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ETEC DE EMBU

CENTRO PAULA SOUZA


Curso Técnico em Contabilidade

Denise Santos da Silva


Izabella Meirelles Nascimento Silva
Jéssica Santos Pestana
Laysla Vitória Oliveira Alves
Letícia de Medeiros Azevedo
Samantha Santos Rodrigues

A FORMALIZAÇÃO DO TRABALHO VOLUNTÁRIO

Embu das Artes

2019
Denise Santos da Silva
Izabella Meirelles Nascimento Silva
Jéssica Santos Pestana
Laysla Vitória Oliveira Alves
Letícia de Medeiros Azevedo
Samantha Santos Rodrigues

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso Técnico em
Contabilidade da ETEC de Embu, orientado
pelos Professores Higor Guedes e Silvana
Herculano, como requisito parcial para a
obtenção do título de Técnico em
Contabilidade.

A FORMALIZAÇÃO DO TRABALHO VOLUNTÁRIO


Embu das Artes

2019
DEDICATÓRIA

Dedicamos o nosso trabalho para todos aqueles que contribuíram para sua
realização, tanto na edição, da parte escrita, como para elaboração de ideias, às
instituições e no desenvolvimento do projeto Amparo.
AGRADECIMENTOS

Ao nosso orientador, Profº Higor Guedes, pelo acompanhamento, orientação e


amizade. Ao Curso Técnico em Contabilidade e tudo que foi realizado durante nosso
tempo nele. Na ETEC de Embu, em geral, na pessoa de sua direção: Profª Lívia
Martins Arruda, pelo apoio recebido. Às Instituições e aos Professores: Paula,
Waldemar, Rosangela, Roseli, Rogério, Gleides, Silvana e Rubens pelas aulas e
aprimoramento do nosso conhecimento em contabilidade e sugestões nos diversos
trabalhos e atividades; aos nossos amigos que se dispuseram a ajudar de alguma
forma com nosso trabalho, e em agradecimento ao nosso próprio grupo pela
elaboração deste trabalho, nos bons e maus momentos.
EPÍGRAFE
“Eu sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria
menor”

MADRE TERESA DE CALCUTÁ

RESUMO

O presente trabalho refere-se à um estudo sobre a formalização de atividades


voluntárias. É notável a prática da cidadania em diversos aspectos da sociedade e a
contribuição de serviços não remunerados nas devidas áreas de atuação, como na
captação de recursos financeiros e projetos, dentro da ecologia e sustentabilidade,
em asilos, orfanatos, hospitais e afins. No entanto, para uma maior eficiência, é
necessário que seja elaborada a formalização destas atividades para regularizar as
mesmas, a fim de estimular os profissionais na prática, como também, criar uma
orientação jurídica capaz de facilitar a profissionalização do serviço voluntário,
evitando futuras reclamações trabalhistas. Além deste aspecto, atuamos com auxílio
na busca por entidades que precisam de apoio, realizando uma forma para que as
pessoas possam encontrar instituições que carecem de ajuda, tanto em serviços
como para as doações. O trabalho voluntário não é a porta de entrada para algumas
empresas, mas ele ajuda na hora de conseguir a tão sonhada vaga de emprego. No
entanto, mais do que isso, ele é um engrandecimento pessoal e espiritual, como
conta Marcio Zeppelini, diretor da Diálogo Social, empresa especializada em
treinamentos focados em responsabilidade social e Terceiro Setor, e consultor em
comunicação e marketing para organizações do Terceiro Setor. “A realização
pessoal do trabalho voluntário te faz sentir melhor e ver o mundo de forma diferente”
No desenvolvimento deste trabalho, elaboramos diversas formas de demonstrar
como pode ser feita e quais as implicações e benefícios da formalização das ações
voluntárias por meio de pesquisas, projetos e outras atividades que possam levar
informações a respeito do tema para diversas pessoas.

Palavras chaves: Voluntário. Profissionalização. Formalização. Terceiro Setor.


ABSTRACT

The paper refers to a study on the formalization of voluntary activities. It is a practice


of citizenship in the dimensions of society and a contribution of unpaid services in the
proper areas of action, such as fundraising and projects, within sustainability and
sustainability, in nursing homes, orphanages, hospitals and the like. However, for
greater efficiency, it is necessary to formalize them to regularize them, an aim to
stimulate professionals in practice, as well as provide adequate legal guidance for the
professionalization of voluntary service, avoiding the next complaints . labor markets.
In addition, paper helps in the search for people who need help, as much as people
can be assisted by the help service, both in services and donations. Volunteer work
is not a gateway to some companies, but rather helps you get a much-awaited job.
Marcio Zeppelini, director of Social Dialogue, a company specializing in training
focused on social responsibility and Third Sector, and consultant in communication
and marketing for organizations of the Third Sector. "Personal training of volunteer
work is more important and can be done differently." and other activities that can be
used for the theme of various people.

Keyword: Volunteering. Professionalism. Formalization. Third sector.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Contribuição de mulheres e homens 18


Quadro 1 - Voluntariado no campo Ecológico 19
Figura 2 - 1 º Entrevistado: Fabio Teixeira Bitencourt 33
Figura 3 – Recanto da Fraternidade 35
Figura 3 - Site de Voluntariado 37
Figura 4 - Site de Voluntariado 38
Figura 5 - Site de Voluntariado 38
Figura 6 - Formalização 39
Figura 7 - Voluntário: Guilherme Matias Carvalho 40
Figura 8 – Imagem de Divulgação do Projeto AMPARO 41
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS

Gráfico 1 - Crescimento do voluntariado no Brasil 20


Gráfico 2 - 1º Pergunta 33
Gráfico 3 - 2º Pergunta 34
Gráfico 4 - 3º Pergunta 35
Gráfico 5 - 4º Pergunta 36
Gráfico 6 - 5º Pergunta 37
Gráfico 7 - 6º Pergunta 38
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRH-Nacional - Associação Brasileira de Recursos Humanos

EA - Escola de Administração

EBAPE - Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

MPV - Medida Provisória

ONG - Organização Não Governamental

ONU - Organização das Nações Unidas

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PVCC - Programa de Voluntariado da Classe Contábil

