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monarquia - não são todos antagônicos entre si. Eles fazem parte de ramos distintos no estudo
das Ciências Políticas.
O parlamentarismo e o presidencialismo, por exemplo, são antagônicos entre si, dado que
pertencem ao mesmo ramo, o de sistemas de governo, não sendo possível a coexistência destes
numa mesma estrutura de Estado. Ressalte-se que o exame dos sistemas de governo se destina
a tipificar as relações entre os poderes do Estado, em especial o trato entre Executivo e
Legislativo.
Já a monarquia é considerada pela doutrina como pertencente ao ramo das formas de governo.
Este, por sua vez, se limita a estudar os órgãos de governo, do ponto de vista da sua estrutura
fundamental e da maneira como se relacionam. Assim, as formas de governo englobam, dentre
outros, o estudo dos sistemas de governo. Podemos citar como forma contrastante com a
Monarquia, a forma republicana.
O parlamentarismo até hoje é o único sistema de governo que se mostrou compatível com a
forma monárquica. Originário da Inglaterra, nasceu e cresceu na Idade Média, consolidando-se
no século XVII como um dos poderes do Estado, sendo formalmente instituído pela reforma
eleitoral de 1832, e integrado nas suas regras clássicas pelas reformas de 1867 e 1884.
Esse sistema tende a manter a divisão clássica dos três poderes de Estado (Executivo, Legislativo
e Judiciário) formuladas por Montesquieu. Porém, diferindo do presidencialismo, o sistema
parlamentar pressupõe a interdependência entre os dois primeiros. Nisto reside sua
característica primordial, a ideia de que a legitimidade democrática e a autoridade do governo
derivem da confiança ou da tolerância do Parlamento. Desta forma, o Poder Executivo é dividido
entre o Chefe de Estado e o Chefe de Governo. Aquele pode ser eleito direta ou indiretamente
e goza de relativa estabilidade se for um Presidente, ou total durabilidade se for um Monarca,
pois não pode ser responsabilizado politicamente. Possui poucas prerrogativas, sendo a maior
delas a de poder dissolver o Parlamento, desde que observe alguns critérios, para convocar
novas eleições. É mais influente na política internacional do Estado. Quanto ao Chefe de
Governo, é indispensável que seja indicado pelo Parlamento ou que tenha a manifesta confiança
deste para assumir a chefia do Gabinete, órgão dinâmico e responsável. Caso incorra em
escolhas erradas e gere insatisfação generalizada, tem o Parlamento a faculdade de
desconstituir essa parte do Poder Executivo, impondo-se a necessidade da formação de um novo
Gabinete. Em geral, é o líder do partido majoritário que assume a função de Primeiro-Ministro,
pois, por óbvio, possui maior capital político para desempenhar as funções de Governo com
tranquilidade.
O presidencialismo também está esquematizado na tradicional divisão dos três poderes. Nele,
entretanto, há a atuação separada, independente e harmônica de um poder perante o outro,
num mecanismo conhecido como sistema de pesos e contrapesos. A figura central desse sistema
representativo é o Presidente, ente que concentra as funções de Chefe de Estado e Chefe de
Governo, ou seja, exerce o Poder Executivo unipessoalmente. É fundamental que este ascenda
ao poder por meio do voto direto do corpo eleitoral, a fim de representar a soberania nacional,
assemelhando-se a figura do Rei. Vale lembrar que o sistema presidencialista é incompatível
com a forma de governo monárquica. Ao ser eleito, o Presidente assume um mandato por
tempo determinado, geralmente quadrienal, de forma a não precisar garantir o apoio do
Parlamento para permanecer como Presidente. A Assembleia Nacional só pode demitir o Chefe
do Executivo em casos extremos, no processo conhecido como impeachment, quando este
cometer faltas graves em suas políticas para a Administração pública. Só pode ser afastado do
cargo em caso de infração penal ou crime de responsabilidade.
Este regime consiste na concentração do Poder Executivo nas mãos de uma única pessoa, o
monarca. O que caracteriza efetivamente essa forma de governo são suas origens baseadas na
história e na tradição. A vitaliciedade do cargo talvez seja o componente mais antidemocrático
da monarquia, pois nesta o monarca governa enquanto viver ou enquanto possuir condições de
governar. A hereditariedade garante que a Coroa seja passada de um membro para outro de
uma mesma família. O monarca que morre ou que deixa o poder é substituído pelo herdeiro da
coroa, sendo o poder transmitido de geração em geração. Outro princípio preponderante da
monarquia é o da irresponsabilidade, consistindo na não implicação do monarca por qualquer
conduta ou orientação política que venha a tomar. O título do monarca varia conforme o Estado,
sendo o mais tradicional o de Rei (há também o de Imperador, Príncipe, Papa, Emir etc). A figura
do monarca historicamente concentrou as atribuições de Chefe de Estado e Chefe de Governo,
estando acima ainda dos poderes legislativo e judiciário, no que ficou conhecida como
monarquia absolutista. Ao longo do século XVIII, a soma dos poderes do Rei foi se reduzindo,
limitada pela assembleia do homens livres (Parlamento). Surgem as monarquias constitucionais,
onde o soberano governa de acordo com as limitações jurídicas estabelecidas na Constituição e
exerce apenas o papel de Chefe de Estado.
Assim, evidencia-se que as diferenças entre os regimes adotados pelo Reino Unido e pelo Brasil
se resumem pelas oposições entre uma monarquia parlamentar e uma república
presidencialista respectivamente.
Já no Brasil, temos a tradicional independência e harmonia dos três poderes. O Presidente, que
concentra os poderes de Chefe de Estado e Chefe de Governo, é o titular do Poder Executivo.
Eleito a cada quatro anos pelo voto direto, em sistema majoritário de dois turnos, o Presidente
só deixa o cargo em caso de renúncia ou de cassação do mandato por meio de um processo de
impeachment por crime de responsabilidade, de acordo com o artigo 85 da Constituição Federal
que define quais são os crimes de responsabilidade aplicáveis. Os Ministros são agentes
administrativos, meros auxiliares do Presidente, que os nomeia e demite livremente. O Poder
Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional e dividido entre a Câmara dos Deputados e o
Senado Federal. A câmara baixa é renovada a cada quatro anos, sendo composta por deputados
eleitos por sistema de votação de representação proporcional. Os senadores têm mandato de
oito anos e são eleitos pelo voto majoritário. Aqui, o Legislativo carrega a missão de fiscalizar as
medidas e ações tomadas pelo Poder Executivo, além de criar e aprovar leis em benefício da
população.