de:
a) Dengue.
b) Zika vírus.
c) Febre chikungunya.
d) Microcefalia
e) Aedes aegypti.
58. (SEFAZ-RS–Auditor Fiscal – 2019) Pixis foi um músico medíocre, mas teve o seu dia de glória no distante

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ano de 1837.
Em um concerto em Paris, Franz Liszt tocou uma peça do (hoje) desconhecido compositor, junto com outra,
do admirável, maravilhoso e extraordinário Beethoven (os adjetivos aqui podem ser verdadeiros, mas —
como se verá — relativos). A plateia, formada por um público refinado, culto e um pouco bovino, como são,
sempre, os homens em ajuntamentos, esperava com impaciência.
No segundo parágrafo do texto 1A11-I, o termo “adjetivos” remete às palavras
a) “verdadeiros” e “relativos”.
b) “refinado”, “culto” e “bovino”.
c) “admirável”, “maravilhoso” e “extraordinário”.
d) “desconhecido” e “compositor”.
e) “hoje” e “sempre”.
59. (EBSERH–Advogado – 2017) Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o
que achava. [...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]
Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao longe que tampinha
é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e qual a força que devo empregar
no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei muitos, ainda erro. É plenamente aceitável
a ideia de que para acertar, necessário pequenas erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo
desaparecer antes do chute. Sem graça.
Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, metido a sensato.
Noivo...
No trecho “Ele, a camisa; eu, o avesso.”, foi empregado um recurso coesivo que confere expressividade ao
texto. Trata-se da:
a) elipse.
b) anáfora.
c) catáfora.
d) repetição.
e) sinonímia.
60. (PREFEITURA CASCAVEL – 2016 - Adaptada) “É fácil entender os motivos que levam os mais jovens a
serem frequentadores assíduos desses canais: estão isolados, sem espaços públicos para encontrar outras
crianças e para brincar.”
No trecho destacado, os dois-pontos foram utilizados para indicar as causas de um resultado anunciado
anteriormente.
61. (PGE-PE–Assistente de Procuradoria – 2019) Ela fazia um para cada dia da semana, assim, eu podia me
esbaldar e me sujar à vontade, porque sempre teria um macacão limpo para usar no dia seguinte.
A substituição do conectivo “porque” por pois manteria os sentidos originais do texto.
62. (IFF–Conhecimentos Gerais – 2018) Volto aos “Cangaceiros” e desde logo tudo o que vi e senti se refugia
no fundo da sensibilidade, para que a narrativa corra, como em leito de rio que a estiagem secara, mas que
as águas novas enchem, outra vez, de correntezas.

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A respeito dos recursos coesivos e da coerência do texto, julgue o item a seguir.


A locução conjuntiva “para que” introduz uma consequência do trecho “desde logo tudo o que vi e senti se
refugia no fundo da sensibilidade”.
63. (FUNAI – 2016) Os trechos abaixo constituem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os de forma
a comporem um texto coeso e coerente. A seguir, assinale a opção correta.
( ) Com esse objetivo, uma equipe do ISA, composta de 50 integrantes, presta assessoria aos índios sobre
questões burocráticas, trabalhos de vigilância e geração de renda, defesa e segurança do território, visando,
entre outras coisas, a apoiá-los no desenvolvimento de atividades sustentáveis.
( ) Meio século depois da criação do Parque Indígena do Xingu, os índios provam diariamente sua autonomia.
Várias aldeias e etnias se organizaram em associações, que desenvolvem projetos e levantam recursos para
resolver questões internas e externas.
( ) O coordenador adjunto do Programa Xingu do Instituto Socioambiental (ISA) informa que o eixo principal
de atuação desse Instituto é contribuir para a solução dessas questões e para a efetiva apropriação do parque
pelos índios, de modo a evitar que o assédio do mundo externo os induza a práticas prejudiciais ao meio
ambiente, como venda de peixes, madeira e areia, em condições ambientais inadequadas.
( ) De 2007 até hoje, já foram vendidas 150 toneladas dessas sementes, empregadas no reflorestamento ao
longo dos rios da bacia do Xingu. Além da atuação positiva em favor do meio ambiente, os índios agem de
modo cada vez mais eficaz na defesa e segurança do seu território.
( ) Como resultado dessa assessoria e da atitude afirmativa dos xinguanos, estes passaram a comercializar
diferentes tipos de pimenta, mel e sementes florestais, com resultados expressivos de geração de renda. Isso
é importante, já que, nesse processo, os índios incorporaram bens de consumo ao seu dia a dia e querem
dinheiro para comprar, entre outras coisas, roupas, sabão em pó, panela, barco motorizado.
a) 3 – 1 – 2 – 5 – 4
b) 4 – 3 – 1 – 5 – 2
c) 5 – 4 – 2 – 3 – 1
d) 2 – 4 – 1 – 3 – 5
e) 3 – 5 – 4 – 2 – 1
64. (ANAC–Especialista em Aviação Civil – 2016) Leia os trechos a seguir e ordene-os nos parênteses de
modo que preservem a coerência e a coesão textual.
( ) Assim surgiu a Panair do Brasil, que possuía 100% do capital americano. O capital nacional só começou a
entrar na empresa a partir de 1942.
( ) Inicialmente o coronel veio conversar com o governo brasileiro para entrar na concorrência do transporte
de malas postais na América do Sul.
( ) A Panair teve origem na empresa Nyrba ─ New York Rio Buenos Aires Lines Inc ─, que chegou ao Brasil
através do Coronel Ralph O' Neil, da Marinha Americana.
( ) O vôo inaugural se deu em 24 de janeiro de 1930, entre Rio de Janeiro e Fortaleza, com escalas em Campos,
Vitória, Caravelas, Ilhéus, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife e Natal incluindo o pernoite em Salvador. No
total, a viagem durava 34h50 em cada sentido da rota.
( ) Somente em 1930 O' Neil conseguiu autorização para operar linhas aéreas no Brasil. A crise da bolsa de
New York atrapalhou os negócios da Nyrba, que terminou por ser incorporada pela Pan American, um gigante