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

WGI - Índice Global de Solidariedade


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 11
1.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA 11
1.2. PROBLEMATIZAÇÃO 12
1.3. HIPÓTESE 13
1.4. JUSTIFICATIVA 14
1.5. OBJETIVOS 15
1.5.1. Objetivo Geral 15
1.5.2. Objetivos específicos 15
1.6. ESTUDO DO CENÁRIO 16
1.6.1. Crescimento do Trabalho Voluntário no Brasil 16
1.7. METODOLOGIA 19
2. REFERENCIAL TEÓRICO 20
2.1. TRABALHO VOLUNTÁRIO 20
2.2. PRINCÍPIOS DE ENQUADRAMENTO VOLUNTÁRIO 21
2.3. DIREITOS DO VOLUNTÁRIO 21
2.4. DEVERES DOS VOLUNTÁRIOS 21
2.5. PROGRAMA DE VOLUNTARIADO 22
2.6. SUSPENSÃO E CESSAÇÃO DO TRABALHO VOLUNTÁRIO 22
2.7. O QUE É ORGANIZAÇÃO 23
2.7.1. Organização social 23
2.7.2. Organizações não governamentais 24
2.8. PRIMEIRO SETOR 25
2.8.1. Segundo Setor 25
2.8.2. Terceiro Setor 26
2.9. TRABALHO VOLUNTÁRIO NA CONTABILIDADE 27
2.10. PRINCIPAIS ÁREAS DE ATUAÇÃO DOS VOLUNTÁRIOS 27
3. DESENVOLVIMENTO 29
3.1. PESQUISA DE CAMPO 29
3.2. ENTREVISTAS 33
3.3. ESTUDO DE CASO 1 36
3.3.1. Resultados do estudo de caso 1 37
3.3.2. Depoimento do estudo de caso 1 38
3.4. ESTUDO DE CASO 2 39
3.4.1. Resultados do estudo de caso 2 40
3.4.2. Depoimento do estudo de caso 2 40
3.5. PROJETO 1 41
3.5.1. Resultados do projeto 1 42
3.5.2. Depoimento do projeto 1 42
3.6. PROJETO 2 42
3.6.1. Resultados do projeto 2 43
3.6.2. Depoimento do projeto 2 43
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 44
5. REFERÊNCIAS 45
1. INTRODUÇÃO

1.1. DELIMITAÇÃO DO TEMA

O trabalho voluntário é definido como uma atividade não remunerada, prestada pela
pessoa física para entidades públicas de qualquer natureza ou a instituições
privadas que não possuem fins lucrativos, mas também, pode ser um ato de
generosidade realizado para a prática da cidadania.

Além de o voluntariado ser uma realidade antiga, necessitava, no entanto, de uma


regularização para esta relação de trabalho, a fim estimular os profissionais na
prática do trabalho voluntário, como também, criar uma orientação jurídica capaz de
facilitar a profissionalização do serviço voluntario, evitando futuras reclamações
trabalhistas.
1.2. PROBLEMATIZAÇÃO

Tendo em vista que o trabalho voluntário abrange várias áreas, e é de suma


importância para a organização como para o prestador do serviço voluntário, surge a
necessidade da formalização entre ambos, gerando as seguintes indagações:

● O que é o trabalho voluntário?


● Como é o trabalho voluntário no Brasil?
● Qual a importância do voluntariado?
● Como ser um voluntário?
● Como funciona o voluntariado no terceiro setor?
● Qual a importância da formalização do voluntariado?
● Quais medidas as organizações precisam tomar na contratação dos
voluntários?

As quais serão esclarecidas no decorrer do trabalho.


1.3. HIPÓTESE

As implicações a respeito das pessoas não terem o conhecimento de uma jurisdição


para as atividades voluntárias se dá por conta da falta de incentivo e informação da
sociedade, em diversas áreas, como escolar e profissional.

Para ser um voluntário, são necessárias algumas formalizações e requisitos, mas


principalmente ter como estímulo o altruísmo.

Além disso, o voluntariado adentra a área profissional na sua abrangência. Nesse


quesito, as pessoas não têm muito conhecimento, porém é necessária a
inicialização, pois os profissionais têm oportunidade de compartilhar seu
conhecimento de trabalho, sem receber remuneração, entretanto adquirem base
empírica no mercado, como por exemplo, quando o profissional contábil atua para
alguma entidade do terceiro setor.

1.1
1.2
1.3

1.4. JUSTIFICATIVA

O tema do trabalho foi escolhido por abranger, de forma relevante, o lado mais
humano das pessoas, a compaixão, e pela oportunidade que temos com a nossa
formação de colaborar com as pessoas com nossos conhecimentos, viabilizando a
formalização. Ajudar o próximo não requer sacrifícios, mas sim, força de vontade e
uma fidelidade em valores que foram moldados pelas influências de nosso país e
educadores. Sendo assim, este tema deve ser explorado pela oportunidade de
desenvolver meios de apresentar às pessoas da sociedade como participar de
trabalhos voltados ao voluntariado podem engrandecer suas vidas e até, mais para
frente, agregar uma entrada para um bom emprego que venha oferecer
oportunidades para essas pessoas mostrarem suas competências e
responsabilidades sociais, tudo dentro da legalidade utilizando os meios da
formalização.

É fundamental que existam instituições ou grupos de apoio ao voluntariado na


sociedade, pois são estes que atuam de forma cooperativa para ajudar pessoas
necessitadas, como idosos, moradores de rua, crianças em orfanatos e afins.
Gerando um bem comum, quando quem pratica uma ação voluntária e quem a
recebe, ambos gratos, de alguma forma por essa troca de experiências. Que todos,
um dia, venham praticar atividades que possam ajudar outras pessoas sem qualquer
tipo de remuneração, pois isso oferece novas oportunidades, não somente pela
busca de experiências engrandecedoras, mas para um profissional que pretende se
destacar no mercado de trabalho.
1.5. OBJETIVOS

1.
1.1.
1.2.
1.3.
1.4.
1.4
1.5

1.5.1. Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo esclarecer quais ações preventivas as organizações
precisam tomar no processo de formalização para não gerarem problemas
trabalhistas e permitirem a ampliação da carteira dos voluntários disponíveis;

Demonstrar as vantagens e desvantagens profissionais em participar de ONG’s e


fornecer um conhecimento prático àqueles que nunca praticaram voluntariado ou
que o praticaram sem saber da necessidade da formalização.

1.5.2. Objetivos específicos

I. Desenvolver um meio de informações para pessoas interessadas em


prestar serviços voluntários e conhecer suas regras e formas de desenvolvimento e
formalização;
II. Demonstrar a execução do trabalho voluntário a partir de ações organizadas
por nós mesmos unindo o aspecto social e formal;
III. Realizar pesquisas e entrevistas afim de identificar o conhecimento das
pessoas e as vantagens da formalização do voluntariado.
1.
1.1.
1.2.
1.3.
1.4.
1.5.

