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Sal Luz

Grupo de Estudo Cristão


O propósito da eleição de Deus (Rm 9.1-33)
Paulo focaliza o problema da incredulidade deste povo dentro do propósito da eleição de Deus. A
rejeição do povo judeu ao Messias, evidenciada diversas vezes durante o ministério de Jesus (Lc
19.41-44; Mt 23.37-39). Vamos tentar responder uma série de questionamentos sobre o texto:

Rm 9:1 Digo a verdade em Cristo, não minto; minha consciência o confirma no Espírito Santo: 2 tenho grande tristeza e
constante angústia em meu coração. 3 Pois eu até desejaria ser amaldiçoado e separado de Cristo por amor de meus
irmãos, os de minha raça, 4 o povo de Israel. Deles é a adoção de filhos; deles é a glória divina, as alianças, a
concessão da lei, a adoração no templo e as promessas. 5 Deles são os patriarcas, e a partir deles se traça a linhagem
humana de Cristo, que é Deus acima de tudo, bendito para sempre! Amém. 6 Não pensemos que a palavra de Deus
falhou. Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel. 7 Nem por serem descendentes de Abraão passaram todos
a ser filhos de Abraão. Pelo contrário: "Por meio de Isaque a sua descendência será considerada". 8 Noutras palavras,
não são os filhos naturais que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendência de
Abraão. 9 Pois foi assim que a promessa foi feita: "no tempo devido virei novamente, e Sara terá um filho". 10 E esse
não foi o único caso; também os filhos de Rebeca tiveram um mesmo pai, nosso pai Isaque. 11 Todavia, antes que os
gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má — a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição
permanecesse, 12 não por obras, mas por aquele que chama — foi dito a ela: "O mais velho servirá ao mais novo". 13
Como está escrito: "Amei Jacó, mas rejeitei Esaú".

1. A promessa de Deus falhou? Paulo demonstra nos primeiros versos (9.1-5) deste capítulo, toda a
sua tristeza e perplexidade pela atitude obstinada de Israel em relação ao Evangelho. Era um povo
que tinha recebido muitos privilégios de Deus. As promessas divinas não falharam, pois existe uma
Israel espiritual. O verdadeiro judeu é o que é interiormente. Há uma distinção entre filhos naturais
(Ismael) e filhos da promessa (Isaque). Há registros bíblicos de outras escolhas. Por exemplo, entre
gêmeos Esau e Jacó que ainda não tinham sequer nascido. A promessa de Deus se cumpre na Israel
espiritual, dentro do Israel étnico. Perguntas: Você se sente mais privilegiado em relação ao acesso
à palavra de Deus em relação a outras pessoas? Você se sente eleito por Deus?
Gn 18:10 Então disse o Senhor: "Voltarei a você na primavera, e Sara, sua mulher, terá um filho". Sara escutava à
entrada da tenda, atrás dele.
Gn 25:21-23 Isaque orou ao Senhor em favor de sua mulher, porque era estéril. O SENHOR respondeu à sua oração, e
Rebeca, sua mulher, engravidou. Os meninos se empurravam dentro dela, pelo que disse: "Por que está me
acontecendo isso? " Foi então consultar o Senhor. Disse-lhe o Senhor: "Duas nações estão em seu ventre, já desde as
suas entranhas dois povos se separarão; um deles será mais forte que o outro, mas o mais velho servirá ao mais novo".
Rm 9:14 E então, que diremos? Acaso Deus é injusto? De maneira nenhuma! 15 Pois ele diz a Moisés: "Terei
misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão". 16 Portanto, isso
não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus. 17 Pois a Escritura diz ao faraó: "Eu o
levantei exatamente com este propósito: mostrar em você o meu poder, e para que o meu nome seja proclamado em
toda a terra". 18 Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer.