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da aviação americana.
A sequência correta obtida é
a) 4, 2, 1, 5, 3
b) 2, 1, 3, 4, 5
c) 1, 3, 5, 2, 4
d) 5, 1, 2, 3, 4
e) 5, 4, 2, 3, 1
65. (PREFEITURA TERESINA–Professor – 2016)

O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias. Esse
recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma
a) coesão referencial.
b) coerência argumentativa.
c) coesão sequencial.
d) coerência narrativa.
e) contiguidade.

QUESTÕES FGV
66. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
Uma editora paulista mostra o seguinte texto publicitário na agenda que entrega a clientes e amigos:
DA SEMENTE AO LIVRO
Sustentabilidade por todo o caminho

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Plantar florestas – A madeira que serve de matéria-prima para nosso papel vem de plantio renovável, ou
seja, não é fruto de desmatamento. Essa prática gera milhares de empregos para agricultores e recupera
áreas ambientais degradadas.
Sobre esse pequeno texto, é correto afirmar que:
(A) o “caminho” presente no título é o que vai “da semente ao livro”;
(B) o segmento “Plantar florestas” mostra a finalidade da editora;
(C) a expressão “ou seja” corrige um possível erro de interpretação;
(D) o termo “Essa prática” se refere ao “desmatamento”;
(E) a editora mostra preocupação com a poluição e o desemprego.
67. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
Na orelha do livro “A Bíblia: uma biografia” (Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 2007), aparece o seguinte texto:
“A principal função da Bíblia, no entanto, ao longo de sua demorada gestação, não foi apoiar doutrinas e
crenças particulares [....]. A produção de uma escritura sagrada consistiu antes em atividade contínua, um
processo que buscava introduzir milhares de pessoas à transcendência”.
A informação abaixo que NÃO pode ser depreendida da leitura desse texto é:
(A) o termo “no entanto” indica que esse segmento não é a parte inicial do texto;
(B) o texto contraria a ideia de ser a Bíblia a base de apoio a doutrinas e crenças;
(C) o termo “antes” indica um momento anterior de produção da Bíblia;
(D) o termo “processo” retoma “atividade contínua”;
(E) o verbo “introduzir” se refere a uma nova atividade para as pessoas.
68. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
O jornal O Globo de 10.3.2019 trazia como uma de suas manchetes:
Pouso forçado. Rio perde 25% dos voos domésticos e internacionais em seis anos.
Sobre a relação semântica entre o título – Pouso forçado – e o restante da manchete, é correto afirmar que:
(A) o título tem relação lógica com o conteúdo expresso na sequência do texto;
(B) a expressão do título se refere ao fato de os aviões estarem parados no Rio;
(C) a expressão do título se refere vagamente às dificuldades com os voos citados;
(D) no título, o adjetivo forçado se liga semanticamente a obrigações legais;
(E) no título, o substantivo pouso é uma metáfora para interrupção dos voos.
69. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
A Prefeitura de Salvador faz divulgação de seu Festival da Virada em conhecidas revistas. O texto da
publicidade diz o seguinte:
Festa que vira atração de 460 mil turistas,
Que vira 98% de ocupação hoteleira,
Que vira milhares de empregos,

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Que vira 500 milhões de reais na economia.


Que virada!
Obrigado, Salvador!
A estruturação do texto só NÃO compreende:
(A) paralelismo sintático entre as frases;
(B) jogo de palavras virar/virada;
(C) quantificação dos benefícios do festival;
(D) ambiguidade do substantivo “virada”;
(E) atribuição de voz à população de Salvador.
70. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
Uma editora acaba de lançar o livro “Os Meninos da Caverna”, que conta a dramática história do resgate de
um time de futebol juvenil que ficou dezoito dias preso em uma caverna na Tailândia.
A capa do livro traz o seguinte texto:
“O passeio de um sábado à tarde que durou dezoito dias preocupou o mundo e mobilizou mil pessoas em um
resgate quase impossível na Tailândia”.
O problema estrutural desse pequeno texto da capa é:
(A) a má seleção vocabular do termo “passeio”;
(B) a possível ambiguidade do termo “na Tailândia”;
(C) a inclusão de exageros evidentes para atrair o leitor;
(D) a presença de várias formas verbais com o mesmo sujeito;
(E) a ausência de vírgula após “mil pessoas”.
71. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO / 2019)
A oposição de termos construída com as preposições com/sem gera um possível paradoxo em:
(A) Com dinheiro ou sem dinheiro, vou passar o carnaval em Salvador;
(B) Com amigos ou sem amigos, vou divertir-me nas férias;
(C) Com bebida ou sem bebida, vou embebedar-me de felicidade;
(D) Com motivo ou sem motivo, vou comprar roupas novas;
(E) Com vontade ou sem vontade, vou viajar com a família.
72. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA / 2019)
“Em caso de morte no acidente, a vítima pode receber o seguro no próprio escritório da seguradora”.
O problema de construção dessa frase está:
(A) na incoerência lógica dos termos;
(B) na troca indevida entre “acidente” e “incidente”;
(C) na utilização desnecessária de “próprio”;

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(D) no erro ortográfico em “seguradora” por “Seguradora”;