1.6. ESTUDO DO CENÁRIO

Para melhor compreensão do desenvolvimento do nosso trabalho, antes é preciso


conhecer alguns aspectos e informações importantes à cerca do mesmo.

Os trabalhos voluntários no Brasil são regulamentados Conforme o Art. 1° da Lei nº


9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que estabelece como serviço voluntário as ações
que tenham objetivos científicos, recreativos, culturais, cívicos, educacionais ou
assistenciais.

1.6.1. Crescimento do Trabalho Voluntário no Brasil

Segundo dados divulgados pelo IBGE subiram de 6,5 milhões para 7,4 milhões o
número de voluntariados no contingente – o qual equivale a um crescimento de 13%
ou 839 mil pessoas. 4,4% são o percentual equivalente ao grupo de voluntários que
passou a representar a população de 14 anos ou mais, alta de 1,1 pontos percentual
em relação ao ano de 2016.
De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
as mulheres equivalem a um maior número de pessoas no trabalho voluntário em
relação aos homens, representando 1,6% em diferencial da porcentagem masculina.
Segundo o levantamento também foi apurado que quanto maior o nível de instrução,
maior a taxa, que chega a 8,1% entre as pessoas com Ensino Superior completo.

A maioria dos voluntários fez atividades ligadas a algum tipo de associação. Em


79,8% dos casos, a atividade foi ligada a alguma congregação religiosa, sindicato,
condomínio, partido político, escola, hospital ou asilo. Outros 13% fizeram voluntário
por meio de ONGs ou outros tipos de associação. Quase metade (46%) afirmou
fazer a tarefa quatro ou mais vezes por mês. É considerado trabalho voluntário
qualquer tipo de atividade não obrigatória, feita para pessoas que não sejam
parentes, sem remuneração em benefício em troca. O IBGE explica que isso inclui
desde tarefas organizadas por meio de associações ou outro tipo de entidade até
ações individuais, como ajudar um vizinho em alguma tarefa. Atualmente 54%
jovens brasileiros querem ser voluntários, mas não sabem por onde começar. (2017
apud Agência O Globo, IBGE 2018).

Como dada as informações acima sobre o trabalho voluntario no ano de 2017 ter
crescido uma considerada media em relação ao ano anterior de 2016, com base nos
dados dispostos pelo IBGE, abaixo temos um gráfico representativo com o
percentual dos dois anos respectivos.
Gráfico 1 - Crescimento do voluntariado no Brasil

Fonte: IBGE, 2017 (adaptado)

Como representação dos dados dispostos pelo IBGE, a figura a seguir mostra
representativamente a disposição entre mulheres e homens no trabalho voluntário, o
qual deixa claro que a quantia de mulheres tem alta considerável em relação aos
homens. As mulheres têm um percentual de 1,6% a mais que os homens.
Figura 1 - Contribuição de mulheres e homens

Fonte: IBGE, 2017 (adaptado)


1.7. METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do nosso trabalho, buscamos pelos seguintes métodos para


a sua realização:

• Pesquisas que pudessem compreender quais as dúvidas sobre como é feita a


formalização e sua importância para um serviço voltado ao voluntariado;

• Entrevistas com voluntários que atuam na área ou já praticaram atividades


voluntárias em alguma instituição ou em grupos que realizam essas mesmas ações;

• Diligência de estudos voltados ao tema e a obtenção de dados que abordam a


atuação de profissionais que se voluntariam, exercendo suas competências em
outras atividades, afim de se comprometerem com a cidadania;

• Realização de um projeto, com o intuito de arrecadar insumos para algumas


instituições que carecem de doações.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo aborda definições que servem para fundamentar o desenvolvimento
deste trabalho, assim introduzindo o tema de pesquisa sobre o voluntariado, além da
sua formalização e regulamentação, demonstrando meios para a realização e
compreensão do mesmo.

1.
2.
2.1. Trabalho Voluntário

O voluntariado é o conjunto de ações de interesse social onde toda a atividade


desempenhada reverte-se a favor do serviço e do trabalho. É feito sem recebimento
de qualquer remuneração ou lucro. É uma profissão de prestígio social, visto que o
voluntário ajuda quem precisa, contribuindo para um mundo mais justo e mais
solidário.

Segundo definição das Nações Unidas (ONU-1985) “voluntário é o jovem ou o adulto que,
devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem
remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar
social, ou outros campos [...]”.

Referindo-se aos voluntariados, participante e consciente, as suas ações


permanentes irão de acordo com o seu grau de comprometimento, o qual implicará
em uma possível “formalização voluntária”. (CORULLÓN, FILHO, Barnabé Medeiros.
Voluntariado na Empresa Gestão eficiente da participação cidadã).

Segundo Mônica Corullón “especialista sobre o tema voluntariado, ao se analisar os


motivos que mobilizam em direção ao trabalho voluntário, descobrem-se, entre
outros, dois componentes fundamentais: o de cunho pessoal, a doação de tempo e
esforço como resposta a uma inquietação interior que é levada à prática, e o social,
a tomada de consciência dos problemas ao se enfrentar com a realidade, o que leva
à luta por um ideal ou ao comprometimento com uma causa [...]”.

Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como


virtude do indivíduo. Não se deve esquecer, contudo, o potencial transformador que
essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo.
1.
2.
2.1.
2.2. Princípios de Enquadramento Voluntário

Ao tomar iniciativa de fazer trabalho voluntario, é necessário ter a consciência de


que possuem princípios a serem seguidos, como é necessário possuir o sentimento
de solidariedade, que é uma responsabilidade dos quais realizam o trabalho
voluntario, a participação dos voluntários e de entidades promotoras em áreas de
interesse social é significativo, a combinação de esforços dos voluntários para com
as entidades promotoras em áreas de interesse social que seria a cooperação na
área que necessita a harmonização da atuação do voluntário com a cultura e
objetivos da entidade promotora.

2.3. Direitos do Voluntário

Aos voluntários também são consagrados diretos prescritos em lei, no qual a


atividade necessita e proporciona:
● Possuem a necessidade de seus conhecimentos e experiências ao
desenvolver um trabalho voluntário;
● É necessário que o voluntário tenha acesso a informações simples e de
maior complexidade e programas que informe ao mesmo sobre a formalização como
voluntário;
● É fundamental a o recebimento de instruções técnicas e possuir um
ambiente em condições favoráveis e higiênicas, possuindo também segurança;
● Para uma convivência agradável é importante que os voluntários sejam
prestigiados por seus méritos e desenvolvimento com convicção.

