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Henrique Luiz Fendrich
Rössler – o patriarca dessa família em São Bento do Sul. Johann nasceu no dia
Jablonce nad Nisou, na República Tcheca. Era filho de Franz Rössler, agricultor e
Josef Lang, também agricultor e carreteiro, e sua esposa Barbara Wawrich – filha do
agricultor Josef Wawrich. Seu pai era filho de outro Franz Rössler, igualmente agricultor
e carreteiro, e sua esposa Klara Preissler, filha de Augustin Preissler. Os avós Rössler
Franz Rössler e Antonia Lang, que ainda vivia em Reichenau no ano de 1895,
tiveram três filhos conhecidos, e todos imigraram para São Bento do Sul: Juliana (Julia)
e Johann Rössler, que vieram em 1876, e Josef Rössler, que imigrou em 1877. O artigo
Alexandre Pfeiffer no livro “São Bento – Cousas do Nosso Tempo” não cita os irmãos
de Johann. Segundo os autores, Johann Rössler, na época com 16 anos, teria imigrado
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Jornalista, nascido em São Bento do Sul no dia 20.05.1987 e hoje residente em Brasília. Possui artigos publicados
em periódicos locais e atualmente é colunista do Jornal Evolução. Trabalha nas publicações “Genealogia Boêmia de
São Bento do Sul” e “Genealogia Nacional de São Bento do Sul e Campo Alegre”. Realiza a transcrição dos diários
feitos pelo seu avô Herbert Alfredo Fendrich enquanto fez parte da Banda Treml e da Sociedade de Cantores local.
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As informações sobre esses antepassados da família Rössler constam em uma fotografia, cedida por Marcelo Luiz
Bork Roesler, do registro de batismo de Johann Rössler.
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Companhia Colonizadora para atrair novas famílias para São Bento. Na verdade,
de onde era originário e de onde imigraram várias das famílias pioneiras na colonização
de São Bento do Sul, entre 1873-1875. Não encontrando lá muita gente ainda disposta
Boêmia, região mais desenvolvida economicamente mas que, na época, sofria com o
convenceu várias famílias a imigrar, inclusive algumas de Reichenau. Entre elas estava
a família de Juliana Roesler, na época com 26 anos, já casada com Josef Peukert e
com quatro filhos. O casal decidiu imigrar e trazer consigo o jovem Johann Rössler, que
acolheu com bons olhos o desafio de tentar uma vida melhor em outro continente.
No mesmo navio viajava aquela que, em São Bento do Sul, viria a ser esposa de
filha de Bernard Preussler e Maria Anna Jäger, neta paterna de Ferdinand Preussler e
Anna Elisabeth Staffen, e neta materna de Augustin Jäger e Anna Maria Ehrentraud
(RECKZIEGEL, 2008, p. 1). O registro de imigração de Amalie aponta que ela viajava
na condição de criada, mas ainda não foi possível descobrir para quem trabalhava. Ao
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Franz Rohrbacher também não poderia ter sido o responsável por Johann Rössler durante a viagem porque veio em
outro navio, o Humboldt, que chegou ao porto de São Francisco do Sul nove dias antes, em 11.07.1876.
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contrário do que é possível ler no artigo de Vasconcellos e Pfeiffer, Amalie não veio
com a família – ao menos, não existe qualquer menção a Bernard Preussler nas listas
de passageiros4.
comprou dois lotes de 30 alqueires cada na Estrada dos Bugres – região de solo pouco
que surgiram por conta da natureza inóspita que os rodeava, em muito contrastavam
com as promessas que foram feitas a eles quando ainda estavam na Europa.
maior estabilidade, projetar um futuro mais promissor. Aos poucos essas famílias foram
Naqueles primeiros anos, tudo indica que Johann Rössler já estava morando
com Amalie Preussler, embora o casamento não houvesse sido oficializado. No dia
04.09.1878, Amalie deu à luz o primogênito do casal, que recebeu o nome de Otto. Foi
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Por esse mesmo motivo, não se compreende a citação, presente no mesmo artigo (p. 326) de que Bernard teria sido
professor na Estrada dos Bugres e, não se adaptando, teria voltado à Europa.