(E) no erro de emprego de vírgula após “acidente”.
73. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA / 2019)
A frase em que está correto o emprego de um dos parônimos mandado/mandato é:
(A) O mandado de senador dura 8 anos;
(B) Impetrou mandato de segurança com pedido de liminar;
(C) Não tinha mandado de busca para entrar na casa;
(D) Todos desejavam que seu mandado de diretor acabasse;
(E) O mandato de apreensão não havia sido expedido.
74. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA / 2019)
Há uma série de palavras em língua portuguesa que modificam o seu sentido em função de uma troca
vocálica; esse fato só NÃO ocorre em:
(A) deferir / diferir;
(B) infarte / infarto;
(C) emergir / imergir;
(D) descrição / discrição;
(E) eminente / iminente.
75. (FGV / DPE-RJ / TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA / 2019)
Na tentativa de dar concisão, muitas orações adjetivas podem ser substituídas por adjetivos; a opção abaixo
em que essa substituição foi corretamente realizada é:
(A) Não há bem que sempre dure / efêmero;
(B) Nem tudo que reluz é ouro / iluminado;
(C) Fatos que se repetem são cansativos / frequentes;
(D) Sentimentos que duram pouco trazem dor / passageiros;
(E) Muitas moedas que são guardadas perdem valor / resguardadas.
76. (FGV / CÂMARA DE SALVADOR / ANALISTA LEG. / 2018)
“tratados e declarações internacionais ratificadas pelos países”; nesse segmento do texto 1 está sublinhada
uma palavra denominada parônimo, por ter uma forma semelhante no idioma (retificadas), com significado
distinto.
A frase abaixo em que está correto o emprego da forma sublinhada é:
a) As organizações aguardam o diferimento de seus pedidos para que possam começar a atuar nos conflitos;
b) Alguns Estados cometem fragrantes delitos contra a segurança de seus cidadãos;
c) Devido a conflitos violentos, alguns cidadãos imigram para outros países em busca de segurança;
d) Houve um vultuoso comércio de mercadorias contrabandeadas no momento dos conflitos;
e) As organizações procedentes de países mais desenvolvidos são normalmente mais confiáveis.

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77. (FGV / TJ-AL / ANALISTA JUD. / 2018)


“A direção da casa legislativa confirmou que as imagens foram feitas durante a sessão de quarta feira e
esclareceu que elas mostram dois ‘assessores de deputados’ trocando figurinhas durante a sessão. ‘O
comportamento não é justificável. Os gabinetes dos deputados aos quais os assessores pertencem, já foram
informados, e cabe aos parlamentares decidir como proceder’”.
Nesse segmento do texto 2, o componente sublinhado que NÃO se refere ou repete nenhum termo anterior
é:
a) que; b) elas; c) sessão; d) comportamento; e) deputados.
78. (FGV / BANESTES / TÉC. BANCÁRIO / 2018)
Todas as frases abaixo apresentam elementos sublinhados que estabelecem coesão com elementos
anteriores (anáfora); a frase em que o elemento sublinhado se refere a um elemento futuro do texto
(catáfora) é:
a) “A civilização converteu a solidão num dos bens mais preciosos que a alma humana pode desejar”;
b) “Todo o problema da vida é este: como romper a própria solidão”;
c) “É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar”;
d) “O homem ama a companhia, mesmo que seja apenas a de uma vela que queima”;
e) “As pessoas que nunca têm tempo são aquelas que produzem menos”.
79. (FGV / BANESTES / TÉC. BANCÁRIO / 2018)
A frase abaixo em que houve troca indevida entre parônimos ou homônimos é:
(A) “A evolução da técnica chegou ao ponto de tornar-nos inermes diante da técnica” / inertes;
(B) “Quem aspira a grandes coisas também deve sofrer muito” / expira;
(C) “Aquele que não deixa nada ao acaso raramente fará coisas de modo errado, mas fará pouquíssimas
coisas” / ocaso;
(D) “Fala como sábio a um ignorante e este te dirá que tens pouco bom senso” / censo;
(E) “Ao entrar em um restaurante, todo cliente espera satisfazer desejos de ordem física e emocional. Os
cardápios devem vir de encontro a essas necessidades” / ao encontro de.
80. (FGV / BANESTES / TÉC. BANCÁRIO / 2018)
Um ex-governador do estado do Amazonas disse o seguinte: “Defenda a ecologia, mas não encha o saco”.
(Gilberto Mestrinho)
O vocábulo sublinhado, composto do radical-logia (“estudo”), se refere aos estudos de defesa do meio
ambiente; o vocábulo abaixo, com esse mesmo radical, que tem seu significado corretamente indicado é:
(A) Antropologia: estudo do homem como representante do sexo masculino;
(B) Etimologia: estudo das raças humanas;
(C) Meteorologia: estudo dos impactos de meteoros sobre a Terra;
(D) Ginecologia: estudo das doenças privativas das mulheres;
(E) Fisiologia: estudo das forças atuantes na natureza.