2.4. Deveres dos Voluntários

Com a necessidade de manter a ordem e o funcionamento correto, e além de


existirem direitos, é coerente que existam deveres a cumprir no meio voluntário não
poderia ser diferente. É preciso que o voluntário observe e respeite as normas e
princípios étnicos da organização e/ou todas as pessoas a que elas estarão ligadas.
A efetuação de algum tipo de formação para um melhor desenvolvimento das
atividades realizadas. Nessas atividades é indispensável mostrar-se ativo e solidário,
utilizando corretamente os equipamentos e recursos materiais colocados ao seu
dispor. O respeito para com as opções e orientações dos profissionais das
organizações e as datações da realização das atividades são importantes, além de
utilizar durante as atividades a sua identificação como voluntário e nunca assumir
papel de representante da organização sem o devido reconhecimento da mesma.

2.5. Programa de Voluntariado

É de importância antes da inicialização de qualquer atividade, a programação de um


sistema voluntariado. Este deve ser elaborado entre os voluntários e a organização
promotora, deve conter as normas da própria organização. Neste programa também
deve definir:
● O seu perfil e correspondência aos pré-requisitos impostos pela organização;
● Os critérios de participação nas atividades, quais serão as atividades
desempenhadas pelos voluntários, durante a mesma e as formas de interrupção ou
cessação das atividades;
● Quais são as condições de acesso aos locais onde é desenvolvida atividades
e uma avaliação realizada periodicamente ao voluntário;
● A cobertura de riscos a que o voluntário é sujeito na realização das suas
tarefas, a cobertura de possíveis prejuízos que este possa surgir entre o voluntário e
a organização promotora;
● A identificação e o certificado de participação do voluntário nas atividades.
A identificação como participante e certificado de participação do voluntário nas
atividades.

2.6. Suspensão e Cessação do Trabalho Voluntário

Se houver algum tipo de necessidade de cessação da colaboração voluntário na


organização, as medidas são as seguintes. O voluntário deve avisar com
antecedência a organização, se pretende interromper ou cessar as atividades, se o
caso for de erros graves e frequentes do programa de voluntariado por parte do
voluntário ou por mudança de objetivos institucionais por parte da organização é
possível, a esta, interromper as atividades realizadas pelo voluntário.

2.7. O que é Organização

Organização é a formação de um sistema com objetivo de atingir resultados.


Normalmente são formados por pessoas que executam funções de modo controlado
e coordenado, sendo elas uma, duas ou mais, com a missão de atingir seus
objetivos em comum com eficiência.

Podemos falar de organização em diversas áreas sejam elas escolares,


empresariais, pessoais, de eventos, entre outros. Em todas as aplicações o sentido
de organização não muda e se baseia na forma como as pessoas se inter-relaciona
entre si, e na distribuição e disposição dos diversos elementos envolvidos com vista
a uma mesma finalidade.

1.7.1
2.7.1. Organização social

No âmbito do Direito e com base nos conceitos sociológicos, consiste numa


associação particular, sem fins lucrativos, com personalidade jurídica e que recebe
capital do Estado para prestar serviços que sejam do interesse público. (Professora
do Programa de Pós-Graduação em Administração da EA, UFRGS – São Paulo
Nov. 2000).

Todas essas instituições sociais devem ser identificadas por um propósito social,
abrangendo os indivíduos de determinado grupo, seja de natureza humana ou
animal, por exemplo. (Presidência da República - Conversão da MPv nº 1.648 - 7,
de 1998: Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos).

No Brasil, a qualificação das entidades como organizações sociais esta previsto na


Lei nº 9.637, Art. 1° e 2° de 15 de maio de 1998:
- “O Poder Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à
pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, a proteção e preservação do
meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta Lei.
“São requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo
anterior se habitem à qualificação como organização social:
I - Comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre:

a) Natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação;


b) Finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimentos de seus
excedentes financeiros nos desenvolvimentos das próprias atividades;
c) Previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e
de direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do
estatuto, asseguradas e atribuições normativas e de controle básicas previstas nesta
Lei.
d) Previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de
representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória
capacidade profissional e idoneidade moral;
e) Composição e atribuições da diretoria;
f) Obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios
financeiros e dos relatórios de execução do contrato de gestão;
g) No caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do
estatuto;
h) Proibição de distribuição e bens ou de parcela do patrimônio líquido em
qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de
associado ou membros da entidade;
i) Previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações
que lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de
suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação ao patrimônio de outra
organização social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou
ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na
proporção dos recursos e bens por estes alocados;

II - Haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação


como organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da
área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da
Administração Federal e Reforma do Estado.
2.7.2. Organizações não governamentais

São as entidades do Terceiro Setor, ou seja, são da sociedade civil e de caráter


privado, cuja função é desenvolver trabalhos sem fins lucrativos. A área de atuação
das ONGs é bem diversificada: social, saúde, ambiental, grupos de proteção à
mulher, tratamentos de dependentes químicos, etc. (FRANCISCO, Wagner de
Cerqueria e. - "Organização Não Governamental” - ONG).

Entretanto para a compreensão da importância do surgimento das instituições não


governamentais, é necessário entender quais são os setores que abrangem uma
nação.

Muitas delas surgiram para suprir a ausência do Estado em alguns serviços. Os


projetos desenvolvidos pelas ONGs são financiados pelas próprias organizações por
meio de doação dos sócios, além de algumas receberem apoio de instituições
públicas e privadas. (ONG FLORECER - Associação Nádia R. Bacchi).

2.8. Primeiro Setor

FERREIRA - (2015 apud Economia sem segredo, 2016) define: “O sentido


empregado no primeiro setor à palavra Estado refere-se ao poder público e à
totalidade de membros que competem este poder, representado pelas Prefeituras
Municipais, pelos Governos Estaduais e pela Presidência da República, sendo que
neste último também se incluem Secretarias, Ministérios, Autarquias e etc.
Como função básica do primeiro setor, ou Estado, está a transferência de recursos
entre todos os membros de uma sociedade a fim de trazer igualdade entre seus
indivíduos. O Estado é utilizado essencialmente como ferramenta de distribuição de
renda e aplicação de bem-estar social”
2.5.1.

