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6º ENCONTRO DE CATEQUESE

(por Thiago R. Miziara)

TEMAS ABORDADOS:

- A História de Moisés.
- A escravidão no Egito.
- A Revelação do nome de Deus.
- A fuga do Egito (Êxodo).
- A entrega dos 10 mandamentos.

RESUMO:

Como vimos nos encontros passados, após a entrada do pecado na História, Deus
não abandonou a criatura humana. Ele bolou um Plano de Salvação, a fim de restaurar a nossa
dignidade. Vimos também que é propriamente por meio das vocações que Deus nos chama a
viver a santidade e a aderirmos ao seu projeto salvífico (que é realizado na pessoa de Jesus).
Vale lembrar que Deus fez duas promessas: prometeu formar um Povo, e prometeu que desse
povo sairia “Aquele que iria derrotar a Morte”.
É nesse contexto, então, que podemos falar, historicamente, sobre como Deus
começou a cumprir suas Promessas, dando início ao Plano de Salvação. Para tanto, ele
recrutou primeiro os Patriarcas (como já estudado), e depois suscitou Moisés.

A HISTÓRIA DE MOISÉS: ESCRAVIDÃO NO EGITO, ÊXODO DO POVO E OS 10 MANDAMENTOS:

Nos encontros passados, vimos que o povo de Deus (filhos das 12 tribos de Israel)
saiu de Canaã e foi para o Egito, para fugir da seca e da fome. Lá, o povo foi sustentado por
José, durante todo esse período difícil.
Contudo, os anos foram passando, e aquele povo que foi para o Egito se
acostumou à nova terra, e lá ficou. O povo, que inicialmente tinha umas 70 pessoas, logo se
multiplicou, tornando-se numeroso e forte. Ao todo, passaram-se cerca de 400 anos, e o povo
de Israel não voltou para sua terra, acreditando que sempre poderiam ficar no Egito.
Entretanto, após a morte de José, os sucessivos faraós foram se esquecendo do
motivo pelo qual aquele povo tinha ido parar em suas terras. Ocorreu, então, que subiu ao
trono um novo Faraó que não tinha conhecido José. Esse Faraó encarou o crescimento do
povo hebreu como uma ameaça. Dessa forma, o Faraó ordenou que:

1 – o povo fosse oprimido com duro trabalho escravo;


2 – Que as parteiras matassem os filhos dos hebreus nascidos homens;
3 – Como as parteiras, que haviam se tornado amigas dos hebreus, recusavam-se
a cumprir tal ordem do Faraó, este ordenou que os soldados entrassem na casa dos hebreus e
tirassem de suas mães todas as crianças nascidas homens e as jogassem no rio Nilo.
Foi assim que uma mulher, da tribo de Levi, tentou esconder seu filho por três
meses das garras dos soldados. Não podendo mais ocultá-lo, pegou uma cesta de junco e
colocou o menino dentro, soltando-o ao Nilo. Fez isso, pois sabia que a filha do Faraó banhava-
se nas águas do Nilo, e certamente encontraria a criança. Quando a Filha do Faraó encontrou a
criança no cesto, resolveu adotá-la, dando-lhe o nome de Moisés (que significa “aquele que foi
tirado das águas”).
Moisés cresceu na casa do Faraó, sendo tratado como Egípcio. Contudo, certo dia,
quando saiu do palácio, descobriu sua origem hebraica. Viu como o povo era tratado pelo
Faraó, e rebelou-se contra esse tratamento. Observando como um soldado maltratava a duras
penas uma pessoa de seu povo, esperou que ninguém mais estivesse olhando e matou o
soldado egípcio.
Logo, o povo hebreu tomou conhecimento do homicídio, temendo Moisés. O
Faraó, quando soube, também buscou justiça contra Moisés, dando ordem de matá-lo.
Moisés, encurralado entre a ira do Faraó e a rejeição de seu próprio povo, resolveu fugir do
Egito, indo para a terra de Madiã. Lá chegando, casou-se com a filha de Jetro, o sacerdote de
Madiã.
Ocorreu que um dia, enquanto Moisés pastoreava as ovelhas de seu sogro,
acabou indo além dos limites conhecidos, e adentrou num monte (monte Horeb ou monte
Sinai). Lá, Moisés observou uma cena curiosa, uma sarça (arbusto) que ardia em chamas, mas
não se consumia. De dentro da sarça, Moisés ouviu a voz de Deus, que lhe pedia para libertar o
povo que estava escravo no Egito. Quando Moisés perguntou que deus era ele e qual seu
nome, Deus lhe revelou que era o Deus da Aliança, o Deus de Abraão, de Issac, e de Jacó. Disse
também que seu nome era YHVH (a provável pronúncia é Javé ou Jeová), que em hebraico
significa “EU SOU” (“Eu sou aquele que sou”, “aquele que é”).