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81. (FGV / BANESTES / TÉC. BANCÁRIO / 2018)


A frase abaixo em que o termo sublinhado tem um sinônimo indicado corretamente é:
(A) “A razão nos é dada para discernir o bem e o mal” / julgar;
(B) “Quem decide praticar o mal, encontra sempre um pretexto” / castigo;
(C) “Poucas vezes falta engenho à maldade” / trabalho;
(D) “A educação seria a arte de parecer inofensivo” / inocente;
(E) “Não pode haver educação onde não há discrição” / reserva.
82. (FGV / ALERJ / Especialista Legislativo / 2017)
“Além de cada uma dessas votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando
simplesmente sim ou não) sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam
alguns tópicos especiais dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre
o referendum, que permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa
popular, e 50.000, no caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a
preocupa”.
O termo sublinhado no segmento acima que mostra seu antecedente textual de forma INADEQUADA é:
a) suas / cidadãos;
b) aos quais / problemas;
c) esse sistema / votações, opiniões e tópicos especiais;
d) que / o;
e) a / iniciativa popular.
83. (FGV / ALERJ / Especialista Legislativo / 2017)
O texto abaixo que carece de coerência é:
a) “Democracia é como nadar. Aprende-se praticando”. (Abdel-Hadi)
b) “Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”. (Sanguinetti)
c) “A maior contribuição que alguns políticos podem dar ao país é perder as eleições”. (Ciro Pellicano)
d) “A ânsia de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para a ânsia de governá-la”. (Mencken)
e) “Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”. (Simon Cameron).
84. (FGV / Advogado Senado/2008)
"Tal atitude implicou a busca de maior transparência. Era preciso assegurar ao cidadão amplo acesso a
informações sobre o desempenho da Justiça. Essas informações, lamentavelmente, não existiam ou eram
imprecisas e defasadas. O Judiciário, na verdade, não se conhecia."
A respeito do trecho acima, analise os itens a seguir:
I. Seria igualmente correto, na primeira frase, escrever "implicou na busca".
II. O sujeito do primeiro verbo do segundo período é oracional.
III. Tal e Essas exercem papel anafórico.
Assinale:

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a) se somente os itens I e II estiverem corretos.


b) se somente os itens II e III estiverem corretos.
c) se nenhum item estiver correto.
d) se todos os itens estiverem corretos.
e) se somente os itens I e III estiverem corretos.
85. (FGV / ALERJ / Procurador / 2017)
“Sou dos que acham que as cidades são territórios em disputa. O jogo que envolve essa disputa se estabelece
em teias tecidas pela construção de lugares de memória, confrontos de narrativas, permanências, rupturas,
ressignificações, práticas cotidianas, estratégias de afirmação, vozes amplificadas e outras
tantas silenciadas. A história de uma cidade, afinal de contas, também pode ser entendida por aquilo
que ela já não é”. (Luiz Antonio Simas, na orelha do livro O Rio antes do Rio, de Rafael Freitas da Silva)
Um texto progride por encadeamento de ideias que se vão materializando por meio de ligações linguísticas.
A ligação entre termos desse segmento de texto que está corretamente indicada é:
a) o vocábulo “que” sublinhado se refere ao termo anterior “os que”;
b) o termo “essa disputa” se refere ao que é dito a seguir;
c) o segmento “outras tantas” se liga semanticamente a “estratégias”;
d) o elemento “uma cidade” se prende à cidade citada anteriormente;
e) o pronome “ela” repete o termo “cidade”.
86. (FGV / ALERJ / Procurador / 2017)
Nas frases abaixo – todas de Millôr Fernandes -, aquela em que o vocábulo sublinhado está empregado em
sentido conotativo é:
a) “O povo é sempre ingrato. Como é que tem coragem de fazer greve num governo que lhe dá o direito de
greve?”
b) “A macumba é uma teóloga estudada na senzala de uma universidade”.
c) “A malandragem é a arte de disfarçar a ociosidade”.
d) “Eu sou totalmente a favor da mãe solteira – porque também sou frontalmente contra o pai casado”.
e) “Nostalgia é querermos voltar para um lugar que nunca existiu”..
87. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Todos os pensamentos a seguir foram reescritos de forma que os segmentos que os compõem fossem
trocados de posição.
Assinale a opção em que a troca se revela adequada, já que conserva o sentido original do pensamento.
a) “O fim justifica os meios”. / Os meios justificam o fim.
b) "Entender tudo é perdoar tudo”. / Perdoar tudo é entender tudo.
c) “Não dê o peixe, ensine a pescar”. / Não ensine a pescar, dê o peixe.
d) “É mais fácil construir um menino que consertar um homem” / É mais fácil consertar um homem que
construir um menino.

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e) “O trabalho de um educador é irrigar o deserto, não derrubar a floresta”. / O trabalho de um educador é


derrubar a floresta, não irrigar o deserto..
88. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Em todas as frases a seguir há um pronome pessoal sublinhado em função anafórica, ou seja, estabelecendo
uma relação de coesão com um referente anterior.
Assinale a opção que indica a frase em que a identificação do referente foi feita adequadamente.
a) “Hipótese é uma coisa que não é, mas a gente faz de conta que é, para ver como seria se ela fosse”. /
coisa
b) “A última função da razão é reconhecer que há uma infinidade de coisas que a ultrapassam”. / infinidade
c) “Uma pessoa inteligente resolve um problema, um sábio o previne”. / uma pessoa inteligente
d) “Fatos são o ar dos cientistas. Sem eles o cientista nunca poderia voar”. / o ar
e) “Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da ignorância que podemos solucioná-los”. /
problemas.
89. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Todos os pensamentos a seguir mostram pronomes sublinhados que estabelecem coesão com elementos
anteriores.
Assinale a opção que indica a frase em que esse referente anterior é uma oração.
a) “Quão maravilhosas são as pessoas que não conhecemos bem”.
b) “O que mais impede que sejamos naturais é o desejo de assim parecermos”.
c) “Você não se preocuparia com o que as pessoas pensam de você, se soubesse como é raro elas fazerem
isso”.
d) “Tato é a capacidade de acender fogo nas pessoas, sem fazer seu sangue ferver”.
e) “Ninguém é mais escravo do que aquele que se acha livre sem sê-lo”..
90. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Há pessoas que preferem enfrentar as gélidas noites paulistanas na rua a buscar acolhimento nos abrigos
municipais. As razões para tal atitude, mesmo em meio a uma onda de frio que assola São Paulo, são várias:
de inadequação às regras dos albergues a condições supostamente insalubres de alguns desses locais.
Mesmo quem busca uma vaga tem reclamações a fazer sobre os abrigos municipais: eles dizem que os
banheiros e as roupas de cama estão em más condições e se queixam de tratamento desrespeitoso por parte
de alguns funcionários.
(UOL Cotidiano, Notícias, junho de 2016)
As razões para tal atitude, mesmo em meio a uma onda de frio que assola São Paulo, são várias: de
inadequação às regras dos albergues a condições supostamente insalubres de alguns desses locais.

