Você está na página 1de 19

VOCAÇÃO NA BÍBLIA

1 - INTRODUÇÃO: O limiar a ser cruzado

O itinerário de nossa vida constrói-se paulatinamente. Passo a passo, cada


homem e mulher vai se sentindo convocado ou direcionado a fazer algo que
lhe realize plenamente. Em outras palavras, cada ser humano tende a
perguntar-se sobre os caminhos que quer seguir, sobre as veredas que quer
trilhar, acerca do viés que quer cruzar, sobre o destino e o sentido que quer dar
à sua vida,sobre o que ele quer ser ou fazer de seu viver.

Numa perspectiva de fé, essa decisão, perpassa por uma experiência de Deus.
Ela insere-se num contexto de chamado divino e de uma escuta atenta para
dar uma resposta concreta. Nesse sentido, falar de vocação no universo das
Sagradas Escrituras é enveredar pelas sendas da vida de homens e mulheres
que, a seu modo e no seu tempo, sentiram esse apelo de Deus e deram uma
reposta concreta a esse chamado.

Buscar compreender, portanto, a vocação de alguns personagens bíblicos é


enfronhar-se no universo da História de Israel, História do povo eleito e
escolhido por Deus. Povo que saiu de Ur da Caldeia; Que esteve no Egito; Que
foi para Terra prometida; Que se estabeleceu como um Reino uno e, depois,
dividido; Que foi Exilado; Que foi reconstituído; Que esperava um salvador e
que conheceu o filho de Deus, Jesus de Nazaré. É nessa história marcada pelo
pecado e pela graça (sobretudo) que encontramos homens e mulheres que
serviram a Deus, que são modelos de vocação.

Nesse sentido, o presente estudo visa apontar como a bíblia registrou o


chamado que Deus fez a homens e mulheres no universo das Sagradas
Escrituras. Não se têm a pretensão de fazer uma leitura histórico-crítico –
questionando a existência ou não desses personagens– mas uma análise
narrativa de cada um deles. Olharemos, portanto, para as grandes figuras
bíblicas, situaremos elas universo das Sagradas Escrituras e pontuaremos os
aspectos que fizeram dessas personagens pessoas que ouviram o chamado
de Deus e deram-lhe uma resposta concreta.

2 - VOCAÇÃO NO ANTIGO TESTAMENTO

No universo Veterotestamentário inúmeros relatos descrevem os chamados.


São homens, mulheres, jovens e até crianças que são convidados pelo Senhor
a realizarem uma missão. Note-se que, tal como Diz Dom Retamemales, no
Antigo Testamento a iniciativa de chamar alguém é sempre de Deus ( 1Sm
3,4;Jr 1,4-5). Cabe ao eleito apenas questionar e/ou indispor-se ao chamado –
nunca chamar a si mesmo (Ex 3,11; 4,10; Jr 1,6). De igual modo, são atributos
do chamado no Primeiro Testamento, a intensa comunhão com Deus (Jr 1, 4-5)
e a certeza que deve servir ao próximo(Gn 12,1-9)[1]. Assim, nos relatos que
serão em seguida analisados buscar-se-á demonstrar como os destinatários
desses chamados viveram essa experiência( comunhão e serviço)
2.1 - ABRAÃO E SARA: os proto-vocacionados

No consciente coletivo de grande parte dos seguidores do Cristianismo e do


Judaísmo, Abraão e Sara(i) são considerados, respectivamente, patriarca e
matriarca da Fé. Associado a Abrão, despontam Isaac e Jacó. A Sara juntam-
se, também, Agar e Rebeca.

Do ponto de vista vocacional podemos apontar alguns elementos desses dois


personagens. No Texto Sagrado, há um grande ciclo de narrativas sobe
Abraão que descrevem desde o seu nascimento(Gn11,26-27) até o sua
morte(Gn 25,11). São, pois, doze capítulos que enceram o nome de “Ciclo de
Abraão”[2].

O relato comumente concebido como chamado vocacional de Abraão está


situado no capítulo 12 do Gênesis. Diz o texto que Abrão estava em
Harã(Gn11,31c), mas seu destino era Canaã(Gn 11,31b). Nesse lugar seu pai,
Taré, morre(Gn 11,32). Desse ponto em diante desponta o chamado[3] de
Deus. O Senhor(YHAWEH) “diz” a Abrão que saia do lugar onde se encontra e
parta para terra que Ele lhe indicar(Gn 12, 1).Ele assim o faz e vai rumo a uma
esperança humanamente impensável – Terra, descendência – haja vista que
ele parte de sua aparente segurança e sua mulher era estéril( Gn 11,30).

Ele é chamado, juntamente com sua mulher Sarai, a uma missão especifica.
Neles e a partir deles todos os povos são Benditos (Gn 12,3). Na certeza da
benção e proteção divina, eles partem rumo a terra prometida por Deus (Gn
12,4ss). Depois de passar pelo Egito e desentender-se com seu Sobrinho Lot
(Gn 13,7ss). Abraão instala-se em Carvalho de Mambré(Gn 13,18).

Até então percebemos que, de um lado, Abraão atende a palavra de Deus. De


outro, fica a indagação sobre a certeza desse chamado haja vista, que Abraão
ainda não tem filhos tampouco uma descendência numerosa(Gn 15,2ss).
Assim surge a questão: como ele seria chamado pai de uma multidão?( Gn
12,2;15,5-6). Nos capítulos subseqüentes Abrão tem um filho com Agar (Gn 16,
4ss). Em seguida, após a visita e promessa dos anjos (Gn 18), Sarai fica
Grávida e dá a luz a Isaac(Gn 19,1ss) que continuará a parentela de Abraão,
junto com Rebeca(Gn 24,66).

Em poucas palavras, o chamado de Abraão consiste em acolher a palavra de


Deus (intimidade) tornando-se um povo numeroso (missão). Neste chamado,
seguindo o raciocínio do Cardeal Martini[4], há uma singularidade. O chamado
de Abrão é fundante de todos os outros chamados. Ele será referencia de Deus
no relacionamento com todos os outros que serão chamados. Falando com
Jacó, o senhor diz:Eu sou o Deus de Abrão e de Isaac(Gn 28,13); Falando com
Moisés, é dito: Eu sou o Deus de Abrão, de Isaac e de Jacó(Ex 4,5). Assim,
Abraão é o proto-modelo de chamado .Deus o atinge em sua identidade e faz
dele um seguidor do Senhor.Todas as outras vocações, portanto, são
“subseqüentes e procedem daquele que pode referir-se ao que anteriormente
havia chamado Alguém”. Assim, Abraão é o chamado de Deus por excelência.
Todos os outros, posteriormente chamados, são convocados a partir da fé de
Abraão.Essa fé primeira, alentará outras inúmeras pessoas como Isaac, Jacó,
José e,mais tarde, Moisés

2.2 - MOISÉS: consciência progressiva de sua missão

Um longo bloco de capítulos e versículos tanto no Antigo como no Novo


Testamento ocupam-se da figura de Moisés, de sua missão e do seu chamado.
No antigo Testamento encontramos: Ex 3, 1-15; 4,1-7;6,2-13;6, 28-30. No novo
Testamento, entre outros, encontramos AT, 7,20-40 e Hb 11,23-29. Nestas
duas passagens temos uma releitura da vida de Moisés. Na primeira Estevão
diante dos Sacerdotes(At 7,1), faz uma releitura da história de bíblica de Israel
acentuando, entre outras figuras, a pessoa de Moisés como grande profeta que
havia previsto o surgimento de outro profeta igual a ele na história do povo
eleito(vv.37) – no caso, Jesus. A segunda passagem, fala sobe a fé que
garante a certeza daquilo que não se vê. Para isso, perpassa vários
personagens Bíblicos do Antigo Testamento apontando o que eles galgaram
pela fé.Desse modo, chega até Moisés. Ele que abdicou da filiação divina (Hb
11,24) instituiu a páscoa(Hb, 11,28) e atravessou o mar vermelho(Hb 11,29)[5].
Não obstante esse conglomerado de citações sobre Moisés nos dois
Testamentos nos deteremos no chamado feito no Primeiro.