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ele, assim, o primeiro Roesler brasileiro. O casamento religioso aconteceu apenas no
no mês de junho daquele ano, no dia 19, nasceu o segundo filho do casal, chamado
Raymundo. Além deles, Johann e Amalie também foram pais de Emma, nascida em
Citando Josef Blau, Vasconcellos e Pfeiffer afirmam que Johann Rössler era um
homem bonito e elegante, que “andava sempre bem vestido e cuidadoso com a sua
aparência” (PFEIFFER, 1991, p. 325). Várias vezes Rössler teria tentado conseguir
entanto, o qualifica como súdito alemão, quando, na verdade, era austríaco, posto que
Os cinco filhos de Johann tiveram que ficar sob sua inteira responsabilidade
Preussler, vítima de tísica, contando com apenas 39 anos. Seu corpo foi sepultado no
Cemitério Católico da Estrada dos Bugres, onde a família morava. Apesar disso, existe
uma lápide para Amalie no Cemitério Municipal de São Bento do Sul, no mesmo túmulo
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Pfeiffer e Vasconcellos afirmam que em 16.04.1891 Johann Rössler compareceu ao Cartório do Registro Civil para
registrar o nascimento de uma filha nascida no dia 03 daquele mês, sem, no entanto, que o escrivão informasse o
nome da criança. Os autores concluem, erroneamente, que esse nascimento dizia respeito à Maria Roesler. Na
verdade, esse registro é o de Anna Roesler, última filha de Johann Rössler com sua primeira esposa Amalie
Preussler. Maria Roesler, por sua vez, nasceu em fevereiro de 1887, conforme a idade que lhe é atribuída no seu
assento de óbito civil. De Maria não foi encontrado registro de batismo ou nascimento.
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O dia 23 é aquele que aparece na lápide de Amalie Preussler no Cemitério Municipal, enquanto que o dia 24 é
apontado pelo Cartório do Registro Civil de São Bento do Sul à página 157v do livro 2 de óbitos, assento nº 37.
Vasconcellos e Pfeiffer desconheciam a data do falecimento de Amalie.
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de seu marido, razão pela qual sugere-se que tenha havido translado ou um grande
Maria Modl, com quem veio ao Brasil a bordo do mesmo navio. O casal passou a morar
na Estrada das Neves e teve, entre os filhos que chegaram à idade adulta, Catharina,
que se casaria com Eduardo Pscheidt, e Francisca, casada com Otto Zschoerper. Anton
Era essa, até então, a história familiar de Franziska, que aceitou se casar
novamente, dessa vez com Johann Rössler, o qual, como visto, já contava com cinco
filhos de sua falecida esposa. Dessa segunda união de Johann nasceram mais quatro
filhos: Bertha, nascida no dia 20.07.1895; Júlia, nascida no dia 13.06.1897; João,
Ao que parece, Johann Rössler continuou morando na Estrada dos Bugres após
pouco mais de dez anos depois. No dia 03.10.1905, Johann Rössler faleceu, aos 45
anos de idade. Foi vítima da queda de uma árvore de bracatinga sobre si, quando fazia
Tal foi o destino de Johann Rössler. Seu corpo foi sepultado no Cemitério
Municipal de São Bento. No mesmo túmulo seria sepultada sua segunda esposa
a adotar como sobrenome a variante nacional “Roesler”, usada até os nossos dias.
Otto Roesler, o primeiro desses filhos, viria se casar no dia 26.06.1902 com
Maria Treml, filha dos imigrantes Jacob Treml e Maria Böhm. Otto possuía um engenho
Ele e sua esposa tiveram os filhos Ana Maria, Francisco, Emma, João, José,
Otto, Roberto, Hilda, Alfredo, Alice, Amália e Theolinda Roesler. No dia 16.12.1956
casou no dia 08.02.1908 com Bertha Zemann, filha de Stephan Zemann. Raymundo era
uma casa de comércio em Lençol, na qual vendia “roupas, tecidos, louças, miudezas,
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fumo, bebidas, gêneros alimentícios e quejandos” (PFEIFFER, 1991, p. 331). Instalou
ainda, em um galpão à parte, deu início a um açougue. Certa vez, vendo-se atacado
Raymundo. Amigos e parentes da vítima deram mostras de querer armar tocaias para
matá-lo. Diante disso, Raymundo decidiu partir com a família para Imbituva, cidade
paranaense que já conhecia. Foi nessa cidade que o casal viveu o resto da vida.