2. Deus é injusto? Haveria uma injustiça na escolha de uns para salvação e outros para perdição?
(Êx 33.19). A ação de Deus em salvar os pecadores não se baseia em justiça, mas sim em
misericórdia, pois, caso contrário, mereceríamos estar condenados. Nossa salvação não depende do
desejo ou do esforço humano, mas sim, “de usar Deus a sua misericórdia”. O pecado exclui os
homens diante de Deus, merecendo perdição eterna. O próprio pecador se mantém o seu coração
endurecido diante das grandes manifestações do poder de Deus (Êx 9.16). Deus os abandona à sua
própria obstinação. Há um grande mistério na eleição. Perguntas: Você tenta transplantar a lógica
humana para Deus? Quais os méritos que você poderia apresentar a Deus para merecer a
salvação?
Ex 33:19 E Deus respondeu: "Diante de você farei passar toda a minha bondade, e diante de você proclamarei o meu
nome: o Senhor. Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia, e terei compaixão de quem eu quiser ter
compaixão".
Ex 9:16 Mas eu o mantive de pé exatamente com este propósito: mostrar-lhe o meu poder e fazer que o meu nome seja
proclamado em toda a terra.
Rm 9:19 Mas algum de vocês me dirá: "Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade?" 20
Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? "Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o formou: ‘Por
que me fizeste assim? ’” 21 O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso
desonroso?

3. É justo que Deus nos julgue e condene, se é ele quem decide todas as coisas? Temos uma
imagem distorcida de Deus. Paulo repreende a rebelião do coração humano que se recusa a
reconhecer que Deus é Deus, bem como, a reconhecer a sua própria condição de criatura e de
pecador que confronta o Criador de modo irreverente e impertinente. É a doutrina da soberania
divina. Tem todo direito sobre suas criaturas (Isaías 45.9). Perguntas: Seu coração sempre foi
voltado para a vontade de Deus? Qual o resultado em seu coração em saber a doutrina da
soberania de Deus?
Is 45:9 "Ai daquele que contende com seu Criador, daquele que não passa de um caco entre os cacos no chão. Acaso o
barro pode dizer ao oleiro: ‘O que você está fazendo? ’ Será que a obra que você faz pode dizer: ‘Ele não tem mãos’
Rm 922 E se Deus, querendo mostrar a sua ira e tornar conhecido o seu poder, suportou com grande paciência os vasos
de sua ira, preparados para destruição? 23 Que dizer, se ele fez isto para tornar conhecidas as riquezas de sua glória
aos vasos de sua misericórdia, que preparou de antemão para glória, 24 ou seja, a nós, a quem também chamou, não
apenas dentre os judeus, mas também dentre os gentios?

4. Deus revela a sua natureza tal como ela o é. Deus age em perfeito acordo com a sua natureza, ou
seja, de acordo com a sua ira contra o pecado humano, apesar de ser adiada, e de acordo com a sua
misericórdia em favor do homem pecador, não se pode fazer objeção alguma. O Senhor nunca
preparou ninguém para a destruição. Na realidade, é preparado para aqueles que decidiram por
opção própria por praticar o mal, recebendo a justa condenação divina por sua opção. Em contraste,
os “vasos de misericórdia”, foram por Ele preparados de antemão para a sua glória (Tito 3.3-7).
Perguntas: Você já teve o coração endurecido para Deus? O que “amoleceu”? O que você fala
para as pessoas alheias as coisas divinas?
Tt 3.3-7 Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por
toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na inveja, sendo detestáveis e odiando-nos uns aos outros.
Mas quando se manifestaram a bondade e o amor pelos homens da parte de Deus, nosso Salvador, não por causa de
atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador
do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador. Ele o fez a fim
de que, justificados por sua graça, nos tornemos seus herdeiros, tendo a esperança da vida eterna.
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Como ele diz em Oséias: "Chamarei ‘meu povo’ a quem não é meu povo; e chamarei ‘minha amada’ a quem não é
minha amada", 26 e: "Acontecerá que, no mesmo lugar em que se lhes declarou: ‘Vocês não são meu povo’, eles serão
chamados ‘filhos do Deus vivo’. " 27 Isaías exclama com relação a Israel: "Embora o número dos israelitas seja como a
areia do mar, apenas o remanescente será salvo. 28 Pois o Senhor executará na terra a sua sentença, rápida e
definitivamente". 29 Como anteriormente disse Isaías: "Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendentes,
já estaríamos como Sodoma, e semelhantes a Gomorra".