2.8.1. Segundo Setor

Ainda de acordo com FERREIRA - (novembro 12, 2015, Macroeconomia): “A origem


do segundo setor se deu há muito tempo atrás quando surgiu a necessidade do
comércio entre as pessoas de uma mesma região, proporcionando que houvesse
trocas de mercadorias com o objetivo da satisfação mútua de necessidades.
Nos dias de hoje, o segundo setor remete às empresas privadas que atual em nossa
sociedade de forma produtiva, independentemente se esta realiza a venda de bens
e produtos ou se presta algum serviço. Pela sua capacidade de criação de valor e de
valores monetários, o segundo setor também é conhecido como setor produtivo.
Diferente do Estado, o mercado privado possui capacidade criativa para atender de
forma rápida e adequada as diversas necessidades que nós possuímos, sejam no
quesito de transporte, comunicação, alimentação, segurança e muitos outros
setores. O mercado, em suma, atende de forma mais rápida e eficiente os
problemas das sociedades, ocupando muitas vezes o espaço que, de praxe, seria
do setor público como saúde e educação privada, por exemplo. Em países
economicamente desenvolvidos, devido o fato de o mercado ser altamente
qualificado e atender com qualidade as necessidades da população, o Estado
também tende a se desenvolver, recolhendo sua parte em forma de tributos de
forma eficiente e aplicando os recursos corrigindo as falhas de mercado. Cad.
EBAPE.BR vol.8 no.4 Rio de Janeiro Dec. 2010”

2.8.2. Terceiro Setor

O chamado terceiro setor é composto por instituições privadas de interesse público


que não visam lucro e que prestam serviços para a sociedade. Estas instituições são
caracterizadas juridicamente como associações, fundações ou entidades religiosas e
prestam serviços em diversas áreas como saúde, educação, defesa de direitos, etc.
STEPHEN KANITZ - (Filantropia.org).

Segundo Fernandes (2002, p. 127) “a ideia de um “terceiro setor” supõe um


“primeiro” e um “segundo”, e nesta medida faz referência ao Estado e ao mercado,
respectivamente - O envolvimento das empresas se realiza através de doações de
recursos, da implementação direta de programas ou projetos e parcerias com as
organizações da sociedade civil”

O Estado surge a partir de três elementos, o “poder político, povo e território”.


“É um poder político exercido sobre um território e uma população”, conforme
destaca (GRUPPI, 1980. p. 07).
O terceiro setor começou a surgir a partir do momento em que o Estado não estava
mais atendendo, satisfatoriamente, a prestação de bens e serviços à população.
Neste sentido a sociedade começou a se organizar para tentar suprir as
necessidades coletivas, não abrangidas pelo Estado.
O terceiro setor cresceu a tal ponto que as entidades se tornaram concorrentes na
busca de recursos, sejam esses do Estado ou do Setor Privado.

2.9. Trabalho Voluntário na Contabilidade

A classe contábil disponibiliza seus conhecimentos em ações sociais de voluntariado


organizado, registrando, mensurando e avaliando os resultados das atividades
voluntárias empreendidas pelos profissionais da Contabilidade. A importância do
voluntariado na contabilidade proporciona ações íntegras para a construção de uma
sociedade mais justa e solidária. ESCOLA ABERTA - (Terceiro Setor - PVCC:
20.09.2015).

2.10. Principais áreas de Atuação dos Voluntários

O trabalho voluntário é amplo e pode ser realizado em diversas áreas de atuação,


como, por exemplo, ajudando na Ecologia com:

Quadro 1 - Voluntariado no campo Ecológico


• Prestação de informações e apoio aos visitantes
• Desenvolvimento de projetos de educação ambiental e pesquisa
• Monitoria ambiental
• Manutenção de trilhas, atrativos e instalações
• Desenvolvimento de trabalhos administrativos
• Manutenção de trilhas, atrativos e instalações
• Auxílio em tarefas relacionadas aos planos de manejo
Fonte: Própria

De acordo com ÉRICA NACARATO - (2009, Catho Comunicação, Voluntariado: uma


oportunidade de crescimento pessoal e profissional): Nas últimas décadas,
responsabilidade social tornou-se um assunto muito discutido e praticado dentro do
ambiente empresarial. Conscientes de seu papel na sociedade, as organizações
passaram a criar projetos, planos e ações de sustentabilidade, e com isso a dar mais
valor para os profissionais que também tenham essa consciência e exerçam a sua
cidadania ajudando, de alguma forma, a sociedade ou o planeta, como um todo.

Ralph Arcanjo Chelotti, presidente da ABRH-Nacional (Associação Brasileira de


Recursos Humanos), explica que as empresas estão passando por um crescente
processo de humanização após um longo período em que as pessoas eram
preparadas, apenas, para desenvolver tarefas específicas. “As organizações
começaram a entender a importância do empregado, de seu envolvimento no
trabalho, de seu engajamento na busca de soluções inovadoras e criativas, que
permitam dar sustentabilidade. Durante esse processo, elas perceberam que as
pessoas que têm atividades voluntárias, e que se dispõem a dedicar uma parte de
seu tempo, já escasso, em atividades sociais, são mais ricas no que diz respeito a
interações sociais, criatividade e relacionamentos, daí o interesse crescente por
esse tipo de profissional”.

Ralph acrescenta que o voluntariado é, também, uma excelente forma de construir


relações e aumentar os círculos de relacionamento, que podem ser úteis, inclusive,
em situações de desemprego. “Construir relacionamentos em outras esferas, além
do trabalho, é útil em todas as situações, inclusive na construção de um novo
posicionamento no mercado”. Atualmente, as pessoas começaram a se dar conta
que ajudar apenas com dinheiro ou doações de bens materiais, não é suficiente.
Segundo Luiz Felipe de Sousa Calazans, sócio diretor da Transearch Brasil,
consultoria de recursos humanos, a participação pessoal é muito mais importante, já
que proporciona uma visão mais completa da realidade social e enseja as pessoas a
contribuir com os seus conhecimentos para melhorar a condição de vida de outras
pessoas, tornando-as cidadãs de voz ativa em seu país. Ajuda financeira é
filantropia, e não voluntariado, como explica Marcio: “o dinheiro complementa, afinal
todo trabalho social precisa de dinheiro, e se a pessoa não gosta de fazer
voluntariado, é totalmente concebível. Mas o que muitos não sabem é que, muitas
vezes, dá para fazer essa ajuda voluntária do seu próprio escritório. Se você é um
advogado, por exemplo, pode defender causas de ONGs de dentro do escritório.
Dentro da sua própria empresa, é possível fazer algum trabalho de forma voluntária”.
3. DESENVOLVIMENTO

3.1. PESQUISA DE CAMPO

Durante o desenvolvimento deste trabalho, formulamos um questionário no Google


Forms, do dia 07/03 até o dia 27/04, com participação de 160 pessoas, tendo o
objetivo de analisar as porcentagens de pessoas que praticam o voluntariado e os
que possuem conhecimento sobre a formalização do mesmo.

