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Mondragon Unibertsitatea

HUHEZI
Alumno: João Paulo da Silva 217070

Sistema Cooperativo, educação e Pessoa Cooperativa.

Introdução

Este trabalho é uma análise do sistema cooperativo de Mondragon e a


sua relação com a transformação social na sociedade o qual está inserida. OS
aspectos de como se deram essa transformação, como por exemplo, o enfoque da
educação nesse processo como pilar fundamental. Ainda, analisando e identificando
os desafios e objetivos da Educação do século XXI. Compreender e identificar a
pessoa cooperativa através de suas atitudes, valores e ações dentro do contexto da
experiência cooperativa de País Vasco, fazendo a correlação com o contexto
profissional de cada participantes, que fazem a formação em Especialização em
Educação Cooperativa, nas instituições educativas da Paraíba.

Modelo Cooperativo

Importante denotar o que é uma cooperativa ou o modelo cooperativista para


que possamos ter uma melhor compreensão do tema abordado e, assim, conseguir
uma visão mais alargada para este trabalho. Podemos de forma objetiva definir
cooperativa como uma organização formada por pessoas de um determinado ramo
econômico ou social que tem por objetivo desenvolver atividades para o bem comum
de todos os cooperados, com características de propósitos e interesses comuns,
tendo ações voluntarias com obtenção de resultados úteis a todos.
As cooperativas são agrupamentos de indivíduos que buscam a maximização
de seus resultados ou fortalecimentos de suas atividades lhes protegendo das
adversidades econômicas-sociais, a qual todas as atividades econômicas e
agrupamentos sociais podem sofrer no mercado globalizado da contemporaneidade.
Tem por características para os cooperados, segundo a OCB –Organização das
Cooperativas do Brasil, as seguintes características:
“como ser dono e usuário do negócio, participar das decisões – opinar e decidir,
participar das sobras, pois o resultado do trabalho dos cooperados é dividido entre
eles mesmos, na proporção do trabalho realizado, dividir o ônus, compartilhar os
recursos, reduzir os custos da produção, barganhar menores preços na compra de
insumos para produção, conseguir melhores preços no mercado – vendas em
comum, ter controle sobre a comercialização e industrialização dos produtos, ter
assistência técnica especializada, maior agilidade para obter crédito – negociação
coletiva, ter uma organização que represente o grupo no aspecto político, econômico
e social, ter espaço para discutir os problemas e buscar novas soluções, aderir
voluntariamente à cooperativa, pois a mesma é uma organização democrática, as
cooperativas têm origem local e isso aumenta o poder de barganha e de
reivindicação do grupo associativo, pois afasta ou disciplina a ação dos
intermediários, melhorar a renda dos associados. Eles podem ter uma remuneração
maior do que a de empregado, além de terem autonomia na prestação de serviços.”
(OCB, 2019)

Também, é salutar compreendermos o processo de transformação que passa


uma determinada sociedade, em virtude de suas ações para a mudança em qual
essa sociedade está inserida nessa marcha, podemos inferir como transformação
social. Pode-se, portanto, compreender como sendo o processo que altera as
normas, as relações os valores e hierarquias institucionalizadas ao longo do
processo histórico. É um processo pela qual a sociedade muda.
Pedindo emprestando da ciência química, dizemos que transformação é
mudar substancialmente o estado das coisas, ou seja, o estado final das coisas é
totalmente diferente do estado inicial.
No Sistema cooperativo a educação desempenha um papel importante na
marcha desse processo transformativo da sociedade. A educação é, portanto, um
dos pilares extremamente importante. Não, obstante, a educação é um dos
princípios fundamentais do cooperativismo, sendo o decimo princípio. Grifo nosso, a
educação deveria ser o primeiros de todos os princípios do ideal cooperativista, uma
vez que a educação – cultura, pressupõe a base de todo desenvolvimento humano
na contemporaneidade.
A educação cooperativa é responsável pela transformação social do entorno
onde ela é aplicada, um vez que as pessoas, dentro de um contexto coletivo,
conseguem implementar melhores resultados sociais.

“Nesse contexto, o cooperativismo é considerado como um dos principais


instrumentos de promoção do desenvolvimento econômico e social, que cria e
distribui riquezas e proporciona o capital social nas comunidades que o praticam.”
(Alcântara et al. Pág. 185).