5. Deus revelou estes fatos através da Escritura. Estes textos se cumprem de modo mais pleno com
a inclusão dos gentios (não judeus) no plano da salvação (Ef 2.13). Revelam o eterno propósito de
Deus em exercer a sua misericórdia sobre aqueles que antes não era seu povo. O texto citado pelo
apóstolo comprova que, através da Escritura, Deus chamaria, para tomar lugar em sua mesa muitos
que anteriormente não faziam parte do seu povo escolhido (Is 10.22-23, Mt 8.11). Perguntas: Você
já cansou de falar de Deus para alguém? Você crer em conversões de pessoas improváveis para
estar na presença de Deus?
Ef 2:13 Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo.
Is 10:22-23 Embora o seu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, apenas um remanescente voltará. A destruição já
foi decretada, e virá transbordante de justiça. O Senhor, o Senhor dos Exércitos, executará a destruição decretada
sobre todo o país.
Mt 8:11 Eu lhes digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no
Reino dos céus.
Rm 9:30 Que diremos, então? Os gentios, que não buscavam justiça, a obtiveram, uma justiça que vem da fé; 31 mas
Israel, que buscava uma lei que trouxesse justiça, não a alcançou. 32 Por que não? Porque não a buscava pela fé, mas
como se fosse por obras. Eles tropeçaram na "pedra de tropeço". 33 Como está escrito: "Eis que ponho em Sião uma
pedra de tropeço e uma rocha que faz cair; e aquele que nela confia jamais será envergonhado".

6. Que iremos, pois? A perspectiva até aqui tem sido a da ação de Deus na salvação, e não podemos
deixar de afirmar o claro ensino de sua escolha ser incondicional e livre. Os gentios, diz Paulo, que
nem mesmo buscavam (e também não conheciam) esta justiça de Deus, alcançaram-na pelo único
caminho possível ao homem, ou seja, pela fé. Já Israel, que conhecia o propósito divino, mas que
buscava a justiça (justificação) pela observância da lei (que buscava a lei de justiça), não a
alcançou, pois, pelas obras da Lei ninguém satisfaz a Deus, apenas pela fé. Os israelitas não
aceitaram que o Cristo pudesse ser crucificado (Dt 21.22-23, 1Co 1.23). A cruz atinge os alicerces
da justiça própria. A cruz pode ser tropeço ou escândalo para alguns, e razão de fé e confiança para
outros (Is 28.16). A conclusão é simples: os não-crentes merecem o juízo. Eles intencionalmente
rejeitam o Evangelho. A eleição é um mistério divino. Perguntas: Você seleciona quem vai
evangelizar? Qual o lugar da cruz na sua teologia?
Cl 1:27 A eles quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a
esperança da glória.
Dt 21:22-23 Se um homem culpado de um crime que mereça a morte for morto e pendurado num madeiro, não deixem
o corpo no madeiro durante a noite. Enterrem-no naquele mesmo dia, porque qualquer que for pendurado num
madeiro está debaixo da maldição de Deus. Não contaminem a terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá por herança.
1Co 1:23 nós, porém, pregamos a Cristo crucificado, o qual, de fato, é escândalo para os judeus e loucura para os
gentios
Is 28:16 Por isso diz o Soberano Senhor: "Eis que ponho em Sião uma pedra, uma pedra já experimentada, uma
preciosa pedra angular para alicerce seguro; aquele que confia, jamais será abalado.
VERDADES que extraímos:
 Os judeus não creram no Evangelho porque foram endurecidos por Deus.
 O processo da eleição não elimina a responsabilidade humana, pois os reprovados
agem de acordo com seus próprios corações.
 Deus, então, é justo em condenar os réprobos e misericordioso em salvar a alguns.
Nós, em nossa limitação e finitude, não temos como julgar a Deus, nem como buscar
entender os seus desígnios.
 Os eleitos são santificados e moldados conforme o caráter de Cristo, honrando a
Deus com suas vidas transformadas.
 Devemos glorificar ao Senhor por sua transcendência

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