Assinale a opção que apresenta o comentário correto sobre um dos elementos sublinhados.
a) O termo tal atitude se refere à busca de acolhimento nos abrigos.
b) O termo em meio a uma onda de frio reitera gélidas noites paulistanas.

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c) O termo várias indica obrigatoriamente grande quantidade.


d) O termo supostamente mostra confiança no que foi informado.
e) O termo desses locais se refere às ruas de São Paulo..
91. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
No primeiro parágrafo do texto há dois períodos. Em relação ao primeiro, o segundo período desempenha
o seguinte papel:
a) justificar a preferência de alguns moradores de rua.
b) reiterar as más condições climáticas no momento da elaboração do texto.
c) enumerar os problemas dos abrigos municipais de São Paulo.
d) destacar os motivos de os abrigos serem recusados por um morador de rua.
e) criticar as preferências de algumas pessoas por continuarem nas ruas.
92. (FGV / Compesa / Advogado / 2016)
Sobre os vocábulos do texto 1, assinale a afirmativa correta.
a) paulistanas é o mesmo que paulistas.
b) gélidas mostra menos intensidade que frias.
c) insalubres significa algo fora dos padrões legais.
d) municipais são instituições de responsabilidade do estado.
e) desrespeitoso indica falta de respeito aos cidadãos.
93. (FGV / Agente de Fiscalização / Pref. Paulínia / 2016)
“Porém, vieram as chuvas, as enchentes e os rios urbanos voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando,
de certa forma, o enorme volume de esgoto que muitos desses corpos de água recebem diariamente”.
Sobre os componentes desse segmento do texto, julgue o item a seguir:
O termo “corpos de água” se refere a chuvas e enchentes.
94. (FGV / Agente de Fiscalização / Pref. Paulínia / 2016)
“Porém, vieram as chuvas, as enchentes e os rios urbanos voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando,
de certa forma, o enorme volume de esgoto que muitos desses corpos de água recebem diariamente”.
Sobre os componentes desse segmento do texto, julgue o item a seguir:
O particípio “tomados” se refere exclusivamente a “rios”.
95. (FGV / Assessoramento Orçamentos Senado / 2008)
O STF e a estabilidade das instituições

Em 5 de outubro de 1988, com meridiana clareza, ao ser outorgada uma nova carta política à nação,
o constituinte determinou que seu guardião seria o Supremo Tribunal Federal (artigo 102, caput).
A Constituição, que rege os destinos do Estado democrático de Direito, portanto, sedia no pretório
excelso seu elemento de estabilização.

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Compreende-se, pois, que, entre os constitucionalistas, tenha-se por assentado que, no capítulo
destinado ao Poder Judiciário em sua competência de atribuições (artigos 92 a 126), caiba aos juízos
monocráticos e aos tribunais de segundo grau a missão de administrar a Justiça e, aos tribunais superiores
(STF, STJ, TST, TSE e STM), dar estabilidade às instituições, exercendo o papel mais relevante, entre eles, a
Suprema Corte.
É exatamente isso o que tem ocorrido, nos últimos tempos, no que diz respeito ao direito de maior
importância em uma democracia, que é o direito de defesa, inexistente nos Estados totalitários.
Todos os cidadãos dignos, que constituem a esmagadora maioria da nação, são contra a impunidade,
a corrupção, o peculato. Há de convir, todavia, que, na busca dos fins legítimos de combate à impunidade,
não se pode admitir a utilização de meios ilegítimos, risco de se nivelarem os bons e os maus no desrespeito
à ordem jurídica e à lei suprema.
Ora, o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 409.000 interceptações telefônicas
autorizadas pela Justiça, em 2007, seguido de declarações do ministro da Justiça de que todos devem admitir
que podem estar sendo grampeados, ou do ministro chefe do serviço de inteligência de que a melhor forma
de não ser grampeado é fechar a boca, está a demonstrar a existência de excessos, com a conseqüente
violação desse direito, o que se tornou mais claro na operação da Polícia Federal de maior visibilidade
(Satiagraha).
Nada mais natural, portanto, que a Suprema Corte, por imposição constitucional, interviesse - como,
efetivamente, interveio - para recolocar em seus devidos termos o direito de investigar e acusar, assim como
o direito de defesa, cabendo ao Poder Judiciário julgar, sem preferências ou preconceitos, as questões que
lhe são submetidas.
No instante em que foram diagnosticados abusos reais, a corte máxima, de imediato, deflagrou um
saudável processo de conscientização de cidadãos e governantes de que tanto os crimes quanto os abusos
devem ser coibidos, dando início a processo que desaguará em adequada legislação, necessária ao equilíbrio
do contencioso, além, naturalmente, à busca da verdade, com a intervenção judiciária, isenta e justa, dentro
da lei.
E, por força dessa tomada de consciência, não só o Conselho Nacional de Justiça impôs regras às
autorizações judiciais como o Poder Legislativo examina projeto de lei objetivando evitar tais desvios. Essas
medidas permitirão que as águas, que saíram do leito do rio, para ele voltem, com firmeza e serenidade.
Há de realçar, todavia, nos episódios que levaram, novamente, o país a conviver com o primado do
Direito - especialmente com a valorização do direito de defesa, garantidor, numa democracia, da certeza de
que o cidadão não sofrerá arbítrios -, a figura do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar
Mendes, hoje, indiscutivelmente, um dos maiores constitucionalistas do país, com merecido
reconhecimento internacional (é doutor em direito pela Universidade de Münster, na Alemanha, com tese
sobre o controle concentrado de constitucionalidade).
Graças à firmeza com que agiu, foi possível não só diagnosticar as violações como deflagrar todo o
processo que está levando ao aperfeiçoamento das instituições, em que o combate à corrupção, legítimo,
deve, todavia, ser realizado dentro da lei.
Conhecendo e admirando o eminente magistrado há quase 30 anos, a firmeza na condução de
assuntos polêmicos, na procura das soluções adequadas e jurídicas, seu perfil de admirável jurista e sua
preocupação com a "Justiça justa", tenho a certeza de que não poderia ter sido melhor para o país do que
vê-lo dirigir o pretório excelso nesta quadra delicada.
Prova inequívoca da correção de sua atuação é ter contado com o apoio incondicional dos demais