Raymundo e sua esposa tiveram, entre os filhos que chegaram à idade adulta,
Dolores, Albino, Bruno, Adelaide, Ricardo, Milton e Mathilde Roesler. Uma rua no bairro
dia 16.10.1969.
casou no dia 06.05.1905 com um irmão da esposa de Otto Roesler – ou seja, foram
dois irmãos se casando com outros dois. O marido de Emma era João Treml, também
filho de Jacob Treml e Maria Böhm. João Treml era alfaiate e participava da banda de
música criada por Jorge Zipperer no início do século XX. Com a saída de Zipperer, João
João Treml e sua esposa tiveram os filhos João, Maria, Antônio, Hilda, Amália,
Affonso, Ervino, Alexandre, Alice, Elfrida e Paulo Treml. Emma Roesler faleceu antes
seguinte, recebeu em sua homenagem uma praça com o seu busto em São Bento do
Sul. Os filhos homens de Emma e João fizeram parte da segunda geração da Banda
21.11.1906 com Aloís Kollross, filho de Georg Kollross e Therezia Müller. O casal foi pai
de Maria, Eduardo, Luiz Jorge, Anna, José, João, Hedwiges e Paulo Kollross. Maria
A última filha de Johann Rössler com Amalie Preussler foi Anna Luiza Roesler.
No dia 23.09.1908, ela se casou com o sapateiro Frederico Fendrich, filho de Friedrich
sua esposa Catharina Zipperer. Além de lavradora e doméstica, Anna foi doceira de
14.06.1968. Ela recebeu, em sua homenagem, o nome de uma das ruas do município,
localizada no Bairro Colonial. Foram pais de Affonso, Luiza, Alexandre, Hilda, Paulo,
José, Wally, Erna, Lídia, Ana Cristina, uma menina natimorta, Matilde Irene, Herbert
Dos filhos de Johann Rössler com sua segunda esposa, Franziska Augusta
Júlia Roesler foi casada no dia 10.02.1915 com Frederico Rückl, filho de Carlos
e Anna Maria Rückl, com quem teve os filhos Francisca, Berta, João, Frederico, Ervino,
Carlos, Rosa, Olinda e Hilda Rückl. Júlia faleceu no dia 14.08.1975, já viúva de
Johann Pscheidt e Rosalia Augustin. Sua esposa faleceu no dia 06.06.1965, e João no
dia 04.04.1972. Foram pais de Emília, Frederico, Bertha, Emília e Matilde Roesler.
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Já Emília Roesler foi casada no dia 28.04.1928 com José Fleischmann, filho de
Jorge e Maria Fleischmann, de quem parece não ter havido geração. Viúva, Emília
voltou a se casar em 11.05.1935 com Carlos Müller, viúvo de Catharina Pscheidt, filho
de Carl Müller e Mathildes Senn, e com quem teve uma filha chamada Cristina Müller.
conhecidas sobre os Roesler na cidade de São Bento do Sul, família que descende do
imigrante Johann Rössler, que com apenas 16 anos decidiu acompanhar a família da
irmã e tentar a sorte em um novo continente. Vindos numa segunda leva de imigrantes,
os Rössler não encontraram mais o mesmo cenário oferecido aos pioneiros, pois, para
pelo imigrante Johann Rössler, que, ao constituir família, pôde oferecer condições de
vida mais dignas aos seus descendentes. Estes, com o passar dos anos, se tornaram
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LISTA dos imigrantes. Joinville, Arquivo Histórico de Joinville, 2009. Apresenta lista de
passageiros dos navios que chegaram ao porto de São Francisco do Sul. Disponível
em: <http://www.arquivohistoricojoinville.com.br/ListaImigrantes/lista/tudo.htm>. Acesso
em: 21 Nov. 2010.
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