- Deus revela o seu nome (CIC §§ 206-209):

Ao revelar seu nome misterioso de Yahweh, "Eu sou AQUELE QUE É"
ou "Eu Sou Aquele que SOU", ou também "Eu sou Quem sou", Deus declara
quem Ele é e com que nome se deve chamá-lo. Este nome divino é
misterioso como Deus é mistério. Ele é ao mesmo tempo um nome revelado
e como que a recusa de um nome, e é por isso mesmo que exprime da
melhor forma a realidade de Deus como ele é, infinitamente acima de tudo
o que podemos compreender ou dizer: ele é o "Deus escondido" (Is 45,15),
seu nome é inefável, e ele é o Deus que se faz próximo dos homens.
Ao revelar seu nome, Deus, revela ao mesmo tempo sua fidelidade,
que é de sempre e para sempre, válida tanto para o passado ("Eu sou o
Deus de teus pais", Ex 3,6) como para o futuro ("Eu estarei contigo", Ex
3,12). Deus, que revela seu nome como "Eu sou", revela-se como o Deus que
está sempre presente junto a seu povo para salvá-lo.
Diante da presença atraente e misteriosa de Deus, o homem descobre
sua pequenez. Diante da sarça ardente, Moisés tira a sandálias e cobre o
rosto em face da Santidade Divina. Diante da glória de Deus três vezes
santo, Isaias exclama: "Ai de mim estou perdido! Com efeito, sou um
homem de lábios impuros” (Is 6,5). Diante dos sinais divinos que Jesus faz,
Pedro exclama "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador" (Lc 5,8).
Mas porque Deus é santo, pode perdoar o homem que se descobre pecador
diante dele: "Não executarei o ardor da minha ira... porque sou Deus e não
homem, eu sou santo no meio de ti” (Os 11,9). O apóstolo João dirá: "Diante
dele tranquilizaremos nosso coração, se nosso coração nos acusa, porque
Deus é maior do que nosso coração e conhece todas as coisas" (1Jo 3,19-
20).
Por respeito à santidade de Deus, o povo de Israel não pronuncia seu
nome. Na leitura da Sagrada Escritura, o nome revelado é substituído pelo
título divino "Senhor" ("Adonai", em hebraico, e "Kýrios", em grego). É com
este título que é aclamada a divindade de Jesus: "Jesus é Senhor”.
Depois do pecado de Israel, que se desviou de Deus para adorar o
bezerro de ouro, Deus ouve a intercessão de Moisés e aceita caminhar no
meio de um povo infiel, manifestando, assim o seu amor. A Moisés, que
pede para ver sua glória, Deus responde: "Farei passar diante de ti toda a
minha beleza e diante de ti pronunciarei o nome de Iahweh" (Ex 33,18-19). E
o Senhor passa diante de Moisés e proclama: "Iahweh, Iahweh, Deus de
ternura e de compaixão, lento para a cólera e rico em amor e fidelidade" (Ex
34,6). Moisés confessa então que o Senhor é um Deus que perdoa.
O Nome divino "Eu sou" ou "Ele é" exprime a fidelidade de Deus, que,
apesar da infidelidade do pecado dos homens e do castigo que ele merece,
"guarda seu amor a milhares" (Ex 34,7). Deus revela que é "rico em
misericórdia" (Ef 2,4), indo até o ponto de dar seu próprio Filho. Ao dar sua
vida para libertar-nos do pecado, Jesus revelará que ele mesmo traz o Nome
divino: "Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que “EU
SOU" (Jo 8,28).
SÓ DEUS É
Ao longo dos séculos, a fé de Israel pôde desenvolver e aprofundar as
riquezas contidas na revelação do nome divino. Deus é único, fora dele não
há deuses. Transcende o mundo e a história. Foi Ele quem fez o céu e a
terra: "Eles perecem, mas tu permaneces; todos ficam gastos como a
roupa... mas tu existes, e teus anos jamais findarão!" (Sl 102,27-28). Nele
"não há mudança, nem sombra de variação" (Tg 1,17). Ele é "AQUELE QUE
É", desde sempre e para sempre, e é assim que permanece sempre fiel a si
mesmo e às suas promessas.
A revelação do nome inefável "EU SOU AQUELE QUE SOU" contém,
pois, a verdade de que só Deus é. E neste sentido que a tradução dos
Setenta e, na esteira deles, a Tradição da Igreja compreenderam o nome
divino: Deus é a plenitude do Ser e de toda perfeição, sem origem e sem fim.
Ao passo que as criaturas receberam dele todo o seu ser e o seu ter, só Ele é
seu próprio ser, e é por Si mesmo tudo o que é.