O impulso para a transformação da realidade social nesta região do País


Vasco, foi baseada fortemente na educação, como alternativa social para essa
mudança, tanto econômica e cultural. Isso é evidenciado claramente na questão
Vasca, com o ensino do Euskera, como um instrumento de fortalecimento da
identidade de sua sociedade, sendo um elo de convergência de um interesse
coletivo.
Uma transformação social baseada na educação com uma dimensão
totalmente integral compreendendo uma formação profissional, moral e ética.
Profissional quando do conhecimento técnico, através por exemplo, da Escola
Politécnica em 1943. Essa visão da educação cooperativa como uma alavanca para
o desenvolvimento, olhando a necessidade da sociedade para que a educação
possa exercer esse papel para o desenvolvimento

Desafios da Educação no Século XXI

O contexto da sociedade atual importa novos desafios para a Educação, uma


vez, que estamos no cenário em que as distancias foram vencidas, uma sociedade
instantânea, uma sociedade da informação, onde essas informações são facilmente
encontradas com um simples clique ou, simplesmente, a um passo de um touch –
toque – na tela de smartphone. Uma sociedade fluida ou liquida, como diz Zygmunt
Bauman, “vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”. A modernidade
imediata é veloz e liquida, por que não consegue definir forma, mas sua forma
depende do estado e do mundo em que se encontram, não sendo uniforme durante
todo o processo. (Bauman, 2017).
Logo, é um desafio gigante para Educação nesta modernidade imediata, do
tempo de hoje. A educação e todos os processos educativos a ela inerentes devem
estar preparados para conseguir dar respostas a estas características dos tempos
atuais.
As instituições cooperativas dentro da construção de seu currículo e do seu
fazer pedagógico parece estar atenta as mudanças que os tempos atuais impõe,
colocando dentro de seu trabalho pedagógico a construção coletiva do
conhecimento, onde todos, contribuem na produção do conhecimento, desde a
construção do currículo, como nos espações onde o professor e aluno atuam juntos
e não apartados na estrutura física da escola.
Há, portanto, uma quebra paradigmática da lógica do poder do conhecimento,
onde quem tem o conhecimento tem o poder, o poder nessa lógica é presente
apenas no professor, o aluno é mero receptor e depois reprodutor desta logica. A
quebra desse paradigma consiste em incluir o aluno no processo ensino-
aprendizagem, valorizando-o, fazendo que ele se sinta parte deste processo, que
seja parte pertencente dentro do próprio conhecimento. Que ele se enxergue
protagonista na produção do seu conhecimento e na percepção do seu mundo.
Nas escolas visitadas, como por exemplo, na Iskatola Arismendi, todos
ensinam, todos aprendem, todos participam. A produção do conhecimento não é
hierarquizada, mas horizontal. O professor é aquele que conduz a produção do
conhecimento, uma vez que o aluno já traz uma carga de conhecimento, e na sala
de aula, ou em outros espaços, passam agregar, e interagir suas informações de
mundo que os tem, fazendo através da participação dentro de projetos, participando
de forma integral, contextualizando o problema e dentro da transversalidade das
matérias, encontrar uma resposta para o desafio proposto. A metodologia da
aprendizagem ativa é interessante por que o aluno é parte, ou seja, ele faz parte e é
parte integrante. O aluno desempenha dentro do projeto da situação problema a
vivencia do próprio problema, e assim olhar de dentro e pode encontrar caminhos
para encontrar a resposta do desafio.

Pessoa Cooperativa

A sociedade globalizada que estamos hoje vivenciando, partindo ainda de


Bauman (2017), uma sociedade liquida e imediata, contextualizada por meios do
fenômeno da globalização, do mundo digital e da inteligência artificial, de mudanças
climáticas aceleradas, decorrentes da ação humana, fenômenos migratórios
voluntários e forçados, corrobora a uma sociedade mais individualizada e egoísta
(Armada, 2012). Para fazer frente, a este contexto é necessário dentro desse
modelo cooperativista, ora em reflexão, uma pessoa cooperativa, que com
características altruístas diante desta realidade posta. Uma pessoa cooperativa é,
segundo Azkarate:

“a que possui valores e atitudes individuais e coletivas que tem em conta o


ser humano e a sociedade. É autossuficiente, e exerce a cooperação e o ativismo
social, pensando e trabalhando para a transformação da sociedade baseada na
solidariedade e a inovação.” (Azkarate et al., 2019).