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ministros, quanto às medidas que tomou, durante a crise.


Parodiando a lenda do moleiro - que não quis ceder suas terras a Frederico da Prússia, dizendo que as
defenderia, porque "ainda havia juízes em Berlim" -, posso afirmar: há juízes em Brasília, e dos bons!
(Ives Gandra da Silva Martins. Folha de São Paulo, 16 de setembro de 2008.)
Assinale a alternativa em que o termo indicado não exerça papel anafórico.
a) isso b) seu c) (d)essa d) tais e) (n)esta
96. (FGV / Agente de Fiscalização / Pref. Paulínia / 2016)
“...revelaram que 36,3% dos pontos de coleta analisados apresentam qualidade ruim ou péssima.”
A relação semântica entre “ruim ou péssima” se repete em
a) distante ou longe.
b) perto ou próximo.
c) amado ou adorado.
d) variado ou diversificado.
e) fácil ou difícil.
97. (FGV / Polícia Legislativa Senado / 2012)
Como as abelhas exercem a democracia
Apesar de terem uma rainha, as abelhas tomam decisões usando um processo democrático, que envolve a
formação de opiniões individuais e a construção de um consenso coletivo. Agora foi descoberto um novo
mecanismo que atua nesse processo. Um sofisticado processo de inibição é capaz de transformar os
proponentes da proposta perdedora em defensores da proposta vencedora. Esse mecanismo permite à
colmeia atuar unida após o término da eleição.
O processo de formação de uma nova colmeia é bem conhecido. Uma jovem rainha e um grupo de operárias
saem da colmeia original e se agrupam em um local próximo. Sua primeira tarefa é decidir onde vão construir
a nova colmeia. É uma decisão importante, uma vez que a escolha de um local ruim pode levar a colmeia
incipiente à extinção.
Na primeira etapa, o grupo envia as operárias mais experientes para sondar as redondezas. Cada uma delas
escolhe o local que acha melhor e defende a sua escolha. Isso ocorre por meio de uma espécie de dança.
Essa dança tem duas partes: a primeira consiste em caminhar rebolando em linha reta; a segunda, numa
curva sem rebolado, que faz com que a abelha volte para onde iniciou seu rebolado.
O comprimento do percurso em que a abelha caminha rebolando indica a distância até o local proposto; o
ângulo da curva indica a direção em que as abelhas têm de voar para chegar ao local. E o número de vezes
que ela repete a dança indica a avaliação que ela faz do local. Normalmente, diversas abelhas visitam cada
local e fazem a propaganda dele para as colegas. Os diversos partidos políticos (cada um defendendo seu
local) dançam até convencer a maioria. Quando isso ocorre, termina a eleição e todas as abelhas, mesmo a
rainha, partem para o local escolhido e começam a construir a nova colmeia.
Quando estudaram a maneira como as abelhas analisam as diversas propostas e tomam a decisão (apuração
dos votos e declaração da proposta vencedora), cientistas observaram que durante a dança ocorria algo
estranho. Enquanto uma abelha dançava, várias outras davam cabeçadas na dançarina – e, dependendo do
número de cabeçadas, parecia que ela resolvia parar de repetir a sua dança. Aí eles se perguntaram quem
eram as abelhas que davam as cabeçadas.