Sendo assim, foram levantadas as seguintes estatísticas:

Gráfico 2 - 1º Pergunta

Você já fez algum trabalho voluntário?


160 respostas

Fonte: Própria, 2019.

Gráfico 3 - 2º Pergunta
Se sim, em quais tipos de instituições?
89 respostas

Fonte: Própria, 2019.

Gráfico 4 - 3º Pergunta
Ainda para quem respondeu sim, foi feito algum tipo de contrato ou formalização do
trabalho voluntário?
91 respostas

Fonte: Própria, 2019.


Gráfico 5 - 4º Pergunta
Se não, porque não realiza?
107respostas

Fonte: Própria, 2019.

Gráfico 6 - 5º Pergunta
Você teria interesse em realizar um trabalho voluntário?
160 respostas

Fonte: Própria, 2019.


Gráfico 7 - 6º Pergunta

Você acredita que é preciso realizar alguma forma de contrato para a realização de
um trabalho voluntário?
160 respostas

Fonte: Própria, 2019.

Com base nas respostas que obtivemos a partir do questionário, chegamos em uma
conclusão que 55% dos questionados já fizeram alguma ação voluntária, sendo o
local de maior frequência de ações, nas escolas. Das pessoas que nunca foram
voluntárias, 87,5% responderam que teriam interesse em fazer trabalho voluntário. E
a resposta mais frequente, das que teriam algum tipo de impedimento para a
realização dessas atividades, foi a de “não saber como fazer”. Com base nestes
dados, observamos diversas necessidades, como de que existem pessoas
interessadas em fazer trabalhos voluntários mas que não conhecem instituições e de
que a absoluta maioria das que fizeram não tiveram a formalização, o que reforça a
necessidade da realização do nosso trabalho.
3.2. ENTREVISTAS

Para dar sequência no desenvolvimento do nosso trabalho, e para maiores


informações sobre a forma de se voluntariar, foram feitas algumas entrevistas:

A primeira delas foi realizada com Fábio Teixeira Bittencourt, Gestor de Governança
Corporativa na GCont Assessoria Contábil:

Figura 2 - 1 º Entrevistado: Fabio Teixeira Bittencourt

Fonte: O entrevistado, 2019.

A entrevista apresentou as seguintes perguntas:

● Nos fale um pouco sobre o trabalho que desenvolve como voluntário. O


que te levou a realizar esta atividade?

- Sempre tive o interesse em fazer algo voltado para a área voluntária, e quando
iniciei minha atividade com contabilidade apareceu esta oportunidade. Conhecia
alguns dos fundadores e eles tinham uma demanda de trabalho sobre a
documentação legal e depois para realizar as prestações de contas, então me
propus a ajudar e na hora do pagamento resolvi deixar como sendo algo gratuito
como minha forma de contribuição com a instituição. A instituição é um lar para
dependentes químicos e eles recebem diversas doações de recursos, materiais e as
vezes contribuições monetárias, e algumas vezes realiza atividades para conseguir
mais dinheiro, e dentro disso é preciso muito controle e manter todas as obrigações
legais em dia.

● Para você, qual o principal motivo que fazem as pessoas serem


voluntarias?

- Acredito que seja a vontade de ajudar o próximo e a empatia de lidar com pessoas
com menos possibilidades que nós, isso faz com que algumas pessoas se
interessem em ajudar.

● Você acha que a formalização do voluntariado, por meio de contratos


ou documentos, é algo necessário em sua opinião? Por quê?

- Eu acho muito importante, pois é uma forma de ter registradas as regras e as


condições do que está sendo oferecido, e todas as instituições deveriam ter, mas
nem sempre elas possuem o apoio administrativo adequado para consegui-lo, então
fica difícil, mas acho sim que é algo importante e que deveria ser realizado sempre.

● Na sua opinião, é necessário algum preparo psicológico para prestar


serviços voluntários?

- Realmente é algo difícil em algumas situações, pois temos contato com pessoas
em situações bem complicadas de doenças, falta de condições básicas de saúde,
entre outras situações, então é preciso ter bastante estrutura emocional e
discernimento para não se deixar abalar com isto.

● Na sua opinião, qual a importância do trabalho voluntario para a


sociedade em geral e para quem realiza?

- Acho algo fundamental para a sociedade, pois por meio destes trabalhos que
muitas pessoas são atendidas em coisas que o governo não consegue atender,
então é algo muito importante, e mesmo para as pessoas que realizam é algo
importante pois faz com que nós pensemos nas coisas que temos e que outras
pessoas não têm, então nos traz muitos benefícios.

2º Entrevistada: Rosana Alves dos Santos Silva.

A segunda entrevista foi realizada com Rosana Alves dos Santos Silva, que
administra a instituição Recanto da Fraternidade, entidade sem fins lucrativos
localizada em Embu das Artes, onde apresentou as seguintes perguntas:

Figura 3 – Recanto da Fraternidade

Fonte: Google imagens, 2019.

● Na instituição em que você trabalha existe algum tipo de formalização


para os voluntários?
Sim.

● Se sim, poderia comentar um pouco sobre como é feita a formalização e


a contratação do voluntário?

Através de uma conversa com a pessoa interessada, para saber qual a proposta e a
disponibilidade da mesma. A partir disso, fazemos o termo de adesão do voluntário
com a pessoa, para iniciar o serviço.

● Na sua visão, qual a importância de haver uma formalização para esta


atividade?
Para o comprometimento de ambas as partes é feita a regulamentação e
formalização do trabalho. Evitando assim, processos trabalhistas futuros.

3.3. ESTUDO DE CASO 1

Com o objetivo de compartilharmos as informações contidas neste trabalho, com


base nas respostas e informações obtidas em nossa pesquisa que indicam que as
pessoas não conhecimento sobre o voluntariado e assuntos relacionados, criamos
um site, com o auxílio de um aluno da ETEC de Embu, que pudesse fornecer estas
informações além de ligar alguém que tenha interesse em ser voluntário a uma
ONG. Com o avanço da tecnologia, atualmente, entendemos que muitos estudos
podem ser direcionados a um meio de pesquisa. Basta que tenhamos acesso a
navegadores ou arquivos em nuvem, salvos em drivers, que será possível buscar
por nossos interesses em tese de uma compreensão ampla a respeito de um tema,
e como o trabalho voluntário vem crescendo no Brasil e no mundo, acreditamos que
nosso site se mostra relevante, propagando mais conteúdos voltados à cidadania.