Logo, a pessoa cooperativa deve ter está imbuído na sua vida de valores e
atitudes quem embora individuais, tenham implicações comunitárias/coletivas,
fazendo com que esses valores, atitudes individuais e comunitários possam confluir
para uma sociedade mais justa, igualitária e equitativa. A pessoa cooperativa está
dentro de três dimensões, a dimensão pessoal, a dimensão relacional e a dimensão
social-comunitária.

Realidade Local e a Pessoa Cooperativa

Partindo, daquilo que é denotado como pessoa cooperativa, analisando as


atitudes, valores individuais e comunitários, acima demonstrado, e fazendo a análise
das dimensões para a identificação dessas características presentes nas pessoas
na instituição de ensino da ECI Professor Antônio Gomes, torna-se uma tarefa difícil
para esta valorização, uma vez que, diante do ambiente – a escola – ser um
ambiente plural e heterogêneo, esse olhar objetivo, é de difícil valorização.
No entanto, é possível perceber, que essas características correlacionadas
nos valores, atitudes individuais e comunitários não são trabalhados de forma para
que essas características possam ser alcançadas e, todas as dimensões ou todas
as características do que é ser a pessoa cooperativa. Contudo, é possível encontrar
várias destas características nas pessoas que fazem a instituição, o que se percebe
é que essas características não são trabalhadas de forma integral e nem
coordenadas, fazendo com que se despedissem essas qualidades, que objetivam
uma sociedade mais justa e, no processo da sociedade atual e dos desafios que a
educação brasileira e, sobretudo, a educação paraibana, possuem hoje, e, assim,
conseguir uma educação mais inclusiva, interativa e ativa entres os vários atores
que fazem a educação, obviamente, que dentro desse modelo cooperativista.

Considerações finais

O modelo cooperativista de Mondragron, teve como base importante, a


educação e, de sobremodo, a educação cooperativista, fazendo se imbuir na
sociedade na qual está inserida, a cultura dos ideais cooperativistas,
consubstanciados nos princípios cooperativistas. Parece claro, que esses princípios,
dentro deste logica, faz com que os desafios no mundo globalizado e capitalista,
encontre mais guaridas e resoluções para esse embate. A solidariedade, igualdade,
respeito, lealdade, compromisso social e cooperação, dentre outros atributos, fazem
as atitudes e os valores da pessoa cooperativa um esteio importante para enfrentar
esses desafios da sociedade contemporânea. A dificuldade que se encontra na
nossa instituição de ensino, considera primeiro, como identificar esses valores e
atitudes cooperativistas, segundo, coordena-lo para buscar o mesmo objetivo, que e
uma educação que enfrente os desafios postos do século XXI, terceiro, como imbuir
essa lógica na cultura da sociedade no entorno da escola, e quarto, como construir
um modelo educativo, que consiga fazer com que esses pontos da pessoa
cooperativa, seja o perfil de saída de alunado na escola onde trabalha casa
participante e, assim, buscarmos uma sociedade justa com justiça social.

Referências bibliográficas

Conscienta.se mst.org.br/grupo de estudo de ralações humanas e cooperação.


Material entregue em aula 21-10-2019.

Cirec-España, Revista de Economia Pública, Social y Cooperativa nº 93/2018, pp


181-209.
La experiência cooperativa de Mondragon – uma sínteses general. LANKI-HUHEZI
2008

https://pt.ripleybelieves.com/what-is-sociale-transformacion-7784
Acesso em 01-nov-2019

Charles Alexandre Souza Armada. UMA SOCIEDADE GLOBAL E UM NOVO


TEMPO. Revista Direito & Politica. 2012 Revista eletrônica. Acesso em 05/11/2019

Medición del perfil de persona cooperativa em um contexto de ransformacion


educativa Y social. Slides Moddle Mondragon – 2019

Organização das Cooperativas do Brasil – OCB


https://www.ocb.org.br/
aceso en 05/11/2019

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