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Para identificá‐las, soltaram grupos de abelhas que procuravam um local para fazer uma colmeia em uma
ilha deserta, sem locais adequados. Nessa ilha, colocaram duas caixas de madeira adequadas para a nova
colmeia. Mas essas caixas continham pequenas quantidades de tinta; assim, as operárias que visitavam as
caixas ficavam com as costas marcadas de amarelo (caixa 1) ou rosa (caixa 2). Assim, os cientistas puderam
filmar as danças das operárias, identificar as que estavam propondo a caixa 1 ou a 2 (rosa) e contar os votos.
Intriga da oposição. A observação mais interessante foi a identidade das abelhas que davam as cabeçadas.
Se uma abelha “amarela” estava dançando, as cabeçadas inibitórias eram sempre das “rosas” e vice‐versa.
Eles também demonstraram que o número de cabeçadas inibia a quantidade de dança e, portanto, o poder
de convencimento das abelhas.
Como as abelhas que possuem maioria têm mais possibilidades de dançar sem levar cabeçadas – e ao mesmo
tempo têm a possibilidade de dar mais cabeçadas nas defensoras da proposta adversária –, esse mecanismo
leva a uma convergência mais rápida para o consenso. Os cientistas fizeram modelos matemáticos que
simulam esse mecanismo de inibição e eles confirmam que a presença de um mecanismo de inibição leva a
uma decisão mais rápida, convertendo os perdedores em adeptos da proposta vencedora, garantindo que
as abelhas fiquem alinhadas com a proposta vencedora e juntem forças para construir a colmeia no local
escolhido.
Nas democracias humanas, não temos um modelo semelhante. Mesmo depois de conhecida a vontade da
maioria, é normal os perdedores sabotarem a vontade da maioria. É verdade que muitas vezes ouvimos
discursos nos quais o candidato derrotado decreta que “decidido o pleito, vamos trabalhar juntos pela
proposta vencedora”, mas na maioria das vezes isso não passa de retórica.
É interessante observar como as abelhas, mesmo com um cérebro minúsculo e comportamentos
relativamente simples, implementam um processo democrático eficiente, que resulta na execução rápida e
eficaz da vontade da maioria. É uma evidência de que o ego dos políticos humanos é um dos componentes
que prejudicam os processos democráticos. Abelhas, afinal, que se saiba, não possuem ego ou orgulho
exacerbado nem pecam pela falta de humildade.
(Fernando Reinach. O Estado de S.Paulo, 12 de janeiro de 2012.)
Assinale a palavra que, no texto, NÃO tenha valor anafórico.
a) Sua b) nesse c) eles d) delas e) Agora
98. (FGV / Advogado / Senado Federal / 2008)
"Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo de processos, a construção da jurisprudência,
que é seu papel maior, ficou em segundo plano." Assinale a alternativa que apresente redação igualmente
possível para o trecho acima, sem provocar alteração de sentido.
a) Por julgar número excessivo de processos, chegou-se ao paradoxo em que a construção da jurisprudência,
que é seu papel maior, ficou em segundo plano.
b) Chegou-se ao paradoxo em que a construção da jurisprudência, que é seu papel maior, por julgar número
excessivo de processos, ficou em segundo plano.
c) Chegou-se ao paradoxo em que a construção da jurisprudência, por julgar número excessivo de processos,
que é seu papel maior, ficou em segundo plano.
d) Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo de processos, que é seu papel maior, a
construção da jurisprudência ficou em segundo plano.
e) Chegou-se ao paradoxo em que, por julgar número excessivo de processos, ficou em segundo plano, que
é seu papel maior, a construção da jurisprudência.

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99. (FGV / Consultor de orçamento / Senado / 2008)


O STF e a estabilidade das instituições
Em 5 de outubro de 1988, com meridiana clareza, ao ser outorgada uma nova carta política à nação,
o constituinte determinou que seu guardião seria o Supremo Tribunal Federal (artigo 102, caput).
A Constituição, que rege os destinos do Estado democrático de Direito, portanto, sedia no pretório
excelso seu elemento de estabilização.
Compreende-se, pois, que, entre os constitucionalistas, tenha-se por assentado que, no capítulo
destinado ao Poder Judiciário em sua competência de atribuições (artigos 92 a 126), caiba aos juízos
monocráticos e aos tribunais de segundo grau a missão de administrar a Justiça e, aos tribunais superiores
(STF, STJ, TST, TSE e STM), dar estabilidade às instituições, exercendo o papel mais relevante, entre eles, a
Suprema Corte.
É exatamente isso o que tem ocorrido, nos últimos tempos, no que diz respeito ao direito de maior
importância em uma democracia, que é o direito de defesa, inexistente nos Estados totalitários.
Todos os cidadãos dignos, que constituem a esmagadora maioria da nação, são contra a impunidade,
a corrupção, o peculato. Há de convir, todavia, que, na busca dos fins legítimos de combate à impunidade,
não se pode admitir a utilização de meios ilegítimos, risco de se nivelarem os bons e os maus no desrespeito
à ordem jurídica e à lei suprema.
Ora, o simples fato de o país ter percebido, estupefato, que houve 409.000 interceptações telefônicas
autorizadas pela Justiça, em 2007, seguido de declarações do ministro da Justiça de que todos devem admitir
que podem estar sendo grampeados, ou do ministro chefe do serviço de inteligência de que a melhor forma
de não ser grampeado é fechar a boca, está a demonstrar a existência de excessos, com a conseqüente
violação desse direito, o que se tornou mais claro na operação da Polícia Federal de maior visibilidade
(Satiagraha).
Nada mais natural, portanto, que a Suprema Corte, por imposição constitucional, interviesse - como,
efetivamente, interveio - para recolocar em seus devidos termos o direito de investigar e acusar, assim como
o direito de defesa, cabendo ao Poder Judiciário julgar, sem preferências ou preconceitos, as questões que
lhe são submetidas.
No instante em que foram diagnosticados abusos reais, a corte máxima, de imediato, deflagrou um
saudável processo de conscientização de cidadãos e governantes de que tanto os crimes quanto os abusos
devem ser coibidos, dando início a processo que desaguará em adequada legislação, necessária ao equilíbrio
do contencioso, além, naturalmente, à busca da verdade, com a intervenção judiciária, isenta e justa, dentro
da lei.
E, por força dessa tomada de consciência, não só o Conselho Nacional de Justiça impôs regras às
autorizações judiciais como o Poder Legislativo examina projeto de lei objetivando evitar tais desvios. Essas
medidas permitirão que as águas, que saíram do leito do rio, para ele voltem, com firmeza e serenidade.
Há de realçar, todavia, nos episódios que levaram, novamente, o país a conviver com o primado do
Direito - especialmente com a valorização do direito de defesa, garantidor, numa democracia, da certeza de
que o cidadão não sofrerá arbítrios -, a figura do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar
Mendes, hoje, indiscutivelmente, um dos maiores constitucionalistas do país, com merecido
reconhecimento internacional (é doutor em direito pela Universidade de Münster, na Alemanha, com tese
sobre o controle concentrado de constitucionalidade).
Graças à firmeza com que agiu, foi possível não só diagnosticar as violações como deflagrar todo o