Figura 4 - Site de Voluntariado


Fonte: Própria, 2019.

Figura 5 - Site de Voluntariado

Fonte: Própria, 2019.

Figura 6 - Site de Voluntariado

Fonte: Própria, 2019.


3.3.1. RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO 1

O site resultou em uma facilidade de busca por informações a respeito do


voluntariado e obteve ênfase na sua divulgação para as instituições que nos
apoiaram. Publicamos informações que estivem de acordo com a lei, através da
formalização, para que todos que acessarem o site venham conhecer o trabalho
voluntário.

3.3.2. DEPOIMENTO DO ESTUDO DE CASO 1

Colhemos o depoimento de Luis Gustavo de Araujo Lioni, 19 anos, estudante de


Jornalismo na UNIP do Tatuapé, sobre o site:

“Eu acessei o site pelo celular, e a impressão que eu tive foi: é um site bem prático e
simples de se mexer. O acesso à ele, as explicações do site, de sua missão, sua
visão, seu objetivo e até a área de inscrição são todas bem intuitivas.
A criação do site, que foi desenvolvido pelo grupo na Etec sobre a formalização das
atividades voluntárias, foi importante ao levar as informações a respeito do que é ser
cidadão, ajudando quem precisa. É muito interessante estar contribuindo para este
Estudo de Caso, e acho que todos que praticam trabalho voluntário deveriam
entender mais sobre a legislação dele. ”
3.4. ESTUDO DE CASO 2

Com o intuito de desenvolvermos uma aplicação relevante para o trabalho,


realizamos a formalização das atividades de um Cursinho Popular, oferecido na
escola E.E Rosana Sueli Funari, na estrada São José, 1239 – Jd. Vazame, Embu
das Artes – SP, onde colaboradores ministram aulas para preparar candidatos ao
vestibulinho e a vestibulares.
De acordo com a Lei 9.608 de 1998, esta atividade, não remunerada, prestada por
pessoa física para a entidade pública, apresenta objetivos cívicos, culturais,
educacionais, científicos e de assistência social.
Apresentamos a seguir o termo de formalização do Guilherme Matias Carvalho ex-
aluno do Ensino Médio da ETEC de Embu: Onde no dia 16/05/2019 ele executou
tarefas de organização, gestão e aulas, das 10:00 ás 14:20 h.

Figura 7 - Formalização

Fonte: Própria, 2019.


Figura 8 - Voluntário: Guilherme Matias Carvalho

Fonte: Própria, 2019.

3.4.1. RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO 2

Conseguimos aplicar um termo de adesão ao voluntário que se disponibilizou a dar


aulas, sem que fosse recebida qualquer remuneração. Com isso, cumprimos o que
nos foi proposto em relação a prática da análise central do nosso trabalho: Realizar
um contrato para o regulamento do trabalho feito.

3.4.2. DEPOIMENTO DO ESTUDO DE CASO 2

Colhemos o depoimento do Guilherme sobre formalização do seu trabalho


voluntário:
“Sou voluntário do cursinho pré-vestibulinho JBF, voltado para o ingresso na ETEC
nos cursos de Ensino Médio e Técnico. Na instituição damos aulas de
conhecimentos gerais das matérias que abrangem o conteúdo do Ensino
fundamental, com questões focadas na prova da Etec. Minha experiência tem sido
de enorme satisfação, contribuindo com as aulas, organização e gestão do cursinho,
pretendendo mais à frente abrir um sistema de monitorias. A importância do trabalho
voluntário consiste na organização do trabalho não remunerado em sociedade;
sendo todo trabalho uma contribuição de duas vias, para com o voluntário, em forma
de experiência profissional, e para com o receptor, em forma de ajuda direta ou
indireta, este no caso estudante. ”

3.5. PROJETO 1

Realizamos um projeto nomeado Amparo, voltado à arrecadação de mantimentos,


para ajudar três instituições não governamentais. O projeto foi desenvolvido através
de uma competição entre alunos do Curso Técnico em Contabilidade, com o objetivo
de conscientizá-los a respeito da importância do voluntariado. Ele se iniciou dia 30
de maio de 2019 e será finalizado no dia 26 de Junho de 2019. Durante 4 semanas,
recolhemos os produtos todas as quintas-feiras e classificamos os pontos dos
doadores através de uma tabela de pontuação dos itens necessários.

Figura 9 – Imagem de Divulgação do AMPARO

Fonte: Própria, 2019.


3.5.1. RESULTADOS DO PROJETO 1

O projeto Amparo resultou na conscientização referente a atividade voluntária, além


de seus aspectos sociais e jurídicos. Por fim, realizamos doações para uma
instituição que presta serviços voluntários e que necessitava de colaboração. Os
alunos que ajudaram a desenvolver o projeto, por meio da arrecadação, foram
devidamente premiados de acordo com a sua colocação e receberam uma
certificação como voluntários.

3.5.2. DEPOIMENTO DO PROJETO 1

Escolhemos o depoimento da Amanda Oliveira Lima Silva, sobre sua participação


para o projeto Amparo:
"Existem pequenas ações que fazem uma grande mudança na vida de muitas
pessoas e essas ações não precisam ser grandes, basta que sejam com amor,
dedicação e carinho ao próximo, foi em uma ação como esta que fiz parte e sinto
muito orgulho disso. O projeto Amparo, que surgiu a partir da iniciativa de alunas do
terceiro módulo de contabilidade da Etec de Embu, foi muito importante para mim,
me fez crescer como ser humano e ver o quão importante é doarmos algo nosso
para quem mais precisa, é sobre dedicar sua contribuição com amor, carinho e
atenção para pessoas que só precisam da nossa ajuda. "

3.6. PROJETO 2

Realizamos alguns projetos de monitoria na escola, onde oferecemos apoio ao


desenvolvimento das atividades administrativas da mesma com alunos e realizamos
a formalização dos mesmos, que é o foco de nosso trabalho.