A história de Moisés conseqüentemente de seu chamado, propriamente dito,


inicia-se capítulo dois do Êxodo. Nesse trecho fala que os pais de Moisés são
da tribo de Levi(vv.1b). Ele é jogado num rio, num cesto de betume (vv 3-5).foi
encontrado pela filha do faraó (vv.5) conseqüentemente é educado por eles na
cultura Egípcia(At 7,22), que segundo alguns biblistas, para época, era
considerada a mais prenhe de Sabedoria[6].

Em seguida sendo Moisés já um homem formado (os Atos dos apóstolos dizem
que ele tinha quarenta anos, At 7,23) sai pelas ruas de sua cidade e vê um
egípcio mutilando um dos seus irmãos(Ex 2,11). Nesse contexto julgo que
Moisés tem um primeiro despertar para sua vocação. Ele deixa-se interpelar
pela realidade e age. Age, contudo, sozinho, ainda não se trata de um
chamado de Deus. Ele apenas se condói com o sofrimento que afligia seus
irmãos e toma uma atitude extrema, mata o Egípcio (Ex 2,12). No dia seguinte,
o crime é jogado diante dele ( Ex 2,14). Moisés teme por sua vida e foge para
Madiã (Ex 2, 15.). Todavia, o texto deixa transparecer que Moisés tem
consciência de que os seus irmãos sofrem e que ele precisa tomar alguma
atitude para salvar o seu povo – povo de Deus. Contudo, não pode agir
sozinho. Esse fato porque, como dissemos acima, uma das características do
chamado vocacional é ter uma intima comunhão com Deus e ser enviado por
Ele para servir ao povo.

Precisamente no capítulo terceiro Moisés recebe o chamado divino[7]. Os


místicos diriam que foi uma experiência de fé, uma experiência de Deus. De
dentro da sarça ardente, Moisés ouve uma voz que lhe chama pelo
nome(vv.4c) a qual ele responde prontamente: Senhor, aqui estou(vv.4c).Ele é
chamado, ao que parece, para uma missão clara e distinta. Deus vê o
sofrimento do seu povo e suscita um homem para retirá-los do meio daquele
sofrimento(opressão) e conduzi-los a uma terra onde corre leite e mel (vv 8-
9).Diante da grandeza da missão Moisés, como grande parte dos profetas do
Antigo Testamento, busca meios para não cumpri-la. Ele argumenta que é
insignificante diante do Faraó(vv. 11); Que o povo tinha se tornado
incrédulo(vv.13.) Que não lhe daria ouvidos(Ex 4,1) e por fim que não sabia
falar(Ex 4,10). A todas essa interlocuções de Moises, o Senhor tem uma
resposta positiva que vai desde esta ao seu lado (Ex 3,12) até de lhe dar um
interprete(Ex 4,14) perpassando por milagres e pródigios(Ex 4, 3-9).

Uma nota salutar neste ponto é que todas as vezes que Deus lhe envia o que
une o povo é o fato de terem a mesma fé no mesmo Deus: “O Deus de Abraão,
Isaac e Jacó(Ex 3,15b.16b).Aquela mesma fé desencadeada em Abraão.

Moisés, por fim, aceita a missão de Deus e liberta o Povo de Israel(Ex 12,37-
41),passa pelo Mar vermelho a pé enxuto(Ex 14,15ss) levando-os até as portas
da Terra prometida – Moab, onde morre (Dt 34,5ss).Isso tudo aconteceu não
sem passar por muitos percalços no serviço que prestava a Deus(Ex 16, 1-3;
17, 2; 32,1-6;).

Em síntese a vocação de Moisés evoluiu progressivamente. Da sua educação


Egípcia passando por sua solitária tentativa e consciência de ajudar os seus
irmãos até a confirmação divina de seu trabalho levou algum tempo. Segundo o
atos dos apóstolos até este último estágio foram 80 anos (At,7,30) –“isto quer
dizer que Moisés era sábio”[8]. Ele efetivamente fez uma experiência de Deus
(Ex 3,4). Antes, contudo, foi sensibilizado pela realidade que lhe circundava. A
experiência mística que ele fez, só confirmou a sua missão que deveria ser de
colocar-se a serviço de Deus para que pela sua mediação o povo fosse liberto.
Em contigüidade a Moisés despontam figuras como Aarão (Interprete, Ex 4,10),
Josué( Js 1,1-9) e mais tarde desponta Samuel, grande líder.

2.3 - SAMUEL: Um chamado pedagógico

O Juíz e profeta identificado com o nome de Samuel é um caso particular de


chamado vocacional. Seu nome, como a própria escritura diz, é Dom de Deus
(1Sm 1,20 ). Ele está inserido no seio da família de Elcana e Ana(1sm 1, 1-2)
[9] .Desde criança é consagrado a Deus e serve no templo (1Sm 1, 26ss; 2,18).

O chamado de Samuel propriamente dito ocorre no capitulo terceiro do primeiro


livro que leva seu nome(1Sm 3). Diz o Texto que Samuel servia ao
Senhor(1Sm 3,1 ). Numa noite na qual o seu mestre Eli, estava dormindo
manifestou-se no Templo(1Sm 3,3) o chamado a Samuel(1Sm 3,4.6.8.10).
Trata-se de quatro chamados dirigidos a Samuel. Em todos o futuro Profeta é
chamado pelo nome, duas vezes(1Sm 3,4.6.8.10). Seu não conhecimento da
palavra de Deus faz-lhe dirigir-se ao seu “mestre”, o sacerdote Eli(1Sm 3,
5.6b.). Ao final do terceiro chamado Eli percebe que quem chama Samuel é
Deus. E pede que ele responda ao Senhor com uma frase de prontidão: “Fala
senhor porque teu servo ouve”(1Sm 3,9). A partir deste ponto é que surge o
chamado de Samuel. O senhor dirigiu-lhe mais uma vez o chamado ao qual
Samuel responde prontamente. Segundo Remtamales[10], o chamado que é
feito a Samuel é parte da pedagogia de Deus que não força, obriga ou
constrange o indivíduo. Antes, espera o vocacionado discernir (mesmo que
sendo ajudado!). Uma vez feito esse discernimento, que acolha o chamado de
Deus – julgo que um chamado amoroso de Deus é impossível resistir. O
Senhor, portanto, não obriga que as pessoas acolham o seu projeto, mas
espera que cada um faça um discernimento, O reconheça e, inevitavelmente,
aceite a missão que lhe e destinada.

Samuel é chamado por Deus a uma missão específica. Sua missão,


inicialmente, é anunciar a Eli que sua casa de será destruída (1Sm 3,11-14), tal
como o homem de Deus havia falado ao sacerdote(1Sm 2,27-36) por causa da
iniqüidade dos seus filhos. Esse vaticínio de Samuel faz dele um grande
profeta que está profundamente ligado à palavra do Senhor que , doravante,
nutrirá todo o seu trabalho (1Sm 2,19-20). De igual modo, ele tornou-se um
grande juíz aos olhos do povo de Israel e de Deus(1Sm 7,15-17 ).

Samuel, a bem da verdade, foi o último grande juiz de Israel, segundo a leitura
narrativa da Bíblia. Sua missão, no entanto, transcendeu a esfera da profecia e
da judiciatura. Ele foi responsável por dá a Israel um rei, a pedido do próprio
povo(1Sm 8,6-8). Ele unge,assim, Saul(1Sm 10,1-2 ) e mais tarde,pela
intransigência deste(1Sm 15,10), unge um novo Rei, Davi(1Sm 16,13).

Em síntese chamado de Samuel é delineado muito cedo. Desde pequeno sua


mãe o consagrou a Deus. Em sua vivência no templo e no seu contato com a
palavra do Senhor, ele aprende a discernir o chamado de Deus. Uma vez
consciente de sua missão, profetiza e julga com equidade todo o Israel.
Todavia, o senhor faz com que ele ultrapasse essa esfera de seu chamado e
dê ao povo um Rei, Saul e, depois, Davi.

2.4 - SAUL: um chamado mediado

Emblemático e fugaz é o relato da vocação de Saul. Embora contrariado e


alegando que um rei não faria bem ao povo (1Sm 8,10ss), Samuel constitui
Saul como tal. Certamente, o chamado desse rei não pode ser entendido como
uma vocação, tal como afirmamos das outras. Ele parece não ter uma íntima
comunhão com Deus, tampouco está em busca de tal comunhão. Seu encontro
com Samuel ocorre em uma situação de causalidade. Estava à procura das
jumentas de seu pai e encontra Samuel(1Sm 9,3ss). Para Samuel, contudo,
esse encontro não é tão frívolo assim. Antes, ele é fruto de uma revelação de
Deus ( 1Sm 9,15-6). O que faz com que ele seja ungido Rei.

Saul, segundo relatam as Sagradas Escrituras é da Tribo de Benjamim ( 1Sm


9,1.16b). Ele, tal como já afirmamos, é quem inaugurará o período Monárquico
em Israel[11]. A partir do versículo 27 do capítulo 9 até o versículo 8 do capítulo
10 ocorre o chamado de Deus à Saul. Samuel, mediação de Deus, comunica-
lhe a palavra do Senhor(1Sm 9,27c).Essa palavra do Senhor é concreta e
efetiva. Assim, Saul é ungido pelo profeta como “príncipe sobre a sua
herança”(1Sm 10,1). Primeiro em segredo, depois publicamente ( 1Sm 10, 17-
20)

O novo rei tem uma missão particular e especifica. Ele é chamado pelo sinal
que lhe foi dado com a unção, a defender o povo de Deus das mãos dos
inimigos que estão a espreitá-los(1Sm 10,1c). Saul atende prontamente esse
chamado de Javé, combateu, entre outros, conta os amonitas e os filisteus.
Saul, contudo, inicia um processo no qual passa a desagradar a Deus(1Sm
15,11.23) o que, mais tarde, gerará seu declínio no Reinado sobre os Israelitas
e a eleição de um novo Rei, Davi(1Sm 16,12-13)

Em poucas palavras podemos dizer que o chamado de Saul, não se configura,


em sentido, estrito com os outros chamados acima mencionados(Abrão,
Moisés, Samuel). Esse fato porque um dos elementos do chamado ele não
possui, isto é , uma intima comunhão com Deus. Todavia, Deus o escolhe.
Serve-se para isso de uma mediação. Utiliza-se de Samuel. Uma vez feito Rei,
Saul tem a missão de reger o Povo de Israel e protegê-los dos inimigos que o
espreitam. Sua ganância faz com Deus(Samuel?) arrependa-se de tê-lo feito
Rei e por isso unge um novo, Davi.

2.5 - DAVI: Um chamado construído sobre a força e a fraqueza.

Com certeza a narração do chamado de Samuel e Saul, nos capítulo iniciais do


Primeiro livro de Samuel, são apenas um aporte para chegar-se ao Chamado
de Davi. Este fato confirma-se porque a partir do capitulo 16 do primeiro livro
até o final do Segundo de Samuel narra-se apenas as peripécias de Davi.São,
pois, quarenta capítulos.

A vocação de Davi, especificamente, é narrada em 1Sm 16, 1-23. Um pouco


antes Deus havia se contristado com Saul e decretado que, por ele ter rejeitado
sua palavra, Deus também o rejeitara(1Sm 15, 23). Nesse momento, Deus
suscita no entristecido coração de Samuel o propósito de eleger um novo
Rei(1Sm 16,1). Ele dirigiu-se a Belém a casa de Isai(1Sm 16, 4-5). Nesse lugar
passa em revista a todos os filhos de Isai até chegar a Davi - loiro, de belo
Aspecto e formoso de rosto 1Sm 16,12b. A este ele ungiu com o óleo – futuro
rei - e o Espírito do Senhor passou acompanhá-lo (1Sm 16,13)

Desse ponto em diante Davi começa a fazer proezas. Vence o Gigante


Golias(1Sm 17,49 -51), adentra a corte(1Sm 18, 1-4) e ganha prestígio entre o
povo(1Sm 18, 7). Face ao crescente esplendor de Davi,Saul teme por seu
Reinado e busca matá-lo(1Sm 19 ,10-11). Davi, evidentemente, foge. Com a
morte de Saul(1Sm 31,3-4) Davi apressa-se para assumir o Reino de Israel, o
que lhe é negado. Vindo a ser rei em Israel Isboet (2Sm 1,8-11)[12]. Após
enorme guerra Davi é finalmente constituído Rei sobre todo o Israel(2Sm 5, 4-
5)

De acordo com as Sagradas Escrituras é precisamente ao reinado sobre todo


Israel que Davi é chamado. Justamente de sua descendência que surgirá o
Messias. Davi todavia, como todo ser humano e plausível de falhas. Ele
desejou a mulher de um de seus oficias, Bertsabéia(2Sm 11, 4-5).Ela concebeu
e ele deu cabo da vida de seu marido, Urias(2Sm, 11, 14-17). Este pecado de
Saul é posto diante dele pelo profeta Natã. Davi chora as amarguras de seu
erro, assume Bertsabéia como sua esposa com quem tem Salomão, que será
um memorável rei em Israel- embora não se encontre nenhuma prova
arqueológica de seus grandes feitos. Depois disso, Davi, morre(1Rs 2, 10-11).
Em síntese, Davi tem como traços do seu chamado ter sido escolhido por Deus
para realizar a missão de Reinar sobre Israel. Sua fragilidade, contudo, faz-lhe
incorrer no erro, pecar contra Deus. Uma vez perdoado por Deus, ele tenta
redimir-se do seu erro e assume a mulher de Urias. Davi é, pois, o protótipo de
vocação que se constrói sobre a graça e sobre a fragilidade. Sobre a força e a
fraqueza. Sobre o amor e a dor.

2.6 - JEREMIAS: um chamado ontológico

Poucos relatos bíblicos são tão prenhes de detalhes e minúcias como o texto


da vocação de Jeremias (Jr 1,4-19).A própria figura de Jeremias é bastante
rica. Diferentemente das outras vocações analisadas, há um livro inteiro que se
detêm em refletir sobre a vida e a missão do profeta. Desde a sua reluta em
assumir o ministério de profeta até os seus vaticínios sobre a destruição de
Jerusalém, tudo está registrado no livro que leva o nome dele.

Jeremias, segundo narra a própria Bíblia, está inserido no Reinado de Josias(Jr


1,3). Historicamente costuma-se afirmar que esse reino deu-se ,
aproximadamente, no século VI a. C. Nesse contexto, Judá está as voltas com
o Império Babilônio. Embora sendo um reino quase que insignificante e tendo
sua importância mais por está num corredor de passagem comercial [13], os
Israelitas irão opor-se aos Babilônicos – confiando nos Assírios -
conseqüentemente serão destruídos(Jr 52,12-23). Nesse ambiente é que
ocorre o chamado de Jeremias.

No capitulo primeiro de livro que leva o nome do profeta ele diz: “ A palavra do
Senhor foi-me dirigida nestes termos...”(vv.4). Importante notar que o chamado
de Jeremias, assim, como o e Samuel é fruto da Palavra do Senhor. Em
seguida o profeta fala que Deus o havia chamado deste da terna infância,
desde o ventre materno o tinha escolhido e consagrado (vv 5). Nesta
passagem não há um relato histórico-biográfico, antes há um descrição de uma
experiência de Deus. Para Jeremias ter experimentado Deus é um realidade
ontológica , faz parte do seu ser, da sua constituição. Desde sempre e para
sempre Deus lhe chamou para a missão de profeta. Assim, a vocação de
Jeremias é algo visceral que ele descobre mais tarde revisitando a sua própria
história e narrando-a.

Jeremias, tal qual grande parte dos profetas do AT, tende naturalmente a
apresentar obstáculos para assumir seu chamado, sua vocação. O argumento
que ele usa para não aceitar o chamado é de que é uma criança(Jr 1,6-7), que
é indefeso, que não saberá o que falar. Deus, contudo, dirime essa fraqueza.
Ele assegura a Jeremias que não há motivo ,nem é momento para temer, pois
Deus está ao seu lado(Jr 1, 8).

Mitigada essa aporia, Jeremias é capacitado para seu trabalho. Ele recebe do
próprio Deus, sua palavra (Jr.1,9) e tem como missão “Arrancar e destruir;
exterminar e demolir; construir e plantar”(Jr 1,10 ). Em termos políticos
Jeremias tem a missão de alertar o povo de Israel que sua frágil aliança com os
Assírios não lhe garantirá sucesso e que eles serão dominados pelos
Babilônios com a queda dos Assírios. Em termos religiosos, a destruição de
Israel ocorrerá porque eles estavam adorando falsos deuses(Jr 1, 15-16; 2,26-
28).

Jeremias é alertado para o desafio do anúncio que têm que fazer em nome de
Deus. Ele tem, diz a sagrada escritura, que dirigir-se ao povo de Judá
anunciado que esse reino – do Sul - está eminentemente ameaçado pelo norte
de onde está vindo os babilônicos(Jr 1, 11-16). Essa é a missão clara que Deus
lhe confia. Todavia, o Senhor não apenas garante que estará com o
profeta,antes o capacita. Deus cinge o seu rim(Jr 1,17a), portanto o prepara, o
coloca na atitude de seguir, de caminhar. De igual modo, Deus é que lhe fará
profetizar(Jr. 1, 17b). Ele não falará por si mesmo, mas pela força da palavra
Divina[14]. Sua missão de “Arrancar e destruir; exterminar e demolir; construir e
plantar”(Jr 1,10 ) é missão de Deus. Ele é quem vai julgar o infiel reino de
Judá(Jr 1,16). Por isso serve-se da mediação de Jeremias, faz dele uma cidade
forte, uma muralha de bronze diante dos grandes da terra(cf. Jr. 1,18). Em
poucas palavras, a vocação de Jeremias consiste em ser um interprete
“profético” da Palavra de Deus.

Sinteticamente, Jeremias tem uma vocação ontológica(comunhão com Deus).


Revisitando sua história o profeta descobre que servir a Palavra de Deus é algo
visceral em sua vida. Se ele não fizesse isso estaria negando a si mesmo (Jr
1,5). Mesmo sabendo dessa condição ele tenta negar a si próprio e abandonar
sua vocação vendo que a empresa é árdua e complicada. Contudo, o Senhor
assegura que estará com ele e que sua missão é apenas ser instrumento da
palavra Deus. Anunciando ao povo que a culpa pelo Exílio(que acontecerá em
breve) e dele próprio e das próprias alianças que fizeram e dos falsos deuses
que adoraram. Em poucas palavras a vocação de Jeremias é de ser mediação
da Palavra de Deus entre os homens.

Embora com Jeremias não se encerre todo o cenário vocacional no Antigo


Testamento e que muitos homens e mulheres, nos outros diversos livros da
Bíblia, tenham sido chamados por sua comunhão com Deus para servir ao
povo escolhido, estes que foram apresentados até agora são suficiente para
que se vislumbre uma panorâmica a cerca de como se configura o chamado
nos escritos do primeiro Testamento. Sendo assim, pode-se adentrar no
universo Neotestamentário com o escopo de dar visibilidade ao que é
entendido como chamados nesses textos.

3 - VOCAÇÃO NO NOVO TESTAMENTO

Após o longo percurso executado para apresentar alguns relatos de vocação


no AT, segue-se imediatamente necessário adentrarmos na esfera do Novo
Testamento, da nova aliança inaugurada sob a égide do Filho de Deus,Jesus
Cristo. De fato, Como diz a Constituição dogmática Dei Verbum, é no Novo
Testamento( subtenda-se Jesus) que se dá definitivamente a compreensão das
Sagradas Escrituras(DV, 17). De Igual modo, os chamados são agora
plenamente compreendidos pelo Evento Jesus. Se, no AT era do
relacionamento indireto do homem com Deus que se desprendia o
chamado vocacional, agora, no NT é o próprio Deus, encarnado, que
chama cada homem e mulher.
Algumas características do chamado do Antigo Testamento repetem-se
no Novo Testamento. A Exemplo do Primeiro Testamento a iniciativa de
chamar alguém é sempre de Deus(MT 9,9; 10,1; Mc 1, 17.19-20; 3,13; 5,11
At 9, 3-6). Não é , contudo, uma manifestação velada através da palavra do
Senhor e/ou da mediação de outro homem que Deus age, antes ele atua na
história pessoalmente através de seu filho que se fez carne (Jo 1,14).

Outra característica do chamado no Segundo Testamento é que os


escolhidos, assim como os do AT, são designados para uma missão. Tal
missão é, como diz o Cardeal Martini, “participação na compaixão pastoral de
Jesus, ajudá-lo na sua missão de serviço à necessidade mais profunda das
pessoas”[15]. Por outras palavras aquele que é chamado a seguir Jesus é
convidado a ter aquilo que São Paulo pede aos Filipenses, isto é, os
mesmos sentimentos de Cristo(Fl 2,5ss).

Singular do chamado no NT é que todos são realizados sob o signo da


Nova Aliança, isto é, sob o Signo da Figura de Jesus. Eles são enviados e
convidados a levar ao povo a presença do próprio Senhor. Assim, nos
relatos que serão em seguida analisados buscar-se-á demonstrar como os
destinatários desses chamados viveram essa experiência ( comunhão com
Cristo e serviço).

3.1 - JOÃO BATISTA: Chamado a ser sinal de uma nova era

Dentre os inúmeros chamados do NT, principiamos por um que nos escritos de


Lucas é vital, isto é, João Batista. J. Mckenze, afirma que o NT apresenta João
Batista, como o último grande Profeta do AT e precursor da época
messiânica[16].

Os relatos que podem ser entendidos como de cunho vocacional sobre são
João foram resguardados, sobretudo, pela Escola de Lucas no seu primeiro
escrito, isto é, no Evangelho(Lc 1,5-22. 57-80; 3,1-19). Talvez não sejam
relatos puramente vocacionais, pois não há a dimensão de chamado, de
convite – exceto em um(3,1-19).Antes, há menções ao seu nascimento e a
suas origens. Contudo, ao menos em germe, podemos entrever o chamado do
Senhor ao futuro grande profeta (1,1-2).

Diz o texto que João Batista é filho de descendentes de uma tribo Sacerdotal,
eram da tribo de Aarão(Lc 1,6). Assim, ele genealogicamente era sacerdote.
Seu pai Zacarias era um piedoso Sacerdote(Lc 1,5) e junto com Isabel
formavam um casal de idosos(Lc 1, 7.18b) justo aos olhos de Deus(Lc 1,6).