- Depois que Deus revelou seu nome, Moisés voltou ao Egito, para tentar
convencer o novo Faraó a deixar o povo de Deus ir embora. A cada tentativa, o Faraó se
negava. E a cada negativa, Deus enviava uma praga ao Egito. Foram, no total, 10 pragas. Após
a última praga (a passagem do anjo da morte), o Faraó finalmente concorda em deixar o povo
ir.
Entretanto, após a partida do povo, o Faraó muda de ideia e manda o exército
capturar os hebreus e trazê-los de volta ao Egito. Encurralados entre o exército de Faraó e o
mar Vermelho, os hebreus testemunham o grande poder de Deus, que fez as águas do mar
abrirem-se. Após o povo atravessar as águas, Deus fez o mar se fechar, afogando os soldados
egípcios (obs.: veremos no ano que vem, que este episódio constitui a “Pessach”, ou seja, a
páscoa judaica, que serviu de base e referência para a instituição da Páscoa Cristã).
Do outro lado do mar, Moisés conduziu o povo pelo deserto até chegar
novamente ao monte Sinai, lugar onde recebeu de Deus as tábuas da Lei (pedras onde Deus
escreveu os 10 mandamentos). Ver Ex 20.
Contudo, mesmo tendo visto o grande poder de Deus e de ter sido liberto da
escravidão, o povo hebreu continuou tendo um coração duro. Muitas foram as ocasiões em
que se distanciaram dos ensinamentos de Moisés e adoraram aos bezerros de ouro. Muitas
foram as vezes em que não foram fiéis. Por esse motivo, tiverem que peregrinar por 40 anos
no deserto, até encontrarem novamente Canaã, a Terra Prometida.
O número 4 na Bíblia indica “maturidade”. Portanto, toda referência a período de
tempo 4 (ou múltiplos de 4), tais como 4, 40, 400, etc, diz respeito a um tempo natural para
que se obtenha a maturidade necessária para que se cumpra a Vontade de Deus.
Ex.: quaresma (40 dias que Jesus passou no deserto), 40 anos (do povo no
deserto), 400 anos (de escravidão no Egito), 4 anos (tempo estimado que Jesus teria ficado no
Egito, fugido de Herodes), quarentena (tempo que um doente precisa ficar isolado, para curar-
se de alguma infecção ou doença desconhecida), etc....

INTERAÇÃO:

Escutem as músicas “Liberta meu povo” (de Adriana), “Abrindo mares” (versão do
Pe. Fábio de Melo), “When you Believe” (Maraiah Carey e Whitney Houston), e demais
músicas a respeito do tema.
Assistam também aos filmes “O príncipe do Egito”, “Os 10 Mandamentos” e
demais filmes que guardam essa pertinência temática.

COMPROMISSO:

Escrevam no diário de vocês sobre suas escravidões, sobre como as realidade do


mundo aprisionam vocês e sobre como vocês têm buscado Deus, para que Ele os liberte de
todas essas realidades. Deus é fiel e sempre ouve o clamor de seu povo. Anote também todas
as vezes em que vocês sentiram que Deus “abria os mares” para vocês e os livrava das
realidades que sufocavam. Façam, em seu diário, agradecimentos a Deus pelos livramentos
que Ele tem operado em suas vidas.

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