O primeiro dele é um projeto desenvolvido há algum tempo, onde o Coordenador do


Curso Técnico em Contabilidade, Profº Higor Guedes seleciona alguns alunos para
ajuda-lo com suas atividades como organização de projetos, visitas técnicas e
documentos pedagógicos. Uma vez por semana durante 2 horas os alunos vêm a
escola fora do horário de aula e ajudam no que for preciso.
Também foi realizado um projeto de monitoria voluntária na biblioteca da ETEC de
Embu, em um período no final de 2018 onde a mesma ficou sem o Bibliotecário e
sem estagiário para o período da manhã, que consistia em organizar documentos e
arquivos em livros para que se mantivesse um bom funcionamento no local. Foram
separados horários para aqueles que podiam comparecer, e durante algumas
semanas até o final do semestre ajudaram a manter a biblioteca funcionando
durante um período mais abrangente.

Outro projeto que foi realizado se refere a organização dos ativos imobilizados da
ETEC de Embu. A pedido da Profª Raquel Blanco, Assistente Técnico
Administrativo, algumas alunas foram selecionadas para 1 vez por semana ajudar a
mesma a separar os documentos dos bens pertencentes ao ativo imobilizado da
escola, além de organiza-los e fazer a contagem e ordenamento dos itens, colar as
placas de patrimônio, entre outras atividades.

3.6.1. RESULTADOS DO PROJETO 2

Este projeto resultou em muitos benefícios para a escola, em diversos aspectos, não
somente para o seu funcionamento, mas porque houve uma integração de alunos
que ajudaram a realizar um bem para a escola. Ao final do projeto, o trabalho dos
voluntários foi devidamente formalizado permitindo que utilizem esta experiência
para sua bagagem profissional.

3.6.2. DEPOIMENTOS DO PROJETO 2

Colhemos o depoimento da Ana Beatriz - Monitoria Coordenação, sobre o projeto


Monitoria:

“Ao longo de, mais ou menos, um ano tive a oportunidade de participar da monitoria
onde, través desta, aprendi diversas coisas, como a importância de manter a
organização de documentos, digitalizar e auxiliar no que fosse necessário. Esse
“projeto Monitoria” é importante, pois oferece ao aluno, além do trabalho voluntário, a
chance de a atividade ser atribuída ao currículo e a oportunidade de se aprender
cosas novas, por mais simples que sejam. ”
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que o trabalho foi desenvolvido de maneira adequada, pois ao


iniciarmos o desenvolvimento do mesmo, tínhamos como preceito abordar os
diversos aspectos sobre o voluntariado, sua formalização e aplicabilidade. Com
seguimento das metodologias percebemos, através das pesquisas e entrevistas, que
a maior parte das pessoas não entendem o trabalho voluntário como uma ação
jurídica, além de ser solidária, também. Por meio das atividades que realizamos,
levamos conhecimento a respeito do tema e o aplicamos nos estudos de caso e
projetos. Obtemos arrecadações do projeto Amparo, de alunos da ETEC de Embu e
doamos esses insumos às instituições que carecem dos mesmos. Pensando em
nosso objetivo inicial, é possível afirmar que cumprimos o que foi proposto e que
nosso trabalho obteve relevância em função de um bem maior para a cidadania.
5. REFERÊNCIAS

AGÊNCIA IBGE; NOTÍCIAS – Cerca de 6,5 milhões de pessoas fazem trabalho


voluntário no país.

AGÊNCIA O GLOBO, IBGE - Número de trabalhadores voluntários aumenta em


quase 1 milhão em um ano.

BRASIL. Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre o trabalho


voluntário, entidade pública de qualquer natureza ou a instituição privada de fins não
lucrativos. Lex: legislação federal e marginalia, São Paulo.

CARDOSO, R. (1997). Fortalecimento da Sociedade Civil. In: Ioschpe, E. B. (org.)


(1997). 3º Setor Desenvolvimento Social Sustentado. Rio de Janeiro: Editora Paz e
Terra, p. 7-12.

CORULLÓN, Mônica Beatriz Galliano; FILHO, Barnabé Medeiros. Voluntariado na


Empresa Gestão eficiente da participação cidadã. Editora Peirópolis, 2002.
Só Contabilidade. Virtuous Tecnologia da Informação, 2007-2019. Consultado em
26/03/2019 às 18:37. Disponível na Internet em socontabilidade.com.
BR/conteúdo/duvida1. Php.

DEMO, P. (2001). Brincando de solidariedade: política social de primeira dama. In M.


O. S. Silva (coord.). A comunidade solidária: o não enfrentamento da pobreza no
Brasil (pp. 43- 69). São Paulo: Cortez.

ÉRICA NACARATO - Voluntariado: uma oportunidade de crescimento pessoal e


profissional, 27 nov. 2009 – Por: Catho Comunicação.
FERNANDES, R. C. (1997). O Que É o Terceiro Setor? In: Ioschpe, E. B. (org.)
(1997). 3º Setor Desenvolvimento Social Sustentado. Rio de Janeiro: Editora Paz e
Terra, p. 25-33.

FRANCISCO, Wagner de Cerqueria e. "Organização Não Governamental - ONG.


GUERREIRO, Reinaldo. A meta da empresa: seu alcance sem mistérios. São Paulo:
Atlas, 1996.

G1; JORNAL NACIONAL, voluntariado cresce em 2017, segundo IBGE.

GHON, M. G. (2002). Teoria dos Movimentos Sociais. São Paulo: Edições Loyola. 3ª
edição.

JOVCHELOVITCH, S. (2000). Representações sociais e esfera pública: a


construção simbólica dos espaços públicos no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes.

LEI nº 13.297, de 16 de junho de 2016 (Brasília, 16 de junho de 2016) - MICHEL


TEMER, Alexandre de Moraes e Ronaldo Nogueira de Oliveira.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA - Lei do Voluntariado, nº 9.608, de 18/02/98.

RICARDO SILVEIRA: Constituição jurídica das ONGs - Lei 9.790/99 – IPEA: relação
entre Estado e ONGs – Código Civil – TOZZI, José Alberto. S.O.S da ONG. 30 de
março de 2017. Atualizado em 06 de abril de 2018.

SILVEIRA: Constituição jurídica das ONGs – Lei 9.790/99 – Lei 13.019/14 –Folha:
convênios com ONGs cancelados – Parceiros Voluntários: IBGE calcula participação
do terceiro setor – Abong: dados sobre ONGs – IPEA: relação entre Estado e
ONGs – Código Civil – TOZZI, José Alberto. S.O.S da ONG. São Paulo: Gente,
2015.

MADRE TEREZA DE CALCUTÁ - Autora da Epígrafe.


ROSINHA MACHADO CARRIO: Professora do Programa de Pós-Graduação em
Administração da EA, UFRGS – Por: Tempo soc. vol.12 no.2 São Paulo Nov. 2000.

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