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processo que está levando ao aperfeiçoamento das instituições, em que o combate à corrupção, legítimo,
deve, todavia, ser realizado dentro da lei.
Conhecendo e admirando o eminente magistrado há quase 30 anos, a firmeza na condução de
assuntos polêmicos, na procura das soluções adequadas e jurídicas, seu perfil de admirável jurista e sua
preocupação com a "Justiça justa", tenho a certeza de que não poderia ter sido melhor para o país do que
vê-lo dirigir o pretório excelso nesta quadra delicada.
Prova inequívoca da correção de sua atuação é ter contado com o apoio incondicional dos demais
ministros, quanto às medidas que tomou, durante a crise.
Parodiando a lenda do moleiro - que não quis ceder suas terras a Frederico da Prússia, dizendo que as
defenderia, porque "ainda havia juízes em Berlim" -, posso afirmar: há juízes em Brasília, e dos bons!
(Ives Gandra da Silva Martins. Folha de São Paulo, 16 de setembro de 2008.)
Assinale a alternativa em que não se tenha feito correta correspondência entre os termos.
a) carta política (L.2) – Constituição (L.5)
b) lei suprema (L.25) – Constituição (L.5)
c) corte máxima (L.43) – STJ (L.13)
d) pretório excelso (L.76) – Supremo Tribunal Federal (L.60-61)
e) Suprema Corte (L.36) – Supremo Tribunal Federal (L.60-61)
100. (FGV / Ministério Público do Rio de Janeiro / 2016)
“...O crescimento dos índices de violência e a dramática transformação do crime manifestados nas grandes
metrópoles são alarmantes, sobretudo, na cidade do Rio de Janeiro”.
O termo “sobretudo” só NÃO pode ser substituído adequadamente por:
a) principalmente;
b) geralmente;
c) especialmente;
d) destacadamente;
e) particularmente.
101. (FGV / Pol. Leg. Federal / Senado / 2012)
Apesar de terem uma rainha, as abelhas tomam decisões usando um processo democrático, que envolve a
formação de opiniões individuais e a construção de um consenso coletivo.
A respeito do período acima, analise as afirmativas a seguir:
I. É correto depreender que, caso não tivessem uma rainha, as abelhas tomariam decisões usando um
processo democrático.
II. É correto depreender que, tendo uma rainha, o esperado seria não usarem um processo democrático.
III. Para não se entender "consenso coletivo" como redundância, a palavra "consenso" adquire o sentido de
"anuência".
Assinale
a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.

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b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.


c) se nenhuma afirmativa estiver correta.
d) se todas as afirmativas estiverem corretas.
e) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
102. (FGV / Téc. Legislativo / Senado / 2008)
“Mas é, sobretudo, o entendimento pleno de como funciona, como atende, e como beneficia o cidadão.”
Assinale a alternativa que não poderia substituir a palavra grifada no período acima, sob pena de alteração
de sentido.
a) especialmente b) mormente c) acima de tudo d) principalmente e) sobejamente

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GABARITO

1. LETRA A 27. LETRA C 53. CORRETA 79. LETRA E


2. CORRETA 28. LETRA B 54. CORRETA 80. LETRA D
3. INCORRETA 29. LETRA E 55. CORRETA 81. LETRA E
4. CORRETA 30. CORRETA 56. INCORRETA 82. LETRA E
5. INCORRETA 31. I LETRA A 57. LETRA D 83. LETRA E
6. LETRA A 32. LETRA C 58. LETRA C 84. LETRA B
7. c LETRA D 33. LETRA A 59. LETRA A 85. LETRA E
8. LETRA E 34. LETRA D 60. CORRETA 86. LETRA B
9. INCORRETA 35. LETRA E 61. CORRETA 87. LETRA B
10. INCORRETA 36. LETRA C 62. INCORRETA 88. LETRA E
11. CORRETA 37. CORRETA 63. LETRA A 89. LETRA C
12. LETRA B 38. INCORRETA 64. LETRA A 90. LETRA B
13. LETRA E 39. INCORRETA 65. LETRA C 91. LETRA A
14. LETRA A 40. INCORRETA 66. LETRA A 92. LETRA E
15. LETRA C 41. INCORRETA 67. LETRA C 93. INCORRETA
16. LETRA D 42. LETRA D 68. LETRA E 94. CORRETA
17. LETRA E 43. LETRA E 69. LETRA E 95. LETRA E
18. CORRETA 44. CORRETA 70. LETRA B 96. LETRA C
19. LETRA A 45. CORRETA 71. LETRA C 97. LETRA E
20. LETRA E 46. CORRETA 72. LETRA A 98. LETRA B
21. LETRA C 47. LETRA A 73. LETRA C 99. LETRA C
22. LETRA B 48. LETRA B 74. LETRA B 100. LETRA B
23. LETRA A 49. LETRA A 75. LETRA D 101. LETRA B
24. LETRA A 50. INCORRETA 76. LETRA E 102. LETRA E
25. LETRA B 51. CORRETA 77. LETRA A
26. LETRA B 52. LETRA B 78. LETRA B

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