Reza o Evangelho que Zacarias estava oferecendo o sacrifício ao Senhor


quando um anjo lhe apareceu e lhe anunciou que ele seria Pai(Lc 1, 8-11).
Naturalmente o Temor e o Tremor apoderam-se de Zacarias. Esse fato porque
todas as condições humanas eram adversas a tal anúncio.Ele, por isso,
Duvidou e ficou mudo. Curioso é que as circunstâncias sob a qual João Batista
nasce e, conseqüentemente, é chamado para servir a Deus( Esterilidade,
velhice) são marcas da era messiânica(cf Is 35;55;61). Assim, é possível
afirmar que verdadeiramente “o Batista” é chamado a Inaugurar um novo
Tempo cunhado pela nova aliança no Sangue do Cordeiro, do Filho de Deus,
Jesus Cristo.

Efetivamente, um chamado a João Batista, tal como mencionamos,


encontramos no capítulo terceiro do Evangelho que leva o nome de Lucas. O
texto situa João Batista num momento histórico(Ele está no décimo quinto Ano
do Império de Tibério Cesar, Lc 3,1).Até este momento, João não havia se
manifestado. Segundo diz as Escrituras, ele vivia no Deserto( Lc 1,80). A partir
deste momento então, a palavra de Deus lhe é dirigida, convocando aquele
que desde o seio materno havia sido consagrado por Deus(Lc 3,2). A partir
deste ponto aquele chamado anterior é completamente vivenciado. João
Batista, sai, pois, a anunciar a proximidade do Reino de Deus.

Apesar de seu anúncio extremamente radical e cheio de elementos


apocalípticos(Lc 3,9.17), João Batista têm consciência, aos olhos de Lucas,
de que ele mesmo não é o Cristo(Lc 3,15-16). Ele sabe que sua missão é
anunciar o inicio dos tempos messiânicos(Lc 7,26). Esse fato ratifica-se
quando João reconhece Jesus, como o Filho de Deus(Lc 3, 21-22; MT 3,13-15)
e mais tarde quando envia seus discípulos a fazerem a famosa pergunta sobre
a messianeidade de Jesus que é confirmada bem mais do que por palavras,
por atitudes( Lc 7,18-23).

Em poucas palavras João Batista é um chamado da Palavra. Ele é


consagrado, assim como Jeremias, desde o Ventre Materno. Ele é sinal da
inicio da Era messiânica. Sua missão não se confunde com a do Cristo.
Para ele, portanto, é claro que foi chamado pela palavra de Deus para
anunciar que o filho de Deus estava por vir e que nasceria de uma mulher,
a virgem Maria.

3.2 - MARIA: Chamada a ser mãe do filho de Deus

Jovem, virgem, mãe, discípula e mulher, estes dentre outros adjetivos


poderiam ser facilmente agregados à figura de Maria para buscar descrever a
grandeza de seu papel na História da Salvação. Grandeza essa galgada,
sobretudo, por te sido mãe do Filho de Deus. Não obstante essa profusão de
predicativos atribuídos a Virgem de Nazaré, gostaríamos de apresentá-la sobre
a perspectiva vocacional.

Debruçados sobre as Sagradas Escrituras encontramos menções ao papel da


virgem Maria, desde o remoto escrito de Paulo aos Gálatas até o um dos
menos antigos escritos do NT,isto é os de João[17]. Todos os textos buscam
um filão para apresentar Maria. Face a esse número grande de alusões a essa
Mulher nos versículos da Bíblia é mister eleger um texto que melhor expresse
esse chamado vocacional. A nosso ver um dos melhores para essa missão é o
que foi guardado pela tradição da comunidade de Lucas: Lc 1, 26 -38.

O chamado de Maria é dado num contexto de revelação. O cenário é peculiar.


O chamado acontece na pobre e pequena aldeia da Galiléia (Lc 1,26b),
“conhecida na tradição pela sua composição hibrida e pouco ortodoxa de sua
população”[18]. Talvez numa casa simples onde residia uma virgem prometida
em casamento a José(Lc 1,27-28). Nesse ambiente desprovido de luxo e
riqueza desponta um dos personagens principais do Anúncio,o Anjo Gabriel(Lc
1,25).

Esse anjo saúda Maria com uma saudação que soa estranha aos ouvidos da
virgem de Nazaré. Ele diz a ela que alegre-se pois é cheia de Graça(Lc
1,28).Fabris e Maggioni[19], refletindo sobre essa afirmação dizem que é um
convite a uma alegria messiânica, não apenas uma simples saudação. Nesta
frase, está contido o principio da vocação, do projeto que Maria iria realizar. Em
seguida (Lc 1, 30- 33), desponta o chamado propriamente dito. Maria é
agraciada diante do Senhor. Ela é chamada a ser mãe do Salvador esperado
pelo povo de Israel e preanunciado pelos profetas Antigos(Is 7,14; 9,6).
Naturalmente, Maria, como todos os outros vocacionados objeta a esse
chamado que lhe soa humanamente impossível (Lc 1,34). A essa interpelação
o anjo afirma que será por meio da graça do Altíssimo que ela conceberá (Lc
1,35). Com essa resposta, fica delimitado que Maria é chamada a ser mãe do
Filho de Deus , lugar santo consagrado para o Senhor - De igual modo é claro
que a origem de Jesus é divina. Face a essa condições, A virgem de Nazaré
não reluta mais e entrega-se ao senhor(Lc 1,38) contribuindo para a Salvação
do Povo de Deus.

Em poucas palavras Maria é chamada pelo próprio Deus a ser mãe do Seu
filho. De igual modo ela é o viés sob o qual será instaurado uma nova época
para o povo de Israel. Ela é a porta da qual brotou a nova seiva do Povo de
Israel, Jesus de Nazaré.

3.3 - DISCÍPULOS: Chamados a ser presença de Deus

Jesus, indubitavelmente, é o evento fundante do Cristianismo. Sua vida, morte


e ressurreição são categoria básicas da compreensão da fé que se propagou
desde Israel para todo mundo. Uma característica particular do ministério da
Jesus é que ele, além de sempre está cercado por uma multidão, escolheu
para si pessoas que pudessem estar mais próximas para segui-lo mais de
perto, aprender com um contato mais intenso aquilo que ele queria ensinar
sobre o pai, sobre o Reino. Neste espaço apontarei, de modo geral, como
Jesus escolheu seus discípulos e o que ele projetava com essa escolha bem
como, de modo mais restrito, descreverei alguns apóstolos ícones da história
Cristã: Pedro, Maria Madalena e Paulo

Desde os primeiros momentos de sua vida pública, Jesus, sempre contou com
a ajuda de homens e mulheres( Mc 1, 16-20; 2,13-14; 3,13-19; MT 4, 18-22;
9,9; 10,2-5). Algumas Figuras emblemáticas e controversas que, mais tarde,
terão a incrível missão de anunciar, com sinais, a presença do Senhor, a
chegada do tempo messiânico.(Mc 6, 7-12; Mt 10,7-8.). Cada um a seu modo e
no seu tempo foi agregando-se ao grupo de Jesus. Diversas formas Jesus
usou até constituir seu corpo de discípulos. Alguns viram ele passar e o
seguiram, como é o caso de André(Jo 1,40). Outros, como Pedro , Mateus
Tiago, João, Filipe, Natanael(Mc 1,16-20; Lc 5,1-11 Jo 1,40ss ) foram
chamados de seu trabalho e convidados a deixar tudo para seguir Jesus.
Um pouco mais simbólico e digno de uma reflexão mais ampla é instituição dos
doze. Ela aparece nos Evangelhos sinóticos (MT 10, 1-4; Mc3,13-19; Lc 6,12-
16). Nos três relatos aprecem a mesma imagem, isto é, que sob condições
limites do povo, Deus quer ser presença perene entre eles através de homens
e mulheres que ele escolheu para si. Na esfera desta pesquisa nos serviremos
do texto mais antigo dos Evangelhos: Marcos (não sem fazer, quando
necessário, um paralelo com os outros relatos)

O Texto de Mc sobre a instituição dos doze não pode ser compreendido sem o
relato que lhe precede(Mc 3, 7-12). Nesse texto diz que uma “grande multidão”
acompanhava Jesus(Mc 3, 7b.8b.). Essa multidão não é um conglomerado de
pessoas comuns, são homens e mulheres que haviam sido curados ou
estavam em busca de um cura(Mc 3,9-11). Trata-se de pessoas vindo de
quase todo o Israel em busca de Jesus.

Diante dessa realidade (através de um conectivo que indica continuidade,


mesmo que construída ) sofrida, carente, injustiçada, doente, espoliada, é que
Marcos situa o chamado dos doze discípulos(Mc 3, 13). Jesus no alto do
monte, que significa lugar reservado para Deus, ( Para Lucas, no texto
paralelo, Jesus estava rezando antes desse chamado / Lc 6,12ss ) chama para
si os que ele queria, e eles vão até ele(Mc 3,13). Concomitantemente, eles são
constituídos em autoridade para Pregar e expulsarem demônios(Mc 3,14-15).
Em outras palavras eles são investido da capacidade de tornar presente em
toda parte o Senhor. Essa afirmação ratifica-se no fato de que Jesus não os
chama para um lugar reservado, mas os chama para si(Mc 3,13).Chama cada
um para está junto dele e com isso fazer o Cristo presente entre o povo.
Simbólico, de igual modo, é o número dos discípulos que ele convoca: 12.
Evoca, diretamente, a idéia das doze tribos. Assim, Jesus, com o chamado dos
doze discípulos, quer fazer deles o Novo povo de Deus, Bento XVI em sua
singular obra, Jesus de Nazaré, diz que se trata de nós, a nova família que
Jesus congregou por meio de sua pregação[20].

Em seguida, o evangelista pontua o nome dos discípulos (Mc 3, 16-19)São,


pois, doze pessoas de distintas origens e personalidade diversas, escolhidas
numa realidade que precisa corporificar a presença do Senhor. O Cardeal
Martini, diz que nesse texto, Marcos “representa-nos plasticamente o conceito
de mediação eclesial: Por meio daquelas doze pessoas o povo recorre e é
conduzido a Jesus”[21]. Eles são, portanto, os escolhido de Jesus para fazer
brotar, nas situações extremas da vida humana(doença, demônio), figura do
Deus presente.

Em poucas palavras, Jesus sempre quis, em seu ministério servir-se de


pessoas que pudessem contribuir em seu Trabalho. Por isso, elegeu os doze
discípulos. O chamado deles surge claramente de um contexto de oração, mas
de uma realidade extrema, sofrida e desgraçada da Humanidade. Numa
situação como essa , a vocação do discípulo consiste em ser presença de
Deus. Sob a tutela dessa idéia, dessa experiência que surgem figuras como
Pedro.

3.3.1 - Pedro: Chamado a obediência na fé.


A imagem bíblica esculpida acerca de Pedro revela, numa só pessoa, força e
fraqueza; coragem e medo; fé e dúvida; generosidade e mediocridade. Ele,
indubitavelmente, é a figura de toda humanidade. Homens e mulheres que
guardam dentro de si uma realidade dicotômica e, por vezes, conflitiva. Por
isso, faz-se mister vislumbrar a figura de Pedro sobre o prisma vocacional.

Alguns dados sobre Pedro podem ser mencionados. Sabe-se que ele é ou, ao
menos, trabalhava numa cidade às margens do lago de Genesaré, Betsaida
(Mt 4,18, Jo 1,44). Sua profissão é Pescador (Mc 1,16-17); É irmão de André e
discípulo de João ( Jo 1, 40.42; 21,15-17)Ele, talvez, foi casado, pois Jesus
curou sua Sogra(Mt 8,14-14; Mc 1,29-31; Lc 4,38-39) bem como o texto de
Primeira Corintos (1Cor 9,5) denota que alguns discípulos – inclusive Cefas –
tem uma “esposa Cristã”. Para Paulo, Pedro era uma das colunas da Igreja(Gl
2,9). O local de sua morte, contudo embora não tenha registros bíblicos, a
tradição alocou na cidade Eterna, Roma.

Quanto a vocação de Pedro é consensual, tanto nos sinóticos como no


Evangelho de João, que ele participa do seleto grupo que foi chamado por
primeiro(Mt 4,18-22;Mc 1,16-17; Lc 5, 1-11; Jo 1, 35-) e está presente quando
do chamado dos doze(MT 10, 1-4; Mc3,13-19; Lc 6,12-16). Mesmo nesse
grupo maior, ele apresenta ter uma relevância porque é o primeiro a ser
nomeado na lista dos apóstolos.

Para ter uma reflexão um pouco mais sistematizada sobre a vocação de Pedro,
elegemos um dos textos evangélicos para esse fim, isto é, o de Lucas (Lc 5,1-
1) , pois ele parece rico em detalhes e dirige grande parte do seu foco ao
“Pescador de Genesaré”.

No capítulo anterior Jesus inicia seu ministério público. Ele é rejeitado em


Nazaré(Lc 4,28-30) e ovacionado em Cafarnaum a ponto do povo não querer
deixá-lo partir(Lc 4, 42)., todavia Jesus sabe da necessidade de sua missão e
continua sua peregrinação e chega às Margens do Lago Genesaré ( Lc 5,1).
Com essas atitudes firma-se, paulatinamente, a missão de Jesus: Ele é o filho
de Deus, inaugurador do seu Reino e um pregador itinerante. No lago de
genesaré, mais uma vez cercado pela multidão, Jesus Cristo sob na barca de
Pedro e desse ponto começa a ensinar.

Na seqüencia Jesus deixa de dirigir-se à multidão e volta-se para Pedro(Lc


5,4).O futuro discípulo esta fatigado pela noite de trabalho.Talvez, querendo
refazer as forças para outro dia de serviço. Jesus,contudo, manda: “faz-te ao
Largo”(Duc in altum), adentrar o Mar e lançar as redes(Lc 5,4b). Pedro,
naturalmente, argúi a Cristo pois era humanamente improvável, haja vista que
era dia e a noite anterior havia sido difícil para Pesca. Neste ponto, Justamente
que identificamos o chamado de Pedro:Ele é chamado a obediência na fé[22],
Cristo lhe chama a confiar nas suas palavras. Precisamente confiando nas
palavras de Jesus(Lc 5,5b) ele lança a rede e faz uma pesca milagrosa.
Depois, disso reconhece o Senhor(Lc 5,8)e busca afastar-se dele. Jesus que
não veio para segregar ou extirpar os pecadores, mas para convertê-los ao seu
Reino exorta-o a não temer(Lc 5,10). E lhe confirma no chamado que lhe fizera.
Pedro é chamado a, confiando na palavra de Cristo, fazer-se pescador de Vida,
de homens(Lc 5,11).

Em resumo poderíamos dizer da vocação de Pedro, que ele é chamado a


servir ao Senhor pela fé depositada Nele. Sua missão decorre desse ponto:
Confiando na Palavra de Deus gerar vida. Ao lado de Pedro despontam outros
discípulos e algumas discípulas, como Maria de Mágdala(Madalena).

3.3.2 - Maria de Mágdala, discipulado e fé

Poucos personagens bíblicos, no imaginário popular, foram tão injustiçados


como Maria Madalena. Não são raros os que se apressam em associá-la à
imagem de uma prostituta. Outros, contudo, tendem a fazer dela ora uma feroz
opositora de Pedro, ora e consorte de Jesus Cristo. Todavia, para além dessa
celeuma construída em torno da figura dessa mulher de Mágdala, pode-se
dizer que ela foi uma judia que, fiel as esperança do seu povo encontrou em
Jesus o Messias prometido e esperado pelo Israel eterno. Desse ponto, tornou-
se discípula do Cristo.

Sobre a judia, mulher e discípula oriunda de Mágdala, talvez, não encontremos


um despertar e ou um chamado explicito da parte do Senhor. Sabemos apenas
que ela era uma mulher da qual o Senhor havia tirado Sete demônios (Mc
16,9). Sua missão e vocação, portanto, decorre de uma situação limite, isto é,
libertação dos demônios. A partir deste ponto, junto com outro grupo de
mulheres, ela seguia Jesus Cristo e contribuía para manutenção do grupo.

Seu segmento radical e fiel a Cristo fez com que ela estivesse junto dele em
momentos cruciais. Esteve presente na cruz(Mt 27,56; Mc 15,40; Jo 19, 25); No
momento do sepultamento(Mt 27,61; Mc 15,40; Jo 19, 25); foi testemunha
ocular do sepulcro de Cristo vazio(Mt 28,1-10; Mc 16, 1-8; Lc 24, 10). De igual
modo sua fidelidade e perseverança no discipulado ao filho de Deus fez com
que ela visse o Cristo ressuscitado( Jo 20,1-18.).

A vocação de Maria de Mágdala, portanto, pode ser resumida sob o binômio


discipulado e fé. Sua vida, a partir da esperança do seu povo por um Messias,
é norteado pelo seguimento fiel e disponível a Cristo, Salvador.Na esteira de
Maria de Mágdala, muitas outras pessoas foram despertadas para seguimento
do ressuscitado. Entre elas muitos homens e mulheres.Um que é digno de nota
é Paulo de Tarso.

3.3.3 - Paulo: Experiência do Ressuscitado.

Numa cidade prospera da Cilicia chamada Tarso, no seio de uma família judia
que gozava, entre outros benefícios, de cidadania Romana – cosmopolita, para
época - havia um jovem chamado Shaul(Saulo, Shaulo). Esse nome era
importante porque evocava o Primeiro Rei bíblico de Israel, da tribo de
Benjamin(1Sm 9, 15-16; 10,1). Essa identidade contudo , como afirma Dodd,
era apenas um nome caseiro, para os seu concidadãos ele era Paulo.
[23] Justamente sobre esse jovem que queremos refletir. Ele foi um fiel judeu(Fl
3, 3-6) que perseguiu vorazmente os seguidores do Caminho(At 9. 1-2), todavia
sua conversão mudou completamente seu jeito de ser e viver a ponto de seguir
e anunciar a Jesus sem temer risco algum para sua vida, por que para ele
“viver era Cristo, morrer era lucro”(cf.Fl 1,21).

Antes, contudo, de adentrarmos no chamado que Cristo faz a Paulo devemos


conhecer um pouco mais de sua vida. Duas fontes podem se utilizadas para
realizar essa empresa.Por um lado os Atos dos Apóstolos e, de outro, as
Cartas que são comumente aceitas como paulinas. Seguiremos aqui, assim
como O’conor[24], o viés das Cartas para traçar brevemente um perfil
biográfico de Paulo, não sem o devido cotejo com os Atos dos Apóstolos.

Paulo, como já dissemos, é comumente tido como natural de Tarso. - há quem


diga que ele é Galileu[25]. De próprio punho, ele não diz nada acerca do seu
lugar de origem, somente nos Atos dos Apóstolos encontramos um discurso
que Lucas põe na boca de Paulo, afirmando sua origem(At 21,39; 22,3).A
preocupação fundamental do Apóstolo é afirmar que: Era Judeu, descendente
da tribo de Benjamin; Educado na Escola de Gamaliel; arraigado
profundamente nas tradições de seu povo e um veemente perseguidor dos
seguidores de Jesus( Rm 11,1; 1Cor 15,9; 2Cor 11,22; Gl 1,13-14 Fl 3,5-6; Tm
1,13-14).

Justamente por causa desses “qualificativos” que podemos falar de uma


vocação de Paulo. Paulo, como ele mesmo afirma, progredia no Judaísmo
mais que qualquer outro judeu (cf.Gl 1,13-14). Por esse motivo, por seu zelo e
por suas convicções farisaicas ele desencadeou, com a permissão do Sumo
Sacerdote, uma voraz caçada aos Judeus-Cristãos (1Cor 15,9; Gl 1,13.23;Fl
3,61; Tm 1,13-14) que estariam ludibriando os Judeus com a pseudo-
informação de que Jesus havia ressuscitado. Aos seus olhos isso parecia uma
heresia que precisava ser combatida com rigor.[26]

Tal como nos informam os Atos dos Apóstolos (At 9,1-3), Paulo conseguiu uma
autorização dos Sumos Sacerdotes para perseguir as pessoas do
“Caminho”.Ele dirige-se a Damasco. O’Connor, propõe que diferentemente do
que costumou-se afirmar, Paulo estava próximo a Damasco, não para
perseguir Judeus-cristãos, mas estava indo visitar sua cidade natal,
Tarso[27] De qualquer modo, é nas proximidades de Tarso que Paulo tem uma
experiência que muda sua vida, nela que julgamos acontecer a sua vocação.

Em vários trechos de suas cartas Paulo faz alusão a essa experiência, todavia
não a descreve com minúcias. Ele expõe que viu o Senhor(1Cor 9,1. 15, 8;); foi
alcançado por Deus(Fl 3,12) e separado desde o ventre Materno( Gl 1, 15 -17).
Contudo na Primeira cartas aos Corintos Paulo, diz que “viu” o Senhor.Trata-se
de um verbo da ressurreição, tal qual Maria de Magdala( Jo 20,14.). Paulo
coloca-se, portanto, em pé de Igualdade com todos os outros que viveram e
conviveram com Jesus. Ele de modo especial foi digno de Ver o Senhor
ressuscitado.(1Cor 15,3-7). A vocação do Apóstolo dos Gentios é fruto do
chamado de Cristo ressuscitado.

Se Paulo é profundamente lacônico quando fala de sua vocação, temos o


relato dos Atos que é um pouco mais lírico para descrever esse chamado(At.9,
3-9). Nesse texto Paulo está a caminho de Damasco, em pleno dia. Nesse
ambiente desponta uma luz que lhe envolve e faz cair por Terra. Desse ponto
ele ouve uma voz. Tal como ela se identifica ,é a voz do Senhor(At 9, 5b). Na
seqüencia ele é enviado a Damasco para ser batizado por um certo Ananias e,
depois de algum tempo, iniciar uma fabulosa caminhada Anunciando Jesus
Ressuscitado.

Sobre Paulo, por fim, podemos dizer que ele é um judeu convicto. Que ele,
uma vez ouviu o chamado do Senhor ressuscitado, deixou tudo e guiou-se por
essa experiência mística. Fez tudo para com todos visando ganhar todos para
Cristo.

5 - CONCLUSÃO: o chamado e suas muitas vertentes

Uma caminho, que julgo colossal, foi percorrido para chegar até este ponto.
Enveredando pelas sendas do Antigo e do Novo Testamento pudemos
perceber como o povo da Bíblia registrou a experiência de homens e mulheres
no serviço a Deus.

Algumas conclusões pode-se extrair do exposto:

A - Em quase todos os chamados a estrutura é sempre a mesma. Deus faz um


apelo amoroso, quase que irresistível; Diante dessa convocação, face ao
“Temor e tremor” que uma teofania causa, a alternativa geralmente seguida
pelos chamados é de recusar(Salvo, algumas exceções).Contudo, o convite é
tão generoso que o candidato aceita a missão e a executa com fidelidade a
Deus;

B - Peculiar em cada chamado é que eles não são designados para uma
missão própria. Eles não são chamados a legislar em causa própria. Antes são
convocados a colocarem-se a serviço de Deus e executar a missão que lhe é
confiada.

C - O fato de ser chamado por uma voz, uma pessoa, uma luz, um anjo são
metáforas que os relatores dos Textos Sagrados encontraram para dizer que,
ao longo da história e ainda hoje, Deus suscita homens e mulheres com
disposição para testemunharem no mundo o seu amor.

Por fim, fica o perene apelo para que cada homem e mulher, inspirado pela
Sagrada Escritura, busque ouvir o seu apelo e corporifique nas realidades
difíceis da vida, nas situações limites, a presença do Senhor,

REFERÊNCIAS

Bíblia de Jerusalém.São Paulo: Paulus.2004.

Bíblia Sagrada. São Paulo: Paulinas.1988(Tradução da vulgata pelo Pe. Matos Soares)


CARREZ, Maurice a Vida de Paulo. In: CARREZ, M. (et. al)As cartas de Paulo, Tiago,
Pedro e Judas São Paulo: Paulus.1987.

CELSO, Pedro. Entrevista sobre o Ano Paulino. REVISTA ANAIS Jun/2008. n. 06. São


Paulo.p.16-18

CENTRO BIBLICO VERBO. Deus viu que tudo era muito bom: Entendendo o livro do
Genesis 1-11.São Paulo: Paulus. 2007.

DODD, Charles Harold. A mensagem de Paulo Para o homem de Hoje. 2.ed. São


Paulo: Paulinas.1981.

FARIA, Jacir de Freitas. Elementos essenciais da Vocação na Bíblia.CONVERGÊNCIA, Rio


de Janeiro: n. 376, p.469-482, out. 2004.

FERREIRA, Reuberson. Maria na Bíblia: Considerações sobre a discípula de Nazaré.


Disponível em:www.abiblia.org.

MACKENZE, John L Dicionário Bíblico. 6 ed. Paulus. São Paulo

MARTINI, Carlo Maria, SJ e VANHOYE, Alberty.Biblia e Vocação. São Paulo: Loyola.1987

O’CONNOR, Jerome Murphy. Paulo: Biografia Critica. São Paulo: Loyola. 2000.

____ Paulo: história de um Apostolo. São Paulo: Loyola. 2007

RATZINGER, Joseph. Jesus de Nazaré: Do Batismo a Transfiguração no Jordão.


Planeta:São Paulo. 2007

RENTAMALES, Santiago Silva. Os discípulos de Jesus: Relatos e imagens de Vocação e


Missão na Bíblia. São Paulo: Paulinas/ Paulus. 2007(Coleção quinta Conferência –
Bíblia.)

RINALDO, Fabris;MAGGIONI,Bruno. Os evangelhos ( I & II). 2ª ed.São Paulo:


Loyola.1995

KODEL, Jerome. Evangelho de Lucas: BERGANT, Diane e KARRIS, Robert J.


(ORG) Comentário Bíblico.v.III. São Paulo: Loyola.1999

[1] cf. RENTAMALES, Santiago Silva. Os discípulos de Jesus: Relato e imagens de


Vocação e Missão na Biblia.São Paulo: paulinas/ Paulus. 2007 p.19-27(coleção quinta
Conferência – Bíblia.)
[2] Cf.MARTINI, Carlo Maria, SJ e VANHOYE, Alberty.Biblia e Vocação. São Paulo:
Loyola.1987.p.26

[3] Cf.MARTINI, Carlo Maria, SJ e VANHOYE, Alberty. Op. Cit..p.26-31. Nestas paginas o


cardeal Martini interpreta o chamado de Abraão não como um chamado vocacional
convencional no qual Deus Chama e o individuo puramente responde(Is 42,6), antes
ele é um chamado de partida, talvez originário que dá margem a todos os outros
chamados.

[4] Cf.MARTINI, Carlo Maria, SJ e VANHOYE, Alberty. Op. Cit..p.30

[5] E Evito aqui as naturais questões sobre a passagem ou não pelo Mar vermelho.Tal
como já afirmei o cunho deste estudo é narrativo, embora reconheçamos toda
discussão histórico-critica sobre este assunto.

[6] Cf.MARTINI, Carlo Maria, SJ e VANHOYE, Alberty. Op. Cit..p.37

[7] Essa história é recontada no capitulo 6, 1-13.26-30

[8]FARIA, Jacir de Freitas. Elementos essenciais da Vocação na


Bíblia.CONVERGÊNCIA, Rio de Janeiro: n. 376, p.469-482, out. 2004

[9] Após o nascimento de Davi Ana entoa um belo canto de louvor a Deus pelas
maravilhas que Deus fez por ela (1Sm 2, 1-10). Muitos Biblistas fazem um paralelo
entre o canto de Ana e o Canto de Maria: KODEL, Jerome. Evangelho de Lucas:
BERGANT, Diane e KARRIS, Robert J.(ORG) Comentário Bíblico.v.III. São Paulo:
Loyola.1999.p.77

[10] RENTAMALES, Santiago Silva. Op. Cit. .18-19

[11] Evito aqui as naturais questões sobre a existência ou não do Reino de Israel,


Reinado de Saul ou Davi.Tal como já afirmei o cunho deste estudo, embora
reconheçamos toda discussão histórico-critica sobre este assunto, é narrativo.

[12] (Benjamin, Jezrael e Galaad era o reinado de Isboet)

[13]Cf.: CENTRO BIBLICO VERBO. Deus viu que tudo era muito bom: Entendendo o
livro do Genesis 1-11.São Paulo: Paulus. 2007p. 13

[14] RENTAMALES, Santiago Silva. Op. Cit. p.31

[15] Cf.MARTINI, Carlo Maria, SJ e VANHOYE, Alberty. Op. Cit. p.37

[16] Cf.MACKENZE, John L Dicionário Bíblico. 6 ed. Paulus. São Paulo.p.420

[17] Para ter um apanhado das menções a Maria na Biblia, consultar o artigo:


FERREIRA, Reuberson. Maria na Bíblia: Considerações sobre a discípula de Nazaré.
Disponível em:www.abiblia.org.

[18] RINALDO, Fabris;MAGGIONI,Bruno. Os evangelhos (II). 2ª ed.São Paulo:


Loyola.1995.p.31

[19] RINALDO, Fabris;MAGGIONI,Bruno. Op.cit.32

[20] Cf.:RATZINGER, Joseph. Jesus de Nazaré: Do Batismo a Transfiguração no Jordão.


Planeta:São Paulo. 2007.153

[21]MARTINI, Carlo Maria, SJ e VANHOYE, Alberty. Op. Cit. p.74


[22] cf: KODEL, Jerome. Evangelho de Lucas: BERGANT, Diane e KARRIS, Robert J.
(ORG) Comentário Bíblico.v.III. São Paulo: Loyola.1999.p.73.

[23]Cf DODD, Charles Harold. A mensagem de Paulo Para o homem de Hoje. 2.ed.


São Paulo: Paulinas.1981. p.21-22

[24]Cf. O’CONNOR, Jerome Murphy. Paulo: Biografia Critica. São Paulo: Loyola. 2000.


p.9-11

[25] Cf. O’CONNOR, Jerome Murphy. Paulo: história de um Apostolo. São Paulo: Loyola.


2007 p.24

[26]Cf.CELSO, Pedro. Entrevista sobre o Ano Paulino. REVISTA ANAIS Jun/2008. n. 06.


São Paulo.p16-18

[27] Cf. O’CONNOR, Jerome Murphy. Paulo: história de um Apostolo. São Paulo: Loyola.


2007 p.41

Você